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Análise Matemática de
Sinais e Sistemas
Instituto Superior para Tecnologias de Informação e Comunicação - ISUTIC
CAPÍTULO 4
TRANSFORMAÇÃO DE LAPLACE
4.2.UM EXEMPLO
Tendo definido a transformada de Laplace, vamos desenvolver suas propriedades,
que relacionam os correspondentes pares de funções f (t ) e F( s) . Antes disto,
vamos ilustrar como as concepções de transformação são aplicadas e porque a
transformada de Laplace é usual. Considere a equação diferencial
d
y(t )+ by(t )=0 , t≥0
dt , (4.4)
com a condição inicial y (0 )=a . Solucionar a equação (3.4) significa determinar a
função y(t ) . Qualquer transformação que simplifique a solução desta equação deve
ser uma transformação de funções.
Vamos transformar a equação (4.4) pela multiplicação de seus dois lados pelo
−st
núcleo e e integrar o resultado de t =0 a t =∞ . Esta transformação é escrita
formalmente por
d
L [ dt ]
y (t ) +L[ by (t )]=0
. (4.5)
A transformação da derivada de y(t) é encontrada a partir da equação (4.1) e da
integração por partes como
∞ ∞
−st dy(t )
∫e dt=e−st y(t )|∞0 +s ∫ e−st y(t )dt=− y(0)+sL[ y(t )]
0 dt 0 ,
onde assumimos que
lim e−st y (t )=0
t →∞ .
Agora, usando a condição inicial e escrevendo a transformada de y(t) como Y (s) , a
equação (4.4) torna-se
sY (s )+bY ( s)=a . (4.6)
Na equação (4.4) desejamos conhecer y(t) e na equação (4.6) Y(s). As duas equações são
equivalentes e representam o mesmo problema. No entanto, a equação (4.4) é uma
equação diferencial, e a equação (4.6) é uma equação algébrica de fácil solução, ou seja
a
Y (s )=
s+b . (4.7)
Nós podemos, agora, determinar a função origem y(t) correspondente a Y(s); esta
determinação será vista adiante. Nós achamos que
y (t )=ae−bt , t≥0 , (4.8)
e a solução da equação (4.4) está completa, podendo ser verificada pela substituição da
equação (4.8) e da condição inicial.
tende para o infinito. Para discutir estas duas possibilidades separadamente, nós
escreveremos a equação (4.1) como
t0
∞
− st
L[ f (t )]=∫ e f (t )dt +∫ e−st f (t )dt
0 t0
, (4.9)
f (t )
f ( a )
f ( a )
t
a t0
Esta função tem apenas uma descontinuidade finita no ponto t =a . Ela é contínua
1
L [ eat ]=¿ { s−a
, para s>a ¿ ¿¿¿
(4.10)
at
Em outras palavras, a transformada de Laplace da função f (t )=e existe, e seu
domínio de definição é o conjunto de todos os s para os quais s >a . É importante
at
notar que a transformada de Laplace de f (t )=e não é identicamente igual à função
1/( s−a) . As duas são funções diferentes de s, mas que têm o mesmo valor quando
s >a . O quadro seguinte mostra esta diferença.
Função
1
definida não definida definida
s−a
não definida 1
L [ eat ]
igual a s−a
onde C pode ser qualquer número positivo ou zero. No caso da função f (t ) ser de
ordem exponencial, nós teremos muitos números que tornarão válida a equação
(4.12). Na verdade, se a equação (4.12) é válida, então nós temos que, para todo
β>α ,
f (t )
lim | |=0
t →∞ e βt . (4.13)
O valor limite de , para o qual a equação (4.12) é garantida, é denotado por
α 0 , e podemos escrever
e que o limite não existe quandoα< α 0 . Uma função que satisfaça esta condição é
definida como função de ordem exponencial α 0 . A Fig.4.2 nos dá uma idéia deste
tipo de função.
Met
f (t )
t
t0
O lado direito desta integral converge sempre que s >α 0 , como foi mostrado
na equação (4.10). A investigação das condições que asseguram a existência da integral
de Laplace (equação (3.9)) estão agora completas. Nós podemos resumi-las no seguinte
teorema:
“Se uma função f (t ) é seccionalmente contínua para todo t ≥0 e de ordem
exponencial α 0 quando t →∞ , então sua transformada de Laplace existe para
s >α 0 ”.
Vale ressaltar que as condições impostas pelo teorema são suficientes, mas não
necessárias.
e a função H(x) está definida para todo x> α 0 sem levar em consideração o valor de
y. Claramente, a transformada
F( s )=G( x )+ jH ( x ) ,
Im[ s] Plano s
Re[ s]
Abscissa de convergência:
Vamos assumir agora que F(s) converge para algum número s 0 . Para que isto
ocorra, F(s) deve convergir para qualquer número s onde Re[ s ]>Re[ s 0 ] .
