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HISTERIA DE CONVERSÃO

O corpo como expressão do enigmático


(Dockhorn, Krug & Macedo, 2015)

1)​ ​Qual foi o papel de Charcot na evolução da compreensão acerca da Histeria?


Ele postulou que a histeria nada mais era que uma doença nervosa e funcional, com
caráter orgânico e hereditário. Outro aspecto importante postulado por Charcot é o
aspecto traumático que foi identificado como causador da histeria. Em relação ao
acontecimento traumático, este pode ser visto como uma ameaça direta a integridade
do sujeito (acidentes, doenças, mortes de entes queridos, quando remetem à perda de
proteção).

Outro ponto no qual Charchot veio a fazer as pessoas pensarem mais sobre a Histeria
é o fato de descartar a possibilidade de que as histéricas estivessem simulando.

2)​ ​Qual foi o papel de Breuer na evolução da compreensão acerca da Histeria?


Breuer atendeu a famosa Ana O, jovem que possuía alucinações, contraturas, acessos
de tosse, problemas de visão e dificuldade de expressar-se na língua materna. A
partir das conversas que estabeleceu com Brauer, a moça começou a apresentar uma
melhora em seus sintomas, e essa forma de tratamento foi chamada de​ talking cure​.
Os relatos de Breuer sobre Ana O. feitos a Freud culminou mais tarde nas produções
teóricas: Estudo da Histeria.

3) Com a queda da Teoria do Trauma/Sedução uma mudança fundamental acerca


da etiologia da Histeria se deu no pensamento freudiano. Explica.
Freud começa a entender que os traumas vividos não tinha que
necessariamente ocorrer na realidade, mas que eles poderiam advir de
uma fantasia infantil.

4) Freud amplia seu entendimento acerca dos mecanismos histéricos e da


etiologia da histeria, a partir do atendimento de Dora. Explica tais ampliações.
Dora tem 2 objetos de amor no Édipo, a mãe e o pai. Dora investe nos dois objetos. O
pai investe de volta e a mãe não, fica “ensimesmada”. Essa intensidade vivida com o pai
é um prazer forte, portanto, dificil de ser deixado para trás. Ele se repete através dos
sintomas conversivos.

5) Explica a idéia freudiana de que a “histérica sofre de reminiscências”.

A histérica sofre de intensidades psíquicas que produzem falha no recalcamento e


um retorno do recalcado. Esse retorno do recalcado é sistemático, portanto é um
sintoma.
6) Na origem do sintoma histérico existe uma falha do recalcamento. Explica tal
dinâmica.
Pois existe um conflito dentro do ego, um conflito entre recalcar o desejo e renunciar o prazer.
Ele está tentando abrir mão para lidar com as demandas da vida, mas ao mesmo tempo não
consegue, reconhece a genitalidade, mas não consegue chegar lá.
Por fim não consegue renunciar pela intensidade do desejo, muito prazer ou muito desprazer.

7) Por que, na concepção psicanalítica, o sintoma histérico é uma forma de


rememoração.

8) Por que, na concepção psicanalítica, o sintoma histérico é uma expressão


simbólica das fantasias sexuais infantis?

9) Por que é possível afirmar que o mecanismo da conversão é um recurso


psíquico frente à angústia?
Pois o sintoma origina-se para evitar a angústia que estava no psiquismo, essa angústia psíquica
passada para o corpo através da conversão, causa problemas orgânicos, e assim não reconheço
que tenho problemas psíquicos.

10) Caracteriza Complacência somática e relaciona tal concepção ao sintoma


histórico conversivo.
A somatização muitas vezes se repete o sintoma (crônico), o corpo se torna palco de um
sintoma, e na somatização existe uma origem no psiquismo, mas produz um sintoma real no
corpo. Já na Conversão não é um real adoecimento do corpo, mas pode se passar varias vezes
como se fosse.
11) Caracteriza os três Eus propostos por Nasio (1991) para o entendimento da
Histeria de Conversão.
Eu Insatisfeito: O impedimento está lá fora, com isso estou constantemente
decepcionado com o mundo.
- As expectativas estão muito altas, por isso, tudo que o outro fizer, e eu vier a
receber, vai acabar decepcionando.
- A insatisfação vem da idealização absurda. Pois a idealização sempre vai vir a
decepcionar.
- O sujeito que está constantemente decepcionado, está também, constantemente
infeliz.
- A insatisfação é primeiro com o outro, porque o outro decepcionando não irá
quebrar a minha idealização (Não sou eu que espero errado, é o outro que está me
dando errado, e com isso, o narcisismo fica protegido)
Eu Tristeza:​ ​Vazio.
- Se eu não sou a pessoa mais amada do mundo, logo eu não sou amada.
- O que sobra quando cai a idealização é um vazio identitário, um vazio que vai
implicar muito com a questão do valor, e com o sentimento de que então eu não
valho nada.
- Toda vez que o eu se depara com o vazio fica completamente deprimido.
Eu Histericizante: ​Forma peculiar de erotização.
- Colocar todas as formas de prazer naquilo que não é genital.
- Usufruir da pré-genitalidade, e não da genitalidade.
- Onde eu invisto a minha libido: Gastar mais tempo competindo do que se
relacionando com o outro.
- Causa prejuízo na identidade.
12) ​Caracteriza os traços de caráter histéricos, conforme propõe Mayer (1989).
1) Teatralidade, exibicionismo, sedução: Ideia de que o sujeito histérico por
carregar a dúvida de não saber quem sí é.
- Possui uma inautenticidade​, ele tem que parecer uma coisa que não é, algo que seja
menos ameaçador possível, para que as pessoas não vejam que ela é de verdade.
- Ex: A pessoa mais bonita, mais amada, mais bem resolvida.
- Para responder ‘’Quem eu sou?’’, necessariamente eu preciso ter sido atravessada
pela diferença.
2) Ingenuidade: ​Por não reconhecer seu efeito e lugar no mundo.
- Eu não consigo reconhecer o que eu produzo/o efeito que eu causo nas pessoas.
- Reconhecer o que produz e o efeito que causa é crucial para perceber qual é o meu
lugar no mundo.
3) Infantilismo: Nunca consigo ocupar uma posição outra se não
absolutamente infantil.
- A noção de alteridade passa pela diferença (incompletude), reconhecer que me
faltam coisas (se não me falta nada, então eu sou ideal).
- Ex: Onde está o amor que me contempla e que me fará feliz para sempre?
- Uma forma de comportamento infantil, muitas vezes é teatral.
4) Necessidade de perfeição: 100% / Idealização
- Se eu não for perfeito, não serei bom o suficiente para ser amado.
- O sujeito histérico permaneceu preso na ideia de que existe 100%, se não encontrou
isso, o problema não está no ‘eu’ e sim no outro.
5) Dissociação afetivo-sexual: O que eu amo, eu não desejo, o que eu desejo
eu não amo.
- Onde há tesão, não há afetuosidade; onde há afetuosidade não há erótico.

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