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A Origem do Negro - Tony

Browder + Vídeo legendado


- Ensaio extraído do livro From The Browder File (Arquivo do
Browder), que é um conjunto de 22 ensaios de Anthony T. Browder.

- como adicional, tem-se um episódio do From The Browder File


contendo a transcrição da legenda do vídeo no final do post.

A Origem do Negro

Escolha um nome, qualquer nome - negro, de cor, preto ou afro-


americano. Chame as pessoas por qualquer nome e elas ainda são
as mesmas, certo? Errado!
:
O nome ao qual você responde determina o grau de sua autoestima.
Da mesma forma, a maneira como as pessoas respondem
coletivamente a um nome pode ter efeitos devastadores em suas
vidas, principalmente se elas não escolherem seu nome.

Os asiáticos vêm da Ásia e têm orgulho da raça asiática. Os


europeus vêm da Europa e têm orgulho das realizações europeias.
Os negros, devo presumir, vêm de Negrolândia - um país mítico com
um passado incerto e um futuro ainda mais incerto. Como
Negrolândia é um mito, de onde se originou o mito do negro? A
chave para entender o significado de negro, é saber a definição
dessa palavra e sua origem.

Os portugueses foram os primeiros europeus a escravizar os


africanos e foram os primeiros a chamá-los de negros. Quando os
espanhóis se envolveram no comércio de escravos, eles também
usaram a palavra negro para descrever os africanos. Negro é um
adjetivo que significa preto em português e espanhol. Mas, desde
1444, e o início do comércio de escravos, o adjetivo negro tornou-se
um substantivo e o nome legítimo de um povo recém-escravizado.

As línguas portuguesa e espanhola foram derivadas do latim, que


tem sua origem na Grécia clássica. Na maioria dos idiomas
europeus, a palavra preto era tipicamente associada a aspectos de
morte. A palavra morte é derivada da palavra grega necro, que
significa morto, e é semelhante, em som e significado, à palavra
negro. Ao longo da história europeia, as palavras necro e negro
foram comumente usadas para referenciar a morte física, espiritual
ou mental de uma pessoa, lugar ou coisa.

Historicamente, quando os gregos viajaram para a África, 2.500 anos


atrás, a civilização egípcia já era antiga. A Grande Pirâmide tinha
mais de 3.000 anos e a Esfinge era ainda mais antiga. Escrita,
:
ciência, medicina e religião já faziam parte da civilização e atingiram
seu auge.

Os gregos vieram para a África como estudantes e sentaram aos pés


dos mestres para descobrir o que os africanos já sabiam. Em
qualquer relação aluno / professor, o professor só pode ensinar o
quanto o aluno for capaz de entender.

Os egípcios, como outros africanos, entendiam que a vida existia


além do túmulo. A adoração ancestral é uma maneira de reconhecer
a vida das pessoas que vieram antes de você e a capacidade delas
de oferecer orientação e direção aos vivos. Os templos foram
projetados como lugares onde os antepassados podiam ser
honrados e os feriados (dias santos) eram os dias designados para
isso.

Os egípcios tinham centenas de templos e centenas de dias santos


para adorar seus ancestrais. Eles estavam preocupados com a vida e
comemoravam o legado de seus entes queridos. Mas os gregos
pensavam que esses africanos tinham uma preocupação com a
morte. Eles consideravam o ato de culto ancestral como
necromancia ou comunicação com os mortos.

Como a palavra raiz necro significa morto, outra palavra para


necromancia é magia - a Velha Magia Negra que era praticada na
África antiga. Quando os gregos voltaram para a Europa, levaram
consigo suas crenças distorcidas e a palavra negro acabou
evoluindo a partir desse grande mal-entendido.

Menos de 300 anos depois que os primeiros gregos chegaram ao


Egito como estudantes, seus descendentes retornaram como
conquistadores. Eles destruíram as cidades, os templos e as
bibliotecas dos egípcios e reivindicaram o conhecimento africano
como deles.
:
Não apenas o legado africano foi roubado, mas o roubo por atacado
do povo africano logo se seguiu. Com o surgimento do comércio de
escravos e a criação do negro, tornou-se necessário desumanizar os
africanos e desvalorizar seu valor histórico como povo, a fim de
garantir seu valor como escravos. O que antes era chamado de cor e
condição física, agora é considerado um estado mental adequado
para milhões de africanos que residem atualmente na América.