Conseqüentemente, se F(s) não converge para um certo número s 1 , ela não pode
convergir também para qualquer s onde Re[ s ]<Re[ s 1 ] . Assim, toda transformada de
Laplace F(s) está associada a um número real γ≥−∞ , tal que F(s) existe se
Re[ s ]>γ e não existe se Re[ s ]<γ . O domínio de definição de qualquer função
imagem F(s) é um semi-plano à direita do eixo vertical Re[ s ]=γ no plano complexo
s, como mostra a Fig.4.3. O eixo Re[ s ]=γ é chamado eixo de convergência e o
número é chamado de abscissa de convergência. No eixo Re[ s ]=γ , a
transformada de Laplace pode ou não existir. Por exemplo, a função sent tem uma
transformada de Laplace para Re[ s ]>0 , ao passo que a função (sent )/t tem uma
transformada de Laplace para Re[ s ]≥0 . Nos dois casos, a abscissa de convergência é
zero.
at
A transformada de Laplace da função exponencial e , formalmente dada pela
equação (4.10), é agora interpretada em termos da variável complexa s como
1
L [ eat ] = , para Re[ s ]>a
s−a . (4.15)
Um par de transformadas de Laplace não está completo sem a especificação da
abscissa de convergência. Freqüentemente, esta especificação será omitida, mas está
subentendido que o valor de , se necessário, pode ser sempre obtido.
O valor de depende da forma da função f (t ) quanto t →∞ . Em muitos
casos é igual ao limite α 0 definido na equação (4.14).
Finalizando, nós enfatizamos que cada função imagem F(s), em seu domínio de
definição (isto é, para Re[ s ]>γ ), é uma função analítica da variável complexa s. Esta
propriedade deriva da propriedade da convergência da integral de Laplace e do fato de
−st
que o núcleo e é uma função completa de s. Uma conseqüência importante deste
fato é que F(s) pode ser diferenciada e integrada livremente em relação à s na sua região
de convergência. Para diferenciar e integrar, s pode ser tratada como se fosse uma
variável real, e todas as regras do cálculo de variáveis reais podem ser aplicadas.
n!
t n e at ↔ , Re[ s ]> a
(s−a)n+1 , (4.22)
onde n pode ser zero ou qualquer inteiro positivo. Um caso especial de (4.22) é obtido
fazendo-se a=0 ,
n!
tn↔ , Re[ s ]> 0
s n+1 . (4.23)
A equação (4.23) permite que determinemos a transformada de Laplace das
chamadas funções singulares. Vamos analisar a rampa unitária
r(t )=U −2 (t )=tU −1 (t )=tu(t ) .
Como foi discutido na seção anterior toda função f (t ) seria entendida como
f (t )u(t ) . Assim,
r(t )=t .
Logo,
1! 1 −2
r (t )=U −2 (t )↔ = =s , Re[ s ]>0
s 1+1 s 2 . (4.24)
Tomemos agora a função parábola unitária que é obtida da integração da rampa unitária
t2 t2
U−3 (t )= U−1 (t )= u(t )
2! 2! .
Do mesmo modo,
1 2! 1
U −3 ( t )↔ = =s−3 , Re[ s ]>0
2 ! s2+1 s 3 . (4.25)
Pelas equações (4.18), (4.24) e (4.25), podemos estabelecer que
U n ( t )↔ s n , Re [ s ]>0 , (4.26)
o que justifica a nomenclatura utilizada para as funções singulares no contexto da
Engenharia.
Voltemos à equação (4.19) e façamos a substituição do número a por um outro
número imaginário puro jb
∞
1
=∫ e−st e jbt dt , Re[ s]>0
s− jb 0 . (4.27)
Usando as relações
jbt
e =cos bt + jsenbt ,
e,
1 s b
= 2 2+ j 2 2
s− jb s +b s +b ,
na equação (4.27), temos
∞ ∞
s b − st
2 2
+ j 2 2 =∫ e cos(bt )dt+ j∫ e−st sen(bt )dt
s +b s +b 0 0 . (4.28)
Na equação (4.28), igualando as partes reais, nós encontramos
∞
s
2 2 ∫
= e−st cos(bt )dt
s +b 0 , (4.29)
que estabelece o par
s
cos bt ↔ , Re [ s ]>0
s +b 2
2
. (4.30)
Similarmente, igualando as partes imaginárias, temos o par
b
senbt ↔ , Re[ s ]> 0
s + b2
2
. (4.31)
G( s) f ( at )e st dt
0 .
x dx
at x t
dt
Fazendo a a . Como a é positivo, quando
t x e quando t 0 x 0 . Assim, teremos
x s
s dx 1 x
G ( s) f ( x ) e a
f ( x )e a dx
a a0
0 .
