Você está na página 1de 32

Nº 88 Jul/Ago/Set 2018

R$15,00

Foto: Biomanguinhos
revista

Certificação de cabines de
segurança biológica
Desde 1989
Disseminando
Comportamento Asséptico
Conhecimentos
em áreas limpas
sbcc.com.br
CANAIS DE COMUNICAÇÃO COM A SBCC
A SBCC INFORMA OS CANAIS OFICIAIS DE
COMUNICAÇÃO COM A ENTIDADE PARA A GESTÃO
2018/2019

ASSUNTOS CORPORATIVOS E INSTITUCIONAIS


Eduardo Lopes – Diretor Presidente
eduardo.lopes@sbcc.com.br
Antonio Gamino – Diretor Vice-Presidente
Antonio.gamino@sbcc.com.br
ASSUNTOS COM ENTIDADES DE CLASSE, REGULATÓRIOS, ASSOCIADOS,
FEIRAS E PATROCÍNIOS
Gerson Catapano – Diretor de Relações Públicas
gerson.catapano@sbcc.com.br
ASSUNTOS COMERCIAIS E PATROCÍNIOS
Eduardo Longhini – Diretor Comercial
eduardo.longhini@sbcc.com.br
ASSUNTOS TÉCNICOS, GRUPOS DE TRABALHO, CURSOS & SEMINÁRIOS E
REVISTA SBCC
Almerinda Maria M. Wanderley – Diretora Técnica
almerinda.wanderley@sbcc.com.br
ASSUNTOS FINANCEIROS
Adilson Blois – Diretor Financeiro
adilson.blois@sbcc.com.br
ASSUNTOS INTERNACIONAIS
Elisa Liu – Delegada Internacional
elisa.liu@sbcc.com.br
SECRETARIA
Debora Duarte
debora.duarte@sbcc.com.br
CONTATO SBCC
sbcc@sbcc.com.br

Diretoria 2018/2019
Edição N0 88
Jul/Ago/Set 2018

revista
4 Editorial

5 Entrevista

9 Certificação de cabines de segurança biológica

13 Comportamento Asséptico em áreas limpas

16 Artigo Técnico - DUPONT

24 Certificação de uniformes

27 Procedimentos esterelizantes

29 SBCC em ação

30 Opinião

31 Associados
EDITORIAL Edição N0 88
Jul/Ago/Set 2018

revista
Temas qualificados e diversificados

P reocupada em manter a sua


missão de disseminar conhe-
cimento para os setores representa-
tema Certificação de Uniformes de
operadores para trabalho em
A e B , indicando a prática de vestir
graus

dos, a SBCC tem buscado novos for- corretamente o macacão para assim
matos para o seu cumprimento, neste evitar a contaminação, procedimentos
sentido disponibilizou para o mercado a serem adotados de comportamento
a modalidade de curso in company. asséptico, análise microbiológica e
A seção entrevista é dedicada a este certificação.
assunto. E, para finalizar, destaque para a
Para esta edição, a SBCC colocou em matéria de Certificação de Cabines
pauta assuntos atuais, como Compor- de Segurança, que traz informações
tamento Asséptico, onde é abordada importantes sobre o trabalho que o
a atenção a ser dada ao operador, Comitê Brasileiro - CB 46 da ABNT
análise de sua personalidade, carac- está realizando.
terísticas da profissão, qualificação, O Brasil vai aos poucos se recuperan-
itens a serem observados para o bom do, a economia já dá sinais positivos, Desde 1989
desempenho da função. alguns setores já saíram da crise, ou- Disseminando
O tema Procedimentos Esterilizantes tros caminham para sair. Conhecimentos
trouxe para as entrevistas diversos as- Vamos em frente, temos um grande
pectos e tecnologias disponíveis neste horizonte em nossa missão!
setor, como normas e aspectos refe- Boa Leitura,
rentes aos quais são os melhores e
mais usados métodos de esterilização. Martin Lazar
Ainda nesta edição trataremos do Chefe do Conselho Editorial

SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação - www.sbcc.com.br


Revista da SBCC - ISSN 2318-9754
Diretoria (biênio 2018/2019): Presidente: Eduardo Almeida Lopes; Vice-Presidente: Antonio Elias Gamino; Diretora Técnica: Almerinda Maria Medeiros Wanderley;
Diretor Financeiro: Adilson Blois; Diretor de Relações Públicas: Gerson Catapano: Diretor Comercial: Eduardo Longuini. Conselho Fiscal: Dirce Akamine, Miguel
Ferreirós e Henrique Carlos Pinto. Cargo não-eletivo: Delegada Internacional: Elisa Liu; Gestora CB-46: Elisa Liu Man Li; Conselho Editorial Revista SBCC: Martin Lazar
(editor-chefe), Fábio Eduardo Campos, Richard Chiquetto, Talita Pagung Favarato e Elvira A. Centeio; Secretaria: Debora Duarte Revista da SBCC: Órgão oficial da
SBCC – Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação. Av. Rio Branco, 1492 – Campos Elíseos – CEP 01206-001 São Paulo – SP. Tel. (11) 2645-9105 – Fax (11)
2645-9205 E-mail: sbcc@sbcc.com.br; A Revista da SBCC é uma publicação trimestral editada pela Momento Comunicação. Tiragem: 3.000 exemplares
Responsável pela edição e redação Alessandra Lopes - alessandra@momentocomunicacao.com.br
Diagramação: Daniella Miconi. Projeto Gráfico: Carla Vendramini/Formo Arquitetura e Design - Depto. Comercial: comercial.2@sbcc.com.br.

A SBCC é membro da ICCCS - International Confederation of Contamination Control Societies


As opiniões e os conceitos emitidos pelos entrevistados ou em artigos assinados não são de responsabilidade da Revista da SBCC e não expressam,
necessariamente, a opinião da entidade.

4
ENTREVISTA

Curso in Company
SBCC

Foto: Arquivo SBCC


Almerinda Wanderley

D esde sua fundação em 1989, a


SBCC - Sociedade Brasileira de
Controle de Contaminação tem atuado
empresas do segmento representado.
E, também Antonio Gamino, vice-pre-
sidente da SBCC que explicará a es-
Revista SBCC - Qual ou quais
mensagens a SBCC quer levar ao
mercado sobre o Curso?
de forma pioneira com trabalhos dire- trutura do curso, e contará um pouco Almerinda - Tendo como finalida-
cionados às empresas e profissionais da experiência vivida com a realização de a disseminação de conhecimentos,
de diferentes atuações e formações da primeira turma do curso in company a SBCC se propõe por meio dos cur-
para o desenvolvimento de atividades SBCC. sos in company, atuar de maneira mais
na área de controle de contaminação Revista SBCC - Como e quando próxima aos profissionais e empresas,
em ambientes fechados. foi idealizado o curso in company que necessitem da melhor e mais atual
A SBCC se dedica em promover da SBCC? informação.
atividades científicas, programas de Almerinda - Durante a gestão Revista SBCC - Como uma em-
educação contínua e desenvolvimento 2016-2017 da SBCC, devido à fre- presa identifica que a SBCC pode
profissional para seus associados, co- quente procura de cursos nas instala- ajudá-los?
munidade cientifica, além de, abrir um ções das empresas, nós vislumbramos Almerinda - Necessidades no âm-
canal constante de comunicação com a possibilidade de proporcionarmos ao bito de concepção, certificação, rotina
a sociedade em geral. Sua missão é público algo bem específico, moldado e controle de contaminação de salas
participar ativamente na ampliação do frente às necessidades de cada em- limpas e ambientes controlados estão
conhecimento em Controle de Con- presa. E, desde então foi dado início no escopo da SBCC e podem ser aten-
taminação de Ambientes Fechados ao processo de concepção do mesmo, didos pelos cursos in company.
proporcionando a conscientização de chegando a sua primeira edição. Revista SBCC - Como se dá o
sua relevância à coletividade. Revista SBCC - Para a SBCC diagnóstico de uma empresa para
Seguindo de acordo com a sua esta é uma ação pioneira, o que isto que seja desenvolvido o curso ade-
missão e a busca de novos formatos significa? quado?
para seu cumprimento, a SBCC inova Almerinda- Significa mais uma for- Almerinda - Dá-se durante a
mais uma vez e disponibiliza para o ma de disseminar conhecimentos, que fase de montagem da grade do cur-
mercado o curso in company. Uma é o principal objetivo da SBCC. so, quando a empresa e a SBCC
nova forma de transmitir e dissemi-
nar conhecimento ao mercado, indo
diretamente ao público-alvo, levando
temas, atualizações e treinamentos de
interesse específico na área de salas
limpas e controle da contaminação.
Para falar sobre este novo projeto,
convidamos Almerinda Wanderley,
diretora técnica SBCC, que contará
a respeito da concepção do curso in
company e como ele pode ajudar as

7
Jul/Ago/Set - 2018 - SBCC
ENTREVISTA

estabelecem e definem o melhor fios previstos para a realização de empresa. A partir daí o curso é mon-
conteúdo a ser aplicado. Podendo cada edição? tado considerando-se as normas ISO
também, ser necessária uma etapa Almerinda - O principal desafio é mais atuais, outras normas aplicáveis
de visitação prévia, para definição do sempre entender corretamente a ne- ao tema, e também o conhecimento
melhor formato e conteúdo do curso. cessidade da empresa, para que seja agregado por meio dos Grupos de Tra-
Revista SBCC - Qual o objetivo montada uma grade de curso ade- balho da SBCC. O tempo e duração de
deste formato de curso in com- quada, que atenda satisfatoriamente cada curso é definido de acordo com a
pany? às expectativas da mesma. Um outro necessidade da empresa, podendo ser
Almerinda - O objetivo é permitir grande desafio é o preparo do mate- dividido em mais de uma etapa.
que a empresa possa receber o trei- rial, que requer todo o cuidado para
namento específico que necessita em que sejam fornecidas informações Os cursos in company
suas instalações, tornando o processo atuais e adequadas à empresa.
mais eficaz. É possível também, reali- Revista SBCC - Quais etapas e
da SBCC fornecem
zar estudos de casos relativos à em- pilares de informações são levados certificados e materiais
presa contratante. O curso in company em conta para a estruturação de um personalizados contendo
também permite a participação de um curso in company?
a marca da empresa e da
maior número de colaboradores, o que Almerinda - Após o primeiro con-
nem sempre é possível quando cursos tato feito pela empresa interessada, a
SBCC.
são realizados fora da empresa. SBCC propõe uma grade para o curso,
Revista SBCC - Quais os desa- que é então discutida e aprovada pela

Forro Filtrante

Há 20 anos no mercado, desenvolvemos projetos


tecnológicos na indústria farmacêutica, médico-
hospitalar, biotérios, laboratórios de pesquisa e
centros de desenvolvimento.

IPEN
Oferecemos em nossos projetos equipamentos Liofilizados

e materiais de alta tecnologia, adequando-os às


necessidades específicas de cada cliente.

