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Sumário
Aula 1 – Introdução do Curso ...................................................................................................... 6
Qual a diferença entre fármaco e medicamentos? ........................................................... 8
O que é forma farmacêutica e via de administração? ..................................................... 9
Conceitos básicos para a prática da Farmácia ............................................................... 9
Reconhecendo as diferenças entre fármaco, medicamento, forma farmacêutica e
via de administração. ................................................................................................................ 12
Aula 2 – Por onde passa um fármaco quando o mesmo entra num organismo e
como os fármacos desenvolvem os seus efeitos? ................................................................ 13
Biotransformação de fármacos ............................................................................................. 20
Farmacodinâmica ..................................................................................................................... 23
Farmacocinética ........................................................................................................................ 23
Aula 3 – Quais os tipos de medicamentos disponíveis no Brasil? ................................... 24
Qual a diferença entre um medicamento alopático, um fitoterápico e um
homeopático?............................................................................................................................ 24
Qual a diferença entre um medicamento de referência, um medicamento
genérico e um medicamento similar?................................................................................. 24
Aula 4 – Quais as principais classes farmacológicas representadas pelos
medicamentos de maior movimento em uma farmácia? .................................................. 30
O que garante que um medicamento seja classificado em uma ou em outra classe
farmacológica? .......................................................................................................................... 30
Classes farmacológicas ............................................................................................................ 31
Fármacos que atuam no sistema cardiovascular ............................................................. 34
Fármacos do aparelho respiratório ..................................................................................... 35
Fármacos para o resfriado ..................................................................................................... 35
Fármaco antiasmáticos............................................................................................................ 36
Fármacos que atuam no trato gastrintestinal ................................................................... 36
Fármacos que interferem no metabolismo e nutrição ................................................... 37
Fármacos para hipotireoidismo ............................................................................................ 38
Fármacos para hipertireoidismo: .......................................................................................... 38
Agentes que afetam a calcificação: ..................................................................................... 38
Fármacos que atuam no metabolismo do ácido úrico .................................................. 38
Anticoncepcionais: ................................................................................................................... 39
Antialérgicos .............................................................................................................................. 39

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Fármacos usados em infecções ............................................................................................ 40
Aula 5 ................................................................................................................................................41
Como uma farmácia deve ser organizada? ............................................................................41
Quais as atribuições do balconista de farmácia na organização da farmácia? ........41
Vamos ver como deve ser feito a limpeza da farmácia. ................................................ 46
Aula 6 ............................................................................................................................................... 47
O que é dispensação de medicamentos? .............................................................................. 47
Quais os cuidados necessários para uma boa dispensação? ....................................... 47
Atendimento ao cliente .......................................................................................................... 50
Venda de antibióticos com retenção de receita: ............................................................. 52
Aula 7 ............................................................................................................................................... 53
Que serviços farmacêuticos uma farmácia pode prestar? ................................................. 53
O que não pode faltar na prestação dos serviços farmacêuticos? ............................. 53
Serviços farmacêuticos ............................................................................................................ 54
Aferição da temperatura corporal; ...................................................................................... 54
Determinação de glicemia capilar; ...................................................................................... 54
Administração de medicamentos (injetáveis e inalantes); ............................................. 54
A perfuração do lóbulo auricular para colocação de brincos. ..................................... 54
Já que o assunto de aferição de glicemia capilar não se tem mais duvidas vamos
entender como se deve ser feito a Administração de Medicamentos ...................... 59
Procedimento para aplicação de injetáveis ....................................................................... 60
Perfuração do Lóbulo Auricular para Colocação de Brincos ........................................ 61
Aula 8 ............................................................................................................................................... 62
Por que é preciso saber calcular para ser balconista de farmácia? ................................ 62
Como montar um cálculo voltado para uma necessidade prática? ........................... 62
Aula 9 ............................................................................................................................................... 67
O que é ética profissional? ......................................................................................................... 67
Qual a importância de ser ético? ......................................................................................... 67
Para um bom atendimento ao cliente. ............................................................................... 70
Nunca discuta uma decisão médica ou farmacêutica com o cliente ......................... 74
Aula 10.............................................................................................................................................. 75
Primeiro Socorros ......................................................................................................................... 75
Tipos de acidentes. .................................................................................................................. 76

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Fraturas, entorses, luxações e contusões. .......................................................................... 76
PRIMEIROS SOCORROS .............................................................................................................. 76
Tipos de acidentes ................................................................................................................... 77
Queimaduras ............................................................................................................................. 77
Queimaduras químicas ........................................................................................................... 78
Queimaduras solares ............................................................................................................... 78
Queimaduras por eletricidade .............................................................................................. 79
Fraturas, entorses, luxações e contusões. ........................................................................... 79
Fratura ......................................................................................................................................... 79
Entorse......................................................................................................................................... 80
Luxação ....................................................................................................................................... 80
Contusão..................................................................................................................................... 80
Intoxicações e envenenamentos .......................................................................................... 80
Picadas de animais peçonhentos .......................................................................................... 81
Picadas de insetos .................................................................................................................... 82
Picadas de carrapatos ............................................................................................................. 82
Picadas de escorpiões ........................................................................................................ 82
Picada de aranha ...................................................................................................................... 82
Picadas de cobras ................................................................................................................ 83
Sangramento externo.............................................................................................................. 84
Sangramento interno .............................................................................................................. 85
Sangramentos nasais ............................................................................................................... 85
Choque elétrico......................................................................................................................... 85
Corpos estranhos e asfixia ..................................................................................................... 86
No ouvido .............................................................................................................................. 86
Nos olhos ............................................................................................................................... 86
No nariz .................................................................................................................................. 86
Objetos engolidos .................................................................................................................... 86
Parada cárdio- respiratória .................................................................................................... 87
Procedimentos preliminares............................................................................................... 88
A ressuscitação cárdio- pulmonar .................................................................................... 88
Emergências clínicas desmaio ............................................................................................... 88
Convulsões ................................................................................................................................. 88

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Aula 1 – Introdução do Curso
Bem Vindo! Parabéns pela escolha do curso de Balco Farmacista. Ao final deste
curso você será um profissional capaz de atender a demanda presente no mercado
de trabalho, pois hoje esses profissionais são muito valorizados e requisitados. O
objetivo do curso Balco Farmacista é formar o aluno com a qualificação no
segmento de atendimento de Farmácia, Tenha certeza que com sua dedicação e
empenho você será um profissional qualificado para este mercado de trabalho.
Muito bem chega de conversa e vamos iniciar nossa aula de hoje.

É inegável a importância dos estabelecimentos farmacêuticos para a sociedade e,


independente da sua natureza, pública ou privada, cada farmácia precisa ter
funcionários capacitados para que possa garantir que os medicamentos e outros
produtos relacionados, como cosméticos, sejam armazenados em boas condições e
entregues ao consumidor de forma apropriada.

O farmacêutico responsável-técnico por cada farmácia necessita, desse modo, de


uma equipe preparada para auxiliá-lo nas diversas atividades desenvolvidas nesse
estabelecimento. O balconista de farmácia, nesse sentido, deve possuir uma
qualificação que o prepare para o mundo do trabalho. Para isso, esse curso
pretende oferecer um aprendizado sobre os assuntos mais diretamente
relacionados com a farmácia de dispensação.

Gostaria de lembrar, que a aquisição do conhecimento é um processo dinâmico,


que exige muita dedicação. O volume de informações que um balconista de
farmácia precisa ter domínio é tão extenso que nenhum curso é capaz de repassar
todos os detalhes. O que vai garantir que o profissional esteja realmente preparado
é a prática profissional.

E após o curso e a inserção no mercado de trabalho, o balconista de farmácia pode


parar de estudar? A resposta é NÃO! O aprendizado deve ser contínuo, pois, a cada
ano, surgem novas legislações que regulamentam o setor farmacêutico, novos
medicamentos são lançados, outros são proibidos, além de toda a inovação que
cerca o mundo dos cosméticos.

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Portanto, fica a dica: se você quiser ser um profissional de sucesso, com um grande
diferencial e disputado pelo mercado, terá que estudar bastante, dedicar-se muito e
acumular experiência profissional. Mas fique tranquilo, pois o primeiro passo para
ter sucesso em sua carreira você já deu, que é a qualificação profissional.

O Balco Farmacista atua na dispensação de medicamentos e correlatos, em


farmácias públicas e privadas, prestando informações sobre o uso correto dos
medicamentos prescritos pelo médico ou cirurgião dentista. Esse profissional ainda
auxilia na organização do estabelecimento farmacêutico, trabalhando sempre sob a
supervisão do profissional farmacêutico.
O segmento farmacêutico vem experimentando mudanças no país, determinadas
por um mercado em constante evolução tecnológica e com fortes tendências de
crescimento. Isso é evidenciado pela presença de indústrias farmacêuticas no país
(tanto internacionais quanto de capital nacional); pela dinâmica e evolução do
segmento dos medicamentos genéricos e correlatos (outros produtos para saúde);
pelo aumento significativo no número de estabelecimentos farmacêuticos; pela
disseminação de drogarias e farmácias, estas inclusive em hospitais e Unidades
Básicas de Saúde (UBS); pelo movimento de fusões de empresas do setor (indústrias
e redes de drogarias); pela disseminação do uso de medicamentos magistrais e
pelas exigências cada vez maiores dos clientes por produtos e atendimento com
qualidade.

Logo essa expansão do segmento farmacêutico tem que ser acompanhada com
mão de obra nessa área por isso hoje temos essa crescente demanda por
profissionais qualificados e bem preparados. A Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), esse órgão é responsável por regular o setor farmacêutico,
publicou várias regulamentações principalmente nos últimos anos, objetivando a
segurança sanitária dos produtos e serviços e a saúde da população. Não se
preocupe, pois durante nosso curso vamos ver mais sobre a (ANVISA). Desse modo,

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torna-se necessário a capacitação dos interessados que desejam ingressar no setor,
inclusive o Balco Farmacista, que atua no varejo farmacêutico, tanto em drogaria
quanto em farmácia.

Qual a diferença entre fármaco e medicamentos?

O fármaco, segundo definição oficial dada pela portaria ministerial nº 3.916/MS/GM,


de 30 de outubro de 1998 é a substância química que é o princípio ativo do
medicamento.
A palavra em si deriva do grego “pharmak”, que significa, segundo KAWANO (2006),
"aquilo que tem o poder de transladar as impurezas". Entre os gregos, vítimas dos
sacrifícios oferecidos aos deuses eram chamadas de pharmakó, e o alimento
utilizado durante as cerimônias de comunhão, phármakon. Essa última palavra
passou a integrar a terminologia médica grega e chegou até nossos dias com o
nome de fármaco. Para os gregos, phármakon era aquilo que poderia trazer tanto o
bem quanto o mal, manter a vida ou causar a morte.
Theophrastus Philippus Aureolus Bombastus von Hohenheim, o Paracelso
(1493 - 1541), confirmava esse pensamento ao afirmar que "nada é veneno, tudo é
veneno. A diferença está na dose" (TUOTO, 2006).
Nesse ponto, a definição da idade moderna atende muito bem aos conceitos atuais,
já que cada fármaco possui uma dose letal, correspondente à menor quantidade
daquele mesmo fármaco utilizado para cura, que é capaz de matar o individuo.
Assim, fica claro que, de fato, a diferença entre o fármaco e o veneno está na dose
administrada.

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Uma vez definido o significado do termo “fármaco”, fica fácil compreender o que é
o medicamento.
Segundo a lei 5991, de 17 de dezembro de 1973, medicamento é produto
farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa,
paliativa ou para fins de diagnóstico (BRASIL, 1973).
Assim é possível dizer que medicamento é o fármaco beneficiado, de maneira
industrial ou em manufatura, em dose ou concentração terapêutica. O mesmo vale
para formulações semissólidas ou líquidas. Aquele creme que possui um princípio
ativo com finalidade de prevenir, curar, tratar ou servir de diagnóstico para
patologias também é considerado um medicamento.

O que é forma farmacêutica e via de administração?

Conceitos básicos para a prática da Farmácia


O primeiro esclarecimento que se faz necessário é diferenciar “fármaco” de
“medicamento”. Fármaco é toda substância ativa farmacologicamente, ou seja, que
promove um efeito farmacológico quando administrada a um organismo. É a
substância pura, que irá ser a responsável pelo efeito. Já o termo “medicamento” é
empregado para o produto farmacêutico final que contém um ou mais fármacos,
além de várias outras substâncias com funções as mais diversas, mas que não
contribuem para o efeito farmacológico.

Para ficar clara a diferença, vamos citar um exemplo: uma das apresentações do
medicamento Diovan® contém 14 comprimidos revestidos sulcados de 40 mg de
valsartano. Na composição desses comprimidos, encontramos 40 mg de valsartano,
além de celulose microcristalina, crospovidona, dióxido de silício coloidal, estearato
de magnésio, hipromelose, dióxido de titânio, macrogol, óxido de ferro vermelho,
óxido de ferro amarelo e óxido de ferro preto. De todas as substâncias contidas no
comprimido de Diovan, apenas o valsartano responde pelo efeito anti-hipertensivo.

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Entendemos sobre Fármaco é toda substância ativa farmacologicamente, que
promove um efeito farmacológico quando administrada a um organismo.

Vimos sobre “medicamento” que são empregados para o produto farmacêutico final
que contém um ou mais fármacos, além de várias outras substâncias com funções
as mais diversas, mas que não contribuem para o efeito farmacológico.

Entendemos sobre, a via de administração que é o local de “entrada” do


medicamento em um organismo.

Muito bem, revisado o que aprendemos em nossa ultima aula vamos começar
nosso assunto de hoje.

Hoje vamos aprender como um fármaco entra no organismo e como desenvolve


seus efeitos.
Para começarmos precisamos entender que Farmacocinética estuda os processos de
absorção, distribuição, metabolização e excreção, sofridos pelo fármaco quando
administrado em um organismo. Já Farmacodinâmica estuda as interações entre
fármaco e receptor.
Mas não se preocupe, pois vamosAestudar cada um desses conceitos de
uma forma que não fique duvidas.
Então vamos lá:
Vamos começar entender sobre: Farmacocinética

O termo CINÉTICA refere-se a um objeto em movimentação. Farmacocinética é a


disciplina que usa modelos matemáticos para descrever e prever a quantidade dos
medicamentos e suas concentrações em vários fluidos do organismo e as...
...mudanças nestas quantidades com o tempo. Para fins didáticos e conceituais, o

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muito íntima, pois a escolha da forma farmacêutica orienta a via de administração a
ser utilizada. Por exemplo, um comprimido deve ser utilizado pela via oral, um
xampu deve ser utilizado pela via tópica, etc.

As vias de administração são classificadas em enterais e parenterais. Para as


parenterais, há ainda uma subdivisão (parenterais diretas e parenterais indiretas).

Uma via enteral é aquela na qual o medicamento inicia o processo de absorção a


partir de qualquer uma das porções do trato gastrintestinal (TGI) (p. ex., via oral,
sublingual, bucal, retal, etc.). Quando o medicamento não utiliza o TGI como ponto
de início da absorção, a via é considerada parenteral.

Benjamin Bell, em 1858, desenvolveu o método de utilização de uma agulha


adaptada a uma seringa para injetar medicamentos diretamente no interior de
tecidos. A prática recebeu o nome de injeção. As vias de administração que são
parenterais e utilizam injeção são conhecidas como “parenterais diretas”; como
exemplos temos as vias subcutânea (conhecida pela sigla SC), intramuscular (IM),
intravenosa (IV), intracardíaca, intraocular, etc.. Todas as outras vias, que não
utilizam o TGI e nem o recurso da injeção, são conhecidas como parenterais
indiretas; como exemplos temos as vias cutânea (tópica), nasal, ocular, auricular,
vaginal, etc.
A via oral é a mais segura, econômica e conveniente. As desvantagens são a
limitação da absorção, êmese (que significa “vômito”), destruição do fármaco por
enzimas digestivas ou pelo pH gástrico (que é acido), irregularidades de absorção e
passagem do fármaco pelo fígado.
Nas vias parenterais diretas, geralmente há disponibilidade do fármaco de forma
mais rápida, ampla e previsível. As desvantagens é a necessidade de se manter a
assepsia no local da administração, a dor provocada e a impossibilidade na
automedicação.

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Reconhecendo as diferenças entre fármaco,
medicamento, forma farmacêutica e via de
administração.
Para verificarmos se já sabemos diferenciar fármaco de medicamento, e forma
farmacêutica de via de administração, vamos exercitar um pouco.

O produto Rasilez® está disponível nas seguintes apresentações: 14 ou 28


comprimidos revestidos para uso oral contendo 150 ou 300 mg de alisquireno e os
excipientes celulose microcristalina, crospovidona, povidona, estearato de magnésio,
dióxido de silício, macrogol, talco, hipromelose, dióxido de titânio, óxido de ferro
vermelho e óxido de ferro preto. Qual o fármaco, o medicamento, a forma
farmacêutica e a via de administração? Isso é muito fácil de reconhecer:

- Fármaco: alisquireno;

- Medicamento: Rasilez®;

- Forma farmacêutica: comprimidos revestidos;

- Via de administração: via oral.

Muito bem agora que você já está familiarizado com a diferença dos termos
“fármaco”, “medicamento”, “forma farmacêutica” e “via de administração”, você deve
estar ansioso para testar os seus conhecimentos. Uma dica faça com cinco
medicamentos encontrados na sua casa (ou na casa de amigos), o teste onde você
deve saber diferenciá-los.

Muito bem chegamos ao final de nossa aula de hoje esperamos que você tenha
gostado do assunto proposto, pois nosso próximo encontra será de muito mais
conhecimento.

