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Interpretação Qualitativa
d2- Teste de atenção
Teste Gestáltico
Visomotor de Bender
Teste de Cópia de Figuras Complexas
Atenção seletiva e capacidade de concentração
Atividade perceptiva e memória visual
Organização espacial
Materiais
- Manual Técnico (fundamentação teórica, procedimentos de administração e de
cotação, estudos estatísticos, tabelas de normas e elaboração e interpretação de dois
perfis)
Cada caracter corresponde a uma letra ('d' ou 'p') que contém um, dois, três e quatro
traços em baixo e/ou em cima.
- Após a realização da prova, as folhas devem ser separadas pelo picotado com o intuito
de calcular as pontuações diretas nos vários parâmetros tal como dos diversos índices
proporcionados pela prova.
Descrição geral do instrumento
- Tarefa: procurar em cada linha, da esquerda para a direita, com uma duração máxima
20 segundos, as letras d com dois traços (dois traços em cima, dois traços em baixo ou
um traço em cima e outro em baixo), assinalando-as com um traço (/);
- Após passarem os primeiros 20 segundos, o examinador diz para o sujeito mudar de
linha e este tem de obrigatoriamente passar para a linha dois, mesmo que não tenham
terminado a linha que estava a fazer e assim sucessivamente;
- Há letras que não devem ser assinaladas: p ou um d com mais ou menos do que dois
traços;
- Não devem saltar nenhuma linha na execução do teste.
- O utilizador deverá separar as duas folhas que constituem a folha de resposta;
- Na parte de trás da página das instruções, o utilizador ficará com as respostas
registadas do sujeito, estando estas assinaladas sobre um fundo que corresponde à
grelha de correção.
Após a cotação do d2 é possível adquirir diversos resultados:
Curva de Trabalho
- Relacionada com a representação gráfica do parâmetro TC, permitindo analisar a
produtividade do sujeito no que diz respeito à quantidade de trabalho realizado, tal
como a estabilidade e consistência do seu próprio desempenho;
- Na análise:
- se graficamente a linha se estende mais para a direita nas linhas finais quer dizer que o
sujeito evoluiu em termos do número de caracteres processados o que revela um
aumento da produtividade na fase final do teste;
- se se notar um decréscimo nas últimas linhas significa que talvez devido à falta de
concentração ou cansaço notou-se uma diminuição da produtividade ao longo da prova.
Erros
Dois tipos de erro: erro de tipo 1 e erro de tipo 2
- O erro de tipo 1 (E1) está relacionado com a omissão dos carateres relevantes;
- O mais frequente é o E1, relacionado com a capacidade de controlo da atenção, com o
cumprimento das instruções, com a precisão visual e com a qualidade do desempenho.
- O erro de tipo 2 (E2) está relacionado com a marcação dos caracteres que são
considerados irrelevantes;
- O E2 está relacionado com a inibição de comportamentos inadequados, com o respeito
pelas regras, com a previsão visual, com a meticulosidade e com a flexibilidade
cognitiva.
O d2 não deve ser aplicado a indivíduos analfabetos e com falta de acuidade visual.
- É de notar que o sujeito terá 4 minutos e 40 segundos para realizar a tarefa, uma vez
que o cronómetro nunca deve recomeçar a cronometragem do 0 no final de cada linha.
- Na linha 14, no final dos 20 segundos, o examinador deve dar por terminada a prova
- Deve-se verificar em cada linha qual a última letra assinalada pelo indivíduo,
recorrendo à régua, cuja numeração varia entre 1 e 47;
- O número que corresponde à última letra assinalada deve ser registado na coluna TC,
que se encontra do lado direito da folha de correção.
- Depois do registo concluído deve-se fazer o somatório, que será registado no final da
coluna TC e no topo da página, no local da página da pontuação direta (PD) de TC.
-Posteriormente, este resultado será utilizado no cálculo dos parâmetros TC-E e E%.
Total de Acertos (TA)
- Verificar nas 14 linhas o número de traços assinalados dentro dos rectângulos brancos,
que correspondem ao número de letras assinaladas corretamente;
- Em todas as linhas conferiu-se o número de letras d com dois traços que não foram
assinaladas, devendo contar-se os rectângulos que não foram assinalados (apenas
considerando os rectângulos até à última letra assinalada pelo indivíduo) e registar o
número na coluna E1;
- De seguida, é realizado o somatório, que deverá ser registado no final da coluna E1.
