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Disciplina de TEMAS TRANSVERSAIS E

ATUALIDADES

Professora: Michéle Tancman C. da Silva


ITENS DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
EMENTA DA DISCIPLINA

•Sociedade enquanto uma organização plural, diversificada e multicultural.


• Cultura de paz e caminhos para uma sociedade mais justa.
• Diversidade étnico-racial na construção social e política da sociedade brasileira.
• Diversidade de gênero e respeito às diferenças enquanto pessoas integrantes da sociedade
brasileira.Importância do negro e do índio na formação da cultura e da sociedade brasileira.
• Análise da violência contra a mulher.Meios de combate a essa forma de violência.
• Importância dos direitos humanos e de uma educação no campo da cidadania, democracia e ética.
Importância da relação entre cultura e arte.
• Processos de migração para as cidades, vistas enquanto um direito de todos para a qualidade de vida.
• Importância da política internacional enquanto campo de acontecimentos e processos políticos para
além das fronteiras dos Estados nacionais, levando-se em conta a ordem mundial estabelecida e a
correlação de forças entre países e potências mundiais.
• Importância das relações internacionais para a paz mundial, relações comerciais, culturais e políticas.
• Formação geral do Estado, sociedade e trabalho no Brasil.
• A globalização e a sociedade.
• Políticas públicas de educação ambiental, sociedade de consumo, acessibilidade e inclusão social para
pessoas com alguma deficiência, políticas públicas para a criança, os adolescentes e os idosos.
• Políticas públicas e direitos sociais dos brasileiros para a promoção da saúde, prevenção de doenças,
segurança alimentar e nutricional como direito de todos.
• Práticas alimentares promotoras da saúde, que respeitem a diversidade cultural de forma ambiental,
cultural, econômica e socialmente sustentável.
ATIVIDADES UNIVERSO UNITRI
T1 – Teste - AVA 01/04 a 07/04 01/04 a 07/04
TF1 – Teste - AVA 08/04 a 14/04 08/04 a 14/04
V1 – Verificação 1 –
(atividade presencial – verifique dia e horário 15/04 a 20/04 15/04 a 20/04
do Campus)
13/05 a 18/05 13/05 a 18/05
R1 - (atividade virtual – AVA) Filial 04 – Goiânia Filial 04 – Goiânia
24/05 24/05
T2 – Teste - AVA 20/05 a 26/05 20/05 a 26/05
V2 – Verificação 2
(atividade presencial – verifique dia e horário 03/06 a 08/06 03/06 a 08/06
do Campus)
2CHV1 – Seg. Chamada da V1
(atividade presencial – verifique dia e horário
do Campus)
2CHV2 – Seg.da Chamada da V2
17/06 e 18/06 03/05 e 18/06
(atividade presencial – verifique dia e horáio
do Campus)
VS – Verificação Suplementar
(atividade presencial – verifique dia e 21/06 a 27/06 25/06 e 26/06
horário do Campus)
OBSERVAÇÕES:
 Após a V1, em conformidade com o Calendário Acadêmico,
será disponibilizada a avaliação suplementar R1 para os
alunos que obtenham uma nota menor ou igual a 6,0 (seis)
pontos.
 A avaliação R1 abordará todo o conteúdo ministrado até a
data da avaliação V1, com o dobro de questões da V1;
 O valor da nota da avaliação R1 será de 0 (zero) a 7 (sete)
pontos;
 A avaliação R1 terá duração máxima de 1 (uma) hora e 15
(quinze) minutos.
SOCIODIVERSIDADE E MULTICULTURALISMO

Objetivo do objeto 1: identificar o quanto a sociedade é


plural, isto é diversificada e multicultural.

Vamos iniciar pedindo para que você faça uma reflexão sobre
a figura abaixo : o que seria da sociedade se todos fossem
iguais?

Um mundo homogêneo seria melhor?


O MULTICULTURALISMO é conhecido como um fenômeno que
estabelece a coexistência de várias culturas em um mesmo espaço
territorial e nacional. Atualmente verifica-se muitas culturas
convivendo em um mesmo espaço e isso ocorre, principalmente
pelo processo de globalização e as incidência de muitas migrações,
sejam elas autorizadas ou não pelos países. Nesse sentido, aceitar
uma sociedade multicultural é realizar uma convivência pacífica de
várias culturas em um mesmo ambiente.
A sociedade é formada por indivíduos nada homogêneos.
A SOCIODIVERSIDADE pode ser definida como a diversidade que se faz
presente em uma sociedade.

Em uma sociedade diversificada, as pessoas não pensam e nem se


comportam de forma igual diante das mais variadas situações. São
diferentes, inclusive, quanto as suas possibilidades de ser, são diferentes
credos, etnias, opções sexuais, em suas “deficiências “e não há como
estabelecer um padrão. Todos fazem parte da mesma sociedade e todos
são importantes. Porém muitos são intolerantes um com os outros. Não
é surpresa que, para se viver em sociedade é preciso conviver de forma
“hibrida.” É preciso desenvolver a cidadania e adaptar-se às diferenças.

A SOCIODIVERSIDADE é a convivência pacífica de diversas sociedades


distintas, como o Brasil, que é uma grande mistura de etnias, religiões
etc.”
Existe uma grande Sociodiversidade, principalmente no interior do Brasil
(grupos indígenas, pequenos produtores rurais, assentados da reforma
agrária, pequenos posseiros tradicionais, comunidades extrativistas, grupos
de “alternativos” migrantes da classe média urbana em direção ao campo),
representa um grande desafio.
https://brasilescola.uol.com.br/noticias/populacao-indigena-brasil-
2022/3129198.html
O CONTRÁRIO DE IGUALDADE NÃO É DIFERENÇA. O CONTRÁRIO DE
IGUALDADE É DESIGUALDADE.
PODEMOS ESTABELECER A IGUALDADE GARANTINDO A EXISTÊNCIA E RECONHECIMENTO
DAS DIFERENÇAS!

Vídeo 1 – MULTICULTURALISMO
https://youtu.be/1PSJsZQ4nCw
Conclusão
É importante então que se estabeleça relações sociais a fim de
vivenciar e respeitar as diferenças. Ou seja, é entender, partilhar
e aceitar uns aos outros, ou de modo contrário estaremos
praticando a exclusão social de indivíduos de uma sociedade
que é plural. Sob esse ponto de vista, nota-se que essas
diversidades realçam os valores humanos e seu entendimento
do que é uma vida comum, e como as condições externas e
suas tensões de violência, intolerância, preconceito e ideologias
contrarias podem criar questionamentos de dúvidas sobre essa
política de harmonia e sua visão liberal.
A discussão pública sobre “multiculturalismo” e “sociodiversidade”, iniciada nos
EUA e Europa, e difundida, em seguida, em outras sociedades democráticas, tem
ocorrido desde as últimas décadas do século XX até o momento (2021). Esses dois
temas dizem respeito às questões das identidades culturais e das diferenças ou,
mais precisamente, ao direito de a pessoa ser diferente em um mundo
contemporâneo e global, com grande diversidade e muitos contatos interculturais e
socioculturais. Na sociedade brasileira, especificamente, ainda nos dias atuais,
debater sobre identidade cultural e diferenças é questionar e combater as razões
que levam algumas pessoas, por exemplo, a enxergarem nordestinos como
analfabetos e ignorantes; negros como marginais; povos indígenas como indolentes
e selvagens; mulheres inferiores a homens e homossexuais como anormais.
Considerando o combate aos preconceitos contra as diferenças e identidades
diversas, atente para as seguintes proposições a respeito dos debates sobre esse
tema:
I - É importante debater sobre as diferenças, uma vez que é necessário
e válido fazer frente a todos os anormais, bárbaros e selvagens para
que sejamos iguais.

II. Discutir sobre as diversas identidades culturais demonstra que não


existem culturas “certas” ou “erradas” ou uma “superior” a outra: elas
são apenas diferentes.

III. O debate multicultural aponta que precisamos exercer a tolerância a


favor do convívio democrático e não julgar diferenças culturais de
modo excludente.

