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5 Produção

5.A Introdução

Nesse capítulo, o lado da oferta da economia, estudando o processo no qual os bens e serviços
consumidor por indivíduos são produzidos. Vemos o lado da oferta como composto por um
número de unidades produtivas ou, como as chamaremos, “empresas”. As empresas podem
muito bem serem corporações ou outros comércios reconhecidos legalmente. Mas elas
também devem representar as possibilidades de produção de indivíduos ou famílias. Além
disso, o conjunto de todas as empresas pode incluir algumas unidades de produção potenciais
que nunca são de fato organizadas. Desse modo, a teoria será capaz de acomodar tanto
processos de produção ativa quanto potenciais, mas inativos.

Muitos aspectos fazem parte de uma descrição completa de uma empresa: Quem a detém?
Quem a administra? Como ela é administrada? Como ela é organizada? O que ela pode fazer?
De todas essas perguntas, nos concentramos na última. Nossa justificativa não é a de que as
outras perguntas não são interessantes (na verdade, elas são), mas de que queremos chegar o
mais rápido possível em um aparato conceitual mínimo que nos permite analisar o
comportamento de mercado. Portanto, nosso modelo de possibilidades de produção vai ser
muito parcimonioso: A empresa é vista meramente como uma “caixa preta”, capaz de
transformar inputs em outputs.

Na Sessão 5.B, começamos pela introdução do conjunto de produção da empresa, um conjunto


que representa as atividades de produção, ou planos de produção, que são tecnologicamente
viáveis para a empresa. Nós então enumeramos e discutimos algumas propriedades assumidas
comumente de conjuntos de produção, introduzindo conceitos tais como rendimento de
escala, livre disposição e livre entrada.

Após estudar as possibilidades tecnológicas de uma empresa na Sessão 5.B, apresentamos


seus objetivos, a meta da maximização de lucro, na Sessão 5.C. Formulamos e estudamos,
então, o problema de maximização de lucro da empresa e dois objetos associados, a função
lucro da empresa e fornecimento de materiais. Esses são, respectivamente, a função valorada
e os vetores ideais do problema de maximização de lucro da empresa. A tarefa de atingir
produção minimizada está relacionada a meta da empresa de maximização de lucro. Também
estudamos o problema de minimização de custos da empresa e dois objetos associados com
ele: A função de custo da empresa e seu fator condicional correspondência de demanda. Com a
maximização utilitária e os problemas de minimização de gastos na teoria de demanda, há
uma rica teoria de dualidade associada a maximização de lucro e os problemas de minimização
de custos.

A Sessão 5..D analisa em detalhes a geometria associada com as relações de custo e produção
para o caso especial, mas teoricamente importante, de uma tecnologia que produz apenas um
output.
A teoria de agregação é estudada na Sessão 5.E. Mostramos que a agregação no lado da oferta
é mais simples e mais poderosa que a teoria de correspondência para demanda, coberta no
Capítulo 4.

A Sessão 5.F constitui em uma excursão para o bem estar econômico. Definimos o conceito de
produção eficiente e estudamos sua relação com a maximização de lucro. Com algumas
pequenas qualificações, vemos que os planos de produção de maximização de lucro são
eficientes e que quando propriedades de convexidade adequadas se mantém, o inverso
também é verdade: Um plano eficiente é maximizador de lucro para um vetor escolhido
apropriadamente de preços. Isso constitui, em nosso primeiro olhar, as ideias importantes dos
teoremas fundamentais de bem estar econômico.

Na Sessão 5.G, pontuamos que a maximização de lucro não tem o mesmo status primitivo que
a maximização de preferência. Rigorosamente falando, ela deveria ser derivada da última.
Discutimos esse ponto e questões relacionadas.

No Apêndice A, estudamos em mais detalhes um caso particular e importante de tecnologias


de produção: As descritas por meios de restrições lineares. São conhecidas como modelo de
atividade linear.

5.B Conjuntos de Produção

Como nos capítulos anteriores, consideramos uma economia com commodities L. Um vetor de
produção (também conhecido como um input-output, ou netput, vetor ou como um plano de
produção) é um vetor que descreve os outputs (líquidos) das
commodities L de um processo de produção. Adotamos a convenção de que números positivos
denotam output e os números negativos denotam input. Alguns elementos de um vetor
produção pode ser zero; isso só significa que o processo não tem nenhum output líquido
daquela commodity.

Exemplo 5.B.1: Suponha que L = 5. Então y = ( -5, 2, -6, 3, 0) significa que unidades 2 e 3 dos
bens 2 e 4, respectivamente, são produzidas, enquanto as unidades 5 e 6 dos bens 1 e 3,
respectivamente, são utilizadas. O bem 5 não é produzido nem usado como um input nesse
vetor produção.

Para analisar o comportamento da empresa, precisamos começar identificando aqueles


vetores produção que são tecnologicamente possíveis. O conjunto de todos os vetores
produção que constituem planos viáveis para a empresa são conhecidos como o conjunto de
produção e são denotados por . Qualquer é possível, qualquer não é. O
conjunto de produção é tomado como um dado primitivo da teoria.

O conjunto de planos de produção viáveis é limitado, antes de mais nada, por restrições
tecnológicas. Porém, em qualquer modelo particular, restrições legais ou compromissos
contratuais anteriores também podem contribuir para a determinação do conjunto de
produção.
É, por vezes, conveniente descrever o conjunto de produção Y usando a função , chamada
de função transformação. A função transformação tem a propriedade de
e se e somente se y for um elemento do limite de Y. O
conjunto de pontos limites de Y, é conhecido como fronteira de
transformações. A Figura 5.B.1 apresente um exemplo de dois bens.

Figura 5.B.1 – O conjunto de produção e fronteira de transformação.

Se é diferenciável, e se o vetor de produção satisfaz , então para quaisquer


commodities e k, o raio
1

é chamado de taxa marginal de transformação (TMT) de bem para o bem k e .2 A taxa


marginal de transformação é uma medida de quanto o output (líquido) do bem k pode
aumentar se a empresa diminuir o output (líquido) do bem por uma unidade marginal. De
fato, de temos

e, portanto, a inclinação da fronteira de transformação em na Figura 5.B.1 é precisamente –


TMT .

Tecnologias com Inputs e Outputs Distintos

Em muitos processos de produção atuais, o conjunto de bens que podem ser output é distinto
do conjunto que pode ser input. Nesse caso, algumas vezes é conveniente para distinguir
notacionalmente os inputs e outputs da empresa. Poderíamos, por exemplo, deixar

1
MRT -> TMT. N.T.
2
Como no Capítulo 3, nas taxas de cálculo como essa, sempre assumimos que
denotar os níveis de produção dos outputs M da empresa e
denotar a quantidade de inputs L – M da empresa, com a convenção
de que a quantidade de input usado é agora medido como um número não negativo (como
forma de notação, contamos todos os bem não realmente usados no processo como inputs).

Um dos modelos de produção mais frequentemente encontrados é o que há um único output.


Uma tecnologia de um output é comumente descrita por meios da função de produção
que dá a quantidade máxima q de output que pode ser produzido usando quantidades
. Por exemplo, se o output é o bem L, então (assumindo que o output pode
ser descartado a qualquer custo) a função produção dá aumento ao conjunto de
produção:

Mantendo o nível de output fixo, podemos definir a taxa marginal de substituição técnica
(TMST) de input por input k em :

TMST

O número TMST mede a quantidade adicional de input k que deve ser usada para manter
output no nível quando a quantidade de input é marginalmente decrescente. É a
teoria de produção análoga a taxa marginal do consumidor de substituição. Na teoria do
consumidor, olhamos o equilíbrio adequado entre commodities que mantém a utilidade
constante, aqui, examinamos o equilíbrio adequado entre inputs que mantém a quantidade de
output constante. Note que a TMST é simplesmente uma mudança de nome da taxa
marginal de transformação do input pelo input k no caso especial de um único output,
tecnologia de muitos inputs.

Exemplo 5.B.2: A Função de Produção Cobb-Douglas – A função de produção Cobb-Douglas


com dois inputs é dada por onde e . A taxa marginal de
substituição técnica entre os dois inputs em é TMST .

Propriedades de Conjuntos de Produção

Agora apresentamos e discutimos uma lista bastante exaustiva de propriedades comumente


assumidas dos conjuntos de produção. A adequação de cada um dessas suposições depende
de circunstâncias particulares (de fato, algumas delas são mutuamente exclusivas). 3

(i) Y é não vazio. Essa suposição diz que a empresa tem algo que ela pode planejar
fazer. De outra forma, não há necessidade de se estudar o comportamento da
empresa em questão.

3
Para maiores discussões dessas propriedades, veja Koopmans (1957) e o Capítulo 3 de Debreu (1959).
(ii) Y é fechado. O conjunto Y inclui seu limite. Portanto, o limite de uma sequência de
vetores input-output tecnologicamente viáveis também são viáveis; em símbolos,
e indicam . Essa condição deveria ser pensada como
primeiramente técnica.4
(iii) Não há almoço de graça. Suponha que e , para que o veto y não use
nenhum input. A propriedade não há almoço grátis é satisfeita se esse vetor
produção não puder produzir output também. No caso, sempre que e
, então y = 0; não é possível produzir algo do nado. Geometricamente,
. Para L = 2, a Figura 5.B.2(a) demonstra um conjunto que viola a
propriedade não há almoço de graça, o conjunto na Figura 5.B.2(b) a satisfaz.
(iv) Possibilidade de inércia. Essa propriedade fala que : O encerramento de
atividades é possível. Ambos os conjuntos na Figura 5.B.2, por exemplo, satisfazem
essa propriedade. O ponto no tempo no qual as possibilidades de produção estão
sendo analisada é, com frequência, importante para a validação dessa suposição.
Se estivermos contemplando uma empresa que poderia acessar um conjunto de
possibilidades tecnológicas, mas que não foi organizado ainda, então a inércia é
claramente possível. Mas se algumas decisões de produção já tiverem sido feitas,
ou se contratos irrevogáveis para a entrega de alguns inputs tiverem sido
assinados, a inércia não é possível. Nesse caso, dizemos que alguns caso são
irrecuperáveis. A Figura 5.B.3 ilustra dois exemplos. O conjunto de produção na
Figura 5.B.3(a) representa as possibilidades de produção provisórias surgindo
quando a empresa já está empenhada em usar, pelo menos, unidades do
bem 1 (talvez porque já assinou um contrato para a compra dessa quantidade); no
caso, o conjunto é um conjunto de produção restrito que reflete as escolhas
restantes da empresa para algum conjunto de produção original Y como os na
Figura 5.B.2. Na Figura 5.B.3(b), temos um segundo exemplo de custos
irrecuperáveis. Para um caso com um output (bem 3) e dois inputs (bens 1 e 2), a
figura ilustra o conjunto de produção restrita surgindo quando o nível do segundo
input foi irrevogavelmente fixado em [aqui, em contraste com a Figura
5.B.3(a), aumento no uso do input são impossíveis)

4
Entretanto, mostramos no Exercício 5.B.4 que há um caso importante de participação economia
quando aumentam as dificuldades.
Figura 5.B.2: A propriedade não há almoço de graça.
(a) Viola a propriedade.
(b) Satisfaz a propriedade.

Figura 5.B.3 – Dois conjuntos de produção com custos irrecuperáveis.


(a) Um nível mínimo de gastos comprometidos.
(b) Um tipo de input fixo.

*Do lado esquerdo: Produção original


Do lado direito: Conjunto de produção restrito

(v) Livre disposição. A propriedade de livre disposição se mantém se a absorção de


quaisquer quantidades adicionais de input sem qualquer redução em output for
sempre possível. No caso, se e (para que y’ produza pelo menos a
mesma quantidade de outputs usando, pelo menos, a mesma quantidade de
inputs), então . De forma mais sucinta, (veja a Figura 5.B.4). A
interpretação é a de que a quantidade extra de inputs (ou outputs) podem ser
dispostos ou eliminados a qualquer custo.

Figura 5.B.4 – A propriedade de livre disposição.


Figura 5.B.5 – Os retornos não crescentes para a propriedade de escala.
(a) Retornos não crescentes satisfeitos.
(b) Retornos não crescentes violados.

