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NORMA DE DISTRIBUIÇÃO UNIFICADA – NDU-007

CRITÉRIOS BÁSICOS PARA ELABORAÇÃO DE


PROJETOS DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO AÉREAS
RURAIS
APROVAÇÃO

______________________
Júlio César Ragone Lopes
Diretor Corporativo de Engenharia e Construção – DCEC
Grupo Energisa

______________________
Carlos Marcio Ferreira
Vice-Presidente de Distribuição – VPD
Grupo Energisa

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
2. APLICAÇÃO ................................................................................................................ 1
3. TENSÕES DE FORNECIMENTO................................................................................. 1
4. DEFINIÇÕES ................................................................................................................ 2
5. CONSIDERAÇÕES GERAIS ....................................................................................... 6
6. PLANEJAMENTO ........................................................................................................ 8
6.1. PLANEJAMENTO DA REDE ......................................................................................... 8
6.2. CONFIABILIDADE ...................................................................................................... 8
6.3. PROTEÇÃO DA REDE ................................................................................................ 9
6.4. CORREÇÃO DOS NÍVEIS DE TENSÃO .......................................................................... 9
6.5. DISPONIBILIDADE DE CARGA (ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA DE ATENDIMENTO) ........ 9
6.6. LEVANTAMENTO CADASTRAL..................................................................................... 9
6.7. TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE PASSAGEM ................................................................. 10
6.8. FICHA DE LEVANTAMENTO CADASTRAL .................................................................... 11
6.9. ESTIMATIVA DE DEMANDA ....................................................................................... 13
7. LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO .......................................................................... 14
7.1. IMPLANTAÇÃO DO TRAÇADO .................................................................................... 14
7.2. LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO ........................................................................ 17
7.3. DESENHO DA PLANTA E DO PERFIL .......................................................................... 22
8. TIPOS DE PROJETOS .............................................................................................. 25
8.1. PROJETO DE MELHORAMENTO ELÉTRICO ................................................................. 25
8.2. PROJETO DE NOVAS LOCALIDADES.......................................................................... 26
9. TENSÕES DE FORNECIMENTO............................................................................... 27
9.1. ESCOLHA DA TENSÃO E SISTEMA DE FORNECIMENTO................................................ 27
10. DIMENSIONAMENTO ELÉTRICO ............................................................................. 27
9.2. CARREGAMENTO .................................................................................................... 27
9.3. CÁLCULO DE QUEDA DE TENSÃO ............................................................................. 28
9.4. DESEQUILÍBRIO DE CARGA ...................................................................................... 29
11. CONDUTORES .......................................................................................................... 29
11.1. DISPOSIÇÃO DOS CONDUTORES .............................................................................. 29

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11.2. DISTÂNCIA VERTICAL ENTRE CONDUTORES DE CIRCUITOS DIFERENTES ..................... 30
11.3. DISTÂNCIA DE SEGURANÇA ENTRE DOIS CIRCUITOS PARALELOS EM ESTRUTURAS
DIFERENTES ..................................................................................................................... 30
12. DIMENSIONAMENTO MECÂNICO ........................................................................... 30
12.1. PROJETO EXECUTIVO ............................................................................................. 30
12.2. CONDIÇÕES BÁSICAS DE CÁLCULO .......................................................................... 32
12.3. ÁBACOS OU GRÁFICOS DE UTILIZAÇÃO DAS ESTRUTURAS ......................................... 33
12.4. GABARITOS ........................................................................................................... 34
12.5. LOCAÇÃO DAS ESTRUTURAS EM PLANTA E PERFIL .................................................... 35
12.6. PROJETO DE DERIVAÇÃO DE RAMAL ........................................................................ 38
13. CONTROLE DE TENSÃO .......................................................................................... 40
13.1. ESCOLHA DO PLANO DE CONTROLE DE TENSÃO ....................................................... 40
14. PROTEÇÃO ............................................................................................................... 41
14.1. PROTEÇÃO CONTRA SOBRETENSÃO ........................................................................ 41
14.2. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE PARA-RAIOS .............................................................. 41
14.3. LOCALIZAÇÃO DOS PARA-RAIOS .............................................................................. 41
14.4. PROTEÇÃO CONTRA SOBRECORRENTE .................................................................... 42
14.5. CHAVES FUSÍVEIS E ELOS FUSÍVEIS ........................................................................ 42
15. SELEÇÃO DE CHAVES ............................................................................................ 43
16. CRITÉRIOS DE INSTALAÇÃO DE CHAVES ............................................................ 44
16.1. CHAVES-FACA UNIPOLARES PARA OPERAÇÃO EM REGIME DE CARGA......................... 44
16.2. CHAVES-FACA UNIPOLARES PARA OPERAÇÃO EM REGIME SEM CARGA ...................... 44
17. DIRETRIZES DE CONSTRUÇÃO .............................................................................. 44
17.1. LIMPEZA DE FAIXA .................................................................................................. 45
17.2. SECCIONAMENTO DE CERCAS ................................................................................. 46
17.3. REATERRO ............................................................................................................ 46
17.4. COMPACTAÇÃO ...................................................................................................... 46
17.5. LEVANTAMENTO E MONTAGEM DAS ESTRUTURAS ..................................................... 47
17.6. LANÇAMENTO E INSTALAÇÃO DE CONDUTORES ......................................................... 47
17.7. INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO E MANOBRA ..................................... 47
18. ATERRAMENTO ........................................................................................................ 48
18.1. ESTRUTURAS ......................................................................................................... 48
18.2. PARA-RAIOS .......................................................................................................... 48
18.3. TRANSFORMADORES .............................................................................................. 48
18.4. CERCAS ................................................................................................................ 49
19. NOTAS COMPLEMENTARES ................................................................................... 49

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20. HISTÓRICO DE VERSÕES DESTE DOCUMENTO .................................................. 49
21. APÊNDICE A ............................................................................................................. 50
22. APÊNDICE B ............................................................................................................. 67
23. APÊNDICE C ........................................................................................................... 112
24. ANEXO 01 - INSTRUMENTO PARTICULAR DE CONSTITUIÇÃO DE SERVIDÃO
(PJ) E (PF)....................................................................................................................... 118
25. ANEXO 02 - FICHA DE LEVANTAMENTO CADASTRAL RURAL ........................ 123
26. ANEXO 03 - DADOS DA PROPRIEDADE .............................................................. 125
27. ANEXO 04 - PLANO BÁSICO DE ZONA DE PROTEÇÃO DE AERÓDROMO ...... 126
28. ANEXO 05 - CADERNETA DE CAMPO .................................................................. 128
29. ANEXO 06 – SIMBOLOGIA ..................................................................................... 130
30. ANEXO 07 - FORMATOS PADRONIZADOS .......................................................... 132
31. ANEXO 08 - DADOS TÉCNICOS DE TRAVESSIA ................................................ 134
32. ANEXO 10 - CÁLCULOS ELÉTRICOS ................................................................... 135
33. ANEXO 11 - CÁLCULOS DE QUEDA DE TENSÃO ............................................... 136
34. ANEXO 12 - COEFICIENTES DE QUEDA DE TENSÃO UNITÁRIO CONDUTORES
DE ALUMÍNIO CAA ........................................................................................................ 138
35. ANEXO 13 - DISTÂNCIA EQUIVALENTE ............................................................... 139
36. ANEXO 14 - ÁBACOS DE UTILIZAÇÃO DE ESTRUTURAS ................................. 140
37. ANEXO 15 - GABARITOS PARA VÃOS CONTÍNUOS E ANCORADOS ............... 141
38. ANEXO 16 - MEMORIAL TÉCNICO DESCRITIVO ................................................. 146
39. ANEXO 17 - PROJETO COM LOCAÇÃO DIRETA ................................................. 148
40. ANEXO 18 - TABELA 10 - ELOS FUSÍVEIS DOS TRANSFORMADORES ........... 149
41. ANEXO 19 - AUTORIZAÇÃO PARA TOMADA DE ENERGIA ............................... 150
42. ANEXO 20 - TERMO DE DOAÇÃO ......................................................................... 151
43. ANEXO 21 - TERMO DE MANUTENÇÃO DE REDE .............................................. 154
44. ANEXO 22 - PLANILHA DE MATERIAIS ................................................................ 156
45. ANEXO 23 - SOLICITAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO DE OBRA ................................. 157
46. ANEXO 24 - MEDIÇÃO DA RESISTIVIDADE DO SOLO ........................................ 158

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1. INTRODUÇÃO

Essa norma visa estabelecer diretrizes, critérios, limites e condições gerais para
elaboração de projetos de Redes de Distribuição de Media Tensão (LDMT) aéreas em
meio rural, nas áreas de concessão das empresas do Grupo Energisa, de modo a
assegurar as boas condições técnico-econômicas das instalações e a qualidade do serviço
de energia elétrica.

Estabelece também os requisitos técnicos mínimos ao atendimento a pedidos de


extensão de Redes de distribuição de média tensão de energia elétrica, em áreas fora do
perímetro urbano das sedes municipais e dos aglomerados populacionais, nas áreas de
concessão das empresas do Grupo Energisa, quando de interesse e iniciativa de terceiros,
de modo que as instalações sejam aprovadas e energizadas pelas empresas do Grupo
Energisa, fazendo parte integrante imediata do sistema de distribuição das empresas
concessionárias.

2. APLICAÇÃO

A presente Norma aplica-se a projetos de implantação de Redes novas, reformas e


extensões de Redes de Distribuição de Média Tensão (LDMT) aéreas, nas tensões
nominais primárias de 11,4 kV a 34,5 kV, conforme cada Empresa do Grupo Energisa.

São apresentados os critérios básicos para levantamento de carga,


dimensionamento elétrico e mecânico, proteção, interligação, seccionamento, além de
metodologia para elaboração e apresentação de projetos.

Os critérios aqui estabelecidos aplicam-se nas áreas de Comercialização,


Distribuição e de Serviços Técnicos, e valem tanto aos projetos executados pela Energisa,
como aos projetos particulares.

3. TENSÕES DE FORNECIMENTO

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Esta padronização se aplicará em redes de distribuição tanto de características
urbanas como rurais, para circuitos monofásicos, bifásicos e trifásicos, nas tensões
primárias e secundárias de acordo com as Concessionárias de Energia do grupo Energisa:

Tensão Primária
TENSÃO (KV) Empresa
34,5 / 19,9 EMS EMT ESS ETO
22,0 / 12,7 EMG
13,8 / 7,96 EBO EMS EMT EPB ESE ESS ETO
11,4 / 6,58 EMG ENF ESS

Tensão Secundária
Tensão (V) Empresa
440 / 220 ETO
380 / 220 EBO ENF EPB ETO
254 / 127 EMT ESS
230 / 115 ESS
220 / 127 EMG EMS ESE ESS

Legenda:
EBO – Energisa Borborema
EMG – Energisa Minas Gerais
EMS – Energisa Mato Grosso do Sul
EMT – Energisa Mato Grosso
ENF – Energisa Nova Friburgo
EPB – Energisa Paraíba
ESE – Energisa Sergipe
ESS – Energisa Sul Sudeste (compostas pelas concessionárias: Caiuá Distribuição de Energia S.A.,
Companhia Força e Luz do Oeste, Companhia Nacional de Energia Elétrica, Empresa de Distribuição de
Energia Elétrica Vale Paranapanema S.A. e Empresa Elétrica Bragantina.)
ETO – Energisa Tocantins

4. DEFINIÇÕES

 Alimentador de Distribuição - Parte de uma rede primária numa


determinada área de uma localidade que alimenta, diretamente ou por intermédio de seus
ramais, transformadores de distribuição da concessionária e/ou de consumidores.

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 Alimentador Exclusivo - Alimentador de distribuição sem derivações ao
longo de seu percurso que atende somente a um ponto de entrega.
 Carga Instalada - Somatório das potências nominais de uma unidade
consumidora, excluindo-se os equipamentos de reserva.
 Chave de Proteção ou Chave Fusível de Distribuição – É a chave utilizada
com a finalidade básica de proteção dos circuitos primários de distribuição e/ou de
equipamentos neles instalados, desligando automaticamente os circuitos ou equipamentos
que estejam sob condições de defeito ou sobtensão ou correntes anormais, baseado em
princípio térmico, através de sobreaquecimento e fusão de um elo condutor fusível quando
atingido o limite de corrente pré-estabelecido.
 Chave de Manobra ou Chave Seccionadora Tipo Faca - É a chave
utilizada com a finalidade básica de seccionamento ou restabelecimento de circuitos, em
condições normais, para fins de manobras como transferências de cargas, desligamentos
de circuitos, etc., através de fechamento ou abertura de um componente em forma de
barra metálica basculante condutora, e operado mecanicamente com auxílio de vara de
manobra.
 Concessionária ou Permissionária de Distribuição de Energia Elétrica -
Agente titular de concessão ou permissão Federal para prestar o serviço público de
energia elétrica, referenciado, doravante, apenas pelo termo “Concessionária”.
 Consumidor Atendido - Titular de Unidade Consumidora atendida
diretamente por sistema da Concessionária, conforme regulamentação da Agência
Nacional de Energia Elétrica-ANEEL.
 Consumidores Especiais - Consumidores cujas cargas ocasionam
flutuações de tensão na Rede, necessitando, portanto, de uma análise específica para o
dimensionamento elétrico da mesma.
 Consumo - Quantidade de energia elétrica (kWh) absorvida em um dado
intervalo de tempo.
 Demanda - Soma das potências elétricas (KVA ou KW) instantâneas médias
solicitadas por consumidores, durante um período de tempo especificado.

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 Demanda Diversificada - Demanda média de um consumidor em um grupo
de consumidores de mesma classe, tomando em conjunto à soma das demandas
máximas individuais, dividida pelo número de consumidores considerados.
 Demanda Máxima - Maior demanda verificada durante um período de tempo
especificado.
 Derivação de Distribuição - Ligação feita em qualquer ponto de uma Rede
de distribuição para um alimentador, ramal de alimentador, transformador de distribuição
ou ponto de entrega.
 Estrutura Ancorada - Suporte na qual é feita a ancoragem de todos os
condutores de dois vãos contínuos de uma Rede.
 Estrutura de Apoio - Estrutura que suporta os condutores e/ou estais
componentes de uma Rede aérea.
 Estai - Cabo destinado a assegurar ou reforçar a estabilidade de um suporte
de Rede aérea, transferindo esforços para outra estrutura, contrapôs-te ou âncora.
 Fator de Agrupamento de Medidores - Esse fator leva em consideração a
diversificação das cargas e a coincidência das demandas máximas dos consumidores
individuais da edificação de uso coletivo, que definirão a demanda dessa edificação.
 Fator de Carga – É a razão da demanda média pela demanda máxima
ocorrida no mesmo intervalo de tempo especificado.
 Fator de Coincidência ou Simultaneidade - Relação entre a demanda
simultânea máxima de um conjunto ou determinado grupo de consumidores, e a soma das
demandas máximas individuais, ocorridas no mesmo intervalo de tempo especificado. É
calculado ainda, pelo inverso do fator de diversidade.

Fc = 1 / Fdi

 Fator de Demanda - Razão da demanda máxima pela carga instalada do


sistema ou da instalação considerada.

FD = Dmáx. / Cinst

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 Fator de Diversidade - Razão entre a soma das demandas máximas
individuais de um determinado grupo de consumidores e a demanda máxima real total
desse mesmo grupo, a razão entre a demanda máxima de um consumidor e a sua
demanda diversificada.

Fdi = Dmáx. indiv. / Dd

 Fator de Potência - Razão entre a potência ativa (kW) e a potência aparente


(kVA) da instalação.
FP = P ativa / P aparente

 Fator de Utilização - Razão da máxima demanda verificada pela capacidade


nominal de um sistema.

 Flecha - Maior distância, em um vão de Rede aérea, entre um condutor e a


reta que passa por seus pontos de fixação, medida em condições específicas.

 Rede Primária - Parte de uma Rede de distribuição que alimenta


transformadores de distribuição e/ou pontos de entrega sob a mesma tensão primária
nominal.
 Rede de Distribuição Aérea Rural (RDR) - Parte integrante do sistema de
distribuição implantado, na sua maior parte, fora do perímetro urbano de cidades, distritos
e vilas.
 Rede Secundária - Parte de uma Rede de Distribuição Aérea alimentada
pelo secundário do transformador de distribuição.
 Queda de Tensão - Diferença entre as tensões elétricas existentes em dois
pontos distintos de um circuito, percorrido por corrente elétrica, observadas no mesmo
instante.
 Ramal de Alimentador - Parte de um alimentador de distribuição que deriva
diretamente do tronco do alimentador.
 Sistema de Distribuição - Parte de um sistema de potência destinado ao
transporte e distribuição de energia elétrica, a partir do barramento secundário de uma
subestação (onde termina a transmissão ou subtransmissão), até os pontos de consumo.

 Sistema Radial - Sistema ou parte de um sistema de potência no qual, em


condições normais de operação, só pode haver fluxo de energia em um único sentido.

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 Subestação de Distribuição - Subestação abaixadora e/ou elevadora de
tensão da qual derivam os alimentadores de distribuição.
 Tensão Primária de Distribuição - Tensão disponibilizada no sistema
elétrico da concessionária, com valores padronizados iguais ou superiores a 1 kV.
 Transposição - Permutação da posição relativa dos condutores de uma
Rede elétrica.
 Tronco do Alimentador - Parte de um alimentador de distribuição que
transporta a parcela principal da carga total. Normalmente é constituído por condutor de
bitola mais elevada, caracterizado por um dos seguintes fatores:
o Transporte do total ou de parcela ponderável da carga servida pelo
alimentador;
o Alimentação ao principal consumidor do alimentador;
o Interligação com outro alimentador, permitindo transferência de carga
entre os alimentadores.
 Vão - Distância horizontal entre dois suportes consecutivos de uma Rede
aérea.
 Vão Básico do Gabarito - Vão adotado na elaboração da tabela de flechas,
a partir da tração horizontal correspondente, para construção do gabarito.
 Vão Ancorado - Vão compreendido entre duas estruturas de ancoragem.
 Vão Contínuo - Série de 02 (dois) ou mais vãos compreendidos entre
estruturas de ancoragem.

