Você está na página 1de 58

Supplements to Vetus Testamentum

Editado por
H. M. Barstad, P. A. Bird, R. P. Gordon,
A. Hurvitz, A. Van Der Kooij, A. Lemaire,
R. Smend, J. Trebolle Barrera,
J. C. VanderKam e H. G. M. Williamson
A série Supplements to Vetus Testamentum abrange toda a extensão de estudos
do Antigo Testamento, incluindo estudos sobre a Septuaginta, pesquisas relevantes
de ugarítico para o estudo do Antigo Testamento, estudos hebraicos, estudos sobre a
antiga história e sociedade israelitas e estudos sobre a história da disciplina. Há tanto
obras individuais quanto volumes coletivos, estes últimos incluem os Proceedings
of the Triennial International Congresses of the International Organization for the
Study of the Old Testament.
Este volume contém trinta e oito estudos dedicados à Septuaginta, escritos
por um expert reconhecido em nível internacional sobre a referida versão bíblica
clássica e a sua relação com a Bíblia Hebraica. A experiência do autor sobre tais
tópicos é baseada em mais de três décadas de trabalho no Hebrew University
Bible Project (HUBP), no projeto Computer Assisted Tools for Septuagint Studies
(CATSS) e em cursos anuais sobre a Septuaginta ministrados na Universidade
Hebraica de Jerusalém. Tais estudos, originalmente publicados entre 1971 e 1997,
tratam dos seguintes assuntos: tópicos gerais, lexicografia, técnicas de tradução e
exegese da Septuaginta, crítica textual e literária da Bíblia Hebraica e as revisões
da Septuaginta.
Todos os estudos incluídos nesta obra foram revisados, ampliados ou, em alguns
casos, encurtados de maneira considerável; e integram estudos que apareceram
posteriormente após a redação original dos mesmos.

Emanuel Tov é doutor em estudos bíblicos pela Universidade


Hebraica de Jerusalém (1973). Ele tem publicado de maneira
extensiva estudos sobre crítica textual da Septuaginta e da Bíblia
Hebraica. Em 1990 ocupou a cadeira do Departamento J. L. Magnes
de Estudos Bíblicos na mesma universidade. Tov especializou-se
em vários aspectos da crítica textual e literária da Bíblia Hebraica e
da Septuaginta, bem como dos Manuscritos do Deserto da Judeia.
Além de escrever vários livros e artigos, o autor ainda está envolvido
em vários projetos de pesquisa. Entre 1990 e 2009, direcionou a sua energia no projeto de
publicação de todos os Manuscritos do Deserto da Judeia na série Discoveries in the Judaean
Desert (DJD).

Tradução
Edson de Faria Francisco
A BÍBLIA GREGA E HEBRAICA
A Bíblia Grega e Hebraica: Ensaios Reunidos sobre a Septuaginta

Esta obra foi publicada originalmente na série

SUPPLEMENTS
TO VETUS
TESTAMENTUM
Editado por:

H. M. BARSTAD, P. A. BIRD, R. P. GORDON,


A. HURVITZ, A. VAN DER KOOIJ, A. LEMAIRE,
R. SMEND, J. TREBOLLE BARRERA,
J. C. VANDERKAM E H. G. M. WILLIAMSON

VOLUME LXXII
(Leiden-Boston-Köln: Brill, 1999)
A BÍBLIA GREGA
E
HEBRAICA
Ensaios Reunidos Sobre a Septuaginta

EMANUEL TOV
bvbooks
BV Films Editora Eireli
A BÍBLIA GREGA E HEBRAICA:
ENSAIOS REUNIDOS SOBRE A SEPTUAGINTA
Traduzida da “The Greek and Hebrew Bible”. Collected Essays
Rua Visconde de Itaboraí, 311 on the Septuagint / by Emanuel Tov. Copyright © 1999.
Centro | Niterói | RJ | 24.030-090
55 21 2127-2600 | www.bvbooks.com.br Emanuel Tov - Dept of Bible - Hebrew University - Jerusalem
91905 - Israel.

Editor Responsável
Claudio Rodrigues

Adaptação Capa Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9610/98.


Jullian Ferreira É expressamente proibida a reprodução deste livro, no seu
todo ou em parte, por quaisquer meios, sem o devido con-
sentimento por escrito.
Diagramação
Os conceitos concebidos nesta obra não, necessariamente,
Greice Marry S. Mattos
representam a opinião da BVBooks, selo editorial BV Films
Editora Eireli. Todo o cuidado e esmero foram empregados
nesta obra; no entanto, podem ocorrer falhas por alterações
Tradução de software e/ou por dados contidos no original. Disponibi-
Edson de Faria Francisco lizamos nosso endereço eletrônico para mais informações e
envio de sugestões: faleconosco@bvbooks.com.br.

RevisãoTextual
Edson de Faria Francisco Todos os direitos em língua portuguesa reservados à
Ana Julia Ferro BVbooks Editora ©2016.

TOV Emanuel. A Bíblia Grega e Hebraica, Ensaios


Reunidos sobre a Septuaginta.
Rio de Janeiro: bvbooks Editora, 2019.

ISBN 978-85-8158-189-7
1ª edição Março | 2019
Impressão e Acabamento Índia
Categoria Formação / Acadêmico
DEDICADO À MEMÓRIA
DE DOIS PARENTES MUITO PRÓXIMOS
CUJA PERDA É GRANDEMENTE SENTIDA

JUDA KOEKOEK ‫( ז’’ל‬1914–1998)

DEBORAH M. E. KOEKOEK ‫( ז’’ל‬1971–1998)


SUMÁRIO

Prefácio............................................................................................................................. ix
Fontes................................................................................................................................ xi
Edições de Fontes Textuais.................................................................................................. xiv
Periódicos, Obras de Referência e Séries.................................................................... xv
Abreviaturas Bibliográficas......................................................................................... xix
Outras Abreviaturas................................................................................................. xxxiii

I. Estudos Gerais...............................................................................................................1
1. A Tradição Rabínica Concernente às “Alterações” Inseridas na Tradução
grega da Torá e a sua Relação com o Texto Original da Septuaginta.................3
2. O Quinto Fascículo de O Livro de Josué em Grego de Margolis.............................21
3. A Base de Dados Computadorizada Para a Pesquisa da Septuaginta..............31
4. Glosas, Interpolações e Outros Tipos de Adições Escribais no Texto da
Bíblia Hebraica..........................................................................................................53
5. Eine Tora Für Den König Talmai................................................................................75

II. Lexicografia..................................................................................................................83
6. Três Dimensões de Palavras na Septuaginta........................................................85
7. Algumas Considerações Sobre Um Léxico da Septuaginta................................95
8. “Palavras gregas e Significados hebraicos”........................................................109

III. Técnica de Tradução e Exegese.................................................................................129


9. Palavras Compostas na Septuaginta Representando Duas ou Mais
Palavras Hebraicas..................................................................................................131
10. Exegese Tipo-Midrash na Septuaginta de Josué.................................................153
11. Palavras Emprestadas, Homofonia e Transliterações na Septuaginta............163
12. A Tradução Septuagintal da Torá Como Uma Fonte e Recurso para
os Tradutores Pós-Pentateucais*..........................................................................181
13. A Representação dos Aspectos do Acausativo do Hiph‘il na
Septuaginta..............................................................................................................195
14. Os Tradutores da Septuaginta Sempre Entendiam o Texto Hebraico
Deles?........................................................................................................................203
15. Estudo Auxiliado por Computador dos Critérios Para Avaliação da
Literalidade das Unidades de Tradução na Septuaginta Escrito
VIII SUMÁRIO

Conjuntamente Com B.G. Wright........................................................................219


16. A Natureza e Estudo da Técnica de Tradução da Septuaginta.......................239
17. Traduções de Combinações do Infinitivo Absoluto e Verbos Finitos na
Septuaginta — Sua Natureza e Distribuição......................................................247
18. Exegese Teologicamente Motivada Incluída na Septuaginta...........................257

IV. A Septuaginta e a Crítica Textual da Bíblia Hebraica..............................................271


19. As Filiações Textuais de 4QSma............................................................................273
20. A Contribuição dos Rolos de Qumran para o Entendimento da
Septuaginta..............................................................................................................283
21. Trocas de Consoantes entre o Texto Massorético e a Vorlage da
Septuaginta..............................................................................................................299

V. A Septuaginta e a Crítica Literária da Bíblia Hebraica.............................................309


22. Notas Exegeticas Sobre a Vorlage Hebraica da Septuaginta de
Jeremias 27 (34).......................................................................................................311
23. A Composição de 1Samuel 16–18 à Luz da Septuaginta..................................327
24. A História Literária do Livro de Jeremias à Luz de sua História
Textual......................................................................................................................359
25. O Crescimento do Livro de Josué à Luz da Evidência da Septuaginta..........381
26. Diferenças Caracterizadas pela Revisão Textual Crítica entre o Texto
Massorético e a Septuaginta de Ezequiel...........................................................393
27. Algumas Diferenças de Sequência entre o Texto Massorético e a
Septuaginta e suas Ramificações para a Crítica Literária.................................407
28. Diferenças Recensionais entre o Texto Massorético e a Septuaginta de
Provérbios................................................................................................................415
29. Diferentes Edições do Cântico de Ana e de sua Estrutura Narrativa.............429

VI. Revisões da Septuaginta...........................................................................................451


30. Papiros Giessen 13, 19, 22, 26: Uma Revisão da Septuaginta?........................453
31. Luciano e Proto-Luciano Rumo a uma Nova Solução do Problema...............471
32. A Metodologia da Crítica Textual nas Escrituras Judaico-Gregas, com Atenção
Especial aos Problemas em Samuel–Reis — o Estado da Questão.......................... 483
33. Transliterações de Palavras Hebraicas nas Versões Gregas uma
Característica Adicional da Revisão Kaige-Te?...................................................493
34. Uma Inscrição Grega do Original Samaritano Encontrada em Tessalônica..505
35. A Relação Entre as Versões Gregas de Baruque e Daniel.................................511
36. A História Textual do Cântico de Débora no Texto A da Septuaginta...........519
37. O Texto “Luciânico” das Seções Canônica e Apócrifa de Ester:
Um Livro Bíblico Reescrito....................................................................................527
38. As Adições da Septuaginta (‘Miscelâneas’) Em 1Reis 2 (3Reinos 2)...............541
PREFÁCIO

O meu interesse na tradução grega da Bíblia foi inflamado, primeiramente, por


um curso dado pelo professor I.L. Seeligmann, recentemente falecido, no se-
gundo ano de estudos do meu bacharelado na Universidade Hebraica (1962), e
desde então essa área tem permanecido um dos focos principais do meu interesse
acadêmico. Os seis títulos das seções dos trinta e oito capítulos refletem os vários
aspectos das minhas pesquisas sobre a Septuaginta: lexicografia, técnica de tradu-
ção e exegese, a Septuaginta e a crítica textual da Bíblia Hebraica, a Septuaginta e
a crítica literária da Bíblia Hebraica e as revisões da Septuaginta. A primeira seção
contém vários estudos gerais.
Esse volume contém a grande maioria dos meus artigos referentes à Septuagin-
ta, com a exclusão de artigos introdutórios sobre a Septuaginta em enciclopédias e
livros-texto, artigos que eram Vorarbeiten - [preliminares] - para o meu livro The Text-
-Critical Use of the Septuagint in Biblical Research (TCU) (Jerusalem Biblical Studies
2, 8; primeira edição 1981; segunda edição, revista e ampliada, 1997; Jerusalem:
Simor), e a maior parte dos artigos relacionados com o projeto CATSS (Computer
Assisted Tools for Septuagint Studies).
Os trinta e oito estudos reunidos neste livro foram originalmente publicados
entre os anos de 1971 e 1997 em vários periódicos e monografias. Para uma lista
detalhada destas fontes, veja-se as páginas xi-xii.
Todos os estudos incluídos nesta monografia foram revisados, aumentados ou
encurtados; em alguns casos de maneira considerável. Em duas ocasiões dois arti-
gos foram combinados para formar um, novo. Em todos os casos eu tentei integrar
na análise estudos que surgiram de maneira subsequente aos artigos originais. Em
algumas ocasiões, a discussão poderia ser encurtada ao referenciar duas monogra-
fias: o meu livro mencionado previamente TCU e no Crítica Textual da Bíblia Hebrai-
ca, editora Bvbooks 2017.
Eu devo muitíssima gratidão sincera a várias pessoas que me ajudaram a criar a
presente versão dos meus escritos reunidos a respeito da Septuaginta. Steve Daley
gentilmente leu criticamente o manuscrito completo e comentou muitos detalhes.
Janice Karnis melhorou o inglês de metade dos capítulos do livro. Na produção
técnica do livro eu fui grandemente ajudado pelos meus filhos. Enquanto os artigos
X PREFÁCIO

mais recentes estavam disponíveis em formato eletrônico, a maioria dos artigos


não estava. Esses artigos tiveram a formatação do texto feita no computador por
Ariel e Ophirah. O manuscrito do livro completo foi meticulosamente revisado por
Amitai e Ayelet. A maioria das referências foram também rechecadas nas fontes.
Eu sou grato a Koninklijke Brill, de Leiden, e especialmente ao Sr. H. van der
Meij, pelo encorajamento deles na publicação dessa monografia e pela produção
competente. Os editores dos Supplements to Vetus Testamentum são para serem agra-
decidos pela inclusão desta monografia na publicação nas séries.

