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A Evolução dos Estudos de

Segurança Internacional

Prof. Dr. Daniel Rei Coronato


E-mail: daniel_coronato@hotmail.com
Defesa

Estratégia
Segurança

EUMAN, 1984 apud RUDZI; NOGAMI, 2010.


Estudos de Segurança Int. (ESI)
▪ Surge após a Segunda Guerra Mundial
▪ Termo ‘segurança’: emprego como forma de
distinguir das correntes de pensamento militar
▪ Tentativa de romper com a noção de que o
planejamento de defesa se sobreporia a todos os
outros
Definições
Segurança
▪ Ausência de uma definição consensual para o
campo e para a disciplina em si
▪ Forte característica multidisciplinar, se
convertendo em um universo integrado as diversas
correntes teóricas das RI’s
▪ Tentativas persistentes de unir a literatura em
marcos similares de preocupação
Marcos de Definição
i. Estado como o objeto de referência
ii. Inclusão simultânea de ameaças ‘internas’ e
‘externas’ no âmbito da segurança (conceito
dilatado de segurança)
iii. Segurança como conceito amplo e não apenas
restrito ao contexto militar
iv. “Inextricavelmente ligada à dinâmica de ameaças,
perigos e urgência” (BUZAN; HANSEN, 2012)
Ameaça
Ameaça
▪ Limites do modelo de Herz (1950): Dilema da

Segurança

▪ Ameaça como fenômeno amplo e mais profundo

▪ Proximidades entre a esfera interna e a externa


Ameaça
▪ Ameaça: designação de algo ou ‘alguém como um
‘outro’; adversário; diferente; competidor e
finalmente inimigo!
▪ Inimigo estabelecido = definição de ‘si mesmo’
▪ Carl Schmitt: Lógica amigo-inimigo
“Não é necessário que o inimigo político seja
moralmente mau ou esteticamente feio; ele não
precisa necessariamente se apresentar como
concorrente econômico e pode até mesmo ser
vantajoso negociar com ele. Ele é apenas "o
outro", o estrangeiro, bastando, para sua
essência, que ele seja, num sentido
particularmente intenso, algo alheio e estranho
(...)” (Schmitt, 1972, p.291)
Ameaça
▪ Conceito histórico: muda com o tempo e sofre os
efeitos da mudança social
▪ Fenômeno perceptivo: sempre está presa as ‘janelas da
percepção’ dos Estados e sociedades
▪ Ameaça e segurança andam sempre juntas – a
primeira define a segunda
Ameaça e Estratégia
i. Ajuda e permite com pouco esforço mobilizar parceiros
em torno dela;
ii. Antever possíveis agressões que podem ter os mais diversos
impactos;
iii. Definir um perímetro de ação e uma lógica de
enfrentamento.
Ameaça e Estratégia
▪ Guerra Fria – facilidade em reconhecer ameaças
(dinâmica maniqueísta)
▪ URSS e EUA – ‘bons’ parceiros
▪ Fim da URSS; 1ª Guerra do Golfo; Fim da
História
Ameaça e Estratégia
▪ Pós-Guerra Fria: novas ameaças aparentam
ser mais internas do que externas
▪ Os Estados mais poderosos não estavam
preparados para essa nova conjuntura
Ameaça e Estratégia
▪ Tentativas sistemáticas de ‘requentar’ velhas
disputas (Sul global, árabes, Islã...)
▪ Risco estratégico: errar o ‘alvo’ da ameaça e
ignorar um agressor ‘real’
Ameaça Contemporâneas
i. Questões ‘clássicas’ (geopolítica, cultural, religiosa,
demográfica, etc.)
ii. Proliferação nuclear;
iii. Efeitos indesejados da segurança coletiva;
iv. Revolução da informação;
v. Transformações na dinâmica produtiva capitalista;
vi. Terrorismo;
vii. Crime organizado;
viii. Ambientais;
ix. Entre outras...
Características e
Limites do ESI
ESI - Características
▪ Abrange de maneira ampla os campos político e
militar
▪ Procura deliberadamente absorver repertórios
conceituais complementares, paralelos e até opositores
▪ Caráter histórico e maleável do estudo de segurança:
inclusão permanente de novos temas
Fronteiras e Limites
▪ Dificuldade em terminar os limites entre o ESI e o
conjunto de teorias de RI
▪ ESI tradicional das primeiras décadas após a Segunda
Guerra Mundial: diferenciação sobre o foco na
utilização da força
▪ Objeto central: ameaças que os Estados enfrentam no
campo militar (em todas as suas formas), fundamentos
Fronteiras e Limites
▪ ESI tradicional: se converteu em um setor técnico-militar da
abordagem realista em RI (ou ‘Estudos Estratégicos’ segundo a
literatura britânica)
▪ Fim da Guerra Fria: utilização da força se tornou um objeto muito
limitado
▪ Nascimento de novas escolas e propostas: Justaposição inevitável entre
ESI E TRI (especialmente o neorrealismo, abordagens críticas e
construtivistas)
Fronteiras e Limites
▪ ESI: converteu-se em estudo de fronteira das mais
diversas abordagens e perspectivas
▪ Absorvida inclusive como ramo auxiliar de estudos de
matriz marxista ou desenvolvimentista
▪ Uso disseminado por pacifistas e intelectuais
preocupados com o controle civil das forças armadas

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