12 3939.1803 | www.grupofoianesi.com.br Empresa do grupo

INPA
Rua Divinópolis, no 16 | Bosque dos Eucaliptos
Clena Lab
8 São José dos Campos - SP

SBCC--Jan/Fev/Mar
SBCC Jul/Ago/Set - 2018
ENTREVISTA

Estrutura e Escopo do
Curso in company

Foto: Arquivo SBCC


SBCC Antonio Gamino

Revista SBCC - A primeira turma uso de instrumentos nas Cabines de Disponibilizamos também, o Trai-
do curso in company já aconteceu! Segurança Biológica. ning In Company onde é realizado um
Pode nos dizer quem foi e como foi? A definição dos temas abordados treinamento específico nas instalações
Antonio Gamino - Sim, a primeira foi resultado da demanda identificada da empresa para um número limitado
edição do curso foi realizada em São em entrevista com a gerência e dire- de profissionais que atuam em Salas
Paulo, a empresa que realizou de for- toria da empresa, a qual identificou a Limpas ou em atividades de suporte
ma pioneira o curso in company foi a necessidade de reciclar seus profissio- para as mesmas.
Mec-Q, empresa do Grupo Trescal, nais diante das constantes mudanças Revista SBCC - Existem restri-
presente em mais de 20 países. Cer- e elevado grau de qualidade exigido ções para participação?
ca de 10 profissionais participaram do por seus clientes, tanto nacionais Antonio Gamino - A princípio não
curso demandado, desenhado espe- como internacionais. existem restrições para participar do
cialmente para a empresa. Revista SBCC - Como está à curso in company, mesmo porque o
Revista SBCC - Como foi a ade- procura de empresas pelo curso in curso é estruturado para a demanda
são dos profissionais da empresa company da SBCC? específica de cada empresa. Quem
no curso? Antonio Gamino - Temos mais escolhe a grade necessária e define o
Antonio Gamino - Tivemos 100% de dez empresas que solicitaram pro- perfil de quem irá participar é a própria
de adesão dos profissionais designa- postas de curso in company para a empresa, cabendo à SBCC customizar
dos ao curso, sendo que a empresa SBCC, as mesmas estão em processo o conteúdo para o público definido. É,
reuniu representantes de todas as regi- de aprovação, com realização prevista com base nisso que a SBCC ajusta
ões do Brasil, visando nivelar e alinhar ainda para 2019. os módulos, podendo incluir profis-
o conhecimento de seus profissionais, Revista SBCC - Os cursos são de sionais sem experiência, profissionais
tornando cada um dos aprovados em quantos dias em média? de campo altamente experientes, e,
multiplicadores do conhecimento bási- Antonio Gamino - Temos mó- ou também, supervisores, gestores e
co no assunto em suas unidades. dulos pré-estruturados de cursos diretores com o objetivo de reciclagem
Revista SBCC – Qual ou quais para um e dois dias inteiros, de- de seus conhecimentos ou práticas.
foram os temas abordados no curso pendendo do conteúdo solicitado Revista SBCC - O curso é pre-
realizado? E como foram definidos? pela empresa em função de seus sencial?
Antonio Gamino - Os temas objetivos específicos. Cabe aqui Antonio Gamino - Sim, obriga-
abordados no curso realizado foram esclarecer que, a SBCC também toriamente, pois existe uma grande e
a nova versão da Norma ISO 14644- tem outros produtos disponíveis rica interação entre instrutores e par-
1 e 2:2015, que trouxeram mudanças para as empresas como Seminar ticipantes. É, nesse ambiente fechado
conceituais nos ensaios para certificar In Company, onde são ministradas da empresa que os participantes
a classe de limpeza em Salas Limpas e palestras para um número ilimitado ficam livres para tirar dúvidas, expor
Zonas Limpas, e a NSF/ANSI 49:2016 de profissionais dentro da empre- situações pontuais e às vezes delica-
que trata dos ensaios em cabines. sa, momento em que palestrantes das, que nunca o fariam em público
Além da parte teórica, também reali- especializados discursam sobre os durante um seminário, por exemplo.
zamos demonstrações práticas com o temas solicitados. Em casos assim, nossos instrutores

7
SBCC - Jul/Ago/Set - 2018
CERTIFICAÇÃO
ENTREVISTA DE CABINES
HVAC

assumem a postura de especialista a serem utilizados pela SBCC. É isso Neste sentido, temos uma gama de
que são, dirimindo dúvidas, apontando que norteia a montagem das grades profissionais relacionados por tema e
soluções, direcionando os profissio- e conteúdo dos cursos, assim como, disponibilidade, mantendo assim mó-
nais a seguirem o caminho correto seminários e treinamentos. dulos pré-estruturados para os cursos
para solucionar determinados casos. Revista SBCC - Após o curso é in company.
Revista SBCC - Como os parti- feita alguma avaliação na empresa?
cipantes são avaliados? Tem certi- Antonio Gamino - Esta pergunta Nosso procedimento
ficado? interessante no sentido de esclarecer
Antonio Gamino - Eles são ava- o objetivo dos produtos in company.
prevê também
liados pelo acompanhamento dos A SBCC não faz avaliação ou audito- uma avaliação dos
instrutores, pois, nossa técnica prevê ria na empresa que faz o curso, pois, instrutores por parte
dois instrutores nestes cursos, onde essa avaliação ainda é um processo
dos participantes no
enquanto uma passa os temas, o outro natural feito pelo mercado no Brasil.
observa, acompanha e interage com Desde 2012, estamos em estreito
curso in company. Essa
os participantes. Além disso, ao final contato com órgãos internacionais, avaliação é coletada
de cada módulo, os participantes reali- que treinam e certificam profissionais no final do curso e
zam uma prova escrita. em Salas Limpas e Ambientes Asso-
entregue ao board
Ao final do curso os participantes ciados e Relacionados. Esses órgãos,
podem receber dois tipos de certifica- possuem critérios e métodos testados de diretores, que
dos: Para quem obtém aproveitamento e aprovados no continente europeu e avaliam vários aspectos
mínimo na prova de 70%, presença começam a fazer parte do ICCCS do e acompanham o
mínima de 50% e boa avaliação dos qual a SBCC é associada.
instrutores, o participante recebe um Por definição, só é possível treinar
desempenho dos
CPA - Certificado de Participação e e avaliar pessoas as quais são parte cursos. Cabe destacar,
Aprovação; e, para quem fica abaixo de uma empresa, que por muitas ve- que os instrutores
desses parâmetros, entregamos um zes só se mantém qualificada, se tiver
são profissionais
CP - Certificado de Participação. profissionais treinados, atualizados, e,
Revista SBCC - Quais os parâ- finalmente qualificados para o desem-
experientes e atuantes
metros utilizados pela SBCC para penho de suas atividades específicas. no mercado, os quais
montagem das grades e conteúdo a Afinal de contas, toda empresa possui colaboram com
serem aplicados. algum índice de rotatividade em seu
a SBCC de forma
Antonio Gamino - Os parâmetros quadro de profissionais, podendo re-
utilizados são definidos de acordo com por colaboradores com a mesma qua- alinhada com a sua
as necessidades que os colaboradores lificação ou investindo em novos para missão de disseminar
da SBCC (ativos em Grupos de Traba- que se qualifiquem. É justamente na conhecimento de Salas
lho, revisão de Normas e seminários reciclagem, treinamento e qualificação
Limpas no mercado
abertos), identificam em eventos, em dos profissionais que a SBCC contribui
campo com clientes e com o merca- para que as empresas permaneçam brasileiro, com o
do em geral. Temos especialistas na qualificadas no mercado. objetivo maior de
SBCC que representam a ABNT em Revista SBCC - Como é definido valorizar nossos bons
órgãos internacionais, que trabalham o docente do curso?
para manter o mercado atualizado em Antonio Gamino - Temos exce-
profissionais.
acompanhamento às mudanças e ten- lentes profissionais colaboradores na
dências internacionais, essas informa- SBCC em todas as áreas de especia-
ções coletadas são usadas como refe- lidades, podemos atender praticamen-
rências para definirmos os parâmetros te qualquer demanda no segmento.

8
SBCC - Jul/Ago/Set - 2018
CERTIFICAÇÃO DE CABINES

Certificação

Foto: Divulgação / ABL


de Cabines de
Segurança Biológica
D
e acordo com o Manual de cabines de segurança biológica se B possuem no máximo 30% de recircu-
Segurança Biológica em La- dão de acordo com a especificação de lação do ar.
boratórios, publicado pela Or- cada uma: Classe III - Oferece maior prote-
ganização Mundial da Saúde (OMS), Classe I - a primeira CBS re- ção para o operador, e é o tipo indica-
as câmaras de segurança biológica conhecida devido à sua concepção do para uso com agentes biológicos
(CSB) foram concebidas para proteger simples. Tem a vantagem de fornecer do grupo de risco 4. O ar expelido da
o operador, o ambiente laboratorial e proteção pessoal e ambiental. Nela cabine passa por um sistema de fil-
o material de trabalho da exposição o ar é sugado para a cabine através tração com 2 filtros HEPA e atua com
a aerossóis e salpicos resultantes do da abertura frontal, circula pelo seu pressão negativa, ou seja, nenhum ar
manuseamento de materiais que con- interior e depois é eliminado por um sai da cabine, a não ser pelo sistema
tenham agentes infecciosos, tais como condutor que fica na parte de trás da de filtragem. A manipulação na Classe
culturas primárias, stocks e amostras cabine, passando antes por um filtro III costuma ser realizada com luvas
para diagnóstico. especial – o filtro HEPA (high efficiency grossas de borracha presas a mangas
Para Willian Ito, engenheiro e dire- particulate air filter). na parte frontal da cabine, sendo essa
tor da LWN Engenharia e Consultoria Classe II - as câmaras da Classe totalmente vedada.
“a cabine de segurança biológica é um II diferem das demais por protegerem
EPC, Equipamento de Proteção Co- também o interior da cabine de conta-
mum ou Conjunto, porque normalmen- minações externas. O ar que entra na
te você manuseia coisas vivas, que cabine passa antes por um filtro do tipo
não podem sair da cabine. A primeira HEPA, e assim tanto operador quanto
obrigação da cabine é fazer essa pro- as amostras são protegidas de conta-
teção para com o ambiente e operador. minações. Neste sistema, 70% do ar é
A segunda é garantir que tenha um ar re-circulado dentro da cabine e 30% é
adequado para que não contamine o expelido, depois de passar por outro
que está sendo feito, como por exem- filtro HEPA. Esta CBS é adequada
plo, uma célula. A cabine tem uma ve- para a manipulação de agentes dos
locidade de fluxo descendente, como grupos de risco 2 e 3 (vide grupos no
um pistão de ar limpo , permitindo um quadro2).
fluxo unidirecional, garantindo essa Existem quatro tipos de CBS da
Foto: Veco
segurança no processo para a não Classe II : A1, A2, B1 e B2. A diferença
contaminação da célula ou qualquer entre elas está na quantidade de ar re-
que seja o elemento que esteja em -circulado e a velocidade de captação
manuseio dentro da cabine”. externa do ar, sendo que as dos tipos Foto: Trox

As definições da classificação das A possuem cerca de 70% e as de tipos

139
Jul/Ago/Set - 2018 - SBCC
CERTIFICAÇÃO
HVAC DE CABINES

Para Francisco Hernandes, mestre MANUAL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA EM LABORATÓRIO


em Biotecnologia pela Universidade de
Seleção de câmaras de segurança biológica (CSB), segundo o tipo de
São Paulo, especialista em sistemas
proteção necessária
de ar condicionado e sistemas para
áreas Biocontidas e certificação de Tipo de proteção Seleção de CSB
cabine de segurança biológica, e di-
retor da FCH Serviços, De forma resu- Proteção do pessoal, microrganismos
Classe I, II, III
nos Grupos de Risco 1-3
mida, as classificações das cabines I,
II e III se dão de acordo com os riscos Proteção do pessoal, microrganismos
oferecidos aos operadores, neste caso nos Grupos de Risco 4, laboratório com Classe III
riscos físico, químico e biológico. Mi- porta -luvas
nhas referências para Cabines de Se-
Proteção do pessoal, microrganismos no
gurança Biológica são acompanhadas
Grupo de Risco 4, laboratório com fatos Classe I, II
pelo Manual de Segurança Biológica pressurizados
em Laboratórios, publicado pela Orga-
Classe II ou III unicamente se fluxo
nização Mundial da Saúde ”. Proteção do produto
laminar incluido
Proteção contra radionuclídios/ químios Classe IIB1, Classe IIA2 de evacuação
voláteis, quantidades mínimas exterior
Proteção contra radionuclídios/ químios
Classe I, IIB2 ou III
voláteis

Anúncio SBCC Anúncio Neu Luft

14
SBCC - Jul/Ago/Set - 2018
As classificações de riscos são de- existe tratamento eficaz e medidas de Grupo de Risco 4 (alto risco
terminadas de acordo com o grau de prevenção. O risco de propagação de individual e coletivo)
risco que a ação exige infecção é limitado. Um agente patogênico que causa
Grupo de Risco 1 (nenhum ou Grupo de Risco 3 (alto risco geralmente uma doença grave no ho-
baixo risco individual e coletivo) individual, baixo risco coletivo) mem, e que pode transmitir facilmente
Opera com agentes que não fazem Um agente patogênico que causa de uma pessoa para outra, direta ou
mal ao ser humano geralmente uma doença grave ao ser indiretamente. Nem sempre é possível
Grupo de Risco 2 (risco indivi- humano, mas, que não se propaga ha- um tratamento eficaz ou medidas de
dual moderado, risco coletivo baixo) bitualmente de uma pessoa para outra. prevenção.
A exposição a agentes infecciosos Existe tratamento eficaz, bem como
pode causar uma infecção grave, mas medidas de prevenção.