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Hoje você aprendeu qual a diferença entre fármaco e medicamentos.
Ainda aprendemos que Fármaco é toda substância ativa farmacologicamente, ou
seja, que promove um efeito farmacológico quando administrada a um organismo.
É a substância pura, que irá ser a responsável pelo efeito.
Já o termo “medicamento” é empregado para o produto farmacêutico final que
contém um ou mais fármacos, além de várias outras substâncias com funções as
mais diversas, mas que não contribuem para o efeito farmacológico.
Entendemos sobre, a via de administração que é o local de “entrada” do
medicamento em um organismo.
Você achando que ficou com alguma duvida refaça a aula, pois não queremos
dúvidas.
Agora solicite ao seu professor os exercícios de fixação referente a essa aula. Eles
são fundamentais para seu aprendizado, sempre os faça antes da avaliação da aula.

Até próxima!!

Aula 2 – Por onde passa um fármaco quando o


mesmo entra num organismo e como os fármacos
desenvolvem os seus efeitos?

Bem-vindo a mais uma aula do nosso curso de Balco Farmacista!

Antes de iniciarmos gostaríamos de lembrar que o bom aproveitamento do curso


depende muito de você.

Em nossa ultimo encontro vimos sobre a diferença entre fármaco e medicamentos.

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Entendemos sobre Fármaco é toda substância ativa farmacologicamente, que
promove um efeito farmacológico quando administrada a um organismo.

Vimos sobre “medicamento” que são empregados para o produto farmacêutico final
que contém um ou mais fármacos, além de várias outras substâncias com funções
as mais diversas, mas que não contribuem para o efeito farmacológico.

Entendemos sobre, a via de administração que é o local de “entrada” do


medicamento em um organismo.

Muito bem, revisado o que aprendemos em nossa ultima aula vamos começar
nosso assunto de hoje.

Hoje vamos aprender como um fármaco entra no organismo e como desenvolve


seus efeitos.
Para começarmos precisamos entender que Farmacocinética estuda os processos de
absorção, distribuição, metabolização e excreção, sofridos pelo fármaco quando
administrado em um organismo. Já Farmacodinâmica estuda as interações entre
fármaco e receptor.
Mas não se preocupe, pois vamosAestudar cada um desses conceitos de
uma forma que não fique duvidas.
Então vamos lá:
Vamos começar entender sobre: Farmacocinética

O termo CINÉTICA refere-se a um objeto em movimentação. Farmacocinética é a


disciplina que usa modelos matemáticos para descrever e prever a quantidade dos
medicamentos e suas concentrações em vários fluidos do organismo e as...
...mudanças nestas quantidades com o tempo. Para fins didáticos e conceituais, o

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comportamento das substâncias ativas, após administração, dentro do corpo
humano é usualmente dividido, de uma maneira arbitrária, em processos de
absorção, distribuição, biotransformação e excreção.

Devemos ter clara a ocorrência simultânea destes processos no organismo vivo,


apesar de que, muitas vezes, assumimos a independência de cada um destes
processos em relação aos outros; as variações nas concentrações dos fármacos em
alguns fluidos corporais são sempre o resultado da simultaneidade da ocorrência
destes processos, o que ocasiona taxas que estão continuamente sendo alteradas.
A farmacocinética é definida como o estudo quantitativo do desenvolvimento
temporal dos processos de quatro processos que são absorção, distribuição,
biotransformação e excreção dos fármacos.
Nestes estudos, os teores dos fármacos e seus metabólitos (produtos da
biotransformação) no organismo são determinados, permitindo a obtenção de
importantes dados sobre estas substâncias.
Podemos afirmar que a forma farmacêutica e a via de administração também
influenciam a absorção. É fácil de perceber que formas farmacêuticas líquidas
favorecem a absorção, uma vez que o fármaco já se encontra dissolvido.
Uma situação diferente ocorre com as formas farmacêuticas sólidas.
Pense em um comprimido. Para que o fármaco contido no interior do comprimido
seja absorvido, precisa estar solubilizado. Então, o comprimido precisa ser
primeiramente molhado para, na sequência, ser desintegrado e, somente depois,
disponibilizar o fármaco para ser solubilizado. Tudo isso leva um tempo, que deve
ser considerado para que ocorra o processo de absorção.
Vamos fazer um pequeno teste para ver se você está entendo o assunto de nossa
aula.

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Podemos afirmar que Farmacocinético é o Estudo do destino dos fármacos no
organismo após sua administração?
Após a administração dos Fármacos podemos disser que são quatro os processos
seguintes, são eles: absorção, biotransformação, metabolização e excreção.
Muito bem, continuaremos falando agora sobre: vias de administração, via de regra,
as vias enterais e parenterais indiretas que levam mais tempo para permitir a
absorção do fármaco que uma via enteral direta.
Compreendemos por absorção a passagem do fármaco do ponto onde foi
administrado até o aparecimento do mesmo na corrente sanguínea.

Existem vários fatores envolvidos na administração do medicamento que vai ser


decisivo para a velocidade e a extensão com que um fármaco é absorvido. Uma
situação bem interessante é a que ocorre com a via intravenosa, que propicia 100%
de fármaco na corrente circulatória, já que o medicamento é administrado
diretamente no interior de um vaso sanguíneo. Para todas as outras vias, somente
uma proporção, inferior a 100%, será absorvida.
Quanto à via oral, uma das mais utilizadas para administração de medicamentos, a
absorção é regulada pelos vários fatores. Um dos mais importantes é a área da
superfície absortiva. Desse modo, o intestino delgado é a porção do TGI
desenvolvido para a absorção, já que possui uma grande área absortiva, (100m2),
proporcionada pelo grande número de vilosidades, que são “pregas” na parede do
intestino. Uma única célula da mucosa intestinal pode ter até 3.000 micro
vilosidades!
A pele corresponde a 10% do peso corpóreo e é relativamente impermeável à e cair
na corrente circulatória. A pele danificada aumenta a absorção; por exemplo, a
hidrocortisona é absorvida apenas em 1% pela pele intacta, mas até 80% passa para
a derme quando a camada epidérmica está dilacerada.
A via respiratória (via pulmonar) é muito utilizada em casos de problemas nas vias
respiratórias, como asma, por exemplo. Os fármacos administrados por essa via

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podem ser absorvidos ou ficarem retidos nesse local, o que pode ser interessante se
o objetivo da farmacoterapia é uma ação local.
A cavidade bucal e o espaço sublingual merecem uma atenção especial. A mucosa
oral funciona primariamente como uma barreira, pois não é um tecido altamente
permeável. É mais semelhante à pele do que ao intestino, neste aspecto. Colutórios,
pastas dentais e outras preparações são introduzidas na cavidade oral por motivos
profiláticos ou terapêuticos locais. A via sublingual tem uma peculiaridade de
promover uma boa absorção, mas poucas substâncias são administradas por esta
via, um exemplo é o trinitrato de glicerila.
Para bebês ou pacientes acamados com dificuldade de deglutição (dificuldade para
“engolir” substâncias), uma via que pode ser explorada é a via retal. O reto permite
absorção de aproximadamente metade do total de fármaco contido no
medicamento administrado na forma de supositório. Um problema é a irritação local
que pode ocorrer, sem falar no fato de pacientes homens adultos muitas vezes se
recusarem a utilizar um supositório, que é a forma farmacêutica desenvolvida para
administração retal.
Um último conceito importante quando se fala de absorção é a “biodisponibilidade”,
que é a proporção da substância que passa para a circulação sistêmica após
administração oral, levando em consideração tanto a absorção quanto a
degradação metabólica local. O que quero disser é que a , biodisponibilidade
quanto do fármaco administrado vai ser realmente absorvido, pois, como já
sabemos, somente a via intravenosa possibilita uma absorção completa (de 100%);
todas as outras vias acabam por impedir a entrada de uma parcela do fármaco para
a circulação sistêmica.

O entendimento do conceito de biodisponibilidade será importante para a


compreensão das bases farmacocinéticas que garantem a interbambialidade entre
medicamentos genéricos e de referência.
Por último, se o fármaco vencer todas essas barreiras e conseguir ser absorvido,
estando no leito vascular, ele estarão prontos para sofrer o segundo processo
farmacocinético que é o fenômeno da distribuição.

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Visto até aqui sobre absorção dos fármacos, vamos agora ver como é sua
distribuição sem demora vamos lá, pois a muito assunto para aprendemos:
O processo de distribuição compreende a passagem do fármaco da corrente
circulatória para os líquidos intersticial (líquido presente nos espaços entre as células)
e intracelular (líquido presente no interior das células).
O fármaco quando entra na corrente circulatória, na grande maioria dos casos,
estabelecerá ligações (geralmente reversíveis) com proteínas plasmáticas, sempre
numa proporção fixa que varia de fármaco para fármaco. Somente a porção que
fica livre é que é passível de sofrer o processo de distribuição e irá para todos os
compartimentos pelos quais tenha afinidade.

A afinidade, portanto, e a diferença de concentração são os requisitos básicos para


que ocorra o processo de distribuição. Os fármacos só deixam o leito vascular
porque existe muito fármaco no plasma em comparação com qualquer outro
compartimento do organismo (após o fim da absorção e antes do começo da
distribuição) e, não menos importante, o fármaco só irá se dirigir para tecidos com
os quais tenha alguma afinidade com alguns dos componentes celulares presentes
nestes locais.
É interessante notar que nem todos os locais do organismo receberão os fármacos.
Há locais praticamente “impermeáveis” aos fármacos que são protegidos pelas
chamadas barreiras orgânicas. Os locais com elevada importância e que possam ter
dificuldade de reparar um dano, como é o caso do cérebro, devem estar protegidos
contra a entrada de substâncias potencialmente tóxicas. Desse modo, esse órgão é
protegido pela “barreira hematencefálica”. É claro que essa barreira não isola
completamente o cérebro. Se isso fosse verdade, todas as substâncias que agem no
cérebro (como os antidepressivos, ansiolíticos e antipsicóticos, até mesmo o álcool)
deveriam ser administradas diretamente no cérebro (talvez com uma super seringa
capaz de perfurar o crânio!) para ter efeito. E isso não é verdade... um
antidepressivo que você faça uso na forma de um comprimido será efetivo, o que
prova que a barreira hematencefálica é apenas uma dificuldade para algumas
substâncias entrarem no cérebro, mas não um empecilho para todas elas. Da

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mesma forma, se um indivíduo desenvolve os efeitos comportamentais do álcool
depois de ingerir algumas latinhas de cerveja, é porque o álcool, mesmo entrando
pela boca, conseguiu de alguma forma transpor a barreira hematencefálica.

Outro local que não pode ser prejudicado por substâncias potencilamente tóxicas é
o feto, já que é um novo ser em formação e qualquer agente que possa interferir na
organização de um órgão pode levar a uma má-formação fetal. Por isso, existe
outra barreira que separa a circulação da mãe da circulação do feto e é chamada de
barreira placentária. É claro que algumas substâncias conseguem atravessar a
barreira placentária. Daí a recomendação para não utilizar medicamentos no
primeiro trimestre de gravidez, período no qual os órgãos estão em formação. Nos
início dos anos 1960 houve uma catástrofe mundial, levando inúmeros bebês a
nascer sem um braço, sem uma perna ou até sem os dois braços e sem as duas
pernas. Isso foi devido à utilização de talidomida, uma substância que ficou
popularizada como preventiva de enjoos na gravidez, mas mostrou todo o seu
poder destruidor. Se a talidomida causa má-formação fetal é porque ela atravessa a
barreira placentária.

Desse modo fica claro observar que a barreira hematencefálica e a barreira


placentária não são tão eficazes na proteção do cérebro e do feto, apenas
colaborando para que diminuição da entrada de agentes tóxicos nesses locais.

Após o fármaco se dirigir a diversos tecidos, tanto para os quais o fármaco irá
realizar alguma ação farmacológica, como para os que servem como tecidos de
reserva, o mesmo irá ser eliminado do organismo. E para isso, o fármaco precisa ser
antes metabolizado.

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Biotransformação de fármacos

A biotransformação submete o fármaco a reações químicas, geralmente mediadas


por enzimas, que o converte em um composto diferente do originalmente
administrado (metabólito). As reações mais comuns da biotransformação de
fármacos são oxidação, redução, hidrólise e conjugação ou acetilação.
Frequentemente, a mesma substância pode sofrer biotransformação por diversas
vias competitivas; a fração de formação de cada um dos metabólitos é dependente
da velocidade relativa de cada uma destas vias. Um metabólito pode, por sua vez,
também sofrer biotransformação; por exemplo, oxidação, redução e hidrólise são
freqüentemente seguidas de uma reação de conjugação. Estas reações ocorrem em
série e são ditas sequenciais; didaticamente, as reações de oxidação, redução e
hidrólise, são classificadas como de fase I as de conjugação e acetilação, como
de fase II do processo de biotransformação. Conjugações se fazem normalmente
com ácido glicurônico e sulfúrico e podem ocorrer sem reações da fase I. já a
velocidade das acetilações depende de traço herdado que se denomina "fenótipo
acetilador"; a toxicidade, sobretudo hepática, tende a ser maior nos acetiladores
lentos, entretanto o efeito terapêutico não costuma ser diferente entre acetiladores
rápidos ou lentos.

Geralmente, o fígado é o maior e algumas vezes o único sítio de biotransformação


de fármacos; ocasionalmente o fármaco é biotransformado em outros tecidos como
os rins, pele, pulmões, sangue e trato gastrintestinal.

20
Várias destas reações ocorrem no retículo endoplasmático do fígado e de alguns
outros tecidos; após homogeneização destes tecidos, o retículo endoplasmático é
rompido, formando-se pequenas vesículas denominadas microssomas. Por esta
razão, enzimas biotransformadoras do retículo endoplasmático são chamadas
enzimas microssomais; desta forma a biotransformação de fármacos pode ser
classificada como microssomal e não microssomal. Dentre as enzimas não
microssomais que participam da biotransformação de fármacos podemos citar a
diaminoxidase (DAO) e monoaminoxidase (MAO), ambas de origem mitocondrial e
ligadas às membranas, que desaminam oxidativamente aminas primárias, aldeídos
ou cetonas; e estearases solúveis presentes no plasma, que catalisam reações
hidrolíticas.

As principais enzimas microssomais responsáveis por oxidação e redução de


fármacos pertencem à superfamília de enzimas do citocromo P450. Esta superfamília
cataliza uma ampla variedade de reações oxidantes e redutoras e exerce atividade
contra um grupo de substrato quimicamente diferentes; o único aspecto estrutural
comum do grupo diverso de xenobióticos oxidados pelas enzimas do citocromo
P450 é sua grande lipossolubilidade. Foram identificadas 12 famílias de genes do
citocromo P450 nos seres humanos, e, com freqüência, existem várias enzimas do
citocromo P450 em uma única célula. As famílias do citocromo P450 dividem-se em
subfamílias, que possuem semelhança superior a 55% em suas seqüências de
proteínas individuais. As famílias 1,2 e 3 de citocromo P450 (CYP1, CYP2 e CYP3)

21
codificam as enzimas que participam na maioria das biotransformações de fármacos
em humanos. Como resultado da especificidade por substrato relativamente
pequena entre as proteínas do citocromo P450, duas ou mais enzimas geralmente
podem catalisar uma determinada reação de biotransformação. A CYP3A4 participa
da biotransformação na maioria dos fármacos e se expressa em níveis significativos
fora do fígado.

São várias as consequências da biotransformação de fármacos; ela é um mecanismo


através do qual o organismo se desfaz de compostos estranhos e fármacos
(xenobióticos); consiste em carregar eletricamente o fármaco para que, ao passar
pelos túbulos renais, não seja reabsorvido, ou ainda torná-lo polar, hidrossolúvel,
capaz de ser excretado. Esse processo, em geral, inativa o fármaco, pois, além de
modificar pontos fundamentais de sua estrutura, diminui a possibilidade de que
chegue aos tecidos susceptíveis. A biotransformação de fármacos e outros
xenobióticos em metabólitos mais hidrofílicos são, portanto, essencial para o
término de sua atividade biológica, bem como para sua eliminação.

A biotransformação também pode ser um meio de produção de compostos ativos.


São conhecidos inúmeros exemplos onde o fármaco administrado (denominado
"pró-fármaco") é um produto inativo, o qual é, in vivo, convertido na forma
farmacologicamente ativa. Frequentemente, a biotransformação pode também
originar metabólitos ativos. A duração e a intensidade da resposta variam com o
tempo de duração destas substâncias no organismo. Assim, para a terapêutica é de
extrema importância tanto a farmacocinética dos compostos administrados, quanto
a de seus metabólitos ativos. Segue abaixo, como exemplo, a rota de
biotransformação do diazepam, um benzodiazepínico de longa meia vida (~ 48
horas) e metabólitos intermediários ativos. Várias outras rotas, são apresentadas na
bibliografia recomendada.
Por fim, após o fármaco ser absorvido, distribuído e biotransformado, o mesmo
deverá ser eliminado do organismo. O “bota-fora” do fármaco ocorre pelo processo
de excreção. Os fármacos podem ser excretados por vias incluindo os rins (urina), o
trato gastrintestinal (bile e fezes), os pulmões (ar exalado), glândula mamária e suor,
sendo as mais comuns a via renal e fecal.
Sem sombra de dúvida, a via de excreção renal é a mais importante, tanto do ponto
de vista qualitativo, como do ponto de vista quantitativo. Esse fato deve ser levado
em conta quando se administra medicamentos em pacientes com algum grau de
insuficiência renal. Uma dose que seria facilmente excretada por um indivíduo com o
sistema de eliminação normal, pode ser altamente tóxica para um insuficiente renal,
já que o mesmo terá dificuldades para eliminar o fármaco. E enquanto o fármaco
não vai embora, ele pode ficar circulando pelo organismo, ocupando receptores
farmacológicos e continuando a fazer o efeito.