A integral do lado direito desta equação é reconhecida como a transformada de Laplace
F(⋅) de f (⋅) , exceto que o parâmetro s foi trocado por s/a . Com isto, se
g(t )=f (at ) , então
1 s
G ( s) F , a 0
a a , (4.33)
ou,
1 s
f (at ) F , a 0
a a . (4.34)
A transformada de f (2 t ) será
2
1 2−4 ( s/2)+4( s /2 )
f (2 t )↔
2 ( s/2 )3 ,
ou seja,
8−8 s+ 4 s2
f (2 t )↔
s3 .
O fator u(t−a ) representa a propriedade pela qual g(t) é nula para t < a .
Este fator não pode ser omitido quando representamos funções que são resultantes do
deslocamento à direita de qualquer outra função.
A definição da transformada de Laplace de g(t) dada pela equação (4.36) é
G ( s) f (t a )u (t a)e st dt
0 .
A função u(t−a ) faz com que o limite inferior de integração seja t =a , assim
∞
G(s)=∫ f (t−a)e−st dt
a .
Desde que façamos uma troca de variável t a x t x a dt dx , os limites
de integração são também alterados para 0 e . Assim
f ( x)e
as sx
G ( s) e dx F ( s)e as
0 .
O resultado é a regra de deslocamento,
−as
f (t−a)u(t−a )↔ F (s )e , a≥0 . (4.37)
Exemplo 4.3.Um pulso retangular, p(t ) , com amplitude unitária e que se estende de
t =0 até t =2 pode ser decomposto em
F ( s) f ( t )e st dt
0 ,
nós obtemos, pela diferenciação em relação a s dos dois lados da equação,
dF ( s)
( t ) f (t ) e st dt
ds 0 .
A integral do lado direito define a transformada de Laplace de −tf (t ) . O resultado é
a diferenciação de uma função imagem correspondente à multiplicação por −t . A
regra é
dF (s )
tf (t )↔−
ds . (4.40)
Pela repetição desta regra, nós obtemos
n
n d F( s )
n
t f ( t )↔(−1 ) , n=1,2 ,…
ds n . (4.41)
Exemplo 4.4.Sabendo que
1
sent ↔ 2
s +1 ,
nós determinamos, usando a regra (3.40), que
d 1 2s
tsent ↔−
[ ]= 2
ds s +1 ( s + 1)2
2
.
P6.Propriedade da Integração das Funções Imagem
A integração de funções imagem é a operação inversa da diferenciação. Desde
que a diferenciação de F( s) corresponde a multiplicar f (t ) por t, é de se esperar
que a integração de F( s) corresponda à divisão de f (t ) por t. A regra é
∞
f (t )
↔∫ F(u )du
t s . (4.42)
Para provar a regra (4.42), o integrando F(u) é primeiramente trocado pela sua
definição
∞ ∞ ∞
s
(
∫ F (u)du=∫ ∫ f (t )e−ut dt du
s 0
) . (4.43)
Trocando a ordem de integração do lado direito da equação (3.43), nós temos
∞
−e−ut ∞ e−st
∫ e−ut du= |=
t s t .
s
0 . (4.44)
Integrando o lado direito da equação (4.44) por partes vem
∞
' −st
L[ f (t )]=e f (t )|∞0 +s ∫ e−st f (t )dt
0 .
Se a derivada f (t )
é também contínua e de ordem exponencial, então, nós
'
podemos aplicar a regra (3.45) mais uma vez. Fazendo f ( t ) ,
L[ f ' ' (t )]=L[ g' (t )]=sG(s )−g(0 ) ,
ou,
' ' '
L[ g (t )]=sL[ f (t )]−f (0) ,
e, aplicando a regra (4.45) uma vez mais vem,
L[ f ' ' (t )]=s [ sF (s )−f (0 )]−f ' (0) ,
ou,
L[ f ' ' (t )]=s 2 F( s)−sf (0 )−f ' (0 ) . (4.46)
mas,
t t
[ ] [∫ ]
∞
L ∫ f (u )du =∫ f (u )du e−st dt
0 0 0 .
0 0 0 .
Exemplo 4.7.A função f (t )=|sent| é uma onda retificada e é periódica com período
T =π . Usando a simetria da função sent , nós obtemos o seu primeiro meio
lim f (t )=lim sF ( s )
t →∞ s→ 0 . (4.54)
Deve ficar claro que os dois teoremas só podem ser aplicados nos casos em que o
limite de f (t ) exista.
Exemplo 4.8.Encontrar o valor final e o valor inicial das funções dadas a seguir:
1
F( s)=
a) s(s+1) ;
s 1
lim f (t )=lim sF (s)=lim =lim =0
t →0 s→∞ s→∞ s( s+1 ) s→∞ s+1 ,
s 1
lim f (t )=lim sF ( s)=lim =lim =1
t →∞ s→ 0 s→ 0 s (s+1) s→ 0 s+1 .