Relação dos grupos de risco com níveis de segurança biológica, prática e equipamento

Nível de Segurança
Grupo de Risco Tipo de Laboratório Práticas de Laboratório Equipamento de Proteção
Biológica

Básico - Nível 1 de Nenhum; mesa/ bancada de


1 Ensino básico, pesquisa BTM
segurança biológica trabalho

Serviços básicos de
Básico - Nível 2 de BTM e fatos de proteção, Bancada de trabalho e CSB para
2 saúde; serviços de
segurança biológica sinal de perigo biológico aerossóis potenciais
diagnóstico, pesquisa
Como Nível 2, mais roupa
Confinamento - Nível 3 de Serviços especiais de especial, acesso CSB e/ou outros dispositivos
3
segurança biológica diagnóstico, pesquisa controlado, ventilação primários pra todas as atividades
dirigida
Como Nível 3, mais CSB classe III ou fatos de pressão
Confinamento máximo - Serviço de manipulação
entrada biométrica, saída positiva em conjunto com CSB
4 Nível 4 de segurança de agentes patogênicos
com ducha, eliminação classe II autoclave duas portas
biológica perigosos
especial de resíduos (através da parede), ar filtrado

Apesar das definições existentes do-os claramente em seus protocolos. zação de certificação para cabines,
em relação a classificação das cabi- A definição dos critérios de aceitação temos tentado um padrão, mas hoje
nes de segurança biológicas, para que é baseada exclusivamente nas neces- cada um define o seu procedimento.
seu uso seja seguro e adequado, as sidades do processo e deve se basear A padronização é necessária para
mesmas devem ser certificadas, mas, no documento de ERU - Especificação que todas as empresas e fabricantes
neste sentido o Brasil ainda carece de dos Requisitos do Usuário. Somente o sigam a mesma orientação. Existe no
normalizações. Uma outra preocupa- usuário tem o conhecimento completo momento uma norma para certificação
ção presente no mercado, é em rela- sobre as especificidades de seus pro- de cabines de segurança em anda-
ção a capacitação e conhecimento das cessos produtivos e ou laboratoriais, mento, espero que com isto, tenhamos
empresas certificadoras, que também bem como, quais regulamentações e a padronização necessária”.
estão desprovidos de normas. normalizações são aplicáveis a seu Quando falamos em certificação
Rinaldo Lúcio de Almeida, gerente caso em particular”. de cabines de segurança, vários itens
de engenharia e manutenção na An- são observados como: Ensaio de inte-
tibióticos Brasil Ltda, (ABL), destaca A cabine de segurança gridade dos filtros HEPA / ULPA ; Con-
ainda outra preocupação, “Cabe ao biológica e a certificação tagem de partículas em suspensão no
usuário buscar os conhecimentos ne- ar ; Velocidade e uniformidade do Flu-
cessários para definição dos critérios Para Francisco Hernandes, “O xo de ar; e, medições sob diferentes
de aceitação de seus ensaios, definin- mercado precisa de uma padroni- aspectos: saturação dos Filtros HEPA /

11
15
Jul/Ago/Set - 2018 - SBCC
CERTIFICAÇÃO
COMPORTAMENTO
HVAC DE CABINES
ASSÉPTICO

ULPA; temperatura e umidade relativa Para William Ito, “O mercado de nova norma, considerando assim to-
do ar; luminosidade; ruído; e, radiação certificações de cabines de segurança dos os ensaios apontados na mesma.
UV (Lâmpada Germicida). biológica está banalizado, como não Apesar dos contratempos, é esperado
Atualmente, o mercado tem prati- existem normas, algumas empresas que a Norma entre para consulta públi-
cado a certificação uma vez ao ano, fazem um ensaio somente, vão lá e ca no início do ano de 2019.
mas, algumas empresas realizam contam partículas, e diz que o equipa- Um dos principais desafios para o
seus testes a cada 6 meses. De acor- mento está certificado. Para garantir a grupo referiu-se as definições sobre
do com Rinaldo Lúcio de Almeida “ certificação de uma cabine é necessá- os ensaios a serem realizados, item
na ABL os testes são feitos a cada 6 rio que uma série de ensaios mínimos definido como o ponto mais polêmico
meses, uma frequência considerada sejam executados. Somente com um para o grupo de trabalho. A dificuldade
boa, porque como fazemos análise de ensaio, você não consegue, de uma se deu porque a norma prevê diversos
infiltração, água, meio de cultura ou, forma concreta, afirmar que o equipa- ensaios específicos e a dúvida seria
às vezes, até manipulação de micro- mento está certificado” quanto a forma de executá-los. A falta
-organismos, se deixarmos para fazer Preocupados com este cenário, de parâmetros para a realização de
uma requalificação com uma frequên- o comitê da ABNT/CB-046 – Áreas ensaios, levou o grupo a campo para
cia maior, e eventualmente tivermos Limpas e Controladas, está em cam- testes in-loco em fábricas, sendo
algum problema na certificação, para po para a criação de uma nova norma então desta forma, definido os itens a
recuperar esse 1 ano fica muito mais para o segmento, até o momento a re- serem ensaiados. A nova norma pre-
difícil. Nós nunca tivemos problemas ferência usada pelo setor é a National vê 13 itens a serem ensaiados.
com relação a esse tempo de certifi- Sanitation Foundation - NSF 49, de Vale destacar que a norma de Ca-
cação”. origem americana. O caminho para a bines de segurança biológica (CSB)
solução do problema seria a tradução classes I e II – projeto, características
da mesma, mas, a NSF não autorizou, e ensaios de desempenho, considera
O surgimento da norma para fato que levou o grupo a trabalhar na que somente o conjunto de vários
certificação de cabines de sua adequação em prol às necessi- tipos de ensaios realizados em uma
segurança biológica dades do mercado brasileiro. Apesar cabine é capaz de garantir a certifi-
de não ser citada, a norma europeia cação de uma Cabine de Segurança
EN12469 também foi considerada na Biológica.

Relação de ensaios a serem praticados considerados na norma


✔ Vazamento em filtro HEPA ✔ Performance do motor e ventilador
✔ Nível de ruído ✔ Segurança elétrica
✔ Intensidade luminosa ✔ Avaliação de alarmes e intertravamentos
✔ Vibração ✔ Queda de pressão
✔ Velocidades de insuflamento (downflow) ✔ Velocidade de face (inflow)
✔ Determinação do ponto representativo de ✔ Contagem eletrônica de partículas para fins de
amostragem de aerossol classificação conforme ISO 14644-1
✔Padrões de fluxo de ar com fumaça

A redação da norma está em an- A comissão do CB 46 responsável pela jetistas, certificadores/ensaiadores de


damento, e atualmente encontra-se na da norma é coordenada por Willian Ito campo, usuários, como o Butantã, a
fase de compilação das informações e secretariada por Jorge Zato, além Fio Cruz, entre outros.
levantadas e definição de seu escopo. de, a participação de fabricantes, pro-

12
16
SBCC - Jul/Ago/Set - 2018
COMPORTAMENTO ASSÉPTICO

Comportamento

Foto: Divulgação / ABL


Asséptico
I
números são os fatores que de- cesso é destacada pelas exigências práticas de fabricação, do GMP - Good
vem ser levados em considera- apresentadas para as áreas de graus Manufacturing Practices. Em caso de
ção quando o assunto é compor- A e B de acordo com a RDC (resolução interferência do operador, como a mo-
tamento asséptico. O comportamento da Diretoria Colegiada) 17 da ANVISA vimentação do braço com interrupção
do operador é um dos pontos mais (Agência Nacional de Vigilância Sani- da unidirecionalidade do ar, o primeiro
importantes, pois seu modo de agir tária), em pontos como por exemplo, ar será interrompido, permitindo assim
pode refletir diretamente na assepsia em áreas A não pode conter nenhuma que mesmo circunde o braço, ocasio-
do processo. Os detalhes vão desde unidade formadora de colônia (micro- nalmente arrastando contaminantes
seus hábitos como o uso de cremes, -organismo) ou partículas viáveis por para dentro do produto, ato de respon-
barba, passando pela paramentação metro cúbico de ar, já na área de grau sabilidade do operador que praticou
do uniforme, entre tantos outros fato- B é permitido até cinco unidades. Exis- um comportamento asséptico errado.
res ligados a personalidade do opera- tem partículas de dois tipos, as não Para Almerinda Wanderley, dire-
dor, todos itens relevantes, pois podem viáveis que estão mortas e as viáveis, tora técnica da SBCC e diretora da
produzir partículas e colocar em risco que vão crescer e levar contaminantes Improve Assessoria e Consultoria
a operação por conta de uma contami- para o ambiente. Outro ponto impor- “Vale ressaltar que considero que
nação. Tranquilidade, equilíbrio, preci- tante é o processo de vestimenta do ‘comportamento’ asséptico é aquele
são, rigor são algumas características uniforme os quais devem estar esté- que você tem que ter na área com
de destaques para um bom operador reis e devem ser vestidos de forma um todo, e ‘técnica asséptica’, fica
de uma área limpa. asséptica e certificada. melhor colocada assim, é a usada
Para Eduardo Lopes, presidente da Outro destaque na área de grau A quando se faz a atividade específica”.
SBCC e diretor da Ampola Consultoria é a importância do primeiro ar, neste As técnicas assépticas valem para a
“o próprio operador é fonte de partí- caso unidirecional, que desce do filtro, montagem da máquina de enchimen-
culas. Mesmo vestido com a roupa normalmente situado no teto, sem in- to, manuseio de materiais de emba-
adequada para a classe de limpeza, terrupções, se apresenta filtrado, sem lagem primária, manuseio do produ-
ele pode gerar partículas. O comporta- micro-organismos e com quantidade to, conexões assépticas, como no
mento do operador espalha, contamina mínima de partículas, garantindo as- tanque aonde está o produto com a
e agrava a emissão das partículas, não sim a qualidade do produto, conforme mangueira ou tubo que será conecta-
só das que ele produz, mas, também especificadas nas normas de boas do à máquina de envase. Em todas as
das que entraram nessa área controla-
da de alguma outra forma. Daí a impor-
tância do comportamento asséptico
de forma adequada, pois minimiza a
ϭϵϯϴϮϲͲϱϯϮϴ
ǁǁǁ͘ŐŽůĚĞŶƚĞĐŚͲĨĂƌŵĂ͘ĐŽŵ͘ďƌ ĐŽŵĞƌĐŝĂůΛŐŽůĚĞŶƚĞĐŚͲĨĂƌŵĂ͘ĐŽŵ͘ďƌ
contaminação, o espalhamento des-
sas partículas pela área toda e princi- Zd/&/KYh>/&/Khd/>/^
ŶĄůŝƐĞƐĚĞZŝƐĐŽƐʹWƌŽƚŽĐŽůŽƐ/YͬKYͬWY
palmente nos pontos críticos, que são
ͻĞƌƟĮĐĂĕĆŽĚĞ^ĂůĂƐ>ŝŵƉĂƐ
aqueles que você quer proteger”. ͲdĞƐƚĞƐĚĞŝŶƚĞŐƌŝĚĂĚĞĚŽƐĮůƚƌŽƐ,Wͬh>W;W͘͘K͘Ϳ ͲdĞƐƚĞƐĚĞƌĞĐƵƉĞƌĂĕĆŽĚŽĂŵďŝĞŶƚĞ
ͲŽŶƚĂŐĞŵĚĞƉĂƌơĐƵůĂƐĞŵƐƵƐƉĞŶƐĆŽŶŽĂƌ ͲDĞĚŝĕĆŽĚĞůƵŵŝŶŽƐŝĚĂĚĞĞƌƵşĚŽ
Mas, a questão do comportamento Ͳd;dĞƐƚĞƐ͕ũƵƐƚĞƐĞĂůĂŶĐĞĂŵĞŶƚŽͿĚĞ^ĂůĂƐ>ŝŵƉĂƐ ͲDĞĚŝĕĆŽĚĞƚĞŵƉĞƌĂƚƵƌĂĞƵŵŝĚĂĚĞ

