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5.A Introdução
Nesse capítulo, o lado da oferta da economia, estudando o processo no qual os bens e serviços
consumidor por indivíduos são produzidos. Vemos o lado da oferta como composto por um
número de unidades produtivas ou, como as chamaremos, “empresas”. As empresas podem
muito bem serem corporações ou outros comércios reconhecidos legalmente. Mas elas
também devem representar as possibilidades de produção de indivíduos ou famílias. Além
disso, o conjunto de todas as empresas pode incluir algumas unidades de produção potenciais
que nunca são de fato organizadas. Desse modo, a teoria será capaz de acomodar tanto
processos de produção ativa quanto potenciais, mas inativos.
Muitos aspectos fazem parte de uma descrição completa de uma empresa: Quem a detém?
Quem a administra? Como ela é administrada? Como ela é organizada? O que ela pode fazer?
De todas essas perguntas, nos concentramos na última. Nossa justificativa não é a de que as
outras perguntas não são interessantes (na verdade, elas são), mas de que queremos chegar o
mais rápido possível em um aparato conceitual mínimo que nos permite analisar o
comportamento de mercado. Portanto, nosso modelo de possibilidades de produção vai ser
muito parcimonioso: A empresa é vista meramente como uma “caixa preta”, capaz de
transformar inputs em outputs.
A Sessão 5..D analisa em detalhes a geometria associada com as relações de custo e produção
para o caso especial, mas teoricamente importante, de uma tecnologia que produz apenas um
output.
A teoria de agregação é estudada na Sessão 5.E. Mostramos que a agregação no lado da oferta
é mais simples e mais poderosa que a teoria de correspondência para demanda, coberta no
Capítulo 4.
A Sessão 5.F constitui em uma excursão para o bem estar econômico. Definimos o conceito de
produção eficiente e estudamos sua relação com a maximização de lucro. Com algumas
pequenas qualificações, vemos que os planos de produção de maximização de lucro são
eficientes e que quando propriedades de convexidade adequadas se mantém, o inverso
também é verdade: Um plano eficiente é maximizador de lucro para um vetor escolhido
apropriadamente de preços. Isso constitui, em nosso primeiro olhar, as ideias importantes dos
teoremas fundamentais de bem estar econômico.
Na Sessão 5.G, pontuamos que a maximização de lucro não tem o mesmo status primitivo que
a maximização de preferência. Rigorosamente falando, ela deveria ser derivada da última.
Discutimos esse ponto e questões relacionadas.
Como nos capítulos anteriores, consideramos uma economia com commodities L. Um vetor de
produção (também conhecido como um input-output, ou netput, vetor ou como um plano de
produção) é um vetor que descreve os outputs (líquidos) das
commodities L de um processo de produção. Adotamos a convenção de que números positivos
denotam output e os números negativos denotam input. Alguns elementos de um vetor
produção pode ser zero; isso só significa que o processo não tem nenhum output líquido
daquela commodity.
Exemplo 5.B.1: Suponha que L = 5. Então y = ( -5, 2, -6, 3, 0) significa que unidades 2 e 3 dos
bens 2 e 4, respectivamente, são produzidas, enquanto as unidades 5 e 6 dos bens 1 e 3,
respectivamente, são utilizadas. O bem 5 não é produzido nem usado como um input nesse
vetor produção.
O conjunto de planos de produção viáveis é limitado, antes de mais nada, por restrições
tecnológicas. Porém, em qualquer modelo particular, restrições legais ou compromissos
contratuais anteriores também podem contribuir para a determinação do conjunto de
produção.
É, por vezes, conveniente descrever o conjunto de produção Y usando a função , chamada
de função transformação. A função transformação tem a propriedade de
e se e somente se y for um elemento do limite de Y. O
conjunto de pontos limites de Y, é conhecido como fronteira de
transformações. A Figura 5.B.1 apresente um exemplo de dois bens.
Em muitos processos de produção atuais, o conjunto de bens que podem ser output é distinto
do conjunto que pode ser input. Nesse caso, algumas vezes é conveniente para distinguir
notacionalmente os inputs e outputs da empresa. Poderíamos, por exemplo, deixar
1
MRT -> TMT. N.T.
2
Como no Capítulo 3, nas taxas de cálculo como essa, sempre assumimos que
denotar os níveis de produção dos outputs M da empresa e
denotar a quantidade de inputs L – M da empresa, com a convenção
de que a quantidade de input usado é agora medido como um número não negativo (como
forma de notação, contamos todos os bem não realmente usados no processo como inputs).
Mantendo o nível de output fixo, podemos definir a taxa marginal de substituição técnica
(TMST) de input por input k em :
TMST
O número TMST mede a quantidade adicional de input k que deve ser usada para manter
output no nível quando a quantidade de input é marginalmente decrescente. É a
teoria de produção análoga a taxa marginal do consumidor de substituição. Na teoria do
consumidor, olhamos o equilíbrio adequado entre commodities que mantém a utilidade
constante, aqui, examinamos o equilíbrio adequado entre inputs que mantém a quantidade de
output constante. Note que a TMST é simplesmente uma mudança de nome da taxa
marginal de transformação do input pelo input k no caso especial de um único output,
tecnologia de muitos inputs.
(i) Y é não vazio. Essa suposição diz que a empresa tem algo que ela pode planejar
fazer. De outra forma, não há necessidade de se estudar o comportamento da
empresa em questão.
3
Para maiores discussões dessas propriedades, veja Koopmans (1957) e o Capítulo 3 de Debreu (1959).
(ii) Y é fechado. O conjunto Y inclui seu limite. Portanto, o limite de uma sequência de
vetores input-output tecnologicamente viáveis também são viáveis; em símbolos,
e indicam . Essa condição deveria ser pensada como
primeiramente técnica.4
(iii) Não há almoço de graça. Suponha que e , para que o veto y não use
nenhum input. A propriedade não há almoço grátis é satisfeita se esse vetor
produção não puder produzir output também. No caso, sempre que e
, então y = 0; não é possível produzir algo do nado. Geometricamente,
. Para L = 2, a Figura 5.B.2(a) demonstra um conjunto que viola a
propriedade não há almoço de graça, o conjunto na Figura 5.B.2(b) a satisfaz.
(iv) Possibilidade de inércia. Essa propriedade fala que : O encerramento de
atividades é possível. Ambos os conjuntos na Figura 5.B.2, por exemplo, satisfazem
essa propriedade. O ponto no tempo no qual as possibilidades de produção estão
sendo analisada é, com frequência, importante para a validação dessa suposição.