22
Farmacodinâmica

Diz respeito às ações farmacológicas e aos mecanismos pelos quais os fármacos


atuam (ou seja, aquilo que os fármacos fazem ao organismo).
Os antibióticos atuam nas bactérias, por ação bactericida ou bacteriostática. Como
existem diferentes antibióticos, existem também vários mecanismos de ação, que
nem sempre estão suficientemente esclarecidos.

Farmacocinética

Diz respeito aos processos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação


dos fármacos (ou seja, o que o organismo faz aos fármacos).

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Um perfil farmacocinético de um antibiótico refere-se à concentração no sangue ou
nos tecidos no tempo e reflete os processos de absorção, distribuição,
biotransformação e eliminação do medicamento. A informação farmacocinética é
importante para estimar a dose apropriada do antibiótico, a frequência de
administração, para ajustar doses nos pacientes e para fazer comparações entre os
vários fármacos.
Neste momento, você já tem acumulado vários conhecimentos, que vão auxiliar
você a resolver as questões propostas em seu caderno de exercícios.
Na aula de hoje você aprendeu que Farmacocinética estuda os processos de
absorção, distribuição, metabolização e excreção.
E que Farmacodinâmica diz respeito às ações farmacológicas e aos mecanismos
pelos quais os fármacos atuam (ou seja, aquilo que os fármacos fazem ao
organismo).

Aula 3 – Quais os tipos de medicamentos


disponíveis no Brasil?
Qual a diferença entre um medicamento alopático, um
fitoterápico e um homeopático?
Qual a diferença entre um medicamento de referência,
um medicamento genérico e um medicamento similar?

Bem-vindo a mais uma aula do nosso curso de Balco Farmacista!


Antes de iniciarmos gostaríamos de lembrar que o bom aproveitamento do curso
depende muito de você.

24
Antes de iniciarmos vamos relembrar os principais assuntos abordados na aula
passada.
Em nossa aula passada aprendemos com um fármaco entra no organismo e como
desenvolve seus efeitos.
E também vimos que farmacocinética é definida como o estudo quantitativo do
desenvolvimento temporal dos processos de quatro processos que são absorção,
distribuição, biotransformação e excreção dos fármacos.
Entendemos que Farmacodinâmica diz a respeito às ações farmacológicas e
aos mecanismos pelos quais os fármacos atuam (ou seja, aquilo que os fármacos
fazem ao organismo).
Muito bem, já com nosso conteúdo da aula passada revisado vamos conhecer os
medicamentos disponível em nosso país suas a diferença entre um medicamento
alopático um fitoterápico e um homeopático e por fim medicamento de referência
um genérico e um similar.
Sem mais demora vamos iniciar.

No Brasil, os medicamentos podem ser classificados em medicamentos “alopáticos”,


que são a maioria, medicamentos homeopáticos e medicamentos fitoterápicos. A
grande maioria dos medicamentos disponíveis em uma farmácia são os ditos
“alopáticos”. Na sequência, vamos abordar os detalhes que caracterizam cada tipo
de medicamento, pois é muito importante você saber reconhecer as diferenças
entre os produtos farmacêuticos com ação farmacológica que podem ser
dispensados em uma farmácia.
Primeiramente vamos diferenciar os medicamentos fitoterápicos dos medicamentos
homeopáticos.

Para ser considerado fitoterápico, um medicamento deve ter apenas substâncias de


origem vegetal como ingredientes ativos, mas desde que estes não se encontrem
como compostos isolados. Dessa forma, um medicamento fitoterápico não pode
conter fármacos de origem animal ou mineral, muito menos sintéticos. E a simples
presença de um único fármaco isolado, mesmo que tenha sido extraído de uma
planta, descaracteriza o produto como fitoterápico.

E quanto aos medicamentos homeopáticos, eles seguem os pressupostos da


Homeopatia, um sistema médico que surgiu há duzentos anos. E há duzentos anos
provoca polêmica! Para analisarmos a questão, é necessário um conhecimento
prévio sobre a sua origem, os seus princípios e os seus medicamentos.

Tudo começou com o médico alemão Samuel Hahnemann, que viveu entre 1755 e
1843. Descrente das práticas médicas da sua época, como, por exemplo, as sangrias
e o uso de purgativos, ambos para “limpar” o doente, Hahnemann desenvolveu um
sistema médico inovador, baseado em diversos princípios que teriam como objetivo
final reorganizar a energia do indivíduo. Esse novo sistema ficou conhecido como

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Homeopatia e toda a sua “filosofia” está descrita no Organon, obra escrita por
Hahnemann, com a primeira edição de 1810.

O primeiro e principal princípio homeopático é o “princípio da cura pelo


semelhante”, o qual, inclusive, deu nome à Homeopatia. Por esse princípio, a mesma
substância que causa uma doença no homem é capaz de eliminar essa condição
patológica quando administrada no homem doente.

Mas como uma substância que causa uma doença não vai agravar o estado de
saúde do doente e, ainda por cima, vai conseguir trazer a cura para o seu mal? Aí
vem outro princípio, o “princípio das doses infinitesimais”, ou seja, doses muito, mas
muito, pequenas. Se você achar estranho usar uma dose muito baixa, ainda resta
uma explicação adicional, esta referente ao método de preparo do medicamento
homeopático.

Todo medicamento homeopático deve ser produzido obedecendo às regras da


edição em vigor da Farmacopéia Homeopática Brasileira, que preconiza que o
produto final seja um medicamento “dinamizado”. Tudo começa com a matéria-
prima, que pode ser de origem vegetal, animal ou mineral. Como o medicamento
deve conter quantidades muito pequenas da droga inicial, ou seja, doses
infinitesimais, diversas diluições devem ocorrer. As três escalas de diluição mais
utilizadas são a decimal, a centesimal e a cinquenta milesimal, ou seja, o
medicamento será diluído 1 para 10, 1 para 100 ou 1 para 50.000. Para cada diluição,
o medicamento deverá ser dinamizado. A dinamização é um processo que consiste
em triturações sucessivas, no caso de substâncias no estado sólido, ou sucussões
(agitações vigorosas, contínuas e ritmadas), no caso de substâncias no estado

26
líquido. Desse modo, apesar de o medicamento estar muito diluído, ele está
“dinamizado”, o que em outras palavras significa dizer que a energia curativa da
substância original foi liberada para o medicamento pelo movimento mecânico
proporcionado pela trituração ou pela sucussão.

Como o medicamento homeopático, segundo a própria Homeopatia, demora em


iniciar o seu efeito, “nos casos de maior urgência, em que perigo de vida e morte
iminente não dá tempo para a ação de um medicamento homeopático...” outras
estratégias terapêuticas deverão ser utilizadas.

No Brasil, a Homeopatia aportou nos anos 1840. De lá para cá, muita discussão se
fez em torno da sua real eficácia no controle de diferentes doenças. Entretanto, a
Homeopatia foi reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de
Medicina em 1980. Os conselhos de Medicina Veterinária e Farmácia também a
consideram como prática autorizada entre os seus profissionais.

Mas afinal de contas, a Homeopatia funciona ou não funciona? Até o momento, não
há evidências científicas conclusivas de que esse sistema médico seja eficaz, assim
como também não há uma prova cabal de que ele não funcione. Independente de
ser contra ou a favor da Homeopatia, o balconista de farmácia precisa saber
identificar um medicamento homeopático, pois são produtos que recebem
autorização da ANVISA para comercialização, apesar de existirem poucos
representantes disponíveis em farmácias.

Um ponto que deve ser esclarecido em relação aos medicamentos fitoterápicos e


homeopáticos diz respeito à segurança desses produtos. O que muita gente escuta
é que os fitoterápicos ou homeopáticos são isentos de risco, pois são naturais, mas
isso não é verdade. A possibilidade de ocorrer efeitos adversos, intoxicações por
sobre dosagem e interação com outros medicamentos não é exclusividade dos
produtos “alopáticos”. Qualquer medicamento, seja ele de origem sintética, vegetal
ou homeopático, apresenta riscos inerentes ao seu uso.

E por fim, os medicamentos “alopáticos” são aqueles que não são nem fitoterápicos
nem homeopáticos. O que os caracteriza é o fato de apresentarem como princípios
ativos substâncias sintéticas ou semissintéticas ou ainda naturais, mas na forma de
compostos isolados, em associação ou não.

Como os medicamentos “alopáticos” representam a maior parte das vendas em


uma farmácia, cabe ainda uma subdivisão desses produtos em medicamentos de
referência, medicamentos fitoterápicos e medicamentos homeopáticos.

O medicamento de referência é um medicamento inovador, ou seja, um novo


medicamento. A indústria farmacêutica gasta mais de dez anos em pesquisas que
consomem milhões de dólares para o desenvolvimento de um único medicamento.
Protegido por leis de propriedade industrial e inovação, todo novo produto
farmacêutico é patenteado, o que permite à indústria detentora do registro de
patente a exploração comercial do medicamento inovador por vinte anos. Após a

27
expiração da patente, outras indústrias farmacêuticas podem copiar a fórmula de
um medicamento inovador, que agora passa a se chamar medicamento de
referência, pois ele é a referência para a cópia. O medicamento “copiado” pode ser
um medicamento similar ou um medicamento genérico. Mas qual a diferença entre
um medicamento de referência, um similar e um genérico?

O medicamento de referência, como já falado, é o medicamento inovador que


passa a ser copiado. O medicamento similar é um equivalente farmacêutico ao de
referência. Equivalência farmacêutica é uma propriedade que garante que dois
produtos tenham o mesmo fármaco, na mesma quantidade ou concentração por
unidade posológica e se apresentem sob a mesma forma farmacêutica. Por
exemplo, se o medicamento de referência tiver 50 mg do fármaco “X” por
comprimido, um equivalente farmacêutico terá essas mesmas características. O que
pode diferir é a natureza dos excipientes, ou seja, todas as outras substâncias que
entram na composição de um medicamento, mas que não apresentam atividade
farmacológica, apenas contribui para aspectos farmacêuticos da composição (como
os conservantes, adicionais, antioxidantes ou emulsificantes, por exemplo).

Para os medicamentos genéricos, além da equivalência farmacêutica, é exigida a


comprovação da equivalência biológica, também chamada de bioequivalência, que
consiste na constatação de que dois medicamentos possuem o mesmo perfil de
absorção, o que em tese, é um requisito para o mesmo efeito terapêutico.

De forma resumida, o que difere um medicamento similar de um genérico é o fato


de o similar apenas comprovar a equivalência farmacêutica. Já para os genéricos, há
a necessidade de garantir também a bioequivalência, parâmetro que garante a
intercambialidade entre medicamentos de referência e genéricos.

Mas você pode estar se perguntando “se dois produtos possuem o mesmo fármaco,
na mesma quantidade e na mesma forma farmacêutica, o efeito não será o mesmo?
A resposta é “não necessariamente”!”. O simples fato de ser a mesma coisa não
garante fazer a mesma coisa. Um exemplo prático ilustra bem a questão. Um cliente
de uma farmácia relatou que viu o comprimido que havia ingerido anteriormente no

28
cocô. Sim, é isso mesmo que você acabou de ler. No cocô! Por algum problema,
provavelmente relacionado ao método empregado na tecnologia de fabricação do
comprimido, um defeito impediu o mesmo de se desintegrar no estômago
liberando o fármaco para a absorção. Se o comprimido foi encontrado no cocô é
porque o fármaco não foi absorvido e o efeito não ocorreu. Por isso, somente o
medicamento genérico é intercambiável com o medicamento de referência, já que
além da comprovada equivalência farmacêutica, ele precisa comprovar ser
bioequivalente.

Entretanto, a diferença entre genérico e similar, a partir de 2014, será apenas no


nome de cada produto; o similar sempre identificado por um nome comercial
(nome de marca) e o genérico apenas pelo nome do fármaco, o “nome genérico”.
Isso ocorre devido à exigência para que todos os medicamentos não inovadores,
seja similar ou genérico, comprovem ser bioequivalentes ao de referência
correspondente. Essa exigência vem desde 2003, mas atendeu a uma ordem de
prioridade, abrangendo inicialmente os produtos considerados de maior risco, como
antibióticos, antineoplásicos e antiretrovirais.

Hoje, para você identificar facilmente um medicamento genérico basta verificar se


na embalagem externa consta a inscrição “medicamento genérico”, além de uma
letra G em maiúsculo, dentro de uma tarja amarela.

Muito bem chegamos ao final de mais uma aula.


Na aula de hoje você aprendeu quais os tipos de medicamentos disponíveis no
Brasil.
A diferença entre um medicamento alopático, um fitoterápico e um homeopático.
E ainda a diferença entre um medicamento de referência, um medicamento
genérico e um medicamento similar.
Muita informação não é mesmo? Você achando que ficou com alguma duvida
refaça a aula, pois não queremos dúvidas.
Agora solicite ao seu professor os exercícios de fixação referente a essa aula. Eles
são fundamentais para seu aprendizado, sempre os faça antes da avaliação da aula.
Tchau!!

29
Aula 4 – Quais as principais classes farmacológicas
representadas pelos medicamentos de maior
movimento em uma farmácia?
O que garante que um medicamento seja classificado
em uma ou em outra classe farmacológica?

Olá seja bem vindo a mais uma aula do nosso curso de Balco Farmacista!

Antes de iniciarmos gostaríamos de relembrar que o bom aproveitamento e


sucesso do curso dependem muito de você.
Antes de iniciarmos vamos relembrar os principais assuntos abordados na aula
passada.

Vimos em nosso ultimo encontro quais os tipos de medicamentos disponíveis no


Brasil.
A diferença entre um medicamento alopático, um fitoterápico e um homeopático.
Também aprendeu a diferença entre um medicamento de referência, um
medicamento genérico e um medicamento similar.
Com nossa aula revisada vamos conhecer o principal assunto de hoje.
Em nossa aula de hoje vamos ver as principais classes farmacológicas representadas
pelos medicamentos que tem a maior movimentação dentro de uma farmácia.
Ainda vamos ver o que garante que um determinado medicamento seja classificado
em uma ou em outra classe farmacológica.

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Muito assunto para hoje então esteja bem acomodado e vamos começar pelas
classes farmacológicas.

Classes farmacológicas
Outra classificação dos medicamentos leva em conta o efeito principal pelo qual eles
são utilizados terapeuticamente. O objetivo desta aula está longe de esgotar o
assunto, pois isso seria tarefa para muitas horas aulas somente sobre esse assunto.
Mas, vamos passar algumas informações básicas sobre as principais classes de
medicamentos disponíveis nas farmácias do Brasil. Valem lembrar que o balconista
não indica medicamentos para os clientes, apenas os entrega juntamente com
informações sobre o modo correto de uso. Somente o médico e o cirurgião dentista
estão habilitados e autorizados por lei para prescrever medicamentos. E os
farmacêuticos também podem indicar medicamentos, desde que não tarjados para
os pacientes.

Bom, vamos direto para às principais classes de medicamentos:


Analgésicos

Conhecemos por Analgésicos Fármacos com atividade supressora ou de diminuição


da dor. Causam também queda da temperatura em pacientes febris. Dividem-se
em:
Narcóticos – Esses são os mais potentes, atuam nas dores profundas, como cólicas
renais e biliares. Causam euforia e podem levar a dependência.
EXEMPLOS

morfina

Petidina (dolantina)

Não-narcóticos – Esses são menos potentes, suprimem a dor superficial, como


cefaléia, mialgias e artralgias.

EXEMPLOS

dipirona

paracetamol

Sedativos
Já os Sedativos reduzem a atividade, moderam a excitação e acalmam o paciente.

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Muito utilizado ao tratamento da insônia sem provocar muitos efeitos colaterais

EXEMPLOS

Levomepromazina
(Neozine)

Paracetamol

Existem alguns anti-histamínicos, que tem o efeito colateral a sonolência, que


podem ser utilizados como sedativos,

EXEMPLOS

Muricalm (pimetixeno
xarope)

Hipnóticos

Os Hinóticos produzem torpor, facilitando a instalação e a manutenção do sono, ,


são também chamados de soníferos, dependendo da dose, podem ter efeito
hipnótico, sedativo ou anestésico geral, ou ainda de efeito anticonvulsivante.

EXEMPLOS

(gardenal) flurazepam

(dalmadorm) midazolam
(dorminid)

Psicotrópicos

Os Psicotrópicos são capazes de atuar seletivamente sobre as células nervosas que


regulam os processos psíquicos do homem, interferem com os processos mentais,
por exemplo, sedando, estimulando ou alterando o humor. Os psicotrópicos
dividem-se em:

Neurolépticos (tranqüilizantes maiores): têm atividade psicotrópica intensa e são


indicados em todas as formas de psicose, delírios e alucinações.

EXEMPLOS

Haloperidol (haldol)

32
Flufenazina (anatensol)

Levomepromazina
(neozine)

Clorpromazina (amplictil)

Ansiolíticos (tranqüilizantes menores): Esses atuam na ansiedade e tensão dos


pacientes neurológicos, sem provocar o sono quando usados em pequenas doses
(facilitam o sono).

EXEMPLOS

Clordiazepóxido
(psicosedin)

Diazepam (valium)

Bromazepam (lexotan)

Lorazepam (lorax)

Antidepressivos – No caso dos Antidepressivos diminuem a depressão, deve ser


recomendada concomitantemente a psicoterapia. Os inibidores da
monoaminoxidase (IMAO) são antidepressivos. A MAO é uma enzima que diminui
a atividade das células nutrientes, resultando de sua inibição melhores condições de
funcionamento cerebral.

