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@avaliação Médica Pericial Das Funções Da Visão 2014 PDF
@avaliação Médica Pericial Das Funções Da Visão 2014 PDF
1
Versão março de 2014
Presidente do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS
LINDOLFO NETO DE OLIVEIRA SALES
Permitida a reprodução sem fins lucrativos, parcial ou total, desde que citada a fonte.
2
Sumário
LISTA DE ABREVIATURAS DE SIGLAS E SÍMBOLOS EM OFTALMOLOGIA ...................5
APRESENTAÇÃO ..........................................................................................................................6
CAPÍTULO I - PARÂMETROS DE ACUIDADE VISUAL E CAMPO VISUAL .......................7
1. ACUIDADE VISUAL .............................................................................................................7
2. CAMPO VISUAL ................................................................................................................. 11
2.1 CAMPO VISUAL DE CONFRONTAÇÃO....................................................................13
2.2 CAMPO VISUAL CENTRAL SEM EQUIPAMENTOS ...............................................13
2.3 CAMPO VISUAL COM EQUIPAMENTOS ..................................................................14
2.4 ANÁLISE DO CAMPO VISUAL COMPUTADORIZADO ..........................................18
3. AVALIAÇÃO VISUAL EM CONDUTORES DE VEÍCULOS AUTOMOTORES ............20
3.1 RELAÇÃO COM O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO .................................22
CAPITULO II - CONCEITOS PARA AVALIAÇÃO DE CAPACIDADE VISUAL ...................23
1. CONCEITOS DE CEGUEIRA E CEGUEIRA LEGAL .......................................................23
2. BAIXA VISÃO (OU VISÃO SUBNORMAL) .....................................................................24
3. DEFICIÊNCIA VISUAL.......................................................................................................24
CAPITULO III - SEQUÊNCIA E INTERPRETAÇÃO DO EXAME OFTALMOLÓGICO ......26
1. SEQUÊNCIA DO EXAME OFTALMOLÓGICO................................................................26
1.1 HISTÓRIA MÉDICA ......................................................................................................26
1.2. ACUIDADE VISUAL ....................................................................................................27
1.3 EXAME EXTERNO OCULAR .....................................................................................27
1.4 AVALIAÇÃO DA MOTILIDADE OCULAR INTRÍNSECA E EXTRÍNSECA...........28
1.5.FUNDOSCOPIA .............................................................................................................30
1.6. MEDIDA DA PRESSÃO INTRAOCULAR ..................................................................30
1.7 BIOMICROSCOPIA .......................................................................................................30
1.8 TESTE DE VISÃO DE CORES......................................................................................30
1.9 CAMPO VISUAL ...........................................................................................................30
1.10 EXAMES COMPLEMENTARES ................................................................................31
2. INTERPRETAÇÃO DO EXAME OFTALMOLÓGICO ....................................................33
2.1 ANAMNESE EM OFTALMOLOGIA ............................................................................33
2.2 ACUIDADE VISUAL .....................................................................................................33
2.3 ALTERAÇÃO NÃO ORGÂNICA DA FUNÇÃO VISUAL ..........................................34
2.4 EXAME EXTERNO .......................................................................................................34
2.5 MUSCULATURA EXTRÍNSECA OCULAR ................................................................34
3
2.6 FUNDOSCOPIA - FO .....................................................................................................34
2.7 TENSÃO OCULAR - TO ou Po ou PIO .........................................................................35
2.8 CAMPO VISUAL - CV..................................................................................................35
2.9 SENSO CROMÁTICO ...................................................................................................35
CAPITULO IV - ORIENTAÇÕES PARA REGISTRO DE CID..................................................36
1. ORIENTAÇÕES PARA REGISTRO DE CID EM ALTERAÇÕES DAS FUNÇÕES
VISUAIS ...................................................................................................................................36
2. GRAUS DE COMPROMETIMENTO VISUAL E CÓDIGOS DE PERDAS VISUAIS
PELA CID 10 ............................................................................................................................36
CAPITULO V - CORRELAÇÕES IMPORTANTES DE CAPACIDADE VISUAL E TIPOS DE
DOENÇAS OCULARES ..............................................................................................................38
1. CORRELAÇÕES IMPORTANTES PARA A CAPACIDADE VISUAL .........................38
2. TIPOS DE DOENÇAS OCULARES ....................................................................................38
CAPÍTULO VI - REABILITAÇÃO PROFISSIONAL EM ALTERAÇÕES DAS FUNÇÕES
VISUAIS .......................................................................................................................................40
CAPITULO VII - BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA À PESSOA COM
DEFICIÊNCIA EM ALTERAÇÕES DE FUNÇÕES VISUAIS.................................................41