(vi) Irreversibilidade. Suponha que e . Então a irreversibilidade diz que


. Em palavras, é impossível reverter um vetor de produção
tecnologicamente possível para transformar uma quantidade de output na mesma
quantidade de input que foi usada para gerá-lo. Se, por exemplo, a descrição de
uma commodity incluir o tempo de sua disponibilidade, então a irreversibilidade
parte do requisito de que inputs sejam usados antes de outputs surgirem.

Exemplo 5.B.1: Desenhe dois conjuntos de produção: um que viole a irreversibilidade e um que
satisfaça essa propriedade.

(vii) Retornos à escala não crescentes. A tecnologia de produção Y exibe retornos à


escala não crescentes se para qualquer , tenhamos para todas as
escalares . Em palavras, qualquer vetor input-output viável pode ser
reduzido (veja a Figura 5.B.5). Note que os retornos à escala não crescentes
implicam que inércia é possível [propriedade (iv)].
(viii) Retornos à escala não decrescentes. Em contraste com o caso anterior, o processo
de produção exibe retornos não decrescentes se para qualquer , tenhamos
para qualquer escala . Em palavras, qualquer vetor input-output
viável pode ser expandido. A Figura 5.B.6(a) apresenta um exemplo típico; na
figura, unidades de output (bem 2) podem ser produzidos em um custo constante
de input (bem 1), exceto que para produzir, um custo específico fixo é requerido.
Não importa para a existência de retornos não decrescentes se esse custo fixo é
irrecuperável [como na Figura 5.B.6(b)] ou não [como na Figura 5.B.6(a), onde
inércia é possível].
(ix) Retornos à escala constantes. Essa propriedade é a conjunção de propriedades (vii)
e (viii). O conjunto de produção Y exibe retornos à escala constantes se
implica em para qualquer escala . Geometricamente, Y é um cone
(veja a Figura 5.B.7).
Para tecnologias de um output, as propriedades do conjunto produção se traduzem
prontamente em propriedades da função produção . Considere o Exercício 5.B.2 e o
Exemplo 5.B.3.

Exercício 5.B.2: Suponha que é a função produção associada com a tecnologia de um


único output, e tendo Y como o conjunto de produção dessa tecnologia. Mostre que Y satisfaz
os retornos à escala constantes se, e somente se, é homogêneo de grau um.

Figura 5.B.6 – A propriedade dos retornos a escala não decrescente.

Figura 5.B.7 – Uma tecnologia satisfazendo a propriedade dos retornos a escala constante.

Exemplo 5.B.3: Retornos a Escala com a Função de Produção Cobb-Douglas: Para a função de
produção Cobb-Douglas apresentada no Exemplo 5.B.2,
. Portanto quando , temos retornos a escala constantes; quando , temos
retornos a escala decrescentes; e quando , temos retornos a escala crescentes.

(x) Aditividade (ou livre entrada). Suponha que e . A propriedade de


aditividade requer que . De forma mais sucinta, . Isso
implica em que, por exemplo, para qualquer número inteiro positivo k. Na
Figura 5.B.8, vemos um exemplo onde Y é aditivo. Note que nesse exemplo, o
output está disponível apenas em quantidades inteiras (talvez por causa da
indivisibilidade). A interpretação econômica da condição aditiva é a de que se y e
y’ são ambos possíveis, então um pode organizar duas plantas que não interferem
uma com a outra e executam os planos de produção y e y’ independentemente. O
resultado é, então, o vetor produção y + y’.
Aditividade também é relacionada à ideia de entrada. Se está sendo
produzido por uma empresa e outra empresa entra e produz , então o
resultado líquido é o vetor y + y’. Consequentemente, o conjunto de produção
agregada (o conjunto produção descrevendo planos de produção viáveis para a
economia como um todo) deve satisfazer aditividade sempre que a entrada
irrestrita ou (como é chamada na literatura) livre entrada, é possível.

Figura 5.B.8 – O conjunto de produção satisfazendo a propriedade aditiva.

(xi) Convexidade. Essa é uma das suposições fundamentais da microeconomia. Ela


postula que o conjunto de produção Y é convexo. No caso, se e
, então . Por exemplo, Y é convexo na Figura 5.B.5(a),
mas não é convexo na Figura 5.B.5(b).

A suposição de convexidade pode ser interpretada como incorporando duas ideias sobre as
possibilidades de produção. A primeira é de retorno não crescente. Em particular, se a inércia
é possível (no caso, se ), então convexidade implica em que Y tem retornos à escala não
crescentes. Para ver isso, note que para qualquer , podemos escrever
. Consequentemente, se e , a convexidade implica em que
. Segundo, a convexidade captura a ideia de que combinações de input “instáveis” não
são mais produtivas que as estáveis (ou, simetricamente, que combinações de output
“instáveis” não são menos custosos de produzir que os estáveis). Em particular, se os planos de
produção y e y’ produzirem exatamente a mesma quantidade de output, mas usarem
diferentes combinações de input, então um vetor produção que use um nível de cada input
que é a média dos níveis usados nesses dois planos pode se sair melhor que pelo menos y e y’.

O Exercício 5.B.3 ilustra essas duas ideias para o caso de uma tecnologia de um único output.

Exercício 5.B.3: Mostre que para uma tecnologia de um output, Y é convexo se e somente se a
função produção for côncava.

(xii) Y é um cone convexo. Essa é a conjunção da convexidade (xi) e as propriedades dos


retornos à escala constantes (ix). Formalmente falando, Y é um cone convexo se
para qualquer vetor produção e constantes e , temos
. O conjunto produção ilustrado na Figura 5.B.7 é um cone convexo.
Um fato importante é dado na Preposição 5.B.1.

Preposição 5.B.1: O conjunto produção Y é aditivo e satisfaz a condição de retornos não


crescentes se e somente se for um cone convexo.

Prova: A definição de um cone convexo implica diretamente em retornos não crescentes e


propriedades aditivas. Por outro lado, queremos mostrar que se os retornos não crescentes e
a aditividade se mantiverem, então para qualquer e qualquer ,e , temos
. Para esse efeito, considere k sendo qualquer número inteiro tal que
. Por aditividade, e . Já que e , a
condição de retornos não crescentes implica que . Similarmente, . Finalmente,
novamente por aditividade, .

A Preposição 5.B.1 fornece uma justificação para a suposição de convexidade na produção.


Informalmente falando, poderíamos dizer que se as combinações de input-output viáveis
pudessem ser sempre reduzidas, e se a operação simultânea de várias tecnologias sem
interferência mutua forem sempre possíveis, então, em particular, a convexidade obtém. (Veja
o Apêndice A do Capítulo 11 para vários exemplos nos quais existe interferência mútua e,
como consequência, a convexidade não surge).

É importante não perder de vista o fato de que o conjunto de produção descreve tecnologia,
não os limites de recursos. Pode ser argumentado que se todos os inputs (incluindo, digamos
inputs empresariais) são explicitamente responsáveis, então deveria ser sempre possível
reproduzir a produção. Afinal, não estamos dizendo que dobrar o output é realmente viável,
apenas que, a principio, seria possível se todos os inputs (porém esotéricos, sejam eles
identificados ou não) fossem dobrados. Nessa visão, que foi originada com Marshall e tem sido
muito enfatizada por McKenzie (1959), retornos decrescentes devem refletir a escassez de um
input de produção sobreposto e não cotado. Por essa razão, alguns economistas acreditam
que entre modelos com tecnologias convexas, o modelo de retornos constantes é o mais
fundamental. A Preposição 5.B.2 torna a ideia precisa.

Preposição 5.B.2: Para qualquer conjunto de produção convexo com , há um


retorno constantes, conjunto de produção convexo tal que
.
Figura 5.B.9 – Um conjunto de produção de retornos constante com um “fator empresarial”
*No gráfico: “input empresarial”

Prova: Apenas considere para algum e . (Veja a


Figura 5.B.9).

O input adicional incluso no conjunto de produção estendido (bem L +1) pode ser chamado de
“fato empresarial”. (A justificativa para isso pode ser vista no Exercício 5.C.12; em um
ambiente competitivo, o retorno a esse fator empresarial é precisamente o lucro da empresa).
Em essência, essa implicação da Preposição 5.B.2 é de que em um ambiente competitivo e
convexo, pode haver pouca perda de generalização conceitual ao nos limitarmos a
tecnológicos retornos constantes.

5.C Maximização de Lucro e Minimização de Custo

Nessa sessão, começamos nosso estudo do comportamento de mercado da empresa. Em


paralelo ao nosso estudo da demanda do consumidor, assumimos que existe um vetor de
preços cotado para os bens L, denotados por e que esses preços são
independentes dos planos de produção da empresa (a suposição da tomada de preço).

Assumimos nesse capitulo que o objetivo da firma é maximizar seu lucro. (É bastante
legitimado perguntar por que deveria ser assim e iremos oferecer uma discussão breve da
questão na Sessão 5.G). Além disso, também assumimos que o conjunto de produção da
empresa Y satisfaz as propriedades de não vazio, fechamento e livre disposição (veja a Sessão
5.B).

O Problema de Maximização de Lucro

Dado o vetor preço e um vetor de produção , o lucro gerado por implementação


y é . Pela convenção de sinais, essa é precisamente o rendimento total
menos o custo total. Dada as restrições tecnológicas representadas por seu conjunto de
produção Y, o problema de maximização de lucro (PMP) da empresa é então
Usando uma função de transformação para descrever Y, , podemos equivalentemente
afirmar a PMP como

Figura 5.C.1 – O problema de maximização de lucro.

Dado um conjunto de produção Y, a função de lucro da empresa associa a quantidade


para cada p, o valor da solução a PMP. Correspondentemente,
definimos a correspondência de fornecimento da empresa em p, denotado y(p), como o
conjunto de vetores maximização de lucro .5 A Figura 5.C.1 ilustra o
fornecimento para a PMP para um conjunto de produção estritamente convexo Y. O vetor
otimizador y(p) se encontra no ponto em Y associado com o nível mais alto de lucro. Na figura,
y(p) portanto se encontre na linha isolucro (uma linha em na qual todos os pontos geram
lucro igual) que intersecta o conjunto de produção mais longe até o nordeste e é, portanto,
tangente ao limite de Y em y(p).

Em geral, y(p) pode ser um conjunto mais do que um único vetor. Também é possível que
nenhum plano de produção maximizador de lucro exista. Por exemplo, o sistema de preço
pode ser tal que não exista limite em quão altos os lucros possam ser. Nesse caso, dizemos
que .6 Para usar um exemplo concreto, suponha que L = 2 e que a empresa com

5
Usamos o termo correspondência de fornecimento para manter o paralelo com a terminologia
demanda do lado de consumo. Lembre-se, porém, que y(p) é mais propriamente pensado como um
fornecimento liquido da empresa para o mercado. Em particular, as entradas negativas de um vetor
fornecimento deveria ser interpretado como demanda para inputs.
6
Rigorosamente, para permitir a possibilidade de (assim como para outros casos onde
nenhum plano de produção miximizador de lucro existe), a função lucro deveria ser definida por
. Porém, seremos informais e continuaremos a usar Max enquanto permitindo essa
possibilidade.
uma tecnologia de retornos constantes produz uma unidade do bem 2 para cada unidade do
bem 1 usado como um input. Então sempre que . Mas se , então o
lucro da empresa é , onde é a produção do bem 2. Claramente, ao escolher
apropriadamente, podemos produzir lucros arbitrariamente grandes. Consequentemente,
.

Exercício 5.C.1: Prove que, em geral, se o conjunto produção Y exibe retornos a escala não
decrescentes, então tanto ou .

Se a função transformação é diferencial, então a condição de primeira ordem pode ser


usada para caracterizar a solução para a PMP. Se , então, para algum , y* deve
satisfazer as condições de primeira ordem

para

ou, equivalentemente, em notação matriz,

Em palavras, o vetor preço p e o gradiente são proporcionais (a Figura 5.C.1


demonstra esse fato). A condição (5.C.1) também resulta no raio igualdade a seguir:
para todo , k. Para L = 2, isso significa que a inclinação da transformação limite
no plano de produção maximizador de lucro deve ser igual a negativa do raio preço, como
mostrado na Figura 5.C.1. Se esse não fosse o caso, uma pequena mudança no plano de
produção da empresa poderia acabar crescendo os lucros da empresa.

