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DELEGAÇÃO DE INHAMBANE

FACULDADE DE CONTABILIDADE E GESTÃO

Curso de Contabilidade e Auditoria

Tema:

Avaliação dos factores que contribuem para o fraco Reembolso do Fundo de


Programa Estratégico de Redução da Pobreza Urbana ( PERPU): Caso do
Município de Inhmbane entre o período 2015-2017.

Candidata: Rocelda Zefanias Guambe

Supervisor: dr. Adelino Vicente Contronhar Ramos

Inhambane, Agosto de 2018


Avaliação dos Factores que Contribuem para o Fraco Reembolso do Fundo de
Programa Estratégico de Redução da Pobreza Urbana (PERPU): Caso do Município
de Inhambane entre 2015-2017.

Trabalho de fim de curso apresentado na


Faculdade de Contabilidade e Gestão –
Delegação de Inhambane, na Universidade
Mussa Bin Bique, como exigência parcial
para a obtenção do Grau de Licenciatura em
Contabilidade e Auditoria.

Supervisor: dr. Adelino Vicente Contronhar Ramos

Inhambane, Agosto de 2018


i

Trabalho de fim de curso apresentado em cumprimento dos requisitos exigidos pela


Universidade Mussa Bin Bique para aprovação a defesa do trabalho de Tese do Fim do
Curso por Rocelda Zefanias Guambe.

Faculdade de Contabilidade e Gestão – Delegação de Inhambane

Universidade Mussa Bin Bique

dr. Adelino Vicente Contronhar Ramos

Inhambane, Agosto de 2018

O Júri

O presidente O Supervisor O Oponente Data


________________ _________________ _______________ _________________
ii

Declaração

Declaro por minha honra que este trabalho é resultado de minha pesquisa pessoal árdua na
qual todas as fontes estão devidamente referenciadas, e que nunca foi apresentado para a
obtenção de qualquer grau acadêmico nesta Universidade ou em outra Instituição de ensino.

Inhambane, Agosto de 2018

__________________________

Rocelda Zefanias Guambe


iii

Lista de Gráficos e Tabelas

Gráficos

Gráfico 1. Perfil dos Mutuários Entrevistados..........................................................................20


Gráfico 2. Experiência dos Mutuários Entrevistados com relação ao PERPU.........................21
Gráfico 3.Análise do Reembolso..............................................................................................23

Tabelas

Tabela 1. Limites indicativos de financiamento.......................Error! Bookmark not defined.


Tabela 2. Relação entre o Desembolso e o Reembolso do Fundo PERPU ..............................22

Lista de Apêndices
iv

Apêndice 1. Guião de Entrevista Direcionado aos Gestores do Fundo PERPU........................ix


Apêndice 2. Guião de Entrevista Direcionado aos Mutuários Beneficiários..............................x
Apêndice 3. Beneficiário do Fundo PERPU nas suas atividades Normais..............................xii
Apêndice 4. Banca de um dos Beneficiários das Praia da Barra..............................................xii
Apêndice 5. Beneficiário do Fundo de Fronte a Sua Banca...................................................xiii
Apêndice 6. Beneficiário do Fundo do Bairro Conguiana......................................................xiii

Lista de Anexos
v

Anexo 1. Localização geográfica da Cidade de Inhambane.....Error! Bookmark not defined.

Lista de Siglas e Abreviaturas


vi

CMCI - Conselho Municipal da Cidade de Inhambane


DL - Desenvolvimento Local
INEFP - Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional
MAE - Ministério da Administração Estatal
MITESS - Ministério do Trabalho Emprego e Segurança Social
NUIT - Número Único de Identificação Tributária
ODS - Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
OIT - Organização Internacional do Trabalho
PARPA - Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta
PERPU - Programa Estratégico de Redução da Pobreza Urbana
SDAE - Serviços Distritais das Actividades Económicas

Dedicatória

Dedico este trabalho aos


meusFilhos………………………………………………………………………………………
vii

…………………………………………………………………………………………………
……..

Agradecimentos
viii

Agradeço em primeiro lugar a Deus, pela Saúde e força que me fornece em todos os dias da
minha vida.

Aos meus filhos por terem sido o alicerce para que eu continuasse a minha formação,
proporcionando-me motivação e energias positivas para alcance dos meus objectivos
acadêmicos.

Aos meus colegas do Curso da Contabilidade e Auditoria, pela força e partilha de


conhecimento durante osanos de formação.

Aos meus colegas do Serviço pela força e ajuda por eles proporcionado durantes estes anos da
formação.

Aos Docentes, pela transmissão de conhecimento e em especial ao meu Supervisor dr.


Adelino Contronhar Ramos, pela paciência e contributo que me prestou na execução deste
trabalho.

Pode citar outros elementos para agradeceres se assim convier

Resumo
ix

O presente estudo tem como tema, a Avaliação dos Factores que Contribuem para o Fraco
Reembolso do Fundo de Programa Estratégico de Redução da Pobreza Urbana (PERPU):
Caso do Município de Inhambane entre 2013 – 2016 e teve como o objetivo principal avaliar
os factores que contribuem para o fraco Reembolso do Fundo do Programa Estratégico de
Redução da Pobreza Urbana (PERPU), no Município de Inhambane entre 2013 a 2016. Foi
utilizado o método indutivo e uma forma de abordagem de problema mista (qualitativa e
quantitativa), os dados foram colhidos junto ao gestor do fundo PERPU e de alguns mutuários
selecionados de forma aleatória durante o mês de Maio de 2017 e foram posteriormente
analisados com suporte dos pacotes Microsoft Excel 2010, pela confecção de gráficos e
tabelas que permitiram a facilidade de análise dos dados e bem como o Microsoft Word2010,
que facilitou a tabulação dos dados. Concluiu-se com o estudo que o desvio de aplicação do
financiamento, fraca capacidade de gestão aliada a pouca experiência na condução de
negóciosconstituem dentre tantos, os factores preponderantes para o fraco reembolso do fundo
PERPU.

Palavras-chaves: Financiamento, Mutuários, Desenvolvimento Local, Pobreza Urbana.


Índice

CAPITULO I. INTRODUÇÃO 1

1.1. Contextualização do Tema.............................................Error! Bookmark not defined.

1.2. Objectivos.........................................................................................................................3

1.2.1. Geral..........................................................................................................................3

1.2.2. Específicos.................................................................................................................3

1.3. Justificativa.......................................................................................................................3

1.4. Problematização...............................................................................................................4

1.5. Hipóteses........................................................................Error! Bookmark not defined.

CAPITULO II. REVISÃO DA LITERATURA Error! Bookmark not defined.

2.1. Pobreza Urbana..............................................................Error! Bookmark not defined.

2.2. Desenvolvimento Sustentável Local................................................................................7

2.3. Programa Estratégico de Redução da Pobreza Urbana....................................................8

2.3.1 Objectivos do PERPU...............................................Error! Bookmark not defined.

2.3.2. Procedimentos para a execução dos Recursos.........Error! Bookmark not defined.

2.3.3. Linhas de Financiamento do PERPU.......................Error! Bookmark not defined.

2.3.4. Taxas de Juros..........................................................Error! Bookmark not defined.

2.3.5. Papel do Conselho Municipal, da Assembleia Municipal e do Conselho Consultivo


no Processo........................................................................Error! Bookmark not defined.