 Vão Regulador - Vão fictício, mecanicamente equivalente a uma série de


vãos contínuos, compreendidos entre estruturas ancoradas, e que serve para a definição
do valor do vão para tração de montagem.

5. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Os critérios aqui estabelecidos se aplicam tanto a projetos particulares como os


executados pela Energisa, através do Departamento de Engenharia e Construção. Servem
ainda, para fornecer aos proponentes os elementos necessários à preparação e
apresentação de propostas para elaboração dos serviços aqui especificados, sempre que
citada explicitamente como parte integrante das Normas Gerais de Licitação.

Toda obra de implantação, de reforma ou ampliação de Rede de Distribuição Rural


(RDR) deve ser precedida do respectivo projeto executivo.

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Todo projeto de Rede deve ser elaborado e executado em princípio pela
Concessionária. Entretanto, é permitida sua elaboração por entidades físicas ou jurídicas,
públicas ou particulares e sua execução por firmas jurídicas, desde que possuam
responsabilidade técnica de profissionais habilitados, devidamente registrados no CREA e
pautem a sua elaboração e execução dentro das Normas da Energisa e Legislação
Ambiental Federal e Estadual competentes. Todo projeto que não for elaborado pela
Energisa (obra particular) deve, antes de sua execução, ser submetido à análise e
aprovação desta. Nenhuma obra pode ser iniciada sem que o projeto tenha sido
previamente aprovado pela Energisa.

Os projetos devem ser realizados sempre por profissionais habilitados, e caso não
contenham a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) de execução de obra
registrada no CREA será emitida carta com ressalva indicando a necessidade de
reapresentação deste projeto com a respectiva ART de execução, no prazo máximo de 60
dias, para emissão de carta final de liberação do projeto para execução.

A declaração de carga apresentada no projeto deve ser assinada pelo proprietário e


ter firma reconhecida. Caso esta recomendação não seja atendida o projeto será devolvido
para correção.

Nos projetos deverão obrigatoriamente ser indicados os dados do interessado,


endereço de correspondência, telefone, e-mail, etc., acrescido de cópia recente de
documento que comprove o endereço como cópia de conta de telefone, água, IPTU ou
outro documento em nome do interessado.

A intervenção na Rede de distribuição da Energisa (conexão de Redes novas às


Redes existentes e implantação de novo poste sob Rede existente) somente poderá ser
efetuado por prepostos desta.

As cartas de aprovação de projetos particulares já irão conter a advertência de que


a inobservância dos termos acima implicara em notificação administrativa e denúncia
formal ao CREA.

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O orçamento para realização das intervenções projetadas será encaminhado em
até 30 dias junto com a aprovação definitiva do projeto.

Deverá ser apresentada aprovação ambiental para construção da Rede (quando


aplicável).

As notas e garantias dos fabricantes dos materiais aplicados na Rede deverão ser
entregues à Energisa no momento da fiscalização e deverão compor o projeto
encaminhado para cadastro.

Caso ocorra defeitos nos equipamentos/materiais durante o período de garantia o


fornecedor deverá ser acionado.

Tratando-se de Sistemas Monofilares com Retorno por Terra (MRT), devem ser
observadas as exigências específicas estabelecidas no Apêndice A.

6. PLANEJAMENTO

A elaboração de projeto deve ser precedida de estudos de planejamento,


elaborados segundo orientações específicas e consistindo das seguintes etapas:

6.1. Planejamento da Rede

Devem ser efetuados os levantamentos e estudos das características das cargas,


estimativa da demanda e análise das condições de fornecimento, proporcionados pelo
sistema atual em função do crescimento da carga. A partir dessa análise deve ser tomada
a decisão quanto à necessidade ou não de reforma da Rede existente ou a construção de
uma nova Rede.

6.2. Confiabilidade

Com base na configuração básica estabelecida para a Rede e visando proporcionar


uma confiabilidade dentro dos parâmetros adequados, devem ser definidos os pontos para
as interligações e as localizações das chaves para seccionamentos, de forma a permitir a
minimização do tempo e das áreas afetadas pelas interrupções durante os serviços de

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manutenção ou situações de emergência, bem como, nos casos de transferência de
cargas de uma Rede a outra mediante interligações.

6.3. Proteção da Rede

Devem ser definidos os tipos e as localizações dos equipamentos de proteção


contra sobrecorrentes e sobretensões, tais como, religadores automáticos, seccionadores
automáticos, chaves fusíveis e para-raios.

6.4. Correção dos Níveis de Tensão

Juntamente com o dimensionamento do condutor, devem ser analisada, técnica e


economicamente, as seguintes alternativas, dentro do horizonte de projeto, visando o
controle dos níveis de tensão ao longo do tempo:

 Troca de tap’s nos transformadores;

 Troca do condutor instalado no ano inicial;

 Instalação de religadores;

 Instalação de reguladores de tensão;

 Instalação de bancos de capacitores.

6.5. Disponibilidade de Carga (estudo de viabilidade técnica de


atendimento)

A solicitação deve ser feita à área de Planejamento da Distribuição para a devida


apreciação e estudo de viabilidade técnica de atendimento.

6.6. Levantamento Cadastral

Consiste no levantamento físico e das características de carga dos consumidores


rurais, localizados em planta, para elaboração e viabilização de projetos de Redes de
Distribuição Rural.

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Todas as vias de acesso às propriedades, devem ser localizadas sequencialmente,
conforme forem sendo elaborados os cadastros. As distâncias e deflexões das estradas
devem ser informadas através de coordenadas “UTM” obtidas de equipamento rastreador
GPS (global positioning system).

Características marcantes do terreno devem ser anotadas em croquis, tais como:


córregos lagos; montanhas; florestas; cruzamento de estradas e outras Redes elétricas
existentes na região.

Devem ser delimitadas as unidades de conservação ambiental (mananciais,


reservas florestais, etc.), os aglomerados (cidades, vilas, etc.), as obras de engenharia
(rodovias, ferrovias, aeródromos, etc.), pedreiras, sítios arqueológicos, etc., atendendo as
exigências dos órgãos ambientais, Federal e Estadual.

Todas as propriedades cadastradas devem ser locadas e numeradas


sequencialmente, conforme o número do cadastro.

Posteriormente, no escritório, as anotações de campo devem ser colocadas em


escala, para se tiver uma visualização bem aproximada da região cadastrada.

Utilizando-se das informações cadastradas no banco do geoprocessamento,


mapas, fotografias aéreas, plantas com localização das propriedades e outros, devem ser
preenchidos os seguintes documentos:

 Termo de Autorização de Passagem (Anexo 01)

 Ficha de Levantamento Cadastral Rural (Anexo 02)

6.7. Termo de Autorização de Passagem

Por ocasião do cadastramento, deve ser obtida dos proprietários a assinatura do


"Termo de Autorização de Passagem” (Anexo 01).

A “Autorização de Passagem” deve ter Firma Reconhecida do proprietário das


terras por onde deve passar a RDR.

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6.8. Ficha de Levantamento Cadastral

Devem ser cadastradas todas as propriedades da região que estejam dentro da


área de abrangência do projeto, utilizando-se uma ficha para cada propriedade,
independente de pertencer a um mesmo proprietário, devendo-se proceder do mesmo
modo, se houver mais de um ponto de entrega para a mesma propriedade.

O levantamento deve ter início na propriedade mais próxima da Rede Tronco Rural,
de modo que a sequência de numeração das fichas corresponda ao afastamento do
tronco.

Devem ser caracterizadas as atividades principais desenvolvidas na propriedade


tais como: pecuária de corte, pecuária leiteira, agricultura (tipos), suinocultura, fruticultura,
horticultura, devendo ser indicados também outros tipos de atividades tais como:
reflorestamento, recreio, posto de gasolina, comércio, indústria, etc., e o valor de mercado
da propriedade, conforme Anexo 03;

Devem ser relacionados todos os aparelhos eletrodomésticos e eletromecânicos


que o proprietário possua ou pretenda instalar, anotando-se as quantidades e as potências
em Watts (Ver tabela 001 NDU 001) de cada equipamento, a potência total e a demanda
nas colunas correspondentes da Ficha de Levantamento Cadastral, conforme Anexo 02.

 Projeto com Alimentação de Novas Localidades

Uma nova localidade é considerada para efeito de projeto, como único bloco de
carga e pode possuir ou não serviço de energia elétrica.

a) No caso de existir Serviço de Energia Elétrica

Neste caso, devem ser levantados os dados das cargas instaladas levando em
conta a existência de projetos para reforma de Rede, projetos para atendimento de novas
áreas, de atendimento a consumidores grandes ou especiais. No caso de não existir
Serviço de Energia Elétrica

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Todos os dados necessários à definição de carga instalada devem ser baseados
em estimativa. É importante o grau de confiabilidade do cadastramento das propriedades
existentes. Devem ser pesquisados, o grau de urbanização das áreas de interesse, o tipo
provável de ocupação e as perspectivas de crescimento, para que se possa definir a carga
a ser considerada.

 Projeto sem Alimentação de Novas Localidades

Todo projeto de Rede de distribuição rural tem como objetivo principal, atender a
um maior número de consumidores. É imperioso que todas as cargas potenciais devam
ser consideradas por ocasião do dimensionamento elétrico. Podem-se resumir nas
seguintes, as situações possíveis de serem encontradas para consideração de carga:

a) Cargas individualizadas por propriedades isoladas, aleatoriamente


distribuídas ao longo do caminhamento e dentro da faixa de influência do traçado
caracterizando as propriedades rurais;

b) Núcleos populacionais ou aglomerações de propriedades, juridicamente


organizados ou simplesmente dispostos, identificando comunidades rurais ou
povoações;

c) Cargas Especiais

As cargas a considerar nestes casos devem ser fundamentadas no levantamento


cadastral realizado de modo a avaliar a real necessidade de carga a ser instalada.

O dimensionamento da potência do transformador deve ser feito considerando-se a


demanda da carga total somada com a demanda das cargas especiais. Na determinação
do transformador para atender dois ou mais consumidores, devem ser adotados, como
critério básico, o ponto de entrega de energia dos consumidores que deve estar localizado
a uma distância máxima de 160 metros da Estação Transformadora, obedecendo à queda
de tensão admissível.

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Para as cargas especiais, além dos dados básicos acima, deve ser anotada a
existência de aparelhos que possam ocasionar oscilações de tensão na Rede ou outro tipo
de influência considerada anormal.

d) A classificação do consumidor como “carga” está vinculada às condições


gerais de fornecimento, em vigor na Empresa.

e) O croqui proveniente do levantamento cadastral dá origem ao Mapa Chave,


desenhado em Auto CAD, no formato A1, escala 1:25000, contendo a localização, número
do cadastro e potência a ser instalada para cada propriedade rural. O levantamento
cadastral deve ser obtido com o uso do equipamento rastreador GPS (global positioning
system).

6.9. Estimativa de Demanda

Dependendo das condições da área considerada, recomenda-se que seja efetuada


previsão da demanda para 10 anos.

A estimativa da taxa anual de crescimento de carga deve ser baseada no índice de


crescimento do consumo característico da região. O fator de multiplicação para
determinação de demanda no final do período, em função da taxa de crescimento, consta
na tabela a seguir:

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TABELA 2 - FATOR DE MULTIPLICAÇÃO PARA
DETERMINAÇÃO DA DEMANDA NO FINAL DO
PERÍODO EM FUNÇÃO DE CRESCIMENTO

Taxa de
Período (anos)
Crescimento Anual
%
5 10 15
1 1,051 1,105 1,161
2 1,104 1,219 1,346
3 1,159 1,344 1,558
4 1,217 1,480 1,801
5 1,276 1,629 2,079
6 1,338 1,791 2,397
7 1,403 1,967 2,759
8 1,469 2,159 3,172
9 1,539 2,367 3,642
10 1,611 2,594 4,178

7. LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO

O levantamento topográfico deve ser dividido em três etapas distintas:

 Implantação do traçado;
 Levantamento planialtimétrico;
 Elaboração dos desenhos.

7.1. Implantação do Traçado

A escolha do traçado é a fase mais importante da execução do projeto, pois dele


depende a melhor solução, mecânica, econômica, ambiental e operacional da RDR.
A implantação do traçado deve ser baseada no desenho de Mapas Chave,
elaborado por ocasião do levantamento cadastral.
Devem ser pesquisados, estudados e analisados todos os fatores que influenciam
no projeto, dentre os quais, entre outros, citam-se:
 Não existindo rodovias para serem tomadas como diretrizes do traçado, deve-se
optar o mais possível pela linha reta;
 Existindo rodovias para serem tomadas como diretrizes, o traçado deve ser, em
princípio, o mais próximo e paralelo possível de uma das margens das referidas
rodovias;

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 No caso das rodovias escolhidas como diretrizes terem as faixas bem definidas,
o traçado deve, em princípio, desenvolver-se totalmente dentro das respectivas
faixas e distante, no máximo, 1,5m da cerca limítrofe. Neste caso, devem ser
obedecidas as normas próprias de ocupação dos órgãos responsáveis pela
rodovia (DNIT, Órgãos Estaduais e Prefeituras Municipais).
 No caso das estradas escolhidas como diretrizes terem faixas não definidas ou
faixas muito estreitas, o traçado deve ter um afastamento mínimo da margem
das mesmas, sem o prejuízo de uma possível ampliação da pista.
 O traçado pode afastar-se da diretriz escolhida, sempre que necessário. No caso
da diretriz ser uma rodovia, o traçado pode afastar-se ou mesmo cruzá-la a fim
de cortar as curvas ou desviar obstáculos;
 No caso da diretriz ser uma rodovia, é conveniente que o afastamento da RDR
não seja superior a 50m, para não dificultar o acesso à Rede;
 O traçado, sempre que possível, deve contornar os seguintes tipos de
obstáculos naturais ou artificiais:
a) Canaviais;
b) Mato denso;
c) Áreas reflorestadas ou áreas reservadas para reflorestamento;
d) Cafezais;
e) Pomares;
f) Lagoas, lagos, represas, açudes;
g) Locais impróprios para fundação;
h) Erosões;
i) Terrenos muito acidentados;
j) Terrenos com inclinações transversais superior a 50%;
k) Picos elevados;
l) Locais onde normalmente são detonados explosivos;
m) Loteamento e terrenos muito valorizados;
n) Benfeitorias em geral;
o) Aeródromos;
p) Outros não mencionados, mas que, a critério do topógrafo e / ou projetista,
mereçam ser contornados.

 O traçado deve considerar como de preservação permanente, as áreas e / ou


vegetação situadas nos seguintes locais:
a) Ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água;
b) Ao redor das lagoas, lagos e reservatórios d'água naturais ou artificiais;
c) Nas nascentes permanentes ou temporárias incluindo os olhos d'água seja
qual for sua situação topográfica;
d) No topo de morros, montes, montanhas e serras;

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15
e) Nas bordas dos tabuleiros ou chapadas;
f) Nas encostas ou partes destas;
g) Nas cavidades naturais subterrâneas.

 Quando a passagem por estas áreas for inevitável, deve ser objeto de consulta a
Órgão Estadual Competente e qualquer prosseguimento aos serviços sem a
prévia consulta, deve correr por conta e risco da Empreiteira e do proprietário.
 Caso o traçado tenha que forçosamente atravessar loteamento ou terrenos
muito valorizados, deve-se aproveitar o mais possível os arruamentos,
procurando desta forma, minimizar as desapropriações;
 O traçado não pode passar sobre qualquer tipo de edificação;
 Caso o traçado tenha que se aproximar muito de aeródromos deve ser
observado o plano básico de zonas de proteção regulamentado pelo Capitulo III
do Código Brasileiro do Ar (Anexo 04).
 O número de ângulo do traçado e seus valores devem ser reduzidos ao mínimo
indispensável para a boa execução do traçado, para não implicar em estruturas
especiais que oneram o custo do projeto;
 Os ângulos devem ficar sempre que possível afastado das margens das
estradas de uma distância mínima igual a 1,5 vezes a altura da estrutura,
devendo ser previstos em pontos de maior elevação do terreno;
 Deve-se também cuidar para que as travessias sobre a rodovia restrinjam-se ao
mínimo possível, principalmente as travessias que implicam em estruturas
especiais.
 Em todas as travessias necessárias ao desenvolvimento do traçado devem ser
locados ângulos os mais próximos possíveis de 90 graus, com relação ao eixo a
ser atravessado.
 Relação das principais travessias que podem ocorrer com ferrovias, rodovias
(federal, estadual e municipal), Redes de distribuição, Redes e Redes de
telecomunicações, sinalização e controle, Redes de transmissão, vias
navegáveis, oleodutos, gasodutos e adutoras. Os ângulos mínimos permitidos
entre o traçado e o eixo do elemento a ser atravessado, bem como as distâncias
horizontais e as alturas de segurança mínimas permitidas devem ser obtidas
através de consulta às Normas dos órgãos competentes.
 No caso de travessias de Redes e Redes em geral, o traçado deve ser lançado
de modo a permitir que a Rede de tensão mais alta fique sempre em nível
superior ao de tensão mais baixa e que possam ser satisfeitas as distâncias
mínimas de segurança;

NOTA: No caso em que as duas estruturas da Rede de Transmissão (RT) no vão


considerado sejam de suspensão, deve-se considerar o acréscimo da parcela de 0,02b

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


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aos valores acima, sendo b a distância horizontal (metros) entre o eixo da Rede inferior e
as estruturas mais próximas da RT superior.