1. AVALIAÇÃO DE ACESSO AO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA À
PESSOA COM DEFICIÊNCIA – BPC E A CIF .....................................................................41
2. AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES SENSORIAIS DA VISÃO E ESTRUTURAS DO OLHO DE
PESSOA COM DEFICIÊNCIA PARA ACESSO AO BPC ......................................................42
CAPÍTULO VIII - CRITÉRIOS PARA REQUISIÇÕES DE SIMA E PARECER
ESPECIALIZADO ........................................................................................................................45
1. SOLICITAÇÃO DE INFORMAÇÃO AO MÉDICO ASSISTENTE – SIMA .....................45
2. PARECER ESPECIALIZADO .............................................................................................45
CAPÍTULO IX - ENQUADRAMENTOS NA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA .................46
1. CONDIÇÕES PARA ISENÇÃO DE CARÊNCIA ...............................................................46
2. CONDIÇÕES PARA MAJORAÇÃO DE 25% (vinte e cinco por cento), ACIDENTE DO
TRABALHO OU DOENÇAS PROFISSIONAIS E AUXÍLIO-ACIDENTE ..........................46
3. CONDIÇÃO PARA ISENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA ..............................................47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................48
GLOSSÁRIO DE TERMOS OFTALMOLÓGICOS ....................................................................50
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................................63
LISTA DE QUADROS ..................................................................................................................64
LISTA DE TABELAS ...................................................................................................................65
ANEXOS .......................................................................................................................................66
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LISTA DE ABREVIATURAS DE SIGLAS E SÍMBOLOS EM OFTALMOLOGIA
A OU ACC - Acomodação
AO - Ambos os Olhos
AV - Acuidade Visual
BN ou BT - Base Nasal ou Base Temporal (Prisma)
C ou Cil ou CYL - Lente cilíndrica ou cilindro
CD - Conta dedos a ... metros (ou centímetros)
CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito
CV - Campo Visual
D - Dioptria (“poder da lente”)
DETRAN – Departamento de Trânsito
DIP - Distância Interpupilar
DNP - Distância NasoPupilar
DP - Distância pupilar ou Dioptria Prismática
EE - Exame Externo ou Exame Ectoscópico
EPR - Epitélio Pigmentar da Retina
ERG - Eletrorretinograma
ESF - Lente esférica
(ET) - Esoforia (“estrabismo convergente intermitente”); alguns abreviam como E.
ET - Esotropia (“estrabismo convergente”)
FO - Fundoscopia direta ou simplesmente fundoscopia (observação: realizado com oftalmoscópio
direto).
(HT) - Hiperforia
HT - Hipertropia
J1,J2,J3 etc. - Abreviatura para o teste de Jaeger, conforme o tamanho do optotipo, para aferir a
visão para perto
MM - Movimentos de mão a ... metros (ou centímetros)
MOE - Musculatura Ocular Extrínseca
OBI - Oftalmoscopia Binocular Indireta (observação: realizado com oftalmoscópio binocular
indireto; solicitado para visualizar detalhes de retina periférica não perceptíveis com a FO direta).
OCT - Tomografia de Coerência Óptica
OD - Olho Direito
OE - Olho Esquerdo
OMS – Organização Mundial da Saúde
PIO ou Po - Pressão Intraocular (unidade em mmHg)
PK - Precipitados Ceráticos
PL - Percepção Luminosa
PPC - Ponto Próximo de Convergência
PVE - Potencial Visual Evocado
SPL - Sem Percepção Luminosa
ST - Buraco Estenopeico
TO - Tensão Ocular (unidade em mmHg) (ou pressão intraocular)
XT - Exotropia (“estrabismo divergente”)
(XT) -Exoforia (“estrabismo divergente intermitente”); alguns abreviam como X
- - Menos (negativo) ou lente côncava
+ - Mais (positivo) ou lente convexa
∆ - Dioptria Prismática
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APRESENTAÇÃO
Este manual tem seu texto organizado em nove capítulos que contêm subsídios à
Perícia Médica do INSS, de forma objetiva, para uniformização de procedimentos na avaliação
Médico Pericial das funções da visão, em benefícios previdenciários, acidentários ou
assistenciais, dentro das previsões legais regulamentares e normativas pertinentes a cada
modalidade de benefício.
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CAPÍTULO I - PARÂMETROS DE ACUIDADE VISUAL E CAMPO VISUAL
1. ACUIDADE VISUAL
Além dos fatores aferentes, pelos quais atuam o estímulo (luz e sua chegada à
retina), a sensação (a transformação do estímulo em sinal neural), a transmissão pelas vias
próprias, a percepção (a decodificação dos sinais da sensação e sua transformação numa imagem
mental) e a cognição (o entendimento do significado dessa imagem), a medição da acuidade
visual ainda requer uma resposta, subordinada aos elementos que compõem os fatores eferentes,
que são aqueles dependentes da capacidade de expressão do indivíduo.
É importante lembrar que alterações hormonais, como mudança nos valores dos
hormônios tireoidianos e aumento da glicose sérica, podem provocar mudanças refracionais e,
consequentemente, piorar a acuidade visual temporariamente. Portanto nestas situações, a
medida de AV deverá ser novamente reavaliada quando estas taxas hormonais e de glicemia
estiverem controladas ou dentro dos parâmetros normais.
A acuidade visual pode ser medida para longe e para perto, sem e com correção
óptica. A Tabela de Snellen é o método universalmente aceito, para medir a AV para longe e, a
Tabela de Jaeger, para perto.