Jerusalém, Pessaḥ de 5759 (abril de 1999)


Emanuel Tov
FONTES

1. “The Rabbinic Tradition concerning the ‘Alterations’ Inserted into the Greek Pen-
tateuch and Their Relation to the Original Text of the LXX”. JSJ 15 (1984), p. 65–89.
2. “The Discovery of the Missing Part of Margolis’ Edition of Joshua”. BIOSCS
14 (1981), p. 17–21; “The Fifth Fascicle of Margolis’ The Book of Joshua in
Greek”. JQR 74 (1984), p. 397–407.
3. “Computer Assisted Alignment of the Greek-Hebrew Equivalents of the Ma-
soretic Text and the Septuagint”. In: N. Fernández Marcos (ed.). La Septuagin-
ta en la investigacíon contemporanea (V Congresso da IOSCS) (Textos y Estudios
“Cardenal Cisneros” 34; Madrid, 1985), p. 221–242.
4. “Glosses, Interpolations, and Other Types of Scribal Additions in the Text of
the Hebrew Bible”. In: S.E. Balentine; J. Barton (eds.). Language, Theology, and
the Bible—Essays in Honour of James Barr (Oxford, 1994), p. 40–66.
5. Review of: G. Veltri. Eine Tora für den König Talmai—Unter-suchungen zum
Übersetzungsverständnis in der jüdisch–hellenistischen und rabbinischen Literatur
(TSAJ 41; Tübingen, 1994). In: Scripta Classica Israelica 14 (1995), p. 178–183.
6. “Three Dimensions of LXX Words”. RB 83 (1976), p. 529–544.
7. “Some Thoughts on a Lexicon of the LXX”. BIOSCS 9 (1976), p. 14–46.
8. “Greek Words and Hebrew Meanings”. In: T. Muraoka (ed.). Melbourne Sym-
posium on Septuagint Lexicography (SCS 28; Atlanta, 1990), p. 83–125.
9. “Compound Words in the LXX Representing Two or More Hebrew Words”.
Bib 58 (1977), p. 189–212.
10. “Midrash-Type Exegesis in the LXX of Joshua”. RB 85 (1978), p. 50–61.
11. “Loan-words, Homophony and Transliterations in the Septuagint”. Bib 60
(1979), p. 216–236.
12. “The Impact of the LXX Translation of the Pentateuch on the Translation of
the Other Books”. In: P. Casetti; O. Keel; A. Schenker (eds.). Mélanges Domini-
que Barthélemy (OBO 38; Fribourg/ Göttingen, 1981), p. 577–592.
13. “The Representation of the Causative Aspects of the Hiphc il in the LXX—A
Study in Translation Technique”. Bib 63 (1982), p. 417–424.
XII FONTES

14. “Did the Septuagint Translators Always Understand Their Hebrew Text?”. In:
A. Pietersma; C.E. Cox (eds.). De Septuaginta, Studies in Honour of John William
Wevers on His Sixty-Fifth Birthday (Mississauga, Ont., 1984), p. 53–70.
15. “Computer-Assisted Study of the Criteria for Assessing the Literalness of
Translation Units in the LXX”. Textus 12 (1985), p. 149–187.
16. “The Nature and Study of the Translation Technique of the LXX in the Past
and Present”. In: C.E. Cox (ed.). VI Congress of the International Organization for
Septuagint and Cognate Studies (SCS 23; 1987), p. 337–359.
17. “Renderings of Combinations of the Infinitive Absolute Construction and Fini-
te Verbs in the LXX—Their Nature and Distribution”. In: D. Fraenkel e outros
(eds.). Studien zur Septuaginta— Robert Hanhart zu Ehren (Mitteilungen der Sep-
tuaginta Unternehmung XX; Göttingen, 1990), p. 64–73.
18. “Theologically Motivated Exegesis Embedded in the Septuagint”. Proceedings
of a Conference at the Annenberg Research Institute May 15–16, 1989 (A JQR Sup-
plement 1990; Philadelphia, 1990), p. 215–233.
19. “The Textual Affiliations of 4QSama”. JSOT 14 (1979) 37–53; reimpr. In: E. Tov
(ed.). The Hebrew and Greek Texts of Samuel, 1980 Proceedings IOSCS, Vienna (Aca-
demon: Jerusalem, 1980), p.189–205.
20. “The Contribution of the Qumran Scrolls to the Understanding of the LXX”.
In: G.J. Brooke; B. Lindars (eds.). Septuagint, Scrolls and Cognate Writings: Pa-
pers Presented to the International Symposium on the Septuagint and Its Relations to
the Dead Sea Scrolls and Other Writings (Manchester, 1990) (SCS 33; Atlanta, GA
1992), p.11–47.
21. “Interchanges of Consonants between the Masoretic Text and the Vorlage of the
Septuagint”. In: M. Fishbane; E. Tov (eds.). “Sha arei Talmon”—Studies in the Bi-
ble, Qumran, and the Ancient Near East Presented to Shemaryahu Talmon (Winona
Lake, 1992), p. 255–266.
22. “Exegetical Notes on the Hebrew Vorlage of the LXX of Jeremiah 27 (34)”. ZAW
91 (1979), p. 73–93.
23. “The Composition of 1 Samuel 17–18 in the Light of the Evidence of the Septu-
agint Version”. In: J.H. Tigay (ed.). Empirical Models for Biblical Criticism (Phila-
delphia, 1985), p. 97–130.
24. “The Literary History of the Book of Jeremiah in the Light of Its Textual His-
tory”. In: J.H. Tigay (ed.). Empirical Models for Biblical Criticism (Philadelphia,
1985), p. 211–237.
25. “The Growth of the Book of Joshua in the Light of the Evidence of the LXX
Translation”. Scripta Hierosolymitana 31 (1986), p. 321–339.
FONTES XIII

26. “Recensional Differences between the MT and LXX of Ezekiel”. ETL 62 (1986),
p. 89–101.
27. “Some Sequence Differences between the MT and LXX and Their Ramifications
for the Literary Criticism of the Bible”. JNSL 13 (1987), p. 151–160.
28. “Recensional Differences between the Masoretic Text and the Septuagint of
Proverbs”. In: H.W. Attridge et alii (eds.). Of Scribes and Scrolls, Studies on the
Hebrew Bible, Intertestamental Judaism, and Christian Origins Presented to John
Strugnell (College Theology Society Resources in Religion 5; Lanham, 1990),
p. 43–56.
29. “Different Editions of the Song of Hannah”. In: M. Cogan; B.L. Eichler; J.H.
Tigay (eds.). Tehillah le-Moshe, Biblical and Judaic Studies in Honor of Moshe Gre-
enberg (Winona Lake, 1997), p. 149–170.
30. “Pap. Giessen 13, 19, 22, 26: A Revision of the LXX?”. RB 78 (1971) p. 355–383
e ilustrações X–XI.
31. “Lucian and Proto-Lucian—Toward a New Solution of the Problem”. RB 79
(1972), p. 101–113; reimpr. In: F.M. Cross; S. Talmon (eds.). Qumran and the
History of the Biblical Text (Cambridge, 1975), p. 293–305.
32. “The Methodology of Textual Criticism in Jewish Greek Scriptures, with Spe-
cial Attention to the Problems in Samuel–Kings— The State of the Question:
Problems and Proposed Solutions”. In: R.A. Kraft (ed.), Septuagint and Cognate
Studies 2 (1972), p. 3–15.
33. “Transliterations of Hebrew Words in the Greek Versions of the Old Testament-
—A Further Characteristic of the kaige-Th. Revision?”. Textus 8 (1973), p. 78–92.
34. “Une inscription grecque d’origine samaritaine trouvée à Thessalonique”. RB
81 (1974), p. 43–48.
35. “The Relation between the Greek Versions of Baruch and Daniel”. In: M.E. Sto-
ne (ed.), Armenian and Biblical Studies (Jerusalem, 1976), p. 27–34.
36. “The Textual History of the Song of Deborah in the A Text of the LXX”. VT 28
(1978), p. 224–232.
37. “The ‘Lucianic’ Text of the Canonical and the Apocryphal Sections of Esther: A
Rewritten Biblical Book”. Textus 10 (1982), p. 1–25.
38. “The LXX Additions (Miscellanies) in 1 Kings 2”. Textus 11 (1984), p. 89–118.
EDIÇÕES DE FONTES TEXTUAIS

LXX Os volumes individuais na série da Septuaginta de Göttingen, quando


existentes; caso contrário, o texto da LXX é citado de acordo com a edi-
ção de Rahlfs, Septuaginta.
LXXMS(S) Os volumes individuais na série Göttingen Septuagint, quando existen-
tes; caso contrário, o texto do(s) manuscrito(s) é citado de acordo com
as edições da série de Cambridge.
LXX* O texto ‘original’ da LXX reconstruído nas edições de Göttingen ou em
Rahlfs, Septuaginta, como oposto às revisões posteriores corrigindo a
tradução em aproximação ao Texto Protomassorético.
LXXLuc A tradução luciânica (principalmente os manuscritos b,o,c2,e2, de acor-
do com as siglas utilizadas na Septuaginta de Cambridge) da LXX cita-
da de acordo com as edições Göttingen e Cambridge.
PS Α. Tal, The Samaritan Pentateuch, Edited According to MS 6 (C) of the
Shekhem Synagogue (Texts and Studies in the Hebrew Language and Re-
lated Subjects 8; Tel Aviv 1994).
S A edição de Leiden da Peshitta, quando existente: The Old Testament in
Syriac According to the Peshitta Version (Leiden, 1966-), caso contrário, a
edição de Lee (London, 1823) é citada.
TF M.L. Klein, The Fragment-Targums of the Pentateuch According to their Ex-
tant Sources, vols. I-II (AnBib 76; Roma 1980).
TJ D. Rieder, Pseudo-Jonathan—Targum Jonathan ben Uzziel on the Pentateu-
ch Copied from the London MS (Jerusalem, 1974).
TN A. Diez Macho, Neophyti I, vols. I-V (Madrid/Barcelona, 1968-1978).
T O
A. Sperber, The Bible in Aramaic Based on Old Manuscripts and Printed
Texts, vols. I-IVa (Leiden, 1959-1968).
TM BHS
V Weber, Biblia Sacra iuxta Vulgatam versionem (2. ed.; Stuttgart 1975)
PERIÓDICOS, OBRAS DE REFERÊNCIA E SÉRIES

AASF Annales Academiae Scientiarum Fennicae


AB Anchor Bible
AbrN Abr-Nahrain
AJSL American Journal of Semitic Languages and Literatures
AnBib Analecta Biblica
ANRW Aufstieg und Niedergang der römischen Welt
AOAT Alter Orient und Altes Testament
AOS American Oriental Series
ASTI Annual of the Swedish Theological Institute
ATAbh Alttestamentliche Abhandlungen
BA Biblical Archaeologist
BASOR Bulletin of the American Schools of Oriental Research
BBLAK Beiträge zur biblischen Landes- und Altertumskunde
BETL Bibliotheca ephemeridum theologicarum lovaniensium
Bib Biblica
BibOr Biblica et orientalia
BiOr Bibliotheca Orientalis
BIOSCS Bulletin of the International Organization for Septuagint and
Cognate Studies
BJPES Bulletin of the Jewish Palestine Exploration Society
BJRL Bulletin of the John Rylands University Library of Manchester
BK Biblischer Kommentar
BSac Bibliotheca Sacra
BT The Bible Translator
BWANT Beiträge zur Wissenschaft vom Alten und Neuen Testament
BZ Biblische Zeitschrift
XVI ABREVIATURAS

BZAW Beihefte zur Zeitschrift für die alttestamentliche Wissenschaft


CATSS Computer Assisted Tools for Septuagint Studies
CB Cambridge Bible for Schools and Colleges
CBQ Catholic Biblical Quarterly
CBQMS Catholic Biblical Quarterly Monograph Series
ConB Coniectanea biblica
CR Classical Review
DB Dictionnaire de la Bible
DBSup Dictionnaire de la Bible, Supplément
ÉBib Études bibliques
EncBib Encyclopaedia Biblica (hebr.)
EncBrit Encyclopaedia Britannica
EncJud Encyclopaedia Judaica
ErIsr Eretz Israel
EstBib Estudios bíblicos
ETL Ephemerides theologicae lovanienses
FRLANT Forschungen zur Religion und Literatur des Alten und
Neuen Testaments
HAR Hebrew Annual Review
HAT Handbuch zum Alten Testament
HSM Harvard Semitic Monographs
HSS Harvard Semitic Studies
HThR Harvard Theological Review
HUCA Hebrew Union College Annual
ICC International Critical Commentary
IDB The Interpreter’s Dictionary of the Bible
IDBSup The Interpreter’s Dictionary of the Bible, Supplementary Volume
IEJ Israel Exploration Journal
IOMS The International Organization for Masoretic Studies
IOSCS International Organization for Septuagint and Cognate Studies
JANESCU Journal of the Ancient Near Eastern Society of Columbia University
JAOS Journal of the American Oriental Society
JBL Journal of Biblical Literature
JBR Journal of Bible and Religion
ABREVIATURAS XVII

JCS Journal of Cuneiform Studies


JE The Jewish Encyclopedia
JJSt Journal of Jewish Studies
JNESt Journal of Near Eastern Studies
JNSL Journal of Northwest Semitic Languages
JQR Jewish Quarterly Review
JQRSup Jewish Quarterly Review Supplement
JSJ Journal for the Study of Judaism in the Persian, Hellenistic and Roman
Period
JSOT Journal for the Study of the Old Testament
JSOTSup Journal for the Study of the Old Testament— Supplement
Series
JSSt Journal of Semitic Studies
JThSt Journal of Theological Studies
KAT Kommentar zum Alten Testament (Leipzig, 1913–;
Gütersloh, 1962–)
KEH Kurzgefasstes exegetisches Handbuch zum Alten
KHAT Testament (Leipzig, 1838–)
Kurzer Hand-Commentar zum Alten Testament
(Freiburg-Tübingen, 1897–1903)
MGWJ Monatsschrift für Geschichte und Wissenschaft des Judentums
MSU Mitteilungen des Septuaginta-Unternehmens
NAWG Nachrichten der Akademie der Wissenschaften in
Göttingen
NCB New Century Bible
NKZ Neue kirchliche Zeitschrift
NTT Nederlands Theologisch Tijdschrift
OBO Orbis biblicus et orientalis
OCD Dicionário Clássico Oxford
OLZ Orientalische Literaturzeitung
OTS Oudtestamentische Studiën
PAAJR Proceedings of the American Academy of Jewish Research
PSBA Proceedings of the Society of Biblical Archaeology
XVIII ABREVIATURAS

RB Revue biblique
REJ Revue des études juives
RevQ Revue de Qumran
RHR Revue de l’histoire des religions
SBL Society of Biblical Literature
SBLDS Society of Biblical Literature Dissertation Series
SBLMasS Society of Biblical Literature Masoretic Series
SBT Studies in Biblical Theology
SCS Septuagint and Cognate Studies
ScrHier Scripta Hierosolymitana
SEÅ Svensk Exegetisk Årsbok
SJOT Scandinavian Journal of the Old Testament
SOTS The Society for Old Testament Study
STDJ Studies on the Texts of the Desert of Judah
STL Studia Theologica Lundensia
SVTP Studia in Veteris Testamenti Pseudepigrapha
TLZ Theologische Literaturzeitung
TRE Theologische Realenzyklopädie
TRu Theologische Rundschau
TQ Theologische Quartalschrift
TS Texts and Studies
TSAJ Texte und Studien zum Antiken Judentum
TSK Theologische Studien und Kritiken
TU Texte und Untersuchungen
TynBul Tyndale Bulletin
UF Ugarit-Forschungen
VT Vetus Testamentum
VTSup Vetus Testamentum, Supplements
WdO Die Welt des Orients
WTJ Westminster Theological Journal
WMANT Wissenschaftliche Monographien zum Alten und Neuen Testament
WUNT Wissenschaftliche Untersuchungen zum Neuen Testament
ZAW Zeitschrift für die alttestamentliche Wissenschaft
ZDMG Zeitschrift der deutschen morgenländischen Gesellschaft
ABREVIATURAS BIBLIOGRÁFICAS

Actes 1986
Actes du Premier Colloque Internationale Bible et Informatique: Le texte, Louvain-
la-Neuve (Belgique) 2-3-4 septembre 1985 (Paris-Genève, 1986)
Allen, Chronicles
L.C. Allen. The Greek Chronicles, I (VTSup 25. Leiden, 1974)
Aptowitzer, “Berichte”
V. Aptowitzer. “Die rabbinischen Berichte über die Entstehung der Septua-
ginta”. Haqedem 2 (1909), p. 11–27, 102–122; 123 (1910), p. 4–17
BAGD
W.F. Arndt; F.W. Gingrich; F.W. Danker. A Greek-English Lexicon of the New
Testament and Other Early Christian Literature (2. ed. Chicago-London, 1979)
Barr, Comparative Philology
J. Barr. Comparative Philology and the Text of the Old Testament (Oxford 1986;
reimpr. Winona Lake, 1987)
Barthélemy, Devanciers
D. Barthélemy. Les devanciers d’Aquila (VTSup 10. Leiden, 1963)
—, Études
—, Études d’histoire du texte de l’Ancien Testament (OBO 21. Fribourg-
Göttingen, 1978)
—, CT 1
—, Critique textuelle de l’Ancien Testament, 1 (OBO 50/1. Fribourg-Göttingen, 1982)
Bauer, Wörterbuch
W. Bauer. Griechisch-Deutsches Wörterbuch zu den Schriften des Neuen Tes-
taments (5. ed. Berlin, 1958)
BDB
S.R. Driver; F. Brown; C.A. Briggs. A Hebrew and English Lexicon of the Old
Testament (Oxford, 1957)
BH
Biblia Hebraica. Editada por R. Kittel e P. Kahle (3. [7.] ed. Stuttgart, 1951)
BHS
Biblia Hebraica Stuttgartensia. Editada por K. Elliger e W. Rudolph (Stuttgart,
1976–1977)
XX ABREVIATURAS