2.3.6. Mecanismos de Reembolso.....................................Error! Bookmark not defined.

2.4. Financiamento dos Projectos............................................................................................9

2.5. Conceitos Básicos...........................................................Error! Bookmark not defined.

CAPITULO III. METODOLOGIA 4

3.1. Caracterização da Pesquisa............................................................................................11

3.2. Fases de Realização da Pesquisa....................................................................................12


CAPITULO IV. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISSCUSSAO DOS RESULTADOS
1

4.1. Localização Geográfica da Cidade de Inhambane.........................................................15

4.2. O Processo de Concessão de Crédito para os Mutuários do PERPU.............................16

4.3. Perfil dos Mutuários Beneficiários do PERPU em Inhambane......................................19

4.4. Factores que contribuem para o fraco reembolso do fundo do PERPU no Município de
Inhambane.............................................................................................................................21

CAPITULO V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO 24

5.1. Conclusões.....................................................................................................................24

5.2. Recomendações..............................................................................................................25

CAPITULO VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 26


Avaliação dos Factores que Contribuem para o Fraco Reembolso do Fundo de Programa Estratégico de Redução
da Pobreza Urbana (PERPU): Caso do Município de Inhambane entre 2015-2017

CAPITULO I. INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização do Tema em estudo

Nos últimos anos, Moçambique tem vindo a registar um clima de estabilidade


macroeconómica o que tem propiciado um crescimento económico e um desenvolvimento
social notável. No tocante ao desenvolvimento social, por parte do governo tem se criado
programas de desenvolvimento sustentável conjuntamente com parceiros internos e externos
de modo a fazer face a um dos grandes desafios do Milênio, a redução da pobreza absoluta.
No domínio do combate à pobreza, que afecta ainda uma vasta da população Moçambicana, o
Governo tem estado a implementar o Plano de Acção para a Redução da Pobreza Absoluta
(PARPA).

O Governo tem dado e continuará a dar prioridade ao desenvolvimento rural, através de


políticas de descentralização e de financiamento de iniciativas de promoção do emprego,
produção de comida e de geração de rendimento. O Governo criou o Programa Estratégico de
Redução da Pobreza Urbana doravante designado por PERPU, cuja as acções dizem respeito
à melhoria das condições de vida da população pobre através do aumento do emprego e do
fortalecimento da protecção social.

De entre os domínios chave de intervenção dos PARPA’s salientam-se o investimento no


capital humano, o desenvolvimento de infraestruturas básicas e da agricultura, o
fortalecimento institucional do quadro legal e do clima de paz e segurança.

Desta feita o presente trabalho visa avaliar os factores que irão contribuir para o fraco
reembolso do fundo do Programa Estratégico de Redução da Pobreza Urbana (PERPU) no
município de Inhambane entre 2015 a 2017.

Para a materialização do trabalho de pesquisa do tema em análise, estará estruturado em Sete


(7) capítulos sendo:

Capitulo I – abordada a Introdução onde se apresenta o tema, a relevância do mesmo,


identifica-se a questão orientadora da pesquisa, justifica-se a escolha do tema e define-se os
objectivos;

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da Pobreza Urbana (PERPU): Caso do Município de Inhambane entre 2015-2017

Capítulo II – apresenta o marco teórico do trabalho ou seja a Revisão Bibliográfica onde


aborda os conteúdos do trabalho.

Capitulo III – aborda a Metodologia aplicada na pesquisa, o tipo de pesquisa, a amostra


estudada, os instrumentos de recolha dos dados, a forma de análise e interpretação dos
resultados.

Capitulo IV- detêm na apresentação da empresa o objecto deste estudo; Capitulo V-


Apresentação dos Resultados de pesquisa que consiste na avaliação dos dados colectados,
interpretação dos mesmos.

Capitulo VI – Discussão dos Resultados de pesquisa; Capitulo VII- Serão apresentadas as


conclusões e considerações finais do estudo e perspectivas futuras para o pesquisador, o
Conselho Municipal da Cidade de Inhambane (CMCI) e aos estudantes da Universidade
Mussa Bin Bique (UMBB).

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da Pobreza Urbana (PERPU): Caso do Município de Inhambane entre 2015-2017

1.2. Objectivos

1.2.1. Geral
 Avaliar os Factores que Contribuem para o Fraco Reembolso do Fundo do Programa
Estratégico de Redução da Pobreza Urbana (PERPU), no Município de Inhambane
entre 2015 a 2017.

1.2. 2.Específicos

 Conhecer o perfil dos mutuários para a concessão do crédito;


 Identificar o número de mutuários beneficiados, bem como o comportamento do
reembolso por parte destes durante o período em análise; e
 Descrever os factores que contribuem para o fraco reembolso do fundo do PERPU no
município de Inhambane;
 Demonstrar os níveis de reembolso do fundo do PERPU no período de 2015 a 2017.

1.3. Justificativa
Os Governos Municipais tem implementado o Programa Estratégico de Redução da Pobreza
Urbana, designado PERPU, com vista a Redução da Pobreza Absoluta que assola a grande
parte da população Moçambicana e desta forma contribuir para o alcance dos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Este fundo destinará a apoiar pessoas economicamente pobres sem possibilidade de acesso a
crédito no sistema financeiro formal. Quando são aprovados os projectos e a estes alocados os
recursos, servem de instrumento de promoção das actividades socio-económicas orientadas
para a produção de comida e criação de emprego, propiciando a captação de rendimentos por
parte das comunidades locais.

É olhando para a importância que este programa representará para a escolha do presente tema,
o PERPU irá desenvolver os munícipes da cidade de Inhambane, através da facilidade de
criação de auto-emprego que consequentemente influenciará directamente no
desenvolvimento do Município.

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da Pobreza Urbana (PERPU): Caso do Município de Inhambane entre 2015-2017

1.4. Problematização

No âmbito da implementação do PERPU, programa levado a cabo pelo Conselho Municipal


da Cidade de Inhambane (CMCI) visando atribuição de financiamentos rotativos à pessoas
com uma fraca capacidade econômica, e sem possibilidade de acesso a crédito no sistema
financeiro formal que queiram criar uma fonte de renda sustentável a médio longo prazo.
Referir que este financiamento desembolsado é, por conseguinte passível de reembolso com
taxas adicionais de juro e em parcelas consideradas justas e ao alcance dos mutuários. Porém,
tem se reportado uma falta de seriedade na grande parte de mutuários beneficiados pelo fundo
de PERPU caracterizada pelo não reembolso aliado ao desvio de aplicação deste valor.

Olhando para a característica deste fundo “Rotatividade”, ou seja, o seu reembolso beneficia
aos futuros mutuários, aliada ao incumprimento cíclico da palavra por parte dos mutuários
dificultando deste modo a continuação do ciclo de concessão de crédito surge à pergunta de
partida que irá nortear a presente pesquisa:

 Que factores contribuem para o fraco reembolso do fundo do Programa Estratégico


de Redução da Pobreza Urbana (PERPU) no município de Inhambane?

1.5. Hipóteses
H0–A falta de experiência na condução de negócio constitui um dos factores que contribui
para o fraco reembolso do fundo do PERPU, uma vez que se torna impossível fazer uma
gestão eficaz de modo a gerar receita capaz de suprir as necessidades de reembolso;

H1–A falta de experiência na condução de negócio não constitui um dos factores que
contribui para o fraco reembolso do fundo do PERPU, uma vez que não obstante este facto os
mutuários conseguem gerar receita suficiente para suprir as necessidades de reembolso,
porém não o fazem por falta de interesse.