EXEMPLOS

tranilcipromina (Parnate)

imipramina (Trofanil)

amitriptilina (Tryptanol)

33
Antiparkinsonianos

Os Antiparkinsonianos são Fármacos que agem sobre os sintomas da doença de


Parkinson. Devem ser administrados às refeições ou na hora de dormir, para
atenuar os efeitos colaterais, como secura na boca, nariz e olhos e a tontura.

EXEMPLOS

biperideno (Akineton)

levodopa com
benzerazida (Prolopa).

Antiepiléticos

Esses medicamentos atuam na prevenção da crise epilética e o tratamento da


epilepsia.

EXEMPLOS

difenilhidantoína ou
fenitoína (Hidantal)
carbamazepina
(Tegretol), fenobarbital
(Garenal).

Fármacos que atuam no sistema cardiovascular


ANTIARRÍTMICOS
São Fármacos utilizados no controle dos batimentos cardíacos anormais
(disritmia).
Obs: As arritmias são alterações na frequência cardíaca (taquicardia ou bradicardia),
devido a irregularidades na transmissão dos impulsos elétricos nas fibras do
miocárdio.

NOME GENÉRICO NOME COMERCIAL


Amiodarona Ancoron
Verapamil Dilacoron

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ANTIHIPERTENSIVOS Lasix

São Fármacos que atuam no aparelho cardiovascular com a finalidade de controlar


a pressão arterial elevada.
São indicados em tratamento da hipertensão.
Anti-hipertensivos não diuréticos: Indicados para o tratamento da hipertensão
associada a problemas de vasodilatação. Ex.: Bloqueadores dos canais de cálcio
(funcionam como vasodilatadores)
NOME GENÉRICO NOME COMERCIAL
Furosemida Lasix
Hidroclorotiazida Clorana
Nifedipina Adalat

Fármacos do aparelho respiratório


Antitussígenos: Também conhecidos como antitússicos ou béquicos, são fármacos
utilizados no tratamento sintomático da tosse.
EXEMPLOS

cloperastina ou droporopizina

Expectorantes e mucolíticos: Atuam alterando as características das secreções ,


facilitando a sua expectoração.

EXEMPLOS

ambroxol

carbocisteína

Fármacos para o resfriado: Atuam aliviam os sintomas do resfriado


comum.

EXEMPLOS

nafazolina

paracetamol

35
Fármaco antiasmáticos: são medicamentos diversificados que intentam o
controle da asma brônquica. São usados em crise de asma para minimizar sintomas
e melhorar função respiratória e, fora da crise, para prevenir exacerbações e
recorrência das crises.
EXEMPLOS

salbutamol

zafirlucaste

Fármacos que atuam no trato gastrintestinal


Anti-secretores: Estes fármacos interferem com os mecanismos protetores,
fármacos que neutralizam os ácidos gástricos) utilizados no tratamento da gastrite e
úlcera péptica.
Antiácidos: São Fármacos que tem a finalidade de neutralizar o ácido produzido
pelo estômago.

EXEMPLOS

Bicarbonato de sódio

Hidróxido de alumínio

Antidiarreicos: Este fármaco combina agentes microbianos de ação local e sistémica


e é usado para travar a diarreia.

EXEMPLOS

loperamida

racecadotrila

Laxantes e purgantes: Este Fármaco indicados para casos de constipação intestinal.

EXEMPLOS

metilcelulose

Óleo mineral

36
Digestivos: Fármacos que atuam no aparelho digestivo e metabolismo auxiliam o
processo da digestão no trato gastrintestinal.

EXEMPLOS

alcachofra

boldo

Espasmo lítico ou antiespasmódicos: Este tipo de Fármaco suprime a contracção do


tecido muscular liso, especialmente em órgão tubulares, previnem a ocorrência de
espasmos no estômago, intestino, útero ou bexiga.

EXEMPLOS

atropina

escopolamina

Fármacos que interferem no metabolismo e nutrição:

Anorexígenos: são usados com a finalidade de induzir a anorexia - aversão ao


alimento, falta de apetite, ou seja, são os famosos remédios para emagrecer.
Geralmente são anfetaminas, metanfetaminas e similares, mesma classe de drogas
da cocaína, crack e crystal meth.

EXEMPLOS

orlistate

sibutramina

Antidiabéticos: São fármacos utilizados para diminuir a glicose em pacientes


diabéticos.

EXEMPLOS

insulina

metformina

37
Fármacos para hipotireoidismo: São utilizados para casos de hipotireoidismo.

EXEMPLOS

levotiroxina

Puran

Fármacos para hipertireoidismo: São utilizados para casos de


hipertireoidismo.

EXEMPLOS

propiltiouracila

carbimazol

Agentes que afetam a calcificação: São utilizados para distúrbios no


metabolismo do cálcio.

EXEMPLOS

Ácido zoledrônico

calcitonina

Fármacos que atuam no metabolismo do ácido úrico:


EXEMPLOS

colchicina

alopurinol

38
Vitaminas: substâncias essenciais ao metabolismo dos seres vivos,
necessárias em quantidades muito pequenas.
Vitaminas hidrossolúveis: são vitaminas solúveis em água. São absorvidas
pelo intestino e transportadas pelo sistema circulatório até os tecidos em que serão
utilizadas.

EXEMPLOS

Ácido ascórbico

piridoxina

Vitaminas lipossolúveis: são as vitaminas solúveis em lipídios e não solúveis


em água. Para serem absorvidas, é necessária a presença de lipídios, além
de bile e suco pancreático. Após a absorção no intestino, elas são transportadas
através do sistema linfático até aos tecidos onde serão armazenadas.
EXEMPLOS

betacaroteno

tocoferol

Anticoncepcionais: indicados para evitar gravidez.


EXEMPLOS

etinilestradiol

levonorgestrel

Antialérgicos: Fármacos utilizados em para casos de alergias.


EXEMPLOS

dexclorfeniramina

pimetixeno

39
Fármacos usados na dor e na inflamação: Os fármacos anti-inflamatórios agem para
diminuir a inflamação, dor e febre.
EXEMPLOS

acetilsalicítico

Diclofenaco de sódio

Fármacos usados em infecções


Antivirais: Usado em infecção causada por vírus.

EXEMPLOS

captopril

osseltamivir

Antibacterianos: Usado em infecção causada por bactérias.

EXEMPLOS

amoxicilina

ciprofloxacino

Antifúngicos: Usado em infecção causada por fungos.

EXEMPLOS

cetoconazol

nistatina

Antiparasitários: Usado em combate a parasitas.

EXEMPLOS

benznidazol

cloroquina

40
Como existem milhares de medicamentos no mercado, seria impossível relaciona-
los todos neste material.
Pois, bem hoje ficamos por aqui vamos relembrar apenas o que foi aprendido.
Em nossa aula você conheceu as principais classes farmacológicas representadas
pelos medicamentos que tem a maior movimentação dentro de uma farmácia.
Ainda você entendeu o que garante que um determinado medicamento seja
classificado em uma ou em outra classe farmacológica.
Você achando que ficou com alguma duvida refaça a aula, pois não queremos
dúvidas.

Aula 5
Como uma farmácia deve ser organizada?
Quais as atribuições do balconista de farmácia na
organização da farmácia?
Olá seja bem vindo a mais uma aula do nosso curso de Balco Farmacista!
Antes de iniciarmos gostaríamos de relembrar que o bom aproveitamento do curso
depende muito de você.
Para iniciarmos vamos relembrar os principais assuntos abordados na aula passada.

41
Em nosso ultimo encontro você aprendeu sobre as principais classes farmacológicas
representadas pelos medicamentos que tem a maior movimentação dentro de uma
farmácia.
Ainda você aprendeu o que garante que um determinado medicamento seja
classificado em uma ou em outra classe farmacológica.
Com nossa aula revisada vamos conhecer o principal assunto de hoje.
Em nossa aula de hoje vamos tratar de dois assuntos, como uma farmácia deve ser
organizada e quais as atribuições do Balco Farmacista na organização da farmácia.
Já sabendo sobre o assunto para hoje então esteja bem acomodado e vamos
começar pelas infraestruturas da farmácia.

A farmácia ou a drogaria devem ser localizadas, projetadas e construídas com uma


infraestrutura adequada às atividades desenvolvidas.

O acesso às farmácias e drogarias deverá ser independente de forma a não permitir


a comunicação com residências ou qualquer outro local distinto do estabelecimento.

As instalações devem possuir superfícies (piso, paredes e teto) lisas e impermeáveis,


sem rachaduras, resistentes aos agentes sanitizantes e facilmente laváveis.

Os ambientes devem ser protegidos contra entrada de isentos e roedores.

.As condições de ventilação e iluminação devem ser compatíveis com as atividades


desenvolvidas.

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As instalações elétricas devem estar bem conservadas em boas condições de
segurança e uso.

O sanitário deve ser de fácil acesso, mantido em boas condições de limpeza e


possuir pia com água corrente.

As farmácias e drogarias devem dispor de local para a guarda dos pertences dos
funcionários.

E devem possuir equipamentos de combate a incêndio em quantidade suficiente,


conforme legislação específica.

E como seria o recebimento dos produtos?

É justamente isso que vamos ver agora:


Padronizar os procedimentos para o recebimento de mercadorias entregues no
estabelecimento ajuda a minimizar a ocorrência de desvios ou erros, garantindo
desta forma a origem e qualidade dos produtos adquiridos.
O Procedimento correto então seria:

Você deve conferir a nota fiscal quanto à razão social, quantidade, preço, condições
de pagamento e se a remessa corresponde à encomendada.
Conferir o Nome do produto farmacêutico após isso.
Olhar a data de fabricação data de validade (verificar legibilidade)Número de lote a
que a unidade pertence (verificar legibilidade)Quantidade de unidades recebidas
Integridade da embalagem (estado de conservação)
Nome do fabricante

Assinar o canhoto da nota fiscal, devolvendo-a ao entregador. - Encaminhar a nota


fiscal conforme orientação da Empresa.

Quando o caso for de medicação controlada, guardar a segunda via da nota fiscal
no armário destinado aos medicamentos da Portaria 344/98 para que sejam
registradas.
Após isso ai se deve encaminhar a mercadoria recebida para o armazenamento.
Caso haja suspeita de que os produtos sujeitos às normas de vigilância sanitária
tenham sido falsificados, corrompidos, adulterados, alterados ou impróprios para o
uso, estes devem ser imediatamente separados dos demais produtos, identificados e
devolvidos à distribuidora ou encaminhados à Vigilância Sanitária.
O farmacêutico deve notificar imediatamente a autoridade sanitária competente,
informando os dados de identificação do produto, de forma a permitir as ações
sanitárias pertinentes.
A nota fiscal deve ser separada e encaminhada à administração da Empresa.
Vamos ver agora sobre outro ponto muito importante dentro da farmácia.

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As condições de armazenamento:

Na área de armazenamento deverá ser desenhada ou adaptada de modo a


assegurar boas condições de armazenamento.

Importante lembrar que essa área deve ser adequada aos produtos farmacêuticos.

O que quero disser com isso é que se deve ter ventilação, proteção da luz solar
direta, iluminação, temperatura e humidade controladas.

As condições de temperaturas ideais seria uma temperatura abaixo dos 25ºC, e a


humidade inferior a 60%.

Janelas se existirem devem ser protegidas contra intrusão.

Dimensões adequadas á instalação de suportes para armazenagem de


medicamentos e/ou soluções injetáveis de grande volume, como estantes de metal
ou prateleiras;

Nenhum produto deverá assentar diretamente no chão, estando devidamente


espaçado de modo a permitir limpeza e inspeção.
Para os medicamentos sujeitos a controle especial (aqueles que devem ter a receita
retida na farmácia, também chamados de “medicamentos controlados”) a farmácia
precisa manter um sistema segregado para armazenamento, com chave que deve
ficar sob responsabilidade do farmacêutico.
Se deve ter muita atenção aos produtos violados, vencidos, sob suspeita de
falsificação, corrupção, adulteração ou alteração.
Esses produtos devem ficar armazenados num ambiente diferente da área de
dispensação e identificados quanto a sua condição e destino, de modo a evitar sua

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entrega para um cliente. Esses produtos não podem ser comercializados ou
utilizados.
Após sabermos das condições de armazenamentos dos produtos precisamos saber
sobre sua Organização e Exposição dos mesmos.
Sabemos que toda farmácia trabalha com milhares de remédios, que envolvem
diferentes fabricantes e diversas apresentações, o que torna fundamental a
organização de prateleiras e gavetas para facilitar a procura de cada remédio.
Para isto, existem formas padronizadas para melhor organizar uma farmácia. Ela
começa pela separação dos medicamentos e outros produtos de acordo com o
laboratório, a ordem alfabética do medicamento e o grupo ou seção em que ele se
enquadra, obedecendo à forma de apresentação e o uso do medicamento. A
farmácia, portanto, possui vários grupos e seções que podem ser divididos em:
* Seção ou grupo de comprimidos, drágeas, cápsulas, pastilhas e pílulas.
* Seção ou grupo de ampolas injetáveis e orais.
* Seção ou grupo de medicamentos líquidos, em suspensão, as geleias, os elixires,
sprays, gotas, xaropes.
* Seção de cremes, pomadas, unguentos, supositórios, óvulos, bastões, inaladores,
pós, granulados e calicidas.
* Seção ou grupo de envelopes de comprimidos ou pós que vêm em embalagens
múltiplas e que podem ser comercializados de forma avulsa. Estes produtos são
usualmente guardados em gavetas e na parte externa delas coloca-se uma etiqueta
que identifica o produto.
* Seção ou grupo de medicamentos que têm venda controlada, como psicotrópica
e entorpecente. Estes remédios normalmente estão agrupados no fundo da
farmácia, próximo à gerência, para maior controle de suas vendas.
Mas também existem farmácias ou drogarias que separam os produtos de alta
rotatividade, como vitaminas, analgésicos, antigripais, que são mais conhecidos pela
população e tem maior saída.
Os produtos de perfumaria, higiene e limpeza, acessórios médicos e odontológicos
também possuem prateleiras próprias.
Outros métodos de organização.
Outra forma de organização da prateleira é manter por ordem alfa- bética e por
seções, porém agrupando os medicamentos de acordo com os laboratórios
fabricantes, que normalmente têm uma padronização na embalagem e cor.
Neste caso, se o balconista conhece o laboratório que produz o medicamento é
mais fácil identificar o remédio na prateleira. Há farmácias ou drogarias que
agrupam os medicamentos somente em ordem alfabética.

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Existem ainda outros aspectos que são importantes para a correia organização das
farmácias e drogarias. Nas drogarias os medicamentos comercializados estão
sempre nas suas embalagens originais. Já nas farmácias existem fórmulas que são
manipuladas em seus próprios laboratórios e são organizadas de acordo com o tipo
de fórmula e encomenda dos clientes.

Vamos ver como deve ser feito a limpeza da farmácia.

A limpeza do espaço para a prestação de serviços farmacêuticos deve ser


registrado e realizado diariamente no início e ao término do horário de
funcionamento.
Isso para que sejam minimizados os riscos à saúde dos usuários e dos funcionários
do estabelecimento.
Esperamos que até aqui esteja tudo entendido, pois vamos dar continuidade ao
nossa aprendizagem partindo para outro assunto sobre a farmácia.
Vamos entender como funciona a parte de Recursos Humanos da
farmácia.

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Em uma farmácia todos os funcionários devem estar identificados. Uma forma muito
utilizada nos estabelecimentos seria os crachás. Além do crachá pode se usar
uniformes para diferenciar os funcionários da farmácia do público em geral, o que
não é obrigatório, mas caso seja instituído, os uniformes devem ser fornecidos pela
empresa, sem ônus para o funcionário.
Muito bem, vamos agora fazer alguns exercícios para ver se entendeu tudo sobre
esse assunto até aqui.

Muito, bem hoje ficamos por aqui vamos relembrar apenas o que foi aprendido.
Em nossa aula de hoje vimos como uma farmácia deve ser organizada.
Quais as obrigações de um Balco Farmacista.
Ainda vimos os procedimentos para o recebimento de mercadorias entregues no
estabelecimento e como armazena-las.
Também aprendemos sobre como deve ser feito a limpeza da farmácia.
Nossa aula de hoje foi cheia de novidades, mas aposto que vai adorar nossa
próxima aula.
Espero encontra-lo animado para nossa próxima aula.
Você achando que ficou com alguma duvida refaça a aula, pois não queremos
dúvidas.

Aula 6
O que é dispensação de medicamentos?
Quais os cuidados necessários para uma boa
dispensação?

Olá muito bom rever você em mais uma aula do nosso curso de Balco Farmacista!
Gostaria de lhe dar os parabéns, pois muitos iniciam o curso mas poucos chegam
até essa etapa isso graças a sua dedicação e comprometimento.

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Lembre-se que o bom aproveitamento do curso depende muito de você.
Para iniciarmos vamos relembrar os principais assuntos abordados na aula passada.
Em nosso ultimo encontro você aprendeu quais as obrigações de um Balco
Farmacista.
Aprendeu sobre os procedimentos para o recebimento de mercadorias entregues
no estabelecimento e como armazena-las.
E por ultimo ainda entendeu como deve ser feito a limpeza da farmácia.
Muito bem com nossa aula revisada animasse e vamos conhecer o principal assunto
de hoje.
Em nossa aula de hoje vamos o que é dispensação de medicamentos.
E quais os cuidados necessários para uma boa dispensação.
Sabendo sobre o assunto para hoje então, vamos começar!!
Sabe se que no Brasil a primeira causa de intoxicação em seres humanos é os
medicamentos e segunda causa de morte por intoxicação, conforme o Sistema
Nacional Tóxico – Farmacológicos (SINITOX).
Ainda sabemos que 60% de todos os medicamentos prescritos, são dispensados ou
usados incorretamente e apenas 40% em média dos pacientes usam corretamente
os medicamentos.

