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DIAGNÓSTICOS EM
PARASITOLOGIA
EXAME PARASITOLÓGICO DE
FEZES (EPF)
Outro erro indicação de anti-helmínticos sem solicitar
EPF para verificar a real necessidade
O profissional responsável por escolher a técnica deve ter
claramente delimitado o objetivo do exame
Pacientes assintomáticos técnica capaz de detectar o
maior número possível de espécies
Existem técnicas preferenciais para a busca de
determinadas estruturas
É fundamental que o médico indique a suspeita clínica e,
se possível, a técnica desejada
EXAME PARASITOLÓGICO DE
FEZES (EPF)
Tem como objetivo diagnosticar os parasitos intestinais,
por meio da pesquisa das diferentes formas parasitárias
que são eliminadas nas fezes.
O exame macroscópico permite a verificação da
consistência das fezes, do odor, da presença de
elementos anormais, como muco ou sangue, e de vermes
adultos ou partes deles.
O exame microscópico permite a visualização dos ovos
ou larvas de helmintos, cistos, trofozoítos ou oocistos de
protozoários. Pode ser quantitativo ou qualitativo.
EXAME PARASITOLÓGICO DE
FEZES (EPF)
A grande maioria dos métodos é apenas QUALITATIVO =
apenas indica a presença do parasita ou não
Existem métodos QUANTITATIVOS (Kato-Katz) = se faz a
contagem dos ovos nas fezes, permitindo, assim, avaliar a
intensidade do parasitismo.
EXAME PARASITOLÓGICO DE
FEZES (EPF)
Deve ser colhida sem contato com o vaso sanitário
COLETA DA AMOSTRA
Identificar o frasco com letra legível, indicando nome do
paciente, data e hora da coleta lápis (não borrar com o
conservante)
Tempo de entrega do material depende da suspeita clínica
Fezes diarreicas – Giardia 30 min – estrongiloidíase com exame
de larvas vivas imediatamente após a emissão das fezes
De preferência – coleta pela manhã no laboratório ou
enviada rapidamente
Caso não seja possível enviar imediatamente o material será
necessário conservar o material
COLETA DA AMOSTRA
MIF (mercúrio, iodo e formol) – mais popular
Formol 10% - proibição do mercúrio
Formol tamponado
SAF (acetado de sódio, ácido acético glacial,
formol e água destilada) – bom para
Semanas
trofozoítos em fezes diarreicas
Embrulhar em papel e armazenar na
geladeira (5-10ºC) ou isopor com gelo – até
48hs
CONSERVANTES
Colocar o conservante, a amostra, homogeneizar bem e
colocar mais conservante
CONSERVANTES
Usar luvas
Trabalhar
com calma, identificando
corretamente
Usarmaterial descartável evita falso-
positivos
CUIDADOS FUNDAMENTAIS
Não existe um método capaz de diagnosticar, ao mesmo tempo,
todas as formas parasitárias.
Alguns métodos são mais gerais, permitindo o diagnóstico de vários
parasitos intestinais, outros são métodos específicos, indicados para
um parasito em especial.
Métodos gerais método de Hoffman, Pons e Janer e o os
métodos de centrifugação (MIFC, Ritchie e Coprotest).
Na maioria dos pedidos de EPF, a suspeita clínica não é relatada, e
o exame é feito por um dos métodos gerais, acima citados.
Quando é solicitada a pesquisa de um parasito que exige a
execução de um método específico método específico e
método geral devem ser executados o EPF ficará mais completo,
pois será feita a pesquisa dos vários parasitos intestinais e não
apenas daquele solicitado.
ESCOLHA DO MÉTODO
Execução de vários métodos com cada amostra fecal
um método geral
um específico para larvas de helmintos
um específico para cistos de protozoários.
Procedimento é inviável - quantidade insuficiente de fezes, ou
pelo elevado número de exames a serem realizados por dia
Interação médico-laboratório contribuiria para que o EPF
fosse o mais exato possível.
Automação – ainda não é uma realidade na parasitologia
Testes imunológicos
Testes moleculares
ESCOLHA DO MÉTODO
Imunoenzimáticos - EIA ou ELISA
Entamoeba histolytica/ dispar
Giardia lamblia
Cryptosporidium
Imunofluorescentes-IFAs
Cyclospora
Isospora
PCR
detecção e subtipagem
Cryptosporidium
ESCOLHA DO MÉTODO
A fim de obter mais qualidade no EFP, devemos sempre ter
em mente que
1. algumas espécies de parasitos só são evidenciadas por
técnicas especiais;
2. um exame isolado, onde o resultado é negativo, não
deve ser conclusivo, sendo recomendável a sua repetição
com outra amostra;
3. a produção de cistos, ovos ou larvas não é uniforme ao
longo do dia ou do ciclo do parasito.