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CAPÍTULO II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A pobreza por ser um fenómeno multidimensional, o PARPA II (2006) considera não existir
indicador capaz de captar todas as vertentes, remetendo-nos ao uso de vários indicadores que
captam as vertentes principais de pobreza através de múltiplas abordagens.

A situação da pobreza em Moçambique, segundo o Inquérito dos Agregados Familiares citado


na obra de MAÚSSE (2009) representa uma prevalência de 69,4% ou seja dois terços da
população do país se encontrava abaixo da linha da pobreza. O mesmo indica uma acentuada
situação nas zonas rurais, com mais de 71,2% que nas urbanas, estimada em cerca de 62,0%.

Para o Programa Estratégico de Redução da Pobreza Urbana (PERPU) (2010) a pobreza


resulta de uma combinação de factores, tais como a incapacidade da economia de gerar postos
de emprego suficientes e de criar condições de vida decente; a expansão demográfica não
acompanhada de provisão de infra-estruturas e serviços básicos.

Segundo Ministério da Função Pública (2004) citado por PERPU (2010) refere que dados dos
Censos de 1997 e 2007 indicam que a população urbana no país aumentou ligeiramente entre
estes dois períodos, tendo passado de 29% em 1997 para 29,8% em 2007 (INE, 2009). A
pobreza urbana registou uma redução de cerca de 11% entre 1996-97 e 2002-03, tendo
passado de 62,0 para 51,5%, respectivamente.

Para MAXIMIANO et al. (2005) a demografia, educação, emprego e fontes de rendimento


constituem factores determinantes para o desenvolvimento da pobreza Urbana. Estudos
indicam que o tamanho do agregado familiar apresentada numa relação negativa com o
consumo real per capital, o que significa que quanto maior for o tamanho do agregado
familiar, que muitas das vezes é devido a maior número de crianças, o nível de bem-estar
dessa família é baixa.

(Maximiano, et al, 2005) Os resultados da análise da dinâmica dos determinantes da pobreza


nas zonas urbanas, indicam que quanto maior for o tamanho do agregado familiar, que muitas
vezes é devido ao maior número das crianças, o nível de bem - estar dessa família é baixo, ou
seja, as famílias apresentam em média maior número de membros. Também é notória a
importância de educação da mulher no bem-estar familiar comparado com a educação do
homem, é obvio que os retornos para o nível máximo da educação são maiores quanto mais
elevados for nível académico/formação.

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da Pobreza Urbana (PERPU): Caso do Município de Inhambane entre 2015-2017

No que concerne à educação, as variáveis para adultos femininos alfabetizados e adultos


masculinos alfabetizados são modelados separadamente por grandes cidades e pequenas
cidades. Os resultados mostram que a variável para adulto feminino alfabetizado é fortemente
positiva e significativa nas grandes e pequenas cidades, sendo que a variável para o adulto
masculino alfabetizado é não significativa para ambas (negativa para as grandes cidades e
positiva para as pequenas).

Este resultado mostra mais uma vez a importância da educação da mulher no bem-estar
familiar comparado com a educação do homem. As variáveis de número de adultos
empregues no sector agrícola, número de adultos empregues em outros sectores, número de
adultos masculinos alfabetizados empregues no sector industrial são positivas e significativas.
No bloco das grandes cidades o número de adultos empregue em outros sectores é positivo e
altamente significativo.

Segundo OAKLEY & GERFORTH, citados por MAÚSSE (2009), O processo de


Desenvolvimento Local (DL) pode assumir diversas formas e objectivos, como:

 A introdução de novas ideias num sistema social de modo a aumentar o rendimento


por capital e o nível de vida, através de métodos modernos de produção de uma
melhor organização social;
 Transição total de uma sociedade tradicional ou pré-moderna para os tipos de
tecnologia e respectiva organização social que caracterizam os países avançados
estáveis do mundo ocidental;
 A evolução da população de modo a que esta possa construir um futuro para si
próprio. É uma experiência de liberdade na decisão daquilo que a população deseja
fazer.

Prosseguindo OAKLEY & GERFORTH citados por MAÚSSE (2009) o desenvolvimento


deve conter três aspectos fundamentais distintos:

 O económico que consiste no desenvolvimento da base económica ou produtiva de


qualquer sociedade, que produzirá os bens e materiais necessários para a vida.
 O social que proporcionará uma gama de facilidades e serviços sociais (isto é, saúde,
educação, acesso à água potável, assistência, e mais) relativas às necessidades não
produtivas duma sociedade e,

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da Pobreza Urbana (PERPU): Caso do Município de Inhambane entre 2015-2017

 O humano que consiste na evolução das próprias populações quer individual quer
colectivamente, para que estas realizem as suas potencialidades e talentos e,
desempenhem um papel construtivo na transformação da sua sociedade.

2.1. Conceituação

Segundo o PARPA II (2006) para Moçambique o conceito apropriado de pobreza é a


impossibilidade por incapacidade, ou por falta de oportunidade de indivíduos, famílias e
comunidades de terem acesso as condições mínimas, segundo as normas básicas da sociedade;
uma evolução do PARPA I (2001) que definiu a pobreza como sendo uma incapacidade dos
indivíduos para si e seus dependentes um conjunto de condições mínimas para a sua
subsistência e bem-estar, segundo as normas da sociedade.

Segundo PERPU (2010:03) a Pobreza Urbana é a falta de rendimentos necessários para a


satisfação das necessidades básicas de indivíduos, famílias e comunidades residentes nas
zonas urbanas.

2.2. Desenvolvimento Local

Desenvolvimento Local (DL) para MAÚSSE (2009) é a satisfação das necessidades básicas
das populações, sobretudo naquelas que vivem nas zonas rurais, pois ele, encontra-se ligado
mais directamente às formas de acção ou intervenção que influenciam o processo global de
mudança social.

A condição básica para se alcançar o desenvolvimento é o crescimento económico. Portanto,


desenvolvimento, visto numa perspectiva económica é a existência de crescimento económico
em ritmo superior ao crescimento demográfico, envolvendo mudanças de estrutura e melhoria
dos indicadores económicos, sociais e ambientais (SOUSA, 2009).

Os pontos de estrangulamento ao desenvolvimento presentes nas economias dos países pobres


ou em vias de desenvolvimento, dentre outros são: a existência de instituições públicas
excessivamente burocratizadas; politicas governamentais inadequadas; excessiva dependência
do capital estrangeiro e o desinteresse pelas actividades económicas de resultado a longo
prazo, como a agricultura (SOUSA, 2009).

O desenvolvimento local nasceu como resposta à situação precária em que se encontravam os


membros de certos agregados humanos, portanto, o desenvolvimento comunitário surge com a

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criação e estabelecimento de programas de melhoramento da qualidade de vida da população


pobre, principalmente a camponesa (JEMUSSE, 2014).

