Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
65
ta, racional e de du tiv a, ao co nt rá rio da po es ia , si m bó lica, intu iti
66
St1a i111portât1citt, por isso, no catnpo da arte, en1 geral, e da
literatLlra, en1 particular, é incliscutível, sobretudo por sua univer
saJiclade e trat1scenclêtJc.ia, tnuito e1nbora, peJa natureza simbóli
co-it1terpretativa qtte reveste, seja, q11ase sempre, hermética, sem
a clílreza da prosa. Trata-se, ademais, ele um processo de liberta
ção do ser, possibilita11do ao homem uma descoberta perene de
seus can1inhos e um reencontro com o amor e o mistério dos seres
e das cot1sas. Sem isso, aliás, a criatura humana não teria sobrevi
vido à stla solidão, no curso dos tempos.
Ela constitui a linguagem das auroras no sentido maior da
expressão. Recria no homem, de acordo com o sentido de seu
étin1o grego - poíesis - o mundo interior, ampliando, por outro
lado, a visão da realidade objetiva, que se transfaz, sob o seu in
fluxo, em imagens de incoercível beleza.
E o homem é fundamentalmente poeta, pois sente a imperi
osa necessidade de expressar, em palavras e em ritmos, em músi
ca e em símbolos, a anima rerum ou aquilo que lhe vai nalma, em
momentos de dor ou de alegria, fixando acontecimentos para a
contemplação do presente e do futuro.
Dessa maneira, o Ceará não fugiria à constante universal
assinalada na história da literatura. Começa a sua vida literária
em 1815, nos "Oiteiros", reuniões palacianas promovidas pelo
Presidente da Província, Manuel Inácio de Sampaio, quando os
poetas glosavam motes e recitavam sonetos, odes, ditirambos e
outr as form as estró fica s, sob o calor do aplauso ofic ial. Os
"Oiteiros", diga-se de passagem, eram uma espécie de justa ou
prélio intelectual, de origem portuguesa, realizando-se nos fins
das festas de caráter religioso ou profano, após as solenidades
maiores. Eles assinalaram, no Ceará, a abertura da vida intelectu
al e art íst ica , po is a lite rat ura propriamente dita, isto é, a pro du ção
de livros marcados pela literariedade, só se inicia a partir de 1842,
como lemos em Dolor Barreira, ao revés do qt1e pensan1 sobre o
assunto Antônio Sales e Tristão de Ataíde. Par'l o pri111eiro, a lite-
67
rattlra cearense te111 it1ício co111 J uve11al Galeno, nos Prelúdios
p,oéticos, e111 qtle o aLltor sofre, de certa fornJa, influência de Gon
çalves de Magalhães, nos setls St1spiros Poéticos e Saudades, pu
blicado etn 1836, e111 Paris, e com que te1n começo o nosso Ro
Il1clt1tist110. Para o segttndo, assin,llar-se-ia em 1859, com a chega
da de Gonçalves Dias ao Ceafá, integrando a Comissão Científica
de Exploração, e que exerceria salutar influência sobre a obra po
ética de Jt1venal G'1leno, encaminhando-o para temas ligados à
alma popular, etn suas lendas, costumes e tradições. O assunto,
como se vê, é polémico, mesmo havendo, como há, certo equívo
co sobre vida literária e literatura.
/
68
•
111ola cat1tat1do, ao lot1go das estradas, con1o assinalou Augusto
---�
69
ftzemos uma poesia alegórica, mística e intemporal, sem qual
quer compromisso com o efêmero ou a realidade social. Nesse
tocante, aliás, não há, nas letras cearenses, uma poesia engagée,
ou participante. Ela é social tanto quanto pode ser expressão indi
vidual do sofrimento humano, já que o homem é um ser universal
por excelência e suas dores, transportadas para o verso, podem
ser a síntese de uma situação espiritual ou vivencial de muitos
outros. Não encontramos nela, porém, acentos revolucionários ou
reivindicatórios, a não ser como exceções raríssimas, como é o
caso de poemas de Jader de Carvalho e Aluízio Medeiros, ou de
alguns versos que tiveram o seu embas ament o na campanha
abolici onista. Mesmo o sentim ento telúric o, emerg ente da
cearensidade, é circunstancial, não constituindo o motivo maior
ou de mais ampla e permanente utilização literária.
/
70
•
1953, no Cat1cione.iro da Cidade de Fortaleza, com 79 poesias de
61 poetas, acrescido, esse 11úmero, na segunda edição, coJnemo
rativa do sesqt1icentet1ário ela Cidade, para 104 poetas, com 173
poesias. Isso constitt.ti, se111 clúvida, clara n1anifestação de amor à
terra e à gente cearer1ses, havendo, igualmente, peças de autores
nacionclis e estrangeiros, ern que são elogiadas as belezas da pai
sagetn e as virtttdes do povo. Entretanto, a constante maior é o
lirist11o amoroso e perene, sob o influxo de temas imperecíveis.