Caso o periciando necessite de correção óptica, e não traga consigo seus óculos ou
lentes de contato, ou estes foram prescritos há mais de 1 ano, a medida da AV poderá ser
realizada com buraco estenopeico (cartão com um furo central, de 1 a 3 mm de diâmetro), que
minimizará as aberrações visuais decorrentes do erro refrativo não corrigido. O buraco
estenopeico é um instrumento, que permite saber se a diminuição da acuidade visual que o
periciando apresenta é decorrente de ametropia (erro refracional: miopia, hipermetropia ou
astigmatismo). O princípio em que se baseia o buraco estenopeico é o mesmo que faz com que
os míopes “apertem os olhos” (estreitamento da fenda palpebral) para ver melhor de longe,
permitindo que cheguem à retina somente os raios centrais da frente de onda de luz, que não são
afetados pelo sistema óptico do olho, portanto minimiza as aberrações.
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Tabela 1 - Estimativa de Percentual de Perda da Acuidade Visual
Acuidade visual para Acuidade visual para perto
Percentual de perda
longe de Jaeger revista
20/15, 20/20 0 1e2
20/25 5 3
7 4
20/30 10 5
20/40 15
20/50 25
20/60 35
20/80 45
20/100 50 6
55 7
20/125 60 8
20/150 70
20/200 80 9
20/300 85 10
20/400 90 12
Fonte: Associação Médica Americana (AMA), Eleanor E. Faye Apêndice I: padrões visuais. In RIORDAN-
EVA, Paul; WHITCHER, John P. Oftalmologia geral de Vaughan & Asbury. 17 ed. Tradução de
RODRIGUES, Denise Costa; VANZELLOTTI, Idilia Ribeiro; VASCONCELOS, Marcio Moacyr. Porto
Alegre: AMGH, 2011. 468 p.
Quando a AV é muito baixa, ou seja, não é possível ler o maior optótipo da Tabela
de SNELLEN, então é utilizada uma tabela especial para indivíduos de baixa visão ou, na
ausência desta, solicita-se que o indivíduo diga se consegue contar os dedos da mão que o
examinador coloca a sua frente a uma distância de 3, 2 ou 1 metro, sendo expressa como "contar
dedos a x metros" (CD a x m).
A acuidade visual para perto é avaliada com a Tabela de Jaeger, desenhada para
ser usada a 33 cm de distância dos olhos do examinado, com a oclusão de cada olho
alternadamente. A baixa de acuidade visual para perto (Presbiopia) ocorre, geralmente, após os
40 anos de idade devido à diminuição do poder de acomodação do cristalino e requer correção
óptica, denominada adição, para restabelecer a visão para perto. Adição é a intensidade de lente
positiva que é somada ao grau da lente de longe, para que possa existir o foco das imagens de
perto. Há uma correlação, aproximada, entre a idade (em anos) e o valor da adição (em dioptrias
esféricas - DE): 30 a 39 anos (+ 1,00DE), 40 a 44 (+1,50 DE), 45 a 49 (+2,00 DE), 50 a 54
(+2,50 DE), > 55 (+3,00 DE).
2. CAMPO VISUAL
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Figura 1 – Topografia de Defeito do Campo Visual
Fonte: MACHADO, Ângelo. Neuroanatomia Funcional. 2. ed. Atheneu; 2000.
O campo visual tem formato elíptico e seus limites de cada olho são,
separadamente, medidos em graus, desde o ponto de fixação do olhar, aproximadamente: 60
graus no campo superior, 75 graus no inferior, 100 graus no temporal e 60 graus no nasal.
Conforme Figura 2, na avaliação binocular, encontra-se uma área de sobreposição horizontal de
120 graus na região central, além de cerca de 30 graus horizontais na extrema direita
visibilizados somente pelo olho direito e de cerca de 30 graus horizontais, na extrema esquerda,
visibilizados somente pelo olho esquerdo. A região onde ocorre esta sobreposição de ambos os
campos visuais permite a estereopsia, ou seja, visão de profundidade. Há uma área do campo
visual que não é visível, chamada escotoma fisiológico ou mancha cega, que corresponde à
representação do nervo óptico; como não há fotorreceptores no nervo óptico, esta região quando
iluminada não gera resposta, ou seja, não há percepção do estímulo luminoso.
12
Figura 2 – Amplitude do Campo Visual
Legenda: Right eye – olho direito; Left eye – olho esquerdo; blind spot – mancha
cega.
Fonte: www.testvision.org
O campo visual pode ser testado de dois modos diferentes: cinético, que consiste
em apresentar estímulos luminosos que se movem de áreas não visíveis para áreas visíveis do
campo visual e estático, que consiste em apresentar estímulos fixos de luminância variável em
diferentes regiões do campo visual.
14
Figura 4 – Campimetria Manual Normal
Fonte:http://www.oculist.net/downaton502/prof/ebook/duanes/pages/v3/v3c049.html
15
Figura 5 – Campimetria computadorizada normal
Fonte: SUZANNA JUNIOR, Remo. Perimetria computadorizada: interpretação de
discussão de casos. 1ª ed. Cultura Médica. 2001
16
A Figura 6 mostra o resultado de um exame de campo visual central usando a
estratégia 30-2 Full Threshold do Campímetro Humphrey, que demonstra defeito nasal superior
do olho direito.