Quando Y corresponde a uma tecnologia de um output com função de produção diferencial


, podemos ver a decisão da empresa simplesmente como uma escolha pelos seus níveis
de input z. Nesse caso especial, devemos deixar a escala p > 0 denotar o preço do output da
empresa e o vetor A denotar seu input de preços.7 O vetor input z* maximiza o lucro dado (p,
w) se ele resolver

Se z* é ideal, então as condições de primeira ordem a seguir devem ser satisfeitas para
:

7
Até agora, sempre usamos o símbolo p para um vetor de preços geral; aqui usamos ele apenas para o
output de preço e denotamos o vetor de input de preços por w. Essa notação é bastante padrão. Como
uma regra geral, a não ser que estejamos em um contexto de classificação explicita de commodities
como inputs ou output (como no caso de um output), continuaremos a usar p para denotar um vetor
geral de preços .
com igualdade se

ou, em notação matriz,

8
se

Portanto, o produto marginal de cada input realmente usado (no caso, com ) deve
ser igual ao seu preço em termos de output, . Note também que para quaisquer dois
inputs e k com , a condição (5.C.2) implica que TMT ; no caso, a taxa
marginal de substituição técnica entre os dois inputs é igual ao seus raios preço, a taxa
econômica de substituição entre eles. Essa condição raio é meramente um caso especial da
condição mais geral derivada em (5.C.1).

Se a produção do conjunto Y é convexa, então as condições de primeira ordem em (5.C.1) e


(5.C.2) não são apenas necessárias, mas também suficientes para a determinação de uma
solução para a PMP.

A Preposição 5.C.1, que lista as propriedades da função lucro e correspondência de


fornecimento, pode ser estabelecida usando métodos similares aqueles que empregamos no
Capítulo 3 quando estudando a demanda do consumidor. Observe, por exemplo, que
matematicamente o conceito da função lucro deve ser familiar pela discussão de dialidade no
Capítulo 3. De fato, onde é a função suporte
do conjunto – Y. Desse modo, a lista de propriedades importantes na Preposição 5.C.1 pode
ser vista partindo das propriedades gerais de funções suporte discutidas na Sessão 3.F.

Preposição 5.C.1: Suponha que é a função lucro do conjunto produção Y e que éa


correspondência de fornecimento associada. Assuma também que Y é fechado e satisfaz a
propriedade de livre disposição. Então

(i) é homogêneo de grau um.


(ii) é convexo.
(iii) Se Y é convexo, então para todo .
(iv) é homogêneo de grau zero.
(v) Se Y é convexo, então y(p) é um conjunto convexo para todo p. Além disso, se Y é
estritamente convexo, então y(p) é valorado único (se não vazio).
(vi) (Lema de Hotelling) Se consiste de um único ponto, então é diferencial
em e .
(vii) Se é uma função diferencial em , então é uma matriz
simétrica e positiva semi definida com .

8
A preocupação pelas condições limite começam aqui, mas não na condição (5.C.1), porque a suposição
de inputs e outputs distintos requer que , enquanto a formulação levando a (5.C.1) permite o
output líquido de cada bem ser tanto positivo quanto negativo. Mesmo assim, quando usando as
condições de primeira ordem (5.C.2), iremos assumir tipicamente que .
Propriedades (ii), (iii), (vi) e (vii) são os não triviais.

Exercício 5.C.2: Prove que é uma função convexa [Propriedade (ii) da Preposição 5.C.1].
[Dica: Suponha que . Então

].

A propriedade (iii) nos diz que se Y é fechado, convexo e satisfaz a livre disposição, então
fornece uma descrição (“dupla”) alternativa da tecnologia. Já a representação de preferências
(discutida no Capítulo 3) da função utilitária indireta (ou função gastos), é uma descrição
menos primitiva que Y em si, porque ele depende das noções de preços e do comportamento
de tomada de preço. Mas graças a propriedade (vi), ele tem a grande virtude em aplicação de
frequente permissão para uma computação imediata de suprimento.

A propriedade (vi) relaciona o comportamento de fornecimento para as derivadas da função


lucro. É uma consequência direta do teorema dualidade (Preposição 3.F.1). Como na
Preposição 3.G.1, o fato de que também pode ser estabelecido pelos
argumentos relacionados do teorema envelope e das condições de primeira ordem.

A semi definição positiva da matriz na propriedade (vii), o que em vista da propriedade


(vi) é uma consequência da convexidade de , é a expressão matemática geral da lei de
fornecimento: As quantidades respondem nas mesmas direções que as mudanças de preço.
Pela convenção sinal, isso significa que se o preço de um output cresce (todos os outros preços
se mantendo os mesmos), então o fornecimento do output cresce; e se o preço de um output
cresce, então a demanda pelo input decresce.

Note que a lei de fornecimento se mantém para qualquer mudança de preço. Porque, em
contraste com a teoria de demanda, não há restrição orçamentária, não há nenhum requisito
compensatório. Em essência, não temos efeitos de riqueza aqui, apenas efeitos de
substituição.

Em termos não diferenciáveis, a lei de fornecimento pode ser expressa como

para todo p, p’, e . Nessa forma, também pode ser estabelecido por um
argumento preferencial relevado simples. Em particular,

onde a desigualdade parte do fato de que e (no caso, do fato de que y é a


maximização de lucro dados os preços p e y’ é a maximização de lucro para os preços p’).

A propriedade (vii) da Preposição 5.C.1 sugere que a matriz , a matriz substituição de


fornecimento, tem propriedades que são paralelas (apesar de com sinal reversos) a aquelas
para a matriz substituição da teoria de demanda. Portanto, os efeitos de auto substituição são
não negativos como notados acima [ para todo ], e efeitos de substituição
são simétricos [ para todo , k]. O fato de que parte da
homogeneidade de [propriedade (iv)] de uma forma similar a propriedade paralela da
matriz substituição de demanda discutida no Capítulo 3.

Minimização de Custos

Uma implicação importante da empresa escolhendo um plano de produção maximizador de


lucro é de que não há forma de produzir as mesmas quantidades de output em a um custo de
input total menor. Portanto, a minimização do custo é uma condição necessária para a
maximização de lucro. Essa observação nos motiva a um estudo independente de um
problema de minimização de custo da empresa. O problema é de interesse por várias razões.
Primeiro, ele nos leva a um número de resultados e construção que são tecnicamente muito
úteis. Segundo, como veremos no Capítulo 12, quando uma empresa não toma preços em seu
mercado de output, não podemos mais usar a função lucro para análise. Mesmo assim,
contanto que a empresa seja uma tomadora de preços em seu mercado de input, os
resultados fluindo do problema de minimização de custo continuam a ser válidos. Terceiro,
quando o conjunto de produção exibe retornos não decrescentes a escala, a função valor e os
vetores ideais do problema de minimização de custo, que mantém os níveis de output fixados,
são mais bem comportados que a função lucro e a correspondência de fornecimento da PMP
(por exemplo, lembre-se do Exercício 5.C.1 que a função lucro por tomar apenas os valores 0 e
).

Para ser concreto, focamos nossa análise no caso de um único output. Como de costume,
deixamos z ser um vetor não negativo de inputs, , a função produção, q as quantidades de
output e o vetor de preços input. O problema de minimização de custo (PMC) pode
então ser afirmado como a seguir (assumimos a disposição livre de output)

(PMC)

O valor otimizado da PMC é dado pela função custo c(w, p). O conjunto ideal correspondente
de escolhas input (ou fator), denotado por z(w, q), é conhecido como a correspondência de
demanda fatorial condicional (ou função se for sempre uni valorado). O termo condicional
surge porque essas demandas fatoriais são condicionais no requisito de que o nível de output
q seja produzido.

A solução para a PMC é ilustrada na Figura 5.C.2(a) para um caso com dois inputs. A região
sombreada representa o conjunto de vetores input z que podem produzir pelos menos a
quantidade q de output. É a projeção (no orthant positivo do espaço input) da parte do
conjunto de produção Y que então gera output de pelo menos q, como mostrado na Figura
5.C.2(b). Na Figura 5.C.2(a), a solução z(w, q) se encontra na linha isocusto (uma linha em
na qual todas as combinações de input geram custo igual) que intersecta o conjunto
mais perto da origem.
Figura 5.C.2 – O problema de minimização de custo.
(a) Dois inputs.
(b) A isoquanta como uma sessão do conjunto produção.

Se z* é ideal na PMC, e se a função produção é diferencial, então para algum as


seguintes condições de primeira ordem devem se manter para cada input >

, com igualdade se ,

ou, em notação matriz,

Já com a PMP, se o conjunto produção Y é convexo [no caso, se é côncavo], então a


condição (5.C.4) é não apenas necessária, mas também suficiente para z* ser um ideal na
PMC.9

A condição (5.C.4), como a condição (5C.2) da PMP, implica que para quaisquer dois inputs e
k com temos . Essa correspondência é de ser esperada porque,
como notamos, a maximização de lucro implica que as escolhas de input são minimizadoras de
custo para o nível de output q escolhido. Para L = 2, a condição (5.C.4) acarreta na inclinação
em z* da isoquanta associada com o nível de produção q é exatamente igual a negativa do raio
de preços input . A Figura 5.C.2(a) ilustra esse fato também.

Como de costuma, o multiplicador Lagrange pode ser interpretada como o valor marginal
do relaxamento da restrição . Portanto, é igual a , a produção de
custo marginal.

9
Note, porém, que as condições de primeira ordem são suficientes para uma solução para a PMC,
contanto que o conjunto seja convexo. Portanto, a condição chave para a suficiência das
condições de primeira ordem da PMC é a quase concavidade de . Esse é um fato importante
porque a quase concavidade de é compatível com os retornos crescentes à escala (veja o Exemplo
5.C.1).
Note a analogia formal fechada com a teoria de consumo aqui. Substitua por , q por
u e z por x (no caso, interprete a função produção como uma função utilitária), e a PMC se
torna o problema de minimização de gastos (PMG) discutido na Sessão 3.E. Portanto, na
Preposição 5.C.2, as propriedades (i) até (vii) da função de custo e a correspondência de
demanda fatorial condicional partem da análise nas Sessões 3.E e 3.G através dessa
reinterpretação. [Lhe é pedido para provar as propriedades (viii) e (ix) no Exercício 5.C.3]

Preposição 5.C.2: Suponha que c(w, q) é a função custo de uma tecnologia de um output Y com
a função produção e que z(w, q) é a correspondência de demanda fatorial condicional
associada. Assuma também que Y é fechado e satisfaz a propriedade de livre disposição. Então

(i) é homogêneo de grau um em w e não decrescente em q.


(ii) é uma função côncava de w.
(iii) Se os conjuntos são convexos para todo q, então
para todo .
(iv) é homogêneo de grau zero em w.
(v) Se o conjunto é convexo, então z(w, q) é um conjunto convexo.
Além disso, se é um conjunto estritamente convexo, então z(w,
q) é valorado único.
(vi) (Lema de Shepard) Se de um único ponto, então é diferencial com
relação a w em e .
(vii) Se é diferencial em , então é uma matriz
simétrica e semi definida negativa com .
(viii) Se é homogêneo de grau um (no caso, exibe retornos constantes a escala)
então e são homogêneas de grau um em q.
(ix) Se é côncavo, então é uma função convexa de q (em particular, custos
marginais são não decrescentes em q).

No Exercício 5.C.4 é pedido para mostrarmos que as propriedades (i) e (vii) da Preposição 5.C.2
também se mantém para tecnologias com múltiplos outputs.