asséptico, vai além do comportamento ͻĞƌƟĮĐĂĕĆŽĚĞ&ůƵdžŽ>ĂŵŝŶĂƌ


ͲdĞƐƚĞƐĚĞŝŶƚĞŐƌŝĚĂĚĞĚŽƐĮůƚƌŽƐ,Wͬh>W;W͘͘K͘Ϳ ͲdĞƐƚĞĚĞĨƵŵĂĕĂ
do operador, a complexidade do pro- ͲŽŶƚĂŐĞŵĚĞƉĂƌơĐƵůĂƐĞŵƐƵƐƉĞŶƐĆŽŶŽĂƌ
ͲDĞĚŝĕĆŽĞĂũƵƐƚĞĚĂǀĞůŽĐŝĚĂĚĞĚŽŇƵdžŽĚĞĂƌ
ͲDĞĚŝĕĆŽĚĞůƵŵŝŶŽƐŝĚĂĚĞĞƌƵşĚŽ
Ͳ/ŶĮůƚƌĂĕĆŽƉŽƌŝŶĚƵĕĆŽĚĞĐŽŶƚĂŵŝŶĂĕĆŽ

13
ͲdĞƐƚĞƐĚĞƉĂƌĂůĞůŝƐŵŽĚŽŇƵdžŽĚĞĂƌ
ͻŶĄůŝƐĞĚĞƌŽŵƉƌŝŵŝĚŽĞEŝƚƌŽŐĞŶŝŽ
ͲŶĄůŝƐĞƚĞŽƌĚĞĄŐƵĂĞƌĞƐŝĚƵĂůĚĞſůĞŽ ͲŽŶƚĂŐĞŵĚĞƉĂƌơĐƵůĂƐ
Jul/Ago/Set - 2018 - SBCC ͲŶĄůŝƐĞĚĞİƐŝĐŽͲƋƵşŵŝĐĂĞŵŝĐƌŽďŝŽůſŐŝĐŽ ͲŶĄůŝƐĞĚĞƉƵƌĞnjĂĚĞŶŝƚƌŽŐġŶŝŽĞŽƵƚƌŽƐŐĂƐĞƐ
COMPORTAMENTO
HVAC ASSÉPTICO

atividades é preciso que o operador taminado com peróxido de hidrogênio visor e o operador têm que estar no
utilize as técnicas de comportamento vaporizado. Esta é uma prática pouco mesmo barco, com a mesma intenção
asséptico”. utilizada, mas, tem-se aumentado em de trabalhar nessa tarefa difícil, mas,
Vários fatores devem ser observa- linhas de montagens. Vale destacar, possível de melhorar cada vez mais a
dos quando o assunto é aumento de que este procedimento de RABS está descontaminação”.
partículas, desde paredes, bancadas, em análise por conta das mudanças No quesito fiscalização para a
ar condicionado, itens levados para a Propostas no Anexo I do GMP Euro- indústria farmacêutica, apresenta-se
área limpa como carrinho, utensílios, peu que se refere às boas práticas como uma das mais rígidas devido ao
matéria prima e o comportamento de fabricação na rotina das empresas impacto direto na saúde pública e vida
asséptico do operador. Os procedi- farmacêuticas regidas pela norma Eu- das pessoas. As áreas limpas, também
mentos devem seguir com rigor as ropeia. são objeto de auditoria dos órgãos de
determinações previstas em procedi- No Brasil, as boas práticas de fabri- fiscalização como a ANVISA e as ve-
mentos escritos, desde utensílios e cação da indústria farmacêutica estão zes do próprio cliente, como no caso
luvas que não podem tocar as superfí- descritas na resolução da diretoria dos hospitais que tem a sua própria
cies do grau A e B, a forma de retirada colegiada RDC (resolução da Diretoria auditoria, que, atuando desta forma,
de pacotes de autoclave, abertura dos Colegiada) 17 da ANVISA (Agência garante a sua compra e a qualidade
mesmos para que não haja contamina- Nacional de Vigilância Sanitária). Re- dos produtos adquiridos.
ção, dentre outros. Incidentes podem comenda-se também o uso da ABNT Segundo Richard Chiquetto, far-
acontecer e algumas regras devem NBR ISO 14644 – Salas Limpas e Am- macêutico, analista de processos no
ser seguidas, como “caiu no chão fica bientes Controlados Associados, que Hospital Sírio Libanês, A farmácia
no chão”, “não tocar ou encostar em conta com sete capítulos. Todos, os da UTI e a farmácia da oncologia
paredes ou em outro operador”, “não seus capítulos referentes a áreas lim- possuem áreas limpas e são utiliza-
abaixar”. Qualquer ação fora do que pas e estéreis, têm destaque à impor- das para produzir doses unitárias. O
é previsto para o comportamento as- tância do comportamento asséptico. processo constitui em entrar com o
séptico ou atividade asséptica poderá No assunto comportamento asséptico, medicamento industrializado e sair
contaminar todo o ambiente e se faz também é usada como referência a NR com o produto final manipulado, pron-
necessária uma ação corretiva. 32 - Segurança e Saúde no Trabalho to para ser administrado no paciente.
“Uma tendência em relação ao em Serviços de Saúde. Neste processo a enfermagem ganha
comportamento asséptico é o uso de Eduardo Lopes destaca a impor- mais tempo para o cuidado centrado
materiais que necessitam da mínima tância do Supervisor no processo do no paciente, pois, deixam de manipu-
intervenção do operador. Hoje já é comportamento asséptico “O super- lar as medicações. Esta é uma área
possível receber peças pré-montadas
e, com isto, diminuir o contato do ope-
rador com as partes críticas ou esté-
reis!” argumenta Almerinda.
Outra tendência no mercado é a
utilização do Sistema de Barreira de
Acesso Restrito (RABS) - que forne-
ce um ambiente fechado, que atende
às condições de sala limpa definidas,
usando um recinto de parede rígida e
sobrecarga de ar para separar o seu
interior do entorno ambiente. Neste
Foto: Ophtalmos

processo, o produto é manuseado


pelas mãos com luvas dentro do equi-
pamento, que já se apresenta descon-

14
SBCC - Jul/Ago/Set - 2018
ainda pouco encontrada em hospitais, longe. Do ponto de vista de produtivi- preciso manter o foco nos operadores
e acredito ser uma tendência a se dade pode-se manipular cerca de 10 das áreas limpas. Alguns fatos chama-
popularizar quando se pensa em se- vezes mais que um humano utilizando ram atenção dos responsáveis destas
gurança do paciente”. um robô com 2 braços automatizados. áreas no Sírio-Libanês, e após análise
Operador x Robôs Ter um destes na Oncologia seria bem histórica de alguns pontos comporta-
Com tantas exigências no compor- interessante devido ao risco ocupa- mentais de colaboradores, mudanças
tamento asséptico a serem cumpridas cional gerado pela manipulação de foram introduzidas no momento da
pelo operador, surge uma tendência, quimioterápicos. O Sírio-Libanês é um seleção, como levar o candidato para
para um futuro talvez não tão longe, hospital que investe em automação conhecer as áreas, apresentar os pro-
quanto a possíveis substituições de e tem acompanhado as tendências. cedimentos, a vestimenta e desta for-
operadores por robôs. Vale destacar Recebemos há algum tempo a visita ma, as seleções têm se tornado mais
que, mesmo que estas mudanças se de representantes comerciais que nos assertivas.
concretizem, ainda sim, será neces- apresentaram um novo robô, no entan- “Os colaboradores têm a técnica
sário que um operador acompanhe e to, ainda não possui registro no Brasil. asséptica qualificada uma vez por
finalize o processo. Atualmente trabalhamos com um robô ano por meio do media fill. Além disso,
Para Lorena Guimarães Gama na farmácia central que são dedicados promovemos uma reciclagem anual de
Assis, farmacêutica da UTI e da On- a identificação dos medicamentos e ao conteúdos relacionados a área limpa
cologia, duas áreas produtivas do picking de produtos. Ser pioneiro em por meio de workshops que abordam
Hospital Sírio-Libanês, “A chegada áreas limpas seria algo que o hospital de forma teórico-prática situações vi-
da automação e robotização da mani- provavelmente consideraria”. vidas no dia a dia de forma interativa,
pulação asséptica no Brasil não está Enquanto os robôs não chegam é finaliza Lorena”.

new air
ar condicionado e salas limpas
Salas Limpas
Com sua equipe altamente capacitada e treinada, a NEW AIR está plenamente habilitada a desenvolver projetos,
instalar e implantar sistemas de clima��ação com filtragem e tratamento de par�culado do ar para Salas Limpas
Classes ISO 5, ISO 6, ISO 7, ISO 8 e Áreas Controladas, com ou sem Controle de Umidade.