I) se, juntamente com a impressão do campo, consta o laudo deste exame com o
carimbo e assinatura de oftalmologista;
a) Perda de fixação – deve ser < 20%; o examinado deverá manter o olhar fixo
em um ponto durante o exame;
b) Falso positivo – deve ser < 33%; o examinado refere percepção do estímulo
quando nenhum estímulo foi apresentado; e
c) Falso negativo – deve ser <33%; o examinado não percebe o estímulo que
deveria ser percebido;
VI) gráficos:
b) gráfico com escala de cinza – demonstra que quanto mais escura a área
significa maior redução do limiar de sensibilidade e provável defeito de campo visual; e
e) GHT - "glaucoma hemifield test "- respeita o padrão de lesão do glaucoma que
se inicia ou no pólo superior ou inferior, mais frequente no polo inferior com defeitos no campo
superior; compara 5 zonas do campo visual superior e inferior se há assimetria presente em < 1%
da população é classificado como "outside normal limits", se entre 1% e 3% como "borderline" e
se > 97% como normal.
1º verificar se, juntamente com a impressão do campo, consta o laudo deste exame
com o carimbo e assinatura de oftalmologista;
2º verificar se, no papel onde está impresso o campo visual, constam o nome do
examinado, a idade, a correção óptica utilizada para a realização do exame, o tamanho do
estímulo e a estratégia utilizada;
Os dados acima devem ser analisados conjuntamente com os dados clínicos e com
outros resultados de exames complementares, tais como, alteração nas vias ópticas, alteração da
escavação da cabeça do nervo óptico, medida da pressão intraocular e mapeamento de retina
(lesões em polo posterior ou na periferia da retina).
Nota: É importante lembrar que a acuidade visual e o campo visual são testes
psicofísicos, que sofrem variabilidade e são passíveis de manipulação. Isto implica em exame
pericial atento, pois os dados registrados no laudo, nos exames complementares e coletados na
quantificação da visão e na aferição do campo visual devem ser compatíveis com a postura e
atitudes do periciando.
V - Teste de Ofuscamento; e
VI - Visão Noturna.
20
QUADRO 2 - ACUIDADE VISUAL E CAMPO VISUAL POR CATEGORIAS DE
CONDUTORES DE VEÍCULOS AUTOMOTORES
21
Conforme o Quadro 2 acima o perito deve considerar que:
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CAPITULO II - CONCEITOS PARA AVALIAÇÃO DE CAPACIDADE VISUAL
Nessa categoria, há indivíduos mais próximos da cegueira total, que apenas têm
percepção (distinguem claro e escuro) ou projeção luminosa (identificam a direção da luz); há os
que percebem vultos, os capazes de contar dedos a curta distância e os que identificam optótipos
(letras, números ou figuras) no exame oftalmológico.
A OMS define baixa visão incluindo a condição na qual o campo visual seja
menor do que 20 graus no melhor olho, com a melhor correção óptica, mas o Decreto n° 5.296
de 2004, não contempla tal restrição do campo visual.
3. DEFICIÊNCIA VISUAL
25
CAPITULO III - SEQUÊNCIA E INTERPRETAÇÃO DO EXAME OFTALMOLÓGICO
IV - Fundoscopia - FO;
28
Figura 8 – Posições Cardinais do Olhar e os Músculos que Atuam Nestas Posições
Fonte: American Academy of Ophthalmology. Oftalmologia Prática – Manual para o residente. 4 ed.
Tradução de FUTURO, Douglas. Revinter, 2004. 406 p.
A posição primária do olhar - PPO é aquela em que ambos os olhos fixam “em
frente” e é a posição mais funcional. Quando há diplopia em PPO ou nas infraversões, que são
essenciais para a leitura, deve-se considerar esta situação incapacitante.
29
1.5.FUNDOSCOPIA
1.7 BIOMICROSCOPIA
XI - Potencial Visual Evocado – PVE - No PVE, toda a via óptica, desde a retina
até o córtex occipital, deve estar preservada para se obter um traçado elétrico normal. O PVE
detecta fundamentalmente distúrbios da mácula, nervo óptico e via visual. O traçado normal é
uma prova objetiva e indica boa acuidade visual. Ressalta-se que o PVE é muito valioso em
situações em que as provas subjetivas não são confiáveis. Uma aparente cegueira deve ser
criteriosamente avaliada, quando o PVE for normal.
O perito deve conhecer técnicas para detectar casos de alterações não orgânicas,
em que periciando apresente AV muito baixa ou cegueira sem outras anormalidades evidentes da
função visual.
2.6 FUNDOSCOPIA - FO
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CAPITULO IV - ORIENTAÇÕES PARA REGISTRO DE CID
Ressalta-se a atenção do perito para que registre tanto o CID PRINCIPAL quanto
o CID SECUNDÁRIO da Classificação Internacional de Doenças – CID-10 - relativa às
alterações das funções visuais, compreendidas no intervalo entre os códigos H00.0 a H59.9.
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Tabela 3 – Classificação da perda visual pela CID-10
Códigos – Nomenclatura de Perda Visual Classes de Comprometimento Visual
H54.0 - Cegueira, ambos os olhos 3, 4 e 5 em ambos os olhos
H54.1 - Cegueira em um olho e
3, 4 e 5 em um olho, com categorias 1 ou 2 no outro olho
visão subnormal em outro
H54.2 - Visão subnormal de ambos os olhos 1 ou 2 em ambos os olhos
H54.3 - Perda não qualificada da visão
9 em ambos os olhos
em ambos os olhos
H54.4 - Cegueira em um olho 3, 4 ou 5 em um olho [visão normal no outro olho]
H54.5 - Visão subnormal em um olho 1 ou 2 em um olho [visão normal do outro olho]
H54.6- Perda não qualificada da visão
9 em um olho [visão normal no outro olho]
em um olho
H54.7 - Perda não especificada da visão 9
Fonte: Adaptada de International classifications of diseases (ICD-10 ou CID-10) em
http://www.who.int/classifications/en/
37
CAPITULO V - CORRELAÇÕES IMPORTANTES DE CAPACIDADE VISUAL E
TIPOS DE DOENÇAS OCULARES
A correlação de redução da função visual deve ser feita sempre com a atividade do
periciando, a fim de se estabelecer o nexo técnico previdenciário, nos casos de acidentes de
trabalho e doenças profissionais e, caracterizar a incapacidade laborativa para todos os benefícios
de auxílio-doença.