A função custo pode ser particularmente útil quando o conjunto produção é do tipo retornos
constantes. Nesse caso, não é uni valorado em nenhum vetor preço que permita uma
produção não zero, tornando o lema de Hotelling [Preposição 5.C.1(vi)] inaplicável nesses
preços. Ainda assim, a demanda de input condicional z(w, q) pode, mesmo assim, ser uni
valorada, nos permitindo usar o lema de Shepard. Tenha em mente, porém, que a função
custo não contém mais informação do que a função lucro. Na verdade, sabemos pela
propriedade (iii) das Preposição 5.C.1 e 5.C.2 que sob restrições de convexidade há uma
correspondência um a um entre funções lucro e custo; no caso, para qualquer uma das
funções, o conjunto de produção pode ser recuperado e a outra função pode então ser
derivada.
Usando a função custo, podemos reafirmar o problema da empresa de determinação do seu
nível de produção maximizador de lucro como

A condição de primeira ordem necessária para q* ser maximizador de lucro é, então

com igualdade se q* > 0. (5.C.6)

Em palavras, em um interior ideal (no caso, se q* > 0). O preço é igual ao custo marginal.10 Se
c(w, q) é convexo em q, então a condição de primeira ordem (5.C.6) também é suficiente para
q* ser o nível de output ideal da empresa. (Estudamos a relação entre o comportamento de
fornecimento da empresa e as propriedades da sua função tecnológica e custo em detalhes na
Sessão 5.D).

Poderíamos continuar analisando funções de lucro e custo por muitas páginas. Alguns
exemplos e mais propriedades estão contidos nos exercícios. Veja McFadden (1978) para um
tratamento extensivo desse tópico.

Exemplo 5.C.1: Funções de Lucro e Custo para a Função Produção Cobb-Douglas. Aqui
derivamos as funções de lucro e custo para a função produção Cobb-Douglas do Exemplo
5.B.2, . Lembre-se do Exemplo 5.B.3 que corresponde ao caso de
retornos constantes a escala, corresponde aos retornos decrescentes e
corresponde aos retornos crescentes.

As equações de demanda fatorial condicionais e função custo tem exatamente a mesma forma
e são derivadas exatamente da mesma forma, como a função gasto na Sessão 3.E (veja o
Exemplo 3.E.1; a única diferença nas computações é que agora não impomos ):

Essa função custo tem a forma , onde

é uma constante e é uma função que não depende do nível de


output q. Quando temos retornos constantes, é o custo por unidade de produção.

10
Isso também pode ser visto notando que a condição de primeira ordem (5.C.4) da PMC coincide com a
condição de primeira ordem (5.C.2) da PMP se e somente se . Lembre-se que , o multiplicador
na restrição na PMC, é igual a .
Uma forma de derivar a função de fornecimento da empresa e a função lucro é usando essa
função gasto e resolver o problema (5.C.5). Aplicando (5.C.6), a condição de primeira ordem
para esse problema é

, com igualdade se q > 0 (5.C.7)

A condição de primeira ordem (5.C.7) é suficiente para um máximo quando ,


porque a função de custo da empresa é então convexa em q.

Quando , (5.C.7) pode ser resolvido por um nível de output ideal único:

O fator demanda pode então ser obtida através da substituição,

por

assim como a função lucro,

Quando , o lado direito da condição de primeira ordem (5.C.7) se torna ,


a unidade de custo da produção (que é independente de q). Se é maior que p,
então q = 0 é ideal; se é menor que p, então não existe solução (novamente, lucros sem limite
podem ser obtidos ao aumentar q); e quando = p, qualquer nível de output não
negativo é uma solução para a PMP e gera zero lucros.

Finalmente, quando (para que tenhamos retornos a escala crescentes), uma


quantidade q satisfazendo a condição de primeira ordem (5.C.7) não resulta em uma produção
maximizadora de lucro. [Na verdade, nesse caso, a função custo é estritamente côncava em q,
para que qualquer solução para a condição de primeira ordem (5.C.7) resulte em um lucro de
mínimo local, sujeito ao output sendo sempre produzido a custo mínimo]. De fato, já que p >
0, uma duplicação do nível de output começando de qualquer q duplicando a renda da
empresa, mas cresce os custos de input apenas por um fator de . Com bastante
duplicação, os lucros da empresa podem, portanto, ser feitos arbitrariamente grandes. Logo,
com retornos a escala crescentes, não há solução para a PMP.

5.D A Geometria de Custos e Fornecimento no Caso de Único Output

Nessa sessão, continuamos nossa análise das relações entre a tecnologia da empresa, sua
função gasto e seu comportamento de fornecimento para o caso especial, mas comumente
usado, em que já um único output. Uma vantagem significante de considerar o caso de um
único output é que ele resulta em uma ilustração gráfica extensiva.
Nesse capítulo, denota a quantidade de output por q e mantenho o vetor dos fatores preços
constante em . Para conveniência notacional, escrevemos a função de gasto da empresa
como . Para q > 0, podemos denotar o gasto médio da empresa por
e assumindo que a derivada existe, denotamos seu custo marginal por
.

Lembre-se, pela expressão (5.C.6), que para um dado preço output p, todos os níveis de output
maximizadores de lucro devem satisfazer a condição de primeira ordem [assumindo
que C’(q) existe]:

com igualdade se q > 0. (5.D.1)

Se o conjunto produção Y é convexo, é uma função não convexa [veja a propriedade (ix)
da Preposição 5.C.2], e portanto o custo marginal é não crescente, Nesse caso, como notamos
na Sessão 5.C, a satisfação dessa condição de primeira ordem também é suficiente para
estabelecer que q é um nível de output maximizador de lucro a preço p.

Dois exemplos de conjuntos de produção convexa são dados nas Figuras 5.D.1 e 5.D.2. Nas
figuras, assumimos que há apenas um input e normalizamos seu preço para igualar a 1 (você
pode pensar nesse input como o gasto total do uso fatorial). 11 A Figura 5.D.1 ilustra o conjunto
produção (a), função gasto (b) e funções gasto marginal e médio (c) para um caso com
retornos a escala decrescentes. Observe que a função gasto é obtida do conjunto produção
por uma rotação de 90 graus. A determinação do custo médio e custo marginal da função
gasto é mostrado na Figura 5.D.1(b) (para um nível de output ). A Figura 5.D.2 ilustra os
mesmos objetos para um caso com retornos a escala constantes.

Nas Figuras 5.D.1(c) e 5.D.2(c), usamos um traço mais grosso para indicar que o local do
fornecimento da maximização de lucro da empresa, o gráfico de . (Nota: Nessa e em
figuras subsequentes, o lugar de fornecimento é sempre indicado por um traço mais grosso).
Porque as tecnologias nesses dois exemplos são convexas, o local de fornecimento em casa
caso coincida exatamente com as combinações (q, p) que satisfazem a condição de primeira
ordem (5.D.1).

Se a tecnologia não é convexa, talvez por causa da presença de alguma indivisibilidade


sobreposta, então a satisfação da condição necessária de primeira ordem (5.D.1) não implica
mais que q é maximizador de lucro. O lugar de fornecimento será então apenas um
subconjunto do conjunto das combinações (q, p) que satisfazem (5.D.1).

11
Desse modo, o único input pode ser pensado como uma commodity composta Hicksiana em um
sentido análogo ao do Exercício 3.G.5.
Figura 5.D.1 – Uma tecnologia estritamente convexa (retornos a escala estritamente
decrescentes).
(a) Conjunto produção.
(b) Função custo.
(c) Custo médio, custo marginal e fornecimento.

*Escrito em (b) – Curva


Escrito em (c) – Traço mais grosso é o lugar do fornecimento.

Figura 5.D.2 – Uma tecnologia de retorno a escala constante.


(a) Conjunto produção.
(b) Função custo.
(c) Custo médio, custo marginal e fornecimento.

Figura 5.D.3 – Uma tecnologia não convexa.


(a) Conjunto produção.
(b) Função custo.
(c) Custo médio, custo marginal e fornecimento.

A Figura 5.D.3 ilustra uma situação com uma tecnologia não convexa. Na figura, temos um
segmento inicial de retornos crescentes no qual o custo médio decresce e então a região de
retornos decrescentes no qual o custo médio cresce. O nível (ou níveis) de produção
correspondendo ao custo médio mínimo é chamado de escala eficiente, que, se único,
denotamos por , temos . No Exercício 5.D.1, lhe é pedido para estabelecer
esse fato como um resultado geral.

Exercício 5.D.1: Mostre que a qualquer satisfazendo para


todo q. Esse resultado depende da diferenciabilidade de em todo lugar?

O lugar de fornecimento para esse exemplo não convexo é ilustrado pelo traço grosso na
Figura 5.D.3(c). Quando , a empresa maximiza seu lucro produzindo no nível único
de q satisfazendo . [Note que a empresa ganha lucros estritamente
positivos fazendo isso, excedendo os lucros zero ganhados definindo q = 0, que por sua vez
excede os lucros estritamente negativos ganhados ao escolher qualquer q > 0 com p =
]. Por outro lado, quando , qualquer q > 0 ganha lucros estritamente
negativos e, então, o fornecimento ideal da empresa é q = 0 [note que q = 0 satisfaz as
condições de primeira ordem necessárias (5.D.1) porque p > C’(0)]. Quando , o
conjunto maximizador de lucro dos níveis de output é . O lugar do fornecimento é,
portanto, como mostrado na Figura 5.D.3(c).

Figura 5.D.4 - Custos variáveis estritamente convexos com um custo de configuração não
recuperável.
(a) Conjunto produção.
(b) Função custo.
(c) Custo médio, custo marginal e fornecimento.
Figura 5.D.5 – Retornos constantes de custos variáveis com um custo de configuração não
recuperável.
(a) Conjunto produção.
(b) Função custo.
(c) Custo médio, custo marginal e fornecimento.

Uma fonte importante de não convexidades são os custos de configuração fixos. Eles podem
ou não ser recuperáveis. As Figuras 5.D.4 e 5.D.5 (que são paralelas a 5.D.1 e 5.D.2) ilustram
dois casos com custos de configuração fixos são recuperáveis (então inércia é possível). Nessas
figuras, consideramos um caso no qual a empresa incorre um custo fixo K se e somente se ele
produz uma quantidade positiva de output e, caso contrário, tem custos convexos. Em
particular, o custo total é da forma C(0) = 0 e para q > 0, onde K > 0 e
, a função custo variável , é convexa [e tem ]. A Figura 5.D.4 ilustra o caso no qual
é estritamente convexo, enquanto é linear na Figura 5.D.5. A localização do
fornecimento é indicada nas figuras. Em ambas as ilustrações, a empresa vai produzir uma
quantidade positiva de output apenas se seu lucro for suficiente para cobrir não apenas seus
custos variáveis, mas também o custo fixo K. Você deveria ler o local de fornecimento na
Figura 5.D.5(c) como dizendo que para , o fornecimento é “infinito”, e que q = 0 é ideal
para .

Na Figura 5.D.6, alteramos o caso estudado na Figura 5.D.4 tornando o custo fixo recuperável,
para que C(0) > 0. Em particular, agora temos para todo ; portanto, a
empresa deve pagar K se ele produzir ou não uma quantidade positiva.

Figura 5.D.6 - *Explicações apagadas na impressão*


Apesar da inércia não ser possível aqui, a função de custo da empresa é convexa e então
retornamos ao caso no qual a condição de primeira ordem (5.D.1) é suficiente. Porque a
empresa deve pagar K independente de se ele produzir um nível de output positivo, ele não
vai desativar simplesmente porque os lucros são negativos. Note que porque é convexo
e implica em ; consequentemente, a empresa cobre seu custo
variável quando ele define output para satisfazer sua condição de primeira ordem. O local de
fornecimento da empresa é, portanto, o ilustrado na Figura 5.D.6(c). Note que seu
comportamento de fornecimento é exatamente o mesmo que se ele não tivesse de pagar pelo
custo recuperável K [compare com a Figura 5.D.1(c)].

Exercício 5.D.2: Ilustre o local de fornecimento para um caso com custos parcialmente
recuperáveis, no caso, onde se q > 0 e 0 < C(0) < K.

