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OCARIZ, Maria Cristina (org.). Psicanálise e violência social. São Paulo: Escuta, 2018.

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OCARIZ, Maria Cristina. Trauma, violência, pulsão de morte, ódio, agressividade: as


contribuições da psicanálise diante dos efeitos da violência social in. ___ (org.).
Psicanálise e violência social. São Paulo: Escuta, 2018.

- “Em 2012 teve início o projeto ‘Clínicas do Testemunho’ [...] O eixo do projeto é
quebrar com o silenciamento que se apoderou da sociedade e reconstruir a Memória
histórica brasileira, em busca da Verdade e da Justiça. O objetivo é escutar as pessoas
que sofreram ou testemunharam as dores da ditadura; pessoas atingidas, direta ou
indiretamente, pela violência cometida por quem deveria protegê-las: o Estado” (p.25)

- “Todos os artigos deste livro são produto de aulas que foram ministradas no Instituto
Sedes Sapientae durante o Curso ‘Psicanálise e Violência Social’, no segundo semestre
de 2017” (p.26)

- “A grande descoberta freudiana é a existência do inconsciente, que postula que não


todas as condutas dos seres humanos podem ser conduzidas pela consciência. O
inconsciente produz efeitos na vida dos sujeitos (sintomas e formas de se relacionar com
os outros) cujas causas são desconhecidas. A proposta psicanalítica é fazer consciente o
inconsciente. O inconsciente é um saber que não se sabe, que está recalcado, e o método
psicanalítico procura enlaçar essas representações inconscientes com palavras que
possam se articular em um discurso consciente” (p.27)

- “A psicanálise sustenta um princípio ético: o desvelamento de uma verdade que,


encobertam se manifestará em sintoma social e/ou subjetivos. Em sua função, o
psicanalista está enlaçado à produção de uma verdade. O remédio contra a malignidade
do oculto, do ‘não sabido’, do ‘não dito’, que produz efeitos sintomáticos, é a
descoberta dos fatores conscientes ou inconscientes que estão em sua etiologia. A
explicitação da verdade, embora seja dolorosa, operará como uma incisão para drenar,
aliviar e curar o abcesso do sinistro [...] Essa liberdade de pensar o impensável é
enriquecedora” (p.28)

(Traumas e sistemas totalitários: a importância do testemunho)

- “O trauma psíquico provocado pela perseguição e pela prisão política em uma


sociedade totalitária permanece enquistado na memória, silenciado ao longo dos anos.
Para que os afetados pela perseguição política voltem a ser livres é preciso que criem
forças para contar sua história. Como psicanalistas somos convocados a refletir sobre a
questão do testemunho, que vem se desenvolvendo internacionalmente a partir da
Segunda Guerra Mundial, com o fenômeno da Shoah (o extermínio nazista), e que se
fortaleceu no Brasil com a instauração das Comissões da Verdade em 2011.
Consideramos o testemunho uma maneira de processar os acontecimentos dolorosos
padecidos, uma forma de recuperar e contar pedaços de nossa história. O testemunho
envolve tanto um trabalho de memória como de elaboração psíquica. Testemunhar é dar
uma forma, trazer à tona marcas psíquicas traumáticas que ao seres faladas e
representadas interrompem o circuito da repetição e instauram caminhos para a
nomeação. ‘Para que não se esqueça. Para que nunca mais aconteça’. O povo que
esquece sua história está condenado a repeti-la” (p.

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