IV. A discussão sobre a Sociodiversidade hoje enfrenta os males do


racismo contra pessoas brancas e transforma em anormais as relações
heterossexuais.

Está correto o que se afirma somente em


A - I e II. B - II e III. C - I e IV D - III e IV
I - É importante debater sobre as diferenças, uma vez que é necessário e
válido fazer frente a todos os anormais, bárbaros e selvagens para que
sejamos iguais.

II. Discutir sobre as diversas identidades culturais demonstra que não


existem culturas “certas” ou “erradas” ou uma “superior” a outra: elas são
apenas diferentes.

III. O debate multicultural aponta que precisamos exercer a tolerância a


favor do convívio democrático e não julgar diferenças culturais de modo
excludente.

IV. A discussão sobre a Sociodiversidade hoje enfrenta os males do


racismo contra pessoas brancas e transforma em anormais as relações
heterossexuais.

Está correto o que se afirma somente em


A - I e II. B - II e III. C - I e IV D - III e IV
_O Multiculturalismo tem se constituído em uma questão importante,
desde a década de 1990, no campo do currículo. Para Sacristán
(1995), essa abordagem, quanto a uma perspectiva multiétnica,
constitui-se na possibilidade de diminuir os preconceitos de uma
sociedade para com as minorias étnicas. Uma organização curricular
que busque a dimensão multiétnica deve promover práticas
educativas baseadas:
Alternativas
A - nas diferentes culturas; assim, é fundamental respeitar os
“guetos”.
B - nas práticas culturais de grupos discriminados historicamente, em
busca da formação de uma única cultura.
C - nas identidades plurais, com base na diversidade de etnias,
gênero, classe social e padrões culturais.
D - na cultura, na liberdade e na tecnocracia.
E - nos conhecimentos práticos e na padronização de atividades.
_O Multiculturalismo tem se constituído em uma questão importante,
desde a década de 1990, no campo do currículo. Para Sacristán
(1995), essa abordagem, quanto a uma perspectiva multiétnica,
constitui-se na possibilidade de diminuir os preconceitos de uma
sociedade para com as minorias étnicas. Uma organização curricular
que busque a dimensão multiétnica deve promover práticas
educativas baseadas:
Alternativas
A - nas diferentes culturas; assim, é fundamental respeitar os
“guetos”.
B - nas práticas culturais de grupos discriminados historicamente, em
busca da formação de uma única cultura.
C - nas identidades plurais, com base na diversidade de etnias,
gênero, classe social e padrões culturais.
D - na cultura, na liberdade e na tecnocracia.
E - nos conhecimentos práticos e na padronização de atividades.
SOCIEDADE, VIOLÊNCIA E A
CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DE PAZ

Objetivo do objeto 2: identificar a necessidade de se estabelecer


uma cultura de Paz para se ter uma sociedade mais justa.
O Nosso segundo tema solicita um estudo sobre sociedade,
violência e a construção de uma cultura de paz.
O QUE É SOCIEDADE?
Na Sociologia é definida como grupo humano que habita em certo período de
tempo e espaço, seguindo um padrão comum; coletividade.

É praticamente impossível encontrar um ser humano que viva isoladamente.


Existe uma necessidade básica das pessoas se relacionarem com outras e com o
mundo.
Neste sentido a sociedade foi sendo construída com regras sociais para que se
tenha uma convivência minimamente harmônica. Muitas regras sociais foram
criadas a partir de conceitos de MORAL e ÉTICA (que não são conceitos iguais)
estabelecidos por todos os seguimentos da sociedade. Se pressupõe que haja
uma convivência e atividades conjuntas das pessoas, de forma ordenada ou
organizada conscientemente.
OBJETO 02 - SOCIEDADE, VIOLÊNCIA E A CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DE PAZ

SOCIABILIDADE X SOCIALIDADE

A SOCIABILIDADE, segundo os dicionários, é a qualidade de ser


sociável aquele que apresenta uma pessoa, ou seja, aquele que
tende a viver em sociedade, como também aquele indivíduo
amável que se relaciona bem com todas as pessoas, mas ainda
existe um grupo de pessoas que exercem a socialidade definida
por Michel Maffesoli (1984),

SOCIALIDADE é um conjunto de práticas quotidianas que


escapam ao controle social rígido e, ao mesmo tempo, um
verdadeiro substrato de toda vida em sociedade.

PODE-SE HAVER, ENTÃO, UMA CULTURA DE PAZ PARA


AS SOCIEDADES NO MUNDO
COMO TAMBÉM UMA CULTURA DA VIOLÊNCIA.
VIOLÊNCIA
POR QUE O MUNDO É TÃO VIOLENTO?
Por que a sociedade brasileira é tão violenta?

A violência, segundo a definição do Dicionário Aurélio (2019) é:


“Exercer força física contra algo ou alguém, obrigar, constranger,
coagir alguém a fazer algo que não queira”.

Há várias formas em que a violência se expressa.


Segundo o artigo 7º da Lei nº 11.340/2006, a violência é dividida em
tipos e categorias, como: violência contra mulher, de gênero,
domestica, familiar, física, institucional, intrafamiliar, moral,
patrimonial, psicológica, social e sexual.

Podemos então falar não somente DA VIOLÊNCIA mas DE


VIOLÊNCIAS, já que existem várias formas como ela se expressa.
Dados revelam crescimento
alarmante de todos os tipos de
violência contra a mulher.
Infográfico: Fórum Brasileiro de
Segurança Pública 2023

Entre as outras formas de violência


citadas, as mais frequentes foram:
•Ofensas verbais (23,1%)
•Perseguição (13,5%)
•Ameaças de violências físicas
(12,4%)
•Ofensas sexuais (9%)
•Espancamento ou tentativa de
estrangulamento (5,4%)
•Ameaça com faca ou arma de
fogo (5,1%)
•Lesão provocada por algum
objeto que foi atirado nelas (4,2%)
•Esfaqueamento ou tiro (1,6%).
https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-
humanos/noticia/2023-03/mais-de-18-milhoes-de-
Áudio -
https://tts-
app.ebc.com.br/media/tt
s/199629.mp3
Visualizar melhor em:
https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2023/07/anuario-2023-infografico.pdf
Visualizar melhor em:
https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2023/07/anuario-2023-infografico.pdf
VIOLÊNCIA
URBANA

Brasil tem 16 cidades no


grupo das 50 mais
violentas do mundo -
Alagoas 24 Horas: Líder
em Notícias On-line de
Alagoas
Atlas da Violência 2023 - IPEA

https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/
INFOGRÁFICO
https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/arquivos/artigos/6858-atlas-violencia-2023-
infografico-v06-1.pdf
•o Brasil teve 3,9 mil homicídios dolosos (intencionais) de mulheres em 2022 (aumento de
2,6% em relação ao ano anterior)
•1,4 mil feminicídios, o maior número já registrado desde que a lei entrou em vigor, em 2015
•12 estados registraram alta no número de homicídios de mulheres
•14 estados tiveram mais vítimas de feminicídio de um ano para o outro
•Mato Gros do Sul e Rondônia são os estados com o maior índice de homicídios de mulheres
•MS e RO também têm as maiores taxas de feminicídios do país
Brasil bate recorde de feminicídios em 2022, com uma mulher morta a cada 6 horas | Monitor da
Violência | G1 (globo.com)
A construção de uma cultura de Paz está
relacionada as categorias tolerância,
intolerância e solidariedade praticadas pelos
indivíduos pertencentes a sociedade.