Bible grecque
M. Harl; G. Dorival; O. Munnich. La Bible grecque des Septante—Du judaïsme
hellénistique au christianisme ancien (Paris, 1988)
Bogaert, Le livre de Jérémie
P.-M. Bogaert. Le livre de Jérémie. Le prophète et son milieu, les oracles et leur
transmission (BETL 54. Leuven, 1981)
—, “De Baruch à Jérémie”
—, “De Baruch à Jérémie, les deux rédactions conservées du livre de Jéré-
mie”. In: Bogaert. Le livre de Jérémie, p. 168–173
—, “Mécanismes”
—, “Les mécanismes rédactionnels en Jér 10, 1–16 (LXX et TM) et la significa-
tion des suppléments”. In: Bogaert. Le livre de Jérémie, p. 222–238
Brooke–McLean
A.E. Brooke; N. McLean; H.St.J. Thackeray. The Old Testament in Greek Ac-
cording to the Text of Codex Vaticanus (Cambridge, 1906–1940)
Brooke–García Martínez, New Qumran Texts
G.J. Brooke com F. García Martínez (eds.). New Qumran Texts and Studies—
Proceedings of the First Meeting of the International Organization for Qumran
Studies, Paris 1992 (STDJ XV. Leiden-New York-Köln, 1994)
Camilo dos Santos, Index
E. Camilo dos Santos. An Expanded Hebrew Index for the Hatch-Redpath Concor-
dance to the Septuagint (Jerusalem, [1973])
CATSS 1
J.R. Abercrombie; W. Adler; R.A. Kraft; E. Tov. Computer Assisted Tools for
Septuagint Studies (CATSS), Volume 1, Ruth (SCS 20. Atlanta, GA, 1986)
CATSS 2
E. Tov. A Computerized Data Base for Septuagint Studies—The Parallel Aligned
Text of the Greek and Hebrew Bible, CATSS Volume 2 (JNSL, Supplementary
Series 1; 1986)
CATSS 3
J. Jarick com a colaboração de G. Marquis. A Comprehensive Bilingual Concor-
dance of the Hebrew and Greek Texts of the Book of Ecclesiastes (CATSS—Basic
Tools Volume 3. SCS 36. Atlanta, GA 1993)
Classified Bibliography
S.P. Brock et alii. A Classified Bibliography of the Septuagint (Arbiten zur
Literatur und Geschichte des hellenistischen Judentums 6. Leiden, 1973)
Cook, “A Text”
H.J. Cook. “The A Text of the Greek Versions of the Book of Esther”. ZAW 81
(1969), p. 369–376
ABREVIATURAS XXI

Cox, VI Congress
C.E. Cox (ed.). VI Congress of the International Organization for Septuagint and
Cognate Studies Jerusalem 1986 (SCS 23. Atlanta, 1987)
—, VII Congress
—, VII Congress of the International Organization for Septuagint and Cognate
Studies Leuven 1989 (SCS 31. Atlanta, 1991)
Cross, “New Qumran Fragment”
F.M. Cross. “A New Qumran Fragment Relating to the Original Hebrew Un-
derlying the Septuagint”. BASOR 132 (1953), p. 15–26
—, “Biblical Text”
—, “The History of the Biblical Text in the Light of Discoveries in the Ju-
daean Desert”. HThR 57 (1964), p. 281–299
—, “Evolution”
—, “The Evolution of a Theory of Local Texts”. In: Cross–Talmon. QHBT, p.
306–320
—, ALQ3
—, The Ancient Library of Qumran (3. ed. Sheffield, 1995)
Cross–Talmon, QHBT
F.M. Cross; S. Talmon (eds.). Qumran and the History of the Biblical Text
(Cambridge-London, 1976)
Daniel, Recherches
S. Daniel. Recherches sur le vocabulaire du culte dans la Septante (Paris, 1966)
Delitzsch, Lese- und Schreibfehler
F. Delitzsch. Die Lese- und Schreibfehler im Alten Testament nebst den dem Schrift-
texte einverleibten Randnoten Klassifiziert (Berlin-Leipzig, 1920)
Dijkstra, “Glosses”
M. Dijkstra. “The Glosses in Ezekiel Reconsidered: Aspects of Textual Trans-
mission in Ezekiel 10”. In: Lust. Ezekiel, p. 55–77
DJD
Discoveries in the Judaean Desert (of Jordan), vols. I– (Oxford, 1955-)
DJD III
M. Baillet et alii. Les ‘petites grottes’ de Qumrân (DJD III. Oxford, 1962)
DJD V
J.M. Allegro. Qumrân Cave 4.I (4Q158–4Q186) (DJD V. Oxford, 1968)
DJD VIII
E. Tov com a colaboração de R.A. Kraft. The Greek Minor Prophets Scroll from
Naḥal Ḥever (8ḤevXIIgr) (The Seiyal Collection I) (DJD VIII. Oxford, 1990)
XXII ABREVIATURAS

DJD IX
P.W. Skehan; E. Ulrich; J.E. Sanderson. Qumran Cave 4.IV, Palaeo-Hebrew and
Greek Biblical Manuscripts (DJD IX. Oxford 1992)
DJD XII
E. Ulrich; F.M. Cross (eds.). Qumran Cave 4.VII: Genesis to Numbers
(DJD XII. Oxford, 1994)
DJD XIV
E. Ulrich; F.M. Cross (eds.). Qumran Cave 4.IX: Deuteronomy, Joshua, Judges,
Kings (DJD XIV. Oxford, 1995)
DJD XV
E. Ulrich et alii. Qumran Cave 4.X: The Prophets (DJD XV. Oxford, 1997)
Dogniez, Bibliography
C. Dogniez. Bibliography of the Septuagint, Bibliographie de la Septante 1970–
1993 (VTSup 60. Leiden, 1995)
Driver, Samuel
S.R. Driver. Notes on the Hebrew Text and the Topography of the Books of Samuel,
with an Introduction on Hebrew Palaeography and the Ancient Versions (2. ed.
Oxford, 1913)
—, Introduction
—, An Introduction to the Literature of the Old Testament (9. ed. Edinburgh, 1913)
Driver, “Glosses”
G.R. Driver. “Glosses in the Hebrew Text of the Old Testament”. l’Ancien Testa-
ment et l’Orient (Orientalia et Biblica Lovaniensia 1. Louvain, 1957), p. 123–161

Eissfeldt, Introduction
O. Eissfeldt. The Old Testament, An Introduction, Including the Apocrypha and
Pseudepigrapha, and also the Works of Similar Type from Qumran. The History of
the Formation of the Old Testament (trad. de P.R. Ackroyd. Oxford, 1965)
Fernández Marcos, Introduccion
N. Fernández Marcos. Introduccion a las versiones griegas de la Biblia (Textos y
Estudios “Cardenal Cisneros” 23. Madrid, 1979)
—, La Septuaginta
N. Fernández Marcos (ed.). La Septuaginta en la investigacíon contempora-
nea (V Congreso de la IOSCS) (Textos y Estudios “Cardenal Cisneros” 34.
Madrid, 1985)
—, Scribes
—, Scribes and Translators—Septuagint and Old Latin in the Books of Kings
(VTSup 54. Leiden, 1994)
Field, Hexapl.
F. Field. Origenis Hexaplorum quae supersunt (Oxford, 1875)
ABREVIATURAS XXIII

Fohrer, “Ezechiel”
G. Fohrer. “Die Glossen im Buche Ezechiel”. ZAW 63 (1951), p. 33–53 = BZAW
99 (1967), p. 204–221
Fraenkel, Studien zur Septuaginta
D. Fraenkel et alii (eds.). Studien zur Septuaginta—Robert Hanhart zu Ehren
(MSU XX. Göttingen, 1990)
Frankel, Vorstudien
Z. Frankel. Vorstudien zu der Septuaginta (Leipzig, 1841)
Frankel, Einfluss
—, Über den Einfluss der palästinischen Exegese auf die alexandrinische
Hermeneutik (Leipzig, 1851)
Freedy, “Ezekiel”
K.S. Freedy. “The Glosses in Ezekiel I–XXIV”. VT 20 (1970), p. 129–152
Friedmann, Onkelos
M. Friedmann. Onkelos und Akylas (Wien, 1896)
Geiger, Urschrift
A. Geiger. Urschrift und Übersetzungen der Bibel (Breslau, 1857)
Gerleman, Job
G. Gerleman. Studies in the Septuagint, I. Book of Job (LUÅ NF 43, 2. Lund,
1946)
Gesenius, Pent. sam.
W. Gesenius. De Pentateuchi samaritani origine, indole et auctoritate commentatio
philologico-critica (Halle, 1815)
Gesenius–Kautzsch, Grammar
E. Kautzsch. Gesenius’ Hebrew Grammar (2. ed. Oxford, 1910)
Goldman, Prophétie
Y. Goldman. Prophétie et royauté au retour de l’exil—Les origines littéraires de
la forme massorétique du livre de Jérémie (OBO 118. Freiburg-Göttingen, 1992)
Gooding, “Text and Midrash”
D.W. Godding. “Problems of Text and Midrash in the Third Book of Reigns”.
Textus 7 (1969), p. 1–29
—, Relics
D.W. Gooding. Relics of Ancient Exegesis, A Study of the Miscellanies in 3 Reigns
2 (SOTS, Monograph Series 4. Cambridge, 1976)
Greenspoon–Munnich, VIII Congress
L. Greenspoon; O. Munnich. VIII Congress of the International Organization for
Septuagint and Cognate Studies, Paris 1992 (SCS 41. Atlanta, 1995)
Hall, Companion
F.W. Hall. A Companion to Classical Texts (Oxford, 1913; reimpr. Chicago, 1970)
XXIV ABREVIATURAS

Hanhart, Esther
R. Hanhart. Septuaginta, Vetus Testamentum graecum in auctoritate academiae
litterarum gottingensis editum, VIII, 3 (Göttingen, 1966)
Hatch, Essays
E. Hatch. Essays in Biblical Greek (Oxford,1889)
Helbing, Grammatik
R. Helbing. Grammatik der Septuaginta, Laut- und Wortlehre (Göttingen, 1907)
Higger, Soferim
M. Higger. µyrpws tksm (New York, 1937)
HR
E. Hatch; H.A. Redpath. A Concordance to the Septuagint and the Other Greek
Versions of the Old Testament (Including the Apocryphal Books), I-III (Oxford,
1892–1906; reimpr. Graz, 1954; 2. ed. Grand Rapids, 1998 [com um índice
hebraico/aramaico por T. Muraoka])
Janzen, Jeremiah
J.G. Janzen. Studies in the Text of Jeremiah (HSM 6. Cambridge, 1973)
Jellicoe, SMS
S. Jellicoe. The Septuagint and Modern Study (Oxford, 1968)
Johannessohn, Präpositionen
M. Johannessohn. Der Gebrauch der Kasus und der Präpositionen in der Septua-
ginta, I: Gebrauch der Kasus (Berlin, 1910)
Johnson, Rezension
B. Johnson. Die hexaplarische Rezension des 1 Samuelbuches der Septuaginta
(STL 22. Lund, 1963)
Kahle, Cairo Geniza
P. Kahle. The Cairo Geniza (2. ed. Oxford, 1959)
Kraft, Lexicography
R.A. Kraft (ed.). Septuagintal Lexicography (SCS 1. Missoula, Montana, 1972)
Kutscher, Language
Y. Kutscher. The Language and Linguistic Background of the Isaiah Scroll (1QIsa)
(Leiden, 1974)
de Lagarde, Proverbien
P.A. de Lagarde. Anmerkungen zur griechischen Übersetzung der Proverbien
(Leipzig, 1863)
Langen, “Esther”
J. Langen. “Die beiden griechischen Texte des Buches Esther”. TQ 42 (1860),
p. 244–272
Lee, Lexical Study
J.A.L. Lee. A Lexical Study of the Septuagint Version of the Pentateuch (SCS 14.
Chico, 1983)
ABREVIATURAS XXV

Levine, Aramaic Version


E. Levine. The Aramaic Version of the Bible: Contents and Context (BZAW 174.
1988)
Lewis, “Hannah”
Th.J. Lewis. “The Textual History of the Song of Hannah: 1 Samuel II 1-10”.
VT 44 (1994), p. 18–46
LSJ
H.G. Liddell; R. Scott; H.S. Jones. A Greek-English Lexicon, (9. ed. Oxford,
1940); A LSJ é utilizada juntamente com a LSJ, Supplement e P.G.W. Glare.
Revised Supplement (Oxford, 1996)
LSJ, Supplement
E.A. Barber. A Greek-English Lexicon, A Supplement (Oxford, 1968)
Lust, Ezekiel
J. Lust (ed.). Ezekiel and his Book, Textual and Literary Criticism and Their Inter-
relation (BETL 74. Leuven, 1986)
—, “Vocabulary”
—, “The Vocabulary of LXX Ezekiel and its Dependence upon the Penta-
teuch”. In: M. Vervenne; J. Lust (eds.). Deuteronomy and Deuteronomic Litera-
ture, Festschrift C.H.W. Brekelmans (BETL 123. Leuven, 1997), p. 529–546
Maas, Textual Criticism
P. Maas. Textual Criticism (trad. de B. Flower. Oxford, 1958) = Textkritik. In:
A. Gercke; E. Norden. Einleitung in die Altertumswissenschaft, I, VII (3. ed.
Leipzig, 1957)
Manchester Symposium
G. J. Brooke; B. Lindars (eds.). Septuagint, Scrolls and Cognate Writings: Papers
Presented to the International Symposium on the Septuagint and Its Relations to the
Dead Sea Scrolls and Other Writings (Manchester, 1990) (SCS 33. Atlanta, 1992)
Margolis, “Studien”
M.L. Margolis. “Studien im griechischen Alten Testament”. ZAW 27 (1907),
p. 212–270
Margolis, “Complete Induction”
—, “Complete Induction for the Identification of the Vocabulary in the Greek
Versions of the Old Testament with Its Semitic Equivalents—Its Necessity
and the Means of Obtaining It”. JAOS 30 (1910), p. 301–312
—, “Scope”
—, “The Scope and Methodology of Biblical Philology”.
JQR 1 (1910–1911), p. 5–41
XXVI ABREVIATURAS

—, “Specimen”
—, “Specimen of a New Edition of the Greek Joshua”. Jewish Studies in Mem-
ory of Israel Abrahams (New York, 1927; reimpr. 1980), p. 307–323
—, Joshua
—, The Book of Joshua in Greek According to the Critically Restored Text with an
Apparatus Containing the Variants of the Principal Recensions and of the Individual
Witnesses, I–IV (Paris, 1931 [- 1938]), V (Philadelphia, 1992)
McCarter, Samuel
P.K. McCarter. I Samuel, A New Translation with Introduction and Commentary
(AB. Garden City, 1980).

