1) Qual foi o papel de Charcot na evolução da compreensão acerca da Histeria?
Ele postulou que a histeria nada mais era que uma doença nervosa e funcional, com caráter orgânico e hereditário. Outro aspecto importante postulado por Charcot é o aspecto traumático que foi identificado como causador da histeria. Em relação ao acontecimento traumático, este pode ser visto como uma ameaça direta a integridade do sujeito (acidentes, doenças, mortes de entes queridos, quando remetem à perda de proteção).
Outro ponto no qual Charchot veio a fazer as pessoas pensarem mais sobre a Histeria é o fato de descartar a possibilidade de que as histéricas estivessem simulando.
2) Qual foi o papel de Breuer na evolução da compreensão acerca da Histeria?
Breuer atendeu a famosa Ana O, jovem que possuía alucinações, contraturas, acessos de tosse, problemas de visão e dificuldade de expressar-se na língua materna. A partir das conversas que estabeleceu com Brauer, a moça começou a apresentar uma melhora em seus sintomas, e essa forma de tratamento foi chamada de talking cure. Os relatos de Breuer sobre Ana O. feitos a Freud culminou mais tarde nas produções teóricas: Estudo da Histeria.
3) Com a queda da Teoria do Trauma/Sedução uma mudança fundamental acerca
da etiologia da Histeria se deu no pensamento freudiano. Explica. Freud começa a entender que os traumas vividos não tinha que necessariamente ocorrer na realidade, mas que eles poderiam advir de uma fantasia infantil.
4) Freud amplia seu entendimento acerca dos mecanismos histéricos e da
etiologia da histeria, a partir do atendimento de Dora. Explica tais ampliações. Dora tem 2 objetos de amor no Édipo, a mãe e o pai. Dora investe nos dois objetos. O pai investe de volta e a mãe não, fica “ensimesmada”. Essa intensidade vivida com o pai é um prazer forte, portanto, dificil de ser deixado para trás. Ele se repete através dos sintomas conversivos.
5) Explica a idéia freudiana de que a “histérica sofre de reminiscências”.
A histérica sofre de intensidades psíquicas que produzem falha no recalcamento e
um retorno do recalcado. Esse retorno do recalcado é sistemático, portanto é um sintoma. 6) Na origem do sintoma histérico existe uma falha do recalcamento. Explica tal dinâmica. Pois existe um conflito dentro do ego, um conflito entre recalcar o desejo e renunciar o prazer. Ele está tentando abrir mão para lidar com as demandas da vida, mas ao mesmo tempo não consegue, reconhece a genitalidade, mas não consegue chegar lá. Por fim não consegue renunciar pela intensidade do desejo, muito prazer ou muito desprazer.
7) Por que, na concepção psicanalítica, o sintoma histérico é uma forma de
rememoração.
8) Por que, na concepção psicanalítica, o sintoma histérico é uma expressão
simbólica das fantasias sexuais infantis?
9) Por que é possível afirmar que o mecanismo da conversão é um recurso
psíquico frente à angústia? Pois o sintoma origina-se para evitar a angústia que estava no psiquismo, essa angústia psíquica passada para o corpo através da conversão, causa problemas orgânicos, e assim não reconheço que tenho problemas psíquicos.
10) Caracteriza Complacência somática e relaciona tal concepção ao sintoma
histórico conversivo. A somatização muitas vezes se repete o sintoma (crônico), o corpo se torna palco de um sintoma, e na somatização existe uma origem no psiquismo, mas produz um sintoma real no corpo. Já na Conversão não é um real adoecimento do corpo, mas pode se passar varias vezes como se fosse. 11) Caracteriza os três Eus propostos por Nasio (1991) para o entendimento da Histeria de Conversão. Eu Insatisfeito: O impedimento está lá fora, com isso estou constantemente decepcionado com o mundo. - As expectativas estão muito altas, por isso, tudo que o outro fizer, e eu vier a receber, vai acabar decepcionando. - A insatisfação vem da idealização absurda. Pois a idealização sempre vai vir a decepcionar. - O sujeito que está constantemente decepcionado, está também, constantemente infeliz. - A insatisfação é primeiro com o outro, porque o outro decepcionando não irá quebrar a minha idealização (Não sou eu que espero errado, é o outro que está me dando errado, e com isso, o narcisismo fica protegido) Eu Tristeza: Vazio. - Se eu não sou a pessoa mais amada do mundo, logo eu não sou amada. - O que sobra quando cai a idealização é um vazio identitário, um vazio que vai implicar muito com a questão do valor, e com o sentimento de que então eu não valho nada. - Toda vez que o eu se depara com o vazio fica completamente deprimido. Eu Histericizante: Forma peculiar de erotização. - Colocar todas as formas de prazer naquilo que não é genital. - Usufruir da pré-genitalidade, e não da genitalidade. - Onde eu invisto a minha libido: Gastar mais tempo competindo do que se relacionando com o outro. - Causa prejuízo na identidade. 12) Caracteriza os traços de caráter histéricos, conforme propõe Mayer (1989). 1) Teatralidade, exibicionismo, sedução: Ideia de que o sujeito histérico por carregar a dúvida de não saber quem sí é. - Possui uma inautenticidade, ele tem que parecer uma coisa que não é, algo que seja menos ameaçador possível, para que as pessoas não vejam que ela é de verdade. - Ex: A pessoa mais bonita, mais amada, mais bem resolvida. - Para responder ‘’Quem eu sou?’’, necessariamente eu preciso ter sido atravessada pela diferença. 2) Ingenuidade: Por não reconhecer seu efeito e lugar no mundo. - Eu não consigo reconhecer o que eu produzo/o efeito que eu causo nas pessoas. - Reconhecer o que produz e o efeito que causa é crucial para perceber qual é o meu lugar no mundo. 3) Infantilismo: Nunca consigo ocupar uma posição outra se não absolutamente infantil. - A noção de alteridade passa pela diferença (incompletude), reconhecer que me faltam coisas (se não me falta nada, então eu sou ideal). - Ex: Onde está o amor que me contempla e que me fará feliz para sempre? - Uma forma de comportamento infantil, muitas vezes é teatral. 4) Necessidade de perfeição: 100% / Idealização - Se eu não for perfeito, não serei bom o suficiente para ser amado. - O sujeito histérico permaneceu preso na ideia de que existe 100%, se não encontrou isso, o problema não está no ‘eu’ e sim no outro. 5) Dissociação afetivo-sexual: O que eu amo, eu não desejo, o que eu desejo eu não amo. - Onde há tesão, não há afetuosidade; onde há afetuosidade não há erótico.