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Teoria Musical Aplicada Ao CHORO-versão 1
Teoria Musical Aplicada Ao CHORO-versão 1
• Tom é a distância entre duas notas que permite entre elas um semitom.
Existem intervalos melódicos em que tocamos as notas uma de cada vez e intervalos
harmônicos, que tocamos simultaneamente as notas. Para cada distância entre duas notas
temos uma classificação específica de intervalo, com subdivisões na qual veremos adiante.
Intervalos de segunda:
Segunda menor é o intervalo que representa o semitom, logo é a menor distância entre duas
notas. Confira no exemplo :
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Segunda maior é o intervalo entre duas notas que tem um tom de distância. No
Carinhoso temos entre as duas primeiras notas uma segunda maior descendente e no
Noites Cariocas segunda maior ascendente.
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Intervalos de terça:
Terça menor é o intervalo entre duas notas que permite um tom e meio de distância. No
exemplo Vibrações temos a terça menor ascendente.
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Terça maior é o intervalo entre duas notas que permite dois tons de distância. Podemos usar
os mesmo exemplos de Noites Cariocas e Carinhoso para identificar esses exemplos.
*Outro exemplo clássico de terça maior é o inicio de “Eu sei que vou te Amar” de Tom Jobim.
Na gravação de Jacob do Bandolim para É do que Há, o bandolinista inicia com um acorde de
Lá menor, mas as duas primeiras notas do acorde formam um intervalo de 3ª maior.
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Intervalos de quarta:
A quarta justa é o intervalo entre duas notas que permite dois tons e meio de distância. Ou
seja, dois tons e um semitom. Confira no “O Vôo da Mosca” os exemplos ascendente e
descendente.
*Um exemplo clássico de quinta justa ascendente é o intervalo entre as primeiras notas
do Hino Nacional.
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A quarta diminuta tem a mesma distância da terça maior, dois tons, na forma ascendente ela
é usada apenas para escrita, quando temos uma terça menor e não queremos usar bequadro
para usar a terça maior, usamos a quarta diminuta.
Confira no Exemplo:
Entre fá e sol temos 2ª maior, entre fá e lá bemol temos terça menor, já entre fá e si dobrado
bemol temos 4ª diminuta. Poderíamos perfeitamente usar um bequadro que anula o bemol do
lá e usar o lá. Neste caso seria uma terça maior medindo intervalo com o fá ascendente, mas
como a opção foi si dobrado bemol, temos a quarta diminuta.
*O mesmo som entre notas escritas diferentes é o que chamamos de sons enarmônicos .
Os intervalos de quarta aumentada é aquele que permite 3 tons de distância entre duas notas.
Normalmente é usado mais com função harmônica do que melódica, pois é enarmônico da
quinta diminuta, intervalo bem mais usado. Harmonicamente este intervalo é representado uma
oitava a cima da condição de (#11). Um uso muito comum da quarta aumentada (#11) é no
acorde maior com sétima maior e (#11), um exemplo seria F#7M(#11) que é usado no Campo
Bom de Elias Barboza, como podemos ver no exemplo abaixo.
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Intervalos de Quinta:
A quinta justa é o intervalo entre duas notas que possui 3 tons e meio de distância. Confira o
exemplo da introdução de Encantamento, choro de Elias Barboza.
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A Quinta Aumentada é a distância entre duas notas que permite 4 tons de distância entre
duas notas.
Na forma descendente:
Intervalos de sexta:
Os intervalos de sexta podem ser maiores ou menores.. Porém o intervalo de sexta menor é
enarmônico da quinta aumentada, tendo por tanto função harmônica em acordes, se
apresentando uma oitava acima na função de (b13) como neste acorde G7(b13). O (b13) neste
caso é o Mi Bemol, que é enarmônico de Ré sustenido, a quinta aumentada.
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Já o intervalo de sexta maior é responsável por belos temas da música brasileira, incluindo
Marina de Dorival Caymi e também o lindo choro Velhos Chorões de Luciana Rabello e Paulo
Cesar Pinheiro. No intervalo de sexta maior temos 4 tons e meio de distância entre duas notas.
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Intervalos de sétima:
A sétima maior é o intervalo que permite 5 tons e meio entre duas notas. Confira o exemplo
harmônico:
Sétima menor ascendente e descendente, é o intervalo que possui 5 tons de distância entre
duas notas.
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A sétima diminuta equivale a sexta maior e mesmo nos acordes diminutos, costumamos
escrever como sexta para facilitar a escrita.
Intervalo de oitava:
O intervalo de oitava é aquele que permite 6 tons de distância entre duas notas. A s notas que
formam intervalo de oitava são as mesmas. Elas apenas se encontram em alturas diferentes
na partitura.