Por isso, aqui vamos passar algumas informações que vão auxiliá-lo a entender a
dinâmica do processo, mas volto a insistir que somente a prática profissional e muito
estudo adicional irão fornecer os subsídios necessários para uma boa dispensação.
Vários documentos legais regulamentam a dispensação farmacêutica.

Todos os produtos dispensados em uma farmácia devem estar regularizados junto à


Anvisa. A aquisição de produtos deve ser feita por meio de distribuidores
legalmente autorizados e licenciados.

A lista de medicamentos genéricos atualizada deve estar disponível em versão


impressa para os clientes a consultarem.

No ato da dispensação, o cliente deverá ser informado sobre a posologia, a


influência dos alimentos, a interação com outros medicamentos, o reconhecimento
de reações adversas potenciais e as condições de conservação do produto, entre
outras informações.
Os medicamentos sujeitos à prescrição somente podem ser dispensados mediante
apresentação de receita médica ou odontológica. É muito importante observar se a
receita atende aos seguintes pontos:
1. Está legível;
2. Não contém rasuras;
3. Apresenta identificação do paciente;

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4. Apresenta os dados do medicamento como nome, concentração do
fármaco, forma farmacêutica, dose e quantidade e duração do
tratamento;
5. Indica o local e a data da emissão;
6. Apresenta identificação do profissional prescrito (nome e número do
registro junto ao conselho de classe; no caso dos médicos, é o número do
registro junto ao CRM - Conselho Regional de Medicina e, no caso dos
cirurgiões-dentistas, o número do registro do CRO - Conselho Regional
de Odontologia);
7. Apresenta a assinatura do prescrito.
De forma rápida, vamos observar as diferenças na dispensação dos medicamentos,
quanto à classificação em de referência, genéricos e similares.
Medicamentos de referência: podem ser dispensados quando a receita indicar o
nome genérico do fármaco (componente ativo do medicamento) ou o nome de
marca do produto de referência;
Medicamentos genéricos: poderá ser dispensado quando a receita indicar o nome
genérico do fármaco componente ativo do medicamento, mas no caso de constar o
nome de marca do produto de referência, o genérico pode ser dispensado no lugar,
desde que obedecendo a três pontos fundamentais: ser desejo do cliente, não existir
oposição formal (por escrito, na própria receita) e ocorrer mediante o farmacêutico.
Medicamentos similares: somente podem ser dispensados quando a receita indicar
o nome de marca do medicamento em questão.

Você deve estar se perguntando como é que faz para saber se um medicamento é
de referência ou é um similar. Para isso, basta dar uma olhadinha na lista de
medicamentos genéricos disponíveis na farmácia (ou na página eletrônica da
Anvisa). A lista traz a relação de medicamentos de referência para cada fármaco que
já esteja liberado para cópia. Se um medicamento não estiver na relação, ele é
similar, já que só os genéricos e os seus correspondentes medicamentos de
referência integram essa listagem.
Quando o medicamento é separado para posterior entrega ao cliente, uma rápida
inspeção visual deve ser feita para verificar a identificação do medicamento, o prazo
de validade e a integridade da embalagem.
Uma prática proibida é a “captação de receitas”, ou seja, aquela situação em que
uma farmácia recebe uma receita de medicamento manipulado para ser
manipulado em outra farmácia. As receitas para medicamentos manipulados devem
ser entregues somente em farmácias de manipulação.

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Se um produto estiver próximo do prazo de validade expirar, o cliente deve ser
informado.
Medicamentos genéricos: poderá ser dispensado quando a receita indicar o nome
genérico do fármaco componente ativo do medicamento, mas no caso de constar o
nome de marca do produto de referência, o genérico pode ser dispensado no lugar,
desde que obedecendo a três pontos fundamentais: ser desejo do cliente, não existir
oposição formal (por escrito, na própria receita) e ocorrer mediante o farmacêutico.
Continuando nossa aula vamos ver outro assunto:

Atendimento ao cliente

Sem dúvida, a qualidade do atendimento os produtos que estão sendo


comercializadas, as facilidades que a loja oferece, tanto em formas de pagamento
quanto em serviços e, principalmente, o tratamento dispensado aos clientes por
parte dos funcionários.
Justamente por isso o atendimento deve ser diferenciado, de modo que o cliente
sinta-se valorizado. Assim que ele entrar na farmácia, receba-o com cordialidade.
Mesmo que você esteja atendendo outro cliente, faça um sinal de que notou a sua
presença. Quando iniciar o atendimento, cumprimente o cliente, chamando-o pelo
nome, caso seja de seu conhecimento. Desculpe-se por qualquer demora que possa
ter ocorrido e demonstre um interesse verdadeiro pelo seu problema. Descubra a
real necessidade e mantenha-se calmo, mesmo diante da irritação que por ventura
alguns clientes possam demonstrar. Em caso de dúvida, peça licença ao cliente e
converse com o farmacêutico-responsável pela farmácia. Ninguém é obrigado a
saber tudo sobre tudo. Uma postura pró-ativa e responsável é percebida pelo
cliente de forma positiva.
No momento da dispensação, o balconista deve repassar informações sobre:
O nome do medicamento;
A indicação terapêutica do medicamento;

A posologia;

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O modo de usar;

As precauções;
Os efeitos adversos que podem ocorrer;
As interações (fármaco x fármaco; fármaco x alimento; fármaco x exames
laboratoriais)...
...outras informações que sejam indispensáveis, dependendo de cada caso.
Todos os medicamentos tarjados (tarja preta ou vermelha) somente poderão ser
dispensados mediante a apresentação (e retenção, em alguns casos) da receita
expedida por médico ou cirurgião-dentista.
Os medicamentos não tarjados podem ser dispensados sem apresentação de
receita médica ou odontológica. Nesses casos, a dispensação ocorre por indicação
do farmacêutico. Entre os produtos de dispensação sem exigência de prescrição
médica ou odontológica, destacam-se:
- Profiláticos da cárie;
- Antissépticos bucais;
- Soluções isosmóticas, de cloreto de sódio;
- Antiácidos;
- Colagogos e coleréticos;
- Laxantes;
- Absorventes intestinais;
- Digestivos contendo enzimas;
- Suplementos dietéticos;
- Vitaminas;
- Tônicos para uso oral;
- Preparações contendo ferro;
- Analgésicos não narcóticos;
- Antiinflamatórios não esteroidais de uso tópico;

- Emolientes e protetores da pele e mucosas;

- Cicatrizantes, adstringesntes, antissépticos e desinfetantes de uso


tópico;

- Alguns produtos fitoterápicos.

Continuando....

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Venda de antibióticos com retenção de receita: avanço
para a saúde pública.

Publicado no jornal “A Folha de Palmas”, edição 696, p. 11 – 10 de novembro de


2010, autor: Rodrigo Batista de Almeida.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou em outubro a RDC
44/10 que exige um controle mais rigoroso na dispensação de antibióticos. Se antes,
esses medicamentos deveriam ser vendidos somente sob prescrição médica, o que
de fato não ocorria, agora, as farmácias precisam reter a receita médica e registrar
oficialmente cada venda de antibiótico para fins de controle sanitário. Mas afinal de
contas, era preciso tudo isso?
Bom... vou tentar contar a história por completo. A humanidade sempre conviveu
com doenças infecciosas de uma forma muito trágica. Cidades inteiras sofreram um
colapso demográfico na Idade Média por ondas sucessivas de epidemias de varíola,
tifo e peste. A vida era efêmera, cercada por sequelas, pesar e luto. No não tão
longínquo século XIX a expectativa de vida na Europa era de menos de 50 anos. Eis
que uma revolução acontece: o surgimento dos antibióticos! Ao lado de campanhas
de vacinação, os antibióticos foram um grande aliado no combate às doenças
infecciosas e sem dúvida foi um dos fatores que promoveu o crescimento
populacional mundial.
O que não era esperado foi o desenvolvimento da resistência microbiana, ou seja, a
perda da eficácia de um antibiótico em controlar uma infecção. O grande problema
é que a resistência a esses medicamentos ocorre muito mais rapidamente do que o
desenvolvimento de novos antibióticos, apesar do grande esforço em pesquisa. A
resistência microbiana pode nos levar de volta à era pré-antibiótica!
Um dos principais fatores que colaboram para a resistência microbiana é a
banalização no uso dos antibióticos. E é por isso que se justifica o controle na venda
desses medicamentos, o qual pode parecer um absurdo hoje, em 2010, mas que,
em longo prazo, irá colaborar para a redução da resistência microbiana e de
superinfecções que tanto vitimam os mais vulneráveis: Imunocomprometidos,
crianças e idosos. Essa é uma medida que nos tornará mais “civilizados”. Se hoje,
muitos podem repudiar essa lei, daqui a muito pouco tempo, nós nos lembraremos
de um modo quase que jocoso do tempo em que se podia comprar um antibiótico
sem receita, na farmácia da esquina. Não se esqueçam de que há bem pouco

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tempo era perfeitamente aceitável ou justificável fumar em ambientes fechados,
beber e dirigir, acomodar crianças no banco da frente, não usar o cinto de
segurança, bater em mulher, bater em criança... E hoje? Somente depois da criação
de leis específicas que punem com multa, ou até prisão para algumas situações, é
que começamos a repudiar esses delitos/crimes. Hoje é impensável (ou
inconfessável) andar sem o cinto de segurança, beber e dirigir ou bater em mulher.
Espero que daqui a em diante, comprar antibiótico sem receita médica seja
inimaginável!
Finalizamos aqui nossa aula de hoje, é hora de relembrar os principais assuntos.
Em nossa aula de hoje aprendemos o que é dispensação de medicamentos.
Quais os cuidados necessários para uma boa dispensação.
Também vimos à importância de um bom atendimento ao cliente para que tenha o
retorno em nossa farmácia.
E por ultimo vimos que a venda de antibióticos com retenção de receita foi um
avanço para saúde pública.
Eu fico por aqui espero que tenha gostado do nosso assunto de hoje e aguardo
você para nosso próximo encontro.
Lembre- se achando que ficou alguma duvida sugiro que refaça a aula, pois não
queremos duvida alguma.
Agora solicite ao seu professor os exercícios de fixação referente a essa aula. Eles
são fundamentais para seu aprendizado, sempre os faça antes da avaliação da aula.
Até a próxima!

Aula 7
Que serviços farmacêuticos uma farmácia pode
prestar?
O que não pode faltar na prestação dos serviços
farmacêuticos?
Olá muito bom rever você em mais uma aula do nosso curso de Balco Farmacista!
Lembre-se que o bom aproveitamento do curso depende muito de você.
Para iniciarmos como sempre vamos relembrar os principais assuntos da aula
passada.
Em nossa última aula aprendemos quais os cuidados necessários para uma boa
dispensação de medicamentos.
Ainda vimos à importância de um bom atendimento ao cliente para que tenha o
retorno em nossa farmácia

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E por ultimo vimos que a venda de antibióticos com retenção de receita foi um
avanço para saúde pública.
Já com nossa aula revisada vamos sem demora ver nossos assuntos de hoje.
Em nossa aula de hoje vamos ver quais serviços farmacêuticos uma farmácia pode
prestar.
E ainda o que não pode faltar na prestação dos serviços farmacêuticos.
Com o assunto de nossa aula em pauta vamos começar, preparado?

Serviços farmacêuticos

Saiba que não só a dispensação de medicamentos, as farmácias podem oferecer


como serviços farmacêuticos, mas também podem oferecer os seguintes serviços:

Aferição da pressão arterial;


Aferição da temperatura corporal;
Determinação de glicemia capilar;
Administração de medicamentos (injetáveis e inalantes);
A perfuração do lóbulo auricular para colocação de brincos.
Gostaria de lembrar que as medidas de pressão arterial e glicemia não constituem
um diagnóstico, servindo apenas para o acompanhamento de pacientes hipertensos
e diabéticos. Em caso de valores acima dos considerados como normais, o usuário
deverá ser orientado a procurar um médico. Outra recomendação importante é em
relação aos medicamentos: nenhum medicamento poderá ser indicado ou ter o seu
modo de usar alterado pelos balconistas de farmácia.

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Os aparelhos e acessórios utilizados para a medição de qualquer parâmetro
fisiológico ou bioquímico devem possuir registro, notificação, cadastro junto à
Anvisa.

Para cada procedimento haverá um POP descrevendo claramente, passo a passo, as


etapas de realização, especificando os equipamentos e as técnicas ou metodologias
utilizadas, parâmetros de interpretação de resultados e as referências bibliográficas
utilizadas. Os POPs devem citar os equipamentos de proteção individual (EPIs) a
serem utilizados, trazendo orientações sobre seu uso e descarte.

Os resíduos de saúde, gerados por alguns procedimentos, como materiais


perfurantes ou cortantes, gaze ou algodão sujos com sangue, deverão ser
descartados conforme as normas para Gerenciamento de Resíduos de Serviços de
Saúde.

Quanto ao ambiente destinado aos serviços farmacêuticos, este deve ser diverso
daquele destinado à dispensação e deve permitir privacidade e conforto aos
clientes. Portanto, tudo deve ser pensado previamente antes de organizar a
farmácia. As dimensões do espaço, o mobiliário e a infraestrutura devem ser
compatíveis com as atividades e serviços a serem oferecidos.

Um dos cuidados que você como balconista de farmácia terá que tomar antes de se
envolver em qualquer serviço farmacêutico é a higienização das mãos, que envolve
primeiramente uma higienização simples, para limpeza das mãos e, na sequência, a
higienização antisséptica. E se o balconista utilizar algum EPI, como luva, por
exemplo, ele está dispensado de lavar as mãos? A resposta é um grande NÃO!

A higienização remove à sujidade, o suor, a oleosidade, os pelos, as células


descamativas e a microbiota da pele, sendo a medida mais simples, e mais barata,
para prevenir a propagação das infecções relacionadas aos serviços de assistência à
saúde.

Os produtos utilizados na higienização das mãos são o sabonete comum,


preferencialmente na forma líquida ou em espuma, e um agente antisséptico.
O sabonete comum é um produto que remove a microbiota transitória, tornando as
mãos limpas, mas, como não possui antimicrobianos (ou os contém em baixas
concentrações, com a finalidade de conservante) não possui efeito antisséptico. Os
agentes antissépticos têm ação antimicrobiana, devendo ser utilizados quando não
houver sujidade visível nas mãos. O agente mais comumente empregado é o etanol,
em solução a 70%. Como o efeito se dá por desnaturação de proteínas das
bactérias, é necessário que a solução alcoólica encontre-se entre 60 e 80%, pois as
proteínas não se desnaturam com facilidade na ausência de água.
A execução de qualquer serviço farmacêutico deve ser precedida da antissepsia das
mãos do profissional, independente do uso de Equipamentos de Proteção Individual
(EPI).

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Agora trataremos de como deve se proceder na aferição de glicemia capilar vamos
entender sobre mais esse assunto.

O diabetes mellitus é um grupo de distúrbios metabólicos que apresentam em


comum a hiperglicemia (acima de 100 mg/dL em jejum) como resultado de defeitos
na ação da insulina, na secreção de insulina ou de ambas as condições. O diabetes
mellitus pode ser classificado em diabetes tipo 1, ou insulinodependente, diabetes
tipo 2, ou não insulinodependente, e ainda o diabetes gestacional. O diabetes tipo 1
é mediado por autoimunidade que promove destruição das células beta
pancreáticas. No diabetes tipo 2 ocorrem defeitos na ação e na secreção da insulina.
Além da hiperglicemia, pode ocorrer hipoglicemia, caracterizada por níveis
glicêmicos abaixo de 60 mg/dL, causando os seguintes sintomas: sensação de fome
aguda, dificuldade de raciocinar, sensação de fraqueza associado a um cansaço
muito grande, sudorese exagerada, tremores finos ou grosseiros de extremidades,
bocejamento, sonolência, visão dupla, estado confusional que pode progredir para a
perda total da consciência (coma).
A principal forma de monitorar o diabetes é o controle da glicemia. O teste de
glicemia capilar é um exame de triagem, ou seja, de monitoramento, e não é um
diagnóstico. A determinação da glicemia capilar se dá por equipamentos de auto
teste. Os equipamentos de auto teste utilizam glicosímetro (aparelho manual para
glicemia), fita reagente ou fita-teste (utilizada para inserir uma gota de sangue),
lanceta (instrumento perfurocortante estéril), lancetador (para fazer a retirada da
gota de sangue). São necessários também luvas de procedimento descartáveis,
algodão e álcool etílico 70%.
Os procedimentos devem seguir a sequência apresentada a seguir:
1. Separar o material necessário;
2. Preparar o glicosímetro e o lancetador;

3. Lavar as mãos e fazer antissepsia das mesmas, mediante técnica


apropriada;

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4. Colocar as luvas de procedimento;
5. Retirar a fita teste da embalagem;
6. Ligar o aparelho medidor de glicemia, introduzir a fita teste no aparelho,
evitando tocar na parte reagente;
7. Orientar o paciente a lavar as mãos com água e sabão e secá-las bem;
8. Fazer a antissepsia do dedo a ser lancetado com álcool 70% (o dedo deve
estar completamente seco);
9. Escolher o local para a punção (o melhor é a ponta dos dedos, evitando a
polpa digital);
10. Fazer a punção utilizando o lancetador para coletar a amostra de sangue;
11. Esperar a formação da gota, segurando o dedo do paciente;
12. Encostar a gota de sangue na área indicada;
13. Manter a gota de sangue em contato com a fita-teste até o glicosímetro
indicar que o volume é suficiente;
14. Descartar imediatamente a lanceta em recipiente apropriado para
descarte de material perfurocortante;
15. Limpar o dedo do paciente com algodão e álcool 70% e fazer pressão
sobre o local da punção por alguns segundos;
16. Fazer leitura do resultado;
17. O glicosímetro desligará automaticamente após o término da
determinação;
18. Retirar as luvas de procedimento e lavar as mãos;
19. Descartar o material usado no contentor de descarte de material
biológico: fita, luvas de procedimento descartáveis e algodão;
20. Anotar o resultado obtido;
21. Orientar o paciente sobre o resultado da glicemia.
Passaremos agora a ver sobre aferição da pressão, vamos entender como funciona
para que possamos ter uma correta verificação.
O cliente deve estar em repouso de pelo menos cinco minutos, não ter praticado
exercícios físicos nos 90 minutos que antecedem a medida da pressão arterial, não
deve estará com a bexiga cheia, não deve ter ingerido bebidas alcoólicas, café ou
alimentos e não ter fumado nos 30 minutos anteriores ao procedimento.