Então, aí está, o negro - uma raça de pessoas mortas, com uma


história morta e sem esperança de ressurreição enquanto eles
permanecerem ignorantes de seu passado. Foi uma morte tripla - a
morte da mente, do corpo e do espírito do povo africano.

Era estritamente proibido os escravos negros aprenderem a ler ou


escrever. Esse conhecimento era a chave da libertação e foi
colocado firmemente fora de alcance. À medida que os negros eram
educados, eles tentavam se redefinir.

A evolução do negro para (pessoa de cor), preto, afro-americano e


africano representa uma progressão da autoconsciência. Como povo
livre, temos a responsabilidade de nos educar e redescobrir nossas
identidades africanas. O conhecimento de si é a chave para abrir a
porta para o futuro. Quanto mais cedo entendermos esse fato, mais
cedo poderemos dizer graças a Deus que somos um povo africano.

Comentário

De todos os ensaios do From The Browder File (Arquivo do Browder),


"A Origem do Negro" foi um dos mais populares. Foi bem recebido
por duas razões óbvias, o assunto e a ilustração que o acompanha,
especificamente a imagem da figura majestosa que emergia da
África.

A ilustração foi desenhada por Malcolm Aaron e recebemos vários


:
pedidos de pessoas que pediram permissão para usar a arte em
camisetas e pôsteres. Vários anos atrás, enquanto eu lecionava em
uma base da Força Aérea em Misawa, no Japão, me disseram que
essa arte era a tatuagem mais popular entre os irmãos nas forças
armadas. Esta imagem de um rei africano forte é aquela para a qual
qualquer ex-negro seria naturalmente atraído.

Com relação à palavra negro e à legitimidade de seu uso como nome


para os africanos, remeto ao livro de Richard Moore, O nome
"Negro" sua origem e mau uso. Não há dúvida de que a palavra
negro foi criada por pessoas más para propósitos malignos. O
falecido John Henrik Clarke costumava nos lembrar de que "cães e
escravos eram nomeados por seus senhores e que apenas homens
livres se denominavam". Com esse entendimento, qualquer pessoa
de mente livre deve ver a palavra negro como um nome inadequado
para pessoas pretas e organizações pretas.

Compreendo nossa aceitação do nome anos atrás, quando não


sabíamos. Mas, com todo o conhecimento que temos à nossa
disposição, não há desculpa para o uso contínuo de uma palavra que
é humilhante e obsoleta.

Como um negro em recuperação, prometi a mim mesmo nunca


escrever negro com uma maiúscula "N”. Negro não é um substantivo,
é um incômodo e deve ser descartado de nosso vocabulário junto
com a outra infame palavra "N". Quem optar por usar essas palavras
o faz por ignorância ou desrespeito.

O rei ou rainha latente dentro de você não pode coexistir


pacificamente com uma mentalidade negra. Ou você escolhe ser
livre e pensa, fala e age como uma pessoa livre, ou você é um
escravo. Você não pode ser os dois.

Referências e leituras selecionadas


:
Anderson, S.E., The Black Holocaust For Beginners, New York, N Y
and Readers Pub. Inc, 1995.

Diop, Cheikh Anta, African Origin of Civilization: Myth or Reality, New


York, NM Lawrence Hill, 1974.

James, George GM., Stolen Legacy, San Francisco, CA, Julian


Richardson, 1976.

Moore, Richard B., The Name “Negro” Its Origin and Evil Use,
Baltimore, MD, Black Classic Press, 1992.

Williams, Chancellor, The Destruction of Black Civilization, Chicago,


IL, Third World Press, 1976.

Arquivo do Browder: Episódio 1

No começo, nossos ancestrais não sabiam nada. Eles estudaram por


quatro mil anos. Eles aprenderam tudo o que havia para saber. Eles
ensinaram os outros. Depois veio o Maafa, o grande desastre.