 No caso de travessias de rios, canais, córregos, ravinas, etc., deve-se de


preferência, lançar o traçado em barrancas ou em locais pouco afetados por
inundações, para não onerar o custo do projeto;
 O traçado deve ser tal que, permita a existência de uma faixa livre, a partir do
eixo, com 10m para cada lado, perfazendo 20m de largura. Eventualmente, desde
que exista alguma razão especial, a largura da faixa pode ser alterada a critério
da fiscalização;
 No caso de ocupação de faixas de rodovias, o traçado deve atender
rigorosamente as normas próprias dos órgãos responsáveis pelas mesmas.
 No caso de ocupação da faixa de Redes de transmissão da própria
concessionária, em especial nas proximidades de subestações congestionadas,
os setores responsáveis devem ser consultados previamente;
 No caso de paralelismo com outras Redes de distribuição, bem como com Redes
de transmissão os setores responsáveis devem ser consultados.
 No caso de travessias sobre gasodutos, deve ser consultada a NBR12712 -
Projeto de Sistemas de Transmissão e Distribuição de Gás Combustível;
 Em obras contratadas pela Energisa, devem ser instalados marcos de concreto no
vértice e a cada 02 (dois) km em alinhamentos longos. Os marcos de concreto
devem ter a forma de um tronco de pirâmide de seção reta quadrada, com 50cm
de altura e bases superior e inferior com 10 e 20 cm de lado, respectivamente. Os
marcos de vértice devem ser denominados de MA para alinhamento e MV para os
vértices e numerados separadamente, em ordem crescente, a partir do MA = 0 e
MV = 1;
 Por ocasião do levantamento planialtimétrico, as estações que coincidam com os
marcos (caso dos vértices) devem ser numeradas normalmente com indicação no
croqui da correspondência entre os números do marco e da estação
correspondente;
 Em terrenos agrícolas mecanizáveis, os marcos devem ser protegidos com
mourões de madeira de modo a evitar que sejam danificados ou danifiquem
máquinas agrícolas.

7.2. Levantamento Planialtimétrico

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O levantamento do eixo da RDR deve ser feito tomando-se como base os pontos de
referência instalados ou definidos durante a implantação do traçado.
O levantamento planialtimétrico pode ser executado pelo sistema estadimétrico,
sendo as cotas do projeto, calculadas pelo sistema taquimétrico, tangencial, ou
geométrico; neste último caso, é necessário satisfazer a equação:

Fv – Fn = 0
Onde:
Fv - Somatória das visadas de Vante;
Fn - Somatória das visadas de Ré.

O levantamento da faixa e o nivelamento do perfil correspondente ao traçado


devem ser executados concomitantemente com o lançamento deste último no terreno.

A faixa a ser levantada deve ter, salvo instrução em contrário, 20m de largura,
sendo 10m para cada lado do traçado.

7.2.1. Levantamento de Dados Técnicos para Travessias

 Travessias de Estradas e Ferrovias

Devem constar todos os detalhes planialtimétricos, dados para identificação da estrada


inclusive rumos e nomes das localidades mais próximas por ela servida, posição
quilométrica do ponto de cruzamento a mais exata possível, cotas do eixo da estrada e
das cristas dos cortes ou pés de aterro, ângulos de cruzamentos e posições relativas das
cercas e postes das Redes telefônicas existentes e localidades adjacentes ao ponto de
cruzamento da RDR. No caso de ferrovia, indicar se a mesma é eletrificada.

Os ângulos de cruzamentos estabelecidos no item 7.1 somente podem ser adotados


se a distância entre os limites da faixa de domínio da rodovia, medida ao longo da RDR,
não exceder a 100m. Caso isto ocorra, deve ser alterado o traçado de modo a satisfazer
esta exigência.

 Travessias de Redes

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Devem constar situação de paralelismo ou pontos de cruzamento, posição e cotas
inclusive croqui com as dimensões principais, sua altura e altura dos cabos e fios mais
altos e mais baixos no ponto de cruzamento e nas estruturas adjacentes, tensão de
operação e as localidades mais próximas por ela servidas. Deve ser indicada a
temperatura ambiente no momento do levantamento das alturas dos condutores.

 Travessias de Rios

Devem ser levantadas as cotas do nível d’água normal e da enchente máxima. No


caso de rios navegáveis, a cota de enchente máxima deve ser a cota real, necessitando-
se, portanto, da amarração do eixo a um RN verdadeiro.
Informações sobre a navegabilidade dos rios podem ser adquiridas através dos
Órgãos Federais e Estaduais competentes.

7.2.2. Levantamentos Complementares


Os levantamentos complementares de acidentes na faixa ou nas suas imediações, que
possam interessar ao projeto da Rede de Distribuição Rural devem ser executados com
precisão de detalhamento compatíveis com cada caso. A seguir os casos mais comuns
com respectivos requisitos mínimos:

 Acidentes Isolados Importantes


Entram nesta categoria edificações, blocos de pedra, etc. Deve constar: posição relativa,
contorno aproximado, cota do topo e indicações de sua natureza;

 Cursos d'água

Entram nesta categoria, rios, córregos, ribeirões, etc. Deve constar: o sentido da
correnteza, sua denominação, nível d'água por ocasião do levantamento, bem como
estimativa provável da área inundável;

 Terrenos Impróprios para Fundação

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Entram nesta categoria, brejos, pântanos, erosões, terrenos pouco consistentes, rochas,
etc. Deve constar: posição relativa, delimitação e indicação de sua natureza;

 Tipo de Vegetação e Cultura

Entram nesta categoria: mato, cerrado, capoeira, pasto, pinheiral, cafezal, etc. Deve
constar: tipo de divisas e sua posição dentro da faixa;

 Tipo de Divisas de Propriedades

Entram nesta categoria: muros, cercas e valas divisórias, etc. Deve constar: tipo de divisas
e sua posição dentro da faixa;

 Nomes de Proprietários

Entre duas divisas consecutivas qualquer, deve sempre constar o nome do proprietário do
trecho de faixa a ser levantada.

 Outros Acidentes

Qualquer outro acidente de importância que interferir no desenvolvimento do traçado, deve


ser levantado. De modo geral, deve constar: posição e cotas relativas, alturas, delimitação
e indicação de sua natureza, conforme a importância que possa ter para o
desenvolvimento do traçado;

As cercas que cruzam a diretriz da RDR devem ter os mourões adjacentes ao eixo,
pintados de vermelho para facilitar localização futura.

 Levantamento Especial

Toda vez que houver necessidade de reproduzir um determinado acidente com maior
fidelidade, deve-se lançar mão de levantamento com maior precisão, geralmente na escala
1:1000, e desenhá-lo em planta, à parte, em papel branco de boa qualidade e a lápis.

 Caderneta de Campo

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20
As cadernetas de campo devem ser apresentadas conforme modelo do Anexo 05, e
conter, entre outros, os seguintes elementos:

a)Indicação do Norte Magnético amarrado ao marco zero do levantamento;

b)Todos os ângulos ou deflexões da RDR, medidos ou calculados;

c) O levantamento planialtimétrico do traçado e também o dos detalhes quando


necessário, acompanhado dos respectivos croquis.

d)Todos os elementos medidos no terreno e / ou calculados; cotas; distâncias


progressivas; distâncias horizontais e verticais; ângulos horizontais e verticais, sendo
que a numeração de estações e pontos intermediários deve obedecer ao estipulado
no levantamento planialtimétrico.

e)Assinatura com carimbo do profissional, devidamente credenciado no CREA, para


trabalhos desta modalidade técnica.

f) Vinculação ao projeto elétrico, da ART de topografia.

NOTA :Toda vez que o ângulo vertical for igual ou superior a 15 graus não devem ser
feitas leituras estadimétricas, para se evitar o erro de paralaxe.

Deve-se, entretanto, fazer duas leituras de fio médio em dois pontos diferentes da
estádia e os respectivos ângulos verticais, aplicando as seguintes fórmulas para distâncias
horizontais:

D (cotg a - cotg b) = Y - Y'


Onde:
D - distância horizontal;
a - ângulo zenital menor;
b - ângulo zenital maior;
y - leitura maior do Fm sobre a estádia;
y’ - leitura menor do Fm sobre a estádia.

Cota = ± D (± cotg a) + Ai - Fm + H

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Onde:
Ai - Altura do instrumento
Fm - Fio médio
H - Cota anterior

Os dados da Caderneta devem ser preenchidos em campo e seu original entregue


ao projetista. Não é recomendável “passar a limpo” a Caderneta, pois pode ser uma fonte
de erro no projeto.

Os cálculos nas Cadernetas devem ser efetuados com duas casas decimais.

 Planta do Traçado

Na planta devem ser indicados, a direção, o norte magnético, os detalhes de saída


e de chegada e todos os acidentes principais existentes nessa faixa, tais como: casas
(com nome do proprietário), córregos, estradas de ferro e de rodagem, Redes telefônicas,
telegráficas e de energia elétrica existentes, cercas, etc. A planta do traçado deve ser
desenhada na escala 1:25.000.

Quando a Rede tronco ou ramais derivarem de Rede existente, deve constar na


Planta do Traçado, trecho desta Rede, contendo os números das estruturas de derivação
e das adjacentes, bem como sua identificação (origem e destino, e vão entre as mesmas).

 Simbologia

A simbologia a ser observada para os trabalhos topográficos e para representação


gráfica em projetos deve ser a constante do Anexo 06.

7.3. Desenho da Planta e do Perfil

7.3.1. Escalas

A planta e o perfil devem ser desenhados em AutoCAD no formato A e escalas


1:5000 horizontal e 1:500 vertical, conforme modelo do Anexo 7 – Item 02

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


22
Para projetos com extensão inferior a 2.000m em planta, e planta e perfil, pode-se
utilizar outros formatos padrão ABNT, conforme Anexo 7 – Item 01

7.3.2. Planimetria

Na planimétrica devem constar, no mínimo, as seguintes informações:

 Indicação de estradas de rodagem, municipais, federais, estaduais, ferrovias,


hidrovias;
 Todas as Redes de transmissão, distribuição de energia e comunicações;
 Indicação de divisas das propriedades com os nomes dos respectivos
proprietários;
 Todas as culturas, tipos de vegetação e tipo de terreno;
 Detalhes dos pontos de saída, chegada e deflexão de Rede, inclusive suas
coordenadas geográficas em UTM, e no DATUM SIRGAS 2000 (para Energisa
Minas Gerais, Energisa Nova Friburgo, Energisa Paraíba, Energisa Borborema e
Energisa Sergipe) e no SAD 69 para as demais empresas do Grupo Energisa;
 Núcleos populacionais e edificações;
 Indicação do rumo ou azimute em todas as tangentes;
 Indicação das estacas do levantamento topográfico com as distâncias
progressivas acumuladas nas mesmas e as respectivas cotas;
 Indicação da existência de aeroportos;
 Indicação das cercas existentes, com o número de fios de que é composta.
(Exemplo: 4FF = 4 fios de arame farpado e 4FL = 4 fios de arame liso).

7.3.3. Perfil

O perfil deve conter:

 O traço do perfil do terreno;

 Escala de cotas marcada a esquerda de cada desenho;

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


23
 Altura dos obstáculos localizados no eixo da RDR.

7.3.4. Desenhos Especiais

Devem ser desenhados sempre que se fizer necessários, por imposição de


circunstâncias especiais, quando o simples desenvolvimento planialtimétrico não for
suficiente para definir com precisão a montagem das estruturas, a disposição dos
condutores, dos estais, etc., geralmente na escala H 1:100 e V 1:1000.

7.3.5. Desenhos de Travessias

Os desenhos de travessias devem ser elaborados dentro das necessidades e nas


escalas recomendadas pelos órgãos responsáveis, conforme item 8.3. Os desenhos de
levantamento de dados técnicos devem ser elaborados conforme padrão do Anexo 08.

7.3.6. Desenhos Complementares

Os desenhos complementares quando necessário, devem ser apresentados para


melhor entendimento do projeto. Considera-se como complementares, detalhes de
chegada ou saída de subestação, passagem sobre loteamento, zona urbana, com
indicação das ruas, entre outros.

7.3.7. Entrega dos Trabalhos Topográficos

Devem ser entregues os seguintes documentos:

a) Caderneta de campo com cópias em todas as vias do projeto;

b) Planta definitiva do traçado, inclusive detalhes planialtimétricos da interconexão às


Subestações e/ ou Redes de Distribuição Urbana e das construções ou benfeitorias na
faixa, em meio magnético e em AutoCAD;

c) Desenho de Planta e Perfil do levantamento da faixa, inclusive detalhes


planialtimétricos das travessias e acidentes mais importantes, em meio magnético e
AutoCAD;

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d) Desenho de dados técnicos para elaboração de projetos de travessia (Anexo 08);

e) Eventuais levantamentos especiais em separado, na escala 1:100, em AutoCAD.

NOTA: Nos serviços topográficos contratados pela Energisa, as entregas parciais


de desenho de planta e perfil devem ser acompanhadas de 02 (duas) cópias em papel
e/ou meio digital, conforme definido pela concessionária, formato A1, do desenho de
Planta do Traçado, atualizadas com os lançamentos dos ramais já levantados.
Após a conclusão de todas as etapas do levantamento, deve ser enviado em meio
magnético, á área responsável, um dossiê completo dos trabalhos topográficos efetuados.
Para aprovação do levantamento topográfico, a Empreiteira deve encaminhar 02
(duas) cópias em papel, dos desenhos. A Energisa, após análise, deve devolver uma das
cópias, com as ressalvas ou observações, se necessárias. Feitas as correções, se houver,
a Empreiteira deve encaminhar os originais para aprovação em definitivo.
Para projetos particulares, a critério da Energisa, pode ser verificada no campo, a
veracidade de correlação de dados topográficos da Caderneta de campo e terreno natural.
Caso os valores obtidos extrapolem os erros máximos admitidos, devem ser cobrados da
Empreiteira todos os gastos concernentes ao deslocamento, homem hora etc., e re-
execução do levantamento pela Empreiteira.

8. TIPOS DE PROJETOS

8.1. Projeto de Melhoramento Elétrico

Neste tipo de projeto, a determinação da demanda deve ser obtida sempre através
de medição.
No processo por Medição, deve ser obtido o perfil da carga do alimentador
diretamente das medições de seu tronco e ramais, observando-se sempre a coincidência
com as demandas das ligações existentes em Média Tensão. Confrontando-se os
resultados dessas medições com as respectivas cargas instaladas, são obtidos fatores de
demanda típicos que podem ser, inclusive, utilizados como recurso na determinação de
demanda por estimativa em outras áreas.

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


25
a) Rede Tronco Rural - A determinação de demanda máxima de alimentadores
rurais basicamente é feita através do relatório de acompanhamento da subestação de
distribuição. Na impossibilidade de se obter a demanda máxima através de relatórios de
acompanhamento deve ser feita medição na saída do alimentador em estudo.
b) Ramais Rurais - Para determinação da demanda máxima dos ramais de
alimentadores rurais devem ser instalados amperímetros indicadores de corrente máxima
no início do ramal;
c) Consumidores ligados em Média Tensão - Deve ser feita verificação da
demanda máxima do consumidor através da leitura do medidor de kWh/ Demanda e
considerada ainda a previsão de aumento de carga;
d) Alimentadores e ramais - As medições devem ser efetuadas com a Rede
operando em sua configuração normal em dia de carga típica, por um período de
observação de 72 horas.

8.2. Projeto de Novas Localidades

Nos projetos de atendimento a novas localidades, a determinação da demanda


máxima é obtida pelo processo estimativo conforme segue:
a) A estimativa da demanda máxima deve ser feita em função da demanda dos
transformadores de distribuição de áreas similares já atendidas, considerando-se a
influência de demanda individual de consumidores de Média Tensão. Para esses
consumidores a demanda deve ser estimada em função da potência a ser instalada
aplicando-se fatores de demanda típicos conforme Tabelas 4 a 6 do Anexo 09. Pode
também ser considerada a demanda contratada entre o consumidor e a Energisa ou ser
aplicado um fator de demanda conhecido de consumidores similares.
b) A demanda máxima inicial também pode ser obtida aplicando-se um fator de
demanda pesquisado a nível Regional sobre o valor total dos kVA's nominais dos
transformadores previstos. Quando existirem cargas especiais pode-se determinar
separadamente as demandas máximas, utilizando um fator de demanda adequado ao
regime de funcionamento dessas cargas.

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


26
9. TENSÕES DE FORNECIMENTO

9.1. Escolha da Tensão e Sistema de Fornecimento

A tensão deve ser escolhida como a melhor solução, econômica e operativa, para
cada projeto.

Na elaboração de projetos que envolvem grandes áreas, para definição da tensão


de alimentação, faz-se necessário um estudo minucioso da região observando-se o
planejamento global do sistema de distribuição.

10. DIMENSIONAMENTO ELÉTRICO

Definido o traçado da Rede, deve ser realizado o dimensionamento elétrico e


analisados os possíveis recursos de regulação de tensão e proteção. O resumo dos
cálculos elétricos pode ser apresentado na folha do Anexo 10.

O dimensionamento deve ser feito observando-se:

 A corrente admissível pelo condutor;

 A queda de tensão máxima permitida;

 O custo global mínimo que inclui a análise dos custos de instalação e perdas;

 A carga considerada no horizonte do projeto (10 anos).

9.2. Carregamento

Na configuração radial, o carregamento deve ser compatível com o limite térmico do


condutor. Quando houver previsão de interligação com outras RDR's devem ser
consideradas as cargas sujeitas à transferência.
Embora a configuração básica seja radial, em localidades onde se dispõe de mais
de uma Rede saindo de uma mesma subestação ou subestações diferentes, devem ser
previstas, na medida do possível, interligações com chaves seccionadoras a fim de

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


27
possibilitar a transferência de carga de uma para outra em caso de emergência ou de
manutenção.
Deste modo, ao projetar a interligação, deve-se observar se existe capacidade de
reserva para absorção de carga na eventualidade de defeito. Além disso, adotar
condutores de bitolas compatíveis, até o ponto de interligação, de tal forma a atender a
demanda total das Redes, com queda de tensão aceitável.