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Antes de iniciar a aferição da pressão arterial, deve-se explicar o procedimento ao
paciente.

A seguir, está a descrição de uma técnica, passo a passo, para a medida de pressão
arterial.
1. Remover parte da roupa que cobre o braço no qual será tomada a
medida da pressão;
2. Posicionar o braço para que o mesmo fique na altura do coração,
com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido;
3. Pedir ao paciente para que não fale durante o procedimento; Medir a
circunferência do braço do paciente;
4. Colocar o manguito na fossa cubital, de modo que a parte central do
mesmo esteja sobre a artéria braquial;
5. Estimar a pressão sistólica, palpando o pulso radial e inflando o
manguito até seu desaparecimento (após este procedimento, desinflar rapidamente
o manguito);
6. Acomodar a campânula do estetoscópio sobre a artéria braquial na
altura da fossa cubital;
7. Inflar o manguito até cerca de 30 mmHg além do nível estimado para
a pressão sistólica
8. Iniciar a deflação de forma lenta (2 a 4 mmHg por segundo)
9. Determinar a pressão sistólica pela ausculta do primeiro som (fase I de
Korotkoff), que é um som fraco seguido de batidas regulares (após este
procedimento, deve-se aumentar a velocidade de deflação);

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10. Determinar a pressão diastólica pelo desaparecimento do som (fase V
de Korotkoff);
11. Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para
confirmar seu desaparecimento e depois finalizar a deflação de forma rápida e
completa
12. Informar ao paciente os valores determinados;
13. Registrar os valores determinados.
Já que o assunto de aferição de glicemia capilar não se tem mais duvidas vamos
entender como se deve ser feito a Administração de Medicamentos.
A administração de medicamentos pode ocorrer em farmácias, com exceção
daqueles exclusivos para uso hospitalar.
Os medicamentos adquiridos no estabelecimento, a serem utilizados na prestação
de serviços de que trata esta seção, cujas embalagens permitam múltiplas doses,
devem ser entregues ao usuário após a administração, no caso de sobra. O usuário
deve ser orientado quanto às condições de armazenamento necessárias à
preservação da qualidade do produto. É vedado o armazenamento em farmácias e
drogarias de medicamentos cuja embalagem primária tenha sido violada.
Para a administração de medicamentos deverão ser utilizados materiais, aparelhos e
acessórios que possuam registro, notificação, cadastro ou que sejam legalmente
dispensados de tais requisitos junto à Anvisa.
Devem ser mantidos registros das manutenções e calibrações periódicas dos
aparelhos, segundo regulamentação específica do órgão competente e instruções
do fabricante do equipamento.
Este material não pretende apresentar as técnicas de administração de
medicamentos
Continuaremos agora com os Procedimentos de Inalação.
O profissional deverá antes de iniciar o procedimento de inalação propriamente dito
preparar o material necessário, lavar as mãos e colocar as luvas. Na sequência,
deverá explicar o procedimento ao paciente ou responsável. Se o paciente for uma
criança, tente tranquilizá-la.
Os seguintes passos devem ser seguidos, na sequência:
1. Inserir o medicamento no recipiente adequado, de acordo com as
orientações contidas na receita médica;
2. Conectar a máscara e colocá-la adequadamente no paciente;
3. Ligar o aparelho.

59
Procedimento para aplicação de injetáveis

Atividades:
1. Organizar o material necessário (a definição da seringa e agulha
apropriadas irá depender da via de administração e do local a ser
administrado o medicamento);
2. Fazer uma inspeção visual na ampola ou frasco para verificar possíveis
alterações nas características do medicamento;
3. Higienizar as mãos;
4. Vestir as luvas de procedimento;
5. Explicar ao paciente o procedimento a ser realizado;
6. Carregar a seringa;
7. Fazer antissepsia no local da aplicação utilizando algodão e álcool
70%;

8. Introduzir a agulha;

9. Aspirar para verificar se foi acessado um vaso sanguíneo (caso


verifique a presença de sangue, retirar o aparelho de injeção do paciente,
solicitar ao paciente para que o mesmo pressione o ponto de aplicação com
algodão e reiniciar todo o procedimento novamente, trocando a agulha);
10. Se nenhum vaso foi acessado, aplicar o medicamento
lentamente;

60
11. Retirar a agulha;
12. Ocluir o local da punção com algodão seco (este
procedimento favorece a hemostasia);
11. Desprezar o material utilizado (luvas, agulha, seringa e
algodão) em recipiente apropriado;
12. Retirar as luvas e lavar as mãos;
13. Registrar o procedimento.

Perfuração do Lóbulo Auricular para Colocação de


Brincos

A perfuração do lóbulo auricular deverá ser feita com aparelho específico para esse
fim e que utilize o brinco como material perfurante. Não poderão ser utilizadas
agulhas de aplicação de injeção, agulhas de suturas ou outros objetos para a
realização da perfuração. Os brincos e a pistola a serem oferecidos aos usuários
devem estar regularizados junto à ANVISA.
Os brincos deverão ser conservados em condições que permitam a manutenção da
sua esterilidade. Sua embalagem deve ser aberta apenas no ambiente destinado à
perfuração, sob a observação do usuário e após todos os procedimentos de
assepsia e antissepsia necessários para evitar a contaminação do brinco e uma
possível infecção do usuário.
Os procedimentos relacionados à antissepsia do lóbulo auricular do usuário e das
mãos do aplicador, bem como ao uso e assepsia do aparelho utilizado para a
perfuração deverão estar descritos em POP, com indicação das referências
bibliográficas utilizadas. O POP deverá especificar os equipamentos de proteção...

61
...individual a serem utilizados, assim como apresentar instruções para seu uso e
descarte.
Ficamos por aqui hoje.
Vamos relembrar os principais assuntos de hoje.
Aprendemos em nossa aula hoje quais os serviços farmacêuticos que
uma farmácia pode prestar?
O que não pode faltar na prestação desses serviços.
Você ainda entendeu quais os procedimentos para conferir a Aferição da pressão
arterial, Aferição da temperatura corporal, Determinação de glicemia capilar, e
Administração de medicamentos (injetáveis e inalantes) e por ultimo A perfuração
Lóbulo Auricular para Colocação de Brincos.
Eu fico por aqui mais uma vez, espero que tenha gostado do nosso assunto de hoje
e aguardo você para nosso próximo encontro.
Lembre- se achando que ficou alguma duvida sugiro que refaça a aula, pois não
queremos duvida alguma.
Agora solicite ao seu professor os exercícios de fixação referente a essa aula. Eles
são fundamentais para seu aprendizado, sempre os faça antes da avaliação da aula.
Até a próxima!

Aula 8
Por que é preciso saber calcular para ser
balconista de farmácia?
Como montar um cálculo voltado para uma
necessidade prática?
Olá tudo bem? Seja bem vindo a mais uma aula do nosso curso de Balco
Farmacista!
Lembre-se que o bom aproveitamento do curso depende muito de você.
Para iniciarmos como sempre vamos relembrar os principais assuntos da aula
passada.
Em nossa última aula você aprendeu quais os serviços farmacêuticos que uma
farmácia pode prestar.
Ainda viu o que não pode faltar na prestação desses serviços farmacêuticos.
E por ultimo você aprendeu quais os procedimentos corretos para aferição da
pressão arterial, da aferição da temperatura corporal, Determinação de glicemia

62
capilar, e Administração de medicamentos (injetáveis e inalantes) e por ultimo a
perfuração Lóbulo Auricular para Colocação de Brincos.
Muito assunto nossa aula passada não é mesmo, agora com nossa aula revisada
vamos sem demora ver nossos assuntos de hoje.
Em nossa aula de hoje vamos saber por que é preciso saber calcular para ser
balconista de farmácia.
E como montar um cálculo voltado para uma necessidade prática.
Com o assunto de nossa aula em pauta vamos começar, preparado?

1 Cálculos em Farmácia

No balcão da farmácia frequentemente chegam receitas médicas para


as quais devemos realizar cálculos a fim de determinar as quantidades a
serem administradas. Acontece que a maioria de nós tem uma aversão
natural à matemática. E agora? Chutamos um número? Pedimos ajuda
aos colegas? Assumimos que não sabemos? Não. Decididamente,
nenhum desses caminhos é o melhor. Temos de saber fazer o cálculo.
Outro motivo para sabermos saber fazer esses cálculos é que frequentemente há
concursos públicos para balconista de farmácia e algumas questões envolvem
cálculos, vamos expor algumas questões selecionadas de concursos, além de outras
que foram elaboradas especialmente para este material.
Um concurso para auxiliar de farmácia, da Prefeitura Municipal de Assaí (PR),
realizado em 2011, trouxe a seguinte questão:
O salário de um trabalhador é de R$ 550,00, em 2010. Para 2011, o reajuste salarial
será de 5%, então o salário após o reajuste será de:
a) R$ 570,00
b) R$ 577,50
c) R$ 580,00
d) R$ 587,50
e) R$ 590,00

63
Esta questão envolve um cálculo de porcentagem. Para resolvermos a questão,
podemos utilizar uma “regra de três”. Um cálculo de “regra de três” envolve três
fatores conhecidos e que, por dedução, um quarto fator é definido. No exemplo
acima, para esquematizarmos a nossa “regra de três” precisamos do seguinte
raciocínio: se o salário é de R$ 550,00, este valor corresponde a 100% (R$ 550,00 =
100%); se o salário vai ter um reajuste de 5%, isso significa que o novo salário será
de 100% + 5% (100% do salário atual + 5% de reajuste). Então podemos considerar
que:
100% ------ 550,00

5% ------ x.

100 = 5 . 550 x =

5 . 550/ 100 x =

27,5

Portanto, o salário será de R$ 550,00 + R$ 27,50 = R$ 577,50, e a alternativa correta


é a letra “b”.
Vamos para mais duas questões de concurso:
1) (Prefeitura Municipal de Vassouras - RJ, cargo: Atendente de Farmácia/ 2007;
elaboração: UFF) A apresentação de um determinado antibiótico é: pó liofilizado
frasco ampola 1g. O medicamento possui estabilidade de 24 horas em temperatura
ambiente após a reconstituição em 10mL de água para injeção. É correto afirmar
que, se forem prescritos:
a) 300 mg de 8/8 horas, um frasco dará para 24 horas e ainda sobrarão 2mL;
b) 250 mg de 8/8 horas, um frasco dará para 24 horas e ainda sobrarão 3mL;
c) 300 mg de 8/8 horas, um frasco dará para 24 horas e ainda sobrará 1mL;
d) 250 mg de 8/8 horas, um frasco dará para 24 horas e ainda sobrarão 4mL;
e) 300 mg de 8/8 horas, um frasco dará para 24 horas e ainda sobrarão
1,5mL;Resolvendo a questão...
f) Se em 10mL está contido 1g de fármaco, eu posso afirmar que cada 1mL
contém 0,1g. Dessa forma, analisando as alternativas, terei que fazer o cálculo para
descobrir a quantidade de volume necessária para utilizar o medicamento em 24
horas (que é o limite de estabilidade do produto), para as doses de 250 e 300 mg
(que são as opções apresentadas nas alternativas).
Dessa forma, teremos que fazer duas “regras de três”, uma para cada dose.
- 300 mg de 8/8 horas:

64
300 mg é a “dose” e 8 horas é o “intervalo entre as doses”; portanto o paciente
receberá três doses diárias (um dia tem 24 horas, de modo que um intervalo entre
as doses de 8 horas significa que o paciente receberá três doses por dia, já que 24/3
= 8)
1 dose ------- 300mg
3 doses ------ x

1 . x = 3 . 300 x =

3 . 300 / 1 x = 900

mg

Se cada 10mL contém 1g de fármaco, qual o volume necessário para fornecer 900
mg ao paciente?
10mL -------- 1g (= 1.000 mg)
1.000 mg ------- 10mL

900 mg ------- xx=

900 . 10 / 1.000 x =

9.000 / 1.000 x = 9 mL

Se eu precisar de 9mL para fornecer a dose completa para 24 horas, sobrarão 1mL
da solução de antibiótico.

- 250 mg de 8/8 horas

1 dose ------- 250mg

3 doses ------ x

1 . x = 3 . 250 x =

3 . 250 / 1 x = 750

mg

10mL -------- 1g (= 1.000 mg)

1.000 mg ------- 10mL

750 mg ------- xx=

65
750 . 10 / 1.000 x =

7.500 / 1.000 x = 7,5 mL

Se eu precisar de 7,5mL para fornecer a dose completa para 24 horas, sobrarão


2,5mL da solução de antibiótico.

Portanto, analisando as alternativas, verifica-se que a opção “c” é a correta: “300 mg


de 8/8 horas, um frasco dará para 24 horas e ainda sobrará 1mL”.

2) (Prefeitura Municipal de Vassouras - RJ, cargo: Atendente de Farmácia/ 2007;


elaboração: UFF) No preparo de 15 g de pomada a 2% é necessário, em gramas, a
seguinte quantidade de mupirocina:

a 0,003;

b) 0,03;

c) 0,3;

d) 3;

e) 30.

Resolvendo:

Uma pomada a 2% significa que cada 100g contém 2g de fármaco, ou seja, 2%;

Para saber quanto de fármaco está contido em 15g de uma pomada a 2%,
precisamos fazer uma “regra de três”, em que eu conheço três elementos de um
conjunto de quatro e, por dedução, consigo descobrir o valor do quarto elemento:

100g ---------- 2g

15g ------------ x

100 . x = 15 . 2 x

= 15 . 2/ 100 x =

30/100 x = 0,3g

Após todos esses cálculos finalizamos aqui nossa aula de hoje, para finalizar vamos
relembrar os principais assuntos.

66
Por que é preciso saber calcular para ser balconista de farmácia.

Você aprendeu como montar um cálculo voltado para uma necessidade prática.

E por final resolvemos vários cálculos matemáticos que você vai encontrar na rotina
de trabalho como Balco Farmacista.

Eu fico por aqui espero que tenha gostado do nosso assunto de hoje e aguardo
você para nosso próximo encontro.
Lembre- se achando que ficou alguma duvida sugiro que refaça a aula, pois não
queremos duvida alguma.
Agora solicite ao seu professor os exercícios de fixação referente a essa aula. Eles
são fundamentais para seu aprendizado, sempre os faça antes da avaliação da aula.
Até a próxima!

Aula 9
O que é ética profissional?
Qual a importância de ser ético?

Olá tudo bem?


Seja bem vindo a mais uma aula do nosso curso de Balco Farmacista!
Lembre-se que o bom aproveitamento do curso depende muito de você.
Como de costume antes de iniciarmos a aula de hoje vamos relembrar os principais
assuntos do nosso ultimo encontro.
Em nossa última aula você aprendeu por que é preciso saber calcular para ser
balconista de farmácia.
Ainda aprendeu como montar um cálculo voltado para uma necessidade prática.
E por ultimo ainda resolveu vários cálculos matemáticos que você vai encontrar na
rotina de trabalho como Balco Farmacista.

67
Muito bem, agora com nossa aula revisada vamos sem demora ver nossos assuntos
de hoje.
Hoje vamos dividir nossa aula em dois pontos muito importante para o seu sucesso
profissional, vamos falar:
O que é ética profissional.
E qual a importância de ser ético?
Vamos começar pela ética profissional.
O balconista de farmácia deve, antes de tudo, prezar pelo respeito integral ao seu
cliente. Da mesma forma, o balconista de farmácia deve respeitar todos os seus
colegas e chefes, criando um ambiente harmonioso de trabalho.
Os elementos mais importantes da ética profissional são muito semelhantes aos da
ética social.
A ética profissional é o conjunto de práticas que determinam a adequação no
exercício de qualquer profissão. É através dela que se dão as relações interpessoais
no trabalho, visando, especialmente, o respeito e o bem-estar no ambiente
profissional. É importante lembrar que a ética é indispensável para conviver em
sociedade. É através dela que se pratica o respeito. Portanto, dentro do ambiente de
trabalho ela é ainda mais importante. Afinal, atitudes inadequadas podem afetar o
desempenho e a reputação de uma empresa.

Existe uma ética padrão?


Algumas profissões possuem conselhos responsáveis pela criação de códigos de
ética específicos, como é o caso dos médicos, dos advogados, das engenharias etc.
No entanto, estes códigos se referem a procedimentos e normas padrões das áreas,
e são necessários por uma questão de segurança. Eles preveem penas disciplinares
em lei para violações. No entanto, há comportamentos que devem ser adotados em
qualquer que seja a área, por contribuírem para o bom funcionamento do trabalho.

