Escolas | João de Araújo Correia

Biologia E@D 12º Ano – 2020/2021

Trabalho de pesquisa

Biotecnologia no diagnóstico e na terapêutica de doenças

Peso da Régua, 04/12/2020

Daniela Pinto

Francisca Espírito Santo

Raquel Pereira

12ºB

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ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3

2 A BIOTECNOLOGIA NO DIAGNÓSTICO E NA TERAPÊUTICA DE DOENÇAS ............... 4

2.1 DEFINIÇÃO DE BIOTECNOLOGIA ............................................................................................. 4

2.2 APLICAÇÕES DA BIOTECNOLOGIA NA ÁREA DA SAÚDE .......................................................... 4
Anticorpos policlonais e anticorpos monoclonais............................................. 5
Anticorpos policlonais...................................................................................................... 5
Anticorpos monoclonais .................................................................................................. 5
2.2.1.2.1 Aplicações biomédicas dos anticorpos monoclonais ........................................... 6
Aplicações no diagnóstico e terapêutica de doenças ....................................... 6
Insulina ................................................................................................................................ 7
Vitaminas ............................................................................................................................ 8
Antibióticos ........................................................................................................................ 9
Esteroides ......................................................................................................................... 10

3 CONCLUSÃO............................................................................................................................ 11

4 BIBLIOGRAFIA/WEBGRAFIA ................................................................................................ 12

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1 INTRODUÇÃO
No presente trabalho iremos abordar o ramo da biotecnologia, especialmente no
ramo da medicina/saúde.

Introduzimos o trabalho partindo do esclarecimento do conceito de biotecnologia,

aplicações nas mais diferentes áreas, com o objetivo de conhecer e a sua utilidade no
melhoramento da qualidade de vida dos seres humanos ao nível do diagnóstico e
terapêutica de doenças.

Está organizado num capítulo, que se encontra subdividido em diferentes títulos

para que a informação esteja redigida de forma mais clara e acessível.

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2 A Biotecnologia no diagnóstico e na terapêutica de doenças

2.1 Definição de biotecnologia
A Biotecnologia é uma área do conhecimento interdisciplinar que reúne uma
ampla variedade de conhecimentos ao nível da engenharia (por exemplo – a
informática) e das ciências da vida (biologia, imunologia, genética, bioquímica…).

Segundo uma das muitas definições da Convenção sobre Diversidade Biológica

da ONU, a biotecnologia:

“Utiliza sistemas biológicos, organismos vivos ou derivados destes, com o fim de

resolver problemas, fazer ou modificar produtos ou processos para usos específicos.”

Possui diversas aplicações nas mais variadíssimas áreas, sejam elas

relacionadas com o ambiente, a produção de alimentos (processamento de alimentos e
na agroindústria), a saúde, com o diagnóstico e a terapêutica de doenças
nomeadamente através da Imunoterapia, e da produção de substâncias, como
antibióticos, esteroides, vitaminas e vacinas, etc., sempre com a finalidade de produção
de bens e serviços.

2.2 Aplicações da biotecnologia na área da saúde

Como se referiu, a Biotecnologia é utilizada nas mais variadas áreas, com

particular interesse, na produção de substâncias que visam o diagnóstico e tratamento
de doenças, constituindo um lugar notável na imunologia, propriamente na produção de
anticorpos.

Os anticorpos, normalmente são sintetizados pelo nosso organismo, através de

células do sistema imunitário resultantes da clonagem de linfócitos B (ativados) – os
plasmócitos – (células secretoras de anticorpos) que possuem o retículo
endoplasmático rugoso bastante desenvolvido, local onde se encontram os ribossomas,
estruturas responsáveis pela síntese de proteínas (anticorpos de origem proteica).

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Anticorpos policlonais e anticorpos monoclonais

Anticorpos policlonais

A utilização de anticorpos policlonais em processos de imunização passiva

mostrou à comunidade científica (da época) uma nova forma de tratar determinadas
doenças.