Para exemplo temos o clássico Língua de Preto, de Honorino Lopes. Conta-se que Pixinguinha
improvisava horas sobre essa polca sem nunca se repetir. Hoje tocamos esta música como um
maxixe.
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Exercícios:
1. O que é um intervalo?
2. O que é um tom?
3. O que é um semitom?
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ESCALAS:
Escalas Maiores
As escalas são sequencias ordenadas de notas com intervalos específicos. As escalas maiores
e menores nos dão a base para o sistema tonal ocidental de música, porque a partir delas
formamos o campo harmônico dos modos maior e menor usados no choro e em toda música
ocidental.
Escala maior é formada pelos intervalos de tom, tom, semitom, tom, tom, tom, semitom. A
escala maior modelo, é a escala de dó, a dita escala diatônica formada por:
Dó –T- Ré – T – Mi – st – Fá – T – Sol – T – Lá – T – Si – st – Dó
Seguindo o mesmo modelo de intervalos entre as notas temos as demais escalas maiores.
Para sua formação precisamos usar os acidentes (sustenidos e bemóis) pois apenas a escala
de dó não apresenta acidente.
Exercícios:
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Uma maneira pratica e rápida de identificar as escalas maiores é conhecendo o CICLO DAS QUINTAS,
onde as tonalidades estão dispostas em quintas e a cada quinta vamos acrescentando um sustenido a
mais no sentido horário do Ciclo. No sentido anti-horário temos o ciclo das quartas em que a cada
tonalidade vamos acrescentando um bemol.
Olhando a figura a cima podemos ver claramente o Ciclo das Quintas. A partir da tonalidade de Sol
maior, temos o primeiro sustenido FA# e em cada nova tonalidade acrescentamos mais um sustenido,
sendo que a “Ordem dos Sustenidos” disposta na partitura é
No sentido anti-horário podemos ver o Ciclo das Quartas, em que a cada tonalidade adicionamos um
bemol, sendo que a “Ordem dos Bemóis” disposta na partitura é:
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Confira as escalas maiores com seus sustenidos, seguindo o ciclo das quintas e a ordem dos
sustenidos e logo após as escalas maiores com seus bemóis seguindo o ciclo das quartas.
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Escalas Menores
Existem três tipos de escalas menores. A escala menor natural, menor harmônica e menor
melódica.
Para formarmos uma escala menor partimos do sexto grau de uma escala maior e assim
formamos sua ESCALA MENOR NATURAL relativa do tom maior. Ou seja, se a escala de Dó
maior é Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si, seu sexto grau é Lá e para formarmos a escala menor natural
basta seguir a ordem natural dos sons, com o mesmo número de acidentes da escala relativa
maior. Então na escala de Lá Menor Natural temos:
LÁ - T –SI – st - DÓ – T – RÉ – T – MI – st – FÁ – T – SOL – T - LÁ
Mais a diante quando formarmos o campo harmônico e trabalharmos as funções dos acordes,
veremos que o quinto grau com sétima é o acorde chamado DOMINANTE e ele tem na tua
formação fundamental, terça maior, quinta justa e sétima menor. O intervalo entre a terça maior
e a sétima menor forma o que chamamos de trítono, que é o “som da preparação”.
Exemplo
: Este sol com sétima é o quinto grau da escala maior de dó, prepara o acorde de dó e
suas notas pertencem a escala maior. Já na escala menor natural, se empilharmos o quinto
grau em terças vamos ter um acorde menor com sétima, ou seja, não temos o trítono e o som
da preparação. Para isso formamos uma nova escala, a dita, elevando o sétimo grau da escala
para termos a terça maior, no quinto grau e obtermos o trítono tão usado no choro brasileiro.
Assim o 5º que na menor natural seria mi menor, na harmônica será E7 que prepara Am.
Para darmos um efeito melódico a escala, elevamos um semitom o sexto grau e um semitom o
sétimo grau em relação a escala natural na forma ascendente e na forma descendente
voltamos na forma de escala menor natural. Esta disposição de intervalos é chamado de
ESCALA MENOR MELÓDICA.
Subimos elevando o sexto e o sétimo grau e descemos mantendo na forma menor natural.
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Confira as escalas menores nos seus diferentes modos. Lembrando que a melódica esta sem a
descida que ocorre na forma natural.
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Para sabermos a escala relativa maior de qualquer escala menor basta pegarmos o terceiro
grau da escala que estará a um tom e meio de distância da nota fundamental que da nome a
escala menor.
