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Resenha Do Livro
Resenha Do Livro
ideais acéticos.
Genealogia da moral foi publicada em 1886-7; a mesma quer dizer valor das
origens ou origem dos valores. Ela se divide em três teses, a primeira dissertação
vem tratar sobre a noção de “bem e mal”, a segunda “má-consciência” e a terceira
“ideal ascético”. Genealogia da moral foi escrita por Nietzsche com o propósito de
responder alguns questionamentos que se levantaram acerca da moral de cunho
não teológico, partindo de uma análise que perpassa os valores ocidentais desde
Sócrates.
Na obra o filosofo apresenta em seu prólogo todos os caminhos que sua tese
percorre; “Aonde estiver seu tesouro, aí estará também seu coração” esta frase está
no início do prólogo e da alusão a busca que o ser humano tem de se afirmar no
mundo, e esta afirmação se dá a partir dos valores e dos sentidos que concebemos
a cada escolha que tomamos. Quantas vezes paramos para entender por que estes
valores e sentidos os são como são, quais seus significados e suas procedências?
Pensando nisso, Nietzsche, questionou-se sobre as “vivencias” e percebeu que por
trás destas tem sempre uma moral que se afirma. Esta moral tem por conceitos
vinculados o “Bem e mal”, “Consciência” e um “ideal”. Deixando bem claro sua
procedência aos preconceitos morais, na qual teve origem desde seus treze anos
de idade e, seu impulso a esta via consolidou-se ainda mais ao ler um livresco de
Pal Reé, do ano de 1877, que constatava sobre uma genealogia, o livro
denominava-se “A origem das impressões morais”.
De certo, seu exercício não era aplicar a moral uma resolução de hipóteses,
ou dar um parecer utilitário acerca de suas reflexões ou de outros, mas sim trazer
um confronto de modo genealógico sobre o valor que os valores tem, visto que os
filósofos e os psicólogos até seu posicionamento não conseguiam explorar tal
fundamento, dando a estes valores uma ideia de “si”, ou seja, pertencente a si
mesmo; aplaudindo e adorando o não-egoísmo, a compaixão, a abnegação, os
sacrifícios, e que conservam a negação da vida e de si mesmo. Deste modo, o
escritor traz a neutralidade, como o mesmo diz uma cor cinzenta, isto é, uma nova
crítica aos valores morais, o próprio valor desses valores posto em questão. E para
tanto é preciso expor toda as circunstancia sobre os quais ela se desenvolveu e se
modificou, uma moral como consequência, sintoma, máscara, doença, mas também
como causa, medicamento, estimulante, inibição e veneno.
Quando esses homens tentam lutar pela parte do mundo, o mais forte
fisiologicamente vence a luta contra os fracos, o que gera na sociedade duas castra
ja mencionada a cima e este que ganhou subjuga sobre os inferiores, no momento
que isso acontece os superiores passam a emitir juízos sobre a vida, e
subsequentemente sobre os subjugados. É a partir daí que entra o conceito de bom,
ele nasce na pré-história; o conceito de bom é o julgamento dos fortes sobre os
seus atos, o aristocrata define o valor do Bom segundo ele mesmo. O ser humano
tem instintos e o mesmo não pode ser anulado, os instintos para Nietzsche é a
vontade de poder, de dominar, na obra crepúsculo dos ídolos está o exame
detalhado deste conceito.
Como os instintos não podem ser anulados, e que a vontade do ser humano
é dominar, sucede que a castra mais forte duelam entre si, e dentre eles surgem os
vencedores e assim predomina a subjugação sobe os fortes que perderam, quando
esses perdedores tiveram sua expressão negada, não podendo anular seus
instintos a saída deles foram internaliza-lo. O homem com seus instintos
internalizados é a casta sacerdotal, os sacerdotes sem potência para lutar no
mundo, e com o mundo, ele anula a vida, os sentidos e manda para o nada. Os
sacerdotes viam sua força anulada assim como as dos escravos, e começa a pregar
a todos os valores dos servos, unindo-se aos escravos, estipulam um processo de
reatividade, em oposição a atividade. Um ser ativo explode seus instintos, o reativo,
vive de um não-ser. Dessa forma na pré-história o conceito bom e mau, serviu para
distinguir o que era superior do inferior, quando os sacerdotes unem se aos
escravos, e obtêm-se uma nova inversão desses conceitos.
A inversão dos valores sucede quando eles começam a dizer que somente os
miseráveis são bons, os pobres, os impotentes, os enfermos, os pequenos, os feios,
somente estes são os bem aventurados, os escolhidos e abençoados por Deus. No
final de tudo os sacerdotes almejam uma vingança sobre os guerreiros, os fortes. A
revolução dos sacerdotes é chamada de cristianismo, mas o que prega o
cristianismo a ponto de a mais de dois mil anos se viver com tanta veracidade a
necessidade de conduzir-se a essa integridade cristã? O “novo amor”, um amor que
se transformou em carne e que se sacrificou para salvar as almas que não vencia o
mundo, uma forma sedutora sacerdotal de impor seu instrumento de vingança, a
ponto de sacrifica-lo, visto que os judeus negaram Cristo, uma manipulação
psicológica encima de seus inimigos.
Quando o corpo do homem percebe que ele estabeleceu sua vontade sobre
uma determinada parte do mundo, ele nota que seu poder aumentou, se ao
contrário, o mundo estabeleceu sua vontade sobre ele, sua força diminui. A
compreensão desse fundamento é importante pois, assim entenderemos que são os
afetos, ou sentidos, que interpretar essas forças que o homem impõe no mundo e
recebe do mundo, mas o que são os afetos? É a analise que o corpo dá há
determinadas parte do mundo que os atingem e provoca essa diminuição e aumento
de poder. Acontece que o nosso corpo tem aparelhos nervosos que sentem o
mundo, esse aparelho sensor é uma espécie de membrana coletora que recebe
esses estímulos. Todavia, esses estímulos não ficam nesta membrana, ela é
apenas um local de passagem que manda esses estímulos para o inconsciente, e o
inconsciente irá determinar os comportamentos para o corpo.
Quando o esquecimento não consegue se livrar dos afetos, e este fica preso
no pensamento e não se encaminha para o inconsciente, forma-se a memória, a
memória não é visto com apreço ao filosofo, porém foi uma faculdade que todo o
homem criou. O autor define a memória do aristocrata como capacidade de
prometer, pois eles subjugam sobre sua memória, deixando influenciar todo a sua
externalização, seus juízos é promover no mundo mais de si, enquanto as dos
escravos é uma memória ressentida, engajada na auto preservação, proteção.
Tanto o homem ativo e reativo criaram uma memória da vontade, mas sua utilização
é diferente.
A má- consciência é uma profunda doença que o homem teve que contrair
sobre a exigência das mais radicais mudanças, tais mudanças que sobreveio no
momento quando ele se viu definitivamente encerrado na esfera da sociedade e da
paz. Os instintos antes sentidos por uma consciência limpa e renovadora agora
inibisse. Uma auto sabotagem de si, hostilidade, vingança reativa, um salto para o
futuro, aniquilamento de seu corpo, em prol de uma consciência, que ele mesmo
inventou. Portanto, se na sociedade aristocrata a dor era externalizada para que a
vida fluísse, nesta sociedade cristã, o fundamento se volta para a mente do sofredor
que passa a se martirizar. E os dois tem como foco uma plateia para que sua arte
seja expressada, a diferença é que numa está na humanidade e a outra está no
nada (Deus), no transcendental.