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QUADRO 3 - TIPOS DE DOENÇAS OCULARES (Exemplificativo)
POR ORIGEM E EXEMPLOS
OCORRÊNCIA
DOENÇAS OCULARES Cataratas; Glaucomas; Tumores Oculares; Estrabismos
CONGÊNITAS Acomodativos e Paralíticos; Uveítes (por ex.:
toxoplasmose, rubéola,...); Malformação do canal
lacrimal; Nistagmos e Ametropias.
DOENÇAS OCULARES Traumas; Corpos estranhos; Infecções; Doenças
ADQUIRIDAS Sistêmicas (anemias, HAS, diabetes, tuberculose,
AIDS; histoplasmose, toxoplasmose); Neurológicas;
Doenças alérgicas.
ACIDENTES DE Típico: traumas diretos (emissão de partículas e corpo
TRABALHO estranho), indiretos e queimaduras.
Trajeto: por acidentes de trânsito, entre outros.
DOENÇAS Substâncias químicas (por ex: industriais, poeiras,
PROFISSIONAIS/ vapores, gases tóxicos, aerossóis): chumbo, arsênico,
DOENÇAS DO mercúrio, ácido fluorídrico, metanol, manganês,
TRABALHO hidrocarbonetos, etc.
Agrotóxicos: organofosforados, organoclorados.
Radiações: infravermelhas, ultravioleta, laser, soldas
elétricas e de oxiacetileno, radiação ionizante, etc..
Intoxicação profissional/infecciosa: micro-
organismos e parasitas.
Doenças profissionais discutíveis: astenopias de
acomodação, nistagmos, conjuntivites atópicas.
Fonte:Adaptação de THE WILLS EYE HOSPITAL.:5th ed. Lippincott Williams & Wilkins; 2008. WHO - WORLD
HEALTH ORGANIZATION. Diseases of the eye and adnexa; e Anexo II do Decreto nº 3.048, de 1999.
39
CAPÍTULO VI - REABILITAÇÃO PROFISSIONAL EM ALTERAÇÕES DAS
FUNÇÕES VISUAIS
Nos casos de baixa visão (visão subnormal) ou cegueira deve o perito saber que
existem recursos ópticos e técnicos disponíveis, na comunidade, por exemplo: lupa, telelupa,
sistemas sonoros de microcomputadores (por exemplo: DOSVOX, BRIDGE, VIRTUAL
VISION, LENTE PRO, etc); calculadora sonora e caneta óptica, entre vários, além dos serviços
especializados para a Reabilitação Visual.
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CAPITULO VII - BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA À PESSOA COM
DEFICIÊNCIA EM ALTERAÇÕES DE FUNÇÕES VISUAIS
Estas avaliações são realizadas por meio de Instrumentos Técnicos, que são
compostos por Unidades de Classificação (domínios) da CIF, com mensurações de 0 a 4
(nenhuma, leve, moderada, grave e completa) na qual a Assistente Social avalia os Fatores
Ambientais, o perito avalia as Funções/Estruturas do corpo e ambos avaliam os respectivos itens
de Atividades e Participação. Na avaliação de Atividade são qualificadas as limitações e em
Participação as restrições, que representam a relação do indivíduo com o meio e envolvem a
avaliação de desempenho e capacidade para o exercício destas.
¹ Pessoa com Deficiência-PcD - “aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza fisica, mental,
intelectual e sensorial,os quais, em interação com as diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e
efetiva da sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”.
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2. AVALIAÇÃO DE FUNÇÕES SENSORIAIS DA VISÃO E ESTRUTURAS DO OLHO
DE PESSOA COM DEFICIÊNCIA PARA ACESSO AO BPC
O Quadro 4 cita os itens que o perito médico deverá qualificar, baseados na CIF,
nesta nova versão do instrumento de avaliação médico-pericial da Pessoa com Deficiência para
acesso ao BPC, referente às Funções Sensoriais da visão e estruturas do olho, bem como quais
as situações, que cada um deles inclui.
