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Física no ensino fundamental: a quinta interdependência em detrimento da dependência, a reflexão,

além de toda e qualquer atividade capaz de fazer do aluno – ou


da experiência.
até, por que não dizer, do professor – um ser livre,
emancipado, “iluminado” para atuar com criticidade na
Marcos Gervânio de Azevedo Melo sociedade, objetivando a melhoria de sua qualidade de vida
Luciana Santos de Azevedo (MELO e KONRATH, 2010).
A educação, no interior da escola, precisa ser direcionada
à erradicação da inércia, da passividade discente, característica
Resumo
do tradicionalismo hegemônico. O aluno precisa sentir-se
O presente trabalho tem o objetivo de relatar uma
elemento principal na escola, e não o coadjuvante das
experiência realizada numa escola de ensino
atividades docentes (Idem, 2010).
fundamental de Belém do Pará, com o foco
Entretanto, não se podem creditar todos os problemas
direcionado a atividades experimentais realizadas nas referentes à educação somente ao papel dos alunos. Apesar de
aulas de Física, em sala de aula, na última quinta- não ser o foco deste relato, é importante ressaltar que outras
feira de cada mês. A utilização de experiências características que envolvem esse processo de ensino e

científicas, escolhidas pelo próprio aluno, revelou aprendizagem, como a qualificação de professores e a estrutura
física e de pessoal das escolas, merecem atenção especial.
aspectos intrínsecos às brincadeiras, estimulou o
O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA)
interesse pela Ciência, proporcionou um trabalho
divulgou, em dezembro de 2010, uma pesquisa que mostra que
coletivo validado pelo estudante e possibilitou a educação brasileira ainda está entre as piores do mundo 1.
realizar o ensino através da pesquisa. Garcia (2001, p. 15) salienta que existe “um consenso, dentro
das próprias esferas da gestão educacional pública, de que a
Palavras-chave: Nível Fundamental, Atividades
Experimentais, Aulas de Física. 1
Dos 65 países verificados, o Brasil ficou com a 53ª posição, ficando
atrás de países como o Chile e o México. A avaliação ocorreu em 2009,
Introdução com 20 mil alunos brasileiros do ensino fundamental a partir da 7ª
série (8ª ano). A cada três anos, o PISA divulga resultados. Disponível
A escola precisa ser um lugar de transformações em
<http://www.agoravale.com.br/sitesvale/noticias.asp?id=28005&cod=
significativas, onde possam ser promovidas a socialização, a 7>. Acesso em 07/12/2010.

1
educação no país vai mal”. Indubitavelmente, não há referida Lei) e que é no ensino médio (dividido em 3 anos, de
dificuldades de se verificar isso na prática, pois há escolas onde acordo com art. 35 da citada Lei) que esta disciplina ganha
o ambiente é desestimulador: alunos passivos, sem poder de maior espaço por estar distribuída nos 3 anos que o compõem.
decisão (GARDNER, 1999); professores estressados, Nesse contexto, para se ter uma dimensão dos aspectos
desvalorizados e mal remunerados (VIEIRA, 2002); pedagogos referentes ao ensino de Física no Brasil, Neto e Pacheco (2001,
exercendo funções de controladores de frequências de p. 17) afirmam que:
professores; ausência de psicólogos e/ou assistentes sociais. “Ao longo de quase 160 anos, o processo escolar de
Enfim, ainda há escolas andando na contramão das ensino-aprendizagem dessa ciência tem guardado
mais ou menos as mesmas características. Um
necessidades atuais. ensino calcado na transmissão de informações
Além de todas as mazelas citadas anteriormente, há através de aulas quase sempre expositivas, na
ausência de atividades experimentais, na aquisição
estudos (MESQUITA e SOARES, 2008) que afirmam que os de conhecimentos desvinculados da realidade. Um
problemas se intensificam nas aulas de Ciências, pois alguns ensino voltado primordialmente para a preparação
paradigmas estão fortemente enraizados na sociedade, que aos exames vestibulares, suportado pelo uso
indiscriminado do livro didático ou materiais
resiste a mudanças. A figura do professor de Ciências é assemelhados e pela ênfase excessiva na resolução
fortemente estereotipada pela mídia televisiva, que insiste em de exercícios puramente memorísticos e algébricos
[...]. Um ensino que apresenta a Física como uma
massificar a ideia, nos desenhos animados e filmes de ficção, de ciência compartimentada, segmentada, pronta,
cientistas malucos, sem vida social, salvadores da pátria, etc., acabada, imutável”.
fazendo que, inevitavelmente, essa imagem seja passada ao Dessa forma, o ensino de Física tem contribuído muito
professor de Química, Biologia, Matemática e também de Física. para resultados desfavoráveis à educação, seja em nível básico,
seja em universidades, pois há elevados índices de reprovação e
O Ensino de Física: alguns problemas. evasão relacionados a essa disciplina. Assim, a inadequação do
ensino de Física no primeiro grau (hoje, ensino fundamental),
O art. 21 da Lei de Diretrizes e Bases para a Educação
quando os primeiros conceitos são transmitidos, pode ser um
Brasileira, Lei 9394/96, afirma que a educação básica está
diferencial que leva o aluno a não gostar de Física e quase nada
dividida em educação infantil, ensino fundamental e ensino
se faz para resolver esse problema no segundo e terceiro graus
médio. É importante lembrar que o conteúdo formal de Física
(ensino médio e superior) (MOREIRA, 1983).
tem seu início, introdutória e superficialmente, no último ano do
ensino fundamental (agora com 9 anos, conforme o art. 32 da

