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S U B S T Â N C I A EM ‘C AT E G O R I A S
2-5’ E ‘M E TA F Í S I C A Z’
SUSANA CASTRO AMARAL
UFRJ
RESUMO
ABSTRACT
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ETHICA RIO DE JANEIRO, V.9, N.1 E 2, P.193-201, 2002
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Representante deste primeiro grupo seria M. Furth (1988) e do segundo
D.W. Graham (1987). A grande diferença entre a hipótese unitarista e
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o verde desta araucária > verde> cores frias > cores > qualidade
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“The term tode ti seems designed to emphasize the spatial location of
an entity as well as its independent existence, such that it can be
singled out by ostentation”. D.W. Graham (1999), p.25.
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tanto ser por si (kath’ hauto), independente, sem precisar inerir em nenhum
outro ente, quanto pode ter o significado espacial de ‘ente com contorno
extensional definido’, derivado da expressão tode ti.2
Aristóteles usa, portanto, os mesmos critérios feitos para
identificar a prioridade das substâncias individuais sobre os atributos,
afim de identificar a prioridade da forma sobre o composto e sobre a
matéria. Quer ele com issso indicar, então, que a forma como o indivíduo,
é algo indivisível? Como isso é possível se a forma específica é algo
comum a muitos?
O mesmo termo grego ´eidos´ serve para indicar tanto a forma de
uma matéria quanto a espécie de um gênero. Penso que a estrutura
hylemórphica do composto é a versão puramente metafísica do modelo
predicativo–metafísico do Categorias, onde a relação da espécie com o
indivíduo é descrita como um ‘ser dito de um substrato’. A nível
estritamente metafísico esse substrato já necessita ser algo antes de
qualquer predicação, do contrário não temos como identificá-lo. Só
podemos identificar um ente quando reconhecemos, ao ver seu contorno,
a que espécie natural ele pertence. Assim, uma condição para identificar
ostensivamente qualquer indivíduo, antes que possamos dizer qualquer
coisa dele, é que o indivíduo pertença a alguma classe ou subclasse
natural. Por isso, Aristóteles diz no Z que a forma tem prioridade sobre o
composto e a matéria, e deve ser chamada de substância primária (prote
ousia). A fórmula que identifica esta relação de prioridade é: m-f é f
(matéria e forma é igual à forma). Para essa fórmula não há entretanto
exemplo lingüístico correspondente. Aqui chega-se ao limite do
isomorfismo entre a linguagem e o mundo. A estrutura da linguagem
não espelha o mundo em profundidade, mas apenas a sua superfície. Em
função dessa situação o Categorias é uma obra limitada, pois por estar
presa ao princípio isomórfico entre a linguagem e o mundo, não pode
tratar a estrutura mais profunda (vertical) do indivíduo. A Metafísica
rompe com essa limitação desde o início ao apresentar o indivíduo não
mais como indivíduo (atomon), mas como um composto hylemórphico,
e, ao colocar lado a lado as teses ‘a forma é dita da matéria’ e ‘a forma é
mais substância do que a matéria porque ela é um todo e é separada’. O
fato dessas teses estarem num mesmo capítulo (Z3) e tão próximas uma
da outra indicam ao meu ver que para Aristóteles elas não seriam
contraditórias, mas apresentavam as duas faces do mesmo conceito. Ele
já teria consciência de que determinados problemas metafísicos só
poderiam ser resolvidos tratando a substância primeira não como um
atomon, mas sim como um synholon (composto). Somente quando a
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Ver Frede/Patzig (1988).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
3a. Parte:
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