4 s+1
X ( s )=
b) s 2 +2 s ;
s ( 4 s+1) 4 s+1
lim x( t )=lim sX ( s )=lim 2
=lim =4
t →0 s→∞ s→∞ s +2 s s→∞ s+2 ,
s (4 s +1) 4 s+1 1
lim x(t )=lim sX (s )=lim 2 =lim =
t →∞ s→ 0 s→0 s +2 s s →0 s +2 2 .
∞ ∞
1
L[t n ]=∫ t n e−st dt= n+1 ∫ ( st )n e−st d(st )
0 s 0 .
A última integral do lado direito é vista como a função gama de n+1 , e nós temos o
par de transformadas
Γ ( n+1 )
tn↔ , n>−1
s n+1 . (4.56)
Comparando este par com (4.23), vemos que para n inteiro
Γ (n+1 )=n !, n=0,1,2 ,… . (4.57)
Isto significa que a função gama é uma generalização da função fatorial n! .
Na definição (4.55), fazendo n=n+1 e aplicando a integração por partes
concluímos que
Γ ( n+1 )=nΓ (n), n>0 . (4.58)
Existe ainda uma fórmula de generalização da função gama
Γ (n+r +1 )
Γ (n )= , n≠0 ,−1 ,−2 ,… e r=0,1,2,…
n(n+1 )⋯(n+ r ) . (4.59)
Esta fórmula é usada para o cálculo da função gama dos números fracionários
negativos. O menor valor de r inteiro, inclusive zero, deve ser escolhido para que
n+r +1>0 , fazendo com que a função gama exista. O gráfico da função gama está
mostrado na Fig.4.4
1
Matyas Lerch (1860-1922) foi um renomado matemático checo que publicou cerca de 250
artigos e teve o centro do seu trabalho na análise matemática.
2s 1 4t 1
↔ cos = cos2 t
(2 s ) +16 2
2 2 2 .
P3.Propriedade do Deslocamento à Direita
f (t−a)u(t−a )↔ F (s )e−as , a≥0 .
1
2
↔ sent
Exemplo 4.11.Sabendo que s +1 , temos
e−πs/3
↔ sen(t−π /3 )u(t−π /3 )
s 2 +1 .
P4.Propriedade do Deslocamento das Funções Imagem
e at f (t )↔ F (s−a), a ∈ ℜ .
1 1
↔ sen 2 t
Exemplo 4.12.Como s 2 +4 2 , temos
1 1 1 t
= ↔ e sen 2 t
s 2−2 s+5 ( s−1)2 + 4 2 .
P5.Propriedade da Diferenciação das Funções Imagem
n
d F( s )
t n f ( t )↔(−1 )n , n=1,2 ,…
ds n .
Exemplo 4.13.Para determinar
s+3
[
L−1 ln
s+2 ] ,
podemos utilizar a propriedade P5, ou seja
d s+3 s+3
L−1
[ ln
ds s+2
=−tL−1 ln
]
s+2 [ ] ,
então,
1 1 1
s +3
L−1
[ (s +3 )(s+2)
L−1 − ] [
s+2 s+2 ]
[
L−1 ln
s +2 ]
=
−t
=
−t ,
o que nos leva ao resultado final,
s+3 e−2t −e−3 t
[
L−1 ln
s+2
= ] t .
P6.Propriedade da Integração das Funções Imagem
∞
f (t )
↔∫ F(u )du
t s .
P7.Propriedade da Multiplicação por s
Vimos na seção 3.7 que
L[ f ' (t )]=sF( s )−f (0 ) ,
0 0 .
Notamos da equação (3.70) que D(s i )=0 para qualquer um dos n números s i . Os
s i são, assim, as raízes da equação D(s)=0 e são denominados como os zeros (ou
raízes) de D(s). Se todos os fatores em (4.70) têm valores diferentes para s i , nós
temos n raízes simples (ou distintas). Alguns dos fatores podem ter os mesmos valores
de s i , e, neste caso, nós falamos em raízes repetidas (ou múltiplas). Por exemplo, os
polinômios
P(s )=( s−1 )(s−2 )(s−3 )(s+2)(s +5 ) ,
e,
Q(s)=( s−1 )3 ( s−0,5)( s−1,5) ,
são ambos de grau 5; P(s) tem 5 zeros distintos, ao passo que em Q(s) o zero s=1
tem multiplicidade 3.
A função F(s) tem singularidades nos pontos onde D(s)=0 , desde que estes
pontos não sejam também zeros de N(s). Isto significa que à medida que s se aproxima
de s i , o |F(s)| tende ao infinito. Os zeros de D(s) que permanecem depois de
cancelados os fatores comuns no numerador são chamados de pólos de F(s). Os zeros de
N(s) são também denominados de zeros de F( s) .