ESCOLHA DO MÉTODO
Exame de fezes direto a fresco
Técnicas de concentração - Muitas vezes o número de formas
parasitárias eliminadas com as fezes é pequeno, havendo
necessidade de recorrer a processos de enriquecimento para
concentrá-las.
Espontânea ou por centrifugação
Flutuação ou sedimentação
Técnicas para buscas de larvas
MÉTODOS
OVOS
LARVAS Ascaris lumbricoides
Strongyloides stercoralis Trichuris trichiura
Enterobius vermicularis
Ancylostoma duodenale
VERMES ADULTOS
Necator americanus
Ascaris lumbricoides Taenia solium
Taenia sp. (proglotes) Taenia saginata
Enterobius vermicularis Hymenolepis nana
Schistosoma mansoni
PROTOZOÁRIOS - FORMAS
EVOLUTIVAS ELIMINADAS VIA ANAL
Procedimento simples
MÉTODO DIRETO
Recolhe-se uma porção bem pequena (cabeça
do palito de fósforo) e coloca-se sobre a lâmina
Adiciona-se salina
Homogeiniza
Coloca lamínula
Análise em microscópio em 10 e 40X
MÉTODO DIRETO
Sedimentação espontânea: método de Hoffman, Pons e Janer, também
conhecido como método de Lutz. Permite o encontro de ovos e larvas de
helmintos e de cistos de protozoários;
PROCESSOS DE
CONCENTRAÇÃO
Método de concentração
Cistos, oocistos, ovos ou larvas
Procedimento:
CENTRÍFUGO-SEDIMENTAÇÃO, MÉTODO DE
RITCHIE, DE BLAGG OU “FORMOL-ÉTER”
Com o auxílio de um bastão, descolar a camada de detritos
da parede do tubo.
Inverter o tubo para desprezar o liquido, mantendo-o com a
boca voltada para baixo, até limpar a parede do mesmo,
utilizando um bastão de vidro (ou palito de picolé) contendo
algodão na extremidade.
Inverter o tubo em uma lâmina, deixando escoar todo o
sedimento. Se a quantidade de sedimento for excessiva,
utilizar uma pipeta para colhê-lo e preparar as lâminas.
Colocar uma gota de lugol
Cobrir com lamínula e examinar com as objetivas de 10 e 40X
em “zig-zag”
CENTRÍFUGO-SEDIMENTAÇÃO, MÉTODO DE
RITCHIE, DE BLAGG OU “FORMOL-ÉTER”
Método dos mais recomendados
Rápido
Fácil
Sensível
CENTRÍFUGO-SEDIMENTAÇÃO, MÉTODO DE
RITCHIE, DE BLAGG OU “FORMOL-ÉTER”
Indicado para pesquisa de cistos de protozoários; ovos
leves de helmintos podem ser detectados algumas
vezes
Procedimento
Diluir 10g de fezes em 20mL de água filtrada.
Homogeneizar bem.
Filtrar através de gaze dobrada em quatro, num copo plástico,
e transferir para um tubo de centrífuga.
Centrifugar por um minuto a 2.500rpm.
Desprezar o líquido sobrenadante e ressuspender o sedimento
em água.
Repetir as operações 4 e 5 mais duas ou três vezes, até que o
líquido sobrenadante fique claro.
CENTRÍFUGO-FLUTUAÇÃO OU
MÉTODO DE FAUST
Desprezar a água sobrenadante e ressuspender o sedimento com
uma solução de sulfato de zinco a 33%, densidade de 1,18g/mL.
Centrifugar novamente por um minuto a 2.500rpm.
Os cistos e alguns oocistos de protozoários e os ovos leves, presentes
na amostra fecal, estarão na película superficial. Recolher a
película com alça de platina, colocar numa lâmina, acrescentar
uma gota de lugol e cobrir com lamínula.
Examinar com as objetivas de 10x e 40 x.
CENTRÍFUGO-FLUTUAÇÃO OU
MÉTODO DE FAUST
Bom para pesquisa de ovos leves como de ancilostomídeos
Procedimento:
Colocar 10g de fezes em um frasco Borrel (pode ser usado o próprio
frasco no qual as fezes foram enviadas).
Diluir as mesmas em solução saturada de açúcar ou sal (NaCl).
Completar o volume até a borda do frasco.
Colocar na boca do frasco uma lâmina, que deverá estar em contato
com o líquido.
Deixar em repouso por cinco minutos.
Findo esse tempo, retirar rapidamente a lâmina, voltando a parte
molhada para cima.