Por que a solidariedade é importante para


uma cultura de paz?

solidariedade é: “Um sentimento de amor e compaixão ao


próximo, mais que um sentimento é uma ação em prol de
outros indivíduos ás valorizando como pessoas
Qual das seguintes opções NÃO representa uma ação que
promove a cultura de paz?
a) Realizar diálogos construtivos e não violentos para resolver
conflitos.
b) Incentivar a cooperação e o respeito mútuo entre as pessoas.
c) Promover a igualdade de oportunidades e o acesso à
educação.
d) Utilizar a violência para impor ideias e convicções pessoais.
e) Valorizar a diversidade cultural e combater a discriminação.
Gabarito: Alternativa d.
A cultura de paz tem como princípio a resolução de
conflitos de maneira pacífica, por meio do diálogo e da
cooperação, sem recorrer à violência. A utilização da
violência para impor ideias e convicções pessoais é uma
atitude que vai contra a cultura de paz e o respeito aos
direitos humanos. As demais alternativas apresentam
ações que promovem a cultura de paz, como o incentivo à
cooperação e ao respeito mútuo, a promoção da igualdade
de oportunidades e acesso à educação, e o combate à
discriminação e valorização da diversidade cultural.
Qual das seguintes opções representa uma atitude que promove
a cultura de paz por meio da solidariedade, em contraposição à
violência?
a) Aumentar o uso de armas de fogo em situações de conflito
para se defender.
b) Promover campanhas de arrecadação de alimentos e doações
para pessoas em situação de vulnerabilidade.
c) Utilizar a força física para impor a própria vontade em uma
situação de desentendimento.
d) Desprezar as opiniões e perspectivas diferentes das suas em
discussões ou debates.
e) Fomentar o ódio e a intolerância em relação a grupos sociais
minoritários.
Gabarito: Alternativa b.
A cultura de paz envolve o incentivo à solidariedade e à
cooperação entre as pessoas, com o objetivo de promover
relações mais pacíficas e justas na sociedade. Nesse sentido,
promover campanhas de arrecadação de alimentos e doações
para pessoas em situação de vulnerabilidade é uma atitude que
incentiva a solidariedade e a empatia, elementos fundamentais
para a construção de uma cultura de paz. As demais alternativas
envolvem atitudes violentas ou que fomentam a violência, como
o aumento do uso de armas de fogo, a utilização da força física
para impor vontades, o desprezo por opiniões e perspectivas
diferentes e o fomento ao ódio e à intolerância em relação a
grupos minoritários.
HISTÓRIA DA ÁFRICA E
CULTURA AFROBRASILEIRA
E INDÍGENA
Qual imagem você tem quando
começamos a falar em África?
Pense Rápido !!!!
O modo como a África é vista ou a imagem
que dela nos é dada para consumo,
constitui uma África dos quatro "Ts". Tribo,
Tarzan, Terreiro e Tambor. A África de
costumes exóticos. Dificilmente entramos
em contato ou até mesmo estudamos
a África levando em consideração a sua
história.
A história de um povo. Muitos imaginam que
a África só teria entrado na história por
causa da Europa
Você sabe onde fica a África?

O território africano
possui 30.272.922
km².
É limitado ao norte
pelo mar
O litoral, que totaliza 30.500 km, é
bastante regular e com poucas ilhas Mediterrâneo, a leste
(destacam-se Madagáscar, Comores, pelo mar Vermelho e
Maurício, Madeira, Canárias, Cabo oceano Índico e a
Verde, São Tomé e Príncipe, Santa
Helena e Seicheles). oeste pelo oceano
Atlântico.
Os africanos não se viam como africanos
“A origem da palavra África não é clara.

Os “africanos” não se consideravam como tal, não


existindo homogeneidade cultural, política ou social, muito
menos identidade em comum, ao contrário do que sugere a
designação.

O termo traduzia um recorte geográfico que teve origem


externa à sociedade designada.

Seu objetivo era o de definir áreas de relações


comerciais ou alvos da expansão colonial.
(PRIORE, Mary Del & VENANCIO, Renato Pinto. Ancestrais: uma introdução à
história da África Atlântica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004, p. 32)
Observações:
1 - África tem sido tomada como conjunto.
2 - Colônia de periferia descartável são exemplos
3 - Não significa, entretanto, a existência de uma identidade
africana.
4 - Revitalizar esta ideia é de suma importância pois partimos da
hipótese de que a identidade africana está muito mais no olhar dos
que a observam do que num pretenso sentimento interno da união
ou espacial idade diferenciada.
5 - Talvez aplique melhor a ideia de unidade e não de identidade,
pois existe uma história de problemas comuns aos povos daí
oriundos, problemas estes advindo de uma colonização por parte
dos europeus que se situa entre as mais dramáticas da história .
6 - Entretanto cabe lembrar que unidade não significa
homogeneidade
Existem duas formas de regionalizar o continente africano:
A partir da localização geográfica de cada região ou a partir de traços
culturais e étnicos.
A conferência de Berlim, realizada entre novembro de
1884 e fevereiro de 1885, foi convocada com o
objetivo de organizar os projetos de exploração e
ocupação do continente africano pelas grandes
potências europeias. Proposto pelo chanceler
alemão Otto von Bismarck, esse evento reuniu os
representantes de 13 países da Europa, dos Estados
Unidos e do Império Otomano.
Embora os europeus já estivessem na região desde o
século XV, durante os três meses de discussão foram
definidas novas fronteiras e rotas para livre circulação
e comércio nos rios Níger e Congo, além do
compromisso com o fim da escravidão e tráfico de
escravos.
Como os povos africanos ficaram de fora de todas as decisões, para muitos
historiadores esses encontros deram o pontapé inicial nos conflitos internos que
viriam a acontecer na África, provocando danos que até hoje não foram
solucionados.
Você pode imaginar as consequências para a Nação africana depois da
criação das fronteiras arbitrárias?
Observe que 60% desta divisão é
constituído de retas ou de arcos de
circunferência.

Podemos dizer que muitos dos


conflitos étnicos que existem hoje é
conseqüência da partilha da África.

Os estados africanos atuais, na sua


maioria, não tem a mesma unidade
cultural, lingüística ou cultural.

Existem casos em que um mesmo


Estado abriga várias nações ou até
uma única nação em dois ou mais
Estados.
O que levou a população Africana aceitar a colonização?
Qual a sua opinião?

A Colonização Africana fortaleceu-


se em função do Racismo e do
Determinismo Geográfico.

As ideias básicas do colonialismo

O modelo imposto pelos europeus


baseava-se em ações político-
econômicas, cuja a essência era a
dominação total, justificada pela
ideologia difundida na Revolução
Industrial. época eram:

Quais as principais ideias aceitas na


colonização?
As ideias básicas do colonialismo

1 _ Racismo: Não há colonialismo sem racismo.


O Racismo nasceu da exploração capitalista: a escravatura,
as relações senhor-servo, mão-de-obra barata.
Estratégia para impor inferioridade.
Admitia-se a superioridade branca sobre as demais raças
É indispensável para manter o sistema de exploração

O racismo resume e simboliza a relação


fundamental que une o colonizado e o
colonizador" As doutrinas racistas partiam do
princípio de que os brancos europeus, por
serem superiores, possuíam uma missão
civilizadora a ser cumprida no mundo.
As ideias básicas do colonialismo
2 _ O determinismo Geográfico
África por ter aspectos físicos
mais favoráveis, especialmente
climáticos, conseguiram
desenvolver-se melhor que outros
continentes.