9.3. Cálculo de Queda de Tensão

A queda de tensão calculada para 10 anos não deve ultrapassar 15%, no ponto
extremo da Rede. Entende-se como queda de tensão máxima na Rede de Distribuição
Primária a queda compreendida entre o barramento da Subestação de Distribuição e o
ponto de entrega mais desfavorável. A queda de tensão máxima deve ser determinada em
função do perfil de tensão obtido, através de simulações de cálculo. Os projetos
particulares devem apresentar o cálculo de queda de tensão a partir do ponto de derivação
da Rede. Como referência, deve ser usado o valor máximo de 3% (três por cento).
Entretanto, o valor limite da queda de tensão deve ser fornecido pela Energisa, em função
do perfil de tensão e condições do sistema, o que pode implicar até mesmo em
redimensionamento dos condutores.
Torna-se assim, de grande valia, a consulta prévia a Energisa, do valor limite de
queda de tensão a adotar em cada projeto.
Os fatores a considerar na determinação do perfil são:
 Comprimento da RDR;
 Condutor;
 Regime de variação de tensão na barra da Subestação;
 Queda de tensão na Rede Primária e na derivação do consumidor até o
ponto de entrega;
 Cargas a serem supridas.
O cálculo de queda de tensão e perda de potência usualmente é feito pelo método
da impedância usando-se o formulário para “Cálculo de Queda de Tensão" (Anexo 11).
Os coeficientes de queda de tensão percentual constam da Tabela 7 do Anexo 12,
em função das distâncias equivalentes da Tabela 8 do Anexo 13.

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


28
Alternativamente, o cálculo de queda de tensão pode ser feito utilizando-se o
processo simplificado descrito no Anexo 11 – Item 2.
Para os circuitos secundários, adotar a NDU-006 – Critérios Básicos para
Elaboração de Projetos de Redes de Distribuição Aéreas Urbanas.
No Apêndice D encontra-se o processo de cálculo da Queda de Tensão.

Alternativamente, o cálculo de queda de tensão pode ser feito utilizando-se o


processo simplificado descrito no Anexo 11 – Item 2.

9.4. Desequilíbrio de Carga

O desequilíbrio máximo permissível em qualquer ponto da RDR será de 15%.

O desequilíbrio deve ser calculado como se segue:


IF  IM
Id % | | *100
IM

I A  I B  IC
IM 
3
Onde:
IM = Corrente média das fases;
IF = Corrente da fase;
Id %= Índice de desequilíbrio por fase.

Nos projetos de reforço e reforma/melhoramento, quando o desequilíbrio verificado


for superior ao valor máximo permissível, deve, sempre que possível, ser ajustado de
forma que seja atendido o limite de desequilíbrio.

11. CONDUTORES

Os condutores a serem utilizados nos projetos de rede rural primária serão em


cabos de alumínio com alma de aço, CAA, nas bitolas 1/0, 4/0 AWG e 336,4MCM. A
utilização do cabo CAA 2 AWG, será feita apenas em ramais de eletrificação rural.
Conforme tabela 23 da NDU 006.

11.1. Disposição dos Condutores

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


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Nos circuitos trifásicos os condutores serão dispostos num mesmo plano horizontal,
com afastamento horizontal mínimo entre condutores de um mesmo circuito, dado por:

D = 0,00762.(V) + 0,368 √ F

Onde:
D = espaçamento horizontal mínimo entre condutores, em metros;
V = tensão nominal do sistema, entre fases, em kV;
F = flecha máxima dos condutores a 50ºC, em metros.

11.2. Distância Vertical entre Condutores de Circuitos Diferentes

A distância vertical mínima entre condutores de circuitos diferentes deve estar de


acordo com a Tabela 3.

11.3. Distância de Segurança entre dois Circuitos Paralelos em Estruturas


Diferentes

A distância horizontal mínima entre os condutores mais próximos de dois circuitos


paralelos é dada por:

DH = 0,00762.(V) + 0,1778 { √ (F/ 0,0762 – 8)}

Onde:
DH = distância horizontal mínima, em metros;
V = tensão nominal mais elevada dos dois circuitos, em kV;
F = maior flecha entre os condutores dos circuitos, em metros.
O valor DH não deve ser inferior a 1,50 metros;

Em locais onde não houver restrições de espaço para a locação dos postes, a
distância entre os dois circuitos deve ser aumentada de forma a facilitar eventuais
manutenções nas Redes.

12. DIMENSIONAMENTO MECÂNICO

12.1. Projeto Executivo

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


30
Definido pelo projeto, o melhor traçado da RDR, realizado o levantamento
topográfico, definidos os condutores, os pontos de derivações, etc., executa-se a fase
definitiva do projeto, ou seja, procede-se à locação e o dimensionamento mecânico das
estruturas.

12.1.1. Postes e Contra Postes

Os postes padronizados pela Energisa para utilização nas RDR são de concreto
armado de seção duplo T, com comprimentos e demais características constantes da NDU
005 - Instalações Básicas para Construção de Redes de Distribuição Rural.

12.1.2. Tipos de Estruturas

As estruturas padronizadas pela Energisa para utilização nas RDRs são as


constantes da NDU 005 - Instalações Básicas para Construção de Redes de Distribuição
Rural.

12.1.3. Comprimento e Resistência Mínimas de Poste para Instalação de


Equipamento

Comprimento e Resistência mínimas de Poste para Instalação de Equipamento podem


ser consultas na tabela 15 da NDU 005.

12.1.4. Acessórios

 A montagem das estruturas convencionais deve empregar o uso de cruzetas de


concreto, cruzetas poliméricas maciças, cruzetas de fibra de vidro ou cruzetas
metálicas. Ficara a cargo de cada empresa do Grupos Energisa gerir o tipo de
cruzeta, o seu tamanho e o material.

 Os isoladores tipo pino de passagem ou sustentação de cabos deve empregar o


uso dos modelos Tipo Pilar na tensão correspondente.

 Os isoladores de ancoragem deve empregar o uso do modelo Isolador Tipo


Bastão de Ancoragem na tensão correspondente.

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31
NOTA: Para os casos acima, as concessionárias locais devem ser consultadas.

12.2. Condições Básicas de Cálculo

Para efeito de cálculo mecânico dos condutores e estruturas, devem ser obedecidos
os seguintes critérios básicos de projeto:

 Pressão de vento nos condutores: ........................................................ 44 daN/m² ;

 Pressão de vento nos postes de seção duplo T: .............................. 90,75 daN/m² ;

a) Carga nos Cabos Condutores - Na hipótese de velocidade máxima de vento


(44 daN/m²), o esforço de tração axial nos cabos não deve exceder 50% da sua
carga nominal de ruptura. Na condição de temperatura mínima não deve exceder a
33% da sua carga nominal de ruptura. Para os cabos CAA 4/0, 1/0 e 2 AWG, os
esforços mecânicos nos condutores não excedem os limites de 50% da carga de
ruptura, para os vãos básicos usuais.

b) Condição de Maior Duração (EDS) - A condição de maior duração (EDS)


deve ser de 18% da carga de ruptura à temperatura de 22º C. Para os vãos em que
as condições aqui estabelecidas, não for satisfeitas, a tração na condição de maior
duração (EDS) deve ser reduzida.

c) Condição de Flecha Máxima - A condição de flecha máxima deve ser de 50º


C, sem vento, condição final, "creep" de 10 anos.

d) Condições de Flecha Mínima - A condição de flecha mínima deve ser de 0º


C, sem vento, condição inicial.

e) Condição de Máxima Solicitação - A condição de carga máxima deve ser de


10º C, com vento (44 daN/m²), condição final ou a 0º C, sem vento, condição inicial.

f) Distância de Segurança Cabo Solo - A distância mínima do cabo ao solo


deve ser de 6,5 m, na condição de flecha máxima;

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32
g) Para fins de flecha nos cabos, em termos de orçamentação, os quantitativos
devem prever um aumento de 5 % no comprimento dos vãos.

12.3. Ábacos ou Gráficos de Utilização das Estruturas

Os ábacos ou gráficos de utilização devem ser elaborados levando-se em conta o


carregamento máximo dos condutores (considerar 33% da CR (Carregamento de Tração
Máxima), condição final), força de vento atuando nos condutores e estruturas (desprezar a
ação do vento nos acessórios).

Na elaboração dos gráficos ou tabelas de utilização de estruturas, devem ser


observados os seguintes critérios básicos:

 As estruturas de fim de Rede e as de ângulo devem ser dimensionadas com


vistas a suportar a carga máxima atuando nos condutores (33% da CR).

 Os postes devem ser utilizados até o limite de 130% de sua carga nominal
para cargas transitórias (carga de vento) e 100 % para cargas permanentes (deflexão e
fim de Rede).

 A carga de vento atuando em postes estaiados pode ser desprezada para


efeito de dimensionamento do poste.

 Os estais devem ser dimensionados para suportar toda a carga atuando no


poste.

 A carga máxima aplicada aos postes de concreto estaiados deve ser


determinada de acordo com a Norma NBR-8451, de modo a se evitar que o poste
rompa no ponto de fixação do estai.

 Deve ser utilizado o fator de segurança igual a 02 (dois), para os cabos de


estai e para os pinos de isoladores. Refere-se, neste caso, à resistência mecânica do
pino a esforços de flexão.

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 O vão máximo admissível entre as estruturas (Anexo 14), deve ser
determinado pela Norma NBR-5422, sendo dado pela seguinte expressão:

√ ( )

Onde:
T = Tração na EDS;
P = Peso do cabo;
D = Distância elétrica projetada no suporte transversal ao sentido do cabo;
kV = Valor eficaz da tensão nominal entre fases.

Para as Redes monofásicas os critérios devem ser idênticos às Redes trifásicas.

 Os ábacos/gráficos de utilização do Anexo 14 fornecem as limitações do vão


médio devidos ao carregamento nos postes e pinos de isoladores, levando em
consideração as condições acima exigidas. Os referidos gráficos se aplicam aos
condutores CAA, 336,4, 4/0, 1/0, e 2 AWG, para Redes trifásicas.

12.4. Gabaritos

Baseado nos dados dos itens 12.2.c e 12.2.d os gabaritos devem ser construídos
na mesma escala dos desenhos de planta e perfil.

Para os condutores CAA recomendam-se gabaritos com vãos básicos de 125, 150,
200 e 250m.

Para condições de tensionamento diferentes daquelas utilizadas para cálculo dos


gabaritos usuais, devem ser elaboradas novas tabelas de flechas, para confecção dos
gabaritos especiais (casos de trações reduzidas).

No Anexo 15, encontra-se a composição de gabaritos para vãos contínuos e


ancorados e exemplo de aplicação mostrando a utilização das Redes de condutor, Rede
de solo e Rede das estruturas.

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12.5. Locação das Estruturas em Planta e Perfil

12.5.1. Critérios para Locação

Na fase de locação das estruturas em planta e perfil, devem ser adotados os


seguintes critérios:

a) Não deve ser aprovado projeto de RDR com postes menores ou iguais a 10
m de comprimento nominal;

b) Os postes de concreto de seção duplo T devem ser instalados de modo que


a seção de maior esforço fique perpendicular à direção da Rede;

c) Nos postes de concreto de seção duplo T em grandes ângulos (N4 e HT), os


mesmos devem ser instalados com a face de maior resistência mecânica (face lisa) na
bissetriz do ângulo. Esta posição deve ser indicada no projeto;

d) Nos trechos em que a RDR atravessar zonas urbanas, deve ser utilizada
tração reduzida nos condutores, com a consequente redução de vãos entre as
estruturas;

e) Em toda estrutura N2 sem transformador e equipamentos nas Redes de 34,5


kV, deve ser previsto espaçador de cruzeta para adaptar isolador tipo pilar classe 38
kV;

f) Nos projetos de derivação em Rede nova, o poste deve ser dimensionado


como fim de Rede e a tração no condutor do ramal deve ser normal;

g) As derivações de poste duplo T devem ser feitas com ângulos de partida


entre 60 e 120 graus;

h) Em cruzamentos aéreos nos quais se utilize o fly-tap, o circuito superior deve


ser a fonte de energia;

i) Os critérios para instalação de chaves em estruturas são encontrados no


item 19.

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35
12.5.2. Estaiamento e Engastamento

O estaiamento deve ser projetado quando os esforços atuantes nos postes forem
superiores às resistências nominais dos mesmos ou ainda, quando a resistência do solo
não suportar esses esforços.

Para efeito de aplicação desta Norma foi adotada a seguinte classificação para os
diferentes tipos de solos que eventualmente podem ser encontrados:

 Solos de consistência normal como terra firme, terra compactada, terrenos com
algumas pedras e semelhantes;

 Solos de consistência baixa como os de terrenos da faixa litorânea, arenosos,


aterros e semelhantes;

 Solos de consistência baixíssima como os de mangues, pântanos, várzeas, brejos


e semelhantes.

a) No dimensionamento da resistência de engastamento foi considerado poste


implantado em terreno de consistência normal ou de consistência baixa.

b) Nos terrenos de consistência baixíssima onde for impraticável o estaiamento


de âncora, pode ser usado estai de pântano (sapata de pântano ou sapata de concreto
ou tubulão). Recomenda-se, nestes casos, reduzir o tamanho do vão e, se necessário,
a tração do condutor.

c) Os estais laterais foram calculados considerando os esforços devido ao vento


atuando sobre os condutores e poste, calculado para o vento máximo ocorrendo a
10°C.

d) Os estais longitudinais foram calculados para suportarem os esforços


longitudinais devido à tração máxima dos condutores.

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36
e) Normalmente deve ser projetado estai de âncora, entretanto, quando houver
necessidade de se manter altura em relação ao solo, como no caso de ângulos
próximos a estradas, eventualmente pode ser utilizado estai com contra poste.

f) Nas estruturas de ancoragem intermediária, em ângulo ou alinhamento, deve ser


especificado poste de no mínimo 300 daN de carga nominal; devem possuir 1 a 3
estais para estrutura de deflexão e 2 a 4 estais para alinhamento; a distância máxima
entre duas estruturas de ancoragem não deve exceder a 1,5km até cabo 1/0 AWG,
para os demais cabos, a distancia máxima é 1,0km. É obrigatório, no mínimo, dois
conjuntos de estais de vento no tramo.

g) Todo poste de derivação de ramal de Rede existente ou em projeto, deve ser


estaiado. As estruturas de pequenos ângulos (tipo N1, N2, T1 e T2), devem ser
instaladas com um estai posicionado na bissetriz do ângulo externo;

h) A estrutura que antecede o posto de transformação em até 50 m deve ser do tipo


N4 e a estrutura do posto de transformação deve ser do tipo N3, neste caso a tração
deve ser reduzida;

i) O poste da estrutura do posto de transformação deve ser instalado com base


concretada total. No caso de tração plena deve ser empregado estai de âncora com
cone de concreto.

j) Na derivação de ramais existentes, a tração do cabo no primeiro vão deverá ser


reduzida a um valor compatível com a carga nominal do poste de derivação, na pior
condição de carregamento do condutor (temperatura mínima de 0º C sem vento, ou a
10º C com vento máximo); caso não seja possível a redução da tração, devido a
limitações de distância de segurança cabo-solo, o poste de derivação deve ser
substituído por outro dimensionado para suportar o carregamento normal do cabo
condutor; em ambos os casos, o poste da estrutura de derivação deve ser estaiado;

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12.5.3. Conteúdo do desenho

No desenho da planta e perfil devem constar no mínimo as seguintes informações:

a) Distâncias Progressivas das estruturas locadas segundo a solução mais


econômica;

b) Curva descrita pelo condutor mais baixo com a distância mínima cabo-solo
de 6,5 m;

c) Número de poste, tipo de estrutura, poste e vão médio, indicados em perfil e


na planimetria;

d) Indicação do seccionamento e aterramento das cercas existentes ao longo da


faixa;

e) Indicação da estrutura onde devem ser instalados chave e para-raios com


suas características básicas;

f) Indicação esquemática, em planta, da quantidade e posição dos estais;

g) Vão equivalentes (calculado) e vão básicos (adotado) de todos os tramos da


Rede;

h) Trações especiais (tração reduzida) quando for o caso;

i) Indicação clara e precisa (coordenadas “UTM”) de qual estrutura da Rede


está derivando o ramal (podem ser projetados vários ramais em uma mesma folha de
planta e perfil);

12.6. Projeto de Derivação de Ramal

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


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12.6.1. Derivação de Rede Nova

Usando os valores das tabelas (Trações para projetos de Estruturas), seguir em


princípio, a orientação geral abaixo, cujas estruturas, para exemplificar, estão
dimensionadas para o cabo 2AWG (CAA):

Derivação trifásica

Observação: O primeiro vão para o caso 2, deve ser limitado a no máximo 50m e com
tração reduzida. Para o último vão do caso 2, pode-se exceder a 50m, desde que
devidamente justificado e acompanhado de memória de cálculo.

12.6.2. Derivação de Rede Existente

No sentido de evitar o máximo a substituição do poste de derivação existente no


tronco, a tração do cabo do primeiro vão deverá ser reduzida e o seu comprimento limitado
a 50m no máximo.

Esta recomendação é válida também para o último vão. Exemplificando para o cabo
2 AWG (CAA):

Derivação trifásica

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Observação: Os desenhos mostrados são ilustrativos, alternativas são válidas desde que
mecanicamente bem dimensionadas.

13. CONTROLE DE TENSÃO

13.1. Escolha do Plano de Controle de Tensão

Juntamente com o dimensionamento do condutor descrito no item 11, devem ser


analisada técnica e economicamente as seguintes alternativas, dentro do horizonte de
projeto:

 Troca de taps nos transformadores;

 Troca de condutores instalados no ano inicial;

 Instalação de bancos de capacitores;

 Instalação de reguladores de tensão;

 Remanejamento de carga;

 Troca de classe de tensão (desde que analisados todos os custos envolvidos com
os consumidores).

Sob o aspecto técnico o plano deve atender:

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 Queda de tensão máxima permitida;

 Máximo carregamento permitido.

Do ponto de vista econômico, deve ainda considerar:

 Custos de investimento para construção da Rede, caracterizando-se pela bitola do


condutor, instalação de equipamentos de regulação de tensão e/ ou
compensação de reativos (não necessariamente realizados no ano inicial);

 Custos das perdas de energia associados a cada alternativa.

14. PROTEÇÃO

A escolha dos equipamentos de proteção deve ser de tal forma a isolar defeitos e
manter uma continuidade de serviço adequada ao sistema.

14.1. Proteção contra Sobretensão

A proteção contra sobretensão da Rede deve ser feita mediante o emprego de para-
raios instalados em pontos adequados e de características compatíveis.

14.2. Critérios para Seleção de Para-raios

 Os para-raios a serem utilizados devem ser do tipo óxido de zinco, classe 1, com
base isolante e desligador automático.