Segundo MAÚSSE (2009), O processo de Desenvolvimento Local (DL) pode assumir


diversas formas e objectivos, como:

 A introdução de novas ideias num sistema social de modo a aumentar o


rendimento per capita e o nível de vida, através de métodos modernos de produção
de uma melhor organização social;
 Transição total de uma sociedade tradicional ou pré-moderna para os tipos de
tecnologia e respectiva organização social que caracterizam os países avançados
estáveis do mundo ocidental;
 A evolução da população de modo a que esta possa construir um futuro para si
próprio. É uma experiência de liberdade na decisão daquilo que a população deseja
fazer.

Prosseguindo OAKLEY & GERFORTH citados por MAÚSSE (2009) o desenvolvimento


deve conter três aspectos fundamentais distintos:

 O económico que consiste no desenvolvimento da base económica ou produtiva de


qualquer sociedade, que produzirá os bens e materiais necessários para a vida;
 O social que proporcionará toda uma gama de facilidades e serviços sociais (isto é,
saúde, educação, acesso à água potável, assistência, e mais) relativas às
necessidades não produtivas duma sociedade; e
 O humano que consiste na evolução das próprias populações quer individual quer
colectivamente, para que estas realizem as suas potencialidades e talentos e,
desempenhem um papel construtivo na transformação da sua sociedade.

2.3. Programa Estratégico de Redução da Pobreza Urbana

Programa Estratégico de Redução da Pobreza Urbana (PERPU) é um programa que apresenta


um conjunto de acções que conduzem à melhoria das condições de vida da população pobre,
através do aumento doemprego e do fortalecimento da protecção social. Ou seja, este é um
programa adicionalàs várias actividades já previstas para a redução da pobreza nos demais
instrumentos digestão pública e Este programa apresenta um conjunto de acções que

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conduzem à melhoria das condições de vida da população pobre, através do aumento do


emprego e do fortalecimento da protecção social (PERPU, 2010).

2.4. Financiamento dos Projectos

Segundo MIGUEL (2006) a uma interdependência entre decisões de investimento e de


financiamento é relativa. O promotor de um projecto de investimento deve, em primeiro
lugar, certificar-se se o mesmo é rentável (ou não), antes de entrar em linha de conta com
considerações sobre o modo de financiamento. Em condições de solvabilidade viáveis, quanto
maior for a parcela de financiamentos externo maior será a rentabilidade do projecto, em
virtude dos encargos financeiros decorrentes permitirem uma economia fiscal. Segundo o
mesmo autor o financiamento das actividades produtivas é efectuado em função de um
programa financeiro e segue duas etapas distintas:

 Na primeira definem-se as necessidades financeiras que permitem a realização das


diferentes operações em vista;
 Na segunda selecionam-se os processos de financiamento mais adequados, para
responder as necessidades inventariadas.

A boa gestão por parte do mutuário exige que se pratique o principio da racionalidade
econômica, isto é, que os objetivos sejam alcançados pelos meios mais econômicos possíveis.

Conforme afirma BRESSER-PEREIRA (2008), financiamento e desenvolvimento são duas


palavras naturalmente ligadas. A atividade empresarial, seja ela privada ou pública, depende
diretamente da possibilidade de financiamento. Podemos dizer que quando o investimento é
equivocado, ou seja, quando os cálculos não são bem feitos, ou quando há desperdícios, tal
empréstimo pode levar a empresa à ruína. O autor afirma que o financiamento será causa de
subdesenvolvimento ao invés de desenvolvimento se os recursos emprestados por um país
forem utilizados para consumo e não para investimento.

2.5 Descentralização

A Desconcentração é o sistema em que o poder decisório se reparte entre o superior e um ou


vários órgãos subalternos, os quais, todavia, permanecem, em regra, sujeitos à direcção e
supervisão daquele.

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A Desconcentração traduz-se num processo de descongestionamento de competências,


conferindo-se a funcionários ou agentes subalternos certos poderes decisórios, os quais numa
administração concentrada estariam reservados exclusivamente ao superior. A principal razão
pela qual se desconcentram competências consiste em procurar aumentar a eficiência dos
serviços públicos. Por outro lado, há quem contraponha a estas vantagens da desconcentração
certos intervenientes: em primeiro lugar, diz-se, a multiplicidade dos centros decisórios pode
inviabilizar uma actuação harmoniosa, coerente e concertada da Administração; e mais.

Para BUARQUE (2004) DL é um processo endógeno de mudança, que ao dinamismo


económico e à melhoria da qualidade de vida da população em pequenas unidades territoriais
e agrupamentos humanos.

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CAPITULO III. METODOLLOGIA

Este capítulo será de total importância, pois, detalha os procedimentos metodológicos


utilizados para atingir a meta da pesquisa, desde a concepção do tema, preparação do projecto
e dos instrumentos de pesquisa; trabalho do campo; análise, tratamento e interpretação de
dados, até a redacção do relatório final.

Segundo MARCONI & LAKATOS (2003) o metodologia é o conjunto das atividades


sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo,
conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando as decisões do cientista.

Segundo GIL (2008) pode-se definir metodologia como caminho para se chegar a
determinado fim. E método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e
técnicos adotados para se atingir o conhecimento. Para MARCONI & LAKATOS (2003) esta
é a parte fundamental para a elaboração de projectos, pois explica de forma minuciosa,
detalhada, rigorosa e exacta toda acção a ser desenvolvida no método de trabalho de pesquisa.

3.1. Caracterização da Pesquisa


O presente estudo quanto ao objetivo será do tipo levantamento de campo. A pesquisa de
levantamento adopta um comportamento semelhante ao que se verifica na pesquisa
exploratória, com a diferença de que se faz interrogações diretamente as pessoas, cujo
comportamento se deseja conhecer. As pesquisas exploratórias têm como principal finalidade
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de
problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.

Habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não


padronizadas e estudos de caso (GIL, 2008).

E pesquisa de campo é aquela que colecta dados primários, ou seja, aqueles obtidos
diretamente na fonte, independentemente se o tipo de abordagem é qualitativo ou quantitativo,
o campo tem um sentido genérico: pode ser laboratório, escola, hospital ou uma lavoura
(MARQUES et al., 2006).

E quanto aos procedimentos técnicos será de natureza bibliográfia acoplada à pesquisa


documental uma vez que os dados relevantes da pesquisa serão retirados dos relatórios
existentes no Município.
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Para GIL (2002) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos
seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.

E a característica da pesquisa documental é que a fonte de colecta de dados está restrita a


documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias (MARCONI
& LAKATOS, 2003).

Fontes documentais são capazes de proporcionar ao pesquisador dados em quantidade e


qualidade suficiente para evitar a perda de tempo e o constrangimento que caracterizam
muitas das pesquisas em que os dados são obtidos diretamente das pessoas (GIL, 2008).

O trabalho basear-se-á no método indutivo como forma de abordagem do problema


quantitativa e qualitativa, o que significa que uma parte dos dados traduz-á em números.

Para MARCONI & LAKATOS (2003) indução é um processo mental por intermédio do qual,
partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou
universal, não contida as partes examinadas.

Quanto ao local de Estudo é classificada como in situ ou em campo, pois ocorrerá no próprio
local onde o problema se manifestou. Não há controle efetivo de todas as variáveis e esteve
sujeita às variáveis do próprio local.