Erros por marcação de caracteres irrelevantes
- Verificar em cada uma das 14 linhas as letras d com mais ou menos de dois traços
assim como letras p que foram assinaladas;
- Deve-se contar as marcas (/) assinaladas fora dos rectângulos (tal como se sucede no
E1, só são consideradas as marcas até à última letra assinalada pelo indivíduo) e registar
o valor na coluna E2;
- Posteriormente, calcula-se o somatório que será registado no final da coluna E2, sendo
utilizado no cálculo do parâmetro IC.
Total de erros
- O registo do resultado deve ser feito no local da pontuação direta (PD) de TC-E no
topo da página, enquanto que no final da mesma é calculado.
Índice de Concentração (IC)
- É obtido através da diferença entre o total de acertos (TA) e o total de erros por
marcação de caracteres irrelevantes (E2);
- Entre os valores na coluna TC, deve ser assinalado o valor máximo e o valor mínimo
obtidos pelo sujeito, sendo que o resultado de IV é obtido pela diferença do valor
máximo e do valor mínimo;
- Sendo mais uma vez o resultado registado no topo da página, no sítio da pontuação
direta (PD) de IV e calculado na parte inferior da página.
Percentagem de erros (E%)
- Deve-se multiplicar o número total de erros por 100 e dividi-lo pelo total de caracteres
processados (TC);
- E é-lhe atribuído um carácter prático devido a ser aplicado em muitos contextos, como
clínico, educacional e organizacional.
Pontos Fracos
- É atribuído ao d2 alguma arbitrariedade por ser uma forma simplificada de registar os
diversos contextos em que se pode utilizar os resultados;
- Não pode ser aplicado a indivíduos com falta de acuidade visual ou analfabetos.
Objetivo: avaliar a discordância entre o nível intelectual global da criança e o seu nível
do ponto de vista de organização espacial, isto é, a organização perceptivo-motora do
espaço e a sua representação gráfica;
Esta capacidade vai evoluindo com a idade, sendo fundamental para o desempenho
escolar.
- Pede-se à criança para copiar os desenhos e para o tentar fazer de forma mais precisa
possível;
- Caso a criança não siga as instruções não se deve intervir e caso peça para recomeçar,
permite-se, mas a primeira reprodução é aquela que será válida para a cotação;
Tolera-se um contacto em um milímetro ou a junção por um pequeno traço que sai fora
do quadrado.
Se não houver contacto ou se houver mais do que um ponto de contacto, a nota não é
concedida.
Se a forma do quadrado não for correta, a nota não é atribuída, tolerando-se apenas um
ângulo mal reproduzido.
Modelo II
8 itens; máxima de pontuação: 16.
Item 1:
número correto de elementos (colunas de elementos), temos de verificar se existem dez
grupos de círculos, nitidamente perceptíveis.
Os itens seguintes somente são cotados quando há pelo menos seis elementos e as notas
respeitantes aos itens 2,3 e 7 não podem ser atribuídas no caso de mais de dois
elementos da reprodução conterem menos de três círculos.
Item 2:
relacionado com a falta de contacto entre os círculos dentro de um elemento.
O espaço tem de ser obrigatoriamente nítido e no caso de dúvida a nota não é atribuída.
Item 3:
todos os elementos têm de estar inclinados para a esquerda.
Se o eixo da figura for vertical, em vez de ser horizontal, a nota não é atribuída.
Item 5:
quanto ao eixo inclinado de 0 a 5º sobre a horizontal, utiliza a grelha C, fazendo-se
coincidir o vértice do ângulo da grelha com o centro do primeiro círculo à esquerda da
linha superior; as horizontais da grelha são paralelas ao bordo superior da folha de
desenho.
A nota é concedida se o centro do último círculo, à direita, da linha superior, for interior
ao ângulo C, tolerando-se que se encontre sobre um lado do ângulo. Neste caso, não se
têm em conta a disposição dos círculos intermediários da linha superior em relação ao
eixo.