Se estivermos contemplando uma empresa que poderia acessar um conjunto de
possibilidades tecnológicas, mas que não foi organizado ainda, então a inércia é
claramente possível. Mas se algumas decisões de produção já tiverem sido feitas,
ou se contratos irrevogáveis para a entrega de alguns inputs tiverem sido
assinados, a inércia não é possível. Nesse caso, dizemos que alguns caso são
irrecuperáveis. A Figura 5.B.3 ilustra dois exemplos. O conjunto de produção na
Figura 5.B.3(a) representa as possibilidades de produção provisórias surgindo
quando a empresa já está empenhada em usar, pelo menos, unidades do
bem 1 (talvez porque já assinou um contrato para a compra dessa quantidade); no
caso, o conjunto é um conjunto de produção restrito que reflete as escolhas
restantes da empresa para algum conjunto de produção original Y como os na
Figura 5.B.2. Na Figura 5.B.3(b), temos um segundo exemplo de custos
irrecuperáveis. Para um caso com um output (bem 3) e dois inputs (bens 1 e 2), a
figura ilustra o conjunto de produção restrita surgindo quando o nível do segundo
input foi irrevogavelmente fixado em [aqui, em contraste com a Figura
5.B.3(a), aumento no uso do input são impossíveis)
4
Entretanto, mostramos no Exercício 5.B.4 que há um caso importante de participação economia
quando aumentam as dificuldades.
Figura 5.B.2: A propriedade não há almoço de graça.
(a) Viola a propriedade.
(b) Satisfaz a propriedade.
Exemplo 5.B.1: Desenhe dois conjuntos de produção: um que viole a irreversibilidade e um que
satisfaça essa propriedade.
Figura 5.B.7 – Uma tecnologia satisfazendo a propriedade dos retornos a escala constante.
Exemplo 5.B.3: Retornos a Escala com a Função de Produção Cobb-Douglas: Para a função de
produção Cobb-Douglas apresentada no Exemplo 5.B.2,
. Portanto quando , temos retornos a escala constantes; quando , temos
retornos a escala decrescentes; e quando , temos retornos a escala crescentes.
A suposição de convexidade pode ser interpretada como incorporando duas ideias sobre as
possibilidades de produção. A primeira é de retorno não crescente. Em particular, se a inércia
é possível (no caso, se ), então convexidade implica em que Y tem retornos à escala não
crescentes. Para ver isso, note que para qualquer , podemos escrever
. Consequentemente, se e , a convexidade implica em que
. Segundo, a convexidade captura a ideia de que combinações de input “instáveis” não
são mais produtivas que as estáveis (ou, simetricamente, que combinações de output
“instáveis” não são menos custosos de produzir que os estáveis). Em particular, se os planos de
produção y e y’ produzirem exatamente a mesma quantidade de output, mas usarem
diferentes combinações de input, então um vetor produção que use um nível de cada input
que é a média dos níveis usados nesses dois planos pode se sair melhor que pelo menos y e y’.
O Exercício 5.B.3 ilustra essas duas ideias para o caso de uma tecnologia de um único output.
Exercício 5.B.3: Mostre que para uma tecnologia de um output, Y é convexo se e somente se a
função produção for côncava.
É importante não perder de vista o fato de que o conjunto de produção descreve tecnologia,
não os limites de recursos. Pode ser argumentado que se todos os inputs (incluindo, digamos
inputs empresariais) são explicitamente responsáveis, então deveria ser sempre possível
reproduzir a produção. Afinal, não estamos dizendo que dobrar o output é realmente viável,
apenas que, a principio, seria possível se todos os inputs (porém esotéricos, sejam eles
identificados ou não) fossem dobrados. Nessa visão, que foi originada com Marshall e tem sido
muito enfatizada por McKenzie (1959), retornos decrescentes devem refletir a escassez de um
input de produção sobreposto e não cotado. Por essa razão, alguns economistas acreditam
que entre modelos com tecnologias convexas, o modelo de retornos constantes é o mais
fundamental. A Preposição 5.B.2 torna a ideia precisa.
O input adicional incluso no conjunto de produção estendido (bem L +1) pode ser chamado de
“fato empresarial”. (A justificativa para isso pode ser vista no Exercício 5.C.12; em um
ambiente competitivo, o retorno a esse fator empresarial é precisamente o lucro da empresa).
Em essência, essa implicação da Preposição 5.B.2 é de que em um ambiente competitivo e
convexo, pode haver pouca perda de generalização conceitual ao nos limitarmos a
tecnológicos retornos constantes.
Assumimos nesse capitulo que o objetivo da firma é maximizar seu lucro. (É bastante
legitimado perguntar por que deveria ser assim e iremos oferecer uma discussão breve da
questão na Sessão 5.G). Além disso, também assumimos que o conjunto de produção da
empresa Y satisfaz as propriedades de não vazio, fechamento e livre disposição (veja a Sessão
5.B).
Em geral, y(p) pode ser um conjunto mais do que um único vetor. Também é possível que
nenhum plano de produção maximizador de lucro exista. Por exemplo, o sistema de preço
pode ser tal que não exista limite em quão altos os lucros possam ser. Nesse caso, dizemos
que .6 Para usar um exemplo concreto, suponha que L = 2 e que a empresa com
5
Usamos o termo correspondência de fornecimento para manter o paralelo com a terminologia
demanda do lado de consumo. Lembre-se, porém, que y(p) é mais propriamente pensado como um
fornecimento liquido da empresa para o mercado. Em particular, as entradas negativas de um vetor
fornecimento deveria ser interpretado como demanda para inputs.
6
Rigorosamente, para permitir a possibilidade de (assim como para outros casos onde
nenhum plano de produção miximizador de lucro existe), a função lucro deveria ser definida por
. Porém, seremos informais e continuaremos a usar Max enquanto permitindo essa
possibilidade.
uma tecnologia de retornos constantes produz uma unidade do bem 2 para cada unidade do
bem 1 usado como um input. Então sempre que . Mas se , então o
lucro da empresa é , onde é a produção do bem 2. Claramente, ao escolher
apropriadamente, podemos produzir lucros arbitrariamente grandes. Consequentemente,
.
Exercício 5.C.1: Prove que, em geral, se o conjunto produção Y exibe retornos a escala não
decrescentes, então tanto ou .
para
Se z* é ideal, então as condições de primeira ordem a seguir devem ser satisfeitas para
:
7
Até agora, sempre usamos o símbolo p para um vetor de preços geral; aqui usamos ele apenas para o
output de preço e denotamos o vetor de input de preços por w. Essa notação é bastante padrão. Como
uma regra geral, a não ser que estejamos em um contexto de classificação explicita de commodities
como inputs ou output (como no caso de um output), continuaremos a usar p para denotar um vetor
geral de preços .
com igualdade se
8
se
Portanto, o produto marginal de cada input realmente usado (no caso, com ) deve
ser igual ao seu preço em termos de output, . Note também que para quaisquer dois
inputs e k com , a condição (5.C.2) implica que TMT ; no caso, a taxa
marginal de substituição técnica entre os dois inputs é igual ao seus raios preço, a taxa
econômica de substituição entre eles. Essa condição raio é meramente um caso especial da
condição mais geral derivada em (5.C.1).
8
A preocupação pelas condições limite começam aqui, mas não na condição (5.C.1), porque a suposição
de inputs e outputs distintos requer que , enquanto a formulação levando a (5.C.1) permite o
output líquido de cada bem ser tanto positivo quanto negativo. Mesmo assim, quando usando as
condições de primeira ordem (5.C.2), iremos assumir tipicamente que .