—, Textual Criticism
—, Textual Criticism. Recovering the Text of the Hebrew Bible (Philadelphia, 1986)
Min, Minuses and Pluses
Y.-J. Min. The Minuses and Pluses of the LXX Translation of Jeremiah as Compared
with the Massoretic Text: Their Classification and Possible Origins, dissertação
não publicada. Universidade Hebraica (Jerusalem, 1977)
MM
J.P.H. Moulton; G. Milligan. The Vocabulary of the Greek Testament Illustrated
from the Papyri and Other Non-Literary Sources (London, 1930)
Moore, “Greek Witness”
C.A. Moore. “A Greek Witness to a Different Hebrew Text of Esther”. ZAW
79 (1967), p. 351–358
—, Esther
—, Esther (AB. Garden City, 1971)
—, Additions
—, Daniel, Esther and Jeremiah, The Additions (AB. Garden City, 1977)
Müller, “Nachrichten”
K. Müller. “Die rabbinischen Nachrichten über die Anfänge der Septuagin-
ta”. Forschung zur Bibel, Festschrift J. Ziegler (Würzburg, 1972), p. 73– 93
Muraoka, “Septuagint Lexicon”
T. Muraoka. “Towards a Septuagint Lexicon”. In: Cox. VI Congress, p. 255–
276
—, Melbourne Symposium
— (ed.). Melbourne Symposium on Septuagint Lexicography (SCS 28. Atlanta, 1990)
ABREVIATURAS XXVII

NAB
The New American Bible (New York-London, 1970)
NEB
The New English Bible with the Apocrypha (Oxford-Cambridge, 1970)
NJPST
Tanakh, The Holy Scriptures, The New JPS Translation According to the Tradi-
tional Hebrew Text (The Jewish Publication Society. Philadelphia-New York-
Jerusalem, 1988)
NRSV
The Holy Bible Containing the Old and New Testaments with the Apocryphal/Deu-
terocanonical Books, New Revised Standard Version (Glasgow-London, 1989)
O’Connell, Exodus
K.G. O’Connell. The Theodotionic Revision of the Book of Exodus (HSM 3. Cam-
bridge, 1972)
Peters, Beiträge
N. Peters. Beiträge zur Text- und Literarkritik sowie zur Erklärung der Bücher
Samuel (Freiburg i. Breisgau, 1899)
Pietersma–Cox, De Septuaginta
A. Pietersma; C.E. Cox (eds.). De Septuaginta, Studies in Honour of J.W. Wevers
on His Sixty-Fifth Birthday (Mississauga, Ont. 1984)
Rahlfs, Septuaginta
A. Rahlfs. Septuaginta, id est Vetus Testamentum graece iuxta LXX interpretes
(Stuttgart, 1935)
Rahlfs, Lucian’s Rezension
—, Lucian’s Rezension der Königsbücher (Septuaginta Studien 3. Göttingen,
1911)
REB
The Revised English Bible with the Apocrypha (Oxford-Cambridge, 1989)
Reider, Prolegomena
J. Reider. Prolegomena to a Greek-Hebrew and Hebrew-Greek Index to Aquila
(Philadelphia, 1916)
Roberts, Text
B.J. Roberts. The Old Testament Text and Versions—The Hebrew Text in Trans-
mission and the History of the Ancient Versions (Cardiff, 1951)
RSV
The Bible, Containing the Old and New Testaments, Revised Standard Version
(The British and Foreign Bible Society, 1971)
XXVIII ABREVIATURAS

Salvesen, Origen’s Hexapla


A. Salvesen (ed.). Origen’s Hexapla and Fragments (TSAJ 58. Tübingen, 1998)
Schleusner, Thesaurus
J.F. Schleusner. Novus thesaurus philologico-criticus sive lexicon in LXX et reli-
quos interpretes graecos ac scriptores apocryphos Veteris Testamenti (Leipzig,
1820–1821; Glasgow, 1822; London, 1829)
Schmitt, Theodotion
A. Schmitt. Stammt der sogenannte “q’“ Text bei Daniel wirklich von Theodotion?
MSU IX (Göttingen,1966)
Second Colloquium
Proceedings of the Second International Colloquium Bible and Computer: Methods,
Tools, Results, Jérusalem, 9–13 juin 1988 (Paris-Genève, 1989)
Seeligmann, JEOL
I.L. Seeligmann. “Problemen en perspectieven in het moderne Septuaginta
Onderzoek”. Jaarbericht van het Vooraziatisch-Egyptisch Gezelschap “Ex
Oriente Lux” 7 (1940) 359–390e
—, Isaiah
—, The Septuagint Version of Isaiah (Leiden, 1948)
—, “Problems”
—, “Problems and Perspectives in Modern Septuagint Research”. Textus 15
(1990), p. 169–232 [trad. de Seeligmann, JEOL]
Shenkel, Chronology
J.D. Shenkel. Chronology and Textual Development in the Greek Text of Kings
(HSM 1. Cambridge, 1968)
Smith, Samuel
H.P. Smith. The Books of Samuel (ICC. Edinburgh, 1899)
Sollamo, Semiprepositions
R. Sollamo. Renderings of Hebrew Semiprepositions in the Septuagint (AASF,
Dissertação Hum. Lit. 19. Helsinki, 1979)
Sperber, Grammar
A. Sperber. A Historical Grammar of Biblical Hebrew—A Presentation of Prob-
lems with Suggestions to Their Solution (Leiden, 1966)
Stoebe, Samuel
H.J. Stoebe. Das erste Buch Samuelis (KAT. Gütersloh, 1973), p. 100–107
Swete, Introduction
H.B. Swete. An Introduction to the Old Testament in Greek (2. ed. Cambridge, 1914)
ABREVIATURAS XXIX

Talmon, “Double Readings”


S. Talmon. “Double Readings in the Massoretic Text”. Textus 1 (1960), p.
144–184
—, “Scrolls”
—, “The Three Scrolls of the Law that were found in the Temple Court”.
Textus 2 (1962), p. 14–27
—, “Old Testament Text”
—, “The Old Testament Text”. In: R.P. Ackroyd; C.F. Evans (eds.). The Cam-
bridge History of the Bible, vol. I (Cambridge, 1970), p. 159–199; reimpr. In:
Cross–Talmon. QHBT (1976), p. 1–41
—, “Textual Study”
—, “The Textual Study of the Bible—A New Outlook”. In: Cross–Talmon.
QHBT, p. 321–400
Taylor, IX Congress
B.A. Taylor. IX Congress of the International Organization for Septuagint and
Cognate Studies, Cambridge, 1995 (SCS 45. Atlanta, 1997)
TCHB
vide Tov, TCHB
TCU
vide Tov, TCU
Thackeray, Grammar
H.St.J. Thackeray. A Grammar of the Old Testament in Greek According to the
Septuagint (Cambridge, 1909)
ThDNT
G. Kittel (ed.). Theological Dictionary of the New Testament (trad. de G.W. Bro-
miley. Grand Rapids, 1968–1976)
Tigay, Models
J.H. Tigay (ed.). Empirical Models for Biblical Criticism (Philadelphia, 1985)
Tournay, “Cantique”
R. Tournay. “Le Cantique d’Anne I Samuel II.1–10”. In: Mélanges Dominique
Barthélemy. Études bibliques offertes à l’occasion de son 60e anniversaire (OBO 38.
Fribourg-Göttingen, 1981), p. 553–576
Tov, “L’incidence”
E. Tov. “L’incidence de la critique textuelle sur la critique littéraire dans le
livre de Jérémie”. RB 79 (1972), p. 189–199
—, Baruch
—, The Book of Baruch Also Called I Baruch (Greek and Hebrew) (Texts and Trans-
lations 8, Pseudepigrapha Series 6. Missoula, 1975)
XXX ABREVIATURAS

—, Jeremiah and Baruch


—, The Septuagint Translation of Jeremiah and Baruch—A Discussion of an Early
Revision of Jeremiah 29–52 and Baruch 1:1–3:8 (HSM 8. Missoula, 1976)
—, “Compendia”
—, “The Septuagint”. In: Mulder. Mikra, p. 161–188
—, TCHB
—, Textual Criticism of the Hebrew Bible (Minneapolis-Assen/Maastricht, 1992)
—, TCU
—, The Text-Critical Use of the Septuagint in Biblical Research (2. ed. Jerusalem
Biblical Studies 8. Jerusalem, 1997)

Tov: Referências com uma estrela referem-se a capítulos nesse livro


—, “Baruque”*: Capítulo 35
—, “Palavras Compostas”*: Capítulo 9
—, “Base de Dados Computadorizada”*: Capítulo 3
—, “Débora”*: Capítulo 36
—, “Dimensões”*: Capítulo 6
—, “Ester”*: Capítulo 37
—, “Notas Exegéticas”*: Capítulo 22
—, “Ezequiel”*: Capítulo 26
—, “Glosas”*: Capítulo 4
—, «Palavras gregas»*: Capítulo 8
—, “Hiphcil”*: Capítulo 13
—, “Infinitivo Absoluto”*: Capítulo 17
—, “Inscrição Samaritana”*: Capítulo 34
—, “Trocas”*: Capítulo 21
—, “Jeremias”*: Capítulo 24
—, “Josué”*: Capítulo 25
—, “Dicionário”*: Capítulo 7
—, “Palavras Emprestadas”*: Capítulo 11
—, “Luciano”*: Capítulo 31
—, “Margolis”*: Capítulo 2
—, “Metodologia”*: Capítulo 32
ABREVIATURAS XXXI

—, “Midrash de Josué”*: Capítulo 10


—, “Miscelâneas”*: Capítulo 38
—, “Pap. Giessen”*: Capítulo 30
—, “Provérbios”*: Capítulo 28
—, “Qumran”*: Capítulo 20
—, “Tradição Rabínica”*: Capítulo 1
—, “Revisão Veltry”*: Capítulo 5
—, “Samuel”*: Capítulo 23
—, “Diferenças de Sequência”*: Capítulo 27
—, “Cântico de Ana”*: Capítulo 29
—, “Teologia”*: Capítulo 18
—, “Torá”*: Capítulo 12
—, “Técnica de Tradução”*: Capítulo 16
—, “Transliterações”*: Capítulo 33
—, “Entender”*: Capítulo 14
—, “4QSma”*: Capítulo 19

Tov-Wright, “Literalidade”*: Capítulo 15


Trebolle, Congresso de Qumran - Madri
J. Trebolle Barrera; L. Vegas Montaner (eds.). The Madrid Qumran Congress—
Proceedings of the International Congress on the Dead Sea Scrolls— Madrid, 18–21
March, 1991 (STDJ 11. Leiden-Madrid, 1992)
Ulrich, Samuel
E. Ulrich. The Qumran Text of Samuel and Josephus (HSM 19. Missoula, 1978)
Walters, Text
P. Walters. The Text of the Septuagint, Its Corruptions and Their Emendation
(Cambridge, 1973)
Walters, “Hannah and Anna”
S.D. Walters. “Hannah and Anna: The Greek and Hebrew Texts of 1 Samuel
1”. JBL 107 (1988), p. 385–412
Weinfeld, Deuteronomy
M. Weinfeld. Deuteronomy and the Deuteronomic School (Oxford, 1972)
XXXII ABREVIATURAS

Wellhausen, Samuel
J. Wellhausen. Der Text der Bücher Samuelis (Göttingen, 1871)
Wutz, Transkriptionen
F.X. Wutz. Die Transkriptionen von der Septuaginta bis zu Hieronymus
(Stuttgart, 1925–1933)
—, Systematische Wege
—, Systematische Wege von der Septuaginta zum hebräischen Urtext (Stuttgart,
1937)
Ziegler, Untersuchungen
J. Ziegler. Untersuchungen zur Septuaginta des Buches Isaias. ATA XII, 3 (1934)
—, Beiträge
—, Beiträge zur Ieremias-Septuaginta. NAWG, Phil-hist. Kl. 1958, 2 (Göttin-
gen, 1958)
—, Ieremias
—, Ieremias. Baruch. Threni. Epistula Ieremiae, Septuaginta, Vetus Testa-mentum
graecum etc. XV (2. ed. Göttingen, 1976)
XXXIII

OUTRAS ABREVIATURAS

AG Antiga grega (tradução da LXX)


Aq Áquila
b Talmude Babilônico
CD Documento de Damasco proveniente da Guenizá do Cairo
G Septuaginta (= grego)
Hie(r) Hieronymus, Jerônimo
j Talmude de Jerusalém
K Ketib
La Vetus Latina (Antiga Latina)
LXX Septuaginta
TM Texto Massorético
Q Qerê
S Peshitta
PS Pentateuco Samaritano
PS Targ
Targum do Pentateuco Samaritano
Sim Símaco
T Targum
TJ Targum Jônatas
T Targum Ônquelos
O

TPs-J Targum Pseudo-Jônatas


Te Teodocião
V Vulgata
I. ESTUDOS GERAIS
CAPÍTULO UM

A TRADIÇÃO RABÍNICA CONCERNENTE ÀS “ALTERAÇÕES”


INSERIDAS NA TRADUÇÃO GREGA DA TORÁ E A
SUA RELAÇÃO COM O TEXTO ORIGINAL DA SEPTUAGINTA

Várias passagens dentro da literatura rabínica citam uma série de alterações


que foram inseridas no interior da tradução grega da Torá. Nestas passagens
uma lista de 10 (11), 13, 15 ou 18 (16) de tais alterações aparece juntamente com
uma breve narrativa das circunstâncias sob as quais elas foram inseridas na
tradução. O contexto e o ambiente desta tradição rabínica são examinados aqui,
bem como a sua importância para os estudos da LXX. Atenção especial é dada
às implicações do linguajar exato da lista para o nosso entendimento da forma
original da LXX.

1. As fontes
As principais fontes para a tradição rabínica são: b. Meg. 9a; y. Meg. 1, 1, 4., p. 72a;
Mek. Êx 12, 40; Midr. Hagadol Êx 4, 20; Abot de-R. Nat. versão B, capítulo 37; Soph. 1.
7; Yal. Shim. Gn 3; Midr. Tan. Êx parágrafo 22. Fontes adicionais estão listadas em
Higger, Soferim, p. 101.