A grande vantagem do método da expansão em frações parciais é que as funções
são simples e, se memorizarmos alguns pares de transformadas, nós não precisaremos
recorrer ao uso de tabelas.
Podemos ter quatro situações possíveis para as raízes de D(s):
raízes reais e distintas;
raízes complexas e distintas;
raízes reais e repetidas (múltiplas), e;
raízes complexas e repetidas (múltiplas).
10 Caso: D(s) possui raízes reais e distintas
Vamos considerar primeiro o caso em que D(s) tenha n raízes distintas. Neste
caso, D(s) pode ser fatorado em n fatores lineares, e a expansão para F(s) é
N (s) A A A A
F( s )= = 1 + 2 +…+ i +…+ n , i=1,2, …, n
D( s ) s−s1 s−s 2 s−s i s−s n .
(4.71)
Se fizermos s=si , todos os termos do lado direito de (4.72) tornam-se nulos, com
No entanto, não teremos nenhuma dificuldade prática, pois o fator (s−si ) pode ser
cancelado. A expressão resultante (4.73) é utilizada para o cálculo dos coeficientes
A 1 , A2 , …, A n .
s +3
G(s )=s +2+
(s +1)( s+2 ) .
Aplicando a expansão em frações parciais à função racional própria temos
2 1
G(s )=s +2+ −
s+1 s+2 .
O resultado é então
dδ (t )
g(t )= +2 δ(t )+2 e−t −e−2 t
dt .
20 Caso: D(s) possui raízes complexas e distintas
Vamos considerar agora o caso em que D(s) tenha n−2 raízes reais e distintas
e um par de raízes complexas e conjugadas, isto é
s 0 =a+ jb e s ¿0 =a− jb . Nesse
caso, podemos expandir F( s) em
N (s) A0 A '0 A1 A n−2
F( s )= = + ¿ + +⋯+
D( s ) s−s 0 s−s 0 s−s1 s−sn−2 , (4.76)
e a inversa de F( s) será
n−2
N (s )
[ ]
¿
−1 s0 t ' s0 t st
L = A 0 e + A 0 e +∑ A i e i
D(s ) i=1 . (4.77)
Considerando que
s 0 =a+ jb , o termo 2 Re[ A 0 e s0 t ] torna-se
s0 t (a+ jb)t at jbt
2 Re[ A 0 e ]=2 Re[ A 0 e ]=2 e Re[ A 0 e ] .
n−2 n−2
N (s )
L−1
[ ]
D(s )
=2 e at Re[|A 0|e
j( bt+θ) st at st
]+ ∑ A i e i =2|A0|e cos(bt +θ )+ ∑ A i e i
i=1 i=1 .
(4.80)
Existe outra forma de trabalhar a inversa do par de raízes complexas conjugadas.
Note que nos casos no qual esses tipos de raízes ocorrem, a função temporal sempre
envolve o produto de uma exponencial e um seno ou um co-seno como indicado a
seguir:
b
L[ eat sen bt ]=
(s−a )2 + b2 , (4.81)
e,
s−a
L[ eat cos bt ]=
( s−a )2 +b 2 . (4.82)
Nas transformadas anteriores a é a parte real e b é a parte imaginária do pólo complexo
dado por:
s 0 =a+ jb . Com algumas manipulações algébricas podemos obter
b s−a
F( s )= A 2 2
+B
(s−a) + b (s−a )2 +b 2 . (4.83)
Exemplo 4.17.Determine a transformada inversa da função
3 s−14
F( s )= 2
s −4 s+8 .
Como
s 0 =2+ j 2 , usando a equação (4.79) teremos
3+ j 4 j2 t
f (t )=2 e2 t Re [ 2 ]
e =e 2t (3 cos 2 t−4 sen 2 t )
.
uma vez que a=2 e b=2 . Assim, temos: 3 s−14=2 A +B(s−2 ) , o que resulta,
por identidade polinomial, a A=−4 e B=3 . Logo,
3 s−14 2 s−2
F( s )= 2
=−4 2 2
+3
s −4 s+ 8 ( s−2) +2 (s−2)2 +22 ,
A 0 =−2=2 e j180 ,
∘
N ( s) N (s )
=B0 + B 1 (s−s 0 )+…+ Bk −1 ( s−s 0 )k−1 + 2 (s−s0 )k
D 2 (s ) D2 (s ) . (4.88)
1 d s3 3 s 2 ( s−2)−s3
B 1= lim [ ]
= lim
1 ! s→1 ds s−2 s→1 ( s−2)2
=−4
,
1 d 2 s3 1 6 s ( s−2)2 −6 s 2 ( s−2)+2 s 3
B 2= lim 2 [ ] = lim
2 ! s→1 ds s−2 2 s→1 (s−2 )3
=−7
,
t2
f (t )=−e t ( 2 )
+4 t+7 +8 e2 t
.