Propriedades (ii), (iii), (vi) e (vii) são os não triviais.
Exercício 5.C.2: Prove que é uma função convexa [Propriedade (ii) da Preposição 5.C.1].
[Dica: Suponha que . Então
].
A propriedade (iii) nos diz que se Y é fechado, convexo e satisfaz a livre disposição, então
fornece uma descrição (“dupla”) alternativa da tecnologia. Já a representação de preferências
(discutida no Capítulo 3) da função utilitária indireta (ou função gastos), é uma descrição
menos primitiva que Y em si, porque ele depende das noções de preços e do comportamento
de tomada de preço. Mas graças a propriedade (vi), ele tem a grande virtude em aplicação de
frequente permissão para uma computação imediata de suprimento.
Note que a lei de fornecimento se mantém para qualquer mudança de preço. Porque, em
contraste com a teoria de demanda, não há restrição orçamentária, não há nenhum requisito
compensatório. Em essência, não temos efeitos de riqueza aqui, apenas efeitos de
substituição.
para todo p, p’, e . Nessa forma, também pode ser estabelecido por um
argumento preferencial relevado simples. Em particular,
Minimização de Custos
Para ser concreto, focamos nossa análise no caso de um único output. Como de costume,
deixamos z ser um vetor não negativo de inputs, , a função produção, q as quantidades de
output e o vetor de preços input. O problema de minimização de custo (PMC) pode
então ser afirmado como a seguir (assumimos a disposição livre de output)
(PMC)
O valor otimizado da PMC é dado pela função custo c(w, p). O conjunto ideal correspondente
de escolhas input (ou fator), denotado por z(w, q), é conhecido como a correspondência de
demanda fatorial condicional (ou função se for sempre uni valorado). O termo condicional
surge porque essas demandas fatoriais são condicionais no requisito de que o nível de output
q seja produzido.
A solução para a PMC é ilustrada na Figura 5.C.2(a) para um caso com dois inputs. A região
sombreada representa o conjunto de vetores input z que podem produzir pelos menos a
quantidade q de output. É a projeção (no orthant positivo do espaço input) da parte do
conjunto de produção Y que então gera output de pelo menos q, como mostrado na Figura
5.C.2(b). Na Figura 5.C.2(a), a solução z(w, q) se encontra na linha isocusto (uma linha em
na qual todas as combinações de input geram custo igual) que intersecta o conjunto
mais perto da origem.
Figura 5.C.2 – O problema de minimização de custo.
(a) Dois inputs.
(b) A isoquanta como uma sessão do conjunto produção.
, com igualdade se ,
A condição (5.C.4), como a condição (5C.2) da PMP, implica que para quaisquer dois inputs e
k com temos . Essa correspondência é de ser esperada porque,
como notamos, a maximização de lucro implica que as escolhas de input são minimizadoras de
custo para o nível de output q escolhido. Para L = 2, a condição (5.C.4) acarreta na inclinação
em z* da isoquanta associada com o nível de produção q é exatamente igual a negativa do raio
de preços input . A Figura 5.C.2(a) ilustra esse fato também.
Como de costuma, o multiplicador Lagrange pode ser interpretada como o valor marginal
do relaxamento da restrição . Portanto, é igual a , a produção de
custo marginal.
9
Note, porém, que as condições de primeira ordem são suficientes para uma solução para a PMC,
contanto que o conjunto seja convexo. Portanto, a condição chave para a suficiência das
condições de primeira ordem da PMC é a quase concavidade de . Esse é um fato importante
porque a quase concavidade de é compatível com os retornos crescentes à escala (veja o Exemplo
5.C.1).
Note a analogia formal fechada com a teoria de consumo aqui. Substitua por , q por
u e z por x (no caso, interprete a função produção como uma função utilitária), e a PMC se
torna o problema de minimização de gastos (PMG) discutido na Sessão 3.E. Portanto, na
Preposição 5.C.2, as propriedades (i) até (vii) da função de custo e a correspondência de
demanda fatorial condicional partem da análise nas Sessões 3.E e 3.G através dessa
reinterpretação. [Lhe é pedido para provar as propriedades (viii) e (ix) no Exercício 5.C.3]
Preposição 5.C.2: Suponha que c(w, q) é a função custo de uma tecnologia de um output Y com
a função produção e que z(w, q) é a correspondência de demanda fatorial condicional
associada. Assuma também que Y é fechado e satisfaz a propriedade de livre disposição. Então
No Exercício 5.C.4 é pedido para mostrarmos que as propriedades (i) e (vii) da Preposição 5.C.2
também se mantém para tecnologias com múltiplos outputs.
A função custo pode ser particularmente útil quando o conjunto produção é do tipo retornos
constantes. Nesse caso, não é uni valorado em nenhum vetor preço que permita uma
produção não zero, tornando o lema de Hotelling [Preposição 5.C.1(vi)] inaplicável nesses
preços. Ainda assim, a demanda de input condicional z(w, q) pode, mesmo assim, ser uni
valorada, nos permitindo usar o lema de Shepard. Tenha em mente, porém, que a função
custo não contém mais informação do que a função lucro. Na verdade, sabemos pela
propriedade (iii) das Preposição 5.C.1 e 5.C.2 que sob restrições de convexidade há uma
correspondência um a um entre funções lucro e custo; no caso, para qualquer uma das
funções, o conjunto de produção pode ser recuperado e a outra função pode então ser
derivada.
Usando a função custo, podemos reafirmar o problema da empresa de determinação do seu
nível de produção maximizador de lucro como
Em palavras, em um interior ideal (no caso, se q* > 0). O preço é igual ao custo marginal.10 Se
c(w, q) é convexo em q, então a condição de primeira ordem (5.C.6) também é suficiente para
q* ser o nível de output ideal da empresa. (Estudamos a relação entre o comportamento de
fornecimento da empresa e as propriedades da sua função tecnológica e custo em detalhes na
Sessão 5.D).
Poderíamos continuar analisando funções de lucro e custo por muitas páginas. Alguns
exemplos e mais propriedades estão contidos nos exercícios. Veja McFadden (1978) para um
tratamento extensivo desse tópico.
Exemplo 5.C.1: Funções de Lucro e Custo para a Função Produção Cobb-Douglas. Aqui
derivamos as funções de lucro e custo para a função produção Cobb-Douglas do Exemplo
5.B.2, . Lembre-se do Exemplo 5.B.3 que corresponde ao caso de
retornos constantes a escala, corresponde aos retornos decrescentes e
corresponde aos retornos crescentes.
As equações de demanda fatorial condicionais e função custo tem exatamente a mesma forma
e são derivadas exatamente da mesma forma, como a função gasto na Sessão 3.E (veja o
Exemplo 3.E.1; a única diferença nas computações é que agora não impomos ):
10
Isso também pode ser visto notando que a condição de primeira ordem (5.C.4) da PMC coincide com a
condição de primeira ordem (5.C.2) da PMP se e somente se . Lembre-se que , o multiplicador
na restrição na PMC, é igual a .