Na escravidão era ilegal os africanos ler e escrever. Eles foram


forçados a esquecer de tudo o que haviam aprendido e ensinado.
Depois de 400 anos esquecendo, eles esqueceram que tinham
:
esquecido.

Isso muda hoje, vou lembrar por eles. Vou ler por eles, vou escrever
por eles. Vou ensinar por eles, vou me certificar de que nunca mais
serão esquecidos.

Sou Tony Browder e bem-vindo ao primeiro de uma série de


programas e ao meu livro From The Browder File. Antes de
começarmos o programa, eu gostaria de falar um pouco sobre mim.

Nasci em uma família monoparental, minha mãe tinha 16 anos


quando eu nasci. Ela morava com os pais no oeste de Chicago.
Minha mãe sempre se interessou em que eu obtivesse uma
educação da melhor qualidade que eu pudesse.

Então quando eu entrei no ensino médio. Nós nos mudamos de


Chicago para Oak Park, que é um subúrbio ocidental da cidade e
durante esse período, éramos a segunda família afro-americana a
morar em Oak Park, e em meus três anos na escola Oak Park River
Forest de um corpo estudantil de mais de 3000 estudantes, nunca
houve mais que dois afro-americanos, em toda a escola.

Eu recebi uma ótima educação. Aprendi a amar a aprender. Aprendi a


amar a ler, mas também aprendi que havia uma profunda ausência
de informações sobre quem eu era como pessoa de ascendência
africana.

Isso foi no final dos anos 60, durante o auge do movimento Poder
Preto e o Movimento da Consciência Preta, e então eu estava
imbuído de uma sensação de orgulho Preto, vivendo e frequentando
uma escola de ambiente totalmente branco.

Após o colegial, frequentei a Universidade de Illinois por um


semestre em que me formei em arquitetura e depois, mudei meu
:
curso quando fui para a Universidade Howard. Minha formação é em
design gráfico e publicidade. Só me interessei por história e cultura
depois de me formar na Universidade Howard. Quando comecei a
aprender a verdade sobre quem eu era enquanto uma pessoa de
ascendência africana.

Desse modo, esta jornada de iluminação, me levou a começar a


saber mais sobre quem eu era como ancestral da África. Documentei
meu conhecimento através dos meus escritos, das minhas
ilustrações, desenhos. E então comecei a dar palestras e seminários
enquanto eu viajava pelo país. E depois eu também viajei por toda a
África e pelo mundo. Documentando essas novas informações sobre
nossa história e cultura coletiva.

Então eu vim escrever From The Browder File como resultado de


minha participação no programa Cathy Hughes Morning Show em
1986 em Washington DC. A sra. Hughes ficou tão impressionada
com meu conhecimento que me convidou regularmente ao seu
programa.

Mas foi minha primeira aparição no Cathy Heghes Morning Show que
motivou uma ligação de Francis Murphy, que lecionava na Escola de
Comunicação da Universidade Howard. Ela era a editora do jornal
afro-americano de Washington e me convidou para escrever um
artigo sobre um dos assuntos da minha primeira entrevista.

O assunto foi “A Origem do Negro” e após nossa conversa inicial,


concordei em escrever uma coluna quinzenal sobre vários aspectos
sobre a história e cultura Africana e afro-americana. Eu escrevi essas
colunas ao longo de dois anos e foi isso que constituiu meu primeiro
livro intitulado “Arquivo do Browder: 22 ensaios sobre a experiência
Africano-americana”.

O que realmente colocou em movimento este programa, que você


:
está envolvido agora com o estudioso Browder, foram as cartas que
recebi de dezenas de afro-americanos encarcerados durante 1990.
Todo mês eu recebia dezenas de cartas de jovens irmãos, que
estavam trancados atrás das grades e liam pela primeira vez em
suas vidas. Que tiveram base em suas vidas pela primeira vez e
muitas das cartas diziam que meu livro From The Browder File foi o
primeiro livro que eles leram de ponta a ponta.

E como resultado das leituras sobre história e cultura africana e afro-


americana. Eles começaram a se orgulhar mais de si mesmos e
começaram a entender como e por que eles foram desviados. Foi
essencialmente uma falta de conhecimento de si mesmo que
resultou em desrespeitar a si próprio cometendo crimes contra
pessoas em suas comunidades. Vendendo drogas, brigando,
roubando e, as vezes, por fim, matando outras pessoas.

