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[00:00:11] O problema para nós não é se nossos desejos serão ou não satisfeitos. O
problema é: como sabemos o que deseja? – Nossos desejos são artificiais; temos que ser
ensinados a desejar; CINEMA É A MAIS PERVERSA DAS ARTES; Não te dá o que
desejar, te diz como desejar.
[00:04:08] A escolha de Matrix (pílula azul ou vermelha) não é entre ilusão e realidade
– É claro que Matrix é uma máquina de produzir ilusões; mas são ficções que
estruturam a nossa realidade; se tiramos da realidade as ficções simbólicas que as
regulam perdemos a realidade mesma – QUESTÃO NÃO É PERCEBER A
REALIDADE POR TRÁS DA ILUSÃO MAS A REALIDADE CONTIDA NA
PRÓPRIA ILUSÃO
[00:07:24] Nós não nascemos na realidade; para atuar como gente normal, que interage
com outras pessoas, que vive em uma espaço de realidade social, muitas coisas devem
ocorrer. Devemos estar adequadamente instalados na ordem simbólica; Quando nosso
espaço dentro do espaço simbólico é perturbado, a realidade se desintegra; O ataque dos
pássaros, em leitura psicanalítica, representa obviamente a irrupção explosiva do
Supereu materno, da figura materna decidida a evitar a relação sexual – Os pássaros são
energia incestuosa em estado puro
[00:13:12] Isso: inocência, diversão, mas, ao mesmo tempo, é possuído por uma espécie
de mal primordial, agressivo – Combinação entre corrupção absoluta e inocência é
ISSO.
[00:16:00] Mabuse era só uma voz; Alienígena invasor (Mabuse, Exorcista, Alien) –
Nós mesmos somos alienígenas controlando nossos corpos; Nosso Eu, nossa força
psíquica, é uma força alienígena que controla o corpo
[00:26:52] Objeto parcial autônomo – o que não se pode controlar (punho: Dr.
Fantástico, Clube da Luta) – Conflito com o duplo, enfrentar eu mesmo, um versão
castrada de meu próprio eu / A única forma de se livrar do objeto parcial autônomo é se
convertendo neste objeto
[00:48:43] Normalmente as pessoas lêem Freud como se o sentido secreto de tudo fosse
a sexualidade, mas não é isso que Freud queria dizer; Freud queria dizer o contrário –
Não é que tudo seja uma metáfora para sexualidade, que estaríamos sempre pensando
em sexo, a questão freudiana é: em que estamos pensando quando fazemos sexo?
Quando se trata de sexualidade, nunca é somente entre eu e minha companheira, é
precisa que haja sempre algum elemento fantasmático, deve haver um terceiro elemento
imaginário que me torne possível, que possibilite que engaje na sexualidade.
[01:41:39] O cinema é a arte das aparências, que nos diz algo sobre a própria realidade;
isso nos diz algo sobre como a realidade se moldou; visão existencial da realidade –
imperfeição do universo, realidade incompleta [o que faz do cinema uma arte muito
contemporânea]
[01:48:22] há uma verdade mais profunda nessa aparência; este é o paradoxo do cinema,
o paradoxo da crença; não é simplesmente acreditar ou não acreditar; sempre
acreditamos com algum tipo de condicional; sei muito bem que é ficção e fingimento,
mas me permito ser emocionalmente afetado
[01:57:07] A coisa como encarnação de algo que vem do nosso espaço interior //
Encontro cinema e filosofia: Ótimos diretores podem nos permitir pensar em termos
visuais
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[FILMES]
- Possesed (1931)
- Matrix (1999)
- Os Pássaros (1963)
- Psicose (1960)
- O exorcista (1973)
- Alien (1979)
- A conversação (1974)
- Persona (1966)
- Dogville (2003)
- O mágico de Oz (1939)
- Frankstein (1931)
- Stalker (1979)