Item 6:
alinhamento correto dos círculos da linha superior, exige-se que nenhum círculo da
linha tenha um diâmetro superior a 4 milímetros.
É considerado correto o alinhamento quando nenhum círculo da linha é totalmente
exterior à zona determinada pelas tangentes exteriores aos dois círculos últimos. Neste
item é utilizada a grelha B, como auxílio.
Apesar de a tangência exterior ser tolerada, a nota não é concedida se pelo menos dois
círculos tangentes estão situados exteriormente de um e de outro lado da zona.
Item 7:
alinhamento correto dos círculos da linha inferior, são utilizados os mesmo critérios do
item 6, considerando-se o círculo inferior de cada elemento, independentemente do
número de círculos que o constitua.
Item 8:
comprimento total da figura compreendida entre os 8 e os 14 centímetros, exige que o
número de elementos seja exato para que seja concedida a nota. Com a ajuda da grelha
B, mede-se a distância entre os centros dos últimos círculos da linha superior.
Modelo III
7 itens; máxima pontuação: 12 pontos
Item 1:
correspondente aos dois ângulos do quadrado serem rigorosamente corretos, não é
atribuída nota se o quadrado estiver invertido.
Os dois ângulos devem medir exatamente 90º (utilizando a grelha A), tendo em conta os
eventuais desvios determinados pelos aspectos não rectilíneos dos lados ou da base.
Item 2:
mesmo nível de paragens dos dois lados, mais uma vez não é atribuída a nota quando o
quadrado está invertido.
Os dois vértices dos lados do quadrado têm de estar à mesma distância da base, não
tendo em conta o comprimento efetivo dos lados, a sua exata linearidade, nem a
orientação da base do quadrado.
Não é atribuída nota no caso de um dos ganchos ser duas vezes mais profundo ou duas
vezes mais largo que o outro.
Item 5:
colocação correta do arco, novamente a nota não é concedida se o quadrado estiver
invertido.
Há uma zona delimitada pelas mediatrizes da base e do lado direito do quadrado, sendo
exterior a este, onde se deverá situar o arco.
Caso não esteja totalmente situado nesta zona, mas seja tangente ao quadrado e/ou ao
vértice do ângulo da direita, é atribuída igualmente pontuação.
Tal como no anterior, tolera-se uma secante ligeira ou uma separação ligeira.
Item 7:
quadrado igual ao modelo, a nota não é atribuída se o quadrado estiver invertido.
Tem-se em conta o facto de toda ou parte da reprodução seja confundida com os limites
da zona estabelecida.
Neste caso, não é tida em conta a igualdade dos lados do quadrado, porém os ângulos
não devem ser substituídos por linhas curvas.
Modelo IV
9 itens; máximo de pontuação: 22 pontos
Item 1:
o maior número de pontos, conta-se o número total de pontos.
Se na reprodução existir mais de três ângulos, considera-se que A1, A2 e A3 são os três
primeiros a partir da esquerda, mas se apenas existir dois ângulos, considera-se que se
trata de A1 e A2, respetivamente.
Item 2:
ângulo A1 correto, o ângulo não pode estar invertido, o número de pontos têm de ser
correto (3 pontos) e o centro dos 3 pontos ou círculos não podem estar alinhados.
Para que seja concedida pontuação é necessário que estas três condições sejam
cumpridas.
Item 3:
ângulo A2, relaciona-se com o ângulo A2 correto e o ângulo A2 curvo.
No ângulo A2 correto, devem ser respeitadas três condições: o ângulo não deve estar
invertido, deve ser constituído por 5 pontos e se considerar-se o centro desses 5 pontos,
apenas temos um ângulo aberto para a esquerda, cujo o vértice é o terceiro ponto.
No primeiro, o ângulo não está invertido, é constituído por 7 pontos e apenas existe um
só ângulo, aberto para a esquerda, cujo vértice é o quarto ponto de A3.
Item 5:
número correto de pontos em todos os ângulos, isto é, 1 ponto para o vértice S1, 3
pontos para o ângulo A1, 5 pontos para o ângulo A2 e 7 pontos para o ângulo A3.
Item 6:
eixo horizontal, o eixo da figura é a linha que une o centro do vértice S ao vértice A3,
designando-se S3.