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QUADRO 4 - AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES SENSORIAIS DA VISÃO E ESTRUTURAS
DO OLHO, BASEADO NA CIF
A Qualificar Inclui
b210 - Funções da Visão - Funções da acuidade visual – AV ( envolve função visual, tanto
(referem-se à percepção de monocular como binocular, que permitem perceber a forma e
luz e forma, tamanho, contorno a curta e longa distância) - AV Binocular e Monocular
formato e cor de um ,de longe e perto;
estímulo visual)
-Funções de campo visual (envolve toda área que pode ser vista
com a fixação do olhar)- inclui deficiência como em escotomas,
visão em túnel e anopsias;
Fonte:Adaptação da CIF
Para a qualificação dos itens acima mencionados das Funções sensoriais da visão
e estruturas do olho, na avaliação médico-pericial, devem ser utilizados todas as orientações já
43
descritas anteriormente quanto à sequência e interpretação do exame oftalmológico, dos
conceitos de capacidade visual. Para identificação dos graus de comprometimento visual (perda
visual), a acuidade visual e/ou campo visual são fundamentais, visto que pela legislação vigente
necessitamos identificar o enquadramento da deficiência visual, que inclui cegueira e baixa
visão, as quais já foram detalhadas no item 3 do Capítulo II deste Manual.
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CAPÍTULO VIII - CRITÉRIOS PARA REQUISIÇÕES DE SIMA E PARECER
ESPECIALIZADO
O perito deverá valer-se dos exames trazidos pelo periciando, emitir a Solicitação
de Informações ao Médico Assistente – SIMA ou solicitar Parecer Especializado, quando
necessário, conforme orientações a seguir.
II - Fundoscopia - FO;
2. PARECER ESPECIALIZADO
Em situações em que os dados fornecidos pela SIMA não forem suficientes para
confirmação de DID e DII, ou faltarem dados para confirmar os limites da incapacidade
laborativa, dispondo a Gerência Executiva de Médicos Oftalmologistas Credenciados, o Parecer
Especializado Oftalmológico poderá ser solicitado. Além da consulta oftalmológica, os exames
oftalmológicos disponíveis para credenciados especialistas em oftalmologia são: fundo de olho
(fundoscopia), tonometria de aplanação e campimetria.
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CAPÍTULO IX - ENQUADRAMENTOS NA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
46
LISTA B do Decreto nº 3.048, de 1999 - Nomeia as DOENÇAS DOS OLHOS E
ANEXOS RELATIVAS AO TRABALHO (GRUPO VII DO CID 10), RELACIONANDO-OS COM
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO OCUPACIONAIS. Por exemplo: VI-
Neurite Óptica (H46) causadas por Brometo de Metila (X46; Z57.4 e Z57.5), Metanol
(X45;Z57.5), Sulfeto de Carbono (X49;Z57.5), etc.
47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Art. 30. Parágrafo 5º da Lei nº 11.907, de 2 de fevereiro de 2009. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-201-/2009/Lei/L11907.htm Acesso em outubro
de 2013.
CARVALHO, Keila Miriam Monteiro de. Refração em visão subnormal. Capítulo 17. In
Refratometria ocular. BICAS, Harley E.A.; ALVES, Aderbal de Albuquerque; URAS, Ricardo
(editores). Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2005.p. 347-353.
DIAS, José Francisco Pinheiro. Perimetria Computadorizada. Rio de Janeiro: Cultura Médica,
1996. 268p.
SCHOR, Paulo; URAS, Ricardo; VEITZMAN, Silvia (editores). Óptica, Refração e Visão
Subnormal. Rio de Janeiro: Cultura Médica: Guanabara Koogan, 2008. (Série Oftalmologia
Brasileira – Conselho Brasileiro de Oftalmologia). 496 p.
THE WILLS EYE HOSPITAL.:5th ed. Lippincott Williams & Wilkins; 2008. 572p.
WHO - WORLD HEALTH ORGANIZATION. Diseases of the eye and adnexa. Disponível em:
www.who.int/classifications/apps/icd/icd10online. Acesso em agosto de 2013.
YAMANE, Riuitiro. Semiologia Ocular. 2. ed. Rio de Janeiro:Cultura Médica, 2003. 460p.
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GLOSSÁRIO DE TERMOS OFTALMOLÓGICOS
-Acomodação: adaptação do olho para enxergar de perto, realizada por meio da mudança da
forma do cristalino por meio da ação do músculo ciliar, focando, assim, uma imagem nítida na
retina.
-Aniseiconia: estado em que a imagem vista por um olho difere em dimensão ou forma daquela
observada pelo outro.
-Astigmatismo: erro refrativo que impede que os raios luminosos venham para um ponto de
foco na retina devido a diferentes graus de refração nos vários meridianos da córnea ou do
cristalino.
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-Atrofia óptica: degeneração do nervo óptico, que se manifesta clinicamente como palidez do
disco óptico.
-Bastão de Maddox: lente vermelha composta de uma série paralela de cilindros fortes por meio
dos quais um ponto de luz é visto como uma linha vermelha – usada para medir farias.
-Câmara anterior: espaço preenchido pelo humor aquoso delimitado anteriormente pela córnea
e posteriormente pela íris.
-Câmara posterior: espaço preenchido pelo humor aquoso, anterior ao cristalino e posterior à
íris.
-Campo visual: área total que pode ser vistas sem desvio do olhar.
-Canal de Schlemm: estrutura venosa circular modificada no ângulo da câmara anterior que
drena humor aquoso para as veias aquosas.
-Canalículo: pequeno tubo de drenagem da na face interna das pálpebras superiores e inferiores
que vão do ponto lacrimal até o canalículo comum, e depois para o saco lacrimal.
-Cantotomia: em geral, implica cantotomia lateral – corte do tendão do canto lateral com o
objetivo de alargar a fenda palpebral.