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Exercícios:
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Harmonia:
Quando tocamos simultaneamente duas notas musicais, nós temos um intervalo harmônico. Já
quando agrupamos três notas ou mais em terças sobrepostas nós formamos um acorde.
Confira no exemplo:
A B C D E F G
Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol
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Através deste outro quadro podemos ter outras indicações de cifragem também, que se unem
ao quadro anterior.
b # m 5 6 7 9 11 13 º
ou
M
Bemol Sustenido Menor quinta sexta sétima nona Décima Décima Diminuta
Ou Ou E Primeira Terceira Acorde
Diminuto Aumentado Maior 4ª 6ª menor
em em alguns Uma Uma Com
alguns casos oitava Oitava quinta
casos acima acima diminuta
E sétima
diminuta
Sendo assim estaremos constantemente usando esses dois quadros para representar diversos
tipos de acorde como por exemplo:
• C dó maior
• Fº fá diminuto
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• O acorde maior vem somente com a cifra, sem precisar de mais nada para indicar que é
maior.
• O acorde com sétima menor se indica através do 7, sem precisar de m do lado para
indicar, ao contrario da sétima maior que precisa.
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CAMPO HARMÔNICO
O Campo Harmônico é formado pelos acordes de uma escala maior ou menor, em que
empilhamos cada grau da escala em terças sobrepostas. Ao empilhar as notas entre elas
teremos intervalos determinantes para saber se o acorde é maior, menor, com sétima e etc.
• Para termos um acorde maior (C) precisamos de – terça maior e quinta justa. Como
descobrimos isso?
• Para termos um acorde menor (Dm) precisamos de terça menor e quinta justa. Como
descobrimos isso?
• Para termos um acorde maior com sétima menor (G7), precisamos de terça maior,
quinta justa e sétima menor.
• Para termos um acorde “meio diminuto” Bm7(b5) precisamos de terça menor, quinta
diminuta e sétima menor.
Analisando o Campo Harmônico de Dó maior concluímos através da cifragem que temos esses
acordes:
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E podemos concluir mais ainda. SEMPRE que pegarmos uma escala maior e quisermos
montar seu CAMPO HARMÔNICO MAIOR, ele estará na mesma disposição que o de dó maior,
seguindo este padrão abaixo:
normalmente vai terminar a música. Ou no caso do choro vai terminar uma das suas partes.
Exemplo:
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O IIIm tem duas notas em comum com a tônica. Logo ele tem função tônica. Numa
cadencia como C A7 Dm G7, muitas vezes se substitui o C por Em, ficando Em A7 Dm G7.
• É super comum no choro, modularmos para o terceiro grau menor. Neste caso,
mesmo fazendo parte do campo harmônico, consideramos modulação, pois a
melodia usa notas relativo ao campo harmônico de de mi menor e não da tônica.
De uma maneira mais teórica, estamos usando o IIIm como relativo menor do V
que é tom vizinho da tônica. Confira no exemplo:
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Normalmente ao lado do IV, usamos o IVm, um acorde que chega que empréstimo modal da
tonalidade homônima da música, ou então usamos um acorde meio tom acima diminuto, ou
também em vez do quarto grau maior usamos um acorde IV#m7(b5) e depois o quarto menor.
São várias possibilidades. Muitas vezes, após o quarto menor, ou diminuto, usamos o IIIm ou a
tônica.
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sétima menor, que chamamos de trítono. Esse som entre esses intervalos causa a sensação
de preparação. Estamos preparando pra resolver na tônica.
Exemplo: Dm G7 C
No Velhos Chorões da Luciana Rabello, temos o acorde de dominante C7 preparando a tônica
F:
Exemplo: C A7 Dm G7
No Velhos Chorões temos diversos dominantes secundários. A tonalidade é Fá maior.
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A terça maior de G7 é si e a sétima menor é fá. A terça maior de C#7 (que está a um semitom
de distância de C) é mi sustenido ( enarmônico de fá) e a sétima menor é si. Logo o mesmo
som de preparação estará presente nos dois acordes, preparando o C.
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V7 do V7 da música.
O VIm tem a função relativo menor. Mas em certos casos também pode
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Exemplo: C Bm7(b5) E7 Am
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No choro Recado, de Rossini Ferreira, a tonalidade é sol maior e o compositor modula para si
maior.
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Como temos três escalas menores. Logo temos três campos harmônicos do modo menor.
Porém podemos fazer uma comparação com os graus mais usados nos choros em tom menor
e fazer um novo campo harmônico que seria o mais usual no choro, unindo um pouco de cada
um dos campos a seguir:
Unindo os graus mais usuais no choro ficamos com o seguinte campo harmônico:
Como podemos ver. Utilizando o sol sustenido somente para deixar o quinto grau maior e
poder usar o trítono criando o E7. Além de usar sétima no sétimo grau, para que ele atue como
dominante secundária do terceiro grau maior.