Desta forma os mais


"desenvolvidos" teria como função
além de uma subjugação política
dominar os menos afortunados e
civiliza-los.
Joanesburgo. In:Africa: O despertar de um Continente. Coleção Grandes Impérios e CiviLizações. RJ: Edições Del Prado, 1997.
Povoação nos arredores de Joanesburgo. In: África: O despertar de um Continente. Coleção
Grandes Impérios e CiviLizações. RJ: Edições Del Prado, 1997.
• Casas nos Camarões.
Mesquita em Mali In: Africa: O despertar de um Continente. Coleção Grandes Impérios e Civilizações.
RJ: Edições DelPrado, 1997.
África: religiões
Disponível em: Mapas da África | World geography, Africa,
Geography map (pinterest.com)
África: línguas
Disponível em:
http://artistoria.files.wordpress.com/2010/11/gru
pos_linguisticos_africa.jpg
Nome da
Plataforma
(sed.ms.gov.br)
• HISTÓRIA DA
ÁFRICA E
CULTURA
AFROBRASILEIRA
E INDÍGENA
• RELAÇÕES
ETNICO RACIAIS
NO BRASIL
• Continuação
• PARTE 2
O Brasil é, sim, um
país racista. As
posições subalternas
da sociedade são, na
maioria, ocupadas
por negros e
indígenas. Eles são as
vítimas preferenciais
da pobreza e da
violência. Os brancos,
no extremo oposto,
dominam o topo da
pirâmide social.
Fonte: Senado Federal https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2020/01/racismo-em-pauta-2014-racismo-
estrutural-mantem-negros-e-indigenas-a-margem-da-
sociedade?utm_source=Facebook&utm_medium=MidiasSociaisSenado&fbclid=IwAR3AQ79
9uGB13h83ywBP5Bt02tnLu8Sko9lt-G2dj_GnQm4OFP_bFKk_dPk
No ano de 2003 foi elaborado o Decreto
nº 4.887, que visa garantir, além da
posse de terras, uma melhor qualidade
de vida aos quilombolas. O documento
dispõe sobre o direito desses povos em
ter acesso a serviços essenciais como
educação, saúde e saneamento.

Também trata sobre a


O Decreto gerou discussões no
regulamentação da titulação das
mundo jurídico e legislativo sobre a
terras dos quilombolas e pode ser
sua validade. Em 2018, o Supremo
considerado um marco para os
Tribunal Federal garantiu por
direitos dos quilombolas por
maioria dos votos a
reconhecer o direito de auto-
constitucionalidade do Decreto.
atribuição desse grupo étnico-racial.

Os direitos dos quilombolas no Brasil | Politize!


Opera Mundi: Número de negros em universidades brasileiras cresceu 230% na última década; veja outros dados (uol.com.br)
Opera Mundi: Número de
negros em universidades
brasileiras cresceu 230% na
última década; veja outros
dados (uol.com.br)

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA APONTA QUE APENAS 3% DOS MÉDICOS


SÃO NEGROS 30/11/2022 às 19:24
Brasil-População-Negra-2021 » (appsindicato.org.br)
DIVERSIDADE EM BAIXA
Número de novos cotistas nas federais tem a maior queda em dez
anos, aponta Censo

Segunda-feira 23 .10.2023 | OGLOBO


Pesquisa indica que 61% dos brasileiros acreditam que o país é racista - Nacional - Estado de Minas
Por Pedro Tinoco e Saulo Pereira Guimarães Publicado em 20 ago 2021, 06h00
Leia mais em: https://vejario.abril.com.br/cidade/intolerancia-religiosa/

Por que Rio lidera ranking de intolerância


contra religiões africanas | VEJA RIO
(abril.com.br)
Índio ou indígena? Entenda a diferença entre os dois termos

"Índio é um termo genérico, que


não considera as especificidades
que existem entre os povos
indígenas, como as especificidades
linguísticas, culturais e mesmo a
especificidade de tempo de contato
com a sociedade não indígena",

Em contrapartida, "indígena" é uma palavra que significa


"natural do lugar em que vive". O termo exprime que
cada povo, de onde quer que seja, é único.
Famille d’un Chef Camacan se préparant pour une Fête – 1820 a 1830 - Jean Baptiste Debret
Ficheiro:Famille d’un Chef Camacan se préparant pour une Fête.jpg – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
https://www.youtube.com/watch?v=0Q6diw5kCjQ
Daniel Munduruku (Povo Mundukuru)
Doutor em Educação pela Universidade de
São Paulo e pós-doutor em Linguística pela
Universidade Federal de São Carlos,
Mundukuru tem mais de 54 livros publicados
no Brasil e no exterior. Já recebeu prêmios
nacionais e internacionais, incluindo o
renomado Prêmio Jabuti. Sua obra é
composta principalmente de literatura infanto-
juvenil e livros paradidáticos.

Werá Jequaka Mirim – Kunumi


MC (Povo Guarani Mbyá)
O cantor de rap traz em suas letras as
palavras de protesto contra o
desmatamento, a agressão aos povos
indígenas e o pedido de respeito às
pessoas indígenas e suas culturas e
idiomas.
Myrian Krexu (Povo Guarani Mbyá)
Uma das primeiras médicas indígenas a se
formar no Brasil, em 2013, Myrian é a
primeira cirurgiã cardiovascular indígena do
país.

Denilson Baniwa (Povo Baniwa)

Artista visual e um dos coordenadores da


Rádio Yandê, voltada à propagação da
cultura indígena fora das aldeias. Já
recebeu prêmios como o Pipa Online e
teve exposição individual no Centro
Cultural Hélio Oiticica.
ONU diz que alertou 'várias vezes' governo sobre crise dos indígenas...
- Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2023/01/24/onu-diz-que-alertou-varias-vezes-governo-
sobre-crise-dos-indigenas.htm?cmpid=copiaecola

Modo de vida ameaçado


Qual é a principal característica do racismo no Brasil relacionado à
África?
a) A África é vista como um continente homogêneo, sem
diversidade étnica ou cultural.
b) A população africana é representada de forma positiva e
igualitária nos meios de comunicação brasileiros.
c) A história e cultura africanas são valorizadas e ensinadas nas
escolas de forma ampla e completa. d) A herança cultural africana é
frequentemente apagada e desvalorizada, perpetuando
estereótipos negativos.
e) A África é tratada com respeito e consideração, sem qualquer
forma de discriminação.
Gabarito: D
Explicação: O racismo no Brasil relacionado à África é
caracterizado pela desvalorização e apagamento da herança
cultural africana, perpetuando estereótipos negativos e
contribuindo para a exclusão social da população negra.
Infelizmente, a história e cultura africana não são ensinadas de
forma ampla e completa nas escolas, o que contribui para a
manutenção de uma visão estereotipada e preconceituosa da
África. Além disso, a população negra é frequentemente
representada de forma negativa e estereotipada nos meios de
comunicação, o que reforça a discriminação racial.
• A POPULAÇÃO NEGRA E SEUS DIREITOS
• Estatuto da Igualdade Racial
• A Lei 12.288, conhecida como o Estatuto da Igualdade Racial,
foi promulgada em 20 de julho de 2010. Logo em seu artigo 1º
determina que o Estado brasileiro deve “garantir à população
negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa
dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o
combate à discriminação e às demais formas de intolerância
étnica.” O Estatuto dispõe sobre os Direitos Fundamentais da
população negra em áreas como Saúde; Educação, Cultura,
Esporte e Lazer; Liberdade de Consciência e de crença e ao
livre exercício dos cultos religiosos; Acesso à terra e à moradia
adequada;
• A LEI 10.639/03
• "Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e
particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-
Brasileira.
• § 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o
estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a
cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional,
resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política
pertinentes à História do Brasil.
• § 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão
ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de
Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras”. Fonte: Planalto. A
referida lei reconhece os direitos dos negros, enquanto foram marginalizados
no contexto social. Devido ao processo que foram expostos ao longo dos anos,
das desigualdades sofridas, opressões e restrições. A partir desse
reconhecimento, proporcionar a inclusão deste assunto nos currículos
escolares.
• LEI Nº 11.645, DE 10 MARÇO DE 2008.
• Art. 1o O art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar
com a seguinte redação:
• “Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio,
públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-
brasileira e indígena.
• § 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos
aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população
brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da
África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a
cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da
sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social,
econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
• § 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos
indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar,
em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história
brasileiras.” (NR)
• DECRETO Nº 4.887, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2003
• Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação,
demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das
comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias.
-X-X-X-X-X-

Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam
ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o
Estado emitir-lhes os títulos respectivos. (Constituição de 1988)

Governo reconhece cinco comunidades
quilombolas do Amazonas - Amazônia
Real (amazoniareal.com.br)
Rio reconhece apenas 6% das suas
comunidades quilombolas | O São
Gonçalo (osaogoncalo.com.br)
COMBATE À VIOLÊNCIA
CONTRA A MULHER
Como definir o que é a
violência contra mulher?