Contudo, como resultado da leitura, eles começaram a se ver de


maneira diferente. E muitas das cartas expressam os mesmos
comentários. Que eles gostariam de ter lido este livro mais cedo em
suas vidas. De tal forma que não estariam cumprindo 10, 15, 20, anos
de prisão ou prisão perpetua.

E outra pergunta frequente em suas cartas foi, como eles


conseguiriam levar essas informações para seus filhos para que eles
não seguissem os passos de seus pais.

Isso me levou a começar a ver o que eu poderia fazer em levar mais


essas informações contidas no The Browder File para nossos
rapazes e moças antes que eles sigam o caminho errado e acabem
encarcerados.

Por isso, iniciamos o The Browder Scholars Program para reunir


principalmente um grupo de estudantes afro-americanos e expô-los
ao conhecimento e à informação que eles provavelmente não
:
encontrariam em sua experiência educacional, do ensino
fundamental, ensino médio e, infelizmente, até da faculdade.

Há informações proibidas que não podem fazer parte do nosso


sistema educacional tradicional. Aprendi a incentivar nosso povo a
ler, porque é cultivando o apetite pela leitura que você pode
entender o porquê quando nossos ancestrais foram escravizados
centenas de anos atrás aqui neste país, nos Estados Unidos da
América, era ilegal para pessoas de ascendência africana, que foram
roubadas de sua terra natal, ler narrativas sobre de onde elas vieram.
Lembrar-se de como elas foram roubada e de como elas estavam
sendo abusadas

Nossa incapacidade de acessar um conhecimento preciso de nós


mesmos é o que contribui para a nossa contínua falta de respeito um
pelo outro e por nós mesmos. Agindo como um povo perdido e
assim quando comecei a aprender o poder do conhecimento, o
poder da leitura e de que compartilhando essas informações com
outras pessoas pode transformar vidas. Organizei uma série de
palestras em Washington DC a partir de 1987. E nosso primeiro
orador convidado foi o Dr. Asa Hilliard III.

Dr. Hillard era um psicólogo acadêmico. Ele era um historiador e se


tornou um amigo muito próximo e meu Jagna. Usamos a palavra
Jagna em vez de mentor porque Jagna é um termo amárico
originário da Etiópia, na África Oriental. E representa uma pessoa que
é defensora da cultura. Alguém que transmite informações culturais
e históricas aos jovens, a fim de colocar seus pés em um caminho
que os levará a se tornarem adultos positivos e produtivos em suas
comunidades.

Foi a minha afinidade com o dr. Hilliard que me levou a convidá-lo a


escrever a introdução do From The Browder File, quando foi
:
publicado em 1989. Agora, em 1989, poucas pessoas tinham ouvido
falar de Tony Browder ou Anthony Browder. Mas as pessoas nos
Estados Unidos e em todo o mundo conheciam o Dr. Hilliard,
conheciam seu trabalho como psicólogo, seu trabalho como mestre
educador, seu trabalho como historiador. Uma pessoa que levou
milhares de professores e administradores para o Egito em seu
estudo anual. Onde ele literalmente transformou suas mentes ao
mostrar-lhes a história de 5000 anos que nossos ancestrais haviam
criado no Vale do Nilo.

O Dr. Hilliard, em sua introdução ao “From The Browder File”, listou


os fatores que contribuem para um sentimento de desunião entre as
pessoas de ascendência africana. Ele falou sobre a necessidade de
estabelecer uma declaração mental de independência, a
necessidade de nos tornarmos pensadores conscientes e, assim,
esses dez tópicos ajudaram a estabelecer as bases de como as
pessoas deveriam usar este livro From The Browder File.

Eu gostaria de referenciar esses 10 pontos muito rapidamente, para


que você possa entender os fatores que aconteceram centenas de
anos atrás. Eles contribuem para o nosso atual estado de desunião e
desordem. E que, ao entender como essas forças ainda nos
impactam mais de 100 anos após o fim da escravidão.