Uma forma de derivar a função de fornecimento da empresa e a função lucro é usando essa
função gasto e resolver o problema (5.C.5). Aplicando (5.C.6), a condição de primeira ordem
para esse problema é
Quando , (5.C.7) pode ser resolvido por um nível de output ideal único:
por
Nessa sessão, continuamos nossa análise das relações entre a tecnologia da empresa, sua
função gasto e seu comportamento de fornecimento para o caso especial, mas comumente
usado, em que já um único output. Uma vantagem significante de considerar o caso de um
único output é que ele resulta em uma ilustração gráfica extensiva.
Nesse capítulo, denota a quantidade de output por q e mantenho o vetor dos fatores preços
constante em . Para conveniência notacional, escrevemos a função de gasto da empresa
como . Para q > 0, podemos denotar o gasto médio da empresa por
e assumindo que a derivada existe, denotamos seu custo marginal por
.
Lembre-se, pela expressão (5.C.6), que para um dado preço output p, todos os níveis de output
maximizadores de lucro devem satisfazer a condição de primeira ordem [assumindo
que C’(q) existe]:
Se o conjunto produção Y é convexo, é uma função não convexa [veja a propriedade (ix)
da Preposição 5.C.2], e portanto o custo marginal é não crescente, Nesse caso, como notamos
na Sessão 5.C, a satisfação dessa condição de primeira ordem também é suficiente para
estabelecer que q é um nível de output maximizador de lucro a preço p.
Dois exemplos de conjuntos de produção convexa são dados nas Figuras 5.D.1 e 5.D.2. Nas
figuras, assumimos que há apenas um input e normalizamos seu preço para igualar a 1 (você
pode pensar nesse input como o gasto total do uso fatorial). 11 A Figura 5.D.1 ilustra o conjunto
produção (a), função gasto (b) e funções gasto marginal e médio (c) para um caso com
retornos a escala decrescentes. Observe que a função gasto é obtida do conjunto produção
por uma rotação de 90 graus. A determinação do custo médio e custo marginal da função
gasto é mostrado na Figura 5.D.1(b) (para um nível de output ). A Figura 5.D.2 ilustra os
mesmos objetos para um caso com retornos a escala constantes.
Nas Figuras 5.D.1(c) e 5.D.2(c), usamos um traço mais grosso para indicar que o local do
fornecimento da maximização de lucro da empresa, o gráfico de . (Nota: Nessa e em
figuras subsequentes, o lugar de fornecimento é sempre indicado por um traço mais grosso).
Porque as tecnologias nesses dois exemplos são convexas, o local de fornecimento em casa
caso coincida exatamente com as combinações (q, p) que satisfazem a condição de primeira
ordem (5.D.1).
11
Desse modo, o único input pode ser pensado como uma commodity composta Hicksiana em um
sentido análogo ao do Exercício 3.G.5.
Figura 5.D.1 – Uma tecnologia estritamente convexa (retornos a escala estritamente
decrescentes).
(a) Conjunto produção.
(b) Função custo.
(c) Custo médio, custo marginal e fornecimento.
A Figura 5.D.3 ilustra uma situação com uma tecnologia não convexa. Na figura, temos um
segmento inicial de retornos crescentes no qual o custo médio decresce e então a região de
retornos decrescentes no qual o custo médio cresce. O nível (ou níveis) de produção
correspondendo ao custo médio mínimo é chamado de escala eficiente, que, se único,
denotamos por , temos . No Exercício 5.D.1, lhe é pedido para estabelecer
esse fato como um resultado geral.
O lugar de fornecimento para esse exemplo não convexo é ilustrado pelo traço grosso na
Figura 5.D.3(c). Quando , a empresa maximiza seu lucro produzindo no nível único
de q satisfazendo . [Note que a empresa ganha lucros estritamente
positivos fazendo isso, excedendo os lucros zero ganhados definindo q = 0, que por sua vez
excede os lucros estritamente negativos ganhados ao escolher qualquer q > 0 com p =
]. Por outro lado, quando , qualquer q > 0 ganha lucros estritamente
negativos e, então, o fornecimento ideal da empresa é q = 0 [note que q = 0 satisfaz as
condições de primeira ordem necessárias (5.D.1) porque p > C’(0)]. Quando , o
conjunto maximizador de lucro dos níveis de output é . O lugar do fornecimento é,
portanto, como mostrado na Figura 5.D.3(c).
Figura 5.D.4 - Custos variáveis estritamente convexos com um custo de configuração não
recuperável.
(a) Conjunto produção.
(b) Função custo.
(c) Custo médio, custo marginal e fornecimento.
Figura 5.D.5 – Retornos constantes de custos variáveis com um custo de configuração não
recuperável.
(a) Conjunto produção.
(b) Função custo.
(c) Custo médio, custo marginal e fornecimento.
Uma fonte importante de não convexidades são os custos de configuração fixos. Eles podem
ou não ser recuperáveis. As Figuras 5.D.4 e 5.D.5 (que são paralelas a 5.D.1 e 5.D.2) ilustram
dois casos com custos de configuração fixos são recuperáveis (então inércia é possível). Nessas
figuras, consideramos um caso no qual a empresa incorre um custo fixo K se e somente se ele
produz uma quantidade positiva de output e, caso contrário, tem custos convexos. Em
particular, o custo total é da forma C(0) = 0 e para q > 0, onde K > 0 e
, a função custo variável , é convexa [e tem ]. A Figura 5.D.4 ilustra o caso no qual
é estritamente convexo, enquanto é linear na Figura 5.D.5. A localização do
fornecimento é indicada nas figuras. Em ambas as ilustrações, a empresa vai produzir uma
quantidade positiva de output apenas se seu lucro for suficiente para cobrir não apenas seus
custos variáveis, mas também o custo fixo K. Você deveria ler o local de fornecimento na
Figura 5.D.5(c) como dizendo que para , o fornecimento é “infinito”, e que q = 0 é ideal
para .
Na Figura 5.D.6, alteramos o caso estudado na Figura 5.D.4 tornando o custo fixo recuperável,
para que C(0) > 0. Em particular, agora temos para todo ; portanto, a
empresa deve pagar K se ele produzir ou não uma quantidade positiva.
Exercício 5.D.2: Ilustre o local de fornecimento para um caso com custos parcialmente
recuperáveis, no caso, onde se q > 0 e 0 < C(0) < K.
Como notamos na Sessão 5.B, uma fonte de custos recuperáveis, pelos menos a curto prazo,
são escolhas de input irrevogavelmente definido por decisões anteriores. Suponha, por
exemplo, que temos dois inputs e uma função produção . Lembre-se que mantemos
os preços de dois inputs fixos em . Na Figura 5.D.7(a), a função custo excluindo
qualquer compromissos de input é ilustrado por . Chamamos isso de função custo a longo
prazo. Se um input, digamos , é fixado no nível a curto prazo, então a função custo a
curto prazo da empresa se torna , onde é escolhido para que
. Diversas funções custo a custo prazo correspondendo a níveis diferentes de
são ilustrados na Figura 5.D.7(a). Pelas restrições nas decisões de input da empresa poderem
apenas crescer seus custos de produção, se encontra acima de C(q) em todo q, exceto
o q para o qual é o nível de input a longo prazo ideal [no caso, o q tal que ].