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Consequentemente, verifica-se uma aversão explícita ao grande significado, pois, como salientam Arruda e Laburú
conteúdo de Física, em ambiente escolar, que é salientada por (2009, p. 65), “a função do experimento é fazer com que a
Moreira (1983, p. 11) ao mencionar que: teoria se adapte à realidade, [...] dependendo do conteúdo, da
“[...] na escola de segundo grau, muitos alunos, metodologia adotada ou dos objetivos que se quer com a
provavelmente a maioria, preferem, em termos de atividade”.
ciências, a Biologia e a Química em relação à Física.
[...] a Física é considerada uma matéria difícil, a qual
muitos alunos evitariam se pudessem. Ao que Relatando as Atividades: a “Quinta da
parece, eles aprendem muito cedo a não gostar de Experiência”.
Física”.
E é, entre outras coisas, por essa imagem negativa e Era essa a denominação que a professora Luciana, de
desestimulante da Física que o professor vive hoje um grande Ciências do ensino fundamental, dava a uma atividade realizada
desafio, pois, a partir da década de 1970, inicia-se a Era da sempre na última quinta-feira de cada mês, no ano 2010, na
Informação, na qual “a eletrônica e a computação ampliaram o Escola Santa Emília, na cidade de Belém do Pará. Tal
poder da comunicação e o mundo passou a se conectar compromisso começou por uma ação espontânea, pois, nas
instantaneamente” (HART-DAVIS, 2010, p. 419). O quintas-feiras, a docente tinha apenas uma das três aulas na 8ª
tradicionalismo academicista presente nas aulas de Ciências série, atualmente 9º ano do ensino fundamental. A educadora
deve ser passível de reflexão e intervenção. A cada dia que decidiu, então, que essa aula isolada, na última semana de cada
passa, fica mais evidente que a informação, o conteúdo formal mês, poderia ser utilizada de uma forma diferenciada para
das disciplinas escolares estão ao alcance de todos. O professor realizar atividades que eram solicitadas pelos orientadores da
precisa ser bem mais que “um simples conteúdo”, deve ser um referida escola. Não querendo ser repetitiva, passando pré-
norteador, estimulador, incentivador, um elemento importante testes e exercícios, procedimentos comumente executados, a
no processo de transformação significativa do aluno, necessita docente resolveu realizar experimentos científicos, entendendo
estar atento à heterogeneidade que existe em sala de aula, isto que:
é, que cada aluno tem seu tempo e maneira de aprender. Esta abordagem metodológica enfatiza a iniciativa do
Assim, uma forma interessante de vislumbrar a questão aluno porque cria oportunidade para que ele defenda
suas idéias com segurança e aprenda a respeitar as
da aprendizagem no ensino de Ciências seria adequando a idéias dos colegas. Dá-lhes também a chance de
teoria científica trabalhada pelo professor ao contexto dos desenvolver variados tipos de ações – manipulações,
observações, reflexões, discussões e escrita
alunos. Dessa forma, a utilização de experiências ganha um
(CARVALHO et al, 1998, p. 20).”