 A tensão nominal dos para-raios deve ser de 10, 12, 18 e 36 kV respectivamente


para sistemas de 11,4; 13,8; 22 e 34,5 kV.

 A corrente nominal de descarga dos para-raios deve ser de 10 kA.

14.3. Localização dos Para-raios

Os para-raios devem ser instalados nos seguintes pontos:

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 Em todas as estruturas que contenham bancos de capacitores e chaves fusíveis,
além dos já utilizados na carcaça do transformador.

 Nos pontos de mudança de impedância característica da RDR, como transição de


Rede convencional para protegida ou Rede aérea para subterrânea.

 Em todos os finais de Rede de Distribuição onde não são instalados


transformadores.

 Nos circuitos de baixa-tensão, deve ser utilizado para-raios de baixa tensão nos
terminais do circuito secundário do transformador.

14.4. Proteção contra Sobrecorrente

14.1.1. Critérios de Escolha dos Equipamentos de Proteção

Os equipamentos de proteção de Rede devem atender as principais condições


abaixo, em função do ponto de instalação:

 A tensão nominal deve ser da mesma classe da tensão da Rede;

 O nível de isolamento nominal do equipamento deve ser compatível com o nível


de isolamento nominal do sistema;

14.5. Chaves Fusíveis e Elos Fusíveis

A instalação de chaves fusíveis deve ser feita nos seguintes casos:

 Na estrutura que antecede os postos de transformação de distribuição de classe


de 11.4, 13.8, 22 e 36.4 kV, com fusíveis conforme as Tabelas 10 do Anexo 19,
desde que atenda ao item 19.;

 Para ramais primários até 300 metros, pode ser dispensada a instalação de chave
fusível na estrutura que antecede os postos de transformação, devendo a mesma
ser instalada na derivação, desde que visível do transformador.

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 Para ramais com comprimento acima de 300 metros devem ser instaladas chaves
fusíveis na estrutura de derivação e na estrutura que antecede os postos de
transformação.

 Nas derivações que atendem consumidores em tensão primária de distribuição;

 Na estrutura dos bancos de capacitores;

 No início do perímetro rural quando a RDR derivar de alimentadores urbanos


(chave fusível repetidora);

 Em ramais onde não se justifica economicamente a instalação de seccionador ou


religador.

 Na instalação de Elos Fusíveis deve-se considerar que:

 Todos os transformadores devem ser protegidos com elos fusíveis de acordo com
as Tabelas 10 do Anexo 19;

 Os elos fusíveis de consumidores em tensão primária devem ser dimensionados


de acordo com a corrente máxima no ponto, sem prejuízo da coordenação;

 A escolha dos elos fusíveis da Rede deve ser feita de modo a garantir a
coordenação ou seletividade entre os diversos dispositivos instalados nos trechos
de Rede, garantindo também segurança e proteção a condutores e
equipamentos.

15. SELEÇÃO DE CHAVES

As chaves instaladas nas Redes devem atender às seguintes condições em função


do seu ponto de instalação:

 Chave-fusível e chave-faca:

a) Tensão nominal de no mínimo 15, 25 e 36,2kV para as classes de tensão de


11,4 e 13,8kV, 22kV e 34,5kV, respectivamente.

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NBI de 95kV e 170 kV, respectivamente, para 11,4 e 13,8 kV, e 22 e 34,5 kV.

b) A corrente nominal deve ser igual ou maior que a máxima corrente de carga
no ponto de instalação, incluindo manobras usuais;

c) A capacidade de interrupção da chave para abertura em carga, deverá ser


igual ou superior à maior corrente assimétrica de curto-circuito no ponto de instalação das
chaves.

16. CRITÉRIOS DE INSTALAÇÃO DE CHAVES

16.1. Chaves-Faca Unipolares para Operação em regime de Carga

 Devem ser instaladas chaves-faca em pontos de fácil acesso para maior


facilidade de operação.

 Devem ser instaladas chaves-faca unipolares para operação sob carga, a cada 06
(seis) km, em média, não sendo permitida a instalação em estrutura de ângulo
HT.

 Instalar chaves-faca para operação sob carga em pontos onde não for possível a
utilização de dispositivos de proteção por problemas de nível de curto-circuito ou
aspectos relativos à coordenação;

 Em pontos de entrada de consumidores onde justificar técnica e economicamente


a abertura com carga.

16.2. Chaves-Faca Unipolares para Operação em regime sem Carga

Essas chaves podem ser instaladas:

a) Em pontos de entrada de consumidores onde não justificar técnica e


economicamente a abertura com carga.

17. DIRETRIZES DE CONSTRUÇÃO

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A construção e montagem das Redes de Distribuição Rural devem ser executadas
de acordo com as Normas da Energisa, no que se refere à padronização das estruturas,
especificações de materiais e alinhamento de Empreiteiras.

Após a construção, a ligação do ramal à Rede é de exclusiva atribuição da


Energisa, devendo estar devidamente aprovada pela fiscalização e legalizada. No
Apêndice E encontram-se mais detalhes construtivos e de montagem de RDR.

17.1. Limpeza de Faixa

a) A Empreiteira deve fazer a abertura, desmatamento e limpeza da faixa de


servidão na largura de 20 metros, sendo 10 metros para cada lado do eixo, observando as
determinações do licenciamento e / ou autorização pelo Órgão Ambiental Estadual.

b) Todas as árvores, arbustos e tocos devem ser cortados a uma altura máxima
de 20 cm do solo. Os cortes dos troncos devem ser feitos de forma a resultar numa
superfície plana, normal ao eixo longitudinal do tronco.

c) Toda madeira deve ser empilhada no limite da faixa, do lado de dentro, no


mínimo a 30 metros da estrutura mais próxima. As árvores com diâmetro maior que 08
(oito) centímetros devem ter os galhos cortados antes de serem empilhados. Se os
proprietários das terras adjacentes à faixa concordarem, a madeira cortada pode ser
colocada fora da faixa.

d) Quando a Rede de Distribuição a ser construída tiver o seu traçado ou


trechos paralelos a uma Rede de Transmissão existente, os materiais resultantes da
limpeza da faixa devem ser colocados apenas num dos lados limite da faixa, oposto à
Rede de Transmissão.

e) É proibido o processo de queimada para limpeza da faixa.

f) É proibido o uso de agentes químicos para desmatamento da faixa de


servidão.

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45
g) Não deve ser permitida a raspagem da faixa, exceto para construção de
estradas de serviço, nos locais das estruturas e, excepcionalmente, onde a fiscalização
julgar necessário.

h) Não deve ser permitido, nas áreas de inclinação acima de 25 graus, o corte
da vegetação nativa, em estágio médio e avançado de regeneração. Áreas de igual
inclinação, com vegetação nativa em estágio inicial de regeneração, estão condicionadas
ao previsto na letra a) deste item, sendo terminantemente proibida a raspagem do solo ao
longo da faixa, exceto nas áreas das estruturas.

i) A vegetação das margens dos rios e dos cursos d'águas, dentro da faixa de
servidão, não pode ser removida, exceto nos casos citados nas letras a) e b) , deste item .

j) Em áreas de reflorestamento ou mata virgem, o desmatamento somente


pode ser executado com autorização expressa do IBAMA ou Órgão Estadual Competente.

17.2. Seccionamento de Cercas

Todos os seccionamentos de cercas para travessia de ferrovias ou rodovias devem


ser feitos de acordo com os padrões da Energisa, conforme NDU 005.

No Apêndice B encontram-se os esquemas de seccionamento e aterramento acima


expostos.

17.3. Reaterro

O material originário da escavação deve ser reutilizado observando-se a total


ausência da camada orgânica, de detritos, entulhos e de torrões que venham prejudicar a
sua homogeneização e, principalmente, seu teor de umidade.

17.4. Compactação

A Empreiteira deve, como resultado do seu trabalho, apresentar o terreno


circunvizinho à estrutura, compactado, razoavelmente liso e de tal forma que as águas
pluviais sejam desviadas da estrutura.

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46
17.5. Levantamento e Montagem das Estruturas

a) As estruturas de ângulo devem ser montadas na sua bissetriz. As estruturas


com 02 (dois) ou mais postes devem apresentar os topos no mesmo nível.

b) Nas estruturas com isolador de pino, o isolador central deve ser montado, na
ordem sucessiva das estruturas, alternadamente, ora de um lado, ora de outro, em relação
ao poste, de modo a ter o cabo da fase central em zig-zag.

c) Nas estruturas de ancoragem do tipo N4, T4, TE e HT, se os jumpers


estiverem por cima da cruzeta, utilizasse mais 01 (um) isolador de Pino Pilar por fase. Para
os casos em que as fases externas da estrutura estiverem passando por baixo da cruzeta,
utilizar isolador de Pino Pilar, quando necessário, sendo obrigatório para a fase do meio.

17.6. Lançamento e Instalação de Condutores

No lançamento dos condutores devem ser observadas as seguintes exigências:

a) Deve-se evitar emendas nos cabos, se necessário, não executar mais de


uma emenda no cabo, por vão;

b) Não executar emendas nos vãos de travessias sobre rodovias, ferrovias, rios,
LDAT;

c) Não executar emendas em vãos ancorados;

d) Não executar emendas nos vãos adjacentes a estruturas de ancoragem.

e) As emendas devem ficar, no mínimo, a 10 (dez) metros dos isoladores.

17.7. Instalação de Equipamentos de Proteção e Manobra

a) As chaves-faca devem ser instaladas, obrigatoriamente, em estruturas de


ancoragem e de modo que a lâmina de contato na posição aberta fique do lado oposto à
fonte.

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47
b) Nas Redes tronco, devem ser instalada chave a cada 6 km, em média.

c) A ligação da chave-faca à Rede primária deverá ser feita com o mesmo cabo
da Rede, dispensando o conjunto GLV.

d) Fica restrita a instalação de chave faca, nas estruturas monofásicas onde


existam estais laterais .

18. ATERRAMENTO

Devem ser aterrados todos os para-raios e carcaças de transformadores, conforme


NDU 005.

No Apêndice B encontram-se os esquemas de aterramento acima expostos.

18.1. Estruturas

Em alimentadores com neutro multiaterrado, os aterramentos devem estar


distanciados aproximadamente de 300m , de forma que nenhum ponto do neutro diste
mais de 200m de um ponto de aterramento, seja ele simples ou não.

O aterramento de estruturas deve ser realizado com haste de aterramento


espaçada do poste em 01 (um) metro.

18.2. Para-raios

Os valores máximos de resistência de terra previstos para os aterramentos dos (para-


raios não devem ultrapassar os 10 Ω (ohms).

18.3. Transformadores

Os valores máximos de resistência de terra previstos para os aterramentos dos


transformadores preferencialmente não devem ultrapassar os 10 Ω (ohms).

Os aterramentos dos transformadores trifásicos de distribuição e da LDBT desses


transformadores deveram ser feitos na mesma malha de aterramento.

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No caso de uso de transformadores monofásico MRT para alimentação dos
circuitos de comando de equipamentos ou de estações repetidoras de comunicação, o
aterramento da baixa tensão desse transformador deve seguir a Norma de MRT, porém
deve sempre estar conectado ao aterramento do equipamento alimentado e não ao do
transformador MRT se estiver separado fisicamente.

18.4. Cercas

O aterramento das cercas deve ser feito conforme Apêndice B - item 6.10., a partir
dos seccionamentos previstos em função de paralelismo com eixos da RDR.

19. NOTAS COMPLEMENTARES

1. Em qualquer tempo e sem necessidade de aviso prévio, esta Norma poderá sofrer
alterações, no seu todo ou em parte, por motivo de ordem técnica e/ou devido a
modificações na legislação vigente, de forma a que os interessados deverão,
periodicamente, consultar a Concessionária.

2. Os casos não previstos nesta norma, ou aqueles que pelas características


exigirem tratamento à parte, deverão ser previamente encaminhados à concessionária,
através de seus escritórios locais, para apreciação conjunta da área de projetos / área de
estudos.

3. É parte integrante desta norma a NDU-021 (Adendo às Normas de Distribuição


Unificadas da ENERGISA à Norma Regulamentadora Nº010 – NR 010).

20. HISTÓRICO DE VERSÕES DESTE DOCUMENTO

Data Versão Descrição das Alterações Realizadas


23/02/2017 4.0 Revisão Geral

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


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21. APÊNDICE A

FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA NO SISTEMA


MONOFÁSICO COM RETORNO POR TERRA - MRT

A.1. FINALIDADE

Esta Orientação Técnica visa estabelecer diretrizes, critérios, limites e condições


gerais para elaboração e execução de projetos de transformação e medição de
fornecimento de energia elétrica, em Sistema Monofilar com Retorno por Terra (MRT),
para consumidores na Área Rural de concessão das empresas do Grupo Energisa.
Os critérios aqui estabelecidos aplicam-se nas áreas de Comercialização,
Distribuição e de Serviços Técnicos, e valem tanto aos projetos executados pela Energisa,
como aos projetos particulares.

A.2. CONDIÇÕES GERAIS

A necessidade de reduzir ao máximo os investimentos em construção de redes


elétricas e a adequação das características dos tipos de sistemas de distribuição às cargas
são requisitos básicos para utilização de redes monofilares com retorno por terra (MRT).
Para se evitar o emprego indiscriminado de sistemas com redes monofilares,
constitui-se em parâmetros essenciais o planejamento das áreas, a avaliação prévia das
características das cargas a ser atendida, a resistividade do solo na região e o seu
posicionamento em relação aos alimentadores existentes.
Para se decidir pela utilização de redes MRT, recomenda-se especial atenção à
evolução das cargas e/ou configuração do sistema de distribuição.
Nas empresas do grupo Energisa, os sistemas que se utilizam do retorno por terra,
são providos de redes de distribuição com um único condutor fase, que alimenta um ou
mais transformadores de distribuição em tensão primária, realizando-se o(s) retorno(s) de
corrente(s) através do solo.

A.3. CAMPO DE APLICAÇÃO DO SISTEMA MRT

O sistema aplica-se ao atendimento de consumidores em regiões ou áreas rurais


com baixa densidade de carga que não exijam a curto e médio prazo, interligação ou
ampliação de sistemas elétricos.

A.3.1. Redes MRT Recomendadas

A.3.1.1. Rede “Não Isolada”

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Usa como alimentação uma Rede trifásica convencional de onde derivam uma ou
mais Redes monofilares. Nas redes não isoladas, é recomendável efetuar-se o
balanceamento das correntes nas 3 fases do alimentador.

Figura 01 – Rede Não Isolada

A.3.1.2. Rede “Isolada”

Usa um transformador de isolamento proporcionando o seccionamento elétrico


entre a rede MRT e a Rede trifásica convencional. Esta alternativa é apropriada a ramais
com maiores necessidades de carga e onde a corrente de desequilíbrio de terra possa vir
a influenciar a proteção.
Da figura, observa-se que há nesse tipo de rede, necessidade de instalar-se um
aterramento adicional, relativamente ao posto de isolamento, aterramento este, que atenda
às características de operação em regime de carga, sobrecarga e curto-circuito.

Figura 02 – Rede Isolada

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A.4. LIMITE DE FORNECIMENTO

a) Limita-se a potência do transformador monofásico em 25 KVA. As ligações de


transformadores com potências superiores a 25 KVA e a soma das potencias dos
motores e outros equipamentos, relacionados nas NDU 001 e 002, conforme tensões
de fornecimentos, sejam superiores aos mencionados nessas normas, , dependerão de
estudos técnicos preliminares.
b) Por questões de proteção contra defeitos fase-terra, as cargas atendidas em MRT
deverão ser balanceadas de maneira que em qualquer ponto do alimentador ( troncos,
subtroncos e ramais trifásicos ), a corrente residual ( In = Ia + Ib + Ic ) não ultrapasse
6,0 A.
c) Pelo mesmo motivo, em qualquer tronco, subtronco ou ramal MRT, limita-se a corrente
em 6,0 A.
d) Nos casos em que a corrente de carga ultrapasse 6 A, recomenda-se a utilização de
transformadores de isolamento com finalidade de confinar tais correntes de terra ao
trecho considerado, minimizando os problemas de proteção.
e) Para ramais MRT que derivam de troncos trifásicos do sistema de 15 KV, onde existam
reguladores de tensão a montante ligados na configuração delta aberto, recomenda-se
também a instalação de transformadores de isolamento no início das derivações,
desse modo, minimizar-se-ão os problemas advindos de prováveis flutuações do
neutro dos reguladores e falta de regulação de fase.
f) Os Setores Técnicos da Energisa ficarão responsáveis por possíveis alterações no
sistema primário, de mono para trifásico, em função de declarações/constatações de
aumentos de carga acima dos limites estipulados conforme normas do Grupo
Energisa,.
g) Tendo em vista ainda, a existência de pequenas propriedades aglomeradas (sítios e
chácaras) é permitido o atendimento de vários consumidores através de um único
transformador, cuja baixa tensão em forma de rede de distribuição for construída em
frente às propriedades.
h) Fica a critério dos Setores Técnicos da Energisa, a limitação do número de
consumidores atendidos desta forma e a extensão da rede de distribuição, desde que
seja respeitada a queda de tensão máxima de 3 % até o ponto de medição.

A.5. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

A.5.1. Levantamento de Carga

Na elaboração de projetos é necessário o levantamento detalhado das


necessidades das cargas.

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O levantamento de carga deverá ser elaborado paralelamente à escolha do traçado
da rede, utilizando-se o modelo de formulário constante no Anexo 02.

A.5.2. Tensões Recomendadas

Dadas às tensões existentes na área de concessão da Energisa, recomenda-se:

A.5.2.1. Tensões Primárias

TENSÃO ENTRE
TENSÃO MRT (kV)
FASES (kV)
13,8 7,97
34,5 19,92

A.5.2.2. Tensões Secundárias

As tensões secundárias recomendadas para os consumidores MRT são: 254/127 V,


230/115 V e 440/220 V

A.5.3. Cálculo Elétrico

A.5.3.1. Baixa Tensão

O cálculo elétrico da baixa tensão deve ser realizado com base na Ficha de
Levantamento Cadastral (anexo 02), orientado pelas NDU-001 e NDU-002.