Desse modo, para todo q. Partindo disso e do fato de que
para todo q’, que para todo q; no caso, se o nível
de está em seu valor a longo prazo, então o custo marginal a curto prazo se iguala ao custo
marginal a longo prazo. Geometricamente é o menor invólucro da família de funções a
curto prazo gerado ao deixar tomado todos os valores possíveis.
Figura 5.D.7 - * Explicações apagadas na impressão*
Observe, finalmente, que dadas as funções de custo a longo e curto prazo, as funções de custo
médio a longo e curto prazo e funções fornecimento a longo e curto prazo da empresa podem
ser derivadas da forma discutida anteriormente nessa sessão. A versão de custo médio da
Figura 5.D.7(a) é dada na Figura 5.D.7(b). (Exercício 5.D.3 lhe pede para investigar o
comportamento de fornecimento a curto e longo prazo da empresa em mais detalhes).
5.E Agregação
Nessa sessão, estudamos a teoria de fornecimento (líquido) agregado. Como vimos na Sessão
5.C, a falta de uma restrição orçamentária implica em que a oferta individual não é sujeita aos
efeitos de riqueza. Enquanto os preços mudam, existem apenas efeitos de substituição pelo
limite de produção. Em contraste com a teoria de demanda agregada, esse fato é parte de
uma teoria de agregação que é simples e poderosa.12
Suponha que existe unidades de produção J (empresas ou, talvez, plantas) na economia, cada
uma especificada por um conjunto produção . Assumimos que cada é não vazio,
fechado e satisfaz a propriedade de livre disposição. Denote a função lucro e correspondências
de oferta de por e , respectivamente. A correspondência de oferta agregada é
a soma das correspondências de oferta individuais:
para algum
Assuma, por um momento, que cada é uma função uni valorada, diferencial em um
preço vetor p. Pela Preposição 5.C.1, sabemos que cada é uma matriz semi definida
positiva simétrica. Por essas duas propriedades serem preservadas sob adição, podemos
concluir que a matriz é simétrica e semidefinida positiva. Como na teoria da de
produção individual, a semidefinição positiva de implica na lei de oferta na agregada: Se
um preço cresce, então a oferta agregada correspondente também cresce. Como na lei de
oferta no nível da empresa, essa propriedade de oferta agregada se mantém para todas as
mudanças de preço. Também podemos provar essa lei agregada de oferta diretamente porque
sabemos por (5.C.3) que para cada j; portanto, adicionando por
j, temos
12
Uma relação clássica e bastante lida para o material nessa sessão e na Sessão 5.F é Koopmans (1957).
para algum
A Preposição 5.E.1 estabelece um resultado agregado forte para o lado oferta: O lucro
agregado obtido por cada unidade de produção maximizando lucro separadamente,
considerando os preços como dados, é o mesmo ao que seria obtido se ele fosse coordenar
suas ações (no caso, seu ) em uma decisão maximizadora de lucro conjunta.
(i)
(ii) para cada
Prova: (i) Para a primeira igualdade, note que se considerarmos qualquer coleção de planos de
produção , então . Porque é a função lucro associada com
Y, nós, portanto, temos . Consequentemente, resulta em
. Por outro lado, considere qualquer . Pela definição do conjunto Y,
existem , tal que para todo
. Desse modo, . Juntas, essas duas desigualdades indicam que
.
O conteúdo da Preposição 5.E.1 é ilustrado na Figura 5.E.1. A preposição pode ser interpretada
como um resultado descentralizado: Para encontrar a solução do problema de maximização de
lucro agregado para dados preços p, é o bastante adicionas as soluções dos problemas
individuais correspondentes.
Simples como esse resultado pode parecer, ele mesmo assim tem várias implicações
importantes. Considere, por exemplo, o caso de um único output. O resultado nos diz que se
as empresas estão maximizando lucros de frente a preços de output p e preços fatoriais w,
então seu comportamento de oferta maximiza os lucros agregados. Mas isso deve significar
que se é o output agregado produzido pelas empresas, então o custo total de
produção é exatamente igual a c(w, q), o valor da função de custo agregado (a função custo
correspondente ao conjunto de produção agregada Y). Dessa forma, a alocação da produção
do nível de output q entre as empresas é minimizadora de custo. Além disso, isso nos permite
relacionar a função de oferta agregada da empresa para o output q(p) para a função de custo
agregado da mesma forma que a feita na Sessão 5.D para uma empresa individual. (Esse fato
vai se provar útil quando estudarmos os modelos de equilíbrio parcial de mercados
competitivos no Capítulo 10).
Resumindo: Se as empresas maximizam lucros tomando os preços como são dados, então a o
lado de produção da economia se agrega lindamente,
Como no caso de consumo (veja o Apêndice A do Capítulo 4), a agregação pode também ter
efeitos regularizadores úteis no contexto de produção. Um fato interessante e importante é
que a existência de muitas empresas ou plantas com tecnologias que não são tão diferentes
podem fazer o conjunto de produção médio quase convexo, mesmo se os conjuntos de
produção individual não são assim. Isso é ilustrado na Figura 5.E.2, onde existem empresas J
com conjuntos de produção idênticos iguais a
Figura 5.E.2 – Um exemplo dos efeitos convexificadores da agregação.
(a) O conjunto de produção individual.
(b) O conjunto de produção médio.
Porque muito da economia de bem estar foca na eficiência (veja, por exemplo, os Capítulos 10
e 16), é útil ter caracterizações algébricas e geométricas dos planos de produção que podem
inquestionavelmente ser tratados como não supérfluos. Isso motiva a Definição 5.F.1.
Figura 5.F.1 – Um plano de produção eficiente deve estar na delimitação de Y, mas nem todos
os pontos na delimitação de Y são eficientes.
(a) Um plano de produção ineficiente no interior de Y.
(b) Um plano de produção ineficiente na delimitação de Y.
(c) O conjunto de planos de produção eficientes.
Em palavras, um vetor produção é eficiente se não há outro vetor produção viável que gera
tanto output quando y não utilizando inputs adicionais, e que na verdade produz mais de
algum output ou usa menos de algum output.
Como vemos na Figura 5.F.1, cada y eficiente deve estar na delimitação de Y, mas o oposto não
é necessariamente o caso: Podem existir pontos limites de Y que não são eficientes.
13
Note que esse conjunto produção é limitado acima. Isso é importante porque assegura que a não
convexidade individual é de tamanho finito. Se o conjunto de produção individual fosse como o
mostrado na, digamos, Figura 5.B.4, onde nem o conjunto nem a não convexidade é limitada, então o
conjunto médio mostraria uma grande não convexidade (para qualquer J). Na Figura 5.B.5, temos um
caso de um conjunto de produção não limitado com uma não convexidade limitada; já na Figura 5.E.2, o
conjunto médio será, nesse caso, quase convexo.