2. A lista
As várias fontes listam um número diferente de alterações e, às vezes, explicita-
mente declaram o número no topo da lista. Por exemplo, Abot de-R. Nat. e Midr.
Tan. Êx parágrafo 22 mencionam 10 alterações (embora as listas incluam 11 ou 14
ocorrências) e Midr. Hagadol sobre Êx 4.20 e Dt 4.19 mencione 18 alterações (a lista
em Êxodo inclui somente 16 alterações). Outras listas não indicam qualquer número
no topo de suas listagens: b. Meg. 9a; Mek. Êx 12.40; Yal. Shim. Gn, parágrafo 3. Seria
natural presumir que a lista mais curta (10 ou 11 alterações) reflete a formulação
original da tradição rabínica, expandida por listas mais longas. Contudo, a lista e
a história associada a ela desenvolveu-se não somente por expansão, mas também
por condensação.
4 CAPÍTULO UM

As fontes mencionando 13 ou 15 alterações são as mais difundidas e se su-


põe refletir a tradição central. A diferença entre estas duas situa-se na inclusão ou
exclusão das passagens 10 e 11. Atenção deve ser dada para o fato de que a lista
com 16 alterações (Midr. Hagadol Êx 4.20) aconteceu como resultado da adição de
passagens bíblicas semelhantes àquelas originalmente na lista e, tal lista é, portan-
to, secundária. Entre as outras tradições, 10 ou 18 alterações são mencionadas nos
topos das listas (embora as listas em si contenham algum outro número). Parece
que estes números têm sido influenciados por outras listas de 10 itens no contexto
linguístico (Abot de-R. Nat. no mesmo lugar; Abot capítulo 5, 1–9) e da mesma forma
pela lista de 18 emendas dos escribas no texto hebraico da Bíblia, que também é
conhecida proveniente da literatura rabínica1 Tendências em direção a expansão
e a condensação também são evidentes em itens constituindo as listas em si, tanto
relacionados a citações bíblicas quanto a suas explicações. Este problema é particu-
larmente agudo à luz do fato de que determinadas citações refletem mais de uma
alteração (vide notas 28, 29).
À vista destas considerações é impossível determinar com certeza qual, dentre
as listas mencionadas acima, é a original ou a mais próxima desta. As listas em b.
Meg., y. Meg. e Mek. são as mais antigas entre as fontes, porém nós carecemos de
um critério estabelecido para avaliar as diferenças entre estas fontes em si. Além
disso, cada lista em si é transmitida em várias formas, tanto em manuscritos quanto
em edições impressas, então é difícil determinar a forma original delas, se é que tal
existiu de fato. Havia também influências mútuas entre as várias listas, pelo menos
no âmbito de manuscritos individuais.
O relacionamento entre as diferentes fontes foi descrito em termos gerais por
Frankel, Friedmann, Geiger, Aptowitzer e Müller.2 Antes de Aptowitzer, acredi-
tava-se geralmente que a relativamente curta baraita (13 passagens) em y. Meg.
(e semelhantemente a lista em Mek.) refletia uma forma mais original do que ou-
tras fontes, porém, Aptowitzer considerou a baraita em b. Meg. mais antiga. Estas
duas opiniões são embasadas por diferentes argumentos (vide Aptowitzer, “Be-
richte“ 3 [1910], p. 102 e as seguintes); evidentemente o problema principal é a
inclusão ou exclusão das passagens 10 e 11. Em b. Meg. estas passagens estão
incluídas na lista, enquanto em y. Meg. e em Mek. elas estão ausentes. A julgar
pelo conteúdo delas, estas passagens estão adequadamente colocadas dentro da
lista, porém, é difícil determinar se elas também aparecem no estágio mais incial

1 Vide Mek. Êx 15.7, Sifre Nm 10.35 et al. Para uma análise, vide Geiger, Urschrift, p. 231-261; B.
Keller, “Fragment d”un traité d´exégèse massorétique”, Textus 5 (1966), p. 60–84; W.E. Barnes, “An-
cient Corrections in the Text of the O.T.”, JTS 1 (1900), p. 379–414; W. McKane, “Observations on the
Tikkûnê Sôperîm”, Festschrift Eugene A. Nida (The Hague-Paris, 1974), p. 53–77.
2 Frankel, Vorstudien; Friedmann, Onkelos; Geiger, Urtext; Aptowitzer, “Berichte”; Müller,
“Nachrichten”.
A TRADIÇÃO RABÍNICA CONCERNENTE ÀS “ALTERAÇÕES”... 5

do desenvolvimento da mesma.3 Mesmo que estas passagens tenham sido adicio-


nadas à lista somente em um estágio posterior, a discussão resultará em proveito
se ela estiver baseada na mais extensa das listas antigas. Para tal finalidade, as 15
passagens incluídas na lista de b. Meg. 9 a estão citadas abaixo segundo a sequên-
cia delas no Talmude, transcritas da edição Vilna, e acompanhada por variantes
provenientes do Manuscrito München (citado de R. Rabinowitz, µyrpws yqwdqd, 8
[München, 1877]) e outras fontes.4
y. Meg. 1, 1, 4., p. 71b
Mek. Êx 12.40, segundo H.S. Horowitz-Rabin (2. ed. Jerusalem, 1960)
Midr. Hagadol Êx 12.40, segundo M. Margoliouth (Jerusalem, 1967)
Abot de-R. Nat., versão B, capítulo 37, segundo S. Schechter (Vienna, 1887)
Soph. 1.7, segundo Higger, Soferim; manuscritos individuais são aqui transcritos
como “Soph., mss”
Yal. Shim. Gn, parágrafo 3, segundo a edição do Instituto Rav Kook (Jerusalem, 1973)
Midr. Tan. Êx. parágrafo 22
1. tyarb arb µyhla (Gn 1.1)
2. twmdbw µlxb µda h[a (Gn 1.26)
twmdbw] Abot de-R. Nat.: twmdw. Soph. pr.: µhyla rmayw. Midr. Hagadol Êx adiciona:
twmdbw μlxb μdah ta μyhla arbyw (Gn 1.27).
3. y[ybh µwyb twb‫ש‬yw yh µwyb lkyw (Gn 2.2)
y. Meg. e Soph.: y[ybb t(w)byw yb lkyw. Na maioria das tradições (exceto por
Midr. Hagadol Êx) µyhla do TM está ausente. Em y. Meg., Mek., Midr. Hagadol Êx e
Tan., as passagens 3 e 4 são citadas em ordem invertida. Em Abot de-R. Nat. esta
passagem está ausente.
4. µarb wbtk alw warb hbqnw rkz (Gn 5.2)
hbqnw] y. Meg.: wybqnw; Mek., Midr. Hagadol Êx., Yal. Shim. e Soph.: wybwqnw (assim
também em Gen. Rab. 8.11).
warb] Mek. e Soph.: µarb; Midr. Hagadol Êx.: wtwa arb (o texto completo é: warb
wybwqnw rkz wtwa arb wybwqnw rkz).

3 A respeito deste detalhe, seria a lista de Yerushalmi anterior, uma vez que as passagens proble-
máticas não são encontradas lá, ou talvez fossem elas omitidas da lista no Yerushalmi porque elas
eram problemáticas? Semelhantemente, a passagem 15 aparece em seu lugar atual em b. Meg. fora
da ordem dos versos e deve, portanto, ser considerada uma adição. Por outro lado, ela aparece em
y. Meg. em seu lugar adequado segundo o ordenamento das passagens. É difícil determinar se ela
foi inserida aqui posteriormente ou se este era seu lugar original
4 Uma leitura cuidadosa dos vários manuscritos destas fontes revela que as muitas leituras varian-
tes, listadas abaixo como variantes entre as diferentes listas aparecem, também, como variantes den-
tro da tradição de b. Meg. (e também em outras tradições, por ex., Higger, Soferim). Os manuscritos
de b. Meg. não estão listados abaixo. Por exemplo, se para a passagem 4, esta é escrita segundo nossos
princípios, tal que as palavras µarb wbtk alw estejam ausentes no manuscrito M de b. Meg., deve ser
enfatizado que elas estão na verdade ausentes em todos os manuscritos mais importantes.
6 CAPÍTULO UM

µarb wbtk alw] ausente no manuscrito M de b. Meg., y. Meg., Mek., Abot de-R.
Nat., Soph. e Yal. Shim.
5. µtp µ hlbaw hdra hbh (Gn 11.7)
µtp µ hlbaw] ausente em y. Meg. e Abot de-R. Nat.
6. hybwrqb hr qjxtw (Gn 18.12)
y. Meg., Mek., e Soph. adicionam: rmal.
7. swba wrq[ µnwxrbw rw wgrh µpab yk (Gn 49.6)
rw] manuscritos de Mek. e Soph.: ya
8. µda ynb awn l[ µbykryw wynb taw wta ta hm jqyw (Êx 4.20)
wynb jqyw] ausente em Abot de-R. Nat.
µda ynb awn] manuscrito M de b. Meg., Mek., Midr. Hagadol Êx.
Abot de-R. Nat. e Soph.: µda (y))a‫ש‬wn.
an] y. Meg. e Yal. Shim.: ya‫ש‬wn.
9. [braw hn µyl twxra rabw µyrxmb wby ra lary ynb bwmw hn twam (Êx 12.40)
µyrxmb] Soph.: µyrxm ‫ץ‬rab
twxra rabw] y. Meg.: twxrah lkbw; Midr. Hagadol Êx.: twxrah rabw;
Mek.: ‫ן‬(w)g ‫ץ‬rabw ‫[ן‬nk ‫ץ‬rabw, assim também Tan. em ordem invertida; Soph.: ‫[ן‬nk ‫ץ‬
rabw; manuscritos de Soph.: µyrxm ‫ץ‬rabw ‫[ן‬nk ‫ץ‬rab.
10. lary ynb yfwfaz jlyw (Êx 24.5)
yfwfaz] Midr. Hagadol Êx.: yfwf[z; Yal. Shim.: yfwfz. A passagem inteira está ausente
em y. Meg., Abot de-R. Nat. e Soph.
11. wdy jl al lary ynb yfwfaz law (Êx 24.11)
yfwfaz] Midr. Hagadol Êx.: yfwf[z; Yal. Shim.: yfwfz. A passagem inteira está ausente
em y. Meg., Mek., Abot de-R. Nat. e Soph.
12. ytan µhm dja dmj al (Nm 16.15)
dmj] Mek.: rwmj. Tan. falta a passagem inteira.
13. µym[ lkl ryahl µtwa ûyhla ´h qlj ra (Dt 4.19)
ryahl] Abot de-R. Nat. adiciona: µhb. y. Meg., Abot de-R. Nat., Soph. e Tan.
adicionam: µymh (lk) tjt.
14. µdb[l ytywx al ra µyrja µyhla db[yw ûlyw (Dt 17.3)
µyrja-- ûlyw] ausente em y. Meg., Mek., Midr. Hagadol Êx. e Tan.; manuscrito M
de b. Meg. e Yal. Shim. omitem µyrja µyhla.
µdb[l ûlyw] Soph.: µdbw[l ytywx al ra µymh abx lkl wa jryl wa mlw; Mek.: µdb[l
twmwal ytywx al ra wl wbtkw.
µdb[l] y. Meg., Mek., e Midr. Hagadol Êx.: (‫ן‬db[l) µdb[l twmwal.
15. tbnrah ta wbtk alw µylgrh try[x wl wbtkw (Lv 11.6 (5); Dt 14.7; a continuação da
passagem é transcrita abaixo).
A TRADIÇÃO RABÍNICA CONCERNENTE ÀS “ALTERAÇÕES”... 7

tbnrah − wbtkw] y. Meg.: µylgrh try[x ta tbnrah taw; Mek., Soph. e Yal. Shim.: µylgrh
try[x ta(w). Em y. Meg. e Soph. esta passagem ocorre após a passagem 9; em Abot de-
R. Nat. ela ocorre após a passagem 12.

3. As circunstâncias sob as quais as alterações foram inseridas na LXX


As circunstâncias sob as quais as alterações foram inseridas na LXX estão descritas
na introdução à lista, seja em umas poucas palavras, sem detalhes, ou detalhada-
mente, e o nome rei Ptolomeu, “para” quem os tradutores “escreveram” a sua tra-
dução, é mencionado em todas as descrições. As descrições curtas falam somente
de “escrita”, como em Mek. (“e esta é uma das coisas que eles escreveram para o rei
Ptolomeu. Semelhantemente eles escreveram para ele...”) ou de uma “alteração”
como em y. Meg.: “treze detalhes foram modificados pelos sábios para o rei Ptolo-
meu; eles escreveram para ele...”.
As descrições mais longas relatam o relato da composição da LXX, conhecida tam-
bém de outras fontes, tanto hebraicas quanto gregas,5 embora as diferenças em ponto
de vista e ênfase entre a narrativa rabínica e as outras fontes sejam consideráveis — vide
Aptowitzer, “Berichte” 3 (1910), p. 4 e as seguintes. B. Meg. relata a seguinte narrativa:
“Isto tem sido ensinado, as pessoas dizem que o rei Ptolomeu reuniu setenta e dois an-
ciãos e os alojou em setenta e dois quartos sem revelar a eles a razão para os reunir, e ele
adentrou a cada um individualmente e os ordenou “escreve para mim a Torá de vosso
mestre Moisés”. O Santo, abençoado seja Ele, colocou sabedoria no coração de cada um
com o resultado final de que eles de comum acordo anuíram e escreveram para ele...”
(neste lugar segue a lista de alterações).
Esta narrativa descreve as circunstâncias sob as quais a tradução grega da Torá
foi preparada e, se todos os detalhes desta narrativa não são mencionados em cada
fonte individual, isto é frequentemente aludido em frases tais como “eles escreve-
ram para Ptolomeu”. Além do mais, Midr. Hagadol Êx 4.20 diz explicitamente: “este
é um dos dezoito detalhes que os nossos rabinos modificaram na Torá em grego.
“Significativamente, em Soph. 1:7 esta narrativa é mencionada juntamente com ou-
tra que fala explicitamente sobre as circunstâncias pelas quais a LXX foi produzida
(“Assim dizem as pessoas a respeito de cinco anciãos que escreveram a Torá para o
rei Ptolomeu em grego etc.”; após surge a narrativa em consideração aqui iniciando
com as palavras “Outra história sobre o rei Ptolomeu...”).

5 Vide P. Wendland, Aristeae ad Philocratem Epistula cum ceteris de origine versionis LXX interpretum
testimoniis (Leipzig, 1900); H.St.J. Thackeray, The Letter of Aristeas, Translated with an Appendix of
Ancient Evidence on the Origin of the Septuagint (London, 1918).
8 CAPÍTULO UM

4. Escrita ou alteração?

Umas poucas tradições falam da “escrita” das passagens acima listadas, enquan-
to outras falam da “mudança” da Torá (vide acima). Pareceria que mesmo que
se não é explicitamente declarado que os sábios/anciãos/nossos rabinos inseriram
alterações, tal afirmação é inerente na genuína formulação da lista. Primeiramen-
te, todas as passagens mencionadas na lista diferem do TM. Em segundo lugar,
para duas passagens o conteúdo do que os tradutores escreveram é explicitamente
declarado, em vez de outros detalhes: 4 “macho e fêmea ele o criou” e eles não
escreveram “ele os criou” (Gn 5.2; as três palavras finais estão ausentes em muitas
fontes); 15 e eles escreveram para ele µylgr try[x e não escreveram tbnra (Lv 11.6 [5],
Dt 14.7; as várias tradições diferem, porém, todas elas se referem a ambas expres-
sões em uma forma ou outra).
Portanto, a narrativa preservada na literatura rabínica registra as alterações da
Torá inseridas pelos tradutores. Era inteiramente natural que pessoas devessem re-
conhecer logo a existência de diferenças entre o Pentateuco hebraico e o grego. O
último, também, era “judeu” em sua fonte, muito embora os judeus se distanciassem
dele em uma data posterior. Além disso, era também natural que cada diferença en-
tre a Torá hebraica — estando na linguagem na qual as palavras foram originalmen-
te escritas — e o Pentateuco grego devesse ser considerada como uma alteração no
grego. Abaixo, lidar-se-á com o contexto e ambiente reais das diferenças previamen-
te citadas entre o Pentateuco hebraico e o grego. Aparentemente, algumas destas
diferenças se originam de alteração, porém, outras, provavelmente a maioria, se ori-
ginam de variantes hebraicas, da técnica de tradução e de um entendimento incorreto
de certos equivalentes de tradução na LXX. Ainda assim, as diferenças mencionadas
na lista como “alterações” são descritas como tal aqui, porque isto é como a tradição
rabínica as entende. A tradição cristã também considera diferenças similares entre a
Bíblia “Judaica” e “grega” serem alterações (do ponto de vista deles: cristão), porém,
na direção oposta: alguns Pais da Igreja afirmaram que a LXX reflete a verdadeira
forma das palavras de Deus, e que foram os judeus que as tinham falsificado na
Bíblia deles.6

5. O idioma original das passagens mencionadas na lista


A lista contém algumas passagens alteradas, inseridas pelos tradutores e diferindo
da Torá — da forma indicada segundo a tradição rabínica — e pode de fato ser ve-
rificado que todas as passagens diferem do TM. Portanto, as passagens listadas em
hebraico mencionam a tradução grega da Torá, que é transcrita na lista em retro-
versão hebraica. Curiosamente, alguns pesquisadores permanecem fiéis à opinião,