A nossa poesia oferece, em suas diferentes fases evolutivas,
aspectos de irrecusável interesse de natureza crítica, lingüística e
histórica, destacando-se também por um espontâneo espírito
gregário dos poetas, através da fundação de revistas, jornais, clu
bes, associações e grupos diversos; por uma tradição temática
universalista e localista, com predominância da primeira; por cer
tas reações à ortodoxia literária, como é o caso de uma Padaria
Espiritual e de um Grupo Clã, que procuraram encontrar os seus
próprios caminhos; pela permanência de um lirismo sonhador e
romântico, tomado este mais como atitude espiritual do que como
filiação doutrinária; pelas hostilidades do meio social ao trabalho
criador dos poetas, quase impossibilitando a edição de livros ou
periódicos; por uma comovente fidelidade dos artistas ao seu des
tino histórico; enfim, pela autenticidade literária, linguagem no
bre e plástica e imagismo belo e irradiante, sobretudo nos moti
vos transcendentes, muito embora, nos de inspiração telúrica, te
nhamos evitado os modismos regionais e as locuções caipiras e
caricaturais.
Abordando aspectos dessa riqueza literária, nem de todos
•
71
•
r
•
co t1c ett o
.
i11ferênci'l de tti 11
que, na m aio ria do s ca so s, po eta s se im or tal iza ra m por um sim
ples poem a, so ne to, od e ou ca nç ão , ou se dis tin gu ir am por suas
imagens cheias de sortilégio lírico e essencial, em versos isola
dos. Pouco importa, por outro lado, a filiação estética ou o pro
ces so for ma l t1ti liz ad o, po is o ve rd.a de iro art ist a se afirma, no tem
po, solitariamente, e a grandeza de sua face literária provém, fun
dam ent alm ent e, de sua vis poé tic a, tra du zid a no pod e r
transfigurante da linguagem, veículo de sua expressão espiritual,
•
72
Drummond de Andrade considera "dos mais altos poetas portu
,
gtleses e br(tsileiros" , cl1egot1 ao público co1n o soneto em que
descreve a figura de CatJistrano de Abreu; ·seni Carvalho foi aplau
dido por SLta "Protofonia do Jagt1aribe" ; Júlio Maciel prestigiou
se co111 os SOiletos "Verde" e "Jacclrecanga"; Otacílio de Azevedo
projetou-se co111 "Carro-de-bois" ; Martins d' Alvarez tem a sua
"C�l11ção do cri,tdor de Caminhos" incluída em muitas antologias
; Yaco Fernandes, bissexto, destacou-se com "Alegria de Fortale
,
za ' - e ta11tos ot1tros poetas.
De modo geral, no entanto, não temos merecido atenções
nacionais quanto à nossa literatura poética ou de ficção. Nem se
diga que o fato decorre apenas da circunstância de que "a edição
de tlm livro entre nós é, para um poeta pobre, um problema de
difícil solução", como assinala Antônio Sales, no seu estudo so
·
pu bl ic ad a e m 19 39 , em L is bo a, nã o re gi st ra ne nh um po et a
73
cearense, e n1bora faça referências den1oradas a Alen�car, e,
�e parsas, a Franklin Távora, Dotningos Olímpio, Adolfo Cami
t111a, Gustavo Barroso, Capistrano de Abretl, Leonardo M.ota e
Rachel de Qtleiroz. Sílvio Romero, na sua História da Literatura
Brasileira, menciona, no Ceará, Juvenal Galeno, assim mesmo
para incltlí-lo numa categoria que chamou de sertanejismo, ne
gando-lhe, porém, cultura para ingressar na arte literária. José Lins
do Rego, no seu estudo Presença do Nordeste na Literatura Brasi
leira, editado pelo Ministério da Educação e Cultura, não menci
ona um só poeta cearense. José Aderaldo Castelo e Antônio Cân
dido, em Presença da Literatura Brasileira, publicado em 1968,
não registram a existência de um grupo cearense no Modernismo,
•
74
I
I
•
Rosário Fusco e Guilhermino César, além de outros. Ora, só em
1928 Carlos Chiacchio aglutinaria, na Bahia, alguns nomes em tor
no dos icleais t11oclert1istas, após as tentativas de Godofredo Filho,
etlqtultlto e11 1 Fortalez�tjá ocorri�tfebrj] adesão à novidade literária.
O 111es1110 Chiaccl1io, poré111, no setl Modernistas e Ultramodemistas,
publicado em 195 I, mencionaria a repercussão, no Ceará, daquele
movimento de renovação cultural, registrando, porém, com alguns
eqt1ívocos, qtte "a pal'1 da revolta" era liderada por Aldo Prado,
Carlos Den1étrio, Leite Maranhão, Júlio Maciel, Pereira Júnior e
Lúcio V árzea (que era o pseudônimo, por ele ignorado, de Júlio
M'lciel) ... De todos, porém, apenas Mozart Firmeza (cujo pseudô
nimo era Pereira Júnior) foi modernista.