40 Caso: D(s) possui raízes complexas e múltiplas
Quando temos raízes complexas múltiplas, a obtenção dos coeficientes é
processada de forma análoga ao verificado no caso de raízes reais múltiplas (3 0 caso).
Da mesma forma que ocorre no 20 caso em que as raízes são complexas conjugadas e
seus coeficientes também aparecem em pares conjugados (desde que os coeficientes do
polinômio D(s) sejam reais), calculamos somente metade dos coeficiente.
Se D(s) tiver um par de raízes complexas e conjugadas,
s 0 =a+ jb e
s ¿0 =a− jb , de multiplicidade k, a transformada inversa desse par de raízes será
2|A0|t k −1
'
A0 A0
L
−1
[ ( s−a− jb ) k
+
( s−a+ jb ) k ]
=
( k −1) !
at
e cos ( bt +θ )
, (4.91)
jθ
onde: A 0 =|A 0|e .
Exemplo 4.20.Encontrar a transformada inversa da função
16
F( s )=
( s+3−4 j)2 (s+3+4 j)2 .
Esta função pode ser expandida da seguinte forma
B0 B1 B¿0 B ¿1
F( s )= + + +
( s+3−4 j )2 s +3−4 j (s +3+ 4 j )2 s+3+ 4 j .
¿ ¿
B0 B1 B0 B1
F( s )= + + +
( s+3−4 j )2 s +3−4 j ( s +3+ 4 j )2 s+3+ 4 j .
,
1 1 ∘
B 0 =− = e j180
¿
4 4 ,
1 1 j90∘
B ¿1= j = e
16 16 .
Temos, portanto, a decomposição rearranjada
∘
1/4 e j180
∘ ∘ ∘
1/4 e j 180 1 /16 e− j 90 1 /16 e j 90
F( s )= + + +
( s+3−4 j)2 ( s+3+4 j)2 s +3−4 j s+3+4 j .
Para chegarmos ao resultado final, vamos utilizar a expressão (4.91) para os dois
primeiros termos e a expressão (4.80) para os dois últimos termos
2−1
2(1 /4 )t 1
f (t )= e−3t cos( 4 t+180∘ )+2 e−3t cos( 4 t−90∘ )
(2−1 )! 16 ,
ou,
1 1
f (t )=− e−3t cos4 t+ e−3 t sen 4 t
2 8 .
Exemplo 4.21.Seja a função
5 4 3 2
19 s +311 s +1981 s +6121 s +9152 s+5120
F( s )=
(s +1)( s+2 )(s 2 +6 s+10 )(s+5)2 .
Note que temos, no denominador, duas raízes distintas, um par de raízes complexas e
conjugadas e uma raiz com multiplicidade 2. Como há pólos conjugados complexos e
outros pólos reais, vamos expandir a função preservando o trinômio cujas raízes são
conjugadas complexas, ou seja, façamos
A1 A B0 B Cs+ D
F( s )= + 2+ 2
+ 1 + 2
s +1 s+2 ( s+ 5) s +5 s + 6 s +10 .
B
Calculando os coeficientes A 1 , A 2 , 0 e B 1 temos
19 s5 + 311s 4 +1981 s3 + 6121 s2 +9152 s+5120
A 1 = lim =5
s→−1 ( s+2 )( s 2 +6 s +10 )(s+5 )2 ,
5 4 3 2
19 s +311s +1981 s +6121 s +9152 s +5120
A 2 = lim =10
s→−2 ( s+1 )(s 2 +6 s+10 )(s+ 5)2 ,
19 s5 +311 s 4 +1981 s3 +6121 s2 +9152 s+5120
B 0 = lim =−4
s→−5 (s +1)( s+2 )(s 2 +6 s+10 ) ,
1 d 19 s5 +311s 4 +1981 s 3 +6121 s 2 +9152 s +5120
B 1= lim
1 ! s→−5 ds [ ( s+1 )(s+2)(s 2 +6 s+10 ) ]=1
,
Calculando os coeficientes C e D para a formação do trinômio das raízes complexas,
temos
19 s5 +311s 4 +1981 s 3 +6121 s 2 +9152 s +5120
lim = lim Cs+ D
s→−3+ j ( s+1 )(s+ 2)(s +5 )2 s→−3+ j ,
o que nos leva a
−7+3 j=−3 C+ jC +D⇒ C=3 e D=2 .