•A Convenção de 1994 de Belém do


Pará, definiu violência contra as
mulheres como “qualquer ação ou
conduta, baseada no gênero, que
cause morte, dano ou sofrimento
físico, sexual ou psicológico à
mulher, tanto no âmbito público
como no privado” (Art. 1°). Além
das violações aos direitos das
mulheres e a sua integridade física
e psicológica, a violência impacta
também no desenvolvimento social
e econômico de um país.
Na maioria das vezes as
violências cometidas Dever-se-ia estabelecer
contra as mulheres são as agressões podem uma relação de afeto e
praticadas no âmbito ser também principalmente de
privado, em suas casas consideradas físicas respeito nos lares dessas
e normalmente por ou verbais. mulheres porém, por um
pessoas próximas a contexto difícil de
elas. explicar.

Alguns agressores se veem com “direitos” em agredir


suas mulheres e muitas delas se veem acuadas porque
estão em condição de submissão financeira ou por
acreditam que seus agressores podem mudar, mas é
fato que segundo Alto Comissariado das Nações Unidas
pra os Direitos Humanos (ACNUDH) o Brasil ocupa o 5º
lugar no ranking mundial de Feminicídio

As estatísticas assustam. Em 2023, a Central de Atendimento à Mulher,


do Governo Federal, recebeu quase 75 mil denúncias de violência pelo
180.
Em 2023, o Brasil teve o maior número de feminicídios desde que o crime foi
tipificado, há nove anos. Com 1.463 vítimas, país registrou uma morte a cada seis
horas no ano passado, segundo estudo divulgado ontem pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública.
O que é feminicídio?
É a definição de homicídio de mulheres como crime hediondo
quando envolve menosprezo ou discriminação à condição de
mulher e violência doméstica e familiar. A lei define feminicídio
como “o assassinato de uma mulher cometido por razões da
condição de sexo feminino” e a pena prevista para o homicídio
qualificado é de reclusão de 12 a 30 anos.
É importante nomear as mortes violentas como feminicídio ou
feminicídio no sentido sensibilizar as instituições e a sociedade
sobre sua ocorrência e permanência na sociedade, no sentido de
combater a impunidade penal promovendo os direitos das
mulheres e estimular a adoção de políticas de prevenção à
violência baseada no gênero.
Segundo a Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito
sobre Violência contra a Mulher
(Relatório Final, CPMI-VCM,
2013)

“O feminicídio é a instância
última de controle da mulher
pelo homem: o controle da
vida e da morte.

Ele se expressa como afirmação irrestrita de posse, igualando a mulher a


um objeto, quando cometido por parceiro ou ex-parceiro; como
subjugação da intimidade e da sexualidade da mulher, por meio da
violência sexual associada ao assassinato; como destruição da identidade
da mulher, pela mutilação ou desfiguração de seu corpo; como
aviltamento da dignidade da mulher, submetendo-a a tortura ou a
tratamento cruel ou degradante.
Lei Maria da Penha - Lei
nº 11.340/2006
É um dos instrumentos mais
importantes para o enfrentamento
da violência doméstica e familiar
contra as mulheres.
Ela tipifica muitas formas de
violência (física, psicológica, sexual,
patrimonial e moral), também prevê
a criação de serviços especializados,
como os que integram a Rede de
Enfrentamento à Violência contra a
Mulher, compostos por instituições
de segurança pública, justiça, saúde,
e da assistência social.
• Maria da Penha Maia Fernandes
(Fortaleza-CE, 1º de fevereiro de
1945) é farmacêutica bioquímica
e se formou na Faculdade de
Farmácia e Bioquímica da
Universidade Federal do Ceará
em 1966, concluindo o seu
mestrado em Parasitologia em
Análises Clínicas na Faculdade
de Ciências Farmacêuticas da
Universidade de São Paulo em
1977.
RESUMO
Determina que a violência doméstica contra a mulher independe de
orientação sexual; (gênero pelo qual uma pessoa é atraída emocional, romântica ou sexualmente)
Retira dos Juizados Especiais a competência para julgar os crimes de
violência doméstica e familiar contra a mulher;
Proíbe a aplicação de penas pecuniárias;
Proíbe que a mulher entregue a intimação ao agressor;
Possibilita a prisão em flagrante e a prisão preventiva do agressor, a
depender dos riscos que a mulher corre;
A mulher passa a ser notificada dos atos processuais, especialmente
quanto ao ingresso e saída da prisão do agressor, e passa a ser
acompanhada por advogado, ou defensor, em todos os atos
processuais;
Permite ao Juiz determinar o comparecimento obrigatório do agressor
a programas de recuperação e reeducação.
Maria da Penha conheceu Marco Antonio
Heredia Viveros, colombiano, quando
estava cursando o mestrado na
Faculdade de Ciências Farmacêuticas da
Universidade de São Paulo em 1974. À
época, ele fazia os seus estudos de pós-
graduação em Economia na mesma
instituição.
Naquele ano, eles começaram a namorar,
e Marco Antonio demonstrava ser muito
amável, educado e solidário com todos à
sua volta. O casamento aconteceu em
1976. Após o nascimento da primeira
filha e da finalização do mestrado de
Maria da Penha, eles se mudaram para
Fortaleza, onde nasceram as outras duas
filhas do casal. Foi a partir desse
momento que essa história mudou.
As agressões começaram a acontecer
quando ele conseguiu a cidadania brasileira
e se estabilizou profissional e
economicamente. Agia sempre com
intolerância, exaltava-se com facilidade e
tinha comportamentos explosivos não só
com a esposa mas também com as próprias
filhas.
O medo constante, a tensão diária e as
atitudes violentas tornaram-se cada vez
mais frequentes.
FORMOU-SE, ASSIM, O CICLO DA
VIOLÊNCIA: AUMENTO DA TENSÃO, ATO
DE VIOLÊNCIA, ARREPENDIMENTO E
COMPORTAMENTO CARINHOSO.
Foi nessa última fase, também conhecida
como “lua de mel”, que, na esperança de
uma mudança real por parte do ex-marido,
Maria da Penha teve a sua terceira filha.
O crime

NO ANO DE 1983, Maria da Penha


foi vítima de dupla tentativa de
feminicídio por parte de Marco
Antonio Heredia Viveros.
Primeiro, ele deu um tiro em suas
costas enquanto ela dormia. Como
resultado dessa agressão, Maria da
Penha ficou paraplégica devido a
lesões irreversíveis na terceira e
quarta vértebras torácicas,
laceração na dura-máter e
destruição de um terço da medula
à esquerda – constam-se ainda
outras complicações físicas e
traumas psicológicos.
No entanto, Marco Antonio
declarou à polícia que tudo
não havia passado de uma
tentativa de assalto, versão
que foi posteriormente
desmentida pela perícia.
Quatro meses depois,
quando Maria da Penha
voltou para casa – após duas
cirurgias, internações e
tratamentos –, ele a manteve
em cárcere privado durante
15 dias e tentou eletrocutá-la
durante o banho.
Grafite feito no centro de SP, na comemoração dos 10 anos da lei, em 2016:
implementação ainda não é integral
Juntando as peças de um quebra-cabeça
perverso montado pelo agressor, Maria da
Penha compreendeu os diversos
movimentos feitos pelo ex-marido: ele
insistiu para que a investigação sobre o
suposto assalto não fosse levada adiante,
fez com que ela assinasse uma procuração
que o autorizava a agir em seu nome,
inventou uma história trágica sobre a perda
do automóvel do casal, tinha várias cópias
de documentos autenticados de Maria da
Penha e ainda foi descoberta a existência
de uma amante.