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A professora levou uma experiência sobre cinemática A professora solicitou aos discentes a realização de
contendo carrinho, fita de um metro de comprimento e relatórios 2 para formalizar a atividade. O documento deveria
cronômetro. Com a ajuda de um grupo de discentes, realizou a conter data, nome da experiência observada, material utilizado
atividade: estendeu a fita métrica no chão, colocou o carrinho pelo grupo e o procedimento de apresentação de cada equipe.
na posição inicial (zero) da fita e pediu para um aluno dar um O aluno teria que relatar como relacionava o experimento com o
peteleco no carrinho e outro controlar o cronômetro. Após isso, conteúdo específico do mês e com o seu cotidiano. Segundo a
solicitou que fosse anotada a posição em que o carro parara e o educadora, a análise desses documentos passava informações
tempo de percurso do mesmo até parar. Com a atenção da significativas da evolução dos conhecimentos dos alunos.
turma, calculou o espaço percorrido, em cm, e utilizou este Era apenas o início de tudo, pois, segundo a docente, a
resultado para achar a velocidade média do veículo em cm/s. motivação dos alunos e o interesse dos mesmos pelas
Após isso, houve uma discussão com a classe sobre os atividades experimentais foram elementos importantes que a
procedimentos para se calcular a velocidade média, os alunos conduziram na continuidade da proposta.
realizaram a mesma experiência, levantaram hipóteses, Assim, a última quinta do mês passou a ser um dia
realizaram testes, procuraram explicar os porquês dos esperado pelos discentes, pois a primeira atividade fora um
acontecimentos e fizeram os seus cálculos, no entanto, com a sucesso. A professora ficou surpresa com a proposta feita pelos
utilização de carrinhos e outros materiais que eles levaram à alunos, que indagaram se havia a possibilidade de eles trazerem
sala a pedido da docente. Assim, vários resultados apareceram, as suas próprias experiências, pesquisadas na internet,
provavelmente em decorrência da variedade de materiais relacionadas ao assunto trabalhado paralelamente nas aulas
apresentados pelos estudantes: carrinhos de plástico, de complementares.
madeira, a fricção, leves, pesados e fitas de vários Proposta aceita. O combinado foi que o conteúdo
comprimentos. apresentado no mês, fruto do planejamento anual, gerasse
Os alunos indagaram sobre o fato de os carrinhos assunto para que os alunos escolhessem experiências a fim de
pesados percorrerem um espaço menor ao receberem apresentarem na última quinta do referido mês. A educadora
praticamente a mesma força (um peteleco) exercida sobre os propôs, a seguir, que os discentes formassem grupos fixos de
veículos leves. A educadora utilizou a ocasião para comparar a cinco a sete integrantes, escolhidos entre si, para a realização
massa de um caminhão com a de um fusca, contextualizando e
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aproveitando o momento para inserir e discutir o conceito de Cada relatório era corrigido pela professora e devolvido ao aluno na
aula seguinte. No entanto, alguns serviam de instrumento de discussão
inércia. para a reformulação do conhecimento.