Uma tangência pode ser tolerada ou duas do mesmo lado, no entanto duas tangências de
lados opostos já não são. Com a ajuda da grelha B, concretiza-se primeiro uma tangente
e depois a outra.
Item 8:
equidistância sobre o eixo, mede-se, com o auxílio da grelha B, as distâncias entre S e
S1, S1 e S2 e S2 e S3.
A margem de tolerância para considerar a igualdade das distâncias, tem o valor dessas
mesmas distâncias. É de notar que este aspecto só pode ser analisado se ao item anterior
for atribuído nota.
Item 9:
simetria, há quatro condições que devem ser respeitadas: como foi verificado
anteriormente, também têm de ter sido atribuída nota ao item 7 (pontos alinhados do
eixo), as distâncias entre os pontos têm de ser iguais, no interior de um ângulo, o eixo é
a bissectriz dos três ângulos (A1, A2 e A3, sendo estes abertos igualmente dos dois
lados do eixo) e o número de pontos têm de ser igual de um e de outro lado do eixo.
Modelo V
6 itens; máximo de pontuação: 16
Item 1:
está relacionado com o hexágono A correto e com o hexágono A com um ângulo
suprimido ou mal reproduzido.
Item 2:
está relacionado com o hexágono B correto e o hexágono B com um ângulo suprimido
ou mal reproduzido.
Em relação ao primeiro são utilizados os mesmos critérios do item 1 no que diz respeito
ao hexágono A correto.
Relativamente ao segundo são usados os mesmos critérios para a boa execução parcial,
como notado no ponto dois do item 1.
Item 3:
orientação correta dos dois hexágonos, o hexágono A tem de estar disposto
verticalmente, pelo menos os dois lados ou então pelo menos um dos lados e a direita
virtual unindo os vértices superior e inferior.
Não se tem em consideração a forma dos dois hexágonos nem a relação da secante.
Item 4:
está relacionado com a secância correta, em que o ângulo do vértice e o ângulo superior
direito do hexágono B estão no interior do hexágono A e o ângulo superior esquerdo do
hexágono A está no interior do hexágono B, e a secância entre os dois hexágonos, que
não respeita as condições acima referidas.
Item 5:
hexágono A igual ao modelo, a nota só é atribuída se for atribuída uma nota aos dois
pontos do item 1.
A reprodução deve estar inteiramente contida na zona delimitada pela grelha F.
Análise dos Resultados
Para analisar os resultados é necessário:
- Ordem - sucessão regular de figuras com a exceção da realização de uma inversão, isto
é, uma mudança de direção;
- Irregularidade - mais do que uma mudança de direção mas mudanças lógicas para
possibilitar mais espaço para uma figura;
- Confusão - não são desenhadas mais do que três figuras em sequência e as restantes
estão espalhadas pela página.
- Tendência de borda - dois terços das figuras são desenhadas ao longo da borda vertical
de tal modo que não se estendem para além da linha média, a borda do papel parece
servir como linha de indicação e orientação do desenho;
- Tendência de topo - dois terços ou mais das figuras estão dentro do terço superior da
página;
-Tendência de base - dois terços das figuras estão dentro do terço inferior da página.
Estas tendências refletem uma personalidade que tende a se retirar do seu ambiente, a
criança sente-se assim ameaçada pelo mundo, pois tal como o percebe, tem uma
necessidade excessiva de se vincular a alguém ou a alguma coisa.
Uso do espaço branco
Outras formas não habituais de usar o espaço.
Três possibilidades:
- Arranjo expansivo - as figuras são espalhadas de forma ampla pela página com uma
grande separação entre estas;
- Uso de mais do que uma página - relacionam-se com a expansão do desenho, o que
sugere uma criança ativa, auto centrada e agressiva que tende a agir de acordo com os
seus impulsos para obter gratificação imediata nas suas necessidades;
Três parâmetros:
- Trabalho da figura aumentado - sempre que mais de metade das figuras apresentam
um aumento no eixo vertical ou horizontal; característico de crianças expansivas e
atuantes;
- Tamanho da figura diminuída - quando mais de metade das figuras apresentam uma
diminuição; característico de crianças inibidas, revelando pobreza de impulsos sendo
uma das característica de uma criança inibida que se submete ao controlo dos adultos e
reprime os seus próprios impulsos e a sua responsividade emocional;
Pode-se dizer que se estes desvios que estão presentes em metade das figuras
demonstram dificuldades de fechamento.