Agora mostraremos que o conceito de eficiência está intimamente relacionado ao da
sustentabilidade por maximização de lucro. Isso constitui o nosso primeiro olhar ao tópico que
exploramos mais profundamente no Capítulo 10 e especialmente no Capítulo 16.
É importante enfatizar que a Preposição 5.F.1 é válida mesmo se o conjunto produção é não
convexo. Isso é ilustrado na Figura 5.F.2.
Quando combinado com os resultados agregados discutidos na Sessão 5.E, a Preposição 5.F.1
nos diz que se uma coleção de empresas separadamente maximizar lucros com relação ao
mesmo vetor preço fixo , então a produção agregada é socialmente eficiente. Isso quer
dizer que não há outro plano de produção para a economia como uma todo que poderia
produzir mais output não usando inputs adicionais. Isso está em linha com a nossa conclusão
na Sessão 5.E que, no caso de único output, o nível de output agregado é produzido em seu
menor custo possível quando todas as empresas maximizam lucros diante dos mesmos preços.
A necessidade para preços estritamente positivos na Preposição 5.F.1 é desagradável, mas não
pode ser dispensada, como o Exercício 5.F.1 lhe pede para demonstrar.
Um oposto da Preposição 5.F.1 iria afirmar que qualquer vetor de produção eficiente é
maximizador de lucro para algum sistema de peço. Porém, um olhada na produção eficiente y’
na Figura 5.F.2 nos mostra que isso não pode ser verdade de forma generalizada. De qualquer
forma, esse oposto se mantém com a suposição adicional de convexidade. A Preposição 5.F.2,
que é menos elementar que a Preposição 5.F.1, é uma versão da chamada segundo teorema
fundamental de economia de bem estar.
Preposição 5.F.2: Suponha que Y é convexo. Então cada produção eficiente é uma
produção maximizadora de lucro para algum vetor preço não zero .14
Prova: Essa prova é uma aplicação do teorema separatista de hiperplano para conjuntos
convexos (veja a Sessão M.G do Apêndice Matemático). Suponha que é eficiente e defina
o conjunto . O conjunto é ilustrado na Figura 5.F.3. Ele é convexo e
porque y é eficiente, temos . Podemos, portanto, conjurar o teorema separatista
de hiperplano para estabelecer que há algum tal que para cada e
(veja a Figura 5.F.3). Note, em particular, que isso indica que para cada
. Portanto, devemos ter porque se para algum , então teríamos
para algum com suficientemente largo.
14
Como é tornado claro pela prova, o resultado também se aplica a produções fracamente eficientes, no
caso, a produções como y na Figura 5.F.1(b) onde não há tal que .
Agora considere qualquer . Então para cada . Porque y’ pode ser
escolhido para ser arbitrariamente perto de y, concluímos que para qualquer
; no caso, y maximiza lucro para p.
Figura 5.F.4 - A Preposição 5.C.2 não pode ser estendida para requerer .
A segunda parte da Preposição 5.F.2 não pode ser fortalecida para ler “ ”. Na Figura
5.F.4, por exemplo, o vetor de produção y é eficiente, mas não pode ser suportado por
qualquer vetor preço estritamente positivo.
Como uma ilustração da Preposição 5.F.2, considere uma função produção côncava de único
output . Fixe um vetor input e suponha que é diferencial em e .
Então o plano de produção que usa o vetor input para produzir nível de output é
eficiente. Tendo o preço de output como 1, a condição (5.C.2) nos diz que o vetor preço input
que faz com que essa produção eficiente seja maximizadora de lucro é precisamente A, o vetor
de produtividades marginais.
Felizmente, é possível resolver essas questões e dar uma boa base teórica ao objetivo de
maximização lucro. Devemos agora mostrar que sob suposições razoáveis esse é o objetivo
que todos os donos concordariam sobre.
Suponha que a empresa com o conjunto de produção Y é possuído pelos consumidores. Posse,
aqui, significa simplesmente que cada consumidor tem poder de dividir de
lucros, onde (alguns dos podem ser iguais a zero). Portanto, se a decisão de
produção é , então o consumidor i com função utilitária alcança o nível utilitário
onde é o a riqueza não lucrada pelo consumidor i. Então, em preços fixos, maiores lucros
aumentam a total riqueza do consumidor-dono i e expande seu conjunto orçamentário, um
resultado desejável. Acontece que, em qualquer vetor preço p, os consumidores-donos
unanimemente preferem que a empresa implemente um plano de produção ao invés
de sempre que . Consequentemente, concluímos que se mantivermos a
suposição do comportamento de tomada de preço, todos os donos concordariam, seja qual for
suas funções utilitárias, em confiar no gerente da empresa para maximizar lucros. 15
É válido enfatizar três das suposições implícitas no raciocínio anterior: (i) preços são fixos e não
depender das ações da empresa, (ii) os lucros não são incertos e (iii) gerentes podem ser
controlados pelos donos. Comentamos essas suposições bem informalmente.
15
Na verdade, existem empresas públicas e organizações quase públicas como universidades que não
tem donos no sentido das empresas privadas tendo acionistas. Seus objetivos podem ser diferentes e a
discussão atual não se aplica a elas.
Por outro lado, se o output é vendido antes da incerteza ser resolvida (como no
caso de produtos agrícolas vendidos em mercados futuros antes da colheita),
então o risco é completamente carregado pelo comprador. O lucro da empresa
não é incerto, e o argumento para unanimidade a favor da maximização de lucro
ainda se mantém. De fato, a empresa pode ser penada como produzindo uma
commodity que é vendida antes da incerteza ser resolvida em um mercado
comum. (Uma análise mais profunda desse assunto nos levaria muito longe.
Voltaremos a isso na Sessão 19.G após cobrir as bases da teoria de decisão sob
incerteza no Capítulo 6).
(iii) É claro que os acionistas não podem comumente exercer controle direto. Eles
precisam de gerente que, naturalmente, tem seus próprios objetivos.
Especialmente se a posse é muito difusa, é um desafio teórico importante
entender como e até que ponto os gerentes são, ou podem ser, controlados pelos
proprietários. Algumas considerações relevantes são fatores tais como o grau de
observação de ações gerenciais e a participação de proprietários individuais. [Essas
questões serão lidadas na Sessão 14.C (contrastes de agencia como um
mecanismo de controle interno) e na Sessão 19.G (mercado de ações como um
mecanismo de controle externo)].
Dada uma tecnologia de constante retorno a escala Y, o raio gerada (ou calibrado) por um
vetor é o conjunto { para alguma escalar }. Podemos pensar em
um raio como representando uma atividade de produção que pode funcionar em qualquer
escala de operação. No caso, o plano de produção pode ser selado por qualquer fator
, gerando, dessa forma, outros planos de produção possíveis.