Cientes da grave situação, a família e os amigos de Maria da Penha


conseguiram dar apoio jurídico a ela e providenciaram a sua saída
de casa sem que isso pudesse configurar abandono de lar; assim,
não haveria o risco de perder a guarda de suas filhas.
• A próxima violência que Maria da
Penha sofreu, após o crime
cometido contra ela, foi por
parte do Poder Judiciário:

A LUTA • O PRIMEIRO JULGAMENTO DE


MARCO ANTONIO ACONTECEU
POR SOMENTE EM 1991, OU SEJA,
JUSTIÇA OITO ANOS APÓS O CRIME.
• O AGRESSOR FOI SENTENCIADO
A 15 ANOS DE PRISÃO, MAS,
DEVIDO A RECURSOS
SOLICITADOS PELA DEFESA, SAIU
DO FÓRUM EM LIBERDADE.
Mesmo fragilizada, Maria da Penha
continuou a lutar por justiça, e foi
nesse momento em que escreveu o
livro Sobrevivi... posso contar
(publicado em 1994 e reeditado em
2010) com o relato de sua história e
os andamentos do processo contra
Marco Antonio.

O. segundo julgamento só foi realizado em 1996, no qual o seu


ex-marido foi condenado a 10 anos e 6 meses de prisão.
Contudo, sob a alegação de irregularidades processuais por
parte dos advogados de defesa, mais uma vez a sentença
não foi cumprida
O ano de 1998 foi muito
importante para o caso, que
ganhou uma dimensão
internacional. Maria da Penha,
o Centro para a Justiça e o
Direito Internacional (CEJIL) e o
Comitê Latino-americano e do
Caribe para a Defesa dos
Direitos da Mulher (CLADEM)
denunciaram o caso para a
Comissão Interamericana de
Direitos Humanos da
Organização dos Estados
Americanos (CIDH/OEA).
• Mesmo diante de um litígio internacional, o qual trazia
uma questão grave de violação de direitos humanos e
deveres protegidos por documentos que o próprio
Estado assinou (Convenção Americana sobre Direitos
Humanos – Pacto de San José da Costa Rica; Declaração
Americana dos Direitos e Deveres do Homem;
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência contra a Mulher – Convenção de
Belém do Pará; Convenção sobre a Eliminação do Todas
as Formas de Discriminação contra a Mulher), o Estado
brasileiro permaneceu omisso e não se pronunciou em
nenhum momento durante o processo.
Então, em 2001 e após receber quatro ofícios da
CIDH/OEA (1998 a 2001) − silenciando diante das
denúncias −, o Estado foi responsabilizado por
negligência, omissão e tolerância em relação à violência
doméstica praticada contra as mulheres brasileiras.

https://www.institutomariadapenha.org.br/q
uem-e-maria-da-penha.html
Este conteúdo pode ser
compartilhado na íntegra
desde que, obrigatoriamente,
seja citado o link:
https://www.migalhas.com.br/q
uentes/275734/aplicacao-da-
lei-maria-da-penha-e-desigual-
no-brasil(Fonte: O Estado de
S. Paulo, 2007)
Este conteúdo pode ser
compartilhado na íntegra
desde que,
obrigatoriamente, seja citado
o link:
https://www.migalhas.com.br
/quentes/275734/aplicacao-
da-lei-maria-da-penha-e-
desigual-no-brasil(Fonte:
Jornal Tribuna, 2007)
Mas essa perspectiva durou pouco. A lei foi sendo melhor
explicada e as mulheres conseguiram denunciar.

Este conteúdo pode ser


compartilhado na íntegra
desde que,
obrigatoriamente, seja
citado o link:
https://www.migalhas.co
m.br/quentes/275734/apli
cacao-da-lei-maria-da-
penha-e-desigual-no-
brasilMas essa
perspectiva durou pouco.
A lei foi sendo melhor
explicada e as mulheres
conseguiram denunciar.
Violência doméstica
Lei Maria da Penha pode ser aplicada em favor de
transexual
Juiz do RJ concedeu medidas protetivas à vítima, agredida
pelo companheiro.

O juiz de Direito Alberto Fraga, do 1º Juizado


Especial Criminal e de Violência Doméstica e
Familiar Contra a Mulher de Nilópolis/RJ,
concedeu a um transexual o direito a medidas
protetivas garantidas pela lei Maria da Penha.
Parecer do Juiz
"Portanto, trata-se de questão que se refere ao sentimento da pessoa
em relação aos seus aspectos corporais e a outras características de
gênero, sendo uma construção social, relacionada à lógica de
pensamento, emoções e representação da subjetividade íntima de
cada pessoa. Com relação ao transexual, tem-se que esse possui uma
necessidade íntima de adequação ao gênero com o qual se identifica
psicologicamente, tanto física quanto socialmente."

Em atenção ao princípio da dignidade da pessoa humana, é


imprescindível que a livre escolha do indivíduo, baseada em sua
identidade de gênero, seja respeitada e amparada juridicamente a fim
de se garantir o pleno desenvolvimento da personalidade humana.
Entendimento diverso a esse configuraria verdadeira discriminação,
deixando em desamparo o transexual, o que não pode ser chancelado
por esse juízo."
O machismo na publicidade ecoou
aos quatro cantos do mundo ao
longo da história. Antigamente, os
papéis na sociedade eram diretos:
homem vai trabalhar, mulher cuida
da casa. Produtos eram feitos e
anunciados especificamente para
O machismo as mulheres, neste caso, utensílios
domésticos saíam na frente.
em Quando produtos eram voltados
para os homens, era nítida uma
propagandas desvalorização da imagem
feminina. Os produtos eram
de revista variados: bebidas, roupas
masculinas e até armas.
Abaixo, temos uma seleção de
dez anúncios que apontam
o machismo na publicidade,
principalmente em
décadas passadas:
• “Assopre a fumaça na
cara e ela vai
acompanhar você em
qualquer lugar”. Nos
dias atuais, o anúncio
das cigarrilhas Tipalet
seria considerado não só
incorreto como de mau
gosto. Veiculado em
novembro de 1969 nos
Estados Unidos.
Dê para o seu namorado.
Não deixe de dar para ele:
temos mais de 500 artigos
diferentes com etiquetas
famosas e preços
apaixonantes. Casa das
Cuecas”.

Com duplo sentido


totalmente descarado, a rede
paulista Casa das Cuecas
promovia os seus produtos
para o Dia dos Namorados.
Um apelo ousado e ao
mesmo tempo divertido.
“É bom ter uma mulher perto de casa”.

Indiscutível a polêmica formada neste


anúncio de calças em uma revista
americana nos anos 60. Além do título
ousado, a imagem traduz como a
mulher era vista pelo anunciante.
Nos anos 50, muitos anúncios eram
abertamente machistas. Neste
exemplo, temos a Cerveja Schlitz. Na
imagem, uma dona de casa triste e seu
marido consola com a frase:

"Don't worry darling, you didn't burn the


beer"
"Não se preocupe, querida, você não
queimou a cerveja"

Além de expor a mulher em um lugar


doméstico, ela coloca o marido com a
preocupação exclusiva da cerveja. Nos
dias de hoje renderiam longas pautas
nas redes sociais:
Em um tom machista, muitas empresas de
eletrodomésticos usaram as donas de casas e as
empregadas domésticas para ilustrarem
campanhas publicitárias. Com a força de venda
de refrigeradores, começaram a surgir o hábito de
congelar as refeições. Com este argumento a
Prosdócimo apresentou este anúncio, na década
de 70.
Nesta propaganda, a marca de uísque
Royal Label Extra elenca os objetos que
“250 homens de experiência” puderam
escolher para fazer uma propaganda da
bebida. Entre um cachimbo Dunhill, uma
pistola de duelo e uma garrafa do uísque,
está “uma linda morena”.

ESPERA! A mulher é considerada um


objeto igual a bebidas, armas e tabaco?
Em 1968, sim. No final da propaganda,
eles garantem: dentre os “250 homens de
experiência”, “não houve aquele que
deixasse Royal Label Extra para terceiro
lugar”. Esse anúncio parece ser o tataravó
das propagandas de cerveja com mulheres
na praia.
Sabemos o quanto a publicidade de
décadas passadas abusava com a
imagem da mulher submissa,
principalmente para vender produtos
masculinos. As camisas Van Heusen
abusava dessa linha de comunicação.