Por fim, podemos começar a assumir uma responsabilidade pessoal


e mudar a forma de como pensamos. Mudar a forma como agimos e
modelar para nós mesmos, nossa comunidade e nossos filhos, o que
realmente é empoderamento cultural africano que homens e
mulheres devem seguir. E como eles deveriam se comportar.

Quero destacar esses 10 pontos que o Dr. Hilliard disse que contribui
para a nossa falta de senso de unidade e direção.

A primeira é que abandonamos nossos nomes. Nós não sabemos


:
quem somos. Não sabemos de onde viemos na África,

O segundo ponto é que renunciamos o modo de vida de nossa


cultura. Adotamos os modos de vida das pessoas diferentes de nós.

A terceira é que perdemos nosso ímpeto, porque perdemos nossos


nomes e abandonamos nosso modo de vida em nossa cultura. E o
que geralmente acontece é que, onde uma pessoa desenvolve uma
consciência africana e procura compartilhar essas informações com
seus familiares e amigos. Uma das afirmações que é ouvida com
frequência é: ”oh, você aqui de novo com essas coisas de Preto.”

Como se houvesse algo errado em falar sobre quem somos e elevar


a história de nossos ancestrais. Somos Pretos, seremos pretos por
toda a vida e, portanto, a melhor coisa que podemos fazer é celebrar
quem somos, estudando nossa história e cultura. Modelando isso
para nossos jovens e ensinando-os o orgulho de nossos ancestrais.

O quarto ponto que Dr. Hilliard levantou foi que temos uma perda
geral de memória. Poucos de nós conseguem contar a história do
povo africano sem começar essa história em nossa escravidão,
como se nossa escravização fosse a única coisa que já aconteceu
conosco. Esta é uma mentira que foi criada e perpetuada por nossos
escravizadores a fim de nos manter mentalmente escravizados e
como Dr. Hilliard costumava dizer, a escravidão mental é pior que
escravidão física. Porque os escravos mentais pensam que são livres
e nunca perceberam os grilhões em nossas mentes.

O quinto ponto que ele levantou é que criamos falsas memórias.


Temos lembranças imprecisas do povo africano, da história africana
e da cultura africana. Também temos lembranças imprecisas da
história europeia, do povo europeu e cultura europeia. Nós, na
América, fomos ensinados a acreditar que Cristóvão Colombo
descobriu a América e um fato fundamental com o qual devemos
:
nos perguntar é, como alguém pode descobrir uma terra quando as
pessoas já estão lá? E o “descobrimento” da América foi em 1492,
que definiu o quadro para a dizimação dos povos indígenas desta
terra, que por engano ainda nos referimos hoje como Índios. E então,
com sua dizimação, estabeleceu o processo europeu de
escravização do povo africano. O que resultou na morte de mais de
50 milhões de homens, mulheres, crianças, que foram roubados de
suas terras da África Ocidental. Assim, com o roubo do povo
africano, depois da destruição da história, cultura e memória dos
povos indígenas. Os europeus fabricaram mentiras para se elevarem
como heróis, como descobridores, como homens de grande valor.
Quando, de fato, o registro histórico documenta que eles estiveram
entre os maiores ladrões, mentirosos e manipuladores do mundo.
Então, parte da jornada, que encorajo a todos a participarem desta
leitura dos ensaios do The Browder File, é uma jornada para a
iluminação. Mas começaremos a aprender a verdade sobre nós
mesmos e ter uma maior compreensão de quem são os outros. Que
continuam a influenciar nossas vidas hoje.

O sexto ponto que Dr. Hilliard levanta é que perdemos nossa terra.
Perdemos nossos laços com a terra, perdemos a África há mais de
400 anos. O povo africano foi roubado da pátria. E então, por quase
100 anos, os europeus tomaram, dividiram e colonizaram a África.
Aproveitou todos os recursos existentes e os explorou. Para seu
próprio ganho pessoal, como resultado de mais de 500 anos de
roubo de pessoas, terras e recursos, a África é pobre e a Europa é
rica. A única razão pela qual a Europa é rica é que ela roubou o povo
africano e os recursos africanos. A única razão pela qual a África é
pobre é por causa da perda de mais de 50 milhões de pessoas, e
uma quantidade incalculável de ouro, diamantes e outros recursos
que abasteceram o mundo por centenas e centenas de anos.

