Estudos de Segurança Int. (ESI) ▪ Surge após a Segunda Guerra Mundial ▪ Termo ‘segurança’: emprego como forma de distinguir das correntes de pensamento militar ▪ Tentativa de romper com a noção de que o planejamento de defesa se sobreporia a todos os outros Definições Segurança ▪ Ausência de uma definição consensual para o campo e para a disciplina em si ▪ Forte característica multidisciplinar, se convertendo em um universo integrado as diversas correntes teóricas das RI’s ▪ Tentativas persistentes de unir a literatura em marcos similares de preocupação Marcos de Definição i. Estado como o objeto de referência ii. Inclusão simultânea de ameaças ‘internas’ e ‘externas’ no âmbito da segurança (conceito dilatado de segurança) iii. Segurança como conceito amplo e não apenas restrito ao contexto militar iv. “Inextricavelmente ligada à dinâmica de ameaças, perigos e urgência” (BUZAN; HANSEN, 2012) Ameaça Ameaça ▪ Limites do modelo de Herz (1950): Dilema da
Segurança
▪ Ameaça como fenômeno amplo e mais profundo
▪ Proximidades entre a esfera interna e a externa
Ameaça ▪ Ameaça: designação de algo ou ‘alguém como um ‘outro’; adversário; diferente; competidor e finalmente inimigo! ▪ Inimigo estabelecido = definição de ‘si mesmo’ ▪ Carl Schmitt: Lógica amigo-inimigo “Não é necessário que o inimigo político seja moralmente mau ou esteticamente feio; ele não precisa necessariamente se apresentar como concorrente econômico e pode até mesmo ser vantajoso negociar com ele. Ele é apenas "o outro", o estrangeiro, bastando, para sua essência, que ele seja, num sentido particularmente intenso, algo alheio e estranho (...)” (Schmitt, 1972, p.291) Ameaça ▪ Conceito histórico: muda com o tempo e sofre os efeitos da mudança social ▪ Fenômeno perceptivo: sempre está presa as ‘janelas da percepção’ dos Estados e sociedades ▪ Ameaça e segurança andam sempre juntas – a primeira define a segunda Ameaça e Estratégia i. Ajuda e permite com pouco esforço mobilizar parceiros em torno dela; ii. Antever possíveis agressões que podem ter os mais diversos impactos; iii. Definir um perímetro de ação e uma lógica de enfrentamento. Ameaça e Estratégia ▪ Guerra Fria – facilidade em reconhecer ameaças (dinâmica maniqueísta) ▪ URSS e EUA – ‘bons’ parceiros ▪ Fim da URSS; 1ª Guerra do Golfo; Fim da História Ameaça e Estratégia ▪ Pós-Guerra Fria: novas ameaças aparentam ser mais internas do que externas ▪ Os Estados mais poderosos não estavam preparados para essa nova conjuntura Ameaça e Estratégia ▪ Tentativas sistemáticas de ‘requentar’ velhas disputas (Sul global, árabes, Islã...) ▪ Risco estratégico: errar o ‘alvo’ da ameaça e ignorar um agressor ‘real’ Ameaça Contemporâneas i. Questões ‘clássicas’ (geopolítica, cultural, religiosa, demográfica, etc.) ii. Proliferação nuclear; iii. Efeitos indesejados da segurança coletiva; iv. Revolução da informação; v. Transformações na dinâmica produtiva capitalista; vi. Terrorismo; vii. Crime organizado; viii. Ambientais; ix. Entre outras... Características e Limites do ESI ESI - Características ▪ Abrange de maneira ampla os campos político e militar ▪ Procura deliberadamente absorver repertórios conceituais complementares, paralelos e até opositores ▪ Caráter histórico e maleável do estudo de segurança: inclusão permanente de novos temas Fronteiras e Limites ▪ Dificuldade em terminar os limites entre o ESI e o conjunto de teorias de RI ▪ ESI tradicional das primeiras décadas após a Segunda Guerra Mundial: diferenciação sobre o foco na utilização da força ▪ Objeto central: ameaças que os Estados enfrentam no campo militar (em todas as suas formas), fundamentos Fronteiras e Limites ▪ ESI tradicional: se converteu em um setor técnico-militar da abordagem realista em RI (ou ‘Estudos Estratégicos’ segundo a literatura britânica) ▪ Fim da Guerra Fria: utilização da força se tornou um objeto muito limitado ▪ Nascimento de novas escolas e propostas: Justaposição inevitável entre ESI E TRI (especialmente o neorrealismo, abordagens críticas e construtivistas) Fronteiras e Limites ▪ ESI: converteu-se em estudo de fronteira das mais diversas abordagens e perspectivas ▪ Absorvida inclusive como ramo auxiliar de estudos de matriz marxista ou desenvolvimentista ▪ Uso disseminado por pacifistas e intelectuais preocupados com o controle civil das forças armadas
Robert JACKSON: Realismo Clássico em Relações Internacionais; In Introdução às Relações Internacionais: Teorias e Abordagens, trad. Bárbara Duarte, Rio de Janeiro, Zahar, 2007.