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CURSO DE PSICOLOGIA

DISCIPLINA: PSICOLOGIA INSTITUCIONAL E COMUNITÁRIA

ATIVIDADE 3 – ESTUDO DIRIGIDO

(VALOR – 1,0) Esta atividade integra nota de VTs e será realizada em grupos e corrigidas
em sala de aula. Os alunos deverão organizar grupos de até 6 pessoas e apenas um
componente postá-la no AVA.

Aluna: Isabela de Castro Delfino (atividade feita individualmente)

1) Quais os principais elementos da Biografia de Baremblit e que o torna uma referência para a
Psicologia Institucional?
R:Participante e fundador de inúmeras associações dedicou sua vida ao fomento de formas
mais potencializadas de vida, tanto no
âmbito político, como clínico, culminando no seu invento mais potente, chamado de
Esquizodrama.
➢ Introdutor da Esquizoanálise de Deleuze e Guattari em países como Brasil, Argentina e
Uruguai, sua produção se estende a
inúmeros campos: psicanálise, saúde mental, psicologia de grupos, análise institucional,
socioanálise, política, esquizoanálise,
esquizodrama, etc., em que assume posturas transdisciplinares e inventivas.
➢ Pode-se dizer que é um grande bricoleur, que de distintas articulações de campos
diferentes, costuma produzir seus inventos.
➢ Pensador de imensa magnitude, é constantemente convidado para eventos e publicações
de muitas associações em diversos
temas.

2) Quais as principais repercussões com a vinda de Baremblit para o Brasil


R: ➢ Algumas, discussões: sobre trabalho para o movimento sindical (FENAPSI – Federação
Nacional dos Psicólogos) (Baremblitt, 1996), sobre a atualização da psicologia social para a
Associação Brasileira de Psicologia Social – ABRAPSO (Baremblitt, 2001) e referentes à
epistemologia, clínica, saúde mental e institucionalismo na importante coleção Saúdeloucura
(Baremblitt, 1991b; 1994; 1997a; 1997b; 2003).
➢ Livros: Ao todo escreveu quinze livros e numerosos artigos para revistas científicas,
periódicos e coletâneas.
➢ Baremblit – exilado no Brasil porém com contribuições:
➢ Núcleo de Estudos e Formação Freudiana – NEFF; Congresso de Psicanálise, Grupos e
Instituições; Instituto Brasileiro de Psicanálise, Grupos e Instituições – IBRAPSI; II simpósio
internacional de psicanálise, grupos e instituições do IBRAPSI, que resultou na publicação
do livro "O Inconsciente institucional" (Baremblitt, 1984).
➢ O IBRAPSI enfatizou mais as referências da Análise Institucional (Rodrigues, 2007) e da
Esquizoanálise do que as psicanalíticas, mas sem esquecer delas. E o mesmo movimento foi
tomado pelas produções de Baremblitt que passaram a transitar mais no campo da Análise
Institucional e da Esquizoanálise.

3) O que é Esquizodrama? (podem buscar outras referências)


R: O Esquizodrama é uma estratégia de intervenção, criada pelo Professor Gregório
Baremblitt a partir de sua experiência clínico-política e intensa bricolagem teórica.
Reúne recursos da Esquizoanálise, da Análise e Intervenção Institucional, e funciona como
um conjunto difuso de pragmáticas, estratégias, táticas e técnicas inspiradas em diversas
cartografias praticadas na teoria esquizoanalítica.
O Esquizodrama é aplicável a diversos domínios e campos teóricos da realidade e de seus
interstícios, atuando sempre segundo o lema esquizoanalítico de “infinita audácia e
prudência”. Pode-se fazer esquizodrama (e tem sido feito) nas práxis de convivência,
militância, saúde, educação, indústria, comunicação de massas, esportes, artes, religião,
cultura, pesquisa e experimentação etc. – ditos num sentido muito amplo. Assim, é um campo
híbrido com diversas referências e que busca dramatizar os conceitos, fomentando os
processos de desterritorialização e subjetivação.

4) Qual o sentido de Klínica para Baremblit?


R: Klínca com “K”, indica clínica como klinos e klinamen, ou seja, a klínica como encontro
de diferenças e produção de desvio, de transformação. Passa então a operar os conscritos
filosóficos da esquizonanálise enquanto práxis. As klínicas do Esquizodrama buscam a
detectar as resistências e bloqueios que o sujeito ou o coletivo se deparam (para fomentar
processos de intensificação dos fluxos desejastes com o intuito de levar à produção, à criação
e à afirmação do desejo). Utiliza-se neologismos para expressar novos processos e
acontecimentos e conceitos (Esquizoemas). A realidade define-se mais pela heterogeneidade,
do que uma suposta e idealizado homogeneidade. Divide-se em três processos: produção,
registro-controle e consumação. Através disso, desterritorializa as formações molares e
coercitivas-edípicas do sujeito, que bloqueiam o desejo e despontecializam a vida trazendo à
tona intensidades assignificantes que vão além de qualquer formação discursiva. Opera assim
desconstrução identitária e dos mecanismos defensivos que levam o sujeito ao contato com
seu inconsciente molecular, numa efetiva produção de um corpo sem órgãos, fluido, pleno e
potente.