Como notamos na Sessão 5.B, uma fonte de custos recuperáveis, pelos menos a curto prazo,
são escolhas de input irrevogavelmente definido por decisões anteriores. Suponha, por
exemplo, que temos dois inputs e uma função produção . Lembre-se que mantemos
os preços de dois inputs fixos em . Na Figura 5.D.7(a), a função custo excluindo
qualquer compromissos de input é ilustrado por . Chamamos isso de função custo a longo
prazo. Se um input, digamos , é fixado no nível a curto prazo, então a função custo a
curto prazo da empresa se torna , onde é escolhido para que
. Diversas funções custo a custo prazo correspondendo a níveis diferentes de
são ilustrados na Figura 5.D.7(a). Pelas restrições nas decisões de input da empresa poderem
apenas crescer seus custos de produção, se encontra acima de C(q) em todo q, exceto
o q para o qual é o nível de input a longo prazo ideal [no caso, o q tal que ].
Desse modo, para todo q. Partindo disso e do fato de que
para todo q’, que para todo q; no caso, se o nível
de está em seu valor a longo prazo, então o custo marginal a curto prazo se iguala ao custo
marginal a longo prazo. Geometricamente é o menor invólucro da família de funções a
curto prazo gerado ao deixar tomado todos os valores possíveis.
Figura 5.D.7 - * Explicações apagadas na impressão*

Observe, finalmente, que dadas as funções de custo a longo e curto prazo, as funções de custo
médio a longo e curto prazo e funções fornecimento a longo e curto prazo da empresa podem
ser derivadas da forma discutida anteriormente nessa sessão. A versão de custo médio da
Figura 5.D.7(a) é dada na Figura 5.D.7(b). (Exercício 5.D.3 lhe pede para investigar o
comportamento de fornecimento a curto e longo prazo da empresa em mais detalhes).

5.E Agregação

Nessa sessão, estudamos a teoria de fornecimento (líquido) agregado. Como vimos na Sessão
5.C, a falta de uma restrição orçamentária implica em que a oferta individual não é sujeita aos
efeitos de riqueza. Enquanto os preços mudam, existem apenas efeitos de substituição pelo
limite de produção. Em contraste com a teoria de demanda agregada, esse fato é parte de
uma teoria de agregação que é simples e poderosa.12

Suponha que existe unidades de produção J (empresas ou, talvez, plantas) na economia, cada
uma especificada por um conjunto produção . Assumimos que cada é não vazio,
fechado e satisfaz a propriedade de livre disposição. Denote a função lucro e correspondências
de oferta de por e , respectivamente. A correspondência de oferta agregada é
a soma das correspondências de oferta individuais:

para algum

Assuma, por um momento, que cada é uma função uni valorada, diferencial em um
preço vetor p. Pela Preposição 5.C.1, sabemos que cada é uma matriz semi definida
positiva simétrica. Por essas duas propriedades serem preservadas sob adição, podemos
concluir que a matriz é simétrica e semidefinida positiva. Como na teoria da de
produção individual, a semidefinição positiva de implica na lei de oferta na agregada: Se
um preço cresce, então a oferta agregada correspondente também cresce. Como na lei de
oferta no nível da empresa, essa propriedade de oferta agregada se mantém para todas as
mudanças de preço. Também podemos provar essa lei agregada de oferta diretamente porque
sabemos por (5.C.3) que para cada j; portanto, adicionando por
j, temos

A simetria de sugere que sobrepondo y(p), há um “produtor representativo”. Como


agora mostramos, isso é verdade de uma forma particularmente forte.

Dado , podemos definir o conjunto de produção agregada por

12
Uma relação clássica e bastante lida para o material nessa sessão e na Sessão 5.F é Koopmans (1957).
para algum

O conjunto de produção agregada Y descreve os vetores de produção que são viáveis na


agregada se todos os conjuntos de produção são usados juntos. Considere e
como sendo a função lucro e a correspondência oferta do conjunto de produção agregada Y.
Eles são a função lucro e a correspondência oferta que surgiriam se uma única empresa
tomada de preço fosse operar, sob a mesma gerência por assim dizer, todos os conjuntos de
produção individuais.

A Preposição 5.E.1 estabelece um resultado agregado forte para o lado oferta: O lucro
agregado obtido por cada unidade de produção maximizando lucro separadamente,
considerando os preços como dados, é o mesmo ao que seria obtido se ele fosse coordenar
suas ações (no caso, seu ) em uma decisão maximizadora de lucro conjunta.

Preposição 5.E.1: Para todo , temos

(i)
(ii) para cada

Prova: (i) Para a primeira igualdade, note que se considerarmos qualquer coleção de planos de
produção , então . Porque é a função lucro associada com
Y, nós, portanto, temos . Consequentemente, resulta em
. Por outro lado, considere qualquer . Pela definição do conjunto Y,
existem , tal que para todo
. Desse modo, . Juntas, essas duas desigualdades indicam que
.

(ii) Para a segunda igualdade, devemos mostrar que e que


. Para a relação anterior, considere qualquer conjunto de planos de produção individuais
. Então , onde a última
igualdade surge da parte (i) da preposição. Consequentemente, , e, portanto,
. Na outra direção, considere qualquer . Então para
algum . Já que e, para cada j, temos
, deve ser que para cada j. Desse modo, para todo j, e
então . Portanto, mostramos que .

O conteúdo da Preposição 5.E.1 é ilustrado na Figura 5.E.1. A preposição pode ser interpretada
como um resultado descentralizado: Para encontrar a solução do problema de maximização de
lucro agregado para dados preços p, é o bastante adicionas as soluções dos problemas
individuais correspondentes.
Simples como esse resultado pode parecer, ele mesmo assim tem várias implicações
importantes. Considere, por exemplo, o caso de um único output. O resultado nos diz que se
as empresas estão maximizando lucros de frente a preços de output p e preços fatoriais w,
então seu comportamento de oferta maximiza os lucros agregados. Mas isso deve significar
que se é o output agregado produzido pelas empresas, então o custo total de
produção é exatamente igual a c(w, q), o valor da função de custo agregado (a função custo
correspondente ao conjunto de produção agregada Y). Dessa forma, a alocação da produção
do nível de output q entre as empresas é minimizadora de custo. Além disso, isso nos permite
relacionar a função de oferta agregada da empresa para o output q(p) para a função de custo
agregado da mesma forma que a feita na Sessão 5.D para uma empresa individual. (Esse fato
vai se provar útil quando estudarmos os modelos de equilíbrio parcial de mercados
competitivos no Capítulo 10).

Figura 5.E.1 – Maximização de lucro conjunta como um resultado da maximização de lucro


individual.

Resumindo: Se as empresas maximizam lucros tomando os preços como são dados, então a o
lado de produção da economia se agrega lindamente,

Como no caso de consumo (veja o Apêndice A do Capítulo 4), a agregação pode também ter
efeitos regularizadores úteis no contexto de produção. Um fato interessante e importante é
que a existência de muitas empresas ou plantas com tecnologias que não são tão diferentes
podem fazer o conjunto de produção médio quase convexo, mesmo se os conjuntos de
produção individual não são assim. Isso é ilustrado na Figura 5.E.2, onde existem empresas J
com conjuntos de produção idênticos iguais a
Figura 5.E.2 – Um exemplo dos efeitos convexificadores da agregação.
(a) O conjunto de produção individual.
(b) O conjunto de produção médio.

que mostraram na 5.E.2(a). Definindo o conjunto de produção médio como


para algum , vemos para o J
13
grande, esse conjunto é quase convexo, como demonstrado na Figura 5.E.2(b).

5.F Produção Eficiente

Porque muito da economia de bem estar foca na eficiência (veja, por exemplo, os Capítulos 10
e 16), é útil ter caracterizações algébricas e geométricas dos planos de produção que podem
inquestionavelmente ser tratados como não supérfluos. Isso motiva a Definição 5.F.1.

Figura 5.F.1 – Um plano de produção eficiente deve estar na delimitação de Y, mas nem todos
os pontos na delimitação de Y são eficientes.
(a) Um plano de produção ineficiente no interior de Y.
(b) Um plano de produção ineficiente na delimitação de Y.
(c) O conjunto de planos de produção eficientes.

Definição 5.F.1: Um vetor produção é eficiente se não há tal que e


.

Em palavras, um vetor produção é eficiente se não há outro vetor produção viável que gera
tanto output quando y não utilizando inputs adicionais, e que na verdade produz mais de
algum output ou usa menos de algum output.

Como vemos na Figura 5.F.1, cada y eficiente deve estar na delimitação de Y, mas o oposto não
é necessariamente o caso: Podem existir pontos limites de Y que não são eficientes.

13
Note que esse conjunto produção é limitado acima. Isso é importante porque assegura que a não
convexidade individual é de tamanho finito. Se o conjunto de produção individual fosse como o
mostrado na, digamos, Figura 5.B.4, onde nem o conjunto nem a não convexidade é limitada, então o
conjunto médio mostraria uma grande não convexidade (para qualquer J). Na Figura 5.B.5, temos um
caso de um conjunto de produção não limitado com uma não convexidade limitada; já na Figura 5.E.2, o
conjunto médio será, nesse caso, quase convexo.
Agora mostraremos que o conceito de eficiência está intimamente relacionado ao da
sustentabilidade por maximização de lucro. Isso constitui o nosso primeiro olhar ao tópico que
exploramos mais profundamente no Capítulo 10 e especialmente no Capítulo 16.

A Preposição 5.F.1 fornece um resultado elementar, mas importante. É uma versão do


primeiro teorema fundamente da economia de bem estar.

Preposição 5.F.1: Se é maximizador de lucros para algum , então y é eficiente.

Prova: Suponha, de outra forma: Que há um tal que e . Porque ,


isso indica que , contradizendo a suposição de que y é maximizador de lucro.

É importante enfatizar que a Preposição 5.F.1 é válida mesmo se o conjunto produção é não
convexo. Isso é ilustrado na Figura 5.F.2.

Quando combinado com os resultados agregados discutidos na Sessão 5.E, a Preposição 5.F.1
nos diz que se uma coleção de empresas separadamente maximizar lucros com relação ao
mesmo vetor preço fixo , então a produção agregada é socialmente eficiente. Isso quer
dizer que não há outro plano de produção para a economia como uma todo que poderia
produzir mais output não usando inputs adicionais. Isso está em linha com a nossa conclusão
na Sessão 5.E que, no caso de único output, o nível de output agregado é produzido em seu
menor custo possível quando todas as empresas maximizam lucros diante dos mesmos preços.

Figura 5.F.2 - Um plano de produção maximizador de lucro (para ) é eficiente.


Figura 5.F.3 – O uso do teorema do hiperplano separatista para provar a Preposição 5.F.2: Se
Y é convexo, cada eficiente é maximizador de lucro para algum .

A necessidade para preços estritamente positivos na Preposição 5.F.1 é desagradável, mas não
pode ser dispensada, como o Exercício 5.F.1 lhe pede para demonstrar.

Exercício 5.F.1: Dê um exemplo de um que é maximizador de lucro para algum


com mas que também é ineficiente.

Um oposto da Preposição 5.F.1 iria afirmar que qualquer vetor de produção eficiente é
maximizador de lucro para algum sistema de peço. Porém, um olhada na produção eficiente y’
na Figura 5.F.2 nos mostra que isso não pode ser verdade de forma generalizada. De qualquer
forma, esse oposto se mantém com a suposição adicional de convexidade. A Preposição 5.F.2,
que é menos elementar que a Preposição 5.F.1, é uma versão da chamada segundo teorema
fundamental de economia de bem estar.

Preposição 5.F.2: Suponha que Y é convexo. Então cada produção eficiente é uma
produção maximizadora de lucro para algum vetor preço não zero .14

Prova: Essa prova é uma aplicação do teorema separatista de hiperplano para conjuntos
convexos (veja a Sessão M.G do Apêndice Matemático). Suponha que é eficiente e defina
o conjunto . O conjunto é ilustrado na Figura 5.F.3. Ele é convexo e
porque y é eficiente, temos . Podemos, portanto, conjurar o teorema separatista
de hiperplano para estabelecer que há algum tal que para cada e
(veja a Figura 5.F.3). Note, em particular, que isso indica que para cada
. Portanto, devemos ter porque se para algum , então teríamos
para algum com suficientemente largo.

14
Como é tornado claro pela prova, o resultado também se aplica a produções fracamente eficientes, no
caso, a produções como y na Figura 5.F.1(b) onde não há tal que .
Agora considere qualquer . Então para cada . Porque y’ pode ser
escolhido para ser arbitrariamente perto de y, concluímos que para qualquer
; no caso, y maximiza lucro para p.