Em tudo isso, ficou esquecida a ação de publicações como
Maracajá e Cipó de Fogo, mesmo de curta duração, e a presença
de Jáder de Carvalho, Franklin Nascimento, Sidney Neto e Mozart
Firmeza, que publicariam o caderno de poemas Canto Novo da
Raça, destacado por Tristão de Ataíde. Segundo o depoimento de
João Jacques, que viveu intensamente aquele momento literário,
Cipó de Fogo, em letras encarnadas, constituiu uma reação ao
tom melífluo de Maracajá, procurando ser um panfleto tipicamente
revolucionário, em obediência aos cânones modernistas. Cipó de
Fogo, dirigido por João Jacques, Heitor Marçal e Mário Sobreira
de Andrade, valeu como um protesto contra o sincretismo estett-
. .
, .
75
de Alet1car; Xeré111 e Evangelização, de Sinobilino Pitlheir�o, e
Festa ele Ritt11os, de Filgueiras Litncl, alé1n de o·utras publicações
em que havia uma poesia nova e por vezes ousada, mesmo que se
registrassem, ainda, alguns cacoetes neoparnasianos.
Por outro lado, nas referências a at1tores cearense, quase
sempre se cometem equívocos, alguns imperdoáveis. José Albano,
na Enciclopédia de Conhecimentos Gerais, editada em 1966, foi
dado como poeta português residente no Ceará. Jaime de Barros,
no seu Poetas do Brasil, aponta José de Alencar como um dos
poetas menores do Romantismo, ao lado de Juvenal Galeno, des
tacando, no Ceará, tão - somente, os nomes de Leopoldo Brígido,
Virgílio Brígido, Tomaz Lopes e Oscar Lopes. Parece primária,
no entanto, a classificação de Alencar como poeta menor, mesmo
porque Os filhos de Tupâ tiveram apenas três Cantos publicados
na Revista da Academia Brasileira de Letras e nunca foram con
cluídos. Os poemetos Niterói e Rio de Janeiro e as Trovas de um
palerma, simples fragmentos, ficaram inéditos.
No campo da divulgação das letras, destaca-se, porém, em
relação ao Ceará, O Pequeno Dicionário de Literatura Brasileira,
organizado por Massaud Moisés e José Paulo Paes, em que o nos
so Estado é contemplado com excelentes informações e inúmeros
destaques para obras, personalidades, instituições e movimentos
liter ários . Vale m regis tro espe cial os tópic os refer entes a
Cap istra no, José Alb ano, Alen car, Ara ripe Júni or, Clóv is
Beviláqua, Farias Brito, Adolfo Caminha, Américo Facó, Juvenal
Galeno, Domingos Olímpia, Rodolfo Teófilo, Pápi Júnior, Oli
veira Paiva, Antônio Sales, Franklin T ávora, Rachel de Queiroz,
Fran Martins, Braga Montenegro, Moreira Campos, Moacir Lopes,
Cordeiro Andrade e outros, sem esquecer os Congressos de Poe
sia, o Grupo Clã, o jornal O José, além, é claro, da Padaria Espiri
tual e de outros assuntos de igual interesse. Há registras especiais
para livros como O Guarani, Iracema, Luzia Homem, O Quinze,
A Normalista, N o país dos Ianques e ot1tros. É o 111elhor traball1o
76
a cot1Stlltar sobre as letras cearenses - Poesia e Prosa - mesmo
co111 o esqtteci111et1to dos J10ines ele OtacíJio Colares, Mozart
Soriano Aderaldo, Jáder de Carvalho, Leonardo Mota, Cruz Fi
lho, Lívio Barreto e outros. De qualquer forma, já se desenha ali
um quadro mais amplo da literatura cearense e de sua projeção no
País. Mencione-se tambétn o excelente Dicionário Literário Bra
sileiro, de Raimundo Menezes, embora com algumas omissões.
Existe e persiste, porém, em outros autores brasileiros, no
gênero, o desconhecimento e o desinteresse por tudo quanto fize
mos, do século passado aos nossos dias. À s vezes, dizem de nós
cot1sas inacreditáveis, por falta, certamente, de um consciente es
pírito de pesquisa ou de justiça literária. Os equívocos, a certa
altura, chegam a ser jocosos. Pelo fato, por exemplo, de se cha
mar Catulo da Paixão Cearense, esse poeta maranhense já foi dado,
por mais de uma vez, como sendo de Fortaleza...