SISTEMAS DE AR PARA PROCESSOS SISTEMAS DE AR PARA HOSPITAIS


• Indústrias Farmac�u�cas • Centros Cirúrgicos
• Indústrias Veterinárias • UTI's
• Indústrias Alimen�cias • Áreas de Tratamento de Queimados
• Indústrias de Cosmé�cos • Áreas de Imunodeprimidos
• Indústrias de Micromecânicas e Eletrônicas • Lavanderias
• Biológicos e de Pesquisas • Ambientes Contaminados
• Áreas de Expurgos

www.newair.eng.br
comercial@newair.eng.br
Campinas - 19 4141-0744
São Paulo - 11 2639-1372 15
Jul/Ago/Set - 2018 - SBCC
ARTIGO TÉCNICO

ESTERILIZAÇÃO DE
VESTIMENTAS PARA
SALAS LIMPAS
E AMBIENTES
CONTROLADOS
40
SBCC - Jan/Fev/Mar - 2018
TM

Jan/Fev/Mar - 2018 - SBCC PARA SABER MAIS, ACESSE: WWW.SBCC.COM.BR


ARTIGO TÉCNICO
ESTERILIZAÇÃO DE VESTIMENTAS PARA
SALAS LIMPAS E AMBIENTES CONTROLADOS
Para preparações farmacêuticas que não podem ser esterilizadas no pós-produção, sua
manufatura geralmente é feita em ambientes controlados e salas limpas assépticas. Trabalhadores
desses ambientes são tipicamente paramentados com vestimentas e acessórios devidamente
esterilizados. Para isso, existem diversos métodos de esterilização que podem ser utilizados
para o fornecimento de vestimentas estéreis, e todos eles possuem vantagens e desvantagens.
O presente material técnico dará um panorama geral sobre diversos métodos de esterilização
comuns globalmente. Todos eles podem ser aplicados para soluções de vestimentas para salas
limpas descartáveis ou reutilizáveis.

CONCEITOS BÁSICOS
PARA MELHOR COMPREENDER MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO, ALGUMAS
TERMINOLOGIAS E LINHAS GERAIS DE PROCESSOS DE ESTERILIZAÇÃO E EMBALAGEM
SERÃO DADOS.
• Esterilização refere-se ao processo que resulta que um material continue não-estéril (ou
na eliminação completa ou destruição de seja, contaminado) após passar por um
todas as formas viáveis de vida microbiana; processo de esterilização:

• Bioburden (ou carga microbiana) relaciona-se • Um SAL de 10-6 representa uma chance de
com a população de microrganismos viáveis 1 em 1,000,000 de que uma vestimenta
presentes no produto e/ou sistema de barreira marcada como “estéril” contenha ao
estéril em foco. É tipicamente expressa nas menos um microrganismo viável (não
unidades de UFC/área. estéril).

• UFC = unidade formadora de colônias. • Um SAL de 10-4 representa uma chance


É uma colônia de células que cresce em um de 1 em 10,000 de que uma vestimenta
determinado meio de cultura, de acordo marcada como “estéril” contenha ao
com condições controladas. Em uma análise menos um microrganismo viável (não
de amostras de carga microbiana, múltiplas estéril).
espécies de organismos podem estar presentes.
42 • Nível de Garantia de Esterilidade (SAL) é a probabilidade de

SBCC - Jan/Fev/Mar - 2018


Ainda em esterilização de vestimentas para salas limpas, o Nível de Garantia de Esterilidade
(SAL) é uma das principais (e mais difíceis) seguranças que podem ser fornecidas pelo provedor
desse serviço (seja ele o fabricante da vestimenta descartável, a empresa responsável pela
higienização de uniformes ou algum outro procedimento interno). A partir desse procedimento
validado, pode-se estimar estatisticamente o horizonte de tempo até que ocorra alguma falha
de processo decorrente de uma vestimenta não-estéril. Tome como exemplo uma indústria que
consome uma média de 1000 vestimentas esterilizadas por mês:

Estimativa de
SAL vestimentas Tempo médio para falha
não estéreis por ano (vestimenta contaminada)

10-3 12 1 mês
1.2
10-4 0.012
10 meses
10-6 83 anos

métodos de esterilização também requerem


VALIDAÇÃO E EMBALAGENS
materiais e procedimentos de embalagem
distintos. Vestimentas e acessórios que são
esterilizados por exposição a irradiação
gama ou feixe de elétrons são tipicamente
embalados em materiais impermeáveis (como
polietileno opaco), enquanto vestimentas
esterilizadas por vapor (autoclave) ou gás
dióxido de Etileno (EtO) são embaladas
em materiais permeáveis que permitem a
Para a maioria dos métodos de esterilização, passagem dos gases de esterilização pela
existem etapas comuns e similares para embalagem para efetividade do processo.
a garantia do processo de esterilização:
análise dos tipos e quantidades de É importante a análise do potencial
organismos presentes nos materiais que desprendimento de partículas emitidas
serão esterilizados, validação do processo de pela embalagem das vestimentas no
esterilização, além de manutenção contínua momento de abri-las, especialmente em
dos processos e gestão de quaisquer embalagens conhecidas como grau cirúrgico,
mudanças que possam ocorrer. Detalhes que geralmente contém celulose em sua
para cada uma dessas etapas podem composição.
variar de acordo com o processo. Diferentes 43
Jan/Fev/Mar - 2018 - SBCC
ARTIGO TÉCNICO
MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO DE VESTIMENTAS E ACESSÓRIOS PARA
SALAS LIMPAS ÓXIDO DE ETILENO (ETO)
Para materiais que não são compatíveis com aminoácidos, enzimas e DNA, o que resulta
radiação ionizante, exposição a óxido de na eliminação dos microrganismos expostos
etileno é uma opção viável para esterilização. a este material. Óxido de etileno também
Esse método químico é amplamente utilizado gera etilenoglicol quando reage com água, e
para esterilização de equipamentos médicos, cloridina de etileno quando reage com íons
já que o óxido de etileno é compatível cloro. Recentemente, existe uma tendência
com uma grande variedade de materiais. no aumento na atenção e regulamentações
em relação aos valores residuais de EtO e na
O processo de esterilização envolve a exposição reação de subprodutos. Deve-se considerar
dos materiais ao esterilizante, e em seguida padrões de teste e qualidade para avaliar
um ciclo de “aeração” para remoção excesso materiais que foram esterilizados via EtO,
do agente dos produtos. O gás Óxido de especialmente em vestimentas que estão
Etileno é um agente alquilante e reage com constantemente em contato com a pele.
Informações adicionais sobre testes de resíduos de EtO podem ser encontradas na normativa
internacional ISO 10993-7 – Análise Biológica de equipamentos médicos – Parte 7: esterilização por
óxido de etileno Recomendações e guia para validação de esterilização por ETO podem ser encontradas
na normativa internacional ISO 11135: Esterilização produtos para a saúde – Óxido de Etileno

AUTOCLAVE (VAPOR) ELÉTRONS


A exposição de um objeto ou material a vapor de alta pressão e temperatura é um dos métodos
mais comuns e empregados para esterilização – comumente conhecido como “autoclavagem”.
Apesar de ser compatível com uma grande variedade de materiais, quando aplicada em
vestimentas feitas em tecidos (como o algodão ou poliéster) ou não-tecidos (como polietileno
ou polipropileno), a autoclavagem deve ser realizada de acordo com condições extremamente
controladas de forma a reduzir efeitos intrínsecos de fusão, encolhimento ou danificação dos
produtos – especialmente em áreas onde dois materiais diferentes se encontram (como a união
do tecido com zíperes, punhos, elásticos e costuras).
Pelo lado do processo de esterilização, a autoclavagem é um método físico que conta com
diversas variáveis de processo naturais como água e energia para operação. Além de acarretar
uma maior dificuldade para validação contínua e certificar um Nível de Garantia de Esterilidade
(SAL) para vestimentas, também acarreta custos operacionais adicionais quando feita pela
própria empresa. Recomendações para validação de esterilização por autoclave podem ser
encontradas como referências na normativa internacional ISO 17665: Esterilização produtos
44 para a saúde – calor úmido.
SBCC - Jan/Fev/Mar - 2018
Recomendações para validação de esterilização por autoclave podem ser encontradas como referências
na normativa internacional ISO 17665: Esterilização produtos para a saúde – calor úmido

RADIAÇÃO GAMA & FEIXE DE ELÉTRONS


Ambos esses métodos performam a esterilização
pela exposição de um material à radiação ionizante.
Esterilização por exposição à irradiação gama
é um método muito comum em vestimentas para
salas limpas, uma vez que o sistema completo
e fechado (caixa, embalagem e vestimentas) podem
ser irradiados de uma só vez. Por outro lado,
a exposição a radiações ionizantes também pode
impactar na estrutura molecular dos materiais que
estão sendo esterilizados, de forma que deve-se estudar
e estabelecer a compatibilidade do material com
a dose máxima de irradiação para esterilização.

Diversos polímeros reagem de maneiras diferentes quando submetidos a exposição contra


radiação1. Como alguns polímeros são mais estáveis a exposição contra radiação do que
outros, a estabilidade gama do material deve ser conhecida para utilização desse método.
Por conta da interação no nível molecular da radiação com os polímeros que constituem
vestimentas e acessórios para salas limpas, as propriedades físicas de seus tecidos podem variar
significativamente com a esterilização. Assim, é muito importante conhecer as propriedades de
vestimentas e acessórios antes e depois de exposição a irradiação, e seu comportamento ao
longo do seu ciclo de vida (para vestimentas reutilizáveis).
Em processamento industrial por irradiação gama, os raios gama são geralmente produzidos
pelo decaimento radioativo de isótopos do Cobalto. A dose absorvida é controlada pelo tempo
de exposição frente a uma fonte de radiação. Já para a esterilização por feixe de elétrons, a
fonte de radiação é um jato de elétrons altamente energizados, o que também requer análise
de compatibilidade do material a ser esterilizado. Esse último método geralmente possui menor
penetração que a irradiação gama, então o processo pode ser mais sensível a densidade do
produto a ser esterilizado e sua embalagem envoltória.

Recomendações para validação de esterilização por autoclave podem ser encontradas como referências na
normativa internacional ANSI/AAMI/ISO 11137: Esterilização de produtos para a saúde – Radiação 45
Jan/Fev/Mar - 2018 - SBCC
ARTIGO TÉCNICO

PONTOS DE ATENÇÃO PARA


AVALIAÇÃO DE MÉTODOS
DE ESTERILIZAÇÃO PARA
VESTIMENTAS E SALAS LIMPAS
O Nível de Garantia de Esterilidade (SAL) é uma segurança decorrente de processos
contínuos de validação e certificação da esterilização, e deve ser fornecido por seu provedor
de vestimentasA compatibilidade do material da vestimenta com o método de esterilização
deve ser estudada e estabelecida para que as propriedades físicas da vestimenta antes
e depois da esterilização possam ser determinadas/validadas

Quando analisar a utilização de sistemas de vestimentas esterilizadas (ou outros


produtos estéreis), deve-se exigir informações técnicas do fabricante referente
à variação ou potencial mudança de suas propriedades físicas e performance ao longo do
seu ciclo de vida.

Para vestimentas reutilizáveis (em poliéster), protocolos de inspeção e testes ou critérios


bem conhecidos e determinados para o final do ciclo-de-vida devem ser impostos
de maneira a saber exatamente quando remover vestimentas do serviço se/quando
não cumprirem com os requerimentos necessários de proteção e controle de contaminação.