-Cegueira: nos EUA, a definição usual de cegueira é acuidade visual corrigida de 20/200 ou
menos no melhor olho, ou um campo visual menor que 20º no melhor olho.
-Ceratectomia fototerapêutica (PTK): ablação de superfície da córnea por excimer laser para
tratar distúrbios da córnea anterior – por exemplo, erosões recidivantes da córnea.
-Ceratômetro: instrumento para medir a curvatura da córnea, utilizado para adaptar lentes de
contato e determinar o poder da lente intraocular antes de cirurgia de catarata.
-Ceratomileuse assistida por excimer laser in situ (LASIK): ablação da córnea com excimer
laser sob um flap estromal para tratar erros refrativos.
-Ceratomileuse subepitelial a laser (LASEK): ablação da córnea por excimer laser sob flap
epitelial para tratar erros refrativos.
-Ceratopatia bolhosa: edema de córnea com bolhas dolorosas no epitélio devido à hidratação
comeana excessiva.
-Ceratoprótese: implante plástico cirurgicamente colocado em uma córnea opaca para se obter
uma área de transparência óptica.
-Coloboma: fenda congênita decorrente de falha de uma parte do olho ou dos anexos oculares
em completar a embriogênese.
-Cones e bastonetes: dois tipos de células fotorreceptoras da retina. Cones estão relacionados
com a acuidade visual e discriminação de cores; bastonetes, com visão periférica sob iluminação
reduzida.
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-Conjuntiva: membrana mucosa que reveste a face posterior das pálpebras e cobre a esclera
anterior.
-Convergência: processo de direcionar os eixos visuais dos olhos para um ponto próximo.
-Córnea: parte transparente do revestimento externo do globo ocular que forma a parede anterior
da câmara anterior.
-Corpo ciliar: porção do trato uveal entre a íris e a coróide. É constituída por processos ciliares
e pelo músculo ciliar.
-Criança de visão parcial: para fins educativos, a criança de visão parcial é aquela que tem uma
acuidade visual corrigida de 20/70 ou menos no melhor olho.
-Cristalino: estrutura transparente biconvexa suspensa no globo ocular entre o humor aquoso e o
vítreo. Sua função é trazer os raios luminosos para um foco na retina. A acomodação é produzida
por variações na magnitude desse efeito.
-Dacriocistorrinostomia: processo por meio do qual é feita uma comunicação entre o duto
nasolacrimal e a cavidade nasal para aliviar uma obstrução no ducto, ou saco nasolacrimal.
-Disco de Plácido: disco com anéis concêntricos, utilizado para determinar a regularidade da
córnea, por meio da observação da reflexão do anel na superfície da córnea.
-Eixo visual: linha imaginária que liga um ponto no espaço (ponto de fixação) com a fovéola.
-Epífora: lacrimejamento.
-Erro refrativo (ametropia): defeito óptico que impede que os raios luminosos sejam levados
para um único foco da retina.
-Esclera: parte branca do olho – cobertura firme que, juntamente com a córnea, forma o
revestimento protetor externo do olho.
-Foco: ponto para o qual os raios luminosos convergem para formar uma imagem; distância
focal é a distância entre o cristalino e seu ponto focal.
-Fotocoagulação: lesão térmica dos tecidos devida à absorção de níveis elevados de energia de
luz (incluindo laser).
-Fotodecomposição: lesão tecidual por separação direta de ligações químicas por meio da
absorção de luz ultravioleta de comprimento de onda muito curto (p. ex., excimer laser).
-Fovéola: área mais fina, de 0,25 mm de diâmetro, da retina central, clinicamente evidente como
uma depressão, na qual há apenas fotorreceptores de cone e que promove a acuidade visual ideal.
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-Fusão: coordenação das imagens recebidas pelos dois olhos em uma imagem.
-Glaucoma: doença caracterizada por escavação do disco óptico e perda de campo visual,
geralmente associada à elevação da pressão intraocular.
-Gonioscopia: técnica para exame do ângulo da câmara anterior, utilizando lentes de contato
corneanas.
-Heteroforia (foria): tendência a desalinhamento dos olhos que é superada pela fusão (desvio
latente).
-Hipermetropia: erro refrativo no qual o foco de raios luminosos a partir de um objeto distante
fica atrás da retina.
-Humor aquoso: líquido transparente, aquoso, que preenche as câmaras anterior e posterior.
-Iridectomia: excisão cirúrgica de um setor da íris para formar uma comunicação direta entre as
câmaras anterior e posterior.
-Iris: membrana anular colorida, suspensa atrás da córnea e logo na frente do cristalino.
-Isóptera: limite do campo visual em um determinado alvo. As isópteras para alvos de cores e
tamanhos diferentes possibilitam a diferenciação entre defeitos de campo visual, absolutos e
relativos.
-Lâmpada de fenda: combinação de luz e microscopia para exame do olho que possibilita,
especialmente, imagem estereoscópica.
-Lente do olho: meio refrativo que possui uma ou ambas as superfícies curvas (ver também
Cristalino).
-Lente côncava: lente com o poder de divergir os raios luminosos; também conhecida como
lente divergente, redutora, negativa ou minus, indicada pelo sinal (-), utilizada para corrigir
miopia.
-Lente convexa: lente que tem o poder de convergir raios luminosos e trazê-los para um foco;
também conhecida como lente de convergência, de aumento ou plus, indicada pelo sinal (+),
utilizada para corrigir hipermetropia ou presbiopia.