A.5.3.2. Cálculo Elétrico da Média Tensão

O cálculo elétrico dos ramais de média tensão deve seguir orientações básicas desta
norma. Devem-se observar os limites de queda de tensão para demanda inicial e demanda
final
A.5.4. Aterramento de Rede MRT

Nos sistemas monofilares com retorno por terra, todas as correntes de carga dos
transformadores de distribuição passam necessária e continuamente pelos aterramentos
dos mesmos.
Dessa forma, pela função essencial que cumprem, suas elaborações devem ser
antecedidas de procedimentos criteriosos envolvendo a medição da resistividade dos
solos, o projeto, a construção e o acompanhamento periódico.

A.5.4.1. Medição da Resistividade do Solo


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O critério de medição da resistividade de solo no local onde se pretende implantar o
poste do transformador deve seguir rigorosamente a ABNT NBR 7117 define critérios para
medição de resistividade e estratificação do solo.

A.5.4.2. Projeto de Aterramento

A elaboração desse projeto é obrigatória.


As características necessárias ao aterramento dos transformadores nas redes
monofilares, sejam eles de distribuição ou de isolamento, são determinadas em função das
exigências de segurança, levando-se em consideração a corrente de carga e a máxima
corrente de falta prevista para o sistema.
Na vizinhança desses transformadores, os gradientes de tensão no solo devem ser
mantidos suficientemente baixos, evitando-se colocar em risco a vida de pessoas e
animais.
Se, pelos métodos utilizados convencionalmente, o valor de projeto da resistência
de terra apresentar-se fora dos limites recomendados, deve-se necessariamente elaborar
projeto tendo em vista não só o valor da resistência desse aterramento, mas também e
principalmente, a obtenção de valores seguros de gradientes de potencial na superfície do
solo, próximo ao transformador e à instalação consumidora.

A.5.4.2.1. Filosofia de Cálculo de Aterramentos

Para os transformadores de distribuição, a filosofia adotada pela Energisa, é de


aterramentos independentes, ou seja, em cada transformador são executados dois
aterramentos distintos. Um deles, denominado “aterramento primário”, é interligados o
terminal “H2” do enrolamento de Média tensão do transformador (se existir), sua respectiva
carcaça, o para-raios nele instalado e interligar ao Neutro Contínuo (se existir). O outro
aterramento (“aterramento secundário” ou do padrão de entrada do consumidor) destina-
se exclusivamente à conexão do neutro da rede de baixa tensão.
A escolha por aterramentos independentes permite a manutenção das condições de
segurança quando do rompimento do condutor de aterramento, independente de qualquer
exigência complementar no que se refere aos valores de resistência dos demais
aterramentos secundários (rede e consumidores).
A separação dos aterramentos primário e secundário se não evitar, minimizará a
transferência de potenciais ao consumidor independentemente do tipo e valor ôhmico do
aterramento secundário, bastando assim, que este seja composto por uma haste de
referência.
Mesmo na ocorrência de circulação de corrente de curto circuito pelos dois
aterramentos, se o aterramento primário for projetado e construído corretamente (perfeita
dissipação de potenciais no solo) comparativamente ao aterramento secundário, a

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circulação se dará preferencialmente pelo primário, evitando / minimizando os potenciais
indesejáveis na região do padrão do consumidor.
A perda de interligação do transformador com o aterramento primário implicará
sempre no desligamento da carga.
Registre-se que, por ocasião da descarga de surtos através dos para-raios, existirá
possibilidade de aparecimento de sobretensões indesejáveis no enrolamento secundário.
Por esse fato, em função da configuração de aterramento adotada, deverá ser
definido um afastamento mínimo a ser observado entre os aterramentos primário e
secundário, a fim de prevenir/ minimizar a indução de potenciais neste último.

A.5.4.2.2. Valores Admissíveis

Com relação às condições de segurança e sua implicação no valor da resistência


de aterramento, é possível a ocorrência de risco para gradientes de potencial na superfície
do solo superiores a 12 V/m nas vizinhanças dos sistemas de aterramento em regiões
pecuaristas ou que apresentem possibilidade de circulação de animais.
Para pessoas, a corrente de 10 mA é tida como a máxima permissível, na situação
de regime.
Para situações de defeito, deverá ser considerada a corrente de curto -circuito e o
tempo de atuação do sistema de proteção.
Do exposto, verifica-se a importância do conhecimento das características do solo,
visto que, dependendo da resistividade superficial, os potenciais desenvolvidos pela
configuração de aterramento, vão aflorar à superfície com maior ou menor intensidade.
Valores de resistência de aterramento não podem ultrapassar 20 Ω (ohm)
É importante destacar que, nos casos de solos com alta resistividade, projetos
específicos poderão ser desenvolvidos, que resultem em valores de resistência de
aterramento superiores aos recomendados, desde que respeitados os limites adequados
para os gradientes de potencial de superfície.

A.5.4.3. Construção do Aterramento

A construção do aterramento nos ramais MRT deve obedecer rigorosamente o


projeto.
Após a construção, o mesmo deve ser medido e se o valor projetado não for obtido
da mesma forma que em 5.4.2., o processo deve ser encaminhado ao Setor Técnico para
reavaliação.
O condutor de aterramento não deverá possuir emendas de modo a garantir maior
confiabilidade na manutenção da ligação à terra do sistema, o aterramento do poste do
transformador deve ser sempre conectado a duas prumadas, protegidas adequadamente
até a altura de 3 metros, por eletrodutos de PVC rígido de ¾” de diâmetro.

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Recomenda-se a interligação das duas prumadas acima dos eletrodutos protetores
de PVC e também, convenientemente à malha de terra, de acordo com sua configuração.
Num eventual rompimento simultâneo das duas prumadas, deverá tomar imediatas
precauções, evitando-se o contato de pessoas ou animais com a estrutura do
transformador, pelo fato da parte superior das prumadas rompidas permanecerem
energizada.
Em situações de elevados potenciais de superfície na região do aterramento
primário, pode ser avaliada a necessidade de colocação de camada de 5 cm de brita, num
raio de 1m junto ao posto de transformação.
Daí ser necessário que a construção do aterramento seja acompanhada
criteriosamente tanto no que diz respeito à qualidade dos materiais como a mão de obra,
afim de não comprometer a segurança do local onde se encontra o poste do
transformador.

A.5.4.4. Acompanhamento das Instalações

Algumas das recomendações feitas a seguir, podem ser de difícil realização,


particularmente para as regiões mais distantes e de menor densidade de carga da área de
concessão da empresa ( característico das regiões de aplicação dos sistemas MRT ),
porém sua observância gerará subsídios que permitirão a alocação de recursos e definição
de políticas relativas aos materiais utilizados e à manutenção ou renovação de
aterramentos em toda a área de concessão da empresa.
No primeiro ano de confecção do aterramento, devem-se efetuar as medições de
resistência e potenciais de superfície, bem como acompanhar-se a evolução da carga.
Inspeções visuais devem ser realizadas sempre que o corpo técnico dirigir-se ao
local.
A corrosão que se verifica nos cabos condutores, hastes galvanizadas e conexões
caracterizam-se como um dos principais fatores que determinam a vida útil do
aterramento. É fundamental, portanto, o acompanhamento desse fenômeno no decorrer do
tempo.
A frequência de verificação é inversamente proporcional à resistividade elétrica do
solo e diretamente proporcional à solicitação do aterramento por correntes de falta e
surtos, nunca devendo ultrapassar o período de vida útil dos elementos que compõem o
sistema de aterramento. Assim sendo, devem ser realizadas medições sempre que
surgirem indícios de que o sistema de aterramento distancia-se dos objetivos para os
quais foi projetado.
Recomenda-se assim que, a cada 5 anos seja feita uma inspeção na qual se
comprove as características elétricas principais do aterramento, notadamente, a
estabilidade do valor de resistência de aterramento ao longo do tempo, a sua capacidade
de condução de corrente de regime e de falta, e seu desempenho frente às sobretensões
originárias de surtos atmosféricos que o atingiram.

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Do ponto de vista mecânico, essa inspeção deve avaliar o comportamento do
material do aterramento face à corrosão imposta pelas características do solo no qual se
encontra instalado, possíveis rompimentos do cabo de descida, dobramento ou flambagem
das hastes e danificação das conexões durante sua vida útil.
Como a resistividade do solo varia diretamente com a quantidade de água contida
no solo e com a resistividade desta água, as medições devem ser executadas
preferencialmente em período seco, ou após, pelo menos, três dias consecutivos sem
chuva para a realização das medições.
O critério de avaliação do resultado das medições, recomendado pela norma ABNT
é:
a) Caso 60% ou mais das medidas apresentem valores superiores a 150% dos valores de
referência, efetuar medições em cada aterramento do universo considerado e renovar
os que se apresentarem com valores superiores ao limite fixado;
b) Caso 21a 59% das medidas apresentem valores superiores a 150% dos valores de
referência, proceder à nova amostragem aleatória; caso persista em mais de 30% das
novas medições um valor superior ao exigido, executar medições em todos os outros
pontos, procedendo à necessária renovação;
c) Caso 20% ou menos das medidas apresentem valores superiores a 150% do exigido,
nenhuma providência se fará necessária.

É importante frisar que há necessidade de se vincular qualquer tipo de inspeção nos


postos de transformação, a abertura prévia da conexão primária com a rede MRT.

A.5.5. Instalações Gerais

 Encaminhamento de Projeto
O projeto da rede de distribuição e do ponto de entrega deverá ser encaminhado
pelo interessado às áreas de projeto, para a devida aprovação.
Detalhes do Posto de Transformação e Medição deverão ser fornecidos no projeto,
de modo a atender as condições mínimas desta Orientação Técnica e das Normas
Técnicas NDU-005 e NDU-007.
 Construção
A rede de distribuição necessária ao atendimento do consumidor rural, será
construída pelos interessados, seguindo as normas e padrões vigentes na Energisa.
 Conservação
O consumidor, após a energização da entrada de serviço, é obrigado a manter em
bom estado de conservação os componentes da mesma.
Caso seja constatada qualquer deficiência técnica ou de segurança, o consumidor
será notificado das irregularidades existentes, podendo ser seu fornecimento suspenso ou

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não, dependendo do grau de risco, cabendo-lhe providenciar os reparos necessários
dentro de prazo pré-fixado.
É de responsabilidade do consumidor, a guarda e eventuais danos causados a
materiais, equipamentos e selos de lacre, de propriedade da Energisa.
É também de responsabilidade do consumidor, manter o valor da resistência de
aterramento dentro dos valores estabelecidos, em qualquer época do ano.

A.5.5.1. Rede Primária

O projeto mecânico da rede tronco primária, bem como de ramais com previsão de
expansão, deve levar em consideração a futura modificação para sistema trifásico, o que
implica em se dimensionar a rede monofásica com vãos equivalentes ao de uma rede
trifásica, conforme NDU-007.
Salvo a necessidade de instalação de dispositivos de proteção contra sobretensão
em outros pontos ao longo da rede, só deverão ser projetados aterramentos nos pontos de
instalação das subestações de isolamento e distribuição.

A.5.5.2. Baixa Tensão

As instalações gerais de baixa tensão, por se comportarem da mesma forma que


nos demais tipos de sistemas, seguem a Norma NDU-002 e NDU-006.
O dimensionamento das instalações MRT de baixa tensão devem seguir a tabela
abaixo:

Ramal de ligação Ramal de Entrada Aterramento


Disjuntor
Potência do Termo- Condutor ao tempo Diametro
Transformador Magnético Condutor Nominal Condutor de
Bipolar Alumínio Embotido Interno Cobre
Cobre WPP Mínimo
Multiplex

KVA A mm2 AWG mm2 mm mm2


5 50 16 4 10 37 25
10 50 16 4 10 37 25
15 70 25 2 25 37 25
25 90 35 2 50 37 25

O condutor neutro deverá ser contínuo entre o transformador e as instalações


consumidoras.
Deve-se, entretanto, tomar o cuidado de não vincular o neutro do secundário ao
aterramento do poste do transformador, e sim ao do poste de medição.

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Por questões de segurança, o poste de medição deve situar-se a uma distância
mínima de 30 metros do aterramento do poste do transformador.
A execução da entrada de serviço e posto de medição deverá obedecer
rigorosamente às condições estabelecidas nesta Orientação Técnica, bem como atender
as demais exigências da ABNT e Normas mencionadas.
A ligação do consumidor somente será efetuada, com a liberação do Setor de
Obras, após resultado de vistoria constatando-se a inexistência de irregularidades, e com
a apresentação da Anotação de Responsabilidade Técnica de execução juntamente com o
relatório de ensaio do transformador MRT.

A.5.5.3. Aterramento de Cercas

O aterramento das cercas deve ser feito conforme Apêndice B - item 6.10., a partir
dos seccionamentos previstos em função de paralelismo com eixos da RDR.

A.6. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO SISTEMA MRT

A.6.1. Materiais

Os materiais empregados nas redes MRT não fogem dos convencionais


padronizados pela Energisa.

A.6.1.1. Das Redes

A.6.1.1.1. Condutores de Média Tensão

Deverão ser utilizados os condutores de alumínio com alma de aço conforme NDU-
007.

A.6.1.1.2. Condutores de Baixa Tensão

 Ramal de ligação aéreo


Os condutores de baixa tensão devem atender a NDU 001 e NDU 003.

A.6.1.2. Dos Aterramentos

Os materiais utilizados nos aterramentos MRT são os mesmos padronizados para o


sistema trifásico, conforme normas do grupo Energisa.,

A.6.2.1. Transformadores

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As Potências dos transformadores e demais características devem atender a NDU
008.

A.6.2.2. Proteção

A.6.2.2.1. Elos para transformadores

TRANSFORMADOR ( kVA )
TENSÃO (kV)
5 10 15 25

34,5 / √3 1H 1H 1H 2H
13,8 / √3 1H 1H 2H 3H

No caso específico de transformadores de isolamento deverão ser utilizados os


seguintes elos fusíveis:

Tensão Elo Fusível Tensão


Transforma Elo Fusível
Primária do Lado Secundária
dor (kVA) Primário
(kV) MRT (kV)

50 13,8 10 K 6K 13,8 / √3

A.6.2.2.3. Chave Fusível

No NDU-010 encontram-se as especificações técnicas das chaves utilizadas.


No NDU-005 apresenta-se o posicionamento das chaves fusíveis para cada tipo de
estrutura e posto de transformação ou isolamento.

A.6.2.2.4. Isoladores Do Estai

Apesar dos isoladores de estai introduzirem um elemento mecanicamente fraco na


construção da Rede, e a manutenção de suas características elétricas por longos períodos
de tempo ser dificultada pela simples razão de que os defeitos não se tornam aparentes
como no caso dos isoladores de Rede, eles desempenham função primordial nas redes
MRT, evitando / minimizando a propagação de fugas de Média tensão pelo condutor do
estai para o solo, justamente na região do aterramento primário.
Nos postos de transformação, deve ser utilizado um isolador no estai, com
suficiente isolamento para a tensão de Rede;

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O isolador deve ser colocado numa altura que represente um compromisso entre o
eventual contato da fase com o estai (isolador superior) e o contato de pessoa ou animal
com a porção aterrada do estai (isolador inferior);

A.7. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

Os procedimentos necessários à medição da resistência de aterramento, potenciais


de passo e toque em instalações MRT, são encontrados no Apêndice B.

A.8. AVALIAÇÃO TÉCNICA DOS NÍVEIS ACEITÁVEIS DE SEGURANÇA PARA


ATERRAMENTOS

Objetiva-se com os procedimentos a seguir, estabelecer-se um ferramental para


verificar os níveis de potenciais na superfície do solo, potenciais esses gerados, pela
passagem de corrente pelo aterramento MRT.

A.8.1. Comissionamento

Os parâmetros dos projetos de aterramento devem ser obtidos utilizando-se os


aplicativos em vigência na Energisa.

A.8.1.1. Procedimentos

a) Medir a tensão de passo ou toque injetando-se no aterramento uma corrente de 0,3 A a


0,6 A (medir a corrente para se tiver o valor exato) ligando uma carga de 2,5 kW a 5,0
kW no secundário do transformador MRT ;
b) Medir a resistência de aterramento;
c) Calcular a corrente de curto-circuito fase-terra mínimo;
d) Referir a tensão de passo ou toque medida para a corrente de curto-circuito calculada.
Como exemplo, sendo de 1,5 V a tensão de passo medida (Vpasso medida), obtida
pela injeção de uma corrente de 0,6 A e 100 A, a corrente de curto-circuito calculada no
ponto (Iccftm), a tensão de passo (Vpasso) extrapolada para a corrente de curto-
circuito será:

Vpasso = Vpasso medida x Iccftm / 0,6 A = 1,5 x 100 / 0,6 = 250 V A.5

e) Cálculo das tensões de passo e toque admissíveis. As tensões de passo e de toque


são calculadas respectivamente, através das seguintes expressões:

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Vpasso A.6

Vtoque = (116 + 0,174 s) / √ t ( volt ) A.7

A partir destas expressões pode-se estabelecer correlações entre tensões máximas


admissíveis (passo e toque), resistividade superficial (ρs) e tempo total de atuação da
proteção (t) , na forma de planilha de cálculo ou ainda na forma gráfica (gráficos de
“tensões de passo admissíveis” e “tensões de toque admissíveis”).

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Figura 01 - Gráfico de tensões de passo admissíveis.

Figura 02 - Gráfico de tensões de toque admissíveis.

f) Análise dos resultados


É feita da seguinte forma:
Forma de planilha: com a resistividade superficial em Ω x m e o tempo de atuação
em segundos, obtém-se as tensões admissíveis para passo e toque;
As tensões de passo e toque extrapoladas devem ser inferiores aos valores
admissíveis.
Forma gráfica: com o valor da tensão em volt e a resistividade superficial em Ω.m
determina-se um ponto no gráfico.