3.2. Fases de Realização da Pesquisa

A pesquisa decorrerá em 3 fases que a seguir se apresentam descritas:

Fase 1: Preparação de Trabalho de Campo

A preparação do trabalho de campo iniciará com a pesquisa bibliográfica sobre o tema em


estudo, que consistirá no levantamento da máxima informação possível concernente aos
fundos rotativos para financiamento de iniciativas de desenvolvimento local, referir que esta
informação será obtida de diversas fontes nomeadamente, livros, artigos científicos,
dissertações, teses, publicações, manuais e legislação. Estes materiais estarão em formato
físico e eletrônico.

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da Pobreza Urbana (PERPU): Caso do Município de Inhambane entre 2015-2017

Para ROMEIRO et al. (2013) pesquisa bibliográfica é a busca sistemática de conhecimento


sobre o assunto, do que já existe, o que os diferentes autores já discutiram, propuseram ou
realizaram. Elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros,
artigos periódicos e atualmente, com material disponibilizado na Internet.

O acto da recolha de dados no campo materializar-se-á através da elaboração e uso de


instrumento de recolha de dados a seguir:

Segundo Marcanho & Lakatos (2003:195) Entrevista é um encontro entre duas pessaos, a fim
de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma
conversação de natureza profissional. É um processo utilizado na investigação social, para a
coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social.

Guião de Entrevista - que será dirigida ao Gestor do PERPU sobre o processo da


implementação, desde a seleção do projecto até o reembolso do fundo pelo mutuário, conflito
de interesse na atribuição do fundo, intervalo monetário em termos de financiamento e o
intervalo temporal permitido para a devolução do crédito. .

Também será direcionado um guião de entrevista constituído basicamente por perguntas


mistas aos mutuários do sexo Masculino e feminino com idade compreendida entre 18 a 40
anos selecionados de forma aleatória, no sentido de perceber os principais constrangimentos e
análise feita por estes a respeito do PERPU. Para GIL (2008), entrevista é a técnica em que o
entrevistador se apresenta frente ao entrevistado e lhe fórmula perguntas com o objetivo de
obtenção de dados que interessam a investigação.

Para a pesquisa documental no CMCI referente ao nível de reembolso no período em análise,


o instrumento de colecta foram os relatórios lá encontrados, onde aparece toda a informação
concernente ao processo de concessão de crédito e reembolso de crédito.

Fase 2: Realização do Trabalho de Campo


a) Descrição do Local de Estudo:

Nesta fase, irá cacterizar o local de trabalho onde será desenvolvido o trabalho de pesquisa.

b) Dados de Pesquisa

Os dados e informações necessárias para a realização do estudo serão obtidos através de


entrevistas estruturadas como parte dos mutuários selecionados de maneira aleatória bem
como gestor do PERPU funcionário do CMCI num periodo determinado. Os dados

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bibliográficos serão colectados de forma organizada e previamente planeada compostas por


artigos científicos publicados em revistas especializadas e periódicos, dissertações, teses,
publicações e livros.

c) Amostragem

Segundo LAKATOS & MARCONI (2003), universo ou população é o conjunto de seres que
apresentam uma característica em comum. E a amostra é uma parcela, convenientemente,
seleccionada do universo.

Nesta perspectiva, irá ter como população todos os mutuários beneficiados pelo PERPU nos
anos em análise no município de Inhambane e como Amostra um número de 30 seleccionados
de probabilística aleatória. Referir que nas amostragens probabilísticas, os elementos em
estudo tem a mesma chance se serem escolhidos.

Fase 3: Análise e Discussão dos Resultados

A premissa fundamental de uma pesquisa é construir e ampliar conhecimentos e deve ser


conduzida de maneira que os seus resultados possam responsavelmente contribuir para uma
melhor compreensão do objecto ou fenômeno investigado (ROCHA, 2007).

Será utilizado para a análise dos dados o software estatístico Microsoft Excel 2010, onde após
o processamento dos dados colhidos, estes serão apresentados em forma de gráficos de barras,
tabelas de modo a melhor facilitar a compreensão dos resultados. Posteriormente serão
compilados juntamente com os dados obtidos da pesquisa bibliográfica utilizando o pacote
Microsoft Word, pois facilitará a melhor digitalização e leitura de forma simples e sintética da
informação processada.

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CAPÍTULO IV. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISSCUSSÃO DOS RESULTADOS

4. Breve historial da Cidade de Inhambane

Inhambane é uma das cidades mais antigas da África Austral, construída pelos Portugueses
como entreposto comercial em 1535. O seu nascimento, remota de 1498, aquando de Vasco
da Gama chega à Baía de Inhambane. O facto de a população local ter colaborado com gesto
de boa-fé, levou a que fosse designado por “Terra de Boa Gente”, MAE (2014).

4.1.Divisão Administrativa

O Município da Cidade de Inhambane é composto por 24 bairros, nomeadamente: Chalambe


1, Chalambe 2, Liberdade 1, Liberdade 2, Liberdade 3, Muelé 1, Muelé 2, Muelé 3,
Guitambatuno, Malembuane, Mucucune, Marrambone, Chamane, Salela, Machavenga,
Siquiriva, Josina Machel, Conguiana, Nhamúa, Ilha de Inhambane, Balane 1, Balane 2,
Balane 3. A zona urbana abrange o Bairro Central e toda a parte da cidade cimento, MAE,
(2014).

4.1..Localização Geográfica da Cidade de Inhambane

O município de Inhambane situa-se na região Sul de Moçambique, na parte sudeste da


província de Inhambane, a aproximadamente 460 km ao norte da cidade de Maputo, capital
moçambicana; a 260 km ao norte de Xai-Xai e a 740 km ao sul da cidade da Beira (BILÉRIO,
2007:22).

De acordo com NHANTUMBO (2007:16), o município da cidade de Inhambane encontra-se


localizado na região sul de Moçambique e ocupa uma parte da zonacosteira da província de
Inhambane. Situa-se entre as latitudes 23º 45’50” (Penínsulade Inhambane) e 23o58’15” (Rio
Guiúa) Sul, e as longitudes 35º 22’12” (PontaMondela) e 35º 33’20” (Cabo Inhambane) Este,
cobrindo uma parte continental e duas ilhas.

A norte, a cidade de Inhambane limita-se com o oceano indico, a sul com o distrito de
Jangamo, a este com o oceano Indico e a oeste com o distrito da Maxixe 1. Vide o
enquadramento Geográfico no anexo 1.

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PLANO Municipal de Gestão Ambiental do Município de Inhambane
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Fonte: Serviços Provinciais de Geografia e Cadastro de Inhambane, 2018.

4.2. O Processo de Concessão de Crédito para os Mutuários do PERPU

O processo de concessão de crédito do fundo PERPU no Município de Inhambane, decorre


em conformidade com o estipulado pelo manual de procedimentos legalmente instituído pelo
MAE, onde o Município de Inhambane anualmemente, recebe um financiamento total na
ordem de 8.995.000,00 Mtn destinado a execução de actividades com objetivo de aumentar as
oportunidades de emprego, melhorar o ambiente de negócios, os níveis de empregabilidade da
mão-de-obra e melhorar o sistema de protecção social básico nos mais variados bairros
existentes nomeadamente Chalambe, Liberdade 1, Liberdade 2, Liberdade 3, Muelé 1, Muelé
2, Muelé 3, Guitambatuno, Malembuane, Mucucune, Marrambone, Chamane, Salela,
Machavenga, Siquiriva, Josina Machel, Conguiana, Nhamua, Ilha de Inhambane, Ilha
Pequena, Balane 1, Balane 2 e Balane 3.
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Segundo funcionário do Município da Cidade de Inhambane, Mestrado em Gestão Pública e


actual Gestor do Fundo PERPU Senhor Buramo, para o Município de Inhambane o processo
se inicia a nível da célula dos bairros, onde os potenciais Mutuários, tomam conhecimento
desta iniciativa e são convidados a submeter os seus projectos a nível local.