Para qualquer vetor preço p gerando lucros zero, considere A(p) denotando o conjunto de
atividades que geram exatamente lucros zero: . Se , então
, e então a atividade m não é usada nos preços p. O conjunto de fornecimento
maximizador de lucro y(p) é, portanto, o cone convexo gerado pelas atividades em A(p); no
caso, . O conjunto y(p) também é ilustrado na Figura
5.AA.1. Na figura, a vetor preço p, a atividade gera exatamente lucros zero e a atividade
incorrem em uma perda (se for operada). Portanto e
para qualquer escala , o raio calibrado pela atividade .
Um resultado significativo que não devemos provar é de que para um modelo de atividade
linear, o oposto da eficiência da Preposição 5.F.1 se mantém; no caso, podemos fortalecer
a Preposição 5.F.2 para dizer: Cada eficiente é uma produção maximizadora de lucro
para algum .
(i) Há uma commodity, digamos a Lth, que não é produzida por nenhuma atividade.
Por essa razão, a chamaremos de fator primário. Na maioria das aplicações do
modelo Leontief, o fator primário é trabalho.
(ii) Cada atividade elementar tem, no máximo, uma única entrada positiva. Isso é
chamado de suposição de produção conjunta. Dessa forma, é como se cada bem,
exceto o fator primário, é produzido de um certo tipo de função produção de
retornos constantes usando os outros bens e o fator primário como inputs.
O modelo de Leontief mais simples é um no qual cada bem produzível é produzido por
apenas uma atividade. Nesse caso, é natural rotular a atividade que produz o bem
como . Então o número de atividades
elementares M é igual a L – 1. Como um exemplo, na Figura 5.AA.2 para um caso onde L =
3, representamos a isoquanta da produção unidade [o conjunto ]
para a função de produção indicada do bem 1. Na figura, as atividades dispensada para os
bens 2 e 3 são usadas para se livrar de qualquer excesso de inputs. Porque os inputs
devem ser usados em preposições fixas (eliminação a parte), esse caso especial é chamado
de modelo Leontief com possibilidade de não substituição.
para algum
Preposição 5.AA.1: Se A é produtivo, então para quaisquer quantidades não negativas das
commodities produzíveis L – 1 , existe um vetor de níveis de atividade tal
que . No caso, se A é produtivo, então é possível produzir qualquer
quantidade líquida não negativa de outputs (talvez por propósitos de consumo final), dado
apenas que há suficiente fator primário disponível.
Agora nos movemos para a consideração do modelo Leontief geral no qual cada bem pode
ter mais de uma atividade capaz de produzi-lo. Devemos ver que as propriedades do
modelo de não substituição permanece muito relevante para o caso mais geral onde
substituição é possível.
para todo
A Figura 5.AA.4 ilustra a unidade isoquanta para o caso no qual o bem 1 pode ser
produzido usando dois outros bens (bens 2 e 3) como inputs com duas possíveis atividades
e . Se o raio de inputs é ou maior que 2 ou menos que
1/2, uma das atividades descartadas é usada para eliminar qualquer excesso de inputs.
Para maiores estudos sobre o material discutido nesse apêndice, veja Gale (1960).
Referências
Exercícios
5.B.1 No texto.
5.B.2 No texto.
5.B.3 No texto.
5.B.6 Existem três bens. Os bens 1 e 2 são inputs. O terceiro, com quantidades denotadas
por q, é um output. Output pode ser produzido por duas técnicas que podem ser operadas
simultaneamente ou separadamente. As técnicas não são necessariamente lineares. A
primeira (respectivamente, a segunda) técnica é completamente especificada por
[respectivamente ], a quantidade mínima de input um (respectivamente dois)
suficiente para produzir a quantidade de output (respectivamente, ). As duas
funções e são crescentes e .
(a) Descreva o conjunto produção tridimensional associado com essas duas técnicas.
Assuma livre disposição.
5.C.1 No texto.
5.C.2 No texto.
5.C.3 Estabeleça propriedades (viii) e (ix) da Preposição 5.C.2. [Dica: A propriedade (viii) é
fácil; (ix) é mais difícil. Tente o caso de um input primeiro].
5.C.4 Estabeleça as propriedades (i) até (vii) da Preposição 5.C.2 para o caso no qual
existem múltiplos outputs.
5.C.5 Argumente que para a propriedade (iii) da Preposição 5.C.2 se manter, basta que
seja quase côncavo. Mostre que a quase concavidade de é compatível com os
crescentes retornos.
(c) Um aumento no preço de um input leva a uma redução na demanda para o input.
5.C.7 Uma empresa de tomada de preço produzindo um único produto com relação a
tecnologia q = encara preços p para seu output e para cada um
dos seus inputs. Assuma que é estritamente côncavo e crescente, e que
para todo . Mostre que para todo , as funções de
demanda fatorial satisfazem e para todo .
5.C.8 Corporação Alpha (CA) produz um único output q de dois inputs e . Lhe é
pedido para determinar a tecnologia de CA. Lhe são dadas 100 observações mensais. Duas
dessas observações mensais são mostradas na tabela a seguir:
Tendo em vista essas duas observações mensais, qual problema você irá encontrar ao
tentar concluir a sua tarefa?
5.C.9 Derive a função lucro e função fornecimento (ou correspondência) y(p) para as
tecnologias de um único output as quais a função produção são dadas por
para
5.C.10 Derive a função custo c(w, q) e as funções demanda fatorial condicional (ou
correspondências) z(w, q) para cada uma das seguintes tecnologias de retorno constante
de um output com funções produção dadas por
(tecnologia de Leontief)
5.C.12 Vimos no fim da Sessão 5.B que qualquer Y convexo pode ser visto como uma
sessão de uma tecnologia de retornos constantes , onde a coordenada L + 1
está fixa no nível -1. Mostre que se é maximizadora de lucros em preços p, então
é maximizador de preços em , no caso, os lucros emergem como o preço do
input fixo implícito. O oposto também é verdade: se é maximizadora de lucro
a preços , então é maximizador de lucro em p e o lucro é .
5.C.13 Uma empresa de tomada de preço produz output q dos outputs e de acordo
com uma função de produção côncava diferencial . Os preços de seu output é p >
0, e os preços de seus inputs são . Porém, existem duas coisas comuns sobre
essa empresa. Primeiro, mais do que maximizar lucro, a empresa maximiza renda (o
gerente quer que sua empresa tenha maiores vendas de dólares do que qualquer outra).
Segundo, a empresa é limitada financeiramente. Em particular, tem apenas C dólares em
mãos antes da produção e, como resultado, seus gastos totais em inputs não podem
exceder C.
Suponha que um dos seus amigos econométricos te digam que ela usou observações
repetidas da renda da empresa sob vários preços de output, preços de input e níveis de
restrição financeira e determinou que o nível de renda da empresa R pode ser expressado
como a seguinte função das variáveis :
( e são escalar dos quais os valores ele te diz). Qual é o uso de input da empresa
quando os preços são e ela tem C dólares de dinheiro em caixa?
5.D.1 No texto.
5.D.2 No texto.
5.D.3 Suponha que a empresa pode produzir o bem L de inputs fatoriais L – 1 (L > 2). Os
preços fatoriais são e o preço de output é p. A função custo diferencial da
empresa é c(w, q). Assuma que essa função é estritamente convexa em q. Porém, apesar
de c(w, q) ser a função custo quando todos os fatores podem livremente se ajustar, o fator
1 não pode ser ajustado a curto prazo.