Estes são vulgares em crianças adaptadas, sendo estas dificuldades relacionadas com a
expressão do medo ou excessivo atrito nas relações interpessoais, o que pode indicar
que a criança nunca teve uma relação satisfatória com um adulto significativo (privação
emocional).
Simplificação
Relaciona-se com conceitos menos maduros na reprodução das figuras.
Estas são consideradas imaturas quando são típicas de uma idade mental abaixo da
idade da criança.
Os desvios têm de estar presentes em pelo menos três unidades para que seja
considerada regressiva:
Uma rotação de 90º a 180º, a partir dos 8 anos de idade, sugere organização.
Mudança de angulação
Mudança maior de 15º no tamanho de qualquer ângulo, em algumas figuras, pode
sugerir a falta de expressão, sentimento ou embotamento afetivo.
Rasura
As crianças normalmente manifestam a necessidade de rasurar, uma vez que as que não
manifestam revelam um autoconceito e motivação pobres.
Pode ainda revelar imaturidade tanto ao nível físico como ao nível emocional e um
atraso perceptual.
Editora: CEGOC-TEA
Administração: Individual
Estas duas formas têm tarefas com a mesma finalidade e significado adaptadas, porém
não se trata de duas formas paralelas de um mesmo teste, pois aplicam-se a diferentes
momentos do processo evolutivo.
Rey apresentou uma prova que tinha como objetivo copiar e depois reproduzir, com
base na memória, um desenho geométrico complexo.
De acordo com a forma como o sujeito copia a figura, pode-se conhecer a sua atividade
perceptiva.
Material
- Manual técnico, que contém as bases teóricas, as normas de aplicação e cotação, os
fundamentos estatísticos e a interpretação dos resultados;
- Lâminas da prova;
- Papel branco;
- Cronómetro.
Figura A
Cópia do modelo
A figura está dividida em 18 partes;
O indivíduo não percebe, nem fixa um a um todos os segmentos que compõem a figura;
Ele capta-os organizados num certo número de estrutura;
Há elementos que são descurados na cópia e esquecidos na reprodução, uma vez que
são segmentos que não têm relação com nenhuma das estruturas.
- Para que o sujeito realize a prova, o examinador deverá ter cinco ou seis lápis de cor
diferentes disponíveis e fornecer uma folha de papel branco:
"Tem aqui um desenho; vai copiá-lo nesta folha; não é necessário fazer uma cópia
rigorosa; é preciso, no entanto, ter atenção às proporções e sobretudo não esquecer nada.
Não é necessário trabalhar à pressa. Comece com este lápis".
- Dá-se um lápis de uma cor solicitando ao sujeito que faça o desenho, permitindo que
ele utilize cerca de cinco ou seis cores diferentes. Quando ele começa a tarefa, deve-se
colocar o cronómetro discretamente. É de salientar que é necessário apontar a sucessão
das cores para identificar, no desenho, qual a ordem da cópia estabelecida pelo sujeito.
- Sempre que surgir dúvidas sobre a sucessão dos elementos copiados convém
interromper o examinado para mudar de lápis.
- Se o sujeito trabalhar de forma primitiva ou pouco racional, poderá ser necessária uma
verificação no final da prova, que consiste em perguntar ao indivíduo se não haveria
uma forma melhor de copiar a figura. Essa pergunta deverá ser adaptada ao vocabulário
e compreensão do sujeito.
- Esta verificação não deverá ser feita logo a seguir à cópia, devendo-se esperar pela
segunda parte da prova (à reprodução de memória) e só aquando do final da mesma é
que se deve solicitar ao sujeito que examine e a critique o seu processo de cópia.
- Deve ser realizada após uma pausa, que não deve ultrapassar os três minutos.
- Pede-se ao sujeito que utilize a sua memória para desenhar, numa segunda folha, a
figura geométrica.
- Pode-se utilizar vários lápis de cor para uma melhor percepção do processo de cópia,
porém se não houver muito tempo utiliza-se apenas um único lápis.