Segundo o mesmo, o financiamento disponibilizado no âmbito do PERPU destina-se,


prioritariamente a apoiar pessoas pobres, mas economicamente activas e que não têm acesso
ao crédito bancário e outro tipo de crédito concedido por instituições financeiras formais. Este
grupo de pessoas inclui jovens, mulheres chefes de agregados familiares, incluindo viúvas,
pessoas empreendedoras, em geral, com prioridade para os sem acesso ao financiamento
formal e pessoas portadoras de deficiência, mas com a capacidade de trabalhar.

O gestor adiantou ainda que, os critérios de elegibilidade são organizados em duas categorias
a seguir descritas:

Para Singulares, os mesmos devem ser residentes no território do Distrito Municipal onde
pretende implementar o projecto e confirmado pelas autoridades locais (Secretários dos
Bairros); devem possuir nacionalidade moçambicana; devem ser considerados idóneos pelas
autoridades administrativas e comunitárias locais; ter idade não inferior a 18; e devem possuir
o NUIT.

Para Associações, estas devem estar legalmente registadas e com uma estrutura de
organização e gestão consolidada observável a partir do núcleo central dos membros das
associações, os membros das associações devem ser residentes no território do Distrito
Municipal onde se pretende implementar o projecto, confirmada pelas autoridades locais, as
associações devem operar no Distrito Municipal onde se pretende implementar o projecto, as
associações devem ser constituídas por cidadãos nacionais e possuir o NUIT.

Logo após a submissão do pedido de crédito através do projecto, o Conselho Consultivo


Local, responsabiliza-se pela aprovação dos Projecto mediante a triagem técnica do Projecto,
apreciação do local onde será executado, estudos de viabilidade e parecer em nível das
estruturas locais.

O conselho consultivo local é o órgão que delibera a aprovação do projecto e é composto por
54 membros dentre os quais por 2 residentes (representantes de cada bairro) e todas as
estruturas do Bairro.

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Segundo o gestor do PERPU, para que o projecto seja aprovado, estes devem ser identificados
pelas comunidades, priorizados e aprovados pelos Conselhos Consultivos Distritais
Municipais, ter origem nos Bairros e ter a primeira apreciação a este nível antes de
transitarem para os Conselhos Consultivos de escalão superior, ser implementados no
território do Distrito Municipal, os proponentes dos projectos devem ter domicílio no Distrito
Municipal devem privilegiar o uso sustentável dos recursos locais (humanos materiais e
naturais).

Questionado sobre a existência de conflitos de interesse no acto de aprovação do projecto, o


Gestor afirmou que devido à estrutura do bairro dispor de autonomia na escolha dos projectos
que devem passar para o escalão superior, há sempre conflito de interesse, e vem se
envolvendo todos os actores neste processo no sentido de se colmatar este fenómeno.

Em termos de submissão de projectos, tem - se registado mais homens que mulheres neste
acto (vide o gráfico 1 na página 23), embora esteja claro no manual de procedimentos que este
género disponha de uma certa prioridade.

Segundo o Gestor do PERPU, o Município desenha um plano anual de beneficamente dos


mutuários, mas nem todos os anos a meta é atingida, a média anual estimada de beneficiários
é de 200 mutuários em todos os Bairros do município de Inhambane.

A mesma fonte referiu que com vista a assegurar o maior número possível de beneficiários,
são fixados os limites máximos indicativos de financiamento por categoria de actividade. As
taxas de juro a aplicar para todos os projectos financiados no âmbito do Programa variam nos
extremos de 3 a 7 por cento sobre o montante concedido de acordo com a natureza do
projecto. Os Conselhos Municipais, em conformidade com as condições específicas de cada
Município, em alguns casos procedem ajustamentos pontuais.

O Gestor adiantou ainda que nem sempre o fundo pedido pelo mutuário é o desembolsado,
visto que em muitos casos os mutuários criam projectos idealizados, e não há honestidade dos
mutuários em planificar e descrever a área de produção correctamente. Havendo casos
comprovados em que os mutuários fazem a cópia integral dos projectos já desenhados, mas
em outros contextos, e com falsos orçamentos facto que leva ao conselho consultivo local
solicitar a reformulação do projecto tendo em conta os dados reais.

De modo a maximizar as chances de devolução do fundo alocado para o PERPU, o município


conta com a parceria de alguns instituições como Serviços Distritais das Actividades
Económica (SDAE), INEFP e Direcção Provincial de Indústria e Comercio, onde em
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colaboração, os mutuários passam por uma formação em matérias ligadas a gestão de modo a
reduzir as dificuldades na execução da actividade.

Segundo o gestor apesar dos esforços neste sentido, o nível de reembolso continua a não ser
satisfatório, e chegando-se a pensar na adopção de medidas coercivas em detrimento da
sensibilização aos mutuários como vem sendo feito.

Constitui tarefa dos técnicos da área de fiscalização do Município, a realização da monitoria e


avaliação 3 vezes por semana entre os diferentes Bairros da cidade, mediante o plano de
monitoria previamente definido. Contudo esta actividade não se mostra eficiente, uma vez que
os técnicos não têm um meio circulante disponível a todo o momento o que torna esta
actividade não muito abrangente principalmente para os bairros mais distantes.

4.3. Perfil dos Mutuários Beneficiários do PERPU

Pelo gráfico 1 apresentado na página 24, nota-se que dentre os Mutuários entrevistados
grande parte são do sexo masculino 21 em detrimento do sexo feminino apenas 4, o que
reforça o posicionamento do Gestor do PERPU, segundo o qual refere que apesar das
mulheres disporem do privilégio, ainda continuam a não acederem ao crédito em grande
número. Segundo o Gestor isto se deve porque ainda prevalece o paradigma societário de que
o papel da mulher na comunidade abrange atividades não ligadas ao empreendedorismo de
grande vulto, aliado à hesitação de várias mulheres na contração deste empréstimo.

No entanto os Homens são mais ousados na contração deste crédito, deste o inicio do
Programa até então, houve uma maioria esmagadora de pedidos de contração de crédito por
parte dos homens em detrimento das mulheres.

O gestor do fundo perante este facto assumiu que há a necessidade de se fazer uma campanha
de base no sentido de fazer acreditar as próprias mulheres sobre o seu potencial e contributo
para o desenvolvimento do país. O município junto aos conselhos consultivos está a agora a
desenhar estratégias no sentido de envolver este actor chave para o desenvolvimento
sustentável.

Ainda no gráfico abaixo se pode observar que há maior numero de mutuários com um grau de
12ª Classe completo, facto que remete-nos a considerar a existência de mutuários com
potencial mínimo necessário para a gestão dos seus negócios. Houve uma unanimidade no
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ramo de actividade, onde todos os entrevistados beneficiários actuam no ramo de comércio de


bens e serviços básicos, facto que leva a crer que a grande parte dos Mutuários aloca estes
fundos para a prática do comércio.