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das atividades, pois a turma era grande, aproximadamente condução do calor das mãos dos alunos para a garrafa,
quarenta estudantes. Proposta também aceita e executada aquecendo, assim, o ar dentro da mesma.
pelos discentes. Tudo ocorreu sem imposição, isto é, com
discussão entre os atores. A professora solicitou apenas que os
grupos não levassem experiências iguais, estimulando, assim, a
comunicação entre eles.
Os alunos conversavam na escola, ligavam para os
integrantes das outras equipes, comunicavam-se via internet,
tudo para cumprir a tarefa, apresentando experiências
diferentes entre os grupos.
Quando chegou a última quinta do mês seguinte, os
alunos estavam ávidos para apresentarem suas obras. As
experiências foram socializadas, uma seguida da outra, após o
sorteio feito pela professora para estabelecer a sequência de
Figura 01: Alunos fazendo um experimento que
apresentação. Todos os discentes observavam a exposição de
mostra processos de transmissão calor.
cada grupo, pois cada integrante tinha que fazer,
O aquecimento do ar, no interior da garrafa, elevará a
individualmente, seu próprio relatório com informações de todas
pressão, que empurrará a moeda para cima. A experiência
as experiências, exceto a sua própria, para entregar no final da
possibilitou à turma discutir conceitos ligados à termologia,
aula. Aparentemente, parece não haver tempo para tudo,
como calor e temperatura, bem como relacioná-los com
porém, segundo a educadora, rara era a ocasião em que um
assuntos de mecânica dos fluidos, como a pressão exercida por
aluno pedia para entregar o relatório na aula seguinte, tal o
um gás no recipiente que o contém. Hipóteses foram levantadas
comprometimento que se estabelecera com a atividade.
sobre o uso de moedas leves e pesadas e testes foram
Experiências simples, porém ricas em informações
realizados. Na atividade, foram utilizadas moedas de diferentes
e reflexões, foram apresentadas pelos alunos. A Figura 01
tipos, uma garrafa de vidro e a geladeira da escola.
relata uma atividade para demonstrar que, se uma garrafa
A professora utilizou o desfecho da experiência para
vazia for mantida, durante certo tempo, no interior de uma
refletir, com a turma, sobre a composição do ar no interior da
geladeira e, após ser retirada, for colocada, imediatamente,
garrafa e, consequentemente, a mistura de gases que compõem
uma moeda sobre sua boca, a mesma saltará após ocorrer

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a atmosfera, entre eles: nitrogênio, oxigênio e argônio, além Nessa experiência, os discentes depositaram água doce
dos gases de efeito estufa, oportunizando uma breve, mas em um recipiente e observaram o ovo afundar, quando colocado
importante, discussão sobre as questões ambientais, pois, no líquido, por ser mais denso que a água. Após isso, em outro
segundo Chassot (2011), um ensino que possibilite a recipiente plástico, misturaram água quente com sal de cozinha,
alfabetização científica depende de um conjunto de pois a água aquecida mistura-se mais facilmente ao sal,
conhecimentos que facilite aos alunos a leitura do mundo em tornando-a rapidamente mais densa. Posteriormente, colocaram
que vivem, além do entendimento das necessidades de o ovo nesse recipiente e verificaram que o mesmo flutuava na
transformá-lo, e transformá-lo num mundo melhor. água salgada.
Outra atividade utilizando materiais simples, do cotidiano A professora aproveitou o momento para refletir sobre a
dos alunos, foi realizada e pode ser observada na Figura 02. Os atividade com os discentes, pois “a principal função das
estudantes usaram dois recipientes plásticos, água, sal de experiências é [...] ampliar o conhecimento do aluno sobre os
cozinha, um ovo cru, um pegador de metal e o fogão da escola. fenômenos naturais e fazer com que ele as relacione com sua
maneira de ver o mundo” (CARVALHO et al, 1998, p. 20). Dessa
forma, algumas perguntas enriqueceram a discussão e
merecem ser relatadas, entre elas, destaca-se: “Onde é mais
fácil uma pessoa flutuar: na água do mar ou na água da
piscina?”. Os alunos lembraram-se do Mar Morto e da facilidade
que o homem tem para flutuar nas águas salgadas do mesmo.

Alguns Resultados.

A utilização de experiências científicas na sala de aula,


escolhidas pelo próprio aluno, revelou aspectos intrínsecos às
brincadeiras, isto é, “as características lúdicas: ordem, tensão,
movimento, mudança, solenidade, ritmo, entusiasmo”
(HUIZINGA, 2008, p. 21). Na visão da educadora, brincadeira e
Figura 02: Experiência sobre densidade utilizando
seriedade estiveram, concomitantemente, sempre juntas,
recipientes plásticos e um ovo.
oportunizando aprendizagem.