-Lente de contato corneana: lente fina que se encaixa diretamente sobre a córnea.
-Manchas de Bitot: queratinização da conjuntiva bulbar perto do limbo, que resulta em uma
mancha elevada – característica da deficiência de vitamina A.
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-Meio refrativo: partes transparentes do olho que têm poder refrativo, das quais a córnea é a
mais potente, mas o cristalino está sob controle voluntário (ver Acomodação).
-Miopia: erro refrativo no qual o foco de raios luminosos a partir de um objeto distante é
anterior à retina.
-Nervo óptico: nervo que transporta impulsos visuais da retina para o cérebro.
-Nistagmo: oscilação rítmica involuntária do globo ocular que pode ser horizontal, vertical,
torsional ou mista.
-Ortóptica: estudo e tratamento de defeitos da função da visão binocular ou dos músculos que
controlam o movimento dos globos oculares.
-Phitisis bulbi: atrofia do globo ocular com cegueira e diminuição da pressão intraocular, devida
à doença intraocular terminal.
-Placas coloridas de Ishihara: teste de visão de cores baseado na capacidade de ver números
em uma série de tabelas multicoloridas pseudoisocromáticas.
-Ponto cego: área “ausente” do campo visual, correspondente aos raios luminosos que
convergem sobre o nervo óptico.
-Ponto longe: o ponto em que o olho é focalizado quando a acomodação está completamente
relaxada.
-Ponto próximo: ponto no qual o olho está focado quando a acomodação está totalmente ativa.
-Prisma: material transparente que desvia os raios luminosos sem alterar o seu foco.
-Pupila: orifício redondo no centro da íris que corresponde à abertura da lente de uma câmera.
-Refração: (1) desvio no curso dos raios luminosos ao passar de um meio transparente para
outro de densidade diferente. (2) Determinação dos erros refrativos do olho e correção por lentes.
-Retina: revestimento mais interno do olho, que consiste em retina sensorial, composta de
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elementos neurais sensíveis à luz que se conectam a outras células neurais, e epitélio pigmentar
da retina.
-Sinérese: processo degenerativo em um gel, que envolve a união de partículas do meio disperso,
separação do meio e retração do gel. Aplicada especificamente ao vítreo.
-Tabela de Snellen: usada para o teste de acuidade visual central. Consiste em linhas com letras
ou números, graduadas por tamanho de acordo com a distância à qual podem ser identificados
por um olho normal.
-Tela de Amsler: tabela com linhas verticais e horizontais utilizada para testar a parte central do
campo visual.
-Terapia fotodinâmica (PDT): laser da retina guiado por injeção intravenosa de um corante
(verteporfina).
-Termoterapia transpupilar: tratamento difuso de lesões do fundo de olho com laser diodo de
baixa energia.
-Teste de cover com prisma: extensão do teste de cover alternado com uso de prismas de poder
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crescente para quantificar a magnitude total do desalinhamento ocular (heteroforia e
heterotropia).
-Teste de Jaeger: teste para visão de perto utilizando linhas de diversos tamanhos de tipos.
-“Uncover test”: extensão do teste de cover para determinar a presença de heteroforia por meio
da detecção de movimento de correção do olho coberto, como se ele estivesse descoberto.
-Visão binocular: capacidade dos olhos de focalizar em um objeto e, em seguida, fundir duas
imagens em uma.
-Visão periférica: capacidade de perceber a presença, o movimento ou a cor dos objetos fora da
linha direta de visão.
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-Vítreo: massa transparente e incolor de material mole e gelatinoso que preenche o globo ocular
por detrás do cristalino.
-Zônula: inúmeras faixas de tecido fino que se esticam a partir dos processos ciliares até o
equador do olho (360°) e mantêm o cristalino no lugar.
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LISTA DE FIGURAS
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LISTA DE QUADROS
64
LISTA DE TABELAS
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ANEXOS
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ANEXO I
Cegueira: somente em caso de perda total de visão e para condições nas quais os
indivíduos precisam contar predominantemente com habilidades de substituição da visão.
Baixa Visão: para graus menores de perda de visão nos quais os indivíduos podem
receber auxílio significativo por meio de aparelhos e dispositivos de reforço da visão.
Todavia, a OMS realiza discussões para o preparo da nova CID a ser publicada no
ano de 2015 (11ª edição). Dessa forma, algumas orientações foram apresentadas e serão
possivelmente incorporadas à nova revisão.
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ANEXO II
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ANEXO III
CLASSES DE ACUIDADES VISUAL E HABILIDADE DE LEITURA
ESTIMADA
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ANEXO IV
Cidade/UF,______de____________de 2___.
Senhor (cargo),
1. Para adoção das providências no âmbito de sua competência legal, informamos que o(a)
Sr.(Sra.) ............................................................................, RG nº ...................................., CPF nº
......................................, após avaliação médico-pericial, foi considerado portador de doença/lesão capaz
de interferir na condução de veículos automotores.
4. Diagnóstico CID-10:
Atenciosamente,
X - Outras restrições
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ANEXO VI
CAMPOS VISUAIS COMPUTADORIZADOS
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Campo visual em glaucoma inicial
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Campo visual com escotoma arqueado
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Campo visual tubular em glaucoma avançado
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