E por que isso? Poderão ser apontados alguns fatores
determinantes dessa posição da Poesia e da Prosa cearenses na
literatura brasileira, dentre os quais as limitadas edições que, por
isso mesmo, ficam circunscritas ao meio, sem divulgação nacio •
77
critos por grat1des JJOetas. Não i111porta a sua filiação roinântica,
pari1asia11a, si111bolista, 111odernista Oll de vangttarda, o seu senti
do tltliversal, telúrico, I11Ístico, lírico ou filosófico, a su,a lingua
getll hern1ética OLl cot11Ltnicante. Etn tudo, há uma autêntica men
sagetl1 poética, 'lmpliando no leitor a visão das cousas e dos seres,
pelcl projeção do Llniverso interior do poeta.
.,
78
•
nala Afrânio Coutinho, em nota à Obra Completa de Cruz e Sousa.
A Padaria fo i revolucionária em relação ao meio e precursora
qtlanto ao te111po. Os setts poetas, e que1n o confessa é Adolfo
Ca111inl1a, inspirava 1n-se em Antônio Nobre, cujo livro - Só - era
lido sofregatnente. Mas o sett poeta maior, Lívio Barreto, teve ,a
intuição do movimento antes de sua repercussão no Ceará. É essa,
pelo n1et1os, a conclusão de Mário Linhares. E o Simbolismo re
pontaria na obra de Lopes Filho, Mário da Silveira e Silveira Fi
lho, jc:l que Mário Sobreira de Andrade, profundamente intimista,
Inesclotl-o con 1 o n1odernismo nascente. �
De toda forma, porém, a poesia cearense oferece aspectos •
épicos e fantásticos;
5- quas e ne nh um a ex pr es sã o da sá tir a e do ep ig ra m a;
79
6- ab ord ag en s de co nte úd o fil os ófi co , co m int erp retaç õe s
de problemas ex istenciais e temas transcendentes;
7- raras, mas ex pressivas, manifestações de simbolismo;
8- persistência de uma tendência neoparnasiana, peJo
fort11alist110 estrtttttral e linguagem erudita, por vezes
preciosa;
•
80
•
Terra ele Nitlgtlétn - Jácler ele Carvalho;
J>oe111as elos Belos Dias - Crttz Filho·'
81
Entre a� publicações que atuaJmente divulgam poesia devem
•
82
•
José 1\
- lbano, 1Jorén1., é LtJ11 poeta i111enso. Se outros gran�des
\'Llltos não existissen1 na 11oss�t JJOesia, e] e, sozinho, daria nome e
pr stígio ao gê11ero, 110 Ceará. O CJUe sentin1os dele no texto lírico
é algo reaJJ11ente i11traduzíveJ, como u111a luz <.]Ue sobressai do rit
IllO e da arqttitettlfíl do verso.
Soi11os, entreta11to, tn<.tl conhecidc)s no País, quando não so
ti·e111os i11jttstiças. Mclnttel Bandeira, por exemplo, na sua Apre
setltctção d<l Poesia Brasileira, ignora a existência de outros poe
tas cllé111 de José Albano, não registrando nenhum nome na súmula
inve11tariante qtte fez naquela obra. Entretanto, segundo Cruz Fi-
111o, e111 artigo publicado em 1920, no Almanaque do Ceará,
Alfredo de Castro foi o poeta que mais atingiu, no Brasil, "a per
feição da arte parnasiana".
Existimos, no entanto. E vivemos. O panorama da nossa Po
esia oferece aspectos surpreendentes e múltiplos. Belo, sem dúvi
da, é o espírito que emerge de suas obras, tocado, a um só tempo,
de tlniversalidade e telurismo, de intemporalidade e de expressão
do homem e da natureza, com poemas, sonetos e canções de pe
netrante ternura e solidão, brotados de ampla visão criadora.
Sílvio J úlio, em seu livro Terra e Povo do Ceará, editado no
Rio em 1936, escreve: "O Ceará conta com opulenta poesia, e
seus cultores, mal conhecidos fora da Província, merecem louvo
res dos críticos imparciais". E dá ênfase aos nomes de Juvenal
Galeno, Antônio Sales, José Albano, Quintino Cunha, Cruz Fi
lho, Carlos Gondim, Mário Linhares, Sales Campos, Júlio Maciel,
Beni Carvalho e Antônio Tomaz.
Grandes poetas e escritores brasileiros qtle nos visitaram e
entraram em contato conosco, como é o caso de Gonçalves Dias,
de um Raimundo Correia, de um Guilherme de Almeida, de un1
Augusto Frederico Schmidt, de um José Lins do Rego, de u111
Vitorino Nemésio e de tlrn Humberto de Campos (qtte dedicotl
inúmeras poesias ao Ceará), sempre revelara111 adn1iração pela
riqueza da literatura cearense. Três dessas visitas foram particu-
1
C(11TI
84