Temos um outro exemplo onde usam a


linguagem feminina para representar o
homem da sua vida: "É ousado", "É
audacioso", "É o visual mais ousado em
camisa". O assustador é ver uma imagem
da mulher apanhando do marido na
primeira foto, sendo beijada calorosamente
na segunda e na última, encantada por
usar uma camisa Van Heusen. Polêmica.
Mais uma pérola da publicidade. Hoje, o anúncio
da Epel poderia ser considerado ofensivo pela
Secretaria de Políticas para as Mulheres, por
sugerir que o trabalho doméstico é obrigação
exclusivamente feminina.

“Assim, a vida é melhor. Aparelhos elétricos de


real utilidade para conforto das donas de casa”.
Mais um anúncio polêmico. Desta vez,
apresentamos o limpador Tomorrow's
Lestoil que brinca com uma imagem
futurista e um título machista:

"A mulher do futuro fará da Lua um lugar


limpo para se viver".

Será que naquela época o público


endurecia diante esses anúncios. Nem
precisamos falar o quanto polêmico seria
se este anúncio fosse veiculado nos dias
de hoje.
A elaboração da Lei n. 11.340/06 (Lei Maria da Penha) partiu,
em grande medida, de uma perspectiva crítica aos resultados
obtidos pela criação dos Juizados Especiais Criminais
direcionada à banalização do conflito de gênero, observada na
prática corriqueira da aplicação de medidas alternativas
correspondentes ao pagamento de cestas básicas pelos
acusados.
VASCONCELOS, F. B. Disponível em: www.cartacapital.com.br.
Acesso em: 11 dez. 2012 (adaptado).
No contexto descrito, a lei citada pode alterar a situação da
mulher ao proporcionar sua
A) atuação como provedora do lar.
B) inserção no mercado de trabalho.
C) presença em instituições policiais.
D) proteção contra ações de violência.
E) participação enquanto gestora pública.
A elaboração da Lei n. 11.340/06 (Lei Maria da Penha) partiu, em grande
medida, de uma perspectiva crítica aos resultados obtidos pela criação dos
Juizados Especiais Criminais direcionada à banalização do conflito de gênero,
observada na prática corriqueira da aplicação de medidas alternativas
correspondentes ao pagamento de cestas básicas pelos acusados.
VASCONCELOS, F. B. Disponível em: www.cartacapital.com.br.
Acesso em: 11 dez. 2012 (adaptado).
No contexto descrito, a lei citada pode alterar a situação da mulher ao
proporcionar sua
A) atuação como provedora do lar.
B) inserção no mercado de trabalho.
C) presença em instituições policiais.
D) proteção contra ações de violência.
E) participação enquanto gestora pública.
RESOLUÇÃO:
A criação da Lei Maria da Penha foi uma importante aquisição do público
feminino, que passou a ter um pouco mais de proteção contra ações de
violência.
Resp.: D
Vídeos

https://www.youtube.com/watch?v=x7n-Yq6sU7k

No ano de 2023, ao menos oito mulheres foram vítimas de violência doméstica a


cada 24 horas. Os dados referem-se a oito dos nove estados monitorados pela
Rede de Observatórios da Segurança (BA, CE, MA, PA, PE, PI, RJ, SP). Ao todo,
foram registradas 3.181 mulheres vítimas de violência, representando um
aumento de 22,04% em relação a 2022.

https://www.youtube.com/watch?v=kABULNyzTdk
A mulher não é culpada Poesia de cordel que fala sobre as várias violências que
a mulher sofre, como estupro, violência física, psicológica, patrimonial... Autora:
Anne Karolynne S. Negreiros
Disciplina de TEMAS
TRANSVERSAIS E
ATUALIDADES

Objeto 3 - EQUIDADE E
DIVERSIDADE DE GÊNERO
INTRODUÇÃO
Hoje, iremos falar em uma jornada
de compreensão e reflexão
sobre uma das questões mais
relevantes e complexas da nossa
sociedade contemporânea.
À medida que avançamos no
século XXI, é essencial que nos
dediquemos a entender e abordar
as diversas identidades de
gênero e orientações sexuais
que compõem o espectro
LGBTQIA+.
Em nossa sociedade, a diversidade de identidades de gênero e orientações
sexuais é uma realidade incontestável, mas nem sempre foi tratada com a
devida importância e respeito. Durante muito tempo, pessoas que se
desviavam das normas heteronormativas enfrentaram discriminação, estigma
e marginalização.
No entanto, à medida
que o movimento pelos
direitos LGBTQIA+
ganhou força ao longo
das últimas décadas,
testemunhamos
avanços significativos
rumo à igualdade e à
inclusão.

Uma constatação!
Apesar dos progressos alcançados, ainda há muito a ser feito.
A violência, a discriminação e a exclusão continuam a ser uma realidade para
muitas pessoas LGBTQIA+ em todo o mundo, evidenciando a urgência de
debatermos e agirmos em prol da justiça social e dos direitos humanos.
Objeto 3 - EQUIDADE E DIVERSIDADE
DE GÊNERO

A homofobia é a aversão
ou rejeição à comunidade
LGBTQIAPN+ como um
todo;
É um problema estrutural
e enraizado na sociedade
brasileira;
A homofobia pode ser
vista socialmente de
diversas formas, como:
estrutural, velada e
internalizada.
RELAÇÕES DE GÊNERO

As sociedades complexas
são marcadas pela
“heterogeneidade e
variedade de experiências
e costumes, contribuindo
para a extrema
fragmentação e
diferenciação de domínios
e papéis, dando um
contorno particular à vida
psicológica individual”
(VELHO, 1987: 17).
RELAÇÕES DE GÊNERO
Segundo Guerra (2018), “as ciências
sociais argumentam que gênero se
refere à organização social da relação
entre os sexos e expressa que homens e
mulheres são produtos do contexto
social e histórico e não resultado da
anatomia de seus corpos.”

Fator limitador
As relações de gênero são constituídas no ambiente social e
cultural, sendo influenciada por variáveis como contexto sócio-
político, econômico, cultural etc. Essa concepção de gênero de
acordo com o sexo, é fator limitador, pois reduz atuações e
oportunidades.
PANSSEXUAL é o indivíduo que sente atração por pessoas independente do gênero delas,
de como se expressam para o mundo e de sua orientação sexual
SEXUALIDADE – envolve, além do corpo, a história,
costumes, relações afetivas, cultura, é mais do que
sexo, é uma parte biológica que permite a reprodução.
Qual a
diferença GÊNERO – construção de atitudes, expectativas e
entre comportamentos com base no que a sociedade atribui
o masculino e feminino, marcado pela hierarquia do
sexualidade, masculino sobre o feminino.
gênero
Diversidade DIVERSIDADE SEXUAL – diferentes possibilidades de
expressão da sexualidade: heterossexualidade,
Sexual e homossexualidade e bissexualidade, assexuados.
Identidade
de Gênero? IDENTIDADE DE GÊNERO – apresentação de cada um
sobre como se sente em relação ao masculino e ao
feminino, ou ambos, independe do sexo biológico e
da orientação sexual.
Sexo biológico ou designado
No senso comum, o sexo é
um rótulo que o médico nos
dá ao nascer, de acordo com
uma série de fatores
fisiológicos como a genitália,
os hormônios e os
cromossomos que
carregamos. A maioria das
pessoas recebe o gênero
masculino ou feminino, e é
isso que geralmente aparece
na certidão de nascimento.
Os fatores que determinam o nosso sexo designado no nascimento
começam logo após a fertilização:
Isso não exclui outras combinações de cromossomos, hormônios e
órgãos que podem levar uma pessoa a ser considerada intersexual.
Nestes casos, o mais comum é que os pais ou responsáveis decidam
criar o bebê como menino ou menina, embora haja cada vez mais
países nos quais não é mais necessário determinar o sexo —
feminino ou masculino — na certidão de nascimento.
Alemanha, Holanda, Austrália, Nova Zelândia, Índia, Paquistão,
Nepal, Bangladesh e alguns lugares no México e na Argentina
permitem haja um sexo distinto ou não-identificado.
Quais são os tipos de intersexo?
A classificação baseia-se na natureza da gônada presente e os três grupos
básicos são o pseudo-hermafroditismo masculino (PHM = genitália
ambígua com testículos), pseudo-hermafroditismo feminino (PHF = genitália
ambígua com ovários) e hermafroditismo verdadeiro (HV = testículo e ovário
com ou sem genitália ambígua).
O gênero é ainda mais complexo do que o sexo. Ele inclui
papéis e expectativas que a sociedade tem sobre
comportamentos, pensamentos e características que
acompanham o sexo atribuído a uma pessoa.
Gênero e
identidade
Por exemplo, ideias sobre a maneira que alguns esperam
que homens e mulheres se comportem, se vistam e se
comuniquem ajudam a construir a concepção de gênero.
Geralmente também é masculino ou feminino, mas em vez
de se referir a partes do corpo, refere-se à maneira como
se espera que devamos agir de acordo com o sexo.
O sexo atribuído e a identidade de gênero de algumas
pessoas são praticamente os mesmos ou estão alinhados.
Estas pessoas são conhecidas como pessoas cisgênero.
Orientação sexual - Refere-se a característica afetivo-
sexual, ou seja, está relacionado ao sexo que o
indivíduo sente atração física.
Heterossexual – É a pessoa que sente atração por
pessoas do sexo biológico oposto.
Homossexual – É a pessoa que sente atração por
pessoas do mesmo sexo biológico.
Bissexual – É a pessoa que sente atração por ambos
sexos biológicos (masculino e feminino).
O que é o género não-binário?
A maioria das pessoas identifica-se
como homem ou mulher, ou seja, é
binária, mas há outras cuja
identidade não se encaixa em
nenhum dos pólos binários: são as
pessoas não binárias. Ou seja, são
pessoas cuja identidade e/ou
expressão de género vai para além
do binómio
masculino/feminino, podendo
inclusivamente identificarem-se
com ambos ou com nenhum.