Gráfico 1. Perfil dos Mutuários Entrevistados

Fonte: (Autora, 2018).

O gráfico 2 apresentado na página 26, mostraque todos os Mutuários tomaram conhecimento


da existência do financiamento do PERPU, através das autoridades locais dos bairros, facto
anteriormente referido pelo Gestor deste fundo, contudo pode-se olhar para este acto como o
catalizador de maior confiança e credibilidade da informação e leva os beneficiários a
comprometerem-se com a devolução dos fundos. E 50% dos Mutuários beneficiados, já
apresentavam um histórico na condução de negócios no ramo de comércio e, entretanto, um
dado negativo é que apenas 2 mutuários dos entrevistados conseguiram efectuar o reembolso
do financiamento de forma integra.Os 2 mutuários que conseguiram efectuar o reembolso de
maneira integra (Vide os Apêndice 3 e 5) e os que estão prestes a completar o pagamento,
apresentam um longa experiência no negócio de comércio, oque faz da experiência na
condução de negocio determinante no reembolso.

Nota-se também que grande parte dos Mutuários não conseguiu obter na totalidade o valor
solicitado no projecto(vide o gráfico2), facto que compromete o desenvolvimento dos seus
negócios com sucesso.

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Factos positivos e determinantes na execução do programa estão na facilidade de reunir a


documentação requerida, facilidade no desenho dos seus projectos e ainda a orientação no
desenho do projectoministrada pelos órgãos governamentais responsáveis pelo financiamento.

Gráfico 2.Experiência dos Mutuários Entrevistados com relação ao PERPU

Fonte:(Autora, 2018).

4.4. Factores que contribuem para o fraco reembolso do fundo do PERPU

Segundo o Gestor do Fundo PERPU, os relatórios de monitoria mostram que os reembolsos


não decorrem de maneira satisfatória (Vide a Tabela 2 na página 21), devido àfactores como
desvio de aplicação do montante projectizado, ou seja, os mutuários acabam levando o valor
pré-destinado para o projecto para os outros usos como, construção de casas, compra de bens
de consumo familiar e mais, falta de interesse em reembolso, falta de experiência na condução
de negócios e o outro factor que tem se mostrado comum é o não domínio da gestão de
pequenos negócios, muitos mutuários acabam se beneficiando do financiamento sem ter
noção do campo da atividade, bem como a situação actual do mercado.

O ano de 2015, mostrou-se o que menos reembolso obteve-se (Vide a tabela 2), isto deu-se
porque houve falência de mais da metade dos projectos financiados e também houve um
maior número de desvios de aplicação dos fundos, facto que incapacitou os mutuários de
garantir o reembolso dos mesmos. A dificuldade de transporte para o deslocamento
sistemático para o campo por parte dos técnicos de Monitoria e Avaliação esteve na origem

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deste facto, uma vez que muitos mutuários ficaram a acomodados e fizeram das suas com o
valor desembolsado.

Isto reforça o posicionamento de BRESSER-PEREIRA (2007), segundo o qual quando o


investimento é equivocado, ou seja, quando os cálculos não são bem feitos, ou quando há
desperdícios, tal empréstimo pode levar a empresa à ruína.

Conforme mostra a tabela 2 abaixo, os anos de 2015, 2016 e 2017 os valores de reembolso
mostram-se elevados, porém abaixo dos 50% desembolsados isto porque, foram os anos em
que as campanhas de sensibilização, monitoramento e avaliação foram insistentes, facto que
levou a um maior reembolso por parte de alguns dos Mutuários.

Tabela 1.Relação entre o Desembolso e o Reembolso do Fundo PERPU em Inhambane

Anos Desembolso (Mtn) Reembolso (Mtn) Diferença (Mtn)

2015 8.995.000,00 3.797.355,26 5.197.644,74


2016 8.995.000,00 1.971.675,29 7.023.324,71
2017 8.995.000,00 3.339.432,86 5.655.567,14

Total 26.985.000,00 9.108.463,41 17.876.536,59


Fonte: (Autora, 2018).

O Gestor referiu que pelo facto do programa beneficiar pessoas consideradas desfavorecidas
na sociedade (muitas delas sem conta bancária), facto que poderia facilitar a conservação do
valor para realmente as necessidades do projecto, estes acabam usando o dinheiro de maneira
desapropriada, sem controle e prejudicando o projecto uma vez que levam para casa.

O gestor ainda referiu que são programadas anualmente 4 capacitações aos mutuários, mas as
mesmas não se materializam muitas vezes por falta de fundo para cobrir as despesas. Estas
capacitações são da iniciativa do município e carecem de disponibilidade financeira para sua
execução.

Por sua vez os mutuários entrevistados alegam não conseguir reembolsar mensalmente os
fundos a eles alocados como mostra o gráfico 3 apresentado na página 22, em virtude da
existência de factores como: o valor desembolsado muitas vezes não reflete a necessidade do
projecto, facto que afecta as suas perspectivas causando alteração dos planos, roubos
frequentes em função da confiança da gestão a familiares, amigos e conhecidos, fraca

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capacidade da sua gestão, doenças periódicas, facto que afecta a abertura dos
estabelecimentos e consequentemente a rentabilidade dos mesmos, outras dividas contraídas
por eles e a subida dos preços de aquisição da mercadoria.

Os mutuários recebem a monitoria e avaliação, porém dos entrevistados apenas tiveram a


monitoria 1 vez em 3 anos que se beneficiam do fundo, isto mostra-se preocupante uma vez
que possibilita e atiça o comportamento de desvio de aplicação e propicia o comodismo dos
mutuários no acto de reembolso.

Gráfico 3.Análise do Reembolso

Fonte: (Autora, 2018).

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CAPITULO V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO

5.1. Conclusões

O PERPU constitui uma iniciativa que tem vindo a desenvolver as comunidades urbanas e
que somente com o comprometimento de todos os actores chaves deste processo, poderá
garantir a rotatividade deste fundo para os demais, actualmente pouco se pode falar da
rotatividade, pelo baixo volume de reembolso por parte dos que estão sendo beneficiados pelo
programa.

Após a realização do trabalho tendo em conta as condições encontradas no campo, conclui-se


que o processo de concessão de crédito aos mutuários do PERPU, decorre em conformidade
com o manual de procedimentos elaborado pelo MAE, desde o processo de tomada de
conhecimento dos mutuários, processo de aprovação, desembolso e reembolso e monitoria e
avaliação, pese embora os reembolsos e o sistema de monitoria e Avaliação estarem a
decorrer com algumas limitações.

Nota-se um maior número de mutuários do sexo masculino em detrimento do feminino,


apesar do gênero feminino se beneficiar de uma vantagem comparativa neste acto. Em termos
de reembolso no período em análise os valores são baixos, os valores reembolsados
anualmente encontram-se abaixo da metade dos valores desembolsados e poucos mutuários
conseguiram reembolsar no período em análise na sua totalidade os valores desembolsados
pelo Município.