Quais são os principais fatores componentes da ética


profissional?
Os elementos mais importantes da ética profissional são muito semelhantes aos da
ética social. São eles:

A Honestidade: É um preceito básico para a convivência tanto pessoal quanto


profissional. Falar sempre a verdade, não culpar colegas por erros seus e assumir
falhas próprias são atitudes honestas e de valor para uma vida profissional ética e
reta.

O Sigilo: Alguns assuntos são confidenciais por segurança, e não é nada ético sair
falando aos quatro ventos sobre coisas que não dizem respeito a determinados

68
públicos. Informações sigilosas geralmente estão protegidas por lei e, caso algum
funcionário quebre este protocolo, a pena é certa.

A Competência: A competência envolve também o compromisso, a organização


e a capacidade de ajudar os demais, tudo com a finalidade de realizar um bom
trabalho de forma geral.

A Prudência: Ter noção da hierarquia, cuidado com comentários, brincadeiras e


atitudes que podem até mesmo ofender os demais. É importante ainda ter
prudência na realização das tarefas, fazer tudo da forma mais correta possível, sem
“atalhos” ou “jeitinhos”.

A Humildade: Perguntar quando há dúvidas, no caso do empregado. É ouvir os


subordinados, no caso do líder. Ou, para ambos, reconhecer erros e aprender com
eles.

A Imparcialidade: Tratar a todos de maneira igual, independentemente do


cargo que ocupam. Ser imparcial é mais importante ainda para os gestores. É
comum as relações profissionais extrapolarem os limites do escritório, mas é
imprescindível saber separar a relação pessoal da profissional.

A ética profissional vale para todos, independentemente de cargo. Comportamentos


antiéticos praticados por líderes invariavelmente abalam o clima organizacional,
prejudicando o rendimento da equipe. Seja respeitoso e responsável, dessa maneira
o sucesso profissional ficará mais próximo de você.
Entregue ao cliente somente produtos de qualidade.
O balconista dentro de seu local de trabalho deve ter consciência do tipo de
produto que está vendendo. É importante, na hora do atendimento, vender ao
cliente remédios que têm credibilidade no mercado. Medicamentos que estão à
venda depois de incansável trabalho de pesquisa realizado por laboratórios que
comprovam a eficácia do produto. Não é honesto para com o consumidor vender
medicamentos que não estão dentro do controle de qualidade exigido, por isso a
responsabilidade do balconista e o conhecimento do produto que está
comercializando é muito importante para efetivar uma venda.
Mantendo sigilo sobre as informações que chegam até você.

O sigilo profissional também de ser encarado com muita seriedade através de uma
receita médica apresentada pelo consumidor pode-se saber o diagnóstico a doença.
Por outro lado, o consumidor pode estar intimidado e até mesmo constrangido com
a situação, já que muitas doenças ainda são vistas com discriminação pela
sociedade. Nesses casos é importante ser discreto e agir com naturalidade para que

69
a pessoa que está sendo atendida não fique ainda mais chateada, doenças sexuais
transmissíveis é um exemplo típico de constrangimento.

No exercício da função, o balconista de farmácia tem acesso a esse tipo de


informações pessoal que devem ser consideradas “segredo de confessionário”.

Algumas situações que motivam o cliente ir até a farmácia pode ser embaraçosas
para muitas pessoas. Uma mulher pode se sentir constrangida em solicitar
absorventes íntimos para um balconista homem; da mesma forma, um cliente pode
não se sentir à vontade ao pedir preservativos ou medicamentos para disfunção
erétil; e isso também vale para os adolescentes ao ir comprar camisinha,
anticoncepcional ou gel de lubrificação íntima.

A função do balconista é tornar o espaço da farmácia um ambiente acolhedor,


diminuindo a tensão que alguns clientes apresentam. Para isso, o balconista jamais
deve demonstrar espanto ou admiração pelo pedido do cliente. Nesses casos, além
desse cuidado, o balconista nunca deve se dirigir a um colega em voz alta
perguntando algo sobre o produto que o cliente veio comprar, como por exemplo,
o preço, se a filial tem o produto.
Junto com a ética podemos disser que o se deve dar um bom atendimento.

Realmente para sempre ter um bom atendimento, tem de ser um pouco de


psicólogo, pois às vezes os pacientes chegam com raiva da vida e a qualquer
palavra nossa já é um grande motivo para arrumarem briga, mas no final tudo vale
a pena é muito bom trabalhar na busca de ajudar as pessoas.

Para um bom atendimento ao cliente.

1. Saia de trás do balcão.


Quando o cliente entrar na loja, vá até ele.

70
Não fique atrás do balcão esperando que ele se aproxime. Ofereça ajuda quando
ele estiver olhando gôndolas. Ofereça a cestinha para maior conforto nas compras.
2. Cumprimente todo cliente que entra na farmácia.
Todo o cliente que entre na sua farmácia deve ser cumprimentado com um BOM
DIA, BOA TARDE ou BOA NOITE, para estabelecer um cliente amistoso.
Demonstre alegria por tê-lo ali.
3. Chame o cliente pelo nome.
Quando o paciente é frequente e você já sabe o nome dele, chame-o pelo nome,
isto fará com que ele se sinta importante.
Quando não souber o nome do paciente, repare no cartão fidelidade ou crédito, se
isso não seja possível, pergunte.
4. Mantenha o bom humor e um sorriso no rosto.
Uma recepção faz o cliente sentir-se melhor. O cliente espera que tanto a empresa
como o funcionário deve atendê-lo de forma especial. Seja empático. Aumente seu
poder de persuasão mostrando alegria em sua expressão facial, seus gestos, na
entonação, ritmo e volume de voz.
Aprenda a sorrir.
5. Mantenha uma postura adequada.
A postura deve ser ereta não se encoste a parede ou porta, não debruce no balcão,
não cruze os braços ou coloque as mãos no bolso. Não se envolva em bate-papo
com outros atendentes e evite a conversa particular com algum cliente conhecido.
Não é para isso que você está ali.
Quando o cliente chama, responda com um “sim” e aposente o “pois não”
6. Não julgue o cliente.
Quantas vezes você abordou mal um cliente porque, simplesmente, não foi com a
cara dele ou porque achou que ele não iria comprar nada. Nunca julgue, atenda a
todos com atenção.
7. Informe ao cliente quando ele estiver que esperar.
Informe os motivos porque o cliente tem que esperar e local adequado onde ele
deverá ficar. O local de espera deve ser adequado, de modo que o cliente não fique
constrangido por estar atrapalhando o fluxo de pessoas.
8. Mantenha certa distancia.
Para que o paciente se sinta à vontade, deve-se manter certa distância física e
verbal.
Antes de se tornar “intimo demais”, você precisa conquistar a confiança dele.

Para algumas pessoas, a distância mínima de 1 metro é ideal.


Somente estenda A mão para cumprimentar o cliente se ele fizer primeiro, caso
contrário, mantenha as mãos não o encare, ele pode sentir-se invadido.
9. Use palavras para informar, não para impressionar.
Mantenha uma linguagem simples e clara, não use termos técnicos. Fale no nível do
cliente, mas cuidado para não imitá-lo. Não grite e nem fale muito baixo; regule o
seu tom de voz de acordo com o ambiente, fazendo com que o cliente ouça
claramente o que você está dizendo.

71
10. Mantenha os problemas pessoais fora da empresa.
Não é fácil manter o bom humor, principalmente quando se tem problemas de
ordem pessoal ou financeiro ou até mesmo problemas com seu gerente ou
companheiro de trabalho. Você não pode esperar que os clientes entendam seus
problemas pessoais. A capacidade de desempenhar bem, independente de
problemas pessoais, sempre foi uma característica do bom profissional.
11. O cliente adora ter poder.
Existe certo sentimento de poder quando um cliente entra na farmácia.
Eles “são” os clientes e, desta forma, sabem que são importantes, e realmente são.
Durante anos eles ouviram a velha frase: “O cliente tem sempre razão”.
Nós sabemos que, ás vezes, eles não estão com toda a razão, que existe um limite,
mas nós precisamos deles mais do que eles precisam de nós.
12. Encante o cliente.
Ofereça algo a mais do que o esperado.
O cliente certamente sempre lembrará positivamente desta atitude. Seja empático,
use palavras simpáticas.
13. Sempre pareça profissional.
Os sentimentos do cliente podem ser influenciados, por muitos fatores além do seu
controle, tais como seu estado de espírito e problemas pessoais.
Nunca tente enganar o cliente, pois as consequências negativas são enormes e, ás
vezes, irreparáveis. Não reclame da empresa nem dos colegas para o cliente, além
de ser algo deselegante, desanima-o de qualquer volta outras vezes.

Apresentação Pessoal
A apresentação dos profissionais que trabalham na farmácia é muito importante
para se criar uma imagem positiva. O profissional deve sempre estar com o
uniforme limpo, passando em boas condições de uso e padronizado.
Para os homens

Para os homens é importante a barba bem feita, mãos e unhas aparadas e limpas,
cabelos limpos e penteados.
Mulheres

As mulheres devem estar sempre com os cabelos limpos e penteados. Quem opta
por cabelos preso, fazê-lo com presilha em bom estado. Se usar maquiagem esta
deve ser leve e perfume suave.

As unhas devem ser bem cuidadas, com esmaltes em bom estado sem estar
descascando, evitar adornos e bijuterias exageradas.
Para ambos, deve-se tomar cuidado com o mau hálito e cheiro de suor.

Mantenha a farmácia sempre limpa

É bastante desagradável quando chega à vez do cliente e o profissional da caixa


pede desculpas e diz: “Vai demorar um pouquinho, acabou o papel da impressora!”

72
Se você executar o trabalho no caixa mostre-se profissionais, cuide da manutenção
dos equipamentos que estão no caixa: maquinas de cartão de créditos, impressoras,
fitas de impressão, documentos, etc. Troque os papeis das impressoras e fitas nos
horários em que não há filas no caixa.

Aproveite também para limpar e deixar o espaço de trabalhar em ordem. Você


pode pensar que os clientes não reparam, mas não é verdade.

Saiba lidar com as relações

Não se esconda quando um problema aparecer escute atentamente o relato da


reclamação do cliente, não justifique de imediato, deixe-o falar. Usar a empatia
coloque-se no lugar do cliente, assim poderá ver as coisas sob o ponto de vista
dele.

Examine o fato e tente resolver você mesmo o problema, se não conseguir indique
quem poderá ajudá-lo. Apresente suas desculpas e repare o erro imediatamente,
mostrando boa vontade em ajudá-lo, não leve para o lado pessoal a reclamação do
cliente, não fique com raiva. Se o cliente estiver muito alterado, leve-o para um local
mais reservado, para que possa conversar sem atrapalhar o outro. Retomar ao
cliente, para informar-lhe qual atitude foi tomada, para resolver o problema.

Vejamos a seguir algumas sugestões para atender reclamações de clientes:

• Deixe o cliente falar;


• Diga com sinceridade que sente pelo ocorrido;

• Ouça com atenção;

• Examine os fatos, sabendo fazer as perguntas;


• Mantenha a mente aberta, não faça suposições;

• Não discuta;

• Tente descobrir a solução desejada pelo cliente;


• Concentre-se no que pode e explique o que não pode fazer;

• Faça um resumo e verifique se o cliente entendeu e concorda;

• Seja sempre verdadeiro em todo o atendimento.

Acredite: gentileza, respeito, simpatia e flexibilidade são capazes de “amansar


qualquer fera”. Não existem clientes difíceis quando são tratados de maneira certa.
Aprenda a gostar das pessoas, por mais complicadas que elas sejam ou pareçam.
Pessoas são confusas, complexas, imprevisíveis, complicadas...
Exatamente por isso são maravilhosas. Quem não gosta de gente, não pode ser um
bom profissional de atendimento.

73
Nunca discuta uma decisão médica ou farmacêutica
com o cliente

Caso você não concorde com a decisão do médico ou do farmacêutico em relação


a um tratamento proposto, nunca expresse a sua opinião ao cliente. A utilização de
medicamentos ocorre somente pela prescrição médica ou odontológica e pela
indicação farmacêutica. Esses profissionais, ao atenderem um paciente, reúnem
várias informações que fundamentam a prescrição/indicação de um tratamento
específico. Mesmo que o balconista ache “estranho” algum detalhe do tratamento,
como posologia, forma farmacêutica, tempo total de tratamento, não é com o
cliente que ele deve discutir o caso.
Se você detectar uma situação danosa ao paciente, você deverá entrar em contato
imediatamente com o médico ou com o farmacêutico para alertá-los sobre a prática
inadequada que prescreveram/indicaram ao paciente.
Muito bem, estamos chegando ao final da nossa aula de hoje, para encerrarmos
vamos relembrar os principais assuntos.

Em nossa aula de hoje começamos vendo o que é ética profissional.


Vimos da importância de manter sigilo sobre as informações de seus clientes que
chegam até você.
Você aprendeu como montar um cálculo voltado para uma necessidade prática.
E por final resolvemos vários cálculos matemáticos que você vai encontrar na rotina
de trabalho como Balco Farmacista.
Eu fico por aqui espero que tenha gostado do nosso assunto de hoje e aguardo
você para nosso próximo encontro.

74
Lembre- se achando que ficou alguma duvida sugiro que refaça a aula, pois não
queremos duvida alguma.
Agora solicite ao seu professor os exercícios de fixação referente a essa aula. Eles
são fundamentais para seu aprendizado, sempre os faça antes da avaliação da aula.
Até a próxima!

Aula 10
Primeiro Socorros

Olá tudo bem?


Seja bem vindo a mais uma aula do nosso curso de Balco Farmacista!
Lembre-se que o bom aproveitamento do curso depende muito de você.
Como de costume antes de iniciarmos a aula de hoje vamos relembrar os principais
assuntos do nosso ultimo encontro.
Em nossa última aula você aprendeu o que é ética profissional.
E qual a importância de ser ético.
Ainda aprendeu como dar um bom atendimento ao cliente.
Também aprendeu sobre sua apresentação pessoal.
E por fim você aprendeu que nunca se deve discutir com o cliente uma decisão
médica ou farmacêutica.
Muito bem, agora com nossa aula revisada vamos sem demora ver nossos assuntos
de hoje.
Hoje nossa aula vamos ver sobre primeiros socorros.

75
Tipos de acidentes.
Fraturas, entorses, luxações e contusões.
Intoxicações e envenenamentos.

Picadas de animais peçonhentos.

Sangramento externo e interno.


Muito assunto hoje para vermos não é mesmo?

Então sem mais demora vamos iniciar nossa aula de hoje.

PRIMEIROS SOCORROS
Esta aula tem o objetivo de tratar dos fundamentos básicos dos primeiros socorros e
orientar sobre o que pode ser feito em caso de acidentes como queimaduras,
entorses e picadas de insetos.

Podemos definir primeiros socorros como os procedimentos adotados antes da


chegada do médico, do profissional qualificado da área da saúde ou da ambulância,
quando uma pessoa é vítima de qualquer acidente ou mal súbito.

O socorro inicial à vítima adequado tem como objetivos:

- Reconhecer quando se trata de um atendimento de urgência.


- Chamar o serviço médico.
- Atuar conforme o seu conhecimento.
- Dar assistência à vítima até que chegue o socorro médico.
A finalidade maior dos primeiros socorros é:
- Preservar a vida.
- Restringir os efeitos da lesão.
- Promover a recuperação da vítima.
A pessoa que presta os primeiros socorros – o socorrista – deve agir imediatamente,
transmitindo sempre segurança e confiança. Para isso é importante:
- Manter o controle sobre si mesmo e da situação.
- Agir com calma e lógica.
- Usar as mãos delicadamente.
- Falar com a vítima de modo gentil.
- Ser objetivo.
O socorrista deve ser bem treinado, periodicamente reavaliado e estar atualizado
quanto às técnicas de primeiros socorros.
O que fazer para “ganhar” a confiança da vítima?
. Nunca abandone alguém em estado grave.
. Faça a vítima se sentir acolhida.
. Converse com a vítima durante todo o exame e tratamento.
. Explique o que vai ser feito.

76
. Tente responder às perguntas da vítima com franqueza.
. Procure mostrar que você está ali para ajudar e servir.
. Se a vítima for criança, ganhe a sua confiança falando da maneira mais simples
possível e olhando-a sempre de frente; jamais a separe da mãe ou do pai.

Tipos de acidentes
Queimaduras

São lesões causadas pelo calor, substâncias corrosivas, líquidos e vapores, podendo
ocorrer também pelo frio intenso ou pela radiação solar. As queimaduras leves (de
1º grau) se manifestam com vermelhidão, inchaço e dor. Nas queimaduras de 2º
grau a dor é mais intensa e normalmente aparecem bolhas ou umidade na região
afetada. Já nas queimaduras graves, de 3º grau, a pele se apresenta esbranquiçada
ou carbonizada e há pouca ou nenhuma dor, uma vez que há a destruição de
terminações nervosas.
O que fazer:

- Não toque a área afetada.

- Nunca fure as bolhas.

- Não tente retirar pedaços de roupa grudados na pele. Se necessário, recorte em


volta da roupa que está sobre a região afetada.

- Não use manteiga, pomada, creme dental ou qualquer outro produto doméstico
sobre a queimadura.
- Não cubra a queimadura com algodão.
- Não use gelo ou água gelada para resfriar a região.
- Dê bastante líquido para a pessoa ingerir, umedeça um pano limpo e coloque
sobre a área afetada, se houver muita dor, um analgésico.
- Se a queimadura for extensa ou de 3º grau, procure um médico imediatamente.