A identificação é única e pessoal e pode incluir termos como fluidez de género ou


a androginia.
Outras pessoas sentem que o
sexo que lhes foi atribuído no
nascimento é diferente da sua
identidade de gênero.

Elas são chamados de


transexuais ou transgêneros e
nem todas vivem seus
processos da mesma forma.
Há também aqueles não se
identificam com sexo ou
gênero. Essas pessoas podem
escolher rótulos como
"genderqueer", não binárias
ou de gênero fluido.
A sociedade baseia-se no sexo que o indivíduo possui,
feminino ou masculino, conforme características
biológicas e a partir disto, atribui deveres a este.
Como no caso da mulher, desde que nasce é criada
para ser mãe, sendo imposto o dever da concepção,
criação de filhos e cuidado com o lar. E o homem, que é
referencial de poder e por este motivo, é responsável
pela segurança e sustento da família, gerando um
ambiente de relações desiguais e divisões
desproporcionais de tarefas, impedindo que o
indivíduo faça suas próprias escolhas sem ferir os
padrões sociais.
As famílias

Uma coisa é certa,


as famílias estão
se constituindo de
diferentes formas.
Veja a figura:
Não é mais possível negar
as inúmeras possiblidades
de conjunção familiar.
Veja ainda a tabela proposta
com as convenções
possíveis, do site NH Gênero
x Orientação sexual, sem
esquecer que essas
questões são flexíveis e
mutáveis:
No panorama de direitos de transexuais, a TGEU (Transgender Europe )
disponibiliza, também, uma pesquisa realizada entre alguns países
em forma de ranking para apresentar números de assassinatos de
transexuais ao redor do mundo [5].
No ranking de 2018, o Brasil ficou em primeiro lugar com 167
transexuais mortos, seguido do México, com 71, dos Estados
Unidos, com 28, e da Colômbia, com 21 [6].

Ainda é possível ver um mapa visual com números absolutos ou


relativos dos assassinatos de trans ocorridos entre 2008 e 2016,
onde Brasil, Venezuela, Guiana e Uruguai, entre outros, ficam entre
os países que mais matam [7].

https://grupo4ndb20191.home.blog/2019/06/01/como-e-em-outros-paises/
No Brasil, as limitações na produção de dados referentes à população e a violência
contra a população LGBTQI+, constituem o principal desafio técnico à implementação
de políticas públicas destinadas a este grupo. As transformações institucionais são
bastante lentas e desiguais, seja no setor da Segurança Pública, seja no da Saúde

Fonte: Atlas da violência IPEA 2023


CARACTERÍSTICAS
SOCIOECONÔMICAS DAS
VÍTIMAS E AGRESSORES
As vítimas negras e solteiras
são as mais vulneráveis à
violência. A maioria dos
agressores é do sexo
masculino. Mesmo mediante
dificuldades enfrentadas para
acessar atendimento em casos
de violência e discriminação, a
busca por serviços de saúde
aumentou entre todos os
segmentos

65% da
população LGBT
teme andar de
mãos dadas por
violência no
Brasil, diz estudo
Fonte: Atlas da violência IPEA 2023
Fonte: Atlas da violência IPEA 2023
2021 – GAY PODE DOAR SANGUE
O Senado aprova um projeto de lei que proíbe a discriminação de doadores de sangue com base na
orientação sexual. Até então, homens que mantivessem relações sexuais com outros homens nos 12 meses
anteriores não podiam doar sangue, de acordo com a Resolução RDC nº 34/14 da Anvisa e com a Portaria nº
158/16 do Ministério da Saúde. Especialistas em saúde defendiam o fim dessa proibição havia muitos anos,
por considerá-la improcedente e preconceituosa, um resquício da epidemia do vírus HIV no país.
O tema gênero e sexualidade, atualmente, é mote de muitos
debates acalorados e polêmicos na sociedade brasileira. Porém,
é forçoso reconhecer a pertinência desses debates a favor de
mais inclusão social para o convívio em uma sociedade que
deve prezar por valores democráticos como os das liberdades
individuais. Em tempo, partindo de uma compreensão geral das
ciências sociais, gênero e sexualidade são produtos da relação
entre a subjetividade individual (algo que é de cada pessoa) e a
cultura (questão coletiva). Assim, o “ser homem”, o “ser mulher”
e as orientações sexuais passam pelo crivo intrincado de
decisões pessoais e socioculturais. E essa perspectiva das
ciências sociais em torno do tema aponta para o melhor convívio
nas democracias contemporâneas.

Assim, considerando o tema gênero e sexualidade nas ciências


sociais, avalie as proposições a seguir:
I. A sigla LGBTQIA+ procura representar, da forma mais
inclusiva possível, os diferentes modos de ser e de se orientar
pelo gênero e sexualidade.
II. As livres expressões da sexualidade causam prejuízos para a
liberdade sexual de todos aqueles que não se enquadram
nessas formas indefinidas de gênero.
III. Nem a cultura nem questões psicológicas conseguem mudar
o fato biológico natural que distingue o que significa ser do sexo
masculino ou do sexo feminino.
IV. A sociodiversidade de gêneros e de orientações sexuais
ainda hoje enfrenta os males dos preconceitos que julgam como
anormais as pessoas não heterossexuais.

Está correto o que se afirma somente em


a) II e III. b) II e IV. c) I e IV. d) I e III.
I. A sigla LGBTQIA+ procura representar, da forma mais
inclusiva possível, os diferentes modos de ser e de se orientar
pelo gênero e sexualidade.
II. As livres expressões da sexualidade causam prejuízos para a
liberdade sexual de todos aqueles que não se enquadram
nessas formas indefinidas de gênero.
III. Nem a cultura nem questões psicológicas conseguem mudar
o fato biológico natural que distingue o que significa ser do sexo
masculino ou do sexo feminino.
IV. A sociodiversidade de gêneros e de orientações sexuais
ainda hoje enfrenta os males dos preconceitos que julgam como
anormais as pessoas não heterossexuais.

Está correto o que se afirma somente em


a) II e III. b) II e IV. c) I e IV. d) I e III.
O
B
R
I
G
A
D
A

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