Assim, a parte do trinômio das raízes complexas será
3 s+2 s+3 1
2
=A 2
+B ⇒ A=3
s +6 s +10 ( s+3 ) +1 (s +3 )2 +1 e B=−7
Logo, podemos reescrever F(s) da seguinte forma
5 10 4 1 3( s+3 ) 7
F( s )= + − + + −
s +1 s+2 ( s+5 )2 s+5 ( s +3 )2 +1 ( s +3 )2 +1 ,
e a inversa será
−t −2 t −5 t −5 t −3 t −3 t
f (t )=5e +10 e −4 te +e +3 e cos t−7 e sent .
onde, X ( s)=L[ x(t )] e Y (s)=L[ y(t )] . Resolvendo para X(s) e Y(s), vem que
8 3
| |
3 s−1 8 s−17 8 s−17
X ( s)= = 2 =
s−2 3
| | s −3 s−4 (s+1)(s−4)
2 s−1
s−2 8
| |
2 3 3s−22
Y (s)= =
s−2 3 ( s+1)(s−4)
| |
2 s−1 .
Expandindo em frações parciais, podemos escrever, ainda, que
8 s−17 5 3
X ( s)= = +
(s+1)( s−4 ) s+1 s−4
2 s−22 5 −2
Y (s )= = +
(s+1)(s−4 ) s+1 s−4 .
Encontrando a transformada inversa temos a solução do sistema de equações
diferenciais
x (t )=5 e−t +3 e 4 t , t>0 ,
e,
y (t )=5 e−t −2 e 4 t , t >0 .
Exemplo 4.24.Determine a solução da equação diferencial
'' '
x (t )+2 x (t )+5 x (t )=3 ,
'
satisfazendo as condições iniciais x (0 )=x (0 )=0 .
Tomando as equações transformadas temos,
' 3
s 2 X ( s )−sx (0)−x (0 )+2[ sX ( s)−x (0 )]+5 X (s )=
s .
Substituindo as condições iniciais,
3
s 2 X ( s )+2 sX ( s )+5 X (s )=
s .
Resolvendo em função de X(s), temos
3
X ( s )= 2
s (s +2 s +5 ) .
Como temos um par de pólos complexos no denominador, vamos abrir em frações
parciais preservando o trinômio dessas raízes complexas
3 A1 Cs+ D
X ( s )= 2
= + 2
s ( s +2 s +5 ) s s +2 s +5 .
3 3
A 1 =lim =
s→ 0 s +2 s+ 5 5 ,
2
3 −3−6 j 3 6
lim = lim Cs+D⇒ =D−C+2Cj ⇒ C=− D=−
s→−1+2 j s s→−1+2 j 5 5 e 5 .
Assim, a parte do trinômio das raízes complexas será
3 s +2 s +1 2 3 3
− ⋅ 2 =A +B ⇒ A=− B=−
5 s +2 s+5 2
( s+1 ) +4 2
( s+1) +4 5 e 10 .
Logo, podemos reescrever X(s) da seguinte forma
3 3 1 3 s+1 3 2
X ( s )= = − −
s (s 2 +2 s +5 ) 5 s 5 (s +1)2 + 4 10 (s+ 1)2 +4 .
Encontrando a transformada inversa de Laplace temos a solução da equação diferencial,
isto é,
3 3 3
x(t )= − e−t cos2 t− e−t sen 2 t
5 5 10 , para t>0 .
Exemplo 4.25.Resolver a equação diferencial
y '' (t )+ y (t )=2 t ,
3 2
d C 1 s + C2 s +2
1
B 1= lim
1 ! s→0 ds [
s 2 +1
=0
,
]
C 1 s 3 +C 2 s2 + 2
lim =lim Cs+ D ⇒ C2 −2+C 1 j=D +Cj ⇒ C=C1
s→ j s2 s→ j e D=C 2 −2
Assim, a parte do trinômio das raízes complexas será
C 1 s +C 2−2 s 1
=A + B 2 ⇒ A=C1
e B=C 2−2 .
2 2
s +1 s +1 s +1
Logo, podemos reescrever Y(s) da seguinte forma
2 s 1
Y ( s )= 2
+C 1 2 +( C2 −2 ) 2
s s +1 s +1 .
Encontrando a transformada inversa de Laplace temos,
y (t )=2 t+C 1 cos t +(C 2−2)sent .
π π π π
y ( )=2−√ 2 y ( ) =2−√ 2=2−C sen +(C −2)cos ⇒ C =C
' '
1 2 1 2
4 4 4 4 ,
Fig.4.5-Sistema Físico.
Também vimos, no Capítulo 1, que a resposta ao impulso h(t) será a resposta y(t)
de um sistema linear e invariante no tempo (SLIT) quando a entrada f(t) for um impulso
unitário, δ (t ) . Sua transformada, H(s), será a função de transferência desse sistema.