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Queimaduras químicas

São sempre graves e geralmente causadas por produtos de higiene, cal, gasolina,
álcool e água sanitária.
O que fazer:
- Como as queimaduras químicas são sempre graves, retire as roupas da vítima
rapidamente, tendo o cuidado de não queimar as próprias mãos.
- Lave o local com água corrente por 10 minutos (se forem os olhos, 15 minutos),
enxugue delicadamente e cubra com um curativo limpo e seco.
- Procure ajuda médica imediata.
A queimadura é uma lesão estéril, por isso tenha cuidado ao manuseá-la e evite ao
máximo contaminá-la.

Queimaduras solares

O que fazer:
- Refresque a pele da vítima com compressas frias.
- Faça a pessoa ingerir bastante líquido, mantendo-a na sombra, em local fresco e
ventilado.

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Queimaduras por eletricidade

São causadas por raios ou correntes de alta e baixa voltagem, podendo causar
parada cardíaca e respiratória.
O que fazer:
- Deve-se desligar rapidamente a força elétrica, para então socorrer a pessoa.
Fraturas, entorses, luxações e contusões.

Fratura

É a quebra de um osso causada por uma pancada muito forte, uma queda ou
esmagamento.

Há dois tipos de fraturas: as fechadas, que, apesar do choque, deixam a pele intacta,
e as expostas, quando o osso fere e atravessa a pele. As fraturas expostas exigem
cuidados especiais, portanto nesse caso cubra o local com um pano limpo ou gaze
e procure socorro imediato.

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O que fazer:

- Não movimente a vítima até imobilizar o local atingido.


- Não dê qualquer alimento ao ferido, nem mesmo água.
- Solicite assistência médica; enquanto isso mantenha a pessoa calma e aquecida.
- Verifique se o ferimento não interrompeu a circulação sanguínea.
- Imobilize o osso ou articulação atingido com uma tala.
- Mantenha o local afetado em nível mais elevado que o resto do corpo e aplique
compressas de gelo para diminuir o inchaço, a dor e a progressão do hematoma.

Entorse
É a torção de uma articulação, com lesão dos ligamentos (estrutura que sustenta as
articulações).

Luxação
É o deslocamento de um ou mais ossos para fora da sua posição normal na
articulação.
O que fazer:
- Não se deve fazer massagens na região, nem tentar recolocar o osso no lugar.

Contusão
É uma área afetada por uma pancada ou queda sem ferimento externo. Se o local
estiver arroxeado, é sinal de que houve hemorragia sob a pele (hematoma).
O que fazer em caso de entorse, luxação ou contusão:
Improvise uma tala, amarre delicadamente o membro machucado (braços ou
pernas) a uma superfície, como uma tábua, revista dobrada, vassoura ou outro
objeto qualquer. Use tiras de pano, ataduras ou cintos, sem apertar muito para não
dificultar a circulação sanguínea.
Improvise uma tipoia, utilize um pedaço grande de tecido com as pontas presas ao
redor do pescoço.
Isto serve para sustentar um braço em casos de fratura de punho, antebraço,
cotovelo, costelas ou clavícula. Só use a tipoia se o braço ferido puder ser flexionado
sem dor ou se já estiver dobrado.

Intoxicações e envenenamentos
Venenos são substâncias que, ao serem introduzidas no organismo, em quantidade
suficiente podem causar danos temporários ou permanentes.
Medicamentos, plantas, produtos químicos e substâncias corrosivas são os principais
causadores de envenenamentos ou intoxicação, especificamente em crianças. Os
sinais e sintomas mais comuns são queimaduras nos lábios e na boca, hálito com
cheiro da substância ingerida, vômitos, alteração da pulsação, perda de consciência,
convulsões e, eventualmente, parada cardiorrespiratória.
O que fazer:

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- Se a vítima estiver inconsciente, não provoque vômitos.

- Não induza o vômito se a substância ingerida for corrosiva ou derivada de


petróleo (removedor, gasolina, querosene, polidores, ceras, aguarrás, thinner,
graxas, amônia, soda cáustica, água sanitária, etc.). Esses produtos causam
queimaduras quando ingeridos e podem provocar novas queimaduras durante o
vômito ou liberar gases tóxicos para os pulmões.

- Se possível, identifique o tipo de veneno ingerido e a quantidade.

- Se a vítima estiver consciente, induza vômitos se o agente tóxico for:


medicamentos, plantas, comida estragada, álcool, bebidas alcoólicas, cosméticos,
tinta, fósforo, naftalina, veneno para ratos ou água oxigenada.

Observação: a indução ao vômito é feita através da estimulação da garganta com o


dedo.

Picadas de animais peçonhentos

O que fazer ao socorrer uma vítima picada por animais peçonhentos:

- Não amarre a região da picada.

- Não corte nem fure a picada.


- Não dê nada para a vítima comer, nem beber.

- Coloque um pano com gelo sobre o local.

- A vítima deve ser levada imediatamente ao serviço de saúde mais próximo.


- Sempre que possível, leve o animal que provocou o acidente para ser identificado.

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Picadas de insetos
Abelhas, vespas e marimbondos, quando picam, provocam dor e inchaço.

O que fazer:

- Deve-se remover o ferrão e aplicar compressas frias para aliviar a dor e reduzir o
inchaço.

Picadas de carrapatos
O que fazer:

Deve-se removê-los o mais rápido possível e colocá-los em um vidro para serem


examinados, uma vez que carrapatos são vetores de doenças.

Picadas de escorpiões
Os escorpiões são pouco agressivos, têm hábitos noturnos e encontram-se
geralmente em pilhas de madeiras, adaptando-se bem ao ambiente doméstico. Os
sintomas mais comuns são náuseas, vômitos, salivação, tremores e convulsão.

O que fazer:

- Deve-se transportar o acidentado rapidamente à unidade de saúde para aplicação


de soro específico.

Picada de aranha
No geral o veneno das aranhas possui pouca significância para os seres humanos,
porém isso varia de pessoa para pessoa, pois algumas podem possuir algum grau
de alergia, portanto é importante levar a pessoa e se possível à aranha, para poder
haver identificação da espécie, imediatamente a unidade de saúde para tomar as
devidas providências. Espécies que causam problemas frequentemente e seus
sintomas:

Armadeira (Phoneutria sp)


Escondendo-se durante o dia em pilhas de madeiras, tijolos ou telhas. No interior
das casas escondem-se em sapatos, atrás de cortinas e no meio de roupas.

Dor é o sintoma mais frequente, sendo de intensidade variável –às vezes


insuportável – podendo irradiar-se até a raiz do membro.

Aranha Marrom (Loxosceles sp)


Aranha pouco agressiva, com hábitos noturnos. Encontra-se em pilhas de tijolos,
telhas, beiras de barrancos e também nas residências, escondendo-se nas roupas e
nos calçados.

Apresenta como sintoma pequena dor na hora da picada, após 12 a 24 horas, dor
local com inchaço, mal estar geral, náuseas e febre. Pode causar necrose local.

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Viúva Negra (Latrodectus sp)
Estas aranhas vivem em climas quentes e temperados, em todos os continentes. As
fêmeas constroem suas teias irregulares na vegetação, em arbustos, gramíneas,
lavouras de trigo e de linho. Também são encontradas sob pedras e cascas de
árvores, podendo ainda viver junto às residências humanas, em latas vazias, sapatos
velhos, pneus, etc. Costumam picar apenas quando não podem fugir, geralmente,
quando perturbadas, deixam-se cair da teia, como se estivessem mortas.

As primeiras manifestações ocorrem de 30 minutos a 40 minutos após a picada, dor


local, tipo mialgia, de intensidade e extensão variáveis, sudorese (geralmente
profusa) e agitação psicomotora de intensidade variável.

Caranguejeiras e Tarântulas
No caso das tarântulas, e caranguejeiras, não há necessidade de tratamento.

Picadas de cobras
As picadas de cobras são reconhecidas pelas marcas dos dentes na pele, pela dor
no local atingido, por inchaço e bolas que surgem no local. Toda picada de cobra,
mesmo sem qualquer sintoma, merece atendimento médico.

O que fazer:
- Dê apoio à vítima e leve-a a um serviço médico imediatamente.

- Coloque pano com gelo no local.

- Não remova o veneno por meios mecânicos.


- Deve-se lavar a ferida com água e sabão.

- Não dê álcool à vítima.

- Não dê sedativos ou ácidos acetilsalicílicos.

- Não faça ferimentos adicionais para drenar o veneno.


- Não coloque torniquete, nem tente sugar o veneno.

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Sangramento externo

É visível na superfície do corpo e é decorrente de corte, raspão, perfuração,


produzido por um pedaço de vidro, prego, faca ou outro objeto cortante. Qualquer
ruptura anormal da pele ou da superfície do corpo é chamada de ferimento. Dessa
maneira ocorre o sangramento ou hemorragia.

O que fazer:
- Procure manter o local que sangra em um plano acima do coração.

- Pressione firmemente o local por cerca de dez minutos, comprimindo-o com um


pano limpo dobrado ou com uma das mãos.

- Quando parar de sangrar, cubra o ferimento com uma gaze e prenda-a com uma
atadura firme, mas que permita a circulação do sangue. Se o sangramento persistir
através do curativo, ponha novas ataduras sem retirar as anteriores, evitando a
remoção de eventuais coágulos.

Observação: Quando houver sangramentos intensos nos membros e a compressão


não for suficiente para estancá-los, comprima a artéria ou a veia responsável pelo
sangramento contra o osso, impedindo a passagem de sangue para a região
afetada.
- Não tente retirar corpos estranhos dos ferimentos.

- Não aplique substâncias, como pó de café ou qualquer outro produto, no


sangramento.

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Sangramento interno
Surge em decorrência de um ferimento interno que faz com que o sangue saia do
sistema circulatório, mas não do corpo. Os mais comuns ocorrem no tórax e no
abdômen. A hemorragia interna pode levar rapidamente ao estado de choque e,
por isso, a situação deve ser acompanhada e controlada com muita atenção através
da monitoração dos sinais externos: pulso fraco e acelerado, pele fria e pálida,
mucosas dos olhos e da boca brancas, mãos e dedos arroxeados pela diminuição da
irrigação sanguínea, sede, tontura e inconsciência.
O que fazer:
- Não dê alimentos à vítima, nem a aqueça demais com cobertores.
- Peça auxílio médico imediato.

Sangramentos nasais
O que fazer:
- Incline a cabeça da pessoa para a frente, sentada, evitando que o sangue vá para
a garganta e seja engolido, provocando náuseas.
- Comprima a narina que sangra e aplique compressas frias no local.
- Depois de alguns minutos, afrouxe a pressão vagarosamente e não assoe o nariz.
- Se a hemorragia persistir, volte a comprimir a narina e procure socorro médico.

Choque elétrico
O choque elétrico, geralmente causado por altas descargas, é sempre grave,
podendo causar distúrbios na circulação sanguínea e, em casos extremos, levar à
parada cardiorrespiratória.
Na pele, podem aparecer duas pequenas áreas de queimaduras (geralmente de 3º
grau) - a de entrada e de saída da corrente elétrica.
O que fazer:
- Desligue o aparelho da tomada, ou a chave geral.
- Se tiver que remover a vítima com as mãos, envolva-as em um jornal ou num saco
de papel.
- Se possível empurre a vítima para longe da fonte de eletricidade com um objeto
seco, não condutor de corrente, como um cabo de vassoura, tábua, corda seca,
cadeira de madeira ou bastão de borracha.
- Se houver parada cardiorrespiratória, aplique a ressuscitação.
- Cubra as queimaduras com uma gaze ou com um pano bem limpo.
- Se a pessoa estiver consciente, deite-a de costas, com as pernas elevadas. Se
estiver inconsciente, deite-a de lado.
- Se necessário, cubra a pessoa com um cobertor e mantenha-a calma.
- Procure ajuda médica imediata.

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Corpos estranhos e asfixia

Crianças pequenas podem, acidentalmente, introduzir objetos nas cavidades do


corpo, em especial no nariz, boca e ouvidos. Esses objetos são, na maioria das
vezes, peças de brinquedos, sementes, moedas, bolinhas de papel e grampos. Se
houver asfixia, a vítima apresentará pele azulada e respiração difícil ou ausente.
No ouvido
- Não tente retirar objetos profundamente introduzidos, nem coloque nenhum
instrumento no canal auditivo.
- Não bata na cabeça para que o objeto saia, a não ser que se trate de um inseto
vivo.
- Pingue algumas gotas de óleo mineral morno (vire a cabeça para que o óleo e o
objeto possam escorrer para fora), e procure ajuda médica especializada
imediatamente.
Nos olhos
- Não deixe a vítima esfregar ou apertar os olhos.
- Pingue algumas gotas de soro fisiológico ou de água morna no olho atingido. Se
isso não resolver, cubra os dois olhos com compressas de gaze, sem apertar, e
procure um médico.
- Se o objeto estiver cravado no olho não tente retirá-lo; cubra os olhos da vítima e
procure ajuda médica. Se não for possível fechar os olhos, cubra-os com um cone
de papel grosso (por exemplo, um copo) e procure ajuda médica imediata.
No nariz
- Instrua a vítima para respirar somente pela boca, orientando-a para assoar o nariz.
- Não introduza nenhum instrumento nas narinas para retirar o objeto. Se ele não
sair, procure auxílio médico.

Objetos engolidos
- Nunca tente puxar os objetos da garganta ou abrir a boca para examinar o seu
interior.

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Deixe a pessoa tossir com força, pois esse é o recurso mais eficiente quando não há
asfixia.
- Se o objeto tem arestas ou pontas e a pessoa reclamar de dor, procure um
médico.
- Se a pessoa não consegue tossir com força, falar ou chorar, é sinal de que o
objeto está obstruindo as vias respiratórias, o que significa que há asfixia.
O que fazer:

- Ponha-se de pé atrás da vítima, que também deve estar de pé,

- Coloque uma de suas mãos com o punho cerrado e seu polegar virado para fora,
(como se fosse pedir carona) na boca do estômago da vítima;

- Com a sua outra mão posicionada por cima desta empurre com firmeza para
dentro e para cima, como se estivesse desenhando uma vírgula, pressionando a
barriga da vítima.

Parada cárdio- respiratória

Em decorrência da gravidade de um acidente pode acontecer a parada


cardiorrespiratória, levando a vítima a apresentar, além da ausência de respiração e
pulsação, in consciência, pele fria e pálida, lábios e unhas azulados.

O que fazer:
- Não dê nada à vítima para comer, beber ou cheirar.
Só aplique os procedimentos a seguir se você tiver certeza de que o coração não
está batendo:

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Procedimentos preliminares
- Se o ferido estiver de bruços e houver suspeita de fraturas, mova-o rolando o
corpo todo de uma só vez, colocando-o de costas no chão.
- Faça isso sempre com o auxílio de mais duas ou três pessoas a fim de não virar ou
dobrar as costas e o pescoço da vítima, evitando assim lesar a medula quando
houver vértebras quebradas. Verifique então se há algo da boca da vítima que
impeça a respiração.
A ressuscitação cárdio- pulmonar
- Com a pessoa no chão, coloque uma mão sobre a outra e localize a extremidade
inferior do osso vertical que está no centro do peito (chamado osso esterno).
- Ao mesmo tempo outra pessoa deve aplicar respiração boca-a-boca, firmando a
cabeça da vítima e fechando as narinas com o indicador e o polegar, mantendo o
queixo levantado para esticar o pescoço.
- Enquanto o ajudante enche os pulmões, soprando adequadamente para insuflá-
los, pressione o peito a intervalos curtos de tempo, até que o coração volte a bater.
Esta sequência deve ser feita da seguinte forma: se você estiver sozinho, faça dois
sopros para cada quinze pressões no coração; se houver alguém o ajudando, faça
um sopro para cada cinco pressões.

Emergências clínicas desmaio


É a perda momentânea da consciência. Pode ocorrer por falta de alimentação, após
a doação de sangue ou quando se presencia alguém sangrando ou sofrendo.
O que fazer:
- Remova a vítima para um ambiente arejado.
- Solte as roupas da vítima, deixando-a confortável.
- Coloque-a deitada de costas, com as pernas elevadas e a cabeça baixa.
- Se o desmaio durar mais de dois minutos procure auxílio médico.
- Mantenha sempre as vias aéreas da vítima livres.
- Não ofereça nada para ela cheirar, beber ou comer. Caso a vítima volte a si após
alguns minutos, tente colocá-la sentada e depois, devagar, ajude-a a ficar em pé,
sempre a amparando, para ter certeza de que ela voltou ao normal.

Convulsões
São contrações incontroláveis dos músculos. Duram poucos minutos, são fortes,
com movimentos desordenados e em geral, acompanhados de perda de
consciência.
Normalmente, durante a convulsão, além da contratura desordenada da
musculatura, há salivação abundante e, às vezes, eliminação de fezes e urina. A
queda da vítima é quase sempre desamparada, podendo ocorrer ferimentos.
O que fazer:
- Proteja a cabeça da vítima.
- Afrouxe as roupas da vítima. Deixe-a se debater livremente.
- Evite a mordedura da língua, colocando um lenço dobrado entre as arcadas
dentárias da vítima.

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- Uma vez sem convulsão, mantenha a vítima em repouso.
- Após a convulsão é comum a sonolência. Deixe-a dormir.
- Oriente a vítima a procurar um médico.
Muito bem, estamos chegando ao final do nosso curso de Balco Farmacista,
esperamos que com o nosso curso você se transforme em um profissional de
sucesso.
Eu fico por aqui espero lhe encontrar futuramente em outro curso.
Lembre- se achando que ficou alguma duvida sugiro que refaça a aula, pois não
queremos duvida alguma.
Agora solicite ao seu professor os exercícios de fixação referente a essa aula. Eles
são fundamentais para seu aprendizado, sempre os faça antes da avaliação da aula.
Até a próxima!

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