Quando um organismo é exposto a um antigénio, o sistema imunitário tem a

função de o reconhecer e eliminar. Essa função é desempenha pelos linfócitos B que
possuem na sua membrana um recetor antigénico responsável por se ‘ligar’ ao
determinante antigénico correspondente do antigénio. Depois desse reconhecimento
o/os linfócitos B (ativados) começam o processo de multiplicação (clonagem) e originam
células-memória e plasmócitos, que como referimos antes, são, responsáveis pela
produção de anticorpos. Os anticorpos resultantes deste tipo de linhagem são
designados anticorpos policlonais.

Estes anticorpos são obtidos a partir de soros de animais que previamente

tenham sido inoculados com o antigénio. Mas este processo implica que o soro tenha
que passar por um processo de purificação, no sentido de reduzir a hipóteses de
incompatibilidade e “ataque” imunitário por parte do individuo a que os anticorpos serão
destinados (recetor).

Anticorpos monoclonais

Designam- se monoclonais pois são sintetizados a partir de um único linfócito B

(ativado), ao qual se funde um mieloma.

Estes anticorpos são produzidos em laboratório, resultantes da fusão de um

linfócito B ativado com um mieloma. Um mieloma é, uma célula cancerígena do sistema
imunitário, que é fundamental para a produção de anticorpos monoclonais em massa.
Os linfócitos B depois de ativados e isolados multiplicam-se, mas como têm um reduzido
tempo de vida, a cultura a longo prazo desses clones é impossível. Por isso, os cientistas
utilizam, então, o mieloma que por ser uma célula tumoral apresenta uma grande
capacidade de multiplicação, permitindo, desse modo, uma maior durabilidade dos
clones do linfócito B.

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A célula resultante da fusão do mieloma e do linfócito B, intitula-se de hibridoma

e integra características das duas células parentais:

o Produzem anticorpos específicos

somente para um tipo de determinante
antigénico (característica adquirida
pelo linfócito B);
o São culturas celulares permanentes,
Figura 1: Síntese de anticorpos monoclonais
com um grande número de células,
Fonte: profissaobiotec.com.br
propriedade conferida pelo mieloma;

2.2.1.2.1 Aplicações biomédicas dos anticorpos monoclonais

o Elaboração de testes de diagnósticos mais sensíveis e específicos: como testes
de gravidez, hepatite, raiva, sífilis, diagnóstico da gonorreia, etc.;

o Imunização passiva contra agentes infeciosos e toxinas: preparação do soro

antitetânico (tétano);

o Estimulação da rejeição e destruição de tumores: associação a substâncias

tóxicas ou radioativas com destruição “cirúrgica” das células cancerosas;

o Enxertos e transplantes: testes de compatibilidade, transplantes de tecidos ou

órgãos;

o Antídotos para drogas e venenos.

Aplicações no diagnóstico e terapêutica de doenças

Além dos anticorpos monoclonais, diversos outros produtos têm sido
desenvolvidos através de processos biotecnológicos, como a bioconversão ou
biotranformação, sendo utilizados na produção de: vitaminas, antibióticos e esteroides.
A bioconversão consiste na utilização de células ou da sua maquinaria enzimática, para
a transformação de um substrato num produto. O processo de bioconversão tem sido
vantajoso na obtenção de produtos que resultam de vias metabólicas complexas e cuja
síntese in vitro é difícil, diminui o número de etapas necessárias para a obtenção do
produto, o que torna a sua produção mais rápida e económica, aumenta o grau de
pureza dos produtos obtidos, diminuindo o risco de reações alérgicas.

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Insulina
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, e tem como função
metabolizar a glicose para produzir energia. Faz com que a glicose entre nas células e
tenha o fim de gerar energia. Quando há uma anomalia na produção de insulina, o
individuo é diagnosticado com Diabetes Mellitus.

Conhecem-se dois tipos de diabetes, a diabetes tipo 1 é menos comum do que

a diabetes tipo 2. A grande diferença entre os dois tipos de diabetes é na forma e
intensidade com que se manifestam. Na diabetes tipo 1 os sintomas tendem a aparecer
de forma repentina e intensa, enquanto na diabetes tipo 2 surgem de forma gradual,
podendo mesmo passar despercebidos.