46
SBCC - Jan/Fev/Mar - 2018
LANÇAMENTO
Chega ao Brasil e na América Latina a linha DuPontTM Tyvek® Isoclean®, pronta para uso, com baixíssima
emissão de partículas e opções esterilizadas por irradiação gama, validação pela ISSO 11137 e Nível
de Garantia de Esterilidade de 10-6. Com validação de até 5 anos, pode ser usada como estoque
de segurança, aplicada em todos os tipos de salas limpas (ISO 4-9) ou em ambientes com alto controle
de contaminação. Trabalhadores em situação de risco podem utilizar sua linha de acessórios,
que inclui botas antideslizantes, mangas, aventais, entre outros.
Para conhecer DuPont Tyvek Isoclean e/ou receber está pesquisa completa,
entre contato com o líder do segmento de ambientes controlados na América Latina,
Matheus Barbosa: matheus.rodrigues.barbosa@dupont.com ou acesse nossa
plataforma SAFESPEC em safespec.dupont.com.br

Acesse SafeSPEC.DuPont.com.br
para mais detalhes do produto

ATENDIMENTO AO CLIENTE DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL DA DUPONT


Brasil 0800-171-715 SafeSpec.DuPont.com.br IsoClean.Tyvek.com.br

Estas informações baseiam-se em dados técnicos considerados con áveis pela DuPont. Elas estão sujeitas a revisão à medida que conhecimento e experiência
adicionais forem adquiridos. A DuPont não oferece garantia de resultados e não assume obrigações ou responsabilidades relacionadas a estas informações.

É responsabilidade do usuário determinar o nível de toxicidade e o equipamento de proteção individual adequado necessário. As informações contidas neste documento
re etem o desempenho de laboratório de tecidos, não de peças de vestuário completas, sob condições controladas. Ele é destinado para o uso das informações por
pessoas que tenham habilidade técnica para avaliação sob suas condições especí cas de uso nal, por sua própria conta e risco. Qualquer pessoa que pretenda usar
estas informações deve primeiro veri car se a peça de vestuário selecionada é adequada para o uso pretendido. Em muitos casos, costuras e fechos apresentam
menores tempos de ruptura e maiores taxas de penetração do que o tecido. Se o tecido for rasgado, desgastado ou perfurado, o usuário nal deve interromper o uso do
vestuário para evitar comprometer a proteção da barreira. COMO AS CONDIÇÕES DE USO ESTÃO FORA DO NOSSO CONTROLE, NÃO CONCEDEMOS GARANTIAS, EXPRESSAS
OU IMPLÍCITAS, INCLUINDO, ENTRE OUTRAS, QUAISQUER GARANTIAS DE COMERCIALIZAÇÃO OU ADEQUAÇÃO A UM USO PARTICULAR, E NÃO ASSUMIMOS QUALQUER
RESPONSABILIDADE EM RELAÇÃO A QUALQUER USO DESTAS INFORMAÇÕES. Estas informações não constituem uma licença para operar sob ou uma recomendação
para infringir qualquer patente, marca comercial ou informação técnica da DuPont ou de outras pessoas abrangendo qualquer material ou seu uso. Copyright © 2018
DuPont. Todos os direitos reservados. DuPont Oval Logo, DuPontTM, SafeSPECTM, Tychem® e Tyvek® são marcas comerciais ou marcas comerciais registradas da E.I.
du Pont de Nemours and Company ou suas a liadas. (02/18)

47
Jan/Fev/Mar - 2018 - SBCC
CERTIFICAÇÃO
HVAC DE UNIFORMES

Certificação de uniformes
de operadores para
trabalho em graus A e B

A
tuar em salas limpas de graus ger a principal fonte de contaminação mento asséptico do operador influi
A e B requer diversos proto- dentro da sala limpa – as pessoas, diretamente no uso da vestimenta
colos, todos com o objetivo sobretudo devido a liberação natural estéril, que precisa ser mantida assim
de garantir o controle de contamina- de partículas viáveis e não viáveis do para assegurar o controle microbioló-
ção do ambiente, operador e produto. corpo humano. gico dentro da sala limpa. É necessá-
Merecem destaque neste contexto a Para Renata Xavier, Consultora rio, portanto, que o operador entenda
vestimenta de barreira, macacão, bota Sênior da Improve Consultoria e As- a importância do cuidado no momento
e capuz, itens responsáveis por prote- sessoria Farmacêutica “o comporta- de vestir o uniforme estéril, motivo
pelo qual passam por treinamentos
teóricos, práticos e recertificações, em
garantia da paramentação adequada
ao uso do uniforme certificado”, afirma
a profissional.

Certificação e
Recertifcação

Para acesso aos graus A e B todos


os operadores obrigatoriamente de-
vem estar certificados, na ocasião de
um novo operador o mesmo deve pas-
sar por todo processo de certificação e
após um ano ser recertificado.
No processo de certificação de uni-
formes a qualificação é válida para o
operador e para a vestimenta. No caso
Fotos: Kimberly

do operador, a avaliação é feita com o


mesmo já paramentado e realizando
atividades para averiguação do seu

24
SBCC - Jul/Ago/Set - 2018
Foto: Divulgação / ABL
comportamento asséptico. Já no pro- tável é 0, pois não é aceitado nenhum linha de medicamentos e responsável
cesso de certificação da vestimenta, a crescimento microbiano. da área de vestimentas e uniformiza-
qualificação se dá por conta do ope- De acordo com Renata, “ quando ção da Allergan no Brasil, “não existem
rador saber se paramentar de forma falamos em certificação, o grau de normas a serem seguidas quando o
correta, para a garantia da esterilidade contaminação das luvas deve ser zero. assunto é certificação de uniforme, e
do uniforme. Isso porque considera-se que o opera- sim as boas práticas de mercado. Um
Quando o assunto é a certifica- dor se paramentou de forma asséptica, dos principais pontos a serem obser-
ção de uniformes, o procedimento de não tocou em nada, não fez nenhuma vados é a quantidade de lavagens das
amostragem acontece de forma siste- atividade e então, se ele tiver feito tudo vestimentas. As empresas, devem
mática dentro do ambiente mais críti- da forma correta, no fim da paramenta- acompanhar os serviços prestados
co, o operador se paramenta 3 vezes ção ele coloca um último par de luvas e pelo fornecedor de higienização dos
consecutivas, mas não contínuas, de- então ele não fez mais nada, não tocou uniformes, como forma de redobrar a
vendo ser considerado uma pausa de em mais nada. Então, se tudo tiver sido garantia da qualidade no processo”.
tempo entre uma amostragem e outra. de forma asséptica, o 2º par de luvas Já a definição do tecido e tipo de
Para a certificação de uniformes está estéril” costura são itens relevantes para a
uma rotina é estabelecida, o operador Vale lembrar que, existem algumas escolha da vestimenta adequada a
se paramenta com a roupa estéril, en- regras quando o assunto certificação cada diferente processo. Existem três
tra na área, faz a amostragem que é do operador e de uniforme, apesar de espécies de tecidos para as vestimen-
realizada por meio de placas de conta- um operador ser certificado, se o mes- tas: 100% poliéster – o mais usado na
to, que são colocadas na testa, peito, mo não tiver acessado a área por um maioria dos processos; antiestáticos,
braços, pernas, itens relacionados as longo, por exemplo mais de 3 meses o com 98% de poliéster e 2% de fio de
partes do operador de maior movimen- operador é considerado inativo, deven- carbono – usado para manipulação de
tação. Nesta sequência, o processo do iniciar o processo desde o início. pós; e hidro-repelente, que apresenta
acontece mais duas vezes, e se hou- Além disso, se um operador frequente- uma camada de politetrafluoretileno,
ver qualquer inconsistência, o mesmo mente gera resultados acima do limite usado para manuseio de líquidos con-
é repetido mais uma vez para garantia de ação, há que se considerar um novo taminantes.
do procedimento treinamento e nova recertificação. Apesar de disponíveis no merca-
Para a recertificação, são observa- do, as vestimentas descartáveis não
dos os mesmos pontos da certificação, são as preferidas do segmento, pois a
porém é realizado um único teste. Na maioria das empresas adotam unifor-
rotina, são realizados apenas alguns A certificação da mes reutilizáveis. Por não terem con-
dos pontos de amostragem na para- vestimenta fecções ou lavanderias próprias, as
mentação, enquanto na qualificação empresas costumam terceirizar estes
deve-se considerar um número maior. No entanto, existem outros aspec- serviços e, nestes casos, um dos re-
As luvas ganham destaque neste tos a serem levados em conta quando quisitos básicos para a contratação é
quesito por ser o único item citado na o assunto é certificação de uniformes. que o fornecedor siga as boas práticas
resolução da diretoria colegiada RDC Como não há normas a serem segui- de mercado.
(resolução da Diretoria Colegiada) das para este segmento, as Boas Práti- Essa conduta garante a comodida-
17 da ANVISA (Agência Nacional de cas aplicadas no mercado determinam de do cliente, que receberá as vesti-
Vigilância Sanitária) e no anexo 1 do alguns pontos a serem observados, mentas prontas para serem utilizadas,
Good Manufacturing Practices - GMP como a vida útil da vestimenta, método dentro das necessidades da contra-
Europeu, neles estão definidos o grau de esterilização, tipos de lavagem, de tante. Os uniformes, por sua vez, são
de unidades formadoras de colônias água e sabão, entre tantos outros. higienizados e embalados dentro das
(UFC) apresentando os limites de con- De acordo com Luis Fernando especificações técnicas, garantindo a
taminação microbiológica aceitável em Wenzel, farmacêutico e gerente de higienização e a qualidade do serviço
cada um dos processos. O limite acei- manufatura, corresponsável técnico da prestado.

13
25
Jul/Ago/Set - 2018 - SBCC
PROCEDIMENTOS
CERTIFICAÇÃO
HVAC DE ESTERILIZANTES
UNIFORMES

Luis Wenzel destaca a importância e quantidade de lavagens realizadas. Uma tendência de mercado, para
do controle de qualidade nas certifica- Desgaste natural ou avarias rotinei- minimizar a geração partículas por
ções de uniformes, “Na Allergan, por ras, como um furo na vestimenta, são meio do operador, é o uso de um tipo
meio do Quality Agreement e nossos igualmente avaliados, de acordo com de vestimenta inteiriça, que não sepa-
procedimentos operacionais, temos as Boas Práticas aplicadas pela em- ra macacão e capuz. Uma boa prática
um controle interno, pelo qual acompa- presa para definição de seu descarte também verificada é o uso do “under-
nhamos os processos junto ao forne- ou não. Outro fator relacionado ao gown”, ou “pijama”, como segunda pele
cedor, certificando e qualificando em desgaste natural da vestimenta é o tipo antes da colocação da vestimenta de
nosso plano de auditoria. O mesmo se de esterilização aplicado, sendo que barreira visando proteger ainda mais a
aplica ao acompanhamento dos pon- existem três: autoclave, a mais usada, emissão de particulado pelo operador,
tos determinados em contrato, como radiação via raios gama; e gás oxido assegurando o controle microbiológico
a utilização de sabão não iônico, água de etileno (ETO). do ambiente, mantendo todo o proces-
purificada e lavagens exclusivas para a O acompanhamento do monitora- so asséptico em níveis requeridos por
empresa, sem misturar com vestimen- mento ambiental das empresas avalia cada processo em graus A e B.
tas de outros clientes”, finaliza. os níveis de contaminação. O uniforme
Hoje em dia, o controle de vida útil do operador é monitorado por meio de
de cada uniforme é feito por meio de medição realizada por todo o corpo,
chip ou código de barras, onde fica incluindo mãos, braços e pernas, e
registrado o histórico de utilização os resultados indicam o momento do
desde a criação, incluindo localização descarte da vestimenta.

