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Luis Felipe Lopes – Cursinho Bonsucesso/Semana – Redação semana 10

Os efeitos da falta de autoconhecimento na era digital

A série americana “Black Mirror” apresenta a influência da tecnologia numa sociedade


futura. Em um dos episódios, um aplicativo simula ao usuário medos que o próprio
desconhece, revelando uma falta de autoconhecimento. Fora da ficção, a realidade da
série pode ser relacionada com a sociedade contemporânea: gradativamente, os
efeitos da supressão de autognose na era cibernética do século XXI corroboram com o
desenvolvimento de psicopatologias e, por conseguinte, com o crescimento das
concorrências pelo controle dos indivíduos.

Em primeiro plano, é indubitável que a falta de autoconhecimento pode provocar


distúrbios psicológicos agravados por um descontrole emocional. Segundo a pesquisa
feita pela plataforma Google em 2019, uma das mais recorrentes buscas é a questão
“como fazer que as pessoas gostem de mim?” o que revela uma baixa autoestima e
dificuldade nas relações interpessoais. Logo, evidencia-se que, o autoconhecimento é
de suma importância na prevenção de tais enfermidades, pois ao se conhecer, o
indivíduo ignora os falsos padrões sociais além de tornar as convivências mais
favoráveis.

Outrossim, cabe ponderar que hodiernamente, propagandas e anúncios ganham mais


ênfase com o avanço tecnológico. Tal fato está intrinsicamente ligado à facilidade em
manipular os indivíduos, na qual o entendimento sobre as fraquezas dos mesmos atua
como catalisador para manobras de consumo, por exemplo. Consequentemente, o
autoconhecimento impede a ocorrência desse controle externo, pois permite que o
indivíduo decida com seus parâmetros, o que quer ver ou não.

Infere-se, portanto, que ainda há obstáculos para resolução das circunstâncias


supracitadas. Sendo assim, impõe-se que o Ministério da Saúde promova, por meio de
discussões engajadas com profissionais especializados, palestras mensais para
auxiliar a população no autoconhecimento, a fim de diminuir o risco de psicopatologias
nestes indivíduos. Ademais, cabe ao CONAR (Conselho Nacional de
Autorregulamentação Publicitária) dividir, por meio de regulamentos, as propagandas
nocivas das benéficas, com o propósito de evitar novas tentativas de controle aos
interlocutores. Somente assim, poder-se-á criar um futuro divergente do distópico
apresentado pela série.

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