5) Qual a compreensão do grupo sobre o termo institucionalismo?


R: àqueles que vieram em detrimento da repressão da ditadura argentina e sua militância
política de esquerda, com um
enfoque freudomarxista, institucionalista, crítico e de caráter "plataformista“

6) Definam os termos: autogestão e autoanálise


R: A auto-análise consiste em que as comunidades mesmas, como protagonistas de seus
problemas, necessidades, interesses, desejos e demandas, possam enunciar, compreender,
adquirir ou readquirir um pensamento e um vocabulário próprio que lhes permita saber acerca
de sua vida, ou seja: não se trata de que alguém venha de fora ou de cima para dizer-lhes
quem são, o que podem, o que sabem, o que devem pedir e o que podem ou não conseguir

Na autogestão os coletivos mesmos deliberam e decidem. Eles têm maneiras diretas de


comunicar as decisões. Existem hierarquias moduladas pela potência, peculiaridades e
capacidade de produzir; mas não há hierarquias de poder, ou seja, a capacidade de impor a
vontade de um sobre o outro.

7) Quais as principais tendências do Institucionalismo?


R: Tentarei resumir três modalidades de Institucionalismo que não são as únicas, nem
necessariamente as mais importantes, mas são as que mais notoriedade têm atingido. São
também as mais difundidas, particularmente aqui no Brasil. Terei de ser muito esquemático.
Tentarei uma espécie discutível de classificação, de graduação entre essas três tendências.
Em termos, digamos, políticos, eu diria que da primeira enunciada – a Sociopsicanálise de
Gérard Mendel – à útima – a Esquizoanálise de Deleuze e Guattari –, existe uma graduação
à medida que Mendel articula uma concepção mais ou menos tradicional da Psicanálise com
uma igualmente ortodoxa do Materialismo Histórico. Produz, assim, uma forma de
abordagem das organizações e das instituições que, poderíamos dizer, é politicamente
moderada, se é que tal termo exprime alguma coisa. Já a Análise Institucional de Lourau e
Lapassade e a Esquizoanálise de Deleuze e Guattari, eu diria, são propostas políticas mais
subversivas, mais enérgicas, mais ativas, com certos matizes diferenciais entre elas.

8) Que diferença existe entre os conceitos de campo de análise e campo de intervenção?


R: Campo de análise pode estar articulada com um campo de intervenção. Só que um
campo de análise é pensável sem intervenção, mas um campo de intervenção é
impensável sem um campo de análise. Pode-se compreender e não intervir, mas não
se pode intervir sem alguma forma de compreensão. Em geral quando os dois campos
se constituem, eles estão articulados entre si: à medida que se compreende, se
intervém; e à medida que se intervém, se compreende.

9) O que é análise da implicação?


R: A implicação se define como o processo que acontece na organização de analistas
institucionais, na equipe de análise institucional, a raiz de seu contato, de sua interseção com
a organização analisada, intervinda.

10) O que são: analisador, equipamento, dispositivo, logística, estratégia, táticas e técnicas?
R: Analisador: O analisador, em análise institucional, é um efeito ou fenômeno formalmente
parecido com esses efeitos privilegiados do material da Psicanálise
Equipamento: No Institucionalismo denomina-se equipamentos a uma série de organizações,
estabelecimentos, aparatos, maquinarias e tecnologias muito diversificados e inclusivos, de
grande, médio ou pequeno porte, cuja finalidade fundamental (mas não única) está a serviço
da repressão, do registro ou do controle social.
Dispositivo: De um dispositivo pode, de alguma maneira, dizer-se que é o contrário de um
equipamento. Trata-se de uma montagem (termo que freqüentemente se utiliza em
cinematografia, teatro ou nas artes plásticas) de elementos extraordinariamente heterogêneos
que podem incluir "pedaços" sociais, naturais, tecnológicos e até subjetivos. Um dispositivo
caracteriza-se pelo seu funcionamento, sempre simultâneo a sua formação e sempre 66 a
serviço da produção, do desejo, da vida, do novo. Um dispositivo forma-se da mesma maneira
e ao mesmo tempo em que funciona, gerando acontecimentos insólitos, revolucionários e
transformadores.
Logística: Designa-se por logística o balanço que os institucionalistas fazem de todas as
forças, habilidades, elementos, recursos etc. de que se dispõe ao começar uma intervenção;
quer dizer, com que se pode contar a favor e contra para poder levar o trabalho adiante com
um mínimo de possibilidades de realização.
Estratégia: A estratégia sistematiza os grandes objetivos a serem conseguidos (cuja máxima
expressão é a auto-análise e autogestão do coletivo intervindo), assim como a progressão das
manobras, dos espaços e territórios que se colocarão, a previsão de vicissitudes, opções,
alternativas, avanços, retrocessos etc.
Táticas: As táticas referem-se a batalhas circunscritas, à área onde se desenvolvem, à
participação da infantaria, cavalaria, o horário, os movimentos de tropas etc.
Tecnicas: As técnicas são pequenos segmentos nos quais se decompõe a estratégia.

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