SBCC - Jul/Ago/Set - 2018


PROCEDIMENTOS ESTERILIZANTES

Procedimentos
esterelizantes
C
alor seco, calor úmido (va- ser calor seco/úmido, junto a algum
por), peróxido de hidrogênio, agente químico ou radiação, desta for- Legislação e Normas
óxido de etileno (ETO), filtra- ma ocorrerá a redução da população,
ção, radiação, são algumas das for- até chegar a probabilidade de achar Uma forma de assegurar o tipo de
mas de esterilização disponíveis para um em um milhão, garantindo assim o esterilização adequado é seguir as le-
o processo de descontaminação. Mas, resultado do teste de validação” gislações, normas ou recomendações
como definir qual o melhor método Vale destacar a diferença entre existentes.
para cada aplicação? esterilização e sanitização, pois, cada
O processo de descontaminação uma destas formas apresenta ca-
microbiológica tem por objetivo, ga- racterísticas diferentes de aplicação:
rantir o nível de segurança por meio Esterilização – Processo de inativação
da eliminação de micro-organismos completa dos micro-organismos com a
(bactérias, vírus, fungos, esporos), probabilidade 1 sobre 1 milhão; e , Sa-
que podem vir a contaminar produtos nitização - Processo de desinfecção e/
e materiais, oferecendo riscos à saú- ou descontaminação quando acontece
de. A garantia de um processo de apenas a redução da contaminação.
esterilização com qualidade exigida Marco destaca ainda, de uma
para materiais e produtos utilizados maneira bem simples, que é mais
em salas limpas, hospitais, indústria fácil esterilizar o que se vê, do que
farmacêutica, consultórios odontoló- o que não se vê, por exemplo, os
gicos, encontra-se na qualificação do micro-organismos com medições
equipamento e na validação do pro- próximo de zero. “Seguindo esta linha
cesso de esterilização escolhidos. de raciocínio, usamos as diretrizes
Para Marco Duboc, farmacêutico de boas práticas de fabricação, apli-
e diretor da AG3 Solutions, “Um dos cando a análise de Bioburden, que
pontos principais da esterilização é a é a medição de micro-organismos
validação do processo, pois por meio viáveis, com a redução de contamina-
da validação garante-se a esterilização ção inicial. O objetivo é começar uma
do material ou produto. O método mais produção com baixa carga microbia-
usado é a probabilidade de achar um na para evitar que no futuro, depois
organismo em um milhão. Por exem- da realização de todos os processos
plo, coloca-se um milhão de esporos de descontaminação, sanitização ou
de uma determinada bactéria, aplica- esterilização, haja contaminação”
-se um método esterilizante, que pode finaliza.

13
Jul/Ago/Set - 2018 - SBCC
PROCEDIMENTOS
SBCC EM AÇÃO
HVAC ESTERILIZANTES

No caso da indústria farmacêutica, e Metrologia“. Vale ressaltar que, O Comitê Brasileiro CB 26 Odonto-
o Ministério da Saúde por meio da Dire- os procedimentos esterilizantes -Médico-Hospitalar da ABNT – Asso-
toria Colegiada da ANVISA – Agência no Brasil são os mesmos usados ciação Brasileira de Normas técnicas,
Nacional de Vigilância Sanitária indica em outros países, apresentamos o disponibiliza algumas normas que são
a Resolução da Diretoria Colegiada - mesmo padrão seguido no mundo traduções da ISO. Entre elas:
RDC 17, referente as Boas Práticas na todo, sem deixar nada a desejar”. - NBR ISO 11135 de 2014 Es-
Fabricação de Medicamentos. Outra E, continua “ tenho acompanhando terilização de Produtos de Atenção à
RDC é a 15 que estabelece os requi- as tendências, e observo que ape- Saúde - Óxido de Etileno
sitos de Boas Práticas para o Proces- nas para equipamentos é que se vê - NBR ISO 17665, Esteriliza-
samento de Produtos para a Saúde, mudanças, com apresentação de ção de Produtos para Saúde – Vapor
com foco nas Boas Práticas para o maior segurança e eficiência, prin- - NBR 15659: Esterilização de
funcionamento dos serviços visando à cipalmente devido a utilização de Produtos para Saúde Esterilizadores
segurança e saúde do paciente e dos sistemas de automação e controle de Vapor a Baixa Temperatura e For-
profissionais envolvidos. validáveis. Mas, faltam novidades maldeído
Para César Thomaz Marchin Rinal- em métodos, agentes esterilizantes
di, engenheiro da Tekset Automação ou tipos de esterilização.

Processos de esterilização em meios físicos


Este procedimento utiliza estufas ou túneis de ar quente como forma de esterilizar os
materiais. Essa técnica de esterilização não é indicada para materiais de borracha e tecido e
Calor seco
devido fragilidade destes materiais frente às altas temperaturas.

Este tipo de esterilização utiliza autoclaves para a realização do processo e é utilizado para o
uso em roupas, materiais, produtos, matéria prima e meio de cultura. Ele pode ser
subdividido em outros dois tipos também comuns, o vapor úmido e o vapor superaquecido.
Vapor saturado sob
Para realizar a esterilização de materiais com vapor saturado sob pressão, é preciso que
pressão ou calor úmido
alguns cuidados sejam tomados. A água utilizada deve ser livre de contaminantes que
possam interferir em todo o processo, danificando o aparelho ou os produtos a serem
esterilizados

A esterilização de materiais feita por radiação ionizante utiliza baixas temperaturas em seu
processo. Ela é indicada para materiais termossensíveis, que não suportam altas
Radiação ionizante temperaturas. O processamento com essa técnica engloba a alteração da composição
molecular das células a partir da modificação do DNA. Isso provoca a perda ou a adição de
cargas elétricas aos materiais.

Processos esterilizantes de meios químicos


VHP (- Vaporized Hydrogen Peroxide) é um potente esterilizante e desinfetante. Entretanto,
esse processo não é indicado para alguns materiais por ter alta ação corrosiva. Sua ação é
Peróxido de Hidrogênio mais eficaz em materiais termossensíveis, como capilares hemodializadores e lentes de
contato. Essa substância pode ser encontrada em uma concentração de 3% a 6%. O
peróxido de hidrogênio é indicado para esterilização de ambientes.

é uma das formas mais usadas para esterilização é indicada para os materiais
termossensíveis, que são aqueles cujas características físicas sejam incompatíveis com os
Óxido de etileno (ETO)
processos convencionais de esterilização por vapor e alta temperatura, e, também indicado
para materiais como insumos médicos.

14
28
SBCC - Jul/Ago/Set - 2018
SBCC EM AÇÃO

Foto: Divulgação / ABL


estiveram reunidos no seminário de fabricação na rotina das empresas
SBCC realizou o “Mudanças Propostas no Anexo I farmacêuticas regidas pela norma Eu-
seminário “Mudanças do GMP Europeu”, realizado pela ropeia. O evento contou os renoma-
Propostas no Anexo I Sociedade Brasileira de Controle de dos palestrantes Daniela Cristina da
do GMP Europeu” Contaminação – SBCC. O evento teve Silva - MD Consultoria e Luis Alberto
por objetivo discutir os potenciais im- da Rocha Torres - Engefarma. O Se-
No dia 17 de setembro de 2018, pactos do GMP (Good Manufacturing minário aconteceu em São Paulo.
profissionais da área farmacêutica Practices) referente às boas práticas
Foto: Divulgação Momento

Foto: Divulgação Momento


SBCC marca presença onde cerca de 400 profissionais estive- Em compromisso de igual impor-
no ISCC 2018 ram reunidos além de 50 expositores. tância, a SBCC esteve junto a repre-
A SBCC também participou da sentantes de 13 países na reunião
Entre os dias 23 de setembro e 02 Reunião Plenária ICCCS - Confede- da ISO TC 209 WG3, com pauta em
de outubro a delegada internacional ração Internacional de Sociedades de assuntos da reunião Plenária e a re-
da SBCC, Elisa Liu cumpriu extensa Controle de Contaminação juntamente visão da ISO 14.644-3 – métodos de
agenda de compromissos em Haia na com 15 delegações vindas de diversos ensaios.
Holanda. países, como China, , Estados Unidos, A próxima edição da Revista
Destaque para a participação na França, Holanda, Itália, Japão, Países SBCC trará a cobertura completa so-
24ª. edição do Simpósio Internacional Nórdicos, Rússia, Turquia, entre ou- bre este importante evento realizado
de Controle de Contaminação (ISCC), tros. na Holanda.

Foto: Divulgação SBCC

13
29
Jul/Ago/Set - 2018 - SBCC
OPINIÃO

O que é o eSocial
e quais os seus

Foto: Divulgação
impactos no dia-a-dia
das empresas Thiago Rodrigues*

Polêmico e controverso, o eSocial tende a causar Podemos destacar como vantagens do eSocial a
grandes mudanças nas relações de trabalho. É redução da burocracia, a maior automação de tarefas,
importante lembrar que o eSocial não criará novas leis escrituração digital e a atualização de dados de
ou direitos, tem como função primordial alimentar os segurança e saúde do trabalho.
bancos de dados dos órgãos da administração pública Por outro lado, destacamos como desvantagens os
com dados dos trabalhadores e eventos ocorridos no gastos das empresas com implementação de sistemas,
contrato de trabalho. a fiscalização se tornará mais ágil e eletrônica
Com a implementação total do eSocial, 45 tipos de e a necessidade de as empresas reverem seus
eventos terão que ser registrados no sistema, como procedimentos internos.
admissões, exames médicos, alterações contratuais, Assim como ocorreu com a Reforma Trabalhista,
férias, rescisões, licenças, dentre outros. tudo que é novo traz pânico e desconforto, todavia,
Esse banco de dados poderá ser utilizado pela com o tempo as empresas devem se adaptar ao
Receita Federal do Brasil, pelo INSS, pela Caixa sistema, lembrando, sempre, que o Judiciário estará
Econômica, Previdência Social e futuramente até pela sempre à disposição para eventuais discussões sobre
Justiça do Trabalho, e além disso, os trabalhadores multas e obrigações consideradas injustas, ilegais ou
também terão acesso a um tipo de histórico de sua vida excessivas.
como trabalhador.
Embora o eSocial esteja fazendo com que muitos
RH’s “percam o sono”, é certo que com o tempo, ele Thiago Giovanni Rodrigues, sócio do escritório
tende a simplificar a vida de todos os envolvidos, Rosenthal e Sarfatis Metta Advogados. Graduado
afinal, irá reunir em um único lugar várias obrigações em Direito pelo Centro Universitário Salesiano
trabalhistas, como GFIP, RAIS, CAGED, MANAD, de São Paulo – U.E. Lorena. Pós-Graduado em
GPS, QHT, GRF, DIRF, DCTF, PPP, dentre outras, além Direitos Fundamentais pela Faculdade de Direito
de , facilitar a escrituração das empresas. Claro que, da Universidade de Coimbra. Cursou LL.M (Legal
também simplificará a fiscalização sobretudo com as Law Master) em Direito de Negócios pela FMU.
controversas multas automáticas. Membro do Grupo Técnico Legal da FIESP sobre
O eSocial será implantado em grupos e fases, a Modernização Trabalhista. Ex-membro da
sendo que o primeiro grupo que engloba empresas Comissão de Direito Empresarial do Trabalho da
com faturamento anual (no ano de 2.016) superior a 78 OAB/SP.
milhões de reais, já está em andamento.
As demais empresas privadas, incluindo SIMPLES
e MEI’s começaram a primeira fase em julho de 2.018
e os entes públicos, segurados especiais e pequenos
produtores rurais (pessoas físicas) começarão a
primeira fase em janeiro de 2.019.

42
30
SBCC - Jul/Ago/Set - 2018
ASSOCIADOS
HVAC SBCC

EMPRESA TEL. EMPRESA TEL.


