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OS GÊNIOS DA FILOSOFIA ALEMÃ:

HEGEL, MARX, NIETZSCHE


FRIEDRICH NIETZSCHE - O SUPER-HOMEM
FILOSOFIA - SLIDE 016
TERCEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO
A MORTE DE DEUS

A morte de Deus abre a possibilidade da superação da moral como


o princípio de avaliação de toda a existência, exatamente como
exige para esta superação a assunção de um novo princípio de
avaliação que surja a partir do aquiescimento sem restos desta morte
e viabilize o aparecimento de uma nova postura diante do valor da
finitude.

CASANOVA, Marco Antônio. O instante extraordinário: vida, história e valor na obra de


Friedrich Nietzsche. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003. p. 197.
A MORTE DE DEUS

Para Nietzsche, o homem que aceita a realidade como ela é,


rompendo com os valores decadentes da moral cristã ocidental,
precisa criar uma nova ordem de valores que o elevem e que
possam servir como guia para uma nova vida, não mais de
ressentimentos e medos, mas de libertação e desafios. Essa nova
ordem de valores, portanto, seria fruto da própria vontade de
poder, sendo que cada pessoa deveria ter coragem de ser ela
mesma, dizendo sim à vida e buscando vivê-la intensamente, na
plenitude de sua capacidade, enfrentando os desafios com
espírito guerreiro e destemido.
A MORTE DE DEUS

Segundo Nietzsche, os antigos valores cristãos já não eram


coerentes, não podendo mais ser utilizados como guia moral
para a vida. Os novos valores deveriam reafirmar a vida
humana, buscando o prazer e a realização e rompendo com a
lógica do sofrimento em vista de uma recompensa final, como
prega o cristianismo.
A MORTE DE DEUS

Para Nietzsche, o cristianismo representa “a guerra de morte contra


o tipo superior de homem”, a corrupção, a perversão dos instintos
humanos, a religião contrária à natureza; [...] Nietzsche afirma que a
concepção cristã de Deus é uma das concepções mais corruptas a
que jamais se chegou na Terra. [...] O cristianismo é apenas o
fenômeno mais poderoso de uma aberração dos instintos do homem
europeu na história do espírito, aberração que se apresenta como
invenção de outro mundo ideal e, por conseguinte, como
depreciação do mundo terreno, real.

FINK, Eugen. A filosofia de Nietzsche. 2. ed. Lisboa: Editorial Presença, 1988. p. 146.
A MORTE DE DEUS

O que o homem deveria fazer, segundo Nietzsche, é aceitar o


eterno retorno, transformando-se em um novo homem, um
super-homem, longe das antigas amarras que o reprimam. Os
novos valores do super-homem, ou super-humano, deveriam ser
o amor à terra, à realidade, à saúde, à vontade forte, à
embriaguez dionisíaca e ao orgulho. Para Nietzsche, são esses os
valores que estão em consonância com a natureza humana.
Dessa forma, os seus instintos, sua natureza mais profunda e
verdadeira, são representados dignamente por tais valores, a
final, “tudo o que é bom é instintivo”.
A MORTE DE DEUS

A moral antinatural, ou seja, quase todas as morais que foram até


aqui ensinadas, honradas e pregadas, remete-se, de modo inverso,
exatamente contra os instintos vitais. Ela é uma condenação ora
secreta, ora tonitruante e insolente destes instintos. No que ela diz
“Deus observa os corações”, ela diz não aos desejos vitais mais baixos
e mais elevados, tomando Deus como inimigo da vida. O santo, junto
ao qual Deus sente prazer, é um castrado ideal. A vida chega ao fim,
onde o “Reino de Deus” começa [...]

NIETZSCHE. Friedrich. Crepúsculo dos ídolos ou Como filosofar com o martelo. Rio de
Janeiro: Relume Dumará, 2000. p. 37.
A MORTE DE DEUS
Dizia Zaratustra: “Um novo orgulho ensinou-me o meu Eu, e eu o
ensino aos homens: não deveis mais esconder a cabeça na
areia das coisas celestes, mas mantê-la livremente: uma cabeça
terrena, que cria ela própria sentido da terra” . A vontade de
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poder, portanto, está exatamente na capacidade desse novo


homem de criar uma nova ordem de valores, com fundamento
em sua natureza, em seus instintos, que são, por si, o melhor do
homem, e não mais se curvar diante dos valores
tradicionalmente aceitos. O novo sentido da terra consiste
exatamente nessa coragem de romper com o velho e criar o
novo. Para Nietzsche, “o mundo gira em torno dos inventores dos
novos valores”.
A MORTE DE DEUS

A vida mesma é, para mim, instinto de crescimento, de duração, de


acumulação de forças, de poder: onde falta a vontade de poder, há
declínio. Meu argumento é que a todos os supremos valores da
humanidade falta essa vontade – que valores de declínio, valores
niilistas preponderam sob os nomes mais sagrados.

NIETZSCHE, Friedrich. O Anticristo: maldição ao cristianismo. São Paulo: Companhia das


Letras, 2007. p. 13.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ARANHA, Mária Lúcia de Arruda [et.al]. Filosofando. Volume Único. São


Paulo: Editora Moderno, 2009.
AMORIM, Richard Garcia [et.al] Filosofia. Volume 5 e 6. São Paulo: Editora
Bernoulli

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