- Não há restrição de tempo para reproduzir a figura, uma vez que é o próprio sujeito
que indicará quando terminou a tarefa.
Reprodução de memória
Correção
Diferentes tipos de cópia encontram-se ordenados do mais racional para o menos
racional, tendo em conta os hábitos intelectuais, a rapidez de cópia e a apreciação do
resultado.
- Este grande rectângulo constitui a base que é utilizada como referência e ponto de
partida para a elaboração da figura.
- Predominante no adulto, sendo esta a sua única predominante, onde alcança a sua
máxima frequência.
- Está presente desde os grupos dos 4 anos e aumenta, lentamente, através das várias
faixas etárias até alcançar, bruscamente, o seu máximo.
II - Detalhes englobados na armação
- No início, o sujeito começa por um detalhe contíguo ao grande rectângulo, como, por
exemplo, a cruz da parte superior do lado esquerdo, ou traça o grande rectângulo,
contendo alguns detalhes.
- Surge no grupo dos 6 anos e aumenta progressivamente até aos 12 anos, onde se
alcança a sua mais alta frequência, diminuindo em seguida até à idade adulta.
III - Contorno geral
- Começa a desenhar a figura pelo contorno integral sem diferenciar, especificamente, o
rectângulo central, obtendo uma espécie de "contentor" onde em seguida são colocados
todos os detalhes interiores.
- Tem a sua frequência máxima no grupo dos 10 anos, deixando de ser apreciável nos
adultos.
IV - Justaposição de detalhes
- Começa a desenhar os detalhes uns próximos dos outros, como se fosse um puzzle,
não existindo um elemento diretor da reprodução.
- Surge com maior predominância nos grupos de 5 a 10 anos, atingindo o seu máximo
no grupo dos 8 anos.
- Vai diminuindo, de forma regular, até à idade adulta, onde tem uma representação
mínima.
V - Detalhes sobre o fundo confuso
- O sujeito desenha pouco ou nada estruturado, não sendo possível identificar o modelo,
apesar de certos detalhes serem reconhecíveis, pelo menos na sua intenção.
- A maioria deste tipo de reprodução dá-se no grupo dos 4 anos, todavia diminui
rapidamente e desaparece no grupo dos 8 anos.
VI - Redução a um esquema familiar
- Transforma a figura num esquema que lhe é familiar e que pode recordar vagamente a
forma geral de alguns dos seus elementos (como uma casa ou um barco) ou do modelo.
- Normalmente nessa idade, partem, em geral, do círculo assimilando-o a uma cara para
desenhar um boneco, ignorando o restante modelo.
VII - Garatujas
- É impossível reconhecer qualquer dos elementos do modelo ou as suas formas, uma
vez que o sujeito simplesmente faz umas garatujas.
Critérios de Pontuação
Riqueza e Exatidão da Cópia
- O mesmo valor é dado a cada uma das 18 unidades, sejam estas simples ou
complexas.
Tempo de cópia
- Quando o sujeito começa a desempenhar a tarefa, põe-se o cronómetro a funcionar e
pára-se quando este termina a prova.
Nota:
Estes critérios de correção e de pontuação são igualmente aplicados à reprodução de
memória. A folha de Registo permite registar e cotar de forma ordenada os resultados
parciais e globais de forma a facilitar este processo.
Por cada unidade
Correta
Deformada ou incompleta, mas reconhecível
Irreconhecível ou ausente
0 pontos
Bem situada = 1 ponto
É importante ter em conta o meio cultural em que está inserido o sujeito, assim como, a
sua escolaridade e o valor transmitido pela família e pela escola ao desenho livre.
2- O tempo de cópia é curto e o traçado em geral é fácil e firme, uma vez que certos
sujeitos, com grandes capacidades para o desenho, podem copiar de forma pouco
racional, fazendo-o com segurança e avançando progressivamente.
Pode-se prever uma tendência para não levar a prova a sério e para a lentidão gráfica na
execução, apesar de uma elaboração perceptiva global desenvolvida.
No caso da cópia ser defeituosa, a pobre reprodução pode ser visível que se pode dever
à hipótese de falta de memória.
