As relações paradigmáticas e sintagmáticas também podem ocorrer
nas partes que formam as palavras, os morfemas. Cada unidade morfológica faz parte de um paradigma que o falante pode escolher para se comunicar. Esses morfemas são divididos em “morfemas lexicais”, que são os substantivos, verbos e adjetivos. Palavras como mar, capim e feliz, são morfemas lexicais. E os “morfemas gramaticais”, que são os pronomes, artigos, preposições e conjunções. Os morfemas gramaticais podem se associar aos morfemas lexicais dando outro significado à palavra, veja: Mar- marujo. Capim- capinar. Feliz- felicidade. Dessa forma, com base nessa construção de novas palavras, é possível perceber a produtividade da língua. O estudo das relações paradigmáticas, nos permite compreender o quanto a língua, a partir de unidades morfológicas, produz uma variedade de palavras. Outro ponto importante é a linearidade dos significantes morfológicos. Existe uma ordem na composição das palavras a partir dos morfemas. Por exemplo: não podemos colocar um prefixo(morfema gramatical) depois do radical (morfema lexical). Assim: AQUECIDORE. O correto seria: REAQUECIDO. Da mesma forma, as desinências que indicam modo e tempo verbal precisam ser colocadas no final. Assim: ANDAREI, COMEREI, DORMIREI. O morfema, por sua vez, pode ser dividido em unidades menores, chamadas fonemas, o qual constitui a unidade sonora mínima. As questões de paradigma e sintagma também são aplicadas aos fonemas. O falante possui cerca de 35 fonemas como opções de escolha para se comunicar. É importante não confundir letra com fonema. A letra é a representação gráfica, enquanto o fonema é o valor sonoro dessa representação. Por exemplo, a palavra CHOPE possui 5 letras e 4 fonemas, por conta do dígrafo CH que tem um único som. O sistema fonológico também possui regras. Não há sílaba sem vogal e sequência de três consoantes no início da palavra não faz parte do sistema fonológico brasileiro. Essas regras são importantes porque a língua está em constante transformação. Todas as novas palavras que surgem ( neologismos) obedecem essas regras fonológicas. Não podemos criar, por exemplo, uma nova palavra na língua portuguesa que comece com três consoantes. Seria contra as regras fonológicas da nossa língua.