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Caso este ponto se situe acima da curva de tempo total de atuação da proteção, os
potenciais de passo ou toque estão fora dos níveis de segurança.
Algumas alternativas podem ser analisadas, para que os valores das tensões
fiquem dentro dos níveis aceitáveis de segurança, conforme segue:

 Diminuir os ajustes de tempo de atuação das proteções, consequentemente


diminui-se o tempo de exposição a essas tensões, sendo necessário também
reavaliar o coordenograma do alimentador como um todo.
 Trabalhar o aterramento em sua configuração para homogeneizar as tensões nos
pontos críticos; consequentemente ter-se-á a diminuição principalmente, da
tensão de passo.
 Isolar o cabo de descida até a altura de 3m do solo quando houver problema de
potencial de toque.
 Trabalhar o solo de forma a aumentar o valor da resistividade da camada
superficial.

g) Exemplo de aplicação
Dados de entrada:
 Resistividade superficial = 3600 Ω.m.
 Iccftm = 100 A.
 Tensão de passo = 1,8V para 0,6 A.
 Tensão de toque = 1,2V para 0,6 A.
 Curva de tempo = 7s
 Carga a ser atendida por um transformador de 15kVA, alimentada pelo sistema
MRT.

I. Regime
Condição de segurança - a tensão de passo ou toque deve ser menor que 12 V /
metro (presença de animais).
Calculando a corrente nominal com carregamento de 140 % do transformador
monofásico de 15kVA, 13.800 /√3 V, tem-se no primário:

( )
√ A.8

Deve-se verificar se os potenciais de passo e toque neste aterramento estão dentro


dos níveis de segurança para a condição de sobrecarga de 140%:

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Vpasso = 1,8(V) x 2,64(A) / 0,6 (A) = 7,92 V (abaixo dos 18 V recomendados)

Vtoque = 1,2(V) x 2,64(A) / 0,6 (A) = 5,28 V (abaixo dos 18 V recomendados)

II. Falta
Condição de segurança - o ponto determinado por resistividade superficial e tensão
de passo máxima admissível/ tensão de toque máxima admissível deve estar abaixo da
curva identificada pelo tempo total de atuação da proteção nos gráficos “Tensões de
Passo Admissíveis” / “Tensões de Toque Admissíveis” respectivamente .
Referindo-se às tensões de passo e de toque medidas de 1,8V e 1,2V
respectivamente, para a corrente de curto-circuito fase - terra mínimo (Iccftm = 100 A),
tem-se:

Vpasso = 1,8 (V) x 100(A) / 0,6 (A) = 300 V


Vtoque = 1,2 (V) x 100(A) / 0,6 (A) = 200 V

Com as tensões de passo e toque referidas e sabendo que a resistividade


superficial é 3600Ωm, localiza-se os pontos nos respectivos gráficos.

1. Gráfico de tensões de passo admissíveis (300 V, 3600 Ω.m).


2. Gráfico de tensões de toque admissíveis (200 V, 3600 Ω. m).

Localizados os pontos, verifica-se se estes estão dentro dos níveis aceitáveis de


segurança, ou seja, se estes pontos estão abaixo da curva de tempo determinada pelo
tempo total de atuação da proteção para uma falta fase-terra no local.
Para um tempo de atuação da proteção de 7 s, verifica-se que os pontos
localizados nos gráficos estão abaixo das curvas correspondentes a 7 s, implicando em
que o aterramento está seguro para a condição de falta.

h) Conclusão
Conclui-se assim, que o aterramento é viável sob os aspectos de segurança tanto
para a condição de regime como para a condição de falta.

A.8.2. Inspeções Futuras

Com o objetivo de acompanhar o desempenho das instalações MRT, devera ser


preenchida pela equipe de inspeção, uma planilha, onde devem ser observadas as
características construtivas de projeto, as alterações provocadas por envelhecimento,
corrosão, uso indevido, danos, acréscimos irregulares, etc.

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


65
As medições de resistividade de solo, resistência de aterramento e potenciais de
toque e passo nos pontos críticos, fornecerão os subsídios para possíveis reprojetos das
instalações.

A.9. RESPONSABILIDADES

Esta Orientação Técnica poderá ser alterada a qualquer tempo pela Energisa no
todo ou em parte, sempre que por motivo de ordem técnica ou legal, se fizer necessário.
As recomendações aqui estabelecidas, não implicam em qualquer responsabilidade
da Energisa, com relação à qualidade de materiais, de mão de obra e a proteção contra
riscos e danos à segurança de terceiros.

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66
22. APÊNDICE B

ATERRAMENTO PARA SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

B.1. FINALIDADE

Esta Orientação Técnica visa estabelecer diretrizes, critérios, limites e condições


gerais para elaboração de projetos de aterramento de sistemas elétricos de distribuição,
em tensões até 34,5 kV.

B.2. TERMOS E DEFINIÇÕES

Coeficiente de Impulso - Relação entre impedância ao surto de um aterramento e seu


valor de resistência à frequência industrial.

Comprimento Efetivo de Condutor de Aterramento - Comprimento do eletrodo, a partir


do qual não são verificadas mudanças apreciáveis em sua impedância de surto.

Condutor Horizontal De Aterramento - Condutor empregado na interligação de eletrodos


verticais

Curva de Tempo - Curva do tempo total que a proteção leva para eliminar o defeito
ocorrido no local do aterramento, ou seja, é o tempo total que a pessoa ou animal fica
exposto à tensão de passo ou tensão de toque.

Eletrodo Horizontal - Eletrodo de aterramento na forma de condutor retilíneo ou em anel,


enterrado horizontalmente no solo.

Eletrodo Vertical - Eletrodo de aterramento enterrado verticalmente no solo.

Eletrodo Vertical Profundo - Eletrodo, obtido pelo acoplamento mecânico e elétrico de


mais de uma seção de eletrodo (haste/condutor).

Haste de Aterramento - eletrodo de aterramento constituído por uma haste rígida cravada
no solo

Impedância de Surto de Um Aterramento - relação entre o valor máximo da queda de


tensão nele desenvolvida e o valor máximo da corrente escoada.

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


67
Ionização do Solo - fenômeno dado pela elevação dos gradientes de potencial no solo,
excedendo sua gradiente crítico e implicando sua disrupção.

Resistividade Equivalente do Solo - resistividade obtida pela redução do perfil de


resistividades das n camadas do solo a apenas duas camadas.

Sistemas Primários a Quatro Fios, Multiaterrado - sistemas em que o condutor neutro,


oriundo da malha de aterramento da fonte de suprimento (subestação), comum aos
circuitos primário e secundário, acompanha toda a rede primária, sendo regularmente
conectada a terra, em pontos definidos, de modo a constituir uma rede de terra contínua e
de baixa impedância. Convém que o condutor neutro seja também interligado ao neutro de
outros alimentadores, quando disponíveis, inclusive daqueles originários de outras
subestações.
Nota:
Para fins de projeto de aterramento, enquadram-se nesta classificação todos os ramais
primários monofásicos (fase × neutro) e bifásicos (fase × fase × neutro), que são sempre
derivados de troncos trifásicos a quatro fios.

Sistemas Primários a Três Fios Com Neutro Secundário Contínuo - sistemas primários
em que o condutor neutro não é interligado à malha de aterramento da fonte de
suprimento (subestação), ficando restrito ao sistema secundário correspondente (neutro de
baixa tensão). São considerados como de neutro secundário contínuo aqueles em que o
neutro de baixa tensão interliga todos os transformadores de distribuição.

Sistemas Primários Monofilares Com Retorno Por Terra MRT - sistemas providos de
um único condutor-fase que alimenta um ou mais transformadores de distribuição em que
o retorno da corrente é feito pelo solo

Sistemas Secundários Isolados - sistemas secundários em que o ponto neutro da fonte


de suprimento não é interligado a terra.

Sistemas Secundários Aterrados - sistemas secundários em que o ponto neutro só é


interligado à terra junto ao transformador de distribuição.

Sistemas Secundários em Núcleos MRT - reunião de pequenas propriedades


alimentadas pela baixa tensão de um único transformador de distribuição monofilar com
retorno por terra MRT.

B.3. REQUISITOS GERAIS

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


68
A origem dos sistemas de distribuição de energia elétrica está associada a redes
isoladas de terra, cujos índices de disponibilidade eram otimizados pela redução do
envolvimento de eventuais falhas, por meio da desenergização manual do menor trecho
necessário à execução dos reparos. Contudo, a necessidade de provimento de condições
adequadas de segurança, associada à progressiva elevação das tensões primárias
utilizadas nesses sistemas (consequência da evolução das densidades de carga),
passaram a exigir a utilização de sistemas primários aterrados, como forma de viabilizar
soluções técnico-econômicas para proteção contra sobrecorrentes e sobretensões.
Tendo em vista o provimento das condições adequadas de segurança
anteriormente mencionadas, o aterramento de um sistema de distribuição deve atingir,
cumulativamente, os seguintes objetivos:
a) Viabilizar adequado escoamento de sobretensões, limitando as tensões transferidas
ao longo da rede, em consequência das descargas de surtos diretas ou indiretas;
b) Garantir a segurança dos usuários do sistema por meio da limitação das diferenças
de potencial entre o condutor neutro e a terra, resultantes da circulação das
correntes de desequilíbrio;
c) Garantir a efetividade do aterramento do sistema, limitando os deslocamentos do
neutro por ocasião da ocorrência de faltas a terra;
d) Assegurar a operação rápida e efetiva dos dispositivos de proteção de
sobrecorrente, na ocorrência de faltas a terra, limitando as tensões resultantes da
passagem das correntes de curto-circuito;
e) Outras condições, como:
 Continuidade do fornecimento no caso específico dos sistemas MRT;
 Tensões de transferência compatíveis;
 Minimização de falhas de equipamentos por deficiência de aterramento;
 Qualidade do fornecimento (por exemplo, valor e configuração do aterramento dos
para-raios).
A forma de se alcançar os objetivos anteriormente citados depende do tipo de
sistema que se venha construir. Portanto, a elaboração do projeto específico para
aterramento de um sistema de distribuição deve ser sempre precedida da definição do tipo
de sistema que se pretende implantar. Face às múltiplas consequências desta escolha, ela
deve ser baseada em análise técnico-econômica global em que sejam avaliadas as
vantagens e desvantagens de cada tipo de sistema de acordo com as características
específicas da instalação. Nesta análise, devem ser contemplados todos os aspectos
técnicos envolvidos, desde a definição de tensão suportável de impulso até a
especificação e escolha de todos os materiais, equipamentos e estruturas necessários,
que são sensivelmente afetados pela definição da distância de escoamento dos isoladores
e pela limitação dos níveis máximos de curto-circuito.

B.4. REQUISITOS ESPECÍFICOS

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


69
B.4.1. Elementos de projeto para aterramento

B.4.1.1. Considerações gerais

Para o desenvolvimento de um projeto de aterramento, é fundamental o


conhecimento das características do solo, principalmente de sua resistividade elétrica. O
conjunto de fatores que determina a resistividade do solo compreende:
a) Tipo do solo;
b) Composição química dos sais dissolvidos na água retida;
c) Concentração desses sais;
d) Teor de umidade;
e) Temperatura;
f) Tamanho e distribuição das partículas (grãos) do material;
g) Pressão.

B.4.1.2. Medição

Existem vários métodos para efetuar uma medida da resistência de terra, conforme
ABNT NBR 7117, porém, o mais prático e mais utilizado é o da medida através do Megger
de terra, o qual será aqui apresentado.
O método consiste basicamente, em aplicarmos uma tensão entre o terminal de
terra a será medido e o terminal de terra auxiliar, e medirmos a resistência do terra até o
ponto desejado, que corresponde ao eletrodo de tensão.
Os procedimentos estão no Anexo 25.

B.4.1.3. Estratificação do solo

B.4.1.3.1. Resistividade equivalente do solo

Conforme definido na ABNT NBR 7117, a redução das (n + 1) camadas do solo


estratificado resultantes da medição de resistividade (ver Figura A.1) para apenas duas
camadas, é feita considerando-se o paralelismo daquelas camadas, duas a duas, a partir
da superfície, utilizando-se sucessivamente a equação B.1:

B.1
( )
Sendo:
ρeq(i,j) é a resistividade específica equivalente resultante do paralelismo entre duas
camadas i e j;
ρi é a resistividade específica da camada i;
ρj é a resistividade específica da camada j;

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70
pi a profundidade da camada i;
pj(j-1) é a diferença entre profundidade da camada j(pj) e profundidade da camada
resultante do paralelismo entre as duas camadas anteriores (pj-1).

Figura B.1 – Solo estratificado em (n + 1) camadas

A equação geral para redução direta de n camadas é a seguinte (equação B2):



B.2

Sendo:
ρeqn é a resistividade equivalente das n camadas do solo, expressa em ohms (Ω);
di é a espessura da camada de resistividade ρ;
i, obtida pelas diferenças entre profundidades, expressa em metros (m).

Assim, chega-se a apenas duas camadas de solo, conforme a Figura B.2.

Figura B.2 – Perfil de resistividade do solo com as n camadas reduzidas a uma camada
equivalente

Legenda:
Deqn é profundidade da camada equivalente, expressa em metros (m)

B.4.1.4. Resistividade aparente vista pelas diversas configurações de


eletrodos de aterramento

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71
B.4.1.4.1. Aterramento com um único eletrodo vertical
Para se calcular a resistência de aterramento de uma única haste de aterramento
cravada em um solo não homogêneo, considera-se, para dispersão das correntes, a
resistividade equivalente de todas as camadas que compõem este solo. Desta forma, a
resistividade aparente a ser considerada corresponde à resistividade equivalente calculada
pela Equação B.2.
Nota:
A utilização da resistividade equivalente para cálculo da resistência de aterramento
de uma única haste de aterramento, apesar de constituir a melhor alternativa técnico-
econômica para projeto, implica na obtenção de valores bastante sensíveis aos efeitos da
heterogeneidade do solo, razão pela qual se recomenda, sempre que possível, sua
ratificação prévia por meio de medições amostrais de valores de resistência, efetuadas
conforme a ABNT NBR 15749.
Nos casos de anéis instalados no solo conforme a Figura B.3, o valor da
resistividade aparente deve ser calculado pela Equação B.3:

( )

B.3
onde
ρa é a resistividade aparente para cálculo da resistência de um anel, expressa em ohms-
metro (Ω.m);
R é o raio do anel, expresso em metros (m).

Nota:
Os demais termos já foram definidos anteriormente.

Figura B.1 – Eletrodo cravado em solo estratificado

Nota:

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72
Nos casos de anéis com diâmetro superior a 6 m, adotar o valor da resistividade aparente
calculada considerando-se o valor de r na Equação B.4, como o resultado da aplicação da
Equação B.6.

B.4.1.4.2. Aterramento com eletrodo horizontal

Em se tratando de condutores horizontalmente enterrados, com comprimento de até


6 m, o valor de sua resistência deve ser determinado com base na resistividade
equivalente das camadas do solo localizadas entre a superfície e aquela onde se encontra
instalado o eletrodo (inclusive), valor este a ser calculado com base na Equação B.2. Nos
casos de condutores com comprimento superior a 6 m, adotar o valor da resistividade
aparente calculada considerando-se o valor de r na Equação B.4 igual à metade do
comprimento do eletrodo horizontal, expresso em metros.

B.4.1.4.3 Aterramento com mais de uma haste

Determina-se, a partir de suas dimensões, o coeficiente α, dado pela Equação B.4.

B.4

Onde:
r é o raio do círculo equivalente (tomado, em termos práticos, como sendo igual à metade
da maior dimensão do sistema de aterramento), expresso em metros (m);
deqn é a profundidade da camada equivalente obtida na redução de n camadas, expressa
em metros (m).

Para hastes alinhadas, r é dado pela equação B.5:


( )
B.5

Onde:
n é o número de hastes de aterramento;
e é o espaçamento entre hastes, expresso em metros (m);
r é o raio do círculo equivalente, expresso em metros (m).

Para outras configurações, r é dado pela Equação B.6.

B.6

Onde:
A é a área do sistema de aterramento, expressa em metros quadrados (m2);
D é a maior dimensão do sistema de aterramento, expressa em metros (m).

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73
De posse do coeficiente α e da relação , por meio do gráfico da Figura A.4,
determina-se a relação, da qual se extrai a resistividade aparente pela Equação B.7.
B.7
onde
ρa é a resistividade aparente correspondente à configuração de aterramento considerada,
expressa em ohms metro (Ω m);
ρeqn é a resistividade equivalente das n camadas do solo, expressa em ohms-metros
(Ω.m);
N é o coeficiente de relação entre ρeqn e ρa.

Figura B.2 – Determinação da resistividade aparente para um solo com duas camadas
estratificadas

B.4.2. Resistência de configurações dos eletrodos de aterramento

B.4.2.1. Resistência de aterramento de eletrodos simples

São três os tipos de eletrodos mais utilizados nos aterramentos de sistemas de


distribuição, conforme 4.2.1.1.a 4.2.1.3.

B.4.2.1.1. Hastes

Sua resistência é determinada por meio da Equação B.8:

( ) B.8

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74
Onde:
R1h é a resistência de uma haste, expressa em ohms (Ω);
ρa é a resistividade aparente do solo, em ohms-metro (Ω.m), calculada conforme A.1.4;
L é o comprimento de haste, expresso em metros (m);
d é o diâmetro equivalente da haste, expresso em metros (m).

a) Haste de Seção Circular b) Haste Tipo Cantoneira


Figura B.3 – Seções de hastes

Para hastes de seção transversal circular (S), a equação B.9:

√ B.9

Para hastes cantoneiras, d é o diâmetro do círculo equivalente à área transversal da


haste (S), sendo S dado pela equação B.10:

S = L1 x 1 + L2 x 2 − 1 x 2 B.10

B.4.2.1.2. Condutor horizontal

Em solos em que a resistividade aumenta com a profundidade, ou em que


dificuldades mecânicas para cravação de hastes são verificadas, a utilização exclusiva de
condutor horizontal é uma opção razoável. Sua resistência de aterramento é determinada
por meio da Equação B.11:

( ) B.11

Onde:
Rcond é resistência de aterramento do condutor horizontal, expressa em ohms (Ω);
ρa é a resistividade aparente do solo, em ohm-metro (Ω.m), calculada conforme B.1.4;
L é o comprimento do condutor horizontalmente enterrado, expresso em metros (m);
r é o raio do condutor, expresso em metros (m);
p é a profundidade do condutor em relação à superfície, expressa em metros (m).