Quando a anomalia é pequena, o organismo não é capaz de usar de forma

correta a insulina que produz, ou então, também pode não conseguir fabricar o hormônio
necessário para controlar glicemia, Esta anormalidade designa-se Diabetes tipo 2. Este
é mais frequente em adultos, mas as crianças também podem ser diagnosticadas. Pode
ser provocada por fatores genéticos, mas, o mais comum são casos de pessoas com
excesso de peso, má alimentação, sedentarismo, entre outros. Consoante o caso,
podem ser utilizados medicamentos.

Quando a anomalia é severa e o pâncreas

não consegue sintetizar nenhuma insulina, o
indivíduo possuir Diabetes tipo 1. É uma reação
autoimune, o próprio organismo ataca as células do
pâncreas que produzem insulina, e assim, pouca ou
nenhuma insulina é libertada para o organismo. Figura 2: Dose de insulina

Fonte: profissaobiotec.com.br
Para controlar a glicose na corrente sanguínea,
muitas vezes é fundamental efetuar a reposição
exógena da insulina com aplicações diárias do
hormônio, ou seja, o doente, tem de injetar insulina
no organismo, e também devem adaptar uma
alimentação mais saudável e praticar exercício
físico. Não pode ser controlada por mais nenhum
Figura 3: Injeção de insulina
medicamento a não ser a insulina.
Fonte: agamatrix.com

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A biotecnologia conseguiu que pacientes diabéticos tomassem insulina

virtualmente idêntica à insulina (natural) humana. Isso reduz as possibilidades de
complicações relacionadas ao sistema imunitário.

Atualmente a elaboração de insulina é feita com células de leveduras,

predominantemente a Saccharomyces cerevisae, uma vez que esta segrega uma
molécula de insulina semelhante à humana, minimizando a necessidade de processos
de purificação, dispendiosos.

Vitaminas
As vitaminas são substâncias de natureza química distinta, obtidas a partir da
alimentação e apesar da sua importância são necessárias ao organismo em apenas
poucas quantidades.

Sem vitaminas, o corpo humano não consegue funcionar nas devidas condições,
podendo gerar problemas graves, como por exemplo, a falta de visão, demência,
anemia ou enfraquecimento dos ossos…

Há diferentes tipos de vitaminas, a vitamina A,

B (B12, B1, B9…),C,D,E e K, todas com funções
diferentes.

Algumas vitaminas, principalmente a vitamina

B12 e a riboflavina (B2), são produzidas
industrialmente por fermentação direta, utilizando Figura 4: Exemplos de vitaminas
culturas de certas espécies de bactérias para a Fonte : cliquefarma.com.br

primeira ou de fungos para a segunda.

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Antibióticos
São substâncias químicas naturais ou
artificiais que impedem a multiplicação, ou destroem
as bactérias, ou seja curam infeções que atacam o
organismo do ser humano e de outros animais. São
produtos utilizados em baixas concentrações, como
agentes terapêuticos indispensáveis no combate de
infeções bacterianas. Cada antibiótico só atua sobre Figura 5: Penicilina
um determinado tipo de bactéria. Fonte: todoestudo.com.br

A penicilina foi o primeiro antibiótico a ser

descoberto, que é utilizado no tratamento de infeções provocadas por bactérias
sensíveis. Alexander Fleming que descobriu a penicilina em 1928 observou que uma
colónia de um fungo do género Penicillium tinha contaminado uma cultura de
Staphylococcus, evitando o desenvolvimento destas bactérias á sua volta.

Hoje em dia são produzidos cerca de 170

antibióticos, desenvolvidos industrialmente por
processos denominados fermentação e consecutiva
modificação para se obterem produtos com Figura 6: Antibióticos

características terapêuticas mais eficazes que as Fonte : hospitaldaluz.pt

moléculas precursoras. São conhecidos vários tipos

de antibióticos, alguns dos quais só são usados em hospitais e são classificados com
base na sua estrutura química de base.