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O Im é a tônica. Na maioria das vezes ele inicia a música quando ela é menor. Exemplo:
O IIm7(b5) tem função segundo cadencial e ele antecede a dominante para preparar
a tônica. É o caso deste trecho do choro Migalhas de Amor (Jacob) em sol menor:
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O III também é muito utilizado em tons menores. Função de relativo maior. Seguidamente
passamos por ele, como no caso do choro Reminiscências de Jacob do Bandolim:
Já o IVm é muito importante nos tons menores, tem função subdominante e muitas
vezes ele até atua como segundo cadencial, antecedendo a dominante como poderemos
ver a seguir na segunda parte que está em ré menor, do choro Velhos Chorões de Luciana
Rabello:
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dominantes que vimos anteriormente, analisando o campo maior, são as mesmas. Confira
a dominante atuando em Reminiscências:
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Quinto grau menor. Modulação muito clássica usada em diversos choros. O exemplo mais
tradicional desta modulação está no clássico Cochichando de Pixinguinha:
Já a modulação para o quinto grau maior também é tradicional em tons menores. No choro
sonoroso, em ré menor, de K-ximbinho, podemos vê-la com clareza:
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O “espiritual” que Ronaldo se refere, quer dizer que para interpretar esta música é
necessário sentir, ter fundamentação e compreensão histórica de seus compositores, sua
grandeza, para então tentar entender a mensagem que o compositor quis passar e dar sua
interpretação e contribuição pessoal a esta música.
Para compor não é diferente. A música já tem tradição centenária, sua estrutura já foi
definida com muitos caminhos possíveis que estão sendo explorados desde 1845, o que nos
leva a obvia conclusão que para compor choro a primeira medida a ser tomada é ouvir a
discografia do gênero, prestar atenção nos detalhes, tirar choros de ouvido (melodia e
harmonia) e participar de rodas de choro.
O choro é um gênero que envolve diversos subgêneros como o próprio choro, choro
varandão, choro canção, choro sambado, samba choro “teleco-teco” , maxixe, valsa, polca,
schottisch, tango brasileiro. Existem choros em tons maiores e em tons menores e também
choros de três partes ou duas partes. A seguir vamos estudar detalhadamente cada uma
destas características, começando pelo clássico choro de três partes.
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Cada uma destas partes terá dezesseis compassos e em cada parte de dezesseis compassos,
faremos uma subdivisão em 4 compassos cada. Esta estrutura é chamada de rondó.
Subdividimos a parte de 16 em A , B, A” e C, cada uma contendo quatro compassos. Confira
os exemplos abaixo para entender:
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| : I | IIm | V7 | I | - A
| I | IIm | V5 | I V7/IV | - A”
IV IV#º | I | V7 | I V7 : C
Se analisarmos esta polca, podemos rapidamente concluir que usamos acordes dentro do
campo harmônico de dó maior e também os dominantes secundários do sexto grau menor, do
quinto grau com sétima e do quarto grau. Para isso a tabela de sequencias maiores abaixo,
pode lhe ajudar na sua composição.
Podemos observar também que as notas que formam esta polca são notas que pertencem a
tais acordes e se não pertencem, são extensão do acorde, como nos últimos três compassos
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que no acorde de C temos a nota lá que é a sexta maior e no acorde de G7 temos um mi, que
é a décima terceira. Com isso podemos inicialmente observar que um choro é formado por
arpejos e notas de extensão do acorde, ou “escala do acorde” também chamado.
• No C vamos finalmente para o quarto grau, para então resolvermos no décimo sexto
compasso, a música na tônica.
• Esta composição está usando muitas colcheias, isso é característico das polcas,
ritmo europeu que deu origem ao choro.
Este formato é um padrão no choro, no B também podemos ter modulações que veremos a
seguir, no A podemos iniciar também pela dominante, ou dominante da dominante, ou segundo
cadencial, mas o mais comum é pela tônica. Para finalizarmos a música, usar o quarto grau é
um padrão que acompanha o gênero desde sua criação.
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EXERCÍCIO:
1. Compor uma parte em maior usando apenas os graus do campo harmônico e seus
segundo cadenciais e dominantes.
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No choro Proezas do Solon de Pixinguinha temos a modulação para o quinto grau maior.
Confira:
| : I V7/IIm | V7/V7 | V7 | I |
| I | V | V7/V7 | V7 |
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