Levar ao microscópio e examinar com objetiva de 1ox e 40x.
FLUTUAÇÃO ESPONTÂNEA OU
MÉTODO DE WILLIS
Avaliação de larvas de helmintos
Baseado no hidrotropismo e termotropismo das larvas
Necessidade de fezes frescas e sem uso de
conservantes
Importante redobrar os cuidados a fim de evitar
contaminação no laboratório.
MÉTODO DE BAERMANN-MORAES
MÉTODO DE BAERMANN-MORAES
Retirar a tampa do recipiente que acondiciona as fezes
e envolvê-lo em uma gaze dobrada em quatro, fazendo
uma pequena "trouxa".
Colocar o material assim preparado, com a abertura
voltada para baixo, num cálice de sedimentação,
contendo água aquecida (45°C), em quantidade
suficiente para entrar em contato com as fezes.
Deixar uma hora em repouso.
Retirar cuidadosamente a trouxa
Colher o sedimento no fundo do cálice, com a ajuda de
uma pipeta.
Examinar no microscópio, com a objetiva de 10x.
Corar as larvas com o lugol e observá-las com o maior
aumento, para identificação.
MÉTODO DE RUGAI
MÉTODO DE RUGAI
Preparar uma solução de verde malaquita (essa solução tem a
finalidade de conservar as fezes e clarificar as formas parasitárias),
de acordo com a seguinte fórmula: Glicerina 100mL, Água
destilada 100mL, Verde-malaquita a 3% 1 mL
Cortar papel celofane semipermeável em pedaços de 24mm por
30mm e deixá-los mergulhados na solução de verde malaquita por
pelo menos 24 horas.
Colocar, sobre um papel higiênico, uma porção da amostra de
fezes frescas sem conservantes.
Comprimir as fezes com um pedaço de tela meiálica (marca IBRAS
- São Bemardo do Campo - no 120 – fios, urdume e trama: 0,091nm)
ou similar de náilon. Nesta malha passam ovos de helmintos e
detritos menores do que eles.
Retirar as fezes que passaram para a parte superior da tela e
transferi-las, com o auxílio de um palito, para o orificio (6mm de
diâmetro) de um cartão retangular de plástico, colocado sobre
uma lâmina de microscopia.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES NA
SOLICITAÇÃO
Ingestão prévia de medicação, compostos químicos na
semana anterior ao exame
Forma de coleta, tempo de coleta, preservação do
material, intercorrências na coleta.
QUESTIONAMENTOS IMPORTANTES NA
ENTREGA DO MATERIAL
SENSIBILIDADE
Um teste é sensível quando seu resultado é positivo
em indivíduos doentes. Pouco falso-negativo
ESPECIFICIDADE
Um teste é específico quando seu resultado é
negativo em indivíduos não doentes. Pouco falso-
positivo
SENSIBILIDADE X ESPECIFICIDADE
EVITÁVEIS – PROFISSIONAIS
Treinamento
Escolha do método (sensibilidade)
Inadequação do método
Leitura parcial da lâmina
Sobrecarga de trabalho
CAUSAS DE NEGATIVIDADE NO
EXAME PARASITOLÓGICO
INEVITÁVEIS - BIOLÓGICAS
A) Protozoários - períodos de negatividade
B) Helmintos
infecção unissexual por espécimes machos
fêmeas sexualmente imaturas
após eliminação do verme adulto
carga parasitária leve
irregularidade na postura/eliminação
CAUSAS DE NEGATIVIDADE NO
EXAME PARASITOLÓGICO
Treinamento dos profissionais
Controle externo de qualidade:
CONTROL- LAB – SBPC/ML
PNCQ – SBAC
INTERLABORATORIAIS
INTERNACIONAIS: CAP
Controle interno de qualidade
Amostra cega – amostra já processada no dia
Pool de amostras positivas ( COCOTECA® )
Amostras conservadas com parasita único
Lâminas com coloração permanente
Lâminas da rotina.
CONTROLE DE QUALIDADE
Reportar todos os parasitas encontrados
Sempre com os nomes científicos: grifados, ou em itálico, ou em
negrito
Colocar o estágio de diagnóstico identificado
Exemplo:
Foram encontrados:
Ovos de Hymenolepis nana
Ovos de Hymenolepis nana
Ovos de Hymenolepis nana
LAUDO FINAL
Para ausência de parasitos, reportar:
Exemplo
“Negativo - Não foram visualizadas formas
diagnósticas de parasitas”
Ou
“Negativo - Não foram visualizadas formas
diagnósticas de parasitas, na amostra enviada”
LAUDO FINAL
Reportar o(s) método(s) utilizado(s).
LAUDO FINAL