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Um caso interessante surgiu com os alunos da 7ª série que o aluno, como elemento ativo no processo, experimentou
ao indagarem, empolgadamente, se ela seria, no ano seguinte, construir o seu próprio conhecimento na interação com o mundo
a educadora deles e se realizariam as mesmas práticas. Assim, por meio da internet, pois, com o acelerado processo de
a atividade prazerosa realizada sob orientação de uma globalização, é importante acreditar que o uso do computador,
professora de Ciências acabou revelando a fragilidade de alguns principalmente com acesso à internet, se dê de diferentes
paradigmas diante de um trabalho criativo, pois na visão de maneiras, “sendo a escola um dos locais preferenciais para
Gleiser (1997), existem alguns mitos relacionados à Ciência e tornar seu uso mais crítico” (VIANNA e ARAÚJO, 2009, p. 140).
ao cientista que merecem reflexão, como a ideia de que Ciência
é objeto de atividade exclusivamente masculina.
Considerações Finais.
Outro ponto destacável refere-se ao interesse que os
Não há dúvidas de que a educação precisa alcançar
alunos passaram a ter pelas aulas de Ciências (Física e
resultados mais interessantes e que os problemas se
Química), visto que precisavam ficar atentos ao conteúdo para
intensificam nas disciplinas de Ciências, no entanto o professor
posteriormente realizarem pesquisas sobre experiências
de Física não pode usar desses subterfúgios para justificar uma
relacionadas ao assunto. Na visão de Ausubel (2003, p. 72), a
possível resistência às mudanças de sua prática. Não se pode
“aprendizagem significativa exige que os aprendizes manifestem
esperar a existência de laboratórios sofisticados para uma
[...] uma disposição para relacionarem o novo material a ser
atuação prática e experimental na escola.
apreendido, de forma não arbitrária e não literal, à própria
O professor, principalmente o de Ciências, precisa optar
estrutura de conhecimentos”.
por um processo contínuo de formação, em busca de mudanças
De acordo com a docente, pôde-se notar que os alunos
atitudinais e metodológicas, para que possa administrar aulas
sentiram-se valorizados pela oportunidade de escolherem
criativas, objetivando estimular o interesse de seus alunos pela
experiências, tornaram-se mais otimistas e adquiriram maior
Ciência, pois, de acordo com Chassot (2011, p. 55), a
segurança em relação ao processo de ensino-aprendizagem de
“responsabilidade maior no ensinar Ciência é procurar que
Ciências bem como validaram o trabalho em equipe,
nossos alunos e alunas se transformem, com o ensino que
corroborando o que afirmam Gil-Pérez e Carvalho (2009, p.18)
fazemos, em homens e mulheres mais críticos”.
ao relatarem que “o essencial é que possa ter-se um trabalho
Assim, o uso de experiências nas aulas de
coletivo em todo processo de ensino/aprendizagem”.
Ciências ganha um interessante destaque, oportunizando aos
E, finalmente, pode-se dizer que a prática proporcionou
atores, por meio da discussão e da reflexão, uma condição
uma possibilidade de realizar ensino através da pesquisa, em

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formidável para que as ideias, os conceitos ganhem maior GLEISER, Marcelo. A dança do universo: dos mitos de Criação
importância em detrimento do formalismo matemático, pois, ao Big Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
como salienta Pietrocola (2009), a valorização das fórmulas e, HART-DAVIS, Adam. 160 Séculos de Ciências. Vol.6: a
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VIANNA, Deise M,; ARAÚJO, Renato S. Buscando elementos na
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Anna M. P. de (Org). Ensino de Ciências: unindo a pesquisa a
prática. São Paulo: Cengage Learning, p. 135-151, 2009. The presente work reports on an experience that took place
in a ‘Fundamental Level’ school in the city of Belém, capital
VIEIRA, Sofia L. Ser professor: pistas de investigação. Brasília:
of the Brazilian Northern state of Pará. The focus of the
Plano Editora, 2002.
activity was directed to experimental activities conducted in
Sobre os autores monthly Physics classroom. The use of scientific
experiments, chosen by students themselves, revealed
Marcos Gervânio de Azevedo Melo Licenciado Pleno em instrinsical aspects to play activities, stimulated children’s
Física (1997) e Especialista em Ensino de Ciências (2004) pela interest for Science, allowed for collective work validated by
UFPA – Universidade Federal do Pará, Professor da SEDUC-PA,
students and made it possible to conduct teaching through
desde 1998 lecionando a disciplina Física no Ensino Médio;
research activities.
Mestrando em Ensino de Ciências Exatas – UNIVATES – RS. E-
mail: marcosgervanio@bol.com.br. Keywords: Fundamental Level, Experimental Activities,

Luciana Santos de Azevedo Licenciada Plena em Física Physics Lessons.


(2010) Pela Universidade Vale do Acaraú - CE, Professora da
Rede Privada lecionando a disciplina Ciências (Física e Química)
no Ensino Fundamental. E-mail: lucianasamel@yahoo.com.br.

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