6 Vide, por exemplo, Justino, o Mártir, Diálogo com Trifão, 3.1; P. Benoit, “L”Inspiration des LXX
d”après les Pères”, Mélanges H. de Lubac, I (Paris, 1963), p. 169–187.
A TRADIÇÃO RABÍNICA CONCERNENTE ÀS “ALTERAÇÕES”... 9

por razões que serão tratadas posteriormente, de que de modo algum estas citações
são provenientes da tradução grega, porém, ao contrário, são alterações no âmbito
hebraico.7 Contudo, essa opinião não parece plausível haja vista o fato de que a
introdução à lista faz referência explícita à tradução grega. Além disso, a partir de
alguns detalhes na lista também surge que as citações vêm de uma tradução grega:
1. Cinco das passagens são idênticas a passagens na LXX (3, 8, 10, 11, 12, 15),
com outra (9) sendo parecida com ela.
2. A suposição de que a lista remonta a palavras gregas que foram traduzi-
das aqui para o hebraico é bem substanciada pela passagem 15. Lá está dito que
os tradutores escreveram µylgr try[x (de pés jovens) “e eles não escreveram tbnra
(lebre)” uma vez que o nome da esposa de Ptolomeu era “lebre”, a fim de que ele
não pudesse dizer “os judeus têm caçoado de mim ao colocar o nome de minha
esposa na Torá” (b. Meg.). De fato, as pessoas não apelidaram a esposa de Ptolomeu
(na verdade sua mãe) tbnra, porém, ao invés disso, usaram um equivalente grego
­(lagwov~). Portanto, se tbnra refere-se a lagwov~, a frase µylgr try[x indica nada mais
do que uma palavra grega de valor equivalente. De fato, é possível identificar a
palavra grega por trás de µylgr try[x: o equivalente grego para tbnra na LXX de
Lv 11.6 (5) e Dt 14.7 é dasivpoda, cujo significado é “de pés peludos” (µylgr try[‫)ש‬. Ine-
gavelmente, essa é a frase µylgr try[x nas palavras dos sábios, demonstrada portanto
por uma troca fonética de x/.8 Além disso, a equação de try[ µylgr com dasuvpoda
parece razoável à luz do que é conhecido a respeito do uso de palavras compostas
na LXX e sobre a tradução destas palavras em hebraico e aramaico: muitos pares de
duas ou mais palavras hebraicas são traduzidos na LXX por palavras compostas do
tipo ‫ן‬wl dbk - braduvglwssoõ (Êx 4.10) — vide Tov, “palavras compostas”*. Alternati-
vamente, palavras compostas gregas foram muitas vezes traduzidas por uma frase
de duas palavras hebraicas ou aramaicas, como pode ser identificado, por exemplo,
na Siro-Héxapla.9 Além disso, a tradução de dasuvpoda na literatura rabínica precisa
ser vista à luz do vocabulário da LXX em que pou`õ geralmente reflete lgr e dasuvõ
reflete ry[ como em Gn 27.11 (compare também Gn 25.25; 2Rs 1.8).
3. A suposição de que as passagens mencionadas na lista refletem palavras
gregas e não hebraicas emerge também da passagem 12: dmj mencionada ali reflete
ejpiquvmhma na LXX (TM: rwmj). Dentro da LXX, o radical dmj é geralmente traduzido

7 Frankel, Vorstudien, p. 31; Friedman, p. 23 e as seguintes; Talmon, “Scrolls”, p. 26. Aptowitzer,


“Berichte” 2 (1909), p. 7 e as seguintes, rejeita essa opinião.
8 Compare, por exemplo, Nm 16.30 htxpw, quando comparado com a leitura do PS htp; 2Sm 8.3
byhl em oposição a byxhl em 1Cr 18.3. Vide também wqjy na baraita em si e compare essa questão
com A. Bendavid, Biblical Hebrew e Mishnaic Hebrew 2 (Tel-Aviv, 1971), p. 441 (em hebr.). A iden-
tificação de µylgr try[x com µylgr try[ foi primeiramente feita por G. Tychsen, Tentamen de variis
codicum hebraicorum... generibus (Rostock, 1772), p. 52. Tychsen também discute a tradição rabínica.
9 Por exemplo, Êx 4.10: ‫ן‬wl dbkw hp dbk - ijscnovfwnoõ kai; braduvglwssoõ - ryxbw ryg alq rygj anl;
por todo o texto na LXX: ‫ף‬r[ hq - sklhrotravchloõ - aldq aq.
10 CAPÍTULO UM

por ejpiqum-, e, então, dmj é traduzido em Is 32.12 por ejpiquvmhma. Portanto, o pro-
cesso reconstruído dmj (a origem conjetural da LXX) = ejpiquvmhma = dmj (= a lista
rabínica) indica um processo de tradução.
4. Aparentemente, a mudança da ordem de palavras na passagem 1 (arb tyarb
µyhla) e as expressões 8 µda ynb (y)awn = uJpozuvgia e 7 swba = siteutovõ (vide abaixo)
pode somente ser compreendida pela suposição de que estas são traduções prove-
nientes do grego.

6. A lista de alterações e o texto original da LXX


No passado, quando eruditos observaram que a lista contém passagens que con-
cordam com a LXX, se esquivaram de aplicar esta descrição à lista inteira, uma
vez que a maioria de seus detalhes é contrária ao texto transmitido da LXX. Uma
comparação das passagens com a LXX mostra que nove passagens na lista diferem
da LXX, enquanto cinco concordam com ela (3, 8, 10 , 12, 15), com uma passagem
sendo parecida (9).
Se a análise anterior estiver correta, é difícil evitar a suposição pouco comum
de que as nove passagens que não concordam com o texto transmitido da LXX
refletem outra forma textual daquela tradução. Este outro texto da LXX continha,
evidentemente, o texto original da tradução que difere da forma transmitida em
todos os outros manuscritos. Esta suposição é fortalecida por aquilo que é sabido
a respeito do desenvolvimento textual da tradução durante os primeiros séculos
de sua existência. Esta questão é agora brevemente considerada.10 É razoável su-
por juntamente com P.A. de Lagarde, Proverbien, p. 1–4, que os manuscritos da
maioria, se não de todos, os livros septuagintais, refletem de uma forma ou outra
a primeira formulação da LXX, que nós, provavelmente, podemos indicar para o
propósito da discussão como “a tradução original”. Esta tradução original não foi
preservada em sua forma pura por um período extenso, porque desde o início de
sua disseminação em diferentes rolos, a transmissão textual separou-se em várias
tradições secundárias. No período pré-cristão e no primeiro século da ec vários ti-
pos de correções foram, então, tornadas componentes de rolos individuais de cada
um dos livros septuagintais. Como resultado destas correções, em face de todas as
informações de que dispomos, não houve dois rolos idênticos ou quase idênticos,
existindo atualmente para qualquer livro da LXX.11 Em contraste a esta situação,
por volta do segundo e terceiro século da ec, uma unidade perceptível tinha ocorri-
do na tradição textual da LXX, que posteriormente desapareceu sob influência das
revisões de Orígenes e Luciano.

10 Vide ainda, Tov, TCU, p. 10–15.


11 Este ponto foi enfatizado por E.J. Bickerman, “Some Notes on the Transmission of the Septu-
agint”, A. Marx Jubilee Volume (New York, 1950), p. 149–178.
A TRADIÇÃO RABÍNICA CONCERNENTE ÀS “ALTERAÇÕES”... 11

Para a presente discussão é importante saber que tipos de alterações foram


inseridos nas testemunhas textuais da LXX. A evidência mostra que muitas alte-
rações foram inseridas nas testemunhas antigas, que trouxeram a LXX em confor-
midade com a Bíblia Hebraica. Algumas revisões foram inseridas nos precursores
das unidades de tradução agora encontradas no cânone da LXX,12 enquanto outras
são refletidas em manuscritos individuais, tal como os manuscritos AFM em Êxo-
do-Deuteronômio.13 Além disso, ainda que em certo detalhe todos os manuscritos
da LXX concordem com o TM, não há certeza de que o tradutor original de fato
produziu esta versão da tradução, uma vez que a versão original da tradução, pro-
vavelmente, pode ter sido corrigida em concordância com o TM. Esta suposição re-
cebeu suporte proveniente de 4QLXXLva,14 que algumas vezes reflete um texto que
é provavelmente original, enquanto o texto transmitido da LXX foi provavelmente
corrigido em aproximação ao vocabulário padrão da LXX e/ou TM.15
Em vista desta situação, é sugerido aqui que as passagens mencionadas na
lista de alterações refletem o texto original da LXX, enquanto o arquétipo de todos
os manuscritos conhecidos era corrigido.16
Quanto à frequência das presumidas correções do texto original da LXX, a
suposição de que dois terços das passagens na lista foram emendadas no arquétipo
dos manuscritos da Septuaginta não é ilustrativa da frequência de tais alterações,
que devem ter sido menos frequentes.17
Agora nos dirigimos em direção às dez passagens que diferem do texto
transmitido da LXX; sua forma original será reconstruída baseada na tradição
rabínica. A discussão inclui a passagem 9, que coincide com a LXX em uma ex-
tensão limitada.
As retroversões experimentais a partir do hebraico da lista para o grego da
LXX são baseadas, primariamente, no vocabulário de equivalentes ­hebraico-gregos
que serviu os tradutores. Estas reconstruções encontram as mesmas dificuldades
metodológicas como as encontradas ao fazer retroversões na direção reversa. O
grau de confiabilidade da reconstrução depende do grau de exatidão da tradu-
ção. Portanto, deve ser enfatizado que a tradução hebraica na lista de passagens

12 Esta situação é reconhecível, por exemplo, na “LXX” dos seguintes livros: partes de Samuel e
Reis, Daniel, Rute, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos.
13 D.W. Gooding, Recensions of the Septuagint Pentateuch (Tyndale Lecture 1954. London, 1955).
14 Vide a discussão de P.W. Skehan, “The Qumrân MSS. e Textual Criticism”, VTSup 4 (1957), p.
155–160 e de E. Ulrich em DJD IX, p. 161 e as seguintes.
15 Este ponto foi enfatizado por E.J. Bickerman, “Some Notes on the Transmission A visão al-
ternativa, segundo a qual o rolo reflete uma revisão antiga em direção a uma versão mais livre da
tradução do TM, não é confirmada pela evidência.
16 Originalidade absoluta não pode ser provada. Em nossa opinião, as passagens na lista refle-
tem um texto que é mais original do que aqueles nos manuscritos conhecidos da LXX.
17 Somos apresentados à evidência de uma lista de diferenças ou mudanças, que não são carac-
terísticas da condição geral do texto.
12 CAPÍTULO UM

gregas parece ser exata. Esta exatidão é reconhecível na tradução literal de dois
elementos de dasuvpoda (15) por try[ µylgr = µylgr try[x (vide abaixo) e na tradução
do grego (possivelmente: toῦ latreuvein aujtoῖ`õ) refletida em µdb[l (14) — tal lei-
tura é de fato refletida em uma fonte hebraica (Siphre Dt 19.19). Parece que somen-
te em uma passagem bíblica a palavra grega é representada por uma tradução
livre: µda ynb (y)awn = uJpozuvgia (8). Se esta descrição é demonstrada como correta
e a tradução hebraica na lista é de fato literal, nossa reconstrução está situada
sobre uma base firme. De fato, a natureza precisa da lista requer que a tradução
incorporada nela seja exata, uma vez que a lista pretende representar fielmente as
diferenças entre a Torá e a LXX.
Agora apresentamos uma reconstrução experimental do texto original da-
quelas passagens na lista que diferem do texto transmitido da LXX, acompa-
nhada por comentários sobre as retroversões. O texto transmitido da LXX é re-
gistrado primeiro, seguido pelo texto da LXX reconstruída a partir da tradição
rabínica. Estas passagens agora têm sido analisadas em detalhe por G. Veltri,
Eine Tora für den König Talmai — Untersuchungen zum Übersetzungsverständnis in
der jüdisch-hellenis-tischen und rabbinischen Literatur (TSAJ 41. Tübingen, 1994). O
foco deste estudo detalhado difere daquele de nosso estudo e em certa extensão
os estudos complementam um ao outro. Vide também Tov, “Revisão de Veltri.”*
1. Gn 1.1 LXX ejn ajrcῇ ejpoivhsen oJ qeovõ
= TM µyhla arb tyarb
LXX-reconstr. oJ qeo;õ ejpoivhsen ejn ajrcῇ
= lista rab. tyarb arb µyhla
2. Gn 1.26 LXX poihvswmen a[nqrwpon kat jeijkovna hJmetevran kai;
kaq joJmoivwsin
= TM wntwmdk wnmlxb µda h[n
LXX-reconstr. poihvsw a[nqrwpon kat jeijkovna kai; kaq joJmoivwsin
= lista rab. twmdbw µlxb µda h[a
Umas das duas diferenças entre a LXX (= TM) e a LXX reconstruída (= lista rabínica)
está relacionada à pessoa do verbo (vide abaixo). A reconstrução não se relaciona
com as preposições na lista: b...b (TM k...b; LXX aparentemente k...k), porque este
tipo de diferença não pode ser reconstruído com relação à LXX. A outra diferença
entre o TM (= LXX) e a LXX retrovertida está baseada em uma tradição digna de
confiança.
4. Gn 5.2 LXX a[rsen kai; qῆlu ejpoivhsen aujtouvõ
= TM µarb hbqnw rkz
LXX-reconstr. a[rsen kai; qῆlu ejpoivhsen aujtovn
= lista rab. warb hbqnw rkz
A reconstrução está baseada no texto de b. Meg. Vide também a nota. 29.
A TRADIÇÃO RABÍNICA CONCERNENTE ÀS “ALTERAÇÕES”... 13

5. Gn 11.7 LXX deῦte kai; katabavnteõ sugcevwmen ejkeῖ` aujtῶn


th;n glῶsan
= TM µtp µ hlbnw hdrn hbh
LXX-reconstr. deῦte kai; katabavõ sugcevw...
lista rab. µtp µ hlbaw hdra hbh
6. Gn 18.12 LXX ejgevlasen de; Sarra ejn eJautῇ
= TM hbrqb hr qjxtw
LXX-reconstr.(?) ejgevlasen de; Sarra ejn/pro;õ//ejpi; toῖ`õ//tou;õ
e[gista aujtῆõ
= lista rab. hybwrqb hr qjxtw
A diferença entre a leitura do TM (= LXX) e aquela da lista (hybwrqb) pode ser expli-
cada como mencionado a seguir:
1. Se hybwrqb na lista se refere às pessoas posicionadas próximas a Sara (vide os
antigos comentaristas a respeito da lista rabínica) ou a parentes dela, o significado da
passagem é que Sara ri em direção a estas pessoas. Neste caso o texto original da
LXX pode ser reconstruído como acima.
2. Intérpretes mais modernos defendem que a diferença entre a passagem
transcrita na lista e o TM não envolve as palavras transcritas, porém, ao invés, a
continuação da passagem bíblica. De fato, na continuação da sentença, a LXX (ou[pw
me;n moi gevgonen e{wõ toῦ nῦn) difere em três detalhes do TM (hn:dÒ[, yl htyh ytil¿bÒ yrja):
yrja não é representado na tradução. Em lugar de ytil¿Bi o tradutor leu ytil]Bi, e em lugar
de hn:dÒ[¾ leu hnÉde[‘ (= hnh d[).
3. Possivelmente, as duas palavras diferem unicamente no padrão delas
(hbrqb/ hybwrqb), com os significados delas sendo idênticos — compare a transcrição
de br,q,BÒ por bekorb na segunda coluna da Háxapla no Sl 36(35).2 e perceba mudan-
ças fonéticas similares no hebraico rabínico.18 Também o TM de Isaías e o 1QIsa di-
ferem em várias ocasiões com relação ao padrão de substantivos19 e tais diferenças
são esperadas com base no relacionamento entre o TM e as transcrições na segunda
coluna da Héxapla.20 Porém, ainda que hybwrqb reflita um padrão diferente da pala-
vra no TM, a tradução original deve, provavelmente, ser entendida como “pessoas
posicionadas perto” ou “parentes”.
7. Gn 49.6 LXX o{ti ejn tw`/qumῷ aujtw`n ajpevkteinan ajnqrwv pouõ kai;
ejn tῇ ejpiqumiva/ aujtῶn ejneurokovphsan taῦron
(taurouvõ manuscritos 458 340...)