Para encontrar a função de transferência de um sistema, a partir da equação
diferencial que descreve seu comportamento, basta determinar a transformada de
Laplace de cada um dos membros dessa equação, assumindo que todas as condições
iniciais são nulas, e em seguida estabelecer a relação entre a transformada de Laplace
da saída e a transformada de Laplace da entrada. Denotando a transformada de Laplace
da entrada por F( s) e da saída por Y (s) , a função de transferência, H (s) , será
Y (s )
H (s )=
F (s ) , (4.97)
tem um pólo duplo na origem, dois pólos complexos conjugados ( −1± j ) e dois
zeros distintos ( −1 e −2 ). Seu diagrama de pólos e zeros é apresentado na Fig.4.9.
Note que a multiplicidade do pólo na origem está representada, no diagrama, pelo
número 2 entre parênteses colocados logo acima do pólo múltiplo.
pólo
1 real e p1 =−a y(t )=Ke−at
negativo
pólo
2 real e p1 =a y (t )=Ke at
positivo
pólo p1 =0
3 y (t )=Ku(t )
na origem
pólo
s
complexos p1 =−a+ jb
4 conjugado y (t )=e−at ( K 1 cos bt+K 2 senbt)
p2 =−a− jb
s com
parte real
negativa
pólo
s p1 = jb
5 y (t )=K 1 cos bt+K 2 senbt
imaginário p2 =− jb
s puros
pólo
s
complexos p1 =a+ jb
6 conjugado y (t )=e at ( K 1 cos bt+K 2 senbt)
p2 =a− jb
s com
parte real
positiva
Vamos desenvolver uma relação entre e(t ) e i(t). A análise de um circuito elétrico é
baseada em duas leis fundamentais, conhecidas como Leis de Kirchhoff2. A primeira lei
estabelece que a soma de todas as tensões ao longo de qualquer malha fechada de um
circuito é nula. A segunda lei estabelece que a soma de todas as correntes que entram
em um nó do circuito é nula. Pela aplicação da primeira Lei de Kirchhoff à malha do
circuito temos
e L (t )+e C (t )=e (t ) .
Como
di(t )
e L (t )=L
dt ,
e,
0− t
1 1 1
e C (t )= ∫ i(t )dt= ∫ i(t )dt + ∫ i(u)du
C C −∞ C0
− ,
o que resulta em
t
1
e C (t )=e C (0− )+ ∫ i(u )du
C0
− ,
a equação que descreve o comportamento do circuito é
t
di(t ) 1
L +eC (0− )+ ∫ i(u)du=e (t )
dt C 0 ,
onde o limite inferior da integral, 0− , foi substituído por 0 (zero) em virtude de não
haver impulso na corrente i(t) no instante t =0 .
Definindo I( s) e E( s) como a transformada da corrente e a transformada da
tensão, respectivamente, a equação resultante da transformação fica sendo
2
Gustav Robert Kirchhoff (Königsberg, 12 de março de 1824 – Berlim, 17 de outubro de 1887)
foi um físico alemão. É o autor de duas leis fundamentais da teoria clássica dos circuitos
elétricos e da emissão térmica. Kirchhoff formulou as leis dos nós e das malhas na análise de
circuitos elétricos (Leis de Kirchhoff) em 1845, quando ainda era um estudante.
e C (0− ) I ( s )
L[ sI (s )−i( 0− ) ]+ + =E( s )
s sC .
Resolvendo a equação para I( s) ,
1 sE( s ) Li (0− )−eC ( 0− )/s
I ( s )= 2
+
L s +1/ LC sL+1/sC .
A primeira parcela do segundo membro da expressão anterior representa a solução da
equação diferencial quando as condições iniciais i(0− ) e e C (0− ) são nulas
(solução particular). A segunda parcela representa o efeito das condições iniciais, isto é,
a corrente na indutância e a tensão na capacitância em t=0− , e é a solução
complementar.
Admitindo-se condições iniciais nulas em t=0− , ou seja, que o circuito estava em
repouso em t=0− , e que e(t )=δ (t ) , E( s )=1 ,
1 s 1 s
I( s )= = 2
L s +1/ LC L s +(1 / √ LC )2 .
2
h) 4(t ) 6r (2t 4) .
Exercício Proposto 4.2. Uma função f (t ) tem por transformada de Laplace F(s).
Determine a transformada de Laplace, para a>0 , da função:
g(t ) f (t a ) f (at ) f (t a ) f (t a ) f (t )e at .
t
0 3 4 7
'' '
d) y (t )+4 y (t )=δ (t−2), para y (0 )=0 e y (0)=1 ;
''
e) y (t )+9 y(t )=18 t , para y(0 )=0 e y( π /2 )=π ;
f) y(t ) y (t ) e , para y (0) y(0) y (0) 0 ;
t
Exercício Proposto 4.7. Encontrar o valor final e o valor inicial, no domínio do tempo,
das seguintes funções:
3
R( s ) 2
a) s 2s ;
3
M ( s )= 2
b) s + s+ 1 ;
7 s+10
N (s)=
c) s( s+2 ) .
Créditos e Referências:
Instituto Nacional de Telecomunicações: INATEL