Por vezes, é possível através da prova observar trocas de posição do modelo, por
exemplo, na figura A, colocam o modelo na posição vertical ficando o losango para
cima com o vértice para a direita, tomando o aspecto de uma casa.
Apesar da posição do modelo ser corrigida, em certos casos, o sujeito continua a copiar
a figura e a coloca-la na forma vertical, assemelhando-a a uma casa com uma bandeira
em cima, o que se sucede na reprodução de memória.
Figura B
- Dada a complexidade da figura A, para as crianças pequenas, é aconselhável um
procedimento mais rápido, por isso formou-se uma figura muito mais simples e mais
adaptada às possibilidades dos mais pequenos.
- É dividida em 11 partes.
- É apresentada à criança com o quadrado para baixo e simultaneamente entregando
uma folha de papel e pedindo-lhe para a copiar com um lápis.
Por exemplo, uma série de figuras vagamente poligonais alinhadas ou desordenadas não
permitem nenhuma identificação, por outro lado se estão distribuídas segundo as
relações de continuidade existentes entre o rectângulo, triângulo e quadrado, as
superfícies permitem identificar três figuras reconhecíveis.
1 ponto - dois pontos do círculo estão bem colocados à direita (se estiverem sobrepostos
ou muito afastados em vez de estarem um ao lado do outro, atribui-se apenas 1/2
ponto);
1 ponto - se colocarem a cruz à esquerda do triângulo;
1 ponto - semicírculo for colocado no centro da base do rectângulo (se não estiver no
centro, mas dentro do rectângulo é apenas atribuído 1/2 ponto);
1 ponto - se o número de linhas verticais do semicírculo for exatamente quatro;
1 ponto - se o ponto do quadrado for colocado no ângulo inferior direito;
1 ponto - se este mesmo ponto é claramente mais grosso do que os dois pontos do
círculo;
1 ponto - se a diagonal for corretamente colocada;
1 ponto - se o signo = (igual) for colocado dentro do quadrado pequeno formado pela
interseção do rectângulo com o quadrado (se este signo corta os lados do quadrado
pequeno só se atribui 1/2 ponto.)
Pontuação máxima: 8 pontos.
c) Tamanho proporcional dos quatro elementos principais
É possível fazer uma análise qualitativa dos dados, para além de uma análise
quantitativa, pois para a análise dos itens existem alguns parâmetros que poderão ser
úteis para a interpretação da prova, como a ordem e a posição do desenho.
Relativamente à ordem, deve-se anotar a ordem pela qual a criança desenhou os vários
elementos principais.
Para isso, utiliza-se o código que é atribuído a cada figura e que se encontra na folha de
registo.
Por exemplo, se o examinador anotar os números 3/1/2/4, isso significa que a criança
começou por desenhar o rectângulo, seguindo-se o círculo, o quadrado e por fim o
triângulo.
- Fácil cotação;
- Curta duração;
- Flexibilidade na cotação, uma vez que se baseia em vários pontos, não se limitando à
atribuição ou não de pontuação;
- Adaptado às dificuldades das crianças, visto que foi criada a Figura B que é mais
apropriada para as crianças.
Referências Bibliográficas
Brickenkamp, R. (2007). d2, Teste de Atenção (1ªed). Lisboa: CEGOC-TEA.
Cruz, V., Toni, P. & Oliveira, D. (2011). As Funções Executivas na Figura Complexa
de Rey: Relação entre Planejamento e Memória nas Fases do Teste. Boletim de
Psicologia, 61(134), 17-30.
Ferreira, R., Feil, C. & Nunes, M. (2009). O Teste Gestáltico Visomotor de Bender na
avaliação de crianças. Psico-USF, 14(2), 185-192.
Jamus, D. & Mäder, M. (2005). A Figura Complexa de Rey e Seu Papel na Avaliação
Neuropsicológica. Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology, 11(4), 193-198.
Lezak, M., Howieson, D. & Loring, D. (2004). Neuropsychological Assessment (4ªed).
New York: Oxford University Press.
Item 1:
Em relação ao quadrado pontiagudo inteiramente correto, os quatro ângulos são
medidos com o auxílio da grelha A; os ângulos devem ser de 90º, ou seja, rectos,
medindo-se o ângulo o mais perto possível; a igualdade dos lados é calculada a olho nu;