Figura 5.F.4 - A Preposição 5.C.2 não pode ser estendida para requerer .

A segunda parte da Preposição 5.F.2 não pode ser fortalecida para ler “ ”. Na Figura
5.F.4, por exemplo, o vetor de produção y é eficiente, mas não pode ser suportado por
qualquer vetor preço estritamente positivo.

Como uma ilustração da Preposição 5.F.2, considere uma função produção côncava de único
output . Fixe um vetor input e suponha que é diferencial em e .
Então o plano de produção que usa o vetor input para produzir nível de output é
eficiente. Tendo o preço de output como 1, a condição (5.C.2) nos diz que o vetor preço input
que faz com que essa produção eficiente seja maximizadora de lucro é precisamente A, o vetor
de produtividades marginais.

5.G Observações sobre os Objetivos da Empresa

Apesar de ser lógico assumir a suposição de preferência maximizadora como um conceito


primitivo para a teoria do consumidor, o mesmo não pode ser dito para a suposição de
maximização de lucro pela empresa. Por que esse é o objetivo ao invés de, digamos, a
maximização da receita de vendas ou o tamanho da força de trabalho da empresa? Os
objetivos da empresa assumidos na nossa análise econômica deveriam emergir dos objetivos
dos indivíduos que o controlam. Empresas do tipo econômico que consideramos tidas por
indivíduos que, por outro lado, também são consumidores. Uma empresa tida por um único
indivíduo tem objetivos bem definidos: aqueles do dono. Nesse caso, a única questão é se esse
objetivo coincide com a maximização de lucro. Sempre que há mais de um dono, porém,
temos um nível de complexidade adicional. De fato, devemos reconciliar quaisquer objetivos
conflitantes que os donos possam ter ou mostrar que não existem conflitos.

Felizmente, é possível resolver essas questões e dar uma boa base teórica ao objetivo de
maximização lucro. Devemos agora mostrar que sob suposições razoáveis esse é o objetivo
que todos os donos concordariam sobre.
Suponha que a empresa com o conjunto de produção Y é possuído pelos consumidores. Posse,
aqui, significa simplesmente que cada consumidor tem poder de dividir de
lucros, onde (alguns dos podem ser iguais a zero). Portanto, se a decisão de
produção é , então o consumidor i com função utilitária alcança o nível utilitário

onde é o a riqueza não lucrada pelo consumidor i. Então, em preços fixos, maiores lucros
aumentam a total riqueza do consumidor-dono i e expande seu conjunto orçamentário, um
resultado desejável. Acontece que, em qualquer vetor preço p, os consumidores-donos
unanimemente preferem que a empresa implemente um plano de produção ao invés
de sempre que . Consequentemente, concluímos que se mantivermos a
suposição do comportamento de tomada de preço, todos os donos concordariam, seja qual for
suas funções utilitárias, em confiar no gerente da empresa para maximizar lucros. 15

É válido enfatizar três das suposições implícitas no raciocínio anterior: (i) preços são fixos e não
depender das ações da empresa, (ii) os lucros não são incertos e (iii) gerentes podem ser
controlados pelos donos. Comentamos essas suposições bem informalmente.

(i) Se os preços podem depender da produção da empresa, o objetivo dos donos


pode depender dos seus gostos como consumidores. Suponha, por exemplo, que
cada consumidor não tem riqueza alguma de fontes outras que não a empresa (
), que L = 2, e que a empresa produz o bem 1 e bem 2 com a função
produção . Além disso, normalize o preço do bem 2 para ser 1 e suponha que
o preço do bem 1, em termos do bem 2, é p(q) se o output é q. Se, por exemplo, as
preferências dos donos são tais que eles se importam apenas sobre o consumo do
bem 2, então eles irão unanimemente querer solucionar .
Isso maximiza a quantidade do bem 2 que eles consomem. Por outro lado, se eles
querem consumir apenas o bem 1, então eles vão querer solucionar
porque se eles ganharem unidades
do bem 2, então acabam com unidades do bem 1. Mas
esses dois problemas tem soluções diferentes. (Cheque as condições de primeira
ordem). Além disso, como isso sugere, se os donos diferirem em seus gostos como
consumidores, então eles não concordarão sobre o que eles querem que a
empresa faça (o Exercício 5.G.1 elabora esse ponto).
(ii) Se o output da empresa é aleatório, então é crucial distinguir se o output é
vendido antes ou depois da incerteza ser resolvida. Se o output é vendido após a
incerteza ser resolvida (como no caso dos produtos agrícolas vendidos em
mercados locais após a colheita), então o argumento para um desejo unanime por
maximização de preço colapsa.

15
Na verdade, existem empresas públicas e organizações quase públicas como universidades que não
tem donos no sentido das empresas privadas tendo acionistas. Seus objetivos podem ser diferentes e a
discussão atual não se aplica a elas.
Por outro lado, se o output é vendido antes da incerteza ser resolvida (como no
caso de produtos agrícolas vendidos em mercados futuros antes da colheita),
então o risco é completamente carregado pelo comprador. O lucro da empresa
não é incerto, e o argumento para unanimidade a favor da maximização de lucro
ainda se mantém. De fato, a empresa pode ser penada como produzindo uma
commodity que é vendida antes da incerteza ser resolvida em um mercado
comum. (Uma análise mais profunda desse assunto nos levaria muito longe.
Voltaremos a isso na Sessão 19.G após cobrir as bases da teoria de decisão sob
incerteza no Capítulo 6).
(iii) É claro que os acionistas não podem comumente exercer controle direto. Eles
precisam de gerente que, naturalmente, tem seus próprios objetivos.
Especialmente se a posse é muito difusa, é um desafio teórico importante
entender como e até que ponto os gerentes são, ou podem ser, controlados pelos
proprietários. Algumas considerações relevantes são fatores tais como o grau de
observação de ações gerenciais e a participação de proprietários individuais. [Essas
questões serão lidadas na Sessão 14.C (contrastes de agencia como um
mecanismo de controle interno) e na Sessão 19.G (mercado de ações como um
mecanismo de controle externo)].

Apêndice A: O modelo de Atividade Linear

A saliência do modelo de produção com convexidade e tecnologia de constante retorno a


escala recomenda que o examinemos com mais detalhes.

Dada uma tecnologia de constante retorno a escala Y, o raio gerada (ou calibrado) por um
vetor é o conjunto { para alguma escalar }. Podemos pensar em
um raio como representando uma atividade de produção que pode funcionar em qualquer
escala de operação. No caso, o plano de produção pode ser selado por qualquer fator
, gerando, dessa forma, outros planos de produção possíveis.

Focamos aqui em um caso particular de tecnologias de constantes retornos à escala que se


empresta para explicitar computação e é, portanto, muito importante em aplicações.
Assumimos que somos dados, como uma primitiva da nossa teoria, uma lista de
limitadamente mais atividades (digamos, M), cada uma que pode funcionar em qualquer
escala de operação e qualquer número do qual pode funcionar simultaneamente. Denote
as atividades M, a ser chamado de atividades elementares, por .
Então, o conjunto de produção é

para algumas escalas

A escala é chamada de nível de atividade elementar m; ela mede a escala de operação


da atividade mth. Geometricamente, Y é um cone poliédrico, um conjunto gerado como o
casco convexo de um número finito de raios.
Uma atividade da forma (0, ... , 0, -1, 0, ... , 0), onde -1 está no lugar , é conhecida
como a atividade descartada para o bem . Doravante, devemos sempre assumir que,
além das atividades elementares listadas M, as atividades descartadas L também estão
disponíveis. A Figura 5.AA.1 ilustra um conjunto produção surgindo no caso onde L = 2 e M
= 2.

Dado o vetor preços , um plano maximizador de lucro existe em Y se e somente se


para cada m. Para ver isso, note que se , então o nível maximizador de
lucro da atividade m é . Se , então qualquer nível de atividade m gera
lucros zero. Finalmente, se para algum m, então tornando arbitrariamente
largo, poderíamos gerar lucros arbitrariamente grandes. Note que a presença das
atividades descartadas indique que devemos ter para um plano maximizador de
lucro existir. Se , então a atividade descartada geraria lucros estritamente
positivos (consequentemente, arbitrariamente grandes).

Para qualquer vetor preço p gerando lucros zero, considere A(p) denotando o conjunto de
atividades que geram exatamente lucros zero: . Se , então
, e então a atividade m não é usada nos preços p. O conjunto de fornecimento
maximizador de lucro y(p) é, portanto, o cone convexo gerado pelas atividades em A(p); no
caso, . O conjunto y(p) também é ilustrado na Figura
5.AA.1. Na figura, a vetor preço p, a atividade gera exatamente lucros zero e a atividade
incorrem em uma perda (se for operada). Portanto e
para qualquer escala , o raio calibrado pela atividade .

Figura 5.AA.1 – Um conjunto de produção gerado por duas atividades.

Um resultado significativo que não devemos provar é de que para um modelo de atividade
linear, o oposto da eficiência da Preposição 5.F.1 se mantém; no caso, podemos fortalecer
a Preposição 5.F.2 para dizer: Cada eficiente é uma produção maximizadora de lucro
para algum .

Um caso especial importante do modelo de atividade linear é o modelo input-output de


Leontief. Ele é caracterizado por duas características adicionais:

(i) Há uma commodity, digamos a Lth, que não é produzida por nenhuma atividade.
Por essa razão, a chamaremos de fator primário. Na maioria das aplicações do
modelo Leontief, o fator primário é trabalho.
(ii) Cada atividade elementar tem, no máximo, uma única entrada positiva. Isso é
chamado de suposição de produção conjunta. Dessa forma, é como se cada bem,
exceto o fator primário, é produzido de um certo tipo de função produção de
retornos constantes usando os outros bens e o fator primário como inputs.

O Modelo de Input-Output de Leontief com as Possibilidades de Não Substituição

O modelo de Leontief mais simples é um no qual cada bem produzível é produzido por
apenas uma atividade. Nesse caso, é natural rotular a atividade que produz o bem
como . Então o número de atividades
elementares M é igual a L – 1. Como um exemplo, na Figura 5.AA.2 para um caso onde L =
3, representamos a isoquanta da produção unidade [o conjunto ]
para a função de produção indicada do bem 1. Na figura, as atividades dispensada para os
bens 2 e 3 são usadas para se livrar de qualquer excesso de inputs. Porque os inputs
devem ser usados em preposições fixas (eliminação a parte), esse caso especial é chamado
de modelo Leontief com possibilidade de não substituição.

Figura 5.AA.2 – Unidade isoquanta da função de produção para o bem 1 no modelo


Leontief de não substituição.

Se normalizarmos os vetores atividade para que para todo ,


então o vetor dos níveis de atividade resulta no vetor de
produção bruta dos bens 1 através de L – 1. Para determinar os níveis de produção líquida,
é conveniente denotar por A a matriz (L – 1) x (L – 1) na qual a coluna é a negativa do
vetor atividade , exceto que sua última entrada foi deletada e a entrada foi
substituída por um zero (lembre-se que as entradas com são não positivas):

A matriz A é conhecida como a matriz input-output Leontief. Sua entrada ,


, mede quando do bem k é necessário para produzir uma unidade do bem . Também
denotamos por o vetor de requisitos fatoriais primários,
. O vetor então dá os níveis de produção líquidos dos
outputs L – 1 quando as atividades são aplicadas em níveis . Para ver
isso, lembre-se que as atividades são normalizadas para que os níveis de produção brutos
dos bens produzidos L – 1 sejam exatamente . Por outro lado, dá a
quantidade de cada um desses bens que são usados como inputs para outros bens
produzidos. A diferença, , é, portanto a produção líquida dos bens 1, ..., L -1.
Além disso, a escalar dá o uso total do fator primário. Resumindo, com essa notação,
podemos escrever o conjunto de vetores de produção viáveis tecnologicamente
(assumindo livre disposição) como

para algum

Se para algum , a matriz input-output A é dita como sendo produtiva.


No caso, a matriz input-output A é produtiva se há algum plano de produção que pode
produzir quantidades líquidas de outputs L – 1, desde apenas que exista uma quantidade
suficiente de input primário disponível.

