[1] O documento discute como a indústria cultural comercializa a ludicidade apenas como diversão, ignorando seu potencial para expressão subjetiva. [2] A sociedade atual produz "hiperatividade" ao impor estímulos constantes, inclusive na brincadeira infantil. [3] Crianças em situação de risco precisam conciliar brincadeiras com trabalho para sobreviver.
[1] O documento discute como a indústria cultural comercializa a ludicidade apenas como diversão, ignorando seu potencial para expressão subjetiva. [2] A sociedade atual produz "hiperatividade" ao impor estímulos constantes, inclusive na brincadeira infantil. [3] Crianças em situação de risco precisam conciliar brincadeiras com trabalho para sobreviver.
[1] O documento discute como a indústria cultural comercializa a ludicidade apenas como diversão, ignorando seu potencial para expressão subjetiva. [2] A sociedade atual produz "hiperatividade" ao impor estímulos constantes, inclusive na brincadeira infantil. [3] Crianças em situação de risco precisam conciliar brincadeiras com trabalho para sobreviver.
selmaroni@hotmail.com 19/03/2021 LUDICIDADE E INDÚSTRIA CULTURAL Aula 4 – Unidade 2 Ludicidade é um termo utilizado na educação infantil e que tem origem na palavra latina "ludus", que significa jogo. O conceito de ludicidade compreende os jogos e brincadeiras, mas não se restringe a elas.
LUDICIDADE E INDÚSTRIA CULTURAL
É aquela que utiliza como
base a cultura de determinados polos do mundo para fabricar seus produtos. Situação da realidade profissional:
Alicia Fernández, psicopedagoga argentina, chama-nos a atenção para os
crescentes casos de estudantes com “desatenção” e “hiperatividade” na sociedade atual. Em suas considerações, leva-nos a refletir sobre os modos de produção de subjetividade silenciados pela ideologia do consumo e do prazer representados por uma indústria cultural com ideologia própria. O título do artigo da autora define tudo isso quando diz: “A sociedade hipercinética (de muitos estímulos incessantes) medica o que produz”. Para a autora, a atividade lúdica seria uma possibilidade de o ser humano resgatar sua expressão subjetiva, mas até a ludicidade tem uma nova roupagem nesse contexto, entendida apenas como algo que nos dará prazer e divertimento. Como resolver isso? O IBGE apontou que o Brasil é o 3º colocado, na América Latina, entre os países com alto índice de trabalho infantil. Por isso, a sociedade atual apresenta vários programas de erradicação, substituindo-o por abrigos, projetos educativos com dança, esporte, oficinas, escola em período integral etc.
Houve avanços importantes para que a criança não trabalhe.
Uma dessas conquistas se apresenta por meio do ECA (Estatuto da Criança e Adolescente), defendendo que a criança tem direito de brincar, estudar e de ser criança. A estrutura socioeconômica na qual a criança está inserida irá influenciar suas atividades, inclusive a brincadeira da criança.
brincadeira de rua de crianças que vivem em situação de risco
nos apontam que “as crianças em situação de rua compõem uma população peculiar que tem características próprias nas suas manifestações lúdicas, uma vez que vivem num contexto diferenciado do habitual para o desenvolvimento infantil”. Essas crianças muitas vezes brincam enquanto estão trabalhando (ALVES, 2001; NEIVASILVA; KOLLER, 2002; SANTOS; KOLLER, 2003). Ao vídeo “Palavra cantada: criança não trabalha”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=u9aa7FqMcRU>. Acesso em: 25 jun. 2015. [...] para estas crianças, brincar e trabalhar são atividades intrincadas, uma vez que seu espaço lúdico também é o espaço de sobrevivência. Tal aspecto reflete a realidade desta população e se mostra como singularidade que deve ser ressaltada. Outra peculiaridade é o fato de que, por estarem num ambiente com múltiplas estimulações, as crianças são mais dispersas e mantêm episódios mais curtos, ou brincadeiras e temas que permitam uma flexibilização de regras frente a interrupções. Muitas vezes, as crianças precisam desempenhar várias atividades ao mesmo tempo. A autora ressalta ainda que brinquedo com pares foi pouco frequente, predominando as atividades solitárias (KOLLER apud ALVES, 2003, p. 171). A sociedade atual vive a vida de modo apressado, correndo atrás do vento. Tudo deve ser rápido, momentâneo e, como afirma Bauman (2000), líquido, no sentido de que nada mais tem uma estabilidade, um tempo próprio, nem mesmo a atividade lúdica.
Ou seja, a sociedade não respeitou a
criança, incluindo-a no mesmo contexto de atividades incessantes do modo de produção industrializado capitalista. [...] para estas crianças, brincar e trabalhar são atividades intrincadas, uma vez que seu espaço lúdico também é o espaço de sobrevivência. Tal aspecto reflete a realidade desta população e se mostra como singularidade que deve ser ressaltada. Outra peculiaridade é o fato de que, por estarem num ambiente com múltiplas estimulações, as crianças são mais dispersas e mantêm episódios mais curtos, ou brincadeiras e temas que permitam uma flexibilização de regras frente a interrupções. Muitas vezes, as crianças precisam desempenhar várias atividades ao mesmo tempo. A autora ressalta ainda que brinquedo com pares foi pouco frequente, predominando as atividades solitárias (KOLLER apud ALVES, 2003, p. 171). A indústria cultural considera que a atividade lúdica é apenas prazer e diversão e que no entretenimento o ser humano tem a possibilidade de revigorar sua alma cansada dos afazeres do cotidiano. Atividade