Dentre os factores que levam a existência deste fenômeno (baixo reembolso) registam-se,
fraca capacidade de gestão de negócios, desvio de aplicação dos mesmos muitas vezes
aplicados na construção de casas e outras despesas de âmbito familiar, falta de interesse no
reembolso, roubos frequentes e doenças periódicas dos próprios mutuários, que acabam
afectando a abertura e condução dos negócios de maneira saudável. Os factores não
restrigem-se apenas aos mutuários, os órgão municipais também tem a sua quota, uma vez
que o sistema de monitoria e avaliação está aquém das expectativas o que propicia
comodismo nos mutuários.

Perante este cenário, a falta de experiência na condução de negócio aliada à fraca gestão
constituem factores que contribuem para o fraco reembolso do fundo do PERPU, uma vez que

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se torna impossível fazer uma gestão eficaz de modo a garantir a receita capaz de suprir o
compromisso do reembolso.

5.2. Recomendações

 Que os secretários dos Bairros façam a monitoria e avaliação no sentido de


desacomodar e incentivar o reembolso do valor por parte dos mutuários;
 Que o Município desenvolva mais formações de rotina aos mutuários como forma de
capacitá-los na gestão do próprio negócio;
 Que se desenhem medidas estratégicas para eliminar a existência de conflitos de
interesse;
 Que haja medidas disciplinares para evitar a onda de desvio de aplicação por parte dos
Mutuários; e
 Que haja aumento dos técnicos de monitoria e avaliação para dar vazão às actividades
em todos os Bairros conforme o pleno estabelecido.

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CAPITULO VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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 MARQUES etal.2006. Metodologia da pesquisa e do trabalho cientifico. SP-Br.
 MAUSSE, M.A. (2009). Pobreza, participação e desenvolvimento Rural em
Moçambique: Estudo de caso a Localidade de Chijinguire, Maputo.
 MAXIMIANO, N., C. ARNDT E K. R. SIMLER. (2005). Qual foi a Dinâmica dos
Determinantes da Pobreza em Moçambique? Maputo: Ministério do Plano e Finanças.
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 PLANO Municipal de Gestão Ambiental do Município de Inhambane (2009).
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 GIL, ANTÓNIO CARLOS. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social.6 ª edição.
 GIL, ANTÓNIO CARLOS (2002). Como Elaborar Projectos de Pesquisa. 4ª Edição.
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Distrital no Desenvolvimento do distrito de Changara no período entre 2006-2012:
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 MARCONI & LAKATOS (2003). Fundamento da Metodologia Cientifica.5ª Edição.
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 ROMEIRO etal. (2013) Manual de orientações paraprojetos de pesquisa. Nova


Hamburgo.
 SANDRONI, P. (1994). Dicionário de economia. São Paulo: Atlas.
 SANTOS etal. (2009). Economia e Finanças Publica. 3 Edição. Escolar Editora.
Lisboa.
 SILVA, V. G. (2003). Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios
brasileiros: diretrizes e base metodológica. São Paulo: EscolaPolitécnica da
Universidade de São Paulo.
 SOUSA, N. J. (2009). Desenvolvimento Econômico. 5ª Edição. São Paulo, Atlas S.A.
 VASCONCELOS, M. A. E GARCIA, M. E. (1998). Fundamentos de economia. São
Paulo.

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Trabalho de Final de Curso –Recelda Guambe
Anexos & Apêndice
Apêndice 1. Guião de Entrevista Direcionado ao Gestor do Fundo PERPU

O presente guião de entrevista foi elaborada pela estudante do Curso de Contabilidade e


Auditoria, na Universidade Mussa Bin Bique da Delegação de Inhambane para uma pesquisa
cujo o tema é Avaliação dos Factores que Contribuem para o Fraco Reembolso do Fundo de
Programa Estratégico de Redução da Pobreza Urbana (PERPU): Caso do Município de
Inhambane entre 2015-2017.
I. Identificação (Opcional)

Nome _______________________________ Nível Acadêmico__________________


Sector_______________________________ Idade____________________________

II. Guião de Entrevista

1. Como decorre o processo de Concessão de crédito aos beneficiários do Fundo


PERPU?
2. Quais são os requisitos necessários para a atribuição do fundo de PERPU?
3. Quem é responsável pela aprovação do projecto?
4. Quem indica o responsável pela aprovação do projecto?
5. Que medidas são tomadas para que não haja conflito de interesse?
6. Durante o processo de desembolso, há uma financiamento integro naquilo que são as
necessidades do projecto submetido pelo mutuário? Se não, como se estima o valor de
credito a conceder ao mutuário?
7. Os mutuários se beneficiam de algum tipo de formação mínima quanto a gestão destes
fundos?
8. Será que este reembolso permite haver rotatividade entre os mutuários?
9. Como decorre processo de monitoria e avaliação da implementação do projecto por
parte do mutuário?
10. Quem é responsável pelo processo de monitoria e avaliação?
11. Quais têm sido os principais constrangimentos vividos durante este ciclo de
reembolso?
12. Que medidas são tomadas em caso do não reembolso deste fundo?
13. Será que estas medidas contribuem para a materialização do reembolso?

Agradeço a tua Atenção Dispensada


Apêndice 2.Guião de Entrevista Direcionado aos Mutuários Beneficiários
ix
O presente guião de entrevista foi elaborado pela estudante do Curso de Contabilidade e
Auditoria, na Universidade Mussa Bin Bique da Delegação de Inhambane para uma pesquisa
cujo o tema é Avaliação dos Factores que Contribuem para o Fraco Reembolso do Fundo de
Programa Estratégico de Redução da Pobreza Urbana (PERPU): Caso do Município de
Inhambane entre 2015 a 2017.
I. IDENTIFICAÇÃO (OPCIONAL)
Nome: ______________________________Nível académico: ___________________
Sector: ________________

II. Guião de Entrevista


1. Como tomou conhecimento sobre a existência do PERPU?

2. Possuía uma experiência na gestão de negócio antes de ser beneficiário do fundo do


PERPU?

Sim □ Não □

3. Se sim, em que área de negocio?

4. Em termos de requisitos para a obtenção do fundo, considera de fácil acesso e abrangência?

Sim □ Não □

5. Teve alguma orientação no desenho de projecto?

Sim □ Não □

6. Teve dificuldades no desenho do projecto?

Sim □ Não □

7. Quanto tempo levou para que fosse desembolsado o valor solicitado pelo projecto?

8. Quanto valor solicitou para que efectivasse o projecto?

9. Quanto valor foi atribuído para a concretização do Projecto?

10. Teve alguma formação quanto a gestão do fundo por parte dos gestores do fundo PERPU?

Sim □ Não □

11. O valor conseguiu sustentar todas as necessidades do teu projecto?


x
Sim □ Não □

12. Pelo rendimento mensal, consegue cumprir com o plano do reembolso?

Sim □ Não □

13. Quanto valor reembolsou até ao momento?

14. Tem dificuldades em reembolsar o valor do PERPU?

Sim □ Não □

15. Se Sim, que factores contribuem para que Isso aconteça?

16. Já recebeu alguma equipa de monitoria e avaliação por parte dos gestores do PERPU?

Sim □ Não □

Agradeço a tua Atenção Dispensada!

xi
Apêndice 3. Beneficiário do Fundo PERPU nas suas atividades Normais

Apêndice 4. Banca de um dos Beneficiários da Praia de Barra

xii
Apêndice 5. Beneficiário do Fundo de Fronte a Sua Banca

Apêndice 6. Beneficiário do Fundo do Bairro Conguiana

xiii

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