Um fato notável da teoria de input-output de Leontief é a propriedade tudo ou nada


afirmada na Preposição 5.AA.1.

Preposição 5.AA.1: Se A é produtivo, então para quaisquer quantidades não negativas das
commodities produzíveis L – 1 , existe um vetor de níveis de atividade tal
que . No caso, se A é produtivo, então é possível produzir qualquer
quantidade líquida não negativa de outputs (talvez por propósitos de consumo final), dado
apenas que há suficiente fator primário disponível.

Prova: Mostraremos que se A é produtivo, então o inverso da matriz (i – A) existe e é não


negativo. Isso vai dar o resultado porque podemos então atingir níveis de output líquido
configurando os níveis de atividade (não negativos) .
Para provar essa afirmação, começamos estabelecendo um fato matriz-álgebra.
Mostramos que se A é produtivo, então a matriz , onde é o poder nth de A,
aborda um limite como . Porque A tem apenas entradas não negativas, cada
entrada de é não decrescente com N. Portanto, para estabelecer que
tem um limite, é importante mostrar que há um limite superior para suas entradas. Já que
A é produtivo, existe um e tal que . Se nós pré multiplicarmos ambos
os lados dessa igualdade por , temos (lembre-se que Aº =
1). Mas porque todos os elementos da matriz são não negativos.
Portanto, . Com , isso indica que nenhuma entrada de pode
ser excedida e então teremos estabelecido o limite
superior desejado. Concluímos, portanto, que existe.

O fato de que existe deve indicar que . Portanto, já que


e , deve ser que .
(Se A é um único número, isso é precisamente a fórmula ensino médio para adicionar os
termos de uma série geométrica). A conclusão é a de que existe e que todas as
suas entradas são não negativas. Isso estabelece o resultado.

O foco em na prova da Preposição 5.AA.1 faz sentido econômico. Suponha que


queremos produzir o vetor de consumos finais . Quanta produção total será
necessária? Para produzir outputs finais , precisamos usar como inputs as
quantidades de bens produzidos. Por vez, para produzir essas quantidades
requer que de bens produzidos adicionais sejam usados, por ai vai ad
infinitum. As quantidades totais de bem que requerem ser produzidos é, portanto, o limite
de como . Desse modo, podemos concluir que o vetor vai ser
produzível se e somente se é bem definido (no caso, todas suas entradas são
finitas).

Exemplo 5.AA.1: Suponha que L = 3, e considere e


para alguma constante . Os níveis de atividade geram um output
líquido positivo do bem 2 se ; eles geram um output líquido positivo de bem 1 se
. A matriz input-output A e a matriz são

Consequentemente, a matriz A é produtiva se e somente se . A Figura 5.AA.3(a)


ilustra um caso onde A é produtivo. A região sombreada representa os vetores dos outputs
líquidos que podem ser gerados usando os dois vetores atividade; note como os dois
vetores atividade podem abranger todo . Em contraste, na Figura 5.AA.3(b), a matriz A
não é produtiva: Nenhum vetor estritamente positivo de outputs líquidos pode ser
atingido executando as duas atividades em escalas não negativas. [Novamente, a região
sombreada representa os vetores que podem ser gerados usando os dois vetores de
atividade, aqui um conjunto do qual somente a intercessão com é o ponto (0, 0)].
Note também que quanto mais próximo é do valor 1, maiores são os níveis de atividade
requeridos para produzir qualquer vetor final de consumo.

Figura 5.AA.3 – O modelo de Leontief do Exemplo 5.AA.1.


(a) Produtivo ( ).
(b) Não produtivo ( )

O Modelo Leontief com Possibilidades de Substituição

Agora nos movemos para a consideração do modelo Leontief geral no qual cada bem pode
ter mais de uma atividade capaz de produzi-lo. Devemos ver que as propriedades do
modelo de não substituição permanece muito relevante para o caso mais geral onde
substituição é possível.

A primeira coisa a se observar é que a computação da função produção de um bem,


digamos, bem 1, agora se torna um problema de programação linear (veja a Sessão M.M
do Apêndice Matemático). De fato, suponha que é uma lista de
atividades elementares capazes de produzir bem 1 e que nos é dado níveis iniciais dos
bens 2, ..., L igual a . Então a produção possível máxima do bem 1 dado esses
inputs disponíveis é a solução para o problema

para todo

Também sabemos pela teoria de programação linear que as variáveis duais L – 1 (


) desse problema (no caso, os multiplicadores associados com as restrições L –
1) pode ser interpretado como as produtividades marginais dos inputs L – 1. Sendo mais
preciso, para qualquer , temos onde
e são, respectivamente, as derivadas parciais esquerda e direita de
em .

A Figura 5.AA.4 ilustra a unidade isoquanta para o caso no qual o bem 1 pode ser
produzido usando dois outros bens (bens 2 e 3) como inputs com duas possíveis atividades
e . Se o raio de inputs é ou maior que 2 ou menos que
1/2, uma das atividades descartadas é usada para eliminar qualquer excesso de inputs.

Para qualquer vetor , será conveniente escrever , onde


. Devemos assumir que nosso modelo Leontief é produtivo no
sentido de que há um vetor tecnologicamente viável tal que .

Uma implicação surpreendente da estrutura Leontief (retornos constantes, produtos


conjuntos, único fator primário) é que podemos associar com cada bem uma única técnica
ideal (que poderia ser uma mistura de várias das técnicas elementares correspondentes a
esse bem). O que isso significa é que as técnicas ideais (uma para cada output) dando
apoio a vetores de produção eficientes pode ser escolhido independentemente do vetor
de output particular que está sendo produzido (contanto que o output líquido de cada
bem produzível seja positivo). Desse modo, apesar da substituição ser possível a princípio,
a produção eficiente não requer substituição das técnicas enquanto os níveis de consumo
finais desejados mudam. Esse é o conteúdo do teorema de não substituição celebrado
(graças a Samuelson [1951]).

Figura 5.AA.4 - Unidade isoquanta da função produção do bem 1 no modelo de Leontief


com substituição.
Preposição 5.AA.2: (O Teorema de Não Substituição) Considere um modelo input-output
de Leontief produtivo com bens produtíveis L – 1 e atividades elementares para o
bem produzível . Então, existe atividades L – 1 com ,
possivelmente uma combinação linear não negativa de atividades elementares para o
bem produtor , tal que todos os vetores de produção eficiente com pode ser
gerado com essas atividades L – 1.

Prova: Considere como sendo um vetor de produção eficiente .


Generalizando, o vetor y deve ser gerado por uma coleção de atividades L – 1
(algumas dessas podem ser “misturas” das atividades originais)

funcionando em níveis de atividades ; no caso, .


Mostramos que qualquer plano de produção eficiente y’ com pode ser atingido
usando as atividades .

Já que é eficiente, existe um tal que y é maximizador de lucro com relação a


p (isso é da Preposição 5.F.2, como fortalecida por um modelo de atividade linear). De
para todo e

procede que para todo .

Considere agora qualquer outra produção eficiente com . Queremos


mostrar que y’ pode ser gerado das atividades . Denote por A a matriz
input-output associada com . Porque , ele surge da definição que A
é produtiva. Portanto, pela Preposição 5.AA.1, sabemos que existem níveis de atividades
tal que o vetor produção tem . Note que já
que para todo , devemos ter . Desse modo, y’’ é
maximizador de lucro para (lembre-se que os maximizadores de lucros para p são
zero) e então surge que y’’ é eficiente para a Preposição 5.F.1. Mas então temos dois
vetores de produção, y’ e y’’, com , e ambos são eficientes. Deve, portanto, ser
que . Consequentemente, concluímos que y’ pode ser produzido usando apenas as
atividades , que é o resultado desejado.

O teorema de não substituição depende criticamente da presença de apenas um fator


primário. Isso faz sentido. Com mais de um fator primário, a escolha ideal de técnicas
deveria depender dos preços relativos desses fatores. É lógico esperar que esses preços
relativos não vão ser independentes da composição da demanda final (por exemplo, se a
demanda se mover de bens agrícolas intensivos em direção de bens de trabalho intensivo,
esperaríamos que o preço do trabalho relativo ao preço agrícola crescesse). Mesmo assim,
é importante mencionar que o resultado de não substituição continua válido enquanto os
preços dos fatores primários não mudarem.

Para maiores estudos sobre o material discutido nesse apêndice, veja Gale (1960).

Referências

Exercícios

5.B.1 No texto.

5.B.2 No texto.

5.B.3 No texto.

5.B.4 Suponha que Y é um conjunto de produção, interpretado agora como a tecnologia de


uma única unidade de produção. Denote por a conclusão adicional de Y, no caso, o
menor conjunto de produção que é aditivo e contém Y (em outras palavras, é o
conjunto produção total se a tecnologia Y pode ser replicada um número arbitrário de
vezes). Represente para cada um dos exemplos de conjuntos de produção ilustrados
graficamente na Sessão 5.B. Em particular, note que para a típica tecnologia de retornos
decrescentes da Figura 5.B.5(a), a conclusão adicional viola a condição conclusiva (ii).
Discuta e compare com o caso correspondente a Figura 5.B.5(b), onde é fechado.

5.B.5 Mostre que se Y é fechado e convexo, e , então a livre disposição se


mantém.

5.B.6 Existem três bens. Os bens 1 e 2 são inputs. O terceiro, com quantidades denotadas
por q, é um output. Output pode ser produzido por duas técnicas que podem ser operadas
simultaneamente ou separadamente. As técnicas não são necessariamente lineares. A
primeira (respectivamente, a segunda) técnica é completamente especificada por
[respectivamente ], a quantidade mínima de input um (respectivamente dois)
suficiente para produzir a quantidade de output (respectivamente, ). As duas
funções e são crescentes e .
(a) Descreva o conjunto produção tridimensional associado com essas duas técnicas.
Assuma livre disposição.

(b) Dê condições suficiente em para o conjunto de produção demonstrar


aditividade.

(c) Suponha que os preços de input são e . Escreva as condições necessárias de


primeira ordem para a maximização de lucro e interprete. Sob quais condições de ,
as condições necessárias serão suficientes?

(d) Mostre que se e são estritamente côncavos, então um plano minimizador


de custo não pode envolver o uso simultâneo das duas técnicas. Interprete o significado do
requisito de concavidade e desenhe isoquantas no espaço duo dimensional de usos de
input.

5.C.1 No texto.

5.C.2 No texto.

5.C.3 Estabeleça propriedades (viii) e (ix) da Preposição 5.C.2. [Dica: A propriedade (viii) é
fácil; (ix) é mais difícil. Tente o caso de um input primeiro].

5.C.4 Estabeleça as propriedades (i) até (vii) da Preposição 5.C.2 para o caso no qual
existem múltiplos outputs.

5.C.5 Argumente que para a propriedade (iii) da Preposição 5.C.2 se manter, basta que
seja quase côncavo. Mostre que a quase concavidade de é compatível com os
crescentes retornos.

5.C.6 Suponha que é uma função de produção côncava com inputs L – 1 .


Suponha também que para todo e e que a matriz é definida
negativa em todo z. Use as condições de primeira ordem da empresa e o teorema da
função implícita para provas as afirmações seguintes:

(a) Um aumento no preço de output sempre aumenta o nível de maximização do lucro de


output.

(b) Um aumento em preço de output aumenta a demanda para algum input.

(c) Um aumento no preço de um input leva a uma redução na demanda para o input.

5.C.7 Uma empresa de tomada de preço produzindo um único produto com relação a
tecnologia q = encara preços p para seu output e para cada um
dos seus inputs. Assuma que é estritamente côncavo e crescente, e que
para todo . Mostre que para todo , as funções de
demanda fatorial satisfazem e para todo .
5.C.8 Corporação Alpha (CA) produz um único output q de dois inputs e . Lhe é
pedido para determinar a tecnologia de CA. Lhe são dadas 100 observações mensais. Duas
dessas observações mensais são mostradas na tabela a seguir:

Tendo em vista essas duas observações mensais, qual problema você irá encontrar ao
tentar concluir a sua tarefa?