A fermentação é realizada em aparelhos designados fermentadores, em

condições controladas, no que diz respeito, por exemplo, à temperatura, pH e condições
de esterilização.

Alguns grupos de antibióticos: penicilinas, glicopeptideos, tetraciclinas, etc.

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Esteroides
Os esteroides são biomoléculas importantes, que
fazem parte de uma classe de lípidos com diferentes
funções como o controlo metabólico e características
sexuais, (ex.: hormonas sexuais como o estrogénio e a
progesterona) Figura 7: Esteroides

Fonte: officilab.com
Os esteroides anabolizantes, são drogas fabricadas
para substituírem o hormônio masculino, a testosterona.
Desenvolvem características sexuais masculinas, como por
exemplo, os pelos, a barba, voz grossa. São utilizados em
pessoas que não produzem a quantidade necessária de
testosterona.

Figura 8: Injeção de esteroides

A sua obtenção por processos biotecnológicos é anabolizantes
rápida e económica, satisfazendo a grande procura destes Fonte : nutrasports.com.br

produtos.

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3 CONCLUSÃO
A biotecnologia parte de organismos vivos para criar produtos que melhoraram a
forma como vivemos. Tem constituído uma vantagem na biomedicina, quer seja no
desenvolvimento e produção de anticorpos monoclonais, ou através da bioconversão.
Ela consiste na interação entre a biologia e a tecnologia, que agregada às competências
da área da biologia molecular e da tecnologia de células e de tecidos tem contribuído
para o sucesso da indústria de produção de fármacos assim como no controlo de
qualidade desses.

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4 BIBLIOGRAFIA/WEBGRAFIA

MATIAS,Osório; MARTINS, Pedro (2020) Biologia 12, Areal Editores, Porto- páginas
226 a 233;

https://pt.wakolatinamerica.com/blog/post/diferenca-entre-os-anticorpos-monoclonais-
e-policlonais/ - consultado em 26/11/2020

https://saude.novartis.com.br/diabetes-tipo2/saiba-a-diferenca-entre-diabetes-tipo-1-e-
tipo-2/ - consultado em 26/11/2020

https://www.farmaciasportuguesas.pt/menu-principal/familia/como-funcionam-os-
antibioticos.html - consultado em 24/11/2020

https://rotasaude.lusiadas.pt/prevencao-e-estilo-de-vida/nutricao-e-dieta/vitaminas-
consultado em 24/11/2020

https://profissaobiotec.com.br/insulina-recombinante-como-afetou-vida-dos-pacientes/ -
consultado em 27/11/2020

Fonte da capa: http://biotec-ufpa.blogspot.com/2011/09/i-semana-da-biotecnologia-

ufpa.htmlconsultado em 28/11/2020

Fonte – Figura 1: https://profissaobiotec.com.br/biotecnologias-para-o-tratamento-de-

cancer/ - consultado em 28/11/2020

Fonte – Figura 2: https://profissaobiotec.com.br/insulina-recombinante-como-afetou-

vida-dos-pacientes/ - consultado em 28/11/2020

Fonte – Figura 3: https://agamatrix.com/blog/how-to-take-insulin/ - consultado em

28/11/2020

Fonte – Figura 4: https://www.cliquefarma.com.br/blog/vitaminas-essenciais-para-o-

bom-funcionamento-do-corpo/ - consultado em 28/11/2020

Fonte – Figura 5: https://www.todoestudo.com.br/biologia/penicilina -consultado em

28/11/2020

Fonte – Figura 6: https://www.hospitaldaluz.pt/pt/guia-de-saude/saude-e-bem-

estar/39/antibioticos-bacterias-resistentes-consultado em 28/11/2020

Fonte – Figura 7: https://officilab.com/abuso-de-esteroides-anabolizantes-uma-

epidemia-silenciosa/-consultado em 28/11/2020

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Fonte – Figura 8: https://www.nutrasports.com.br/os-esteroides-anabolizantes-e-seus-

efeitos-adversos/ -consultado em 28/11/2020

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