18 Vide G. Mercati, Psalterii Hexapli Reliquiae (Roma, 1958).


19 ide Kutscher, Language, p. 396–398.
20 Vide E. Brønno, Studien über Hebräische Morephologie und Vocalismus, auf Grundlage der Mer-
catischen Fragmente der zweiten Kolumne der Hexapla des Origenes (Leipzig, 1943); Z. Ben-Hayyim,
Studies in the Traditions of the Hebrew Language (Madrid-Barcelona, 1954); A. Sperber, A Historical
Grammar of Biblical Hebrew (Leiden, 1966).
14 CAPÍTULO UM

= TM rw wrq[ µnxrbw ya wgrh µpab yk


LXX-reconstr. ... ejneurokovphsan siteutovn ...
lista rab. swba wrq[ (µnwxrbw rw wgrh µpab yk)
O ponto de partida da reconstrução é swba21(swba:= cevado = siteutovõ) que aparece
em todas as fontes da lista (na maioria das listas rw vem no primeiro hemistíquio,
enquanto em alguns deles ya aparece como no TM [vide nota. 30]). Um exame dos
equivalentes de tradução da LXX mostra que swba na lista reflete, provavelmen-
te, siteutovõ que na LXX também traduz rw (em outras palavras, swba na lista =
siteutovõ na LXX reconstruída = rw na Bíblia). Esta suposição é baseada nos seguin-
tes equivalentes: Jz 6.25 rwh rp - to;n movscon to;n siteutovn segundo o manuscrito
A (compare o texto de B: to;n movscon to;n taῦron); 1Rs 5.3 µyswba... ‫ן‬ax - provbata ...
siteutav; Pv 15.17... swba rwm - ... uJpe;r boῦn siteutovn.22
9. Êx 12.40 LXX hJ de; katoivkhsiõ tῶn uiῶn Israhl h}n katwvk/ hsan
ejn gῇ Aijguvptw/ kai; ejn gῇ Canaan e[th tetrakovsia
triavkonta
TM [braw hn µyl µyrxmb wby ra lary ynb bwmw hn twam
reconstr. (a) ejn (gῇ) AiJguvptw/ kai; (eJn) taῖõ kataloivpaiõ
cwvraiõ (tῶn cwvrwn)
= lista rab. twxra rabw µyrxmb
reconstr. (b) ejn (gῇ) Aijguvptw/ kai; ejn pᾶsin taῖõ cwvraiõ
= lista em y. Meg. twxrah lkbw µyrxmb
reconstr. (c) ejn (gῇ) Aijguvptw/ kai; ejn taῖõ cwvraiõ taῖõ eJtevraiõ
reconstr. (d) ejn gῇ Aijguvptw/ kai; ejn Canaan kai; ejn gῇ Gesem
As reconstruções a–c estão baseadas na suposição de que a tradução na lista é exa-
ta. Se a leitura majoritária rabw é mais original do que twxrah lkbw em y. Meg. não
pode ser determinado. Ambas as leituras poderiam ter se originado de eJtevraiõ na
reconstrução c. Deve ser observado que twxra ra não ocorre na Bíblia e a ausência
do artigo em twxra indica hebraico rabínico (em oposição a isto, no manuscrito Co-
lumbia X 893 – T 141 de b. Meg. lê-se twxrah lk raw).
A reconstrução d está baseada na suposição de que a tradução hebraica na lista
é livre. O texto grego pode então ser reconstruído segundo a LXX da passagem, se-
gundo a leitura em Mek. (‫ן‬g ‫ץ‬rabw ‫[ן‬nk ‫ץ‬rabw µyrxmb; assim também Tan. com ordem
de palavras invertida), e segundo o PS ad loc. (µyrxm ‫ץ‬rabw ‫[ן‬nk ‫ץ‬rab).
11. Êx 24.11 LXX kai; tῶn ejpilevktwn toῦ Israhl ouj diefwvnhsen
oujde; ei|õ
TM wdy jl al lary ynb ylyxa law

21 A vocalização do manuscrito de Adler (swba), bem como a ortografia do manuscrito Columbia


X 893 – T 141 (swbya), é, aparentemente, secundária.
22 Atribuído a Áquila e Teodocião; uma tradução semelhante é transmitida como e.j
A TRADIÇÃO RABÍNICA CONCERNENTE ÀS “ALTERAÇÕES”... 15

LXX-reconstr. ... tῶn neanivskwn / tῶn ejlattoumevnwn ...


= lista rab. (lary ynb) yfwfaz ...
A passagem 10 é avaliada acima juntamente com Êx 24.5, similar à passagem
atual. Uma vez que fwfaz-fwf[z é demonstrada em hebraico e aramaico como “pe-
queno”, isto remonta, provavelmente, a neanivskoi na LXX do v. 5. Em concordância
com a passagem 11, esta palavra aparece, provavelmente, na LXX de nossa passa-
gem, porém, aqui os problemas são feitos mais complexos do que no v. 5. De um
ponto de vista linguístico é possível que o tradutor grego traduziria ylyxa por uma
palavra grega que seria retrovertida na lista como fwfaz. Seguramente, o radical lxa,
que é relacionado com a preposição lxa, aparece tanto no sentido de “ter falta”
(Ec 42.21) quanto no sentido de “tirar para propósito específico” (Gn 27.36; Nm
11.17). A partir disto, pode ser conjeturado que o equivalente original de ylyxa era
ejlattoumevnwn, compare Eclesiástico 42.21 lxan alw [‫ף‬swn al] - ou[tw prosetevqh ou[te
hjlattwvqh (‫ף‬swn al é retrovertido ali segundo a LXX, e suporte está agora disponível
para esta retroversão proveniente de MasSir, onde se lê ‫ף‬san al [lxan alw]). Conse-
quentemente, o seguinte processo é reconstruído: ylyxa na Bíblia = ejlattoumevnwn
na LXX reconstruída = yfwfaz na lista. Porém, também é possível que neanivskoi
apareceu aqui, como no v. 5, se o tradutor considerou como idêntico lary ynb ylyxa
(v. 11) a lary ynb yr[n (v. 5).
O equivalente original de ylyxa não pode ser reconstruído facilmente porque a
construção do verso difere inteiramente na sua tradução grega. Na verdade, ylyxa
é representado duas vezes: (1) ejpilevktwn (escolhidos), refletindo a interpretação
aceita de ylyxa, e (2) ela é também escondida por trás de diefwvnhsen: a tradução
grega de ynb ylyxa law wdy jl al lary deve ser entendida como “e proveniente dos
escolhidos de Israel nenhum estava faltando”.23 Pelo fato do radical lxa significar
“ter falta”, diefwvnhsen de algum modo reflete lxa (em vez de wdy jl al ou uma va-
riante hebraica). De modo alternativo, a tradução, provavelmente, poderia expres-
sar exegese tendenciosa, como em outro lugar no contexto linguístico imediato.24
Reconstruir um detalhe individual no verso é ainda mais difícil de entender.
13. Dt 4.19 LXX a} ajpevneimen kuvrioõ oJ qeovõ sou aujta; pᾶsin toῖõ
e[qnesin toῖõ uJpokavtw toῦ oujranoῦ
TM µymh lk tjt µym[h lkl µta ûyhla ´h qlj ra
LXX-reconstr... aujta; + toῦ fwtivzesqei + pᾶsin e[qnesin
lista rab. + ryahl

23 Vide o uso similar do verbo diafwnevw na LXX em Nm 31.49: ya wnmm dqpn alw - kai; ouj diapefw-
nv hken ajpj aujtῶn oujde; ei|õ; Js 23.14: dja rbd lpn al - ouj diefwvnhsen ejx aujtῶn; vide também 1Sm 30.19;
1Rs 8.56.
24 Vide particularmente o v. 10: lary yhla ta waryw - kai; ei|don to;n tovpon ou| eiJsthvkei (ejkei`)oj qeo;õ
tou` Israhl e o v. 11: µyhlah ta wzjyw - kai; w[fqhsan ejn tῷtovpw/ toῦ` qeoῦ`, para o qual compare com
Ch.T. Fritsch, The Anti-anthropomorphisms of the Greek Pentateuch (Princeton, 1943), p. 45.
16 CAPÍTULO UM

O equivalente ryah - fwtivzesqai também ocorre em Nm 8.2; Sl 13(12): 3.


14. Dt 17.3 LXX kai; ajpelqovnteõ latreuvswsin qeoῖõ eJtevroiõ .. a}
ouj prosevtaxa (-xe(n) BG ...; = soiv FMV...)
TM ytywx al ra ... µyrja µyhla db[yw ûlyw
LXX-reconstr. ... eJtevroiõ + toῦ latreuvein aujtoῖõ..
lista rab. + µdb[l
O equivalente db[ - latreuvein ocorre dentre outros lugares em Dt 28.14; Jz 2.19.
Vide também abaixo a respeito da formulação mais antiga da LXX para a
passagem 15.

7. O contexto e o ambiente das diferenças entre o TM e a LXX


As listas na literatura rabínica falam de alterações inseridas na tradução, porém
esta noção, provavelmente, será abandonada agora.25As diferenças entre a Torá e
a LXX derivam-se de: (a) traduções que se desviam do TM baseadas em variantes
hebraicas; (b) traduções que se desviam do TM surgindo de variantes hebraicas
ou da exegese; (c) traduções exegéticas; (d) equivalentes gregos que foram mal
interpretados pela tradição rabínica como diferenças entre a LXX e a Torá.
Os conteúdos das listas deste tipo são em grande parte uma obra do acaso,
como também é o caso com a lista das “emendas dos escribas” (vide nota 1). Esta
lista não pretende representar as alterações que mais chamam a atenção e, de fato,
qualquer um encontrará facilmente diferenças tendo uma extensão muito mais am-
pla entre a LXX e o TM, como, por exemplo, na ordem de capítulos e tema ao final
de Êxodo. O que as passagens na lista têm em comum é que se referem a algumas
questões centrais. Estas diferenças poderiam facilmente ser reinterpretadas como
alterações (como as “emendas dos escribas”).

a. Traduções que se desviam do TM baseadas em variantes hebraicas

As seguintes passagens refletem mais, provavelmente, variantes hebraicas:


12. Nm 16.15 TM ytan µhm dja rwmj al
LXX-reconstr. tan µhm dja dmj al = lista
Possivelmente a leitura dmj foi criada quando um copista ou tradutor substituiu rwmj
por dwmj.26 Compare Gn 49.14 µrg rmj - to; kalo;n ejpequvmhsen = srg d(w)mj (compare

25 Algumas análises das diferenças entre a tradição rabínica e o TM, como as interpretações
tradicionais da tradição rabínica, pressupõem que todas as variantes analisadas refletem mudanças
feitas por tradutores. Vide, por exemplo, Geiger, Urschrift, p. 282–287; A. Kahana, µynwxyjh µyrpsh 2
(Tel Aviv, 1960), p. 16–17; M.H. Segal arqmh awbm 4 (Jerusalem, 1960), p. 928–930.
26 Segundo a tradição rabínica, tanto aqui quanto na passagem 8 (Êx 4.20) a tradução não anota
rwmj em relação a Moisés, porém, esta situação não sustenta a suposição de que qualquer viés está
A TRADIÇÃO RABÍNICA CONCERNENTE ÀS “ALTERAÇÕES”... 17

exegese linguística similar na LXX do Sl 119 (118).20 hsrg - ejpepovqhsen)27e Is 27.2


rmj µrk - ajmpelw;n kalovõ ejpiquvmhma...
Aparentemente, o TM reflete a intenção original do texto: Moisés enfatizou
que ele não tinha de modo algum tomado para si mesmo uma coisa pequena como
um jumento. Suas palavras são semelhantes às de Samuel pouco antes da morte
dele: ytjql ym rwmjw (1Sm 12.3 TM LXX).
13. Dt 4.19 TM µym[h lkl   Ûyhla ´h qlj r‫ש‬a
LXX-reconstr.  “ “  + ryahl   “ “   “   “ = lista rab.
O ryahl adicionado é também refletido em Midr. Hagadol para este verso (vide tam-
bém Rashi). Esta palavra testifica, evidentemente, para uma variante tendenciosa
antiga: Não é permitido a alguém adorar estrelas, o exército do céu é dado somente
“para brilhar”.
14. Dt 17.3 TM ytywx al ra ... µyrja µyhla db[yw ûlyw
LXX-reconstr. µdb[l +   “   “  “      “  “  “  “
= lista rab.
Provavelmente, o µdb[l adicional pode refletir uma antiga variante que ecoa em
Siphre p. 148 concernente a Dt 19.19. Compare também Dt 28.14 µdb[l µyrja µyhla
yrja tkll.
A adição é ocasionada por considerações linguísticas porque ra ytywx al pos-
sui certa peculiaridade sintática a respeito dela e súplicas, por assim dizer, para ser
completada. A palavra adicional é tomada do contexto linguístico (db[yw µdb[l + ytywx
al ra µyrja µyhla); antigos comentaristas adicionaram a mesma palavra.

b. Traduções que se desviam do TM surgindo de variantes hebraicas ou da exegese

Em certas categorias de técnica de tradução é difícil determinar se a diferença es-


pecífica entre o TM e uma versão antiga atesta uma variante hebraica ou reflete a
exegese dos tradutores (vide TCU, p. 154–162). Umas poucas passagens na lista per-
tencem a este grupo (notar que a lista não tenciona reconstruir o hebraico original a
partir do qual a LXX foi feita, porém, ao contrário, comunicar uma tradução hebraica
“contemporânea” de alguns pontos de interesse na LXX).
2. Gn 1.26 TM wntwmdk wnmlxb µda h[n
LXX-reconstr. poihvsw a[nqrwpon kat jeijkovna kai; kaq joJmoivwsin
(lista rab. twmdbw µlxb µda h[a)
5. Gn 11.7 TM Hlbnw hdrn hbh
LXX-reconstr. deῦte kai; kataba;õ sugcevw (lista hlbaw hdra hbh)

evidente na tradução.
27 É difícil presumir que esta troca foi tendenciosa. É mais provável que seja derivada de dificul-
dades em identificar a rara palavra µrg (compare também a LXX de 2Rs 9.13).
18 CAPÍTULO UM

