O documento resume os principais pontos dos três primeiros capítulos do livro "Economia da Cultura". 1) A indústria do entretenimento é a maior atividade econômica global, mas recebe pouca atenção. 2) Existe um grande mercado de entretenimento devido à demanda por lazer. 3) A globalização dissemina produtos culturais mas também ameaça a identidade local ao promover a homogeneização cultural.
O documento resume os principais pontos dos três primeiros capítulos do livro "Economia da Cultura". 1) A indústria do entretenimento é a maior atividade econômica global, mas recebe pouca atenção. 2) Existe um grande mercado de entretenimento devido à demanda por lazer. 3) A globalização dissemina produtos culturais mas também ameaça a identidade local ao promover a homogeneização cultural.
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O documento resume os principais pontos dos três primeiros capítulos do livro "Economia da Cultura". 1) A indústria do entretenimento é a maior atividade econômica global, mas recebe pouca atenção. 2) Existe um grande mercado de entretenimento devido à demanda por lazer. 3) A globalização dissemina produtos culturais mas também ameaça a identidade local ao promover a homogeneização cultural.
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Segundo Alfredo Bertini, autor do livro “Economia da Cultura”,
a sociedade não dá importância à indústria do entretenimento, mesmo que esta seja a maior atividade econômica do planeta. Existem poucos registros, referências ou informações sobre o campo da economia neste sentido. Ele percebeu, ao analisar a sociedade pela perspectiva da política pública, que existe grande desprezo político em relação à cultura, ao turismo e ao esporte. Houve crescimento econômico no setor terciário alavancado pelas atividades do entretenimento. Através das inovações tecnológicas foi possível identificar dois tipos de desenvolvimento socioeconômico do entretenimento: o primeiro foi a possibilidade de consumo pelo lazer e o segundo, mais complexo, demonstra que essas atividades tendenciavam a se transformarem em motor econômico por dependerem da capacidade cognitiva dos recursos humanos.
Bertini explica que existe um grande mercado de
entretenimento, devido a uma enorme demanda pelo lazer. Citando Comparato, o autor diz que os EUA exportaram cerca de US$ 30 bilhões em entretenimento no ano de 1997. O autor diz, ainda existir a competitividade intra e intersetorial decorrente da própria variedade de possibilidade que o setor oferece. A criatividade consegue impor, subliminarmente, regras e hábitos de consumo de entretenimento em âmbito global, devido à globalização. Ele ainda, que precisa haver uma reflexão sobre a importância da produção de entretenimento com os princípios das identidades locais. Alfredo Bertini destaca a força econômica da indústria do entretenimento. Contudo, não se deve diminuir a importância da globalização e nem aceitá-la. O que deve ser feito é melhorar o pensamento sobre esse fenômeno econômico.
Segundo o autor, a indústria do entretenimento pode ser vista
como boa ou ruim, pois, as economias não-hegemônicas não conseguem produzi-la, porque são sufocadas pelas economias hegemônicas, com seu grande poder produtivo. Em contrapartida, como a globalização faz a integração entre os povos, ela deixa aberto um espaço para o intercâmbio de culturas. Contudo, para isso deve ser valorizado o compromisso de produções locais, afirma o autor.
Ainda assim, levando em conta essa ressalva, o produtor que
quiser ter um pouco de ganho financeiro, deverá tentar se incluir neste esquema capitalista. Ele terá que pensar globalmente quando for produzir e, assim, ampliar suar oportunidade de negócio. O autor aponta recursos como: o satélite, a internet, a fibra óptica e a revolução digital como fatores de encurtamento de distância, tornando cada vez mais semelhante relativo às questões culturais, turísticas ou esportivas.
Porém, Alfredo Bertini identifica que a globalização dissemina
produtos não-hegemônicos, ou seja, oriundos dos países sub- desenvolvidos. E ainda, a globalização traz produtos comerciais com ideologias subliminares, gera perda gradativa da identidade local e promove a exploração da criatividade em países pobres. Tendo em vista ainda, a tentativa de transmitir mensagens ideológicas de supremacia cultural. Na sequência, o autor fala sobra a criação da propriedade intelectual coletiva para o resguardo da cultura local, sendo esta discutida em fóruns internacionais.
De acordo com o autor, em 1980 deu-se início ao arquivamento
de dados sobre produtos que não agregavam riquezas à nação. Após um período de duas a três décadas, houve um melhoramento no tratamento destes dados sobre os mercados culturais. A princípio, a idéia era que esses produtos exerceriam outra forma de valor que iria além da dimensão econômica. Na verdade, era o senso de identidade propiciado pelo consumo destes produtos. Deste entendimento surge o conceito de capital cultural que consiste em valor monetário, de origem de mero egoísmo; e valor cultural composto por sistema de ideais, costumes e tradições.
Alfredo Bertini explica o significado de cultura como “...um
complexo de valores, crenças, costumes e ideais de uma determinada sociedade, cuja difusão ocorre por meio de variadas manifestações e expressões de cunho artístico.” Ele define economia da cultura como a produção cultural.
No Brasil, o artista precisa ser multifacetado, ou seja, meio
produtor e empreendedor, além de ser o próprio artista. Já nos EUA, as grandes produtoras preferem que as funções, nas produções cinematográficas, sejam bem definidas, até mesmo para haver melhor hierarquia e profissionalismo.
O autor diagnostica que a globalização vem provocando
homogeneização da cultura pelas grandes produtoras, acabando consequentemente, com as culturas locais. Por outro lado, a auto-afirmação lingüística tem sido uma alternativa como resistência a esta invasão, não somente cultural, mas a invasão de outras línguas também. Outra questão importante na defesa das identidades locais é a criação da propriedade intelectual coletiva. De acordo com Bertini, propriedade intelectual coletiva seria a valorização coletiva da capacidade intelectual de um povo.
Já no Brasil, Alfredo bertini explica que a TV aberta também
promove certa homogeneização. A programação da TV aberta, falando principalmente das telenovelas, foca a cultura Carioca e Paulista e as difunde para todo o país, obrigando quem está no nordeste, por exemplo, a consumirem sempre estas culturas. Um bom exemplo cita o autor, é o da TV RBS, em Porto Alegre, que abre espaço para a exibição de curtas-metragens gaúchos.
Segundo o autor, o setor audiovisual é considerado como um dos
mais relevantes de toda indústria do entretenimento, portanto, um poderoso recurso para comunicação social em massa.
Alfredo Bertini conclui dizendo que o produto audiovisual é um
elemento muito importante para ajudar a preservar as identidades locais, tendo em vista sua alta capacidade de penetração no mercado.