O sétimo ponto da referência do Dr.Hilliard é que perdemos nossa


:
capacidade de produção independente. Nós fomos programados e
socializados para sermos consumidores e não produtores. Nossos
ancestrais foram responsáveis por criar a civilização documentada
mais antiga deste planeta. Fomos os primeiros seres humanos a ler,
escrever e raciocinar. Mas agora nos socializamos para consumir
tudo o que foi criado por esse mundo europeu e abraçar esse
conteúdo ou consumi-lo como se fosse a única coisa de valor. Então
temos que começar a entender quem éramos para que possamos
nos tornar essas grandes pessoas novamente.

O oitavo ponto da referência do Dr.Hilliard é que perdemos o


controle independente de nós mesmos. Não controlamos mais
nossos bairros, nossas comunidades. Não controlamos mais os
meios de empregar nossa força de trabalho. Não controlamos mais
nossos sistemas educacionais, nem mídia que socializa nossos
comportamentos. Tudo isso que é essencial para o nosso
desenvolvimento como indivíduos e como povo. Tudo isso é muito
importante em moldar a mente dos jovens. Quem controla seu
sistema educacional determina o que você sabe; e o que você sabe,
determina como você pensa e como age. Quem controla a mídia
determina sua percepção de si mesmo. Determina quais são os
nossos modos legítimos e ilegítimos de comunicação e
comportamento. E como sabemos muito bem, olhando para a mídia,
seja televisão, rádio, mídia impressa, filme ou vídeo, continuamos a
ser apresentados como pessoas indesejáveis, criminosos,
traficantes e pessoas que nem em nossa mente queremos nos
identificar. Desse modo, temos que recuperar o controle dos
sistemas que influenciam nossos pensamentos e nosso
comportamento. Nosso sistema educacional nossos sistemas de
mídia e os meios de emprego para que possamos nos capacitar e
apoiar aqueles indivíduos e instituições que ajudarão a trazer o
melhor de nós mesmos e o melhor nas gerações futuras.
:
E depois Dr. Hilliard disse que perdemos nossa sensibilidade. Esta é
a nona referência. Perdemos a capacidade de saber quando outras
pessoas estão nos menosprezando e aceitamos retratos imprecisos
do povo africano como se fossem verdadeiros. Quando você
internaliza percepções negativas da realidade. Você,
subconscientemente, abraçará esses aspectos negativos como
autênticos para si mesmo. Portanto, é sobre saber quem você é,
sobre agir com base nesse conhecimento e compartilhar esse
conhecimento com outras pessoas para que você possa iniciar o
processo de uma jornada para a iluminação. Semeando
pensamentos nesse processo de restaurar sua memória histórica e
cultural de que você pode se tornar seu Eu verdadeiro e autêntico.

O décimo ponto que dr. Hilliard diz é o resultado cumulativo de todas


essas coisas. Perdemos nosso senso de unidade e direção. E assim,
o único recurso para aqueles de nós que tomam tempo para ler e
estudar retratos precisos das contribuições contínuas do povo
africano à história e às culturas, é apenas redescobrindo essas
novas informações que podemos começar a conhecer nosso
verdadeiro Eu. Comece a agir e a falar de uma maneira que glorifique
nossos ancestrais e apresente-os aos jovens para que tenham
capacidade de se tornar gloriosos, da mesma forma.

Portanto, esses são os objetivos básicos dos ensaios do From The


Browder File para apresentar a você informações que a maioria de
nós nunca receberá em um ambiente educacional formal e para
mostrar como internalizar essas informações históricas, realizar mais
pesquisas sobre os assuntos referenciados, agora essas novas
informações podem te guiar no caminho do conhecimento, e isso
fará com que você faça contribuições positivas para sua família, para
sua comunidade e para o mundo africano.

Então aproveite a leitura e a discussão do From The Browder File.


:
Isso levará ao caminho da iluminação.

Fuca, Insurreição CGPP, 2020.


:

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