Nestas duas ocasiões a tradução evita adotar o plural como no TM. O tradutor ou
inseriu esta alteração por sua própria iniciativa ou encontrou tal texto hebraico de-
fronte a ele. É pertinente comentar aqui que em b. San. 38b, Gn 1.26, 27 e 11.5, 7 são
citados juntamente como exemplos do uso de formas plurais em referência a Deus.
Além da diferença na pessoa do verbo, uma diferença adicional é perceptível
na passagem 2: segundo a lista, os pronomes possessivos no TM não são transmiti-
dos na LXX (twmdbw µlxb em contraste com wntwmdk wnmlxb no TM). Possivelmente, esta
ausência é baseada em alguma antiga variante hebraica, pois também na literatura
rabínica µlx e twmd são algumas vezes descritos em um modo abstrato, sem prono-
mes possessivos ou artigo (observar, por exemplo, Abot 3.21 µlxb yk rman µlxb arbn
µda bybj µdah ta h[ µyhla). É também possível que o tradutor não representou os
pronomes com o intento de evitar uma descrição antropomórfica, como em outro
lugar na LXX.28
Segundo a lista em Midr. Hagadol Êx 4.20, os pronomes estão ausentes no v.
27 da LXX também: twmdbw µlxb µdah ta µyhla arbyw. Se a tradição a respeito das tra-
duções gregas do v. 26 está correta, é lógico que o v. 27 foi formulado do mesmo
modo.
3. Gn 2.2 TM y[ybh µwyb µyhla lkyw
LXX kai; sunetevlesen oJ qeo;õ ejn tῇ hJmevra/ tῇ e{kth/
(lista yh µwyb lkyw)
Intérpretes antigos assim como modernos estavam cientes da dificuldade exegética
levantada pelo TM, que insinua que Deus trabalhou no sétimo dia. Esta dificuldade
é eliminada na LXX. Provavelmente, a tradução grega pode estar baseada em uma
variante hebraica (yh) também encontrada no PS, porém, é igualmente factível
que o tradutor mudou o conteúdo do verso.
4. Gn 5.2 TM µarb hbqnw rkz
LXX-reconstr. a[rsen kai; qῆlu ejpoivhsen aujtovn
(lista: warb hbqnw rkz)
É difícil saber se a tradução reconstruída ejpoivhsen aujtovn reflete uma variante warb
ou resulta de exegese. De qualquer maneira, na base da tradução deve-se provavel-
mente postular um entendimento que interpreta este verso como se referindo a uma
criatura andrógina, como em Gen. Rab. 8.10. Contudo, possivelmente a variante ou a
tendência residindo na base da tradução não se originou de exegese contextual, po-
rém, de exegese sintática uma vez que o verso antecedente fala do homem no singu-
lar, enquanto o v. 2 fala no plural (µarbh µwyb µda µm ta arqyw µtwa ûrbyw). A passagem

28 Vide Fritsch, The Anti-anthropomorphisms, 11, n. 6 com referência às omissões do pronome


possessivo em relação a Deus (LXX Êx 15.7; 23.27; Dt 32.10). Em outros casos, um elemento é adi-
cionado na tradução entre duas palavras com o objetivo de tornar menos vívida uma descrição
antropomórfica.
A TRADIÇÃO RABÍNICA CONCERNENTE ÀS “ALTERAÇÕES”... 19

em consideração vem entre estas duas passagens e, por isso, não causa surpresa que
em alguma fonte uma variante ou uma explicação de warb desenvolver-se-ia para
o TM µarb. A variante wybqnw/ wybwqnw incluída em várias fontes da lista aparentemente
reflete um estágio secundário no desenvolvimento daquela lista.29
9. Êx 12.40 TM [braw hn µyl) µyrxmb (wby ra lary ynb bwmw)
(hn twam
LXX-reconstr. vide as quatro possíveis reconstruções na p. 13.
Não está claro se a diferença entre o TM e a LXX é para ser atribuída a uma altera-
ção exegética ou a uma tradução de uma variante hebraica como aquela aparecen-
do no PS (µyrxm ‫ץ‬rabw ‫[ן‬nk ‫ץ‬rab) ou em Mek. (‫ן‬g ‫ץ‬rabw ‫[ן‬nk ‫ץ‬rabw µyrxmb; assim também
em Tan. com a ordem invertida).

c. Traduções exegéticas

1. Gn 1.1 TM µyhla arb tyarb


LXX-reconstr. oJ qeo;õ ejpoivhsen ejn ajrcῇ (lista: tyarb arb µyhla)
Os tradutores da LXX frequentemente invertiam a ordem de elementos por causa
ou de considerações sintáticas ou exegéticas. Nesta ocasião a inversão pode ser
atribuída à motivação do tradutor de iniciar a tradução com oJ qeovõ.

d. Equivalentes gregos que foram mal interpretados pela tradição rabínica como dife-
renças entre a LXX e o texto hebraico

Nos quatro exemplos seguintes os tradutores escolheram equivalentes formalmen-


te corretos que foram mal interpretados como refletindo diferenças entre a LXX e
o texto hebraico.
7. Gn 49.6 TM rw wrq[ µnxrbw ya wgrh µpab yk
LXX-reconstr. ... ejneurokovphsan siteutovn = lista swba wrq[ ...
siteutovõ (= swba) na LXX, aparentemente, foi interpretada como uma alteração
da palavra correlata no hebraico (rw) uma vez que ela era geralmente entendida
como rW = muro (TO, S, Áquila, Símaco, V; vide também Gen. Rab. ad loc.). Con-
sequentemente, segundo a tradição rabínica, a LXX reflete uma alteração, porém,

29 Uma leitura wybqn/wybwqn foi provavelmente criada durante a transmissão textual da lista (troca
de h/w(y) talvez quando se tornou mal definida qual era a diferença exata entre a LXX e o TM (uma
confusão semelhante está refletida na adição de µarb wbtk alw na lista, uma fórmula que acontece
novamente somente no que tange à passagem 15). Parece que wybqn/ wybwqn se refere aos orifícios femi-
ninos do homem primordial, que seria, dessa forma, andrógino (vide Gen. Rab. 8.10). Digno de nota
é o fato de que bwqn/bqn não é visto em uso de qualquer significado similar na Bíblia e, na literatura
rabínica, este é usado somente por razões relacionadas ao órgão sexual masculino.
20 CAPÍTULO UM

na verdade a tradução está baseada em uma tradição de leitura que também está
refletida no TM (r/).30
8. Êx 4.20 TM rmjh
LXX ta; uJpozuvgia (lista µda ynb (y)awn)
Se µda ynb (y)awn é uma tradução fidedigna da tradução grega original, esta, pro-
vavelmente, pode ser reconstruída como *ajnqrwpofovroõ ou *foravnqrwpoõ, em-
bora nenhuma destas palavras possa ser demonstrada em grego. Aparentemen-
te, nesta ocasião a tradução hebraica na lista é imprecisa, pretendendo enfatizar
a dimensão interpretativa da palavra grega. Etimologicamente, o significado de
uJpozuvgion é um “animal que carrega jugo (zugovn)” e, como tal, designa vários
animais. Por outro lado, no Egito seu significado está restrito a “jumento”, ou
pelo menos este significado era prevalente lá.31 Por esta razão rwmj é frequente-
mente traduzido na LXX por uJpozuvgion (o equivalente rwmj - o[noõ é mais fre-
quente na LXX, com exceção de Êxodo, no qual a passagem em consideração
aparece).32 Provavelmente, podemos inferir que este uso de uJpozuvgion era des-
conhecido no antigo Israel, com a consequência de que os sábios foram confun-
didos a respeito do uso de µda ynb (y)awn (isto é como eles entenderam uJpozuvgion)
e não o[noõ, como de costume.

10. Êx 24.5 TM (lary ynb) yr[n


LXX tou;õ neanivskouõ = lista yfwfaz
O equivalente r[n - neanivskoõ/neanivaõ ocorre frequentemente na LXX (paidavrion
é mais frequente). Portanto, o uso de neanivskoõ não precisaria ter levantado qual-
quer dificuldade no âmbito linguístico, porém, no âmbito exegético este, aparente-
mente, foi considerado incomum, porque estes µyr[n foram comumente escolhidos
para significar “homens escolhidos” (vide, por exemplo, TO yrwkb e Zeb. 115b) e não
“pequeninos”. Contra este contexto e ambiente, os sábios provavelmente tinham

30 As principais diferenças entre a LXX e o TM dizem respeito a swba e rw. Porém, na (primei-
ra) parte do período analisado em paralelo rw aparece em várias listas em lugar de ya do TM
(= ajnqrwvpouõ na LXX). Aparentemente, rw é secundário aqui e foi inserido sob a influência de rw
ao final do verso (onde ela foi substituída por swba). É improvável que a lista original tinha a inten-
ção de atribuir esta variante à LXX. Vide também a nota anterior a esta.
31 Vide os dicionários e particularmente MM, com exemplos provenientes de papiros do terceiro
século aec. Vide especialmente P. Hib I 73:9 onde uJpozuvgion e o[noõ são sinônimos. O contexto e
o ambiente egípcios desta palavra foi também ressaltado por A. Wasserstein, “On Donkeys, Wine
e the Uses of Textual Criticism: Septuagintal Variants in Jewish Palestine”. In: A. Oppenheimer et
alii (eds.), The Jews in the Hellenistic-Roman World, Studies in Memory of Menahem Stern (Jerusalem,
1996), p. 119*–142*, esp. as p. 12*–129*. Vide ainda D. Wasserstein, “The Ptolemy e the Hare: Dating
an Old Story about the Translation of the Septuagint”, Scripta Classica Israelica 17 (1998), p. 77–86.
32 Vide também Jz 19.3, 10: rwmj - manuscrito B: o[noõ; manuscrito A: uJpozuvgion.
A TRADIÇÃO RABÍNICA CONCERNENTE ÀS “ALTERAÇÕES”... 21

pensado que os tradutores substituíram yr[n por yfwfaz, em outras palavras “peque-
ninos”.33 O mesmo desenvolvimento ocorreu na passagem 11.
15. Lv 11.6(5)34 Dt 14.7 TM tbnra
LXX dasuvpoda = lista µylgr try[x = µylgr try[
dasuvpouõ apropriadamente reflete tbnra35 e, portanto, provavelmente pode refletir
a tradução original grega citada na lista pelo uso de uma retroversão literal de seus
dois elementos. A tradição rabínica enfatiza que os tradutores evitaram escrever
tbnra neste lugar (em outras palavras, lagwovn); provavelmente, pode ser que esta
afirmação reflita uma explicação post factum; por outro lado, provavelmente lagwovn
pode também representar a tradução original de tbnra posteriormente suplantada
por dasuvpoda.

33 Vide Aptowitzer, “Berichte” 2 (1909), p. 104–106; Geiger, Urschrift, p. 36; Talmon, “Scrolls”,
p. 26; Müller, “Nachrichten”, p. 81–83. Provavelmente, esta palavra não é originalmente grega
(zhthvth~; vide, por exemplo o dicionário de Lewy) porque é difícil saber o que poderia ser comum
a yr[n e à palavra grega (inquisidor), uma vez que fwfaz é de fato demonstrada no hebraico (1QM,
11(7):3: µtaxb µtwnjml wawby al raw fwfaz r[n lwkw) e no aramaico (para os dados, vide S. Krauss, Griechis-
che und Lateinische Lehnwörter im Talmude, Midrash und Targum (Berlin, 1899); vide, por exemplo,
T em Ct 6.5 ‫ן‬yfwfaz). Esta palavra é aparentemente derivada de afwz (muitos manuscritos de b. Meg.
de fato leem wfwf[z e não wfwfaz como nas edições impressas).
Ainda mais tem sido escrito a respeito de yfwf[z rps, um dentre os três rolos encontrados na corte
do Templo, segundo y. Taanit 4.2, 68a; paralelos em Abot de-R. Nathan, versão B, capítulo 46; Sifre
356 sobre Dt 33.27; Sop. 6.4. Vide Talmon, “Scrolls” e a bibliografia lá referenciada. Não está claro
qual era o caractere de Sefer Za‘aṭuṭe. De qualquer modo, a passagem na literatura rabínica não
menciona, aparentemente, as passagens 10 e 11 na lista. Não mais do que isto pode ser provavel-
mente afirmado, que estas duas passagens não pertencem à lista (observar que elas estão faltando
em y. Meg. e em Mek.); contudo, tal afirmação é improvável haja vista o paralelo entre yfwfaz na lista
e neanivskoi em Êx 24.5.
34 A LXX para Levítico altera a ordem dos versículos 5 e 6. Para o equivalente ‫ן‬p‫ ש‬- coirogrullivoõ
compare Pv 30.26 (24.61) e Sl 104(103).18.
35 A palavra é traduzida na Siro-Héxapla de Dt 14.7 por abnra (com dasupoda adicionado à
margem). Vide A. Vööbus, The Pentateuch in the Versions of the Syro-Hexapla, A Facsimilie Edition of a
Midyat MS. Discovered 1964 (CSCO 369. Louvain, 1975).
CRÍTICA TEXTUAL DA BÍBLIA HEBRAICA

A Competente Introdução para os Enigmas do


Texto Bíblico, completamente atualizada.

D esde a sua publicação ini-


cial em 1992, a obra Tex-
tual Criticism of the Hebrew
Deserto da Judeia agora publica-
dos. Aqui o estudante encontrará
uma introdução bem organizada
Bible se estabeleceu como o in- para os recursos e prática da crí-
dispensável texto acadêmico tica textual; o estudioso encon-
competente e referência sobre trará uma penetrante discussão
o assunto. Nesta edição, Ema- programática criteriosa dos seus
nuel Tov incorporou totalmen- métodos. A obra é rica em novas
te os insights dos últimos vinte discussões e novos destaques. O
anos intensos de estudos aca- resultado é uma apresentação
dêmicos, incluindo novas pers- notavelmente lúcida sobre uma
pectivas sobre os textos bíblicos disciplina complexa, atrativa e
entre os manuscritos bíblicos do de constante mudança.

TEL.: (21) 2127-2600 – (21) 98889-4341 – WWW.BVBOOKS.COM.BR


Supplements to Vetus Testamentum

Editado por
H. M. Barstad, P. A. Bird, R. P. Gordon,
A. Hurvitz, A. Van Der Kooij, A. Lemaire,
R. Smend, J. Trebolle Barrera,
J. C. VanderKam e H. G. M. Williamson
A série Supplements to Vetus Testamentum abrange toda a extensão de estudos
do Antigo Testamento, incluindo estudos sobre a Septuaginta, pesquisas relevantes
de ugarítico para o estudo do Antigo Testamento, estudos hebraicos, estudos sobre a
antiga história e sociedade israelitas e estudos sobre a história da disciplina. Há tanto
obras individuais quanto volumes coletivos, estes últimos incluem os Proceedings
of the Triennial International Congresses of the International Organization for the
Study of the Old Testament.
Este volume contém trinta e oito estudos dedicados à Septuaginta, escritos
por um expert reconhecido em nível internacional sobre a referida versão bíblica
clássica e a sua relação com a Bíblia Hebraica. A experiência do autor sobre tais
tópicos é baseada em mais de três décadas de trabalho no Hebrew University
Bible Project (HUBP), no projeto Computer Assisted Tools for Septuagint Studies
(CATSS) e em cursos anuais sobre a Septuaginta ministrados na Universidade
Hebraica de Jerusalém. Tais estudos, originalmente publicados entre 1971 e 1997,
tratam dos seguintes assuntos: tópicos gerais, lexicografia, técnicas de tradução e
exegese da Septuaginta, crítica textual e literária da Bíblia Hebraica e as revisões
da Septuaginta.
Todos os estudos incluídos nesta obra foram revisados, ampliados ou, em alguns
casos, encurtados de maneira considerável; e integram estudos que apareceram
posteriormente após a redação original dos mesmos.

Emanuel Tov é doutor em estudos bíblicos pela Universidade


Hebraica de Jerusalém (1973). Ele tem publicado de maneira
extensiva estudos sobre crítica textual da Septuaginta e da Bíblia
Hebraica. Em 1990 ocupou a cadeira do Departamento J. L. Magnes
de Estudos Bíblicos na mesma universidade. Tov especializou-se
em vários aspectos da crítica textual e literária da Bíblia Hebraica e
da Septuaginta, bem como dos Manuscritos do Deserto da Judeia.
Além de escrever vários livros e artigos, o autor ainda está envolvido
em vários projetos de pesquisa. Entre 1990 e 2009, direcionou a sua energia no projeto de
publicação de todos os Manuscritos do Deserto da Judeia na série Discoveries in the Judaean
Desert (DJD).

Tradução
Edson de Faria Francisco

Você também pode gostar