AAF.......................................................................................................... 11-5567-3000 MASSTIN ENG. INST. LTDA. ................................................................. 11-4055-8550
ABECON ENGENHARIA E CLIMATIZAÇÃO LTDA. .............................. 19-3291-3171 MASTERPLAN ENG. ASSOCIADOS S/C LTDA. ................................... 11-5021-3911
AÇOR ENGENHARIA LTDA. ..................................................................11-99195-1121 MEC-Q COMÉRCIO E SERV. DE METROLOGIA IND. LTDA ............... 11-3463-8211
ADALTA SERVIÇOS EM AR CONDICIONADO LTDA. .......................... 11-2645-0832 MERCOCLEAN IMP EXP COMÉRCIO LTDA. ....................................... 21-3795-0406
AEROGLASS BRASILEIRA S/A FIBRAS DE VIDRO............................. 11-4616-0866 MILARÉ FILTROS E ACESSÓRIOS....................................................... 19-34521636
AIR MAX BRASIL LTDA. ........................................................................ 21-2560-1100 MR QUALITY........................................................................................... 11-2443-2205
AIRLINK FILTROS INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. .......................... 11-5812-0013 MULTIPLA MONTAGENS........................................................................ 12-3903-4838
ALLERGAN PRODUTOS FARMACÊUTICOS LTDA. ............................ 11-2423-2033 NARLIN CONSULTORIA TERMICA EIRELI - EPP ................................11-99135-4349
ALSCO TOALHEIRO............................................................................... 11-2198-1477 NEU LUFT COM. SERV. AR COND.LTDA. ............................................ 11-5182-6375
ANÁLISE - TESTE DE SISTEMA DE AR LTDA. - EPP........................... 11-5585-7811 NEW AIR AMBIENTAL LTDA .................................................................. 11 2639-1372
ANTHARES SOLUÇÕES EM CLIMATIZAÇÃO E REFRIGERAÇÃO NOVARON SISTEMAS DE AR LTDA. .................................................... 11-3225-5345
LTDA. ...................................................................................................... 11-5505-2138 OTLA COMERCIO DE EQUIPAMENTOS DE PROTECAO
ARCONTEMP AR COND. ELÉTRICA LTDA. ......................................... INDIVIDUAL E DE SISTEMAS OPTICOS LTDA .................................... 11 2619.9346
17-3215-9100
ARDUTEC COM. INST. ASSESSORIA LTDA. ....................................... PARTITEC............................................................................................... 11-4087-0497
11-3731-2255
ARFLOW COMERCIO E SERVIÇOS LTDA ........................................... PHARMACIA ARTESANAL LTDA. ......................................................... 11-3041-4600
19-3256-6307
ARTECNICA - LTDA ............................................................................... POWERMATIC DUTOS ACESSÓRIOS.................................................. 11-3017-3800
47-3435-7471
ASF - SERV. INSTAL. DE AR CONDICIONADO LTDA .......................... PPM TECNOLOGIA EM CERTIFICADO DE ÁREAS LIMPAS................ 19 3500-3886
11-3375-9220
ASMONTEC............................................................................................ PRO ADVICE........................................................................................... 11-4554-3458
19-3846-1161
BIOCEN DO BRASIL LTDA. ................................................................... PROATIVA QUALIFICAÇÃO E SERVIÇOS TÉCNICOS - ANTIGA
19-3246-2581
CACR...................................................................................................... ENFARMA............................................................................................... 21-2443-6917
11-5561-1454
CAMFIL LATINOAMERICA LTDA. .......................................................... PRUDENTE ENGENHARIA LTDA ......................................................... 34-3235-4901
19-3847-8810
CEQNEP.................................................................................................. PWM SERVICE TEC. COMERCIAL LTDA. ............................................ 19-3243-2462
41-3027-8007
CERTIFIQUE SOLUÇÕES INTEGRADAS LTDA. - ME ......................... QUALIBIO LABORATÓRIOS LTDA. - ME .............................................. 41-3668-0747
31-3386-5574
CLEANSUL CONTR. DE CONT. FLUXO LAMINAR E ÁREA LIMPA..... QUALITEC QE SERVIÇOS EM EQUIPAMENTOS LTDA ME ................ 11-2837-1531
51-3222-9060
CLIMA SPACE ENGENHARIA TÉRMICA LTDA. ................................... QUALITRONIC MANUTENÇÕES - ME ................................................. 11-3481-2539
19-3778-9410
CMS INSTRUMENTOS ANALÍTICOS LTDA. ......................................... QUALYFAN ANÁLISES TÉCNICAS LTDA. ............................................ 19-3865-8200
19-3812-9222
CONAIR COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA. ........................................... QUALYPAN CONSULTORIA E SERVIÇOS............................................ 21-3879-5613
21-2609-4921
COTTONIL DO BRASIL LTDA ................................................................ RAVINDRA TAILOR AR CONDICIONADO EIRELI - ME ........................ 37-3221-7144
41 3672-2551
DECK REPRES. COM. S/S LTDA. ......................................................... REINTECH I E P C C LTDA. .................................................................. 12-3933-8107
11-5904-0288
DMD SOLUTIONS................................................................................. RLP ENGENHARIA INSTALAÇÃO LTDA. ............................................. 11-3873-6553
19-98870-7374
DOCTOR QUALITY CONSULTORIA E TREINAMENTO LTDA............. SAAS ENGENHARIA SOCIEDADE SIMPLES LTDA ........................... 51-99964-1917
11-98148-4659
DUPONT DO BRASIL S/A ..................................................................... SD SISTEMA COMÉRCIO DE DIVISÓRIAS LTDA. ............................... 11-2941-7115
11-4166-8000
ECC CONTROLE E CERTIFICAÇÃO DE AMBIENTES......................... SECCOL CONTROLE E CERTIFICAÇÃO.............................................. 62-3275-1272
19-8779-9074
ELITE EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA. ..................................... SOLLO ENGENHARIA INSTALAÇÃO LTDA. ........................................ 11-2412-6563
51-3365-3939
EMPAC AR CONDICIONADO - EMPRESA PARANAENSE DE SOMAR ENGENHARIA S/C LTDA. ........................................................ 11-3763-6964
CLIMATIZAÇÃO....................................................................................... 41-3072-2600 SONDAR SERVIÇOS E SISTEMAS LTDA. ME ..................................... 11-5583-1266
EMPARCON TESTES AJUSTES BALANCEAMENTO........................... 11-4654-3447 SPECTRIS DO BRASIL INSTRUMENTOS ELETRÔNICOS LTDA.
ENGCLEAN CONTROLE DE CONTAMINAÇÕES LTDA ...................... 38-3221-7260 DIVISÃO PMS......................................................................................... 11-5181-5824
ENGCLIMA ENG. TÉRMICA LTDA ....................................................... 81-98181-9900 SPM ENGENHARIA................................................................................ 51-3332-1188
ENGEAR SISTEMAS TÉRMICOS E ACÚSTICOS LTDA- ME .............. 31-3377-7021 STERILEX CIENTÍFICA LTDA. .............................................................. 11-2606-5349
ENGEFARMA CONSULTORIA SERVIÇOS LTDA. ................................ 21-2456-0792 TECNOLAB SERV. COM. EQUIP. LABORATORIOS.............................. 71-3013-3505
ENGETAB SOLUÇÕES E ENGENHARIA LTDA S/S LTDA ................... 11-3729-6008 TECSENG TECNOLOGIAS ESPECIALIZADAS LTDA. - ME ................81-99182-7759
ENGINE COMÉRCIO SERVIÇOS LTDA. .............................................. 27-3326-2770 TERAPEUTICA FARMACIA DE MANIPULAÇÃO LTD ........................... 12-3946-6911
ERGO ENGENHARIA LTDA. ................................................................. 11-3825-4730 TERMACON PROJETOS E CONSULTORIA.......................................... 61-3042-1448
FILAB CONTROLE CONTAMINAÇÃO LTDA. ....................................... 19-3249-1475 TÉRMICA BRASIL COMÉRCIO E SERVIÇOS....................................... 11-3666-2076
FILTRACON SISTEMAS E COMPONENTES PARA FILTRAÇÃO LTDA 19-3881-8000 TRAYDUS CLIMATIZAÇÃO IND E COM LTDA. .................................... 11-4591-1605
GARNEIRA ENGENHARIA LTDA. ......................................................... 13-3322-7669 TROX DO BRASIL LTDA. ...................................................................... 11-3037-3900
GOLDENTECH SERVIÇOS TÉCNICOS INDUSTRIAIS......................... 19-3826-5328 VALIDACON SOL. INT. EM INSTRUMENTOS DE MEDIDA LTDA ........ 31-3022-7977
GPAXCONSULT PROJETOS E ASSOSSORIA - THINKING CLEAN..... 11-2193-1846 VECOFLOW............................................................................................. 19-3787-3700
HEATING & COOLING TECNOLOGIA TÉRMICA LTDA ........................ 11-39319900
IPANEMA IND PROD VETERINÁRIOS................................................... 15-3281-9450
LABOAR COM., SERV. E REPRESENTAÇÕES DE EQUIP. TÉCNI-
COS........................................................................................................ 71-3326-6964
LACHI SERVIÇOS DE ENGENHARIA LTDA. - EPP .............................. 92-3584-4420
LAMINAR ENGENHARIA DE CLIMATIZAÇÃO LTDA ............................ 41-3324-0531
LIFE LABORATORIO DE INSUMOS FARMACEUTICOS ESTEREIS Para associar-se ligue: (11) 2645-9105 ou mande e-mail para sbcc@sbcc.com.br

(NOVO)................................................................................................... 51-3904-2155 Listagem atualizada em 28 de maio de 2018

LINTER FILTROS INDUSTRIAIS LTDA. ................................................ 11-5643-4477


LTL SERV. E COM. DE EQUIP. FARMACÊUTICOS E
HOSPITALARES...................................................................................... 11-2475-2898
LUTECH INDUSTRIA E COMERCIO DE EQUIPAMENTOS E MOBI-
LIARIO PARA LABORATORIOS - EIRELI .............................................. 17 3209-2100
LWN ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA. ...................................... 11 -41169240

12
SBCC - Jan/Fev/Mar - 2018
Alsco:
128 anos de qualidade,
atendimento, excelência e
segurança em Higienização Têxtil.
Inovando sempre e oferecendo soluções de alta
tecnologia aos seus clientes, através dos chips
Ultra-RFID (controle por rádio frequência).
A Alsco completa 128 anos neste mercado,
em que é líder e pioneira.

Processos 100% de acordo com as leis e recomendações nacionais e internacionais;

Presente no Brasil com 15 unidades, em 12 Estados;

A única lavanderia industrial presente nos seguintes países: Estados Unidos,


• SERVIÇOS Canadá, Alemanha, Itália, Nova Zelândia, Austrália, Cingapura, China, Tailândia e

E
Malásia;
QUALIDAD

CO
NFIANÇA •

ISO 9001 Locação e higienização de uniformes para atendimento às áreas ISO 5 (C.100) e
ISO 14001
ISO 7 (C.10.000);

O

CO
MPROMISS
Uniformes esterilizados por EtO;

Produtos descartáveis: Tapetes adesivos, Panos de limpeza Wipers e artigos para


ambientes controlados.

www.alsco.com.br • cleanroom@alsco.com.br
São Paulo: Vila Maria (11) 2198.1477 - Santo Amaro (11) 2198.2122 • Rio de Janeiro (21) 3906.7979 • Minas Gerais (31) 3306.0200
Paraná (41) 3525.6400 • Rio Grande do Sul (51) 3477.4099 • Demais Localidades 0800 193031

Você também pode gostar