Suponha que a empresa está inicialmente no ponto onde é produzido seu nível de output
maximizador de lucro a longo prazo do bem L dado os preços q e p, q(w, p) [no caso, o
nível que é ideal sobre as condições de custo a longo prazo descritos por c(w, q)], e que
todos os inputs são ajustados idealmente [no caso, para todo
, onde é a função demanda de input a longo prazo]. Mostre que a
resposta de output maximizador de lucro da empresa a um crescimento marginal no preço
do bem L é maior a longo prazo do que a curto prazo. [Dica: Defina uma função de custo a
curto prazo que dá os custos minimizados de produção do nível de output q
dado que o input 1 está fixo no nível ].
5.D.4 Considere a empresa que tem um conjunto distinto de inputs e outputs. A empresa
produz M outputs: considere denotando um vetor de seus níveis de
output. Mantendo os preços fatoriais fixos, é a função de custo da empresa.
Dizemos que é sub aditiva para se para todo , não há forma de quebrar a
produção de quantidades entre várias empresas, cada uma com função custo
, e diminuindo os custos de produção. No caso, não existe conjunto de, digamos,
empresas J e coleção de vetores produção tal que e
. Quando é sub aditivo, é comum dizer que a indústria é um
monopólio natural porque a produção é a mais barata quando é feita por apenas uma
empresa.
(a) Considere o caso de um output, M = 1. Mostre que se exibe custos médios
decrescentes, então é subaditivo.
(b) Agora considere o caso de output múltiplo, M > 1. Mostre por exemplo que a seguinte
extensão de output múltiplo da suposição de custo médio decrescente não é suficiente
para ser sub aditivo:
(c) (Mais difícil) Prove que, se exibe custo médio de raio decrescente e é quase
convexo, então é sub aditivo. [Assuma que é contínuo, crescente e satisfaz C(0)
= 0].
5.D.5 Suponha que existem dois bens: um input z e um output q. A função de produção é
. Assumimos que exibe crescentes retorno a escala.
(b) Suponha que existe um consumidor representativo com a função utilitária u(q) – z (o
sinal negativo indica que o input é tirado do consumidor). Suponha que é um
plano de produção que maximiza a utilidade do consumidor representativo. Argumente
matematicamente ou economicamente (desconsidere soluções limite) que a igualdade da
utilidade marginal e do custo marginal é uma condição necessária para esse problema de
maximização.
5.E.2 Verifique que a Preposição 5.E.1 e sua interpretação não dependem de nenhuma
hipótese de convexidade nos conjuntos .
5.E.4 Um output é produzido de dois inputs. Existem muitas tecnologias. Cada tecnologia
pode produzir até uma unidade de output (mas não mais) com fixos e proporcionais
requisitos de input e . Então uma tecnologia é caracterizada por , e
podemos descrever a população de tecnologias por uma função densidade .
Considere essa densidade como sendo uniforma no quadro [0, 10] x [0, 10].
(a) Dê os preços de input , resolve o problema de maximização de lucro de
uma empresa com características z. O preços de output é 1.
e .
(c) Compute a função demanda de input agregado. Idealmente, faça isso diretamente e
cheque que a resposta está correta usando sua descoberta em (b); dessa forma você
também verifica (b).
(d) O que você pode dizer sobre a função de produção agregada? Se você fosse assumir
que a função lucro derivada em (b) é válida para e , o a função de
produção agregada sobreposta seria?
5.E.5 (M. Weitzman) Suponha que existe plantas de um único output J. o custo médio da
planta j é para . Note que o coeficiente é o mesmo para todas as
plantas, mas que o coeficiente pode ser diferente de planta para planta. Considere o
problema de determinar o plano de produção agregada minimizadora de custo para produzir
um output total de q, onde .
(a) Se para todo j, como o output deveria ser alocado entre as plantas J?
(b) Se para todo j, como o output deveria ser alocado entre as plantas J?
5.F.1 No texto
5.G.1 Considere sendo uma função produção único output único input. Suponha que os
donos têm utilidades quase lineares com o input da empresa como o numeráire.
(a) Mostre que uma condição necessária para consumidor-donos concordarem unanimemente
a um plano de produção z é que as ações de consumo entre os donos a preço p(z) coincidem
com as ações de donos.
(b) Suponha que as ações dos donos são idênticas. Comente as instruções conflitantes para
gerentes e como eles dependem do gosto do consumidor-dono para output.
(c) Com preferências idênticas e ações dos donos, argumente que os donos vão concordar
unanimemente em maximizar os lucros em termos de input. (Lembre-se que estamos
assumindo que preferências são quaselinereas com relação ao input; consequentemente o
numerárie é intrinsecamente determinado).
5.AA.1 Compute a função custo c(w, 1) e a demanda de input z(w, 1) para a função produção
na Figura 5.AA.4. Verifique que sempre que z(w, 1) é uni valorado, temos .
5.AA.2 Considere o modelo de input-output de Leontief sem substituição. Assuma que a matriz
input A é produtiva e que o vetor de requisitos fatoriais primários b é estritamente positivo.
É eficiente.
(b) Fixando o preço do fator primário para ser igual a 1, mostre que qualquer plano de
produção com é maximizador de lucro em um único vetor de preços.
(c) Mostre que os preços obtidos em (b) tem a interpretação de quantidades do fator primário
diretamente ou indiretamente incorporados na produção de uma unidade de diferentes bens.
(d) (Mais difícil) Suponha que A corresponde a técnica escolhida por um teorema de não
substituição para um modelo que, em princípio, admite substituição. Mostre que cada
componente do vetor preço obtido de A em (c) é menor que ou igual ao componente
correspondente do vetor preço obtido de qualquer outra seleção de técnicas.
agora adicionamos
Levando as duas técnicas em contas, represente graficamente o local das quantidades
de bem 1 e de trabalho necessário para produzir uma unidade do bem 2 (assuma livre
disposição).
(e) No contexto de (d), o que o teorema de não substituição diz? Determine o valor de
no qual há uma mudança de técnicas ideais.
(A) Para cada um dos seguintes vetores input-output, cheque se eles pertencem ou não ao
conjunto de produção agregada. Justifique sua resposta:
(B) O vetor input-output y = (0, -5, 5, 0) é eficiente. Prove isso encontrando um A para o
qual y é maximizador de lucro.
(C) O vetor input-output y = (1, -1, 0, 0) é viável, mas não é eficiente. Por que?
5.AA.5 [Esse exercício foi inspirado por um exercício de Champsaur e Milleron (1983)]. Existem
quatro commodities indicado por . A tecnologia de uma empresa é descrita por
oito atividades elementares . Com a convenção de sinal usual, os valores
numéricos dessas atividades são
Assume-se que qualquer atividade pode ser operada a qualquer nível não negativo e
que todas as atividades podem operar simultaneamente em qualquer escala (no caso, para
qualquer , a produção é viável).