5.C.9 Derive a função lucro e função fornecimento (ou correspondência) y(p) para as
tecnologias de um único output as quais a função produção são dadas por

para

5.C.10 Derive a função custo c(w, q) e as funções demanda fatorial condicional (ou
correspondências) z(w, q) para cada uma das seguintes tecnologias de retorno constante
de um output com funções produção dadas por

(inputs substituíveis perfeitos)

(tecnologia de Leontief)

(elasticidade constante de tecnologia de substituição)

5.C.11 Mostre que se e somente se o custo marginal em q está crescendo


em .

5.C.12 Vimos no fim da Sessão 5.B que qualquer Y convexo pode ser visto como uma
sessão de uma tecnologia de retornos constantes , onde a coordenada L + 1
está fixa no nível -1. Mostre que se é maximizadora de lucros em preços p, então
é maximizador de preços em , no caso, os lucros emergem como o preço do
input fixo implícito. O oposto também é verdade: se é maximizadora de lucro
a preços , então é maximizador de lucro em p e o lucro é .

5.C.13 Uma empresa de tomada de preço produz output q dos outputs e de acordo
com uma função de produção côncava diferencial . Os preços de seu output é p >
0, e os preços de seus inputs são . Porém, existem duas coisas comuns sobre
essa empresa. Primeiro, mais do que maximizar lucro, a empresa maximiza renda (o
gerente quer que sua empresa tenha maiores vendas de dólares do que qualquer outra).
Segundo, a empresa é limitada financeiramente. Em particular, tem apenas C dólares em
mãos antes da produção e, como resultado, seus gastos totais em inputs não podem
exceder C.

Suponha que um dos seus amigos econométricos te digam que ela usou observações
repetidas da renda da empresa sob vários preços de output, preços de input e níveis de
restrição financeira e determinou que o nível de renda da empresa R pode ser expressado
como a seguinte função das variáveis :

( e são escalar dos quais os valores ele te diz). Qual é o uso de input da empresa
quando os preços são e ela tem C dólares de dinheiro em caixa?

5.D.1 No texto.

5.D.2 No texto.

5.D.3 Suponha que a empresa pode produzir o bem L de inputs fatoriais L – 1 (L > 2). Os
preços fatoriais são e o preço de output é p. A função custo diferencial da
empresa é c(w, q). Assuma que essa função é estritamente convexa em q. Porém, apesar
de c(w, q) ser a função custo quando todos os fatores podem livremente se ajustar, o fator
1 não pode ser ajustado a curto prazo.

Suponha que a empresa está inicialmente no ponto onde é produzido seu nível de output
maximizador de lucro a longo prazo do bem L dado os preços q e p, q(w, p) [no caso, o
nível que é ideal sobre as condições de custo a longo prazo descritos por c(w, q)], e que
todos os inputs são ajustados idealmente [no caso, para todo
, onde é a função demanda de input a longo prazo]. Mostre que a
resposta de output maximizador de lucro da empresa a um crescimento marginal no preço
do bem L é maior a longo prazo do que a curto prazo. [Dica: Defina uma função de custo a
curto prazo que dá os custos minimizados de produção do nível de output q
dado que o input 1 está fixo no nível ].

5.D.4 Considere a empresa que tem um conjunto distinto de inputs e outputs. A empresa
produz M outputs: considere denotando um vetor de seus níveis de
output. Mantendo os preços fatoriais fixos, é a função de custo da empresa.
Dizemos que é sub aditiva para se para todo , não há forma de quebrar a
produção de quantidades entre várias empresas, cada uma com função custo
, e diminuindo os custos de produção. No caso, não existe conjunto de, digamos,
empresas J e coleção de vetores produção tal que e
. Quando é sub aditivo, é comum dizer que a indústria é um
monopólio natural porque a produção é a mais barata quando é feita por apenas uma
empresa.
(a) Considere o caso de um output, M = 1. Mostre que se exibe custos médios
decrescentes, então é subaditivo.

(b) Agora considere o caso de output múltiplo, M > 1. Mostre por exemplo que a seguinte
extensão de output múltiplo da suposição de custo médio decrescente não é suficiente
para ser sub aditivo:

exibe custo médio de raio decrescente se para qualquer para


todo k > 1.

(c) (Mais difícil) Prove que, se exibe custo médio de raio decrescente e é quase
convexo, então é sub aditivo. [Assuma que é contínuo, crescente e satisfaz C(0)
= 0].

5.D.5 Suponha que existem dois bens: um input z e um output q. A função de produção é
. Assumimos que exibe crescentes retorno a escala.

(a) Assuma que é diferencial. Os retornos crescentes de indicam que o produto


médio é necessariamente não decrescente no input? E o produto marginal?

(b) Suponha que existe um consumidor representativo com a função utilitária u(q) – z (o
sinal negativo indica que o input é tirado do consumidor). Suponha que é um
plano de produção que maximiza a utilidade do consumidor representativo. Argumente
matematicamente ou economicamente (desconsidere soluções limite) que a igualdade da
utilidade marginal e do custo marginal é uma condição necessária para esse problema de
maximização.

(c) Assuma que a existência de um consumidor representativo como em (b). “A igualdade


do custo marginal e da utilidade marginal é uma condição suficiente para um plano de
produção ser ideal”. Certo ou errado? Discuta.

5.E.1 Assumindo que cada é diferencial e que você já sabe que , dê


a prova de usando técnicas diferenciais.

5.E.2 Verifique que a Preposição 5.E.1 e sua interpretação não dependem de nenhuma
hipótese de convexidade nos conjuntos .

5.E.3 Assumindo que os conjuntos são convexo e satisfazem a propriedade de


livre disposição, e que é fechado, mostre que o último conjunto resulta
para todo .

5.E.4 Um output é produzido de dois inputs. Existem muitas tecnologias. Cada tecnologia
pode produzir até uma unidade de output (mas não mais) com fixos e proporcionais
requisitos de input e . Então uma tecnologia é caracterizada por , e
podemos descrever a população de tecnologias por uma função densidade .
Considere essa densidade como sendo uniforma no quadro [0, 10] x [0, 10].
(a) Dê os preços de input , resolve o problema de maximização de lucro de
uma empresa com características z. O preços de output é 1.

(b) Mais generalizado, encontre a função lucro para

e .

(c) Compute a função demanda de input agregado. Idealmente, faça isso diretamente e
cheque que a resposta está correta usando sua descoberta em (b); dessa forma você
também verifica (b).
(d) O que você pode dizer sobre a função de produção agregada? Se você fosse assumir
que a função lucro derivada em (b) é válida para e , o a função de
produção agregada sobreposta seria?

5.E.5 (M. Weitzman) Suponha que existe plantas de um único output J. o custo médio da
planta j é para . Note que o coeficiente é o mesmo para todas as
plantas, mas que o coeficiente pode ser diferente de planta para planta. Considere o
problema de determinar o plano de produção agregada minimizadora de custo para produzir
um output total de q, onde .

(a) Se para todo j, como o output deveria ser alocado entre as plantas J?

(b) Se para todo j, como o output deveria ser alocado entre as plantas J?

(c) E se para algumas plantas e para outras?

5.F.1 No texto

5.G.1 Considere sendo uma função produção único output único input. Suponha que os
donos têm utilidades quase lineares com o input da empresa como o numeráire.

(a) Mostre que uma condição necessária para consumidor-donos concordarem unanimemente
a um plano de produção z é que as ações de consumo entre os donos a preço p(z) coincidem
com as ações de donos.

(b) Suponha que as ações dos donos são idênticas. Comente as instruções conflitantes para
gerentes e como eles dependem do gosto do consumidor-dono para output.

(c) Com preferências idênticas e ações dos donos, argumente que os donos vão concordar
unanimemente em maximizar os lucros em termos de input. (Lembre-se que estamos
assumindo que preferências são quaselinereas com relação ao input; consequentemente o
numerárie é intrinsecamente determinado).

5.AA.1 Compute a função custo c(w, 1) e a demanda de input z(w, 1) para a função produção
na Figura 5.AA.4. Verifique que sempre que z(w, 1) é uni valorado, temos .
5.AA.2 Considere o modelo de input-output de Leontief sem substituição. Assuma que a matriz
input A é produtiva e que o vetor de requisitos fatoriais primários b é estritamente positivo.

(a) Mostre que para qualquer , o plano de produção

É eficiente.

(b) Fixando o preço do fator primário para ser igual a 1, mostre que qualquer plano de
produção com é maximizador de lucro em um único vetor de preços.

(c) Mostre que os preços obtidos em (b) tem a interpretação de quantidades do fator primário
diretamente ou indiretamente incorporados na produção de uma unidade de diferentes bens.

(d) (Mais difícil) Suponha que A corresponde a técnica escolhida por um teorema de não
substituição para um modelo que, em princípio, admite substituição. Mostre que cada
componente do vetor preço obtido de A em (c) é menor que ou igual ao componente
correspondente do vetor preço obtido de qualquer outra seleção de técnicas.

5.AA.3 Existem dois bens produzidos e trabalho. A matriz input-output é

Aqui, é a quantidade do bem requerido para produzir uma unidade do bem k.

(a) Considere e suponha que o vetor de coeficientes de trabalho é

Onde (respectivamente, ) é a quantidade de trabalho requerido para produzir


uma unidade do bem 1 (respectivamente, bem 2). Represente graficamente o
conjunto de produção possível (no caso, o local de produções possíveis) para os dois
bens se a disponibilidade total de trabalho é 10.
(b) Para os valor de e b em (a), compute os preços equilíbrio (normalize a renda
para igual a 1) das condições de maximização de lucro (assuma produção positivo dos
dois bens),
(c) Para os valores de e b em (a), compute a quantidade de trabalho diretamente ou
indiretamente incorporada na produção de uma unidade líquida do bem 1 (no caso,
disponível para consumo). Como essa quantidade se relaciona a resposta em (b)?
(d) Suponha que há uma segunda técnica para produzir o bem 2. Para

agora adicionamos
Levando as duas técnicas em contas, represente graficamente o local das quantidades
de bem 1 e de trabalho necessário para produzir uma unidade do bem 2 (assuma livre
disposição).
(e) No contexto de (d), o que o teorema de não substituição diz? Determine o valor de
no qual há uma mudança de técnicas ideais.

5.AA.4 Considere o modelo de atividade linear a seguir:

(A) Para cada um dos seguintes vetores input-output, cheque se eles pertencem ou não ao
conjunto de produção agregada. Justifique sua resposta:

(B) O vetor input-output y = (0, -5, 5, 0) é eficiente. Prove isso encontrando um A para o
qual y é maximizador de lucro.
(C) O vetor input-output y = (1, -1, 0, 0) é viável, mas não é eficiente. Por que?

5.AA.5 [Esse exercício foi inspirado por um exercício de Champsaur e Milleron (1983)]. Existem
quatro commodities indicado por . A tecnologia de uma empresa é descrita por
oito atividades elementares . Com a convenção de sinal usual, os valores
numéricos dessas atividades são

Assume-se que qualquer atividade pode ser operada a qualquer nível não negativo e
que todas as atividades podem operar simultaneamente em qualquer escala (no caso, para
qualquer , a produção é viável).

(a) Defina o conjunto de produção correspondente Y e mostre que ele é convexo.


(b) Verifique a propriedade nenhuma refeição gratuita.
(c) Verifique que Y não satisfaz a propriedade de livre disposição. A propriedade de livre
disposição seria satisfeita se adicionássemos novas atividades elementares a lista.
Como você as escolheria (dado valores numéricos específicos)?
(d) Mostre por comparação direta de com , com , com e com
que quatro das atividades elementares não são eficientes.
(e) Mostre que e são ineficientes tendo exibido duas combinações lineares
positivas de e que dominam e , respectivamente.
(f) Você poderia arriscar uma descrição completa de um conjunto de vetores de produção
eficiente?
(g) Suponha que as quantidades de quatro bens disponíveis como recursos iniciais para a
empresa e

Sujeito as limitações no uso liquido de recursos, a empresa está interessada em


maximizar a produção liquida do terceiro bem. Como você organizaria o problema
como um programa linear?
(h) Usando todos os insights que você adquiriu no conjunto de vetores de produção
eficiente, você pode resolver o problema de otimização em (g)? [Dica: Isso pode ser
feito graficamente].

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