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● Os Seis Pilares da Empregabilidade

É muito frequente que as pessoas tenham sucesso em determinadas fases da sua carreira e se
depararem com dificuldades noutras. Ou testarem caminhos durante algum tempo, até
conseguirem encontrar actividades com as quais se identifiquem e se comecem a desenvolver
profissionalmente. Podemo-nos perguntar: porque será que existem pessoas que, independente
da idade, encontram ocupações desafiantes e com remuneração adequada, enquanto outras
sofrem com as flutuações do mercado? Será que não se conseguem adaptar à competitividade
potencializada pela globalização? As oportunidades de trabalho estão realmente escassas? A
resposta mais provável é uma combinação de diferentes factores para cada profissional.

Durante anos, em entrevistas de selecção, perguntei a candidatos que informaram terem sido
despedidos por corte ou reestruturação da empresa, o que os colegas que ficaram tinham de
especial. Cada um destacava pontos diferentes sobre o desempenho dos "bem-sucedidos". Três
deles chamaram-me bastante a atenção: ter vocação e serem competentes no que faziam,
habilidade de relacionamento e firmeza de carácter. Esses aspectos foram muito bem abordados
por José Augusto Minarelli, no final da década de 90, no conceito de Empregabilidade. Ele define-
a como a "capacidade de um profissional estar empregado" e ainda completa com "ter a sua
carreira protegida dos riscos inerentes ao mercado de trabalho".

Minarelli apresenta seis pilares da empregabilidade, para que o indivíduo possa conquistar maior
segurança:

Profissão adequada à vocação - Direccionar da carreira para actividades coerentes com o que
se goste e tenha talento para realizar;

Competências - Preparação técnica, capacidade de liderar pessoas, habilidade política, de


marketing, capacidade para vendas, de comunicação oral e escrita - em pelo menos dois idiomas
- e capacidade de utilização dos recursos tecnológicos;

Idoneidade - Ética, conduta, correcção e respeito;

Saúde física e mental - Cuidar do equilíbrio, do desgaste exagerado e do corpo. Pessoas


saudáveis têm bons relacionamentos e interagem de maneira favorável. Evitar vícios como fumo,
álcool e drogas. Manter a auto-estima e a capacidade de realizar projectos;

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Reserva financeira e fontes alternativas de aquisição de renda - Uma reserva/poupança
mensal, enquanto se está empregado, é uma garantia que o sustenta em períodos de transição.
Outros projectos devem ser conduzidos paralelamente. Um negócio próprio de qualquer
dimensão, também pode ser uma fonte alternativa de renda;

Relacionamento - Quem conhece pessoas adquire informações relevantes. É muito importante


ter um networking, uma forma de se manter conectado à sua rede de relacionamentos, que
podem gerar oportunidades profissionais.

Com base nesses pilares, há que fazer uma auto-avaliação para chegar à visão mais concreta
possível do nosso desempenho. É preciso ter humildade e coragem para ser muito sincero
consigo mesmo, pois mascarar a realidade é uma saída confortável, mas não nos ajudará a
crescer. Um bom caminho é identificar quais são as nossas forças e fraquezas. E, conhecendo-
as, mapear possíveis ameaças e oportunidades no mercado de trabalho. Trata-se de uma
simples, porém excelente, ferramenta para identificar aspectos de desenvolvimento e em que
cenário é possível aproveitar melhor a nossa capacidade produtiva.

Vale destacar que essa atitude não cabe somente em momentos de crise. Ela deve ser contínua,
focada em manter a sua ocupação actual, diferenciar-se da maioria, conquistar promoções e
também diante de novas oportunidades. Com a globalização, o profissional deve ver-se a si
próprio como uma microempresa, oferecendo uma relação custo - benefício diferenciada que
conquiste e fidelize o seu "cliente".

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