B.4.2.1.3. Anel

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Sua resistência de aterramento é determinada por meio da equação B.12:

[ ( )
B.12
( )]

A Equação B.12a também pode ser utilizada:

( ) B.12A
( )
Onde:
ρa é a resistividade aparente do solo, expressa em ohms-metro (Ω.m), calculada conforme
A.1.4;
R é o raio do anel, expresso em metros (m);
d é o diâmetro do condutor, expresso em metros (m);
p é a profundidade do anel no solo em relação à superfície, expressa em metros (m).

B.4.2.2. Resistência de aterramento de hastes interligadas em paralelo

A interligação de hastes em paralelo tem como consequência uma superposição


das áreas de influência das hastes consideradas individualmente, implicando na alteração
do valor do conjunto. Para reduzir os efeitos dessa superposição, a distância entre hastes
deve ser no mínimo igual ao comprimento da maior das hastes. A resistência (Rh) de
aterramento de cada haste do conjunto, em ohms, é calculada pelas equações:

∑ B.13

Onde:
n é o número de hastes em paralelo;
Rhh é a resistência individual de cada haste de aterramento, expressa em ohms (Ω), dada
por B.8:

B.14

Onde:
L é o comprimento da haste h, expresso em metros (m);
ρa é a resistividade aparente correspondente à configuração do aterramento utilizado,
calculada conforme B.1.4, expressa em ohms-metro (Ω.m);
Rhh é o acréscimo da resistência da haste h por influência da haste m, expresso em ohms
(Ω).

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76
( ) B.15

Onde:
Lm é o comprimento da haste m, expresso em metros (m);
ehm é a distância horizontal entre haste h e haste m, expressa em metros (m).

√( ) B.16

Nota:
Rhm só é definido para h ≠ m.

Para o cálculo da resistência de aterramento do conjunto de n hastes em paralelo


Rp(n), não é considerado o efeito do cabo de interligação dessas hastes, uma vez que, em
termos de segurança, a exclusão desse efeito conduz a valores mais conservativos. Desta
forma, a resistência (Ω) do conjunto é determinada pela Equação B.17:

( ) B.17
∑ ( )

O acréscimo ilimitado do número de hastes em paralelo, em um conjunto, não é


viável, face às limitações impostas pela saturação do solo à redução do valor da
resistência equivalente.
O índice de aproveitamento obtido com a cravação de hastes adicionais é
facilmente verificado, na prática, pela análise dos coeficientes de redução (K), definidos
como a relação entre o valor de resistência de aterramento do conjunto e o valor da
resistência individual de cada uma das hastes componentes:
( )
B.18

As configurações usualmente utilizadas com hastes em paralelo são mostradas na


Figura B.6.
A metodologia de cálculo apresentada para determinação da resistência de
aterramento de um conjunto de hastes interligadas em paralelo é válida para quaisquer
dos arranjos da Figura A.6.
Sua aplicação a cada um deles prova ser a configuração com hastes alinhadas a
mais favorável, em termos de resistência equivalente do conjunto.

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77
a) Hastes alinhadas

b) Haste em Triangulo c) Haste em Quadrado Vazio

d) Hastes em Quadro Cheio e) Hastes em círculo


Figura B.4 – Configurações usuais com hastes em paralelo

4.2.2.1. Hastes alinhadas

A disposição dos eletrodos deve ser tal que seu alinhamento fique paralelo à via
pública, quando for o caso (ver Figura B.7).

e≥L
P ≥ 0,5 m
Figura B.6 – Hastes alinhadas

As hastes são cravadas mantendo um espaçamento mínimo entre si igual ao seu


comprimento, e a profundidade de suas cabeças de pelo menos 0,50 m. Os condutores de

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


78
interligação são instalados nesta mesma profundidade mínima. O condutor de aterramento
deve ser conectado, preferencialmente, a uma das hastes centrais.
A distância mínima a ser mantida entre o poste e a haste mais próxima é de 1 m.

B.4.2.2.2. Paralelismo de hastes

O número máximo de hastes a serem interligadas em paralelo, na configuração


alinhada, é igual a seis. A colocação adicional de hastes a partir deste limite contribui
pouco para a redução da resistência de aterramento devido à saturação do solo, tornando-
se antieconômico.
Este limite não é aplicável ao aterramento de equipamentos instalados em sistemas
a três fios com neutro secundário descontínuo, condição em que a instalação de hastes
adicionais deve ser comparada com as demais alternativas para solos de alta
resistividade.

B.4.2.3. Solos de alta resistividade e/ou limitação de área

Para solos de alta resistividade, em que o aterramento por meio do paralelismo de


hastes alinhadas torna-se antieconômico ou mesmo inviável, são disponíveis as seguintes
alternativas para redução da resistência dos aterramentos.

B.4.2.3.1. Tratamento do solo

A resistividade decresce com o aumento da presença de sais no solo. Portanto, o


tratamento de um solo de alta resistividade, por meio da adição de sais minerais à sua
composição química, naturalmente resulta na obtenção de resistências de aterramento
também menores.
São propriedades essenciais a um tratamento químico adequado:
a) Estabilidade química;
b) Insolubilidade em presença d’água;
c) Higroscopia;
d) Não ser corrosivo;
e) Ter efeito de longa duração;
f) Não conter substâncias tóxicas.

Quando se aplica este tipo de tratamento, observam-se alterações das


características do solo ao redor dos eletrodos, resultando em redução do valor da
resistividade traduzido por um “coeficiente de redução de tratamento” (KT). Este
coeficiente é tanto menor quanto maior for a resistividade do solo, conforme diversas
experiências já realizadas, e é determinado na prática por meio da relação entre a
resistência do eletrodo tratado e a resistência do eletrodo sem o tratamento.

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79
( ) B.19

Onde:
ρa é a resistividade aparente calculada conforme A.1.4, expressa em ohms-metro (Ω.m);
L é o comprimento da haste, expresso em metros (m);
d é o diâmetro do eletrodo, expresso em metros (m);
KT é a relação entre a resistência após o tratamento/resistência antes do tratamento.

Os coeficientes de redução (KT) obtidos na prática variam de 0,05 a 0,50.

B.4.2.3.2. Eletrodos verticais profundos

São adequados para atingir as camadas mais profundas do solo, que normalmente
são mais úmidas e, portanto, apresentam menor resistividade, resultando em menor valor
para a resistência do aterramento. Além disso, estas camadas são menos sujeitas às
variações de umidade e temperatura, o que proporciona um aterramento de resistência
praticamente constante ao longo do tempo.
Quando são utilizados eletrodos verticais profundos, a dispersão de correntes para
o solo acontece, em sua maioria, na parte inferior do eletrodo, ou seja, na camada de solo
de menor resistividade (ρ2).
Nestes casos, desde que ρ2 seja um valor substancialmente inferior às
resistividades das demais camadas e que L2 corresponda a pelo menos 20% do
comprimento total do Eletrodo sua parte superior, situada nas camadas de resistividade
maior, funciona quase que somente como um condutor para a dispersão das correntes na
parte inferior do eletrodo.
Para solos estratificáveis em múltiplas camadas, a camada ρ1 da Figura B.8
representa a resistividade das camadas superiores obtida pelo processo de redução da
ABNT NBR 7117.

Figura B.7 – Solo estratificado em duas camadas (ou reduzido a duas camadas)

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80
A resistência de um eletrodo vertical profundo, neste tipo de solo é dada por:

( ) B.20

Muitas vezes, o solo se apresenta com resistividades altíssimas, tanto na camada


superficial quanto nas camadas mais profundas. Para estes casos, são disponíveis
soluções mistas de aterramento, como a seguir:
Paralelismo de eletrodos verticais profundos: de forma a reduzir os efeitos da
superposição das respectivas zonas de influência, eletrodos verticais profundos em
paralelo não podem ser instaladas a distâncias menores que o maior dos valores de L
considerados em seus projetos individuais. Para cálculo do valor da resistência de
aterramento do conjunto, adotar a metodologia descrita em 4.2.2.

B.4.3 Potenciais no solo e configurações dos eletrodos de aterramento

B.4.3.1. Condições de segurança

Para fins de avaliação das condições de segurança do sistema de aterramento, são


apresentadas, a seguir, as rotinas de cálculo adequadas à determinação das elevações de
potencial resultantes da circulação de correntes (curta duração, longa duração e surtos)
em função das configurações mais usuais para aterramentos de sistemas de distribuição.
Com base nestes valores, podem ser calculados potenciais de passo, toque e
transferência, essenciais ao desenvolvimento de estudos sobre aterramentos especiais.

B.4.3.1.1. Haste com cabeça na superfície

A elevação de potencial no solo a qualquer distância (X) da haste, desde que X ≠ 0,


é dada pela Equação B.21:

( ) B.21

Sendo:
Vx é a elevação de potencial a uma distância X da haste, expressa em volts (V);
ρa é a resistividade aparente calculada conforme A.1.4, expressa em ohms-metro (Ω.m);
I é a corrente que escoa pela haste, expressa em ampères (A);
L é o comprimento da haste, expresso em metros (m);
X é a distância da haste ao ponto considerado, expressa em metros (m).

B.4.3.1.2. Haste com a cabeça enterrada

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81
Para uma haste enterrada a uma profundidade P em relação à superfície do solo, a
elevação de potencial, a uma distância X do ponto de cravação da haste, desde que X ≠ 0,
é dada pela Equação B.22 :

√( ) B.22
( )

Onde:
Vx é a elevação de potencial a uma distância X da haste, expressa em volts (V);
ρa é a resistividade aparente calculada conforme A.1.4, expressa em ohms-metro (Ω.m);
I é a corrente que escoa pela haste, expressa em ampères (A);
P é a profundidade da haste em relação à superfície do solo, expressa em metros (m);
L é o comprimento da haste, expresso em metros (m);
X é a distância do ponto de cravação da haste ao ponto considerado, expressa em metros
(m).

B.4.3.2. Aterramento com condutor horizontal

A elevação de potencial em um ponto V do solo localizado conforme a Figura A.9,


em relação a um condutor de aterramento horizontal, enterrado a uma profundidade P do
solo, é dada pela Equação B.23:

(| | ) √(| | ) | | B.23
( )
(| | ) √(| | ) | |
Onde:
V é a elevação de potencial no ponto V, devida ao escoamento de corrente para a terra
por meio de um condutor horizontalmente enterrado a uma profundidade P do solo,
expressa em volts (V);
ρa é a resistividade aparente calculada conforme A.1.4, expressa em ohms-metro (Ω.m);
I é a corrente que escoa pelo condutor horizontal, expressa em ampères (A);
L é o comprimento do condutor horizontal, expresso em metros (m);
X é a distância do ponto V ao centro do condutor horizontal na direção da abscissa,
expressa em metros (m);
Y é a distância do ponto V ao centro do condutor horizontal na direção da ordenada,
expressa em metros (m);
P é a profundidade do condutor horizontal em relação à superfície do solo, expressa em
metros (m).

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82
Figura B.8 – Localização de um ponto V em relação a um condutor horizontalmente
enterrado

B.4.3.3. Aterramento com hastes alinhadas

Por ocasião do escoamento de uma corrente para a terra por um sistema de


aterramento com hastes alinhadas, para determinação da elevação de potencial em um
ponto qualquer na superfície do solo, devem ser cumulativamente considerados tanto os
efeitos da dispersão por meio de cada haste componente do conjunto como aquele
resultante da dissipação de corrente pelo condutor de interligação.
A distribuição das correntes deve ser considerada inversamente proporcional às
respectivas resistividades aparentes vistas pelo condutor e pelo conjunto de hastes
envolvidas, e diretamente proporcionais aos comprimentos desses dois tipos de eletrodos
(ver Figura B.10). Definido o valor da função f(n), as correntes dissipadas pelas hastes e
pelo condutor de interligação podem ser determinadas pelas Equações B.24 e B.25.

Figura B.9 – Distribuição de corrente entre condutor e hastes em aterramentos com hastes
alinhadas

( )
B.24
( )

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83
B.25
( )

Onde:
Ic é a corrente dissipada pelo condutor de interligação, expressa em ampères (A);
Ih é a corrente dissipada pelas hastes, expressa em ampères (A);
f(n) é a relação entre os comprimentos de condutor e as hastes envolvidas;
I é a corrente dissipada pelo aterramento, expressa em ampères (A).

Neste Anexo, encontra-se uma rotina de cálculo para obtenção das distribuições de
correntes.
O valor da elevação de potencial em um ponto V do solo, devido à dispersão pelo
conjunto de hastes, é dado pela Equação B.26:

∑( ) [ ] B.26
√( ) ( )
Onde:
Vh é a elevação de potencial no ponto V devido ao escoamento de corrente à terra por
meio do conjunto de hastes envolvidas, expressa em metros (m);
ρh é a resistividade aparente correspondente à configuração do aterramento, expressa em
ohms-metros (Ω.m);
P é a profundidade da cabeça das hastes;
Xi é a distância do ponto V a cada uma das hastes hi envolvidas, expressa em metros (m);
Li é o comprimento de cada uma das hastes hi envolvidas, expresso em metros (m);
n é o número de hastes hi que compõem o aterramento;
Ihi é a fração de corrente em cada uma das hastes individuais, calculada conforme este
Anexo.

Para a determinação da elevação de potencial devido ao escoamento de corrente


pelo condutor horizontal, deve ser utilizada a Equação B.23, considerando-se: ρ = ρc e I =
Ic . A elevação de potencial total no ponto V é dada pela soma deste resultado ao valor
obtido pela Equação B.26.
Nota:
ρc é a resistividade aparente correspondente a um aterramento composto apenas pelo
condutor de interligação envolvido, expressa em ohms-metro (Ω.m);

B.4.3.4. Aterramento em anel

A elevação de potencial em um ponto P qualquer do solo de coordenadas (x, y, z)


conforme a Figura B.11, resultante da circulação de uma corrente I por um anel
horizontalmente enterrado no solo, pode ser calculada, para um solo homogêneo, por meio

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84
da Equação A.27, em que o par de coordenadas x, y é substituído pela definição de um
novo eixo x, também apresentado na Figura B.11:

Figura B.10 ‒ Coordenadas para aterramento em anel

( ) ( ) B.27
√( )
Onde:
ρa é a resistividade aparente calculada conforme A.1.4, expressa em ohms-metro (Ω.m);
I é a corrente circulante pelo anel, expressa em ampères (A);
x, z são coordenadas do ponto P, expressas em metros (m);
ra é o raio do anel, expresso em metros (m).

( ) ∫ B.28
√ ( )
Onde:

B.29

( )
√ B.30
( )

Onde:
dF é o diâmetro do condutor, expresso em metros (m).

Nota:
Por F(C) ser uma integral elíptica, portanto, sem solução analítica, sua determinação só se
torna viável por processo numérico.

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85
Na Tabela B.1, é apresentado um resumo dos potenciais na superfície do solo para
algumas configurações de anel consideradas típicas.

Tabela B.1 – Potenciais na superfície do solo em relação ao potencial do anel (%)

Distancia X do ponto considerado (na superficie do solo) em relação ao


Profundidade
ra (m) centro do anel M
do anel (Z)
0 1ra 2ra 3ra 4ra 5ra 7,5 ra 10 ra
0,1 ra 55,0 77,6 29,8 19,1 14,2 11,3 7,0 5,6
0,5 ra 58,4 57,2 33,5 22,1 16,7 13,2 8,2 6,6
1
0,75 ra 54,7 50,9 33,2 22,7 17,5 13,9 8,6 6,9
1 ra 50,2 45,3 32,0 22,7 17,3 14,0 8,8 7,1
0,1 ra 53,0 74,5 28,9 18,1 13,4 10,7 7,4 5,4
0,5 ra 54,2 53,4 31,3 20,6 15,3 12,2 8,4 6,1
2
0,75 ra 51,2 47,2 31,2 20,8 16,0 12,8 8,8 6,4
1 ra 46,2 42,1 29,8 21,5 16,5 13,2 9,1 6,6
0,1 ra 51,0 71,1 27,9 17,3 13,5 10,6 7,2 5,2
3 0,5 ra 52,7 51,6 29,7 19,8 15,4 12,1 8,2 5,9
0,75 ra 50,0 47,7 29,5 20,5 15,9 12,5 8,5 6,1
0,1 ra 48,4 68,2 25,8 16,7 12,4 9,8 6,7 4,8
5 0,2 ra 50,8 60,7 27,9 18,0 13,4 10,7 7,2 5,2
0,5 ra 51,7 51,7 29,3 19,0 14,1 12,1 7,6 5,5
0,1 ra 46,7 62,2 25,6 16,4 12,2 9,6 6,0 4,9
7,5
0,2 ra 50,0 66,7 27,4 17,6 13,1 10,2 6,4 5,2
0,1 ra 47,1 64,7 25,3 16,2 12,1 9,7 6,5 4,7
10
0,2 ra 46,9 59,4 26,9 17,2 12,8 10,3 6,9 5,0

B.4.4. Impedância de surto dos aterramentos

A descarga de correntes de surto normalmente causa tensões elevadas nos


eletrodos de aterramento, resultando em elevados valores de gradientes de potencial no
solo (E), podendo implicar em disrupção, caso excedido seu gradiente crítico (Eo).
Este fenômeno é conhecido por "ionização do solo" e leva a um comportamento não
linear da impedância de aterramento por ocasião da descarga da corrente de surto para o
solo, dependendo de parâmetros como: tempo de frente e corrente máxima (ou de pico) do
surto, resistividade do solo, ponto de injeção (extremidade ou centro, em eletrodos
horizontais).
O fenômeno da ionização do solo leva a dois efeitos importantes:
a) Provoca um aumento do diâmetro em eletrodos curtos (hastes de até 20 m),
fazendo com que sua impedância de surto fique menor que sua resistência normal
(para baixas frequências). (ver figuras B.4 a e B.4 b);
b) Causa a diminuição do comprimento efetivo do eletrodo em comprimentos longos
(horizontais), como os empregados em contrapesos de torres de lt (ver figura B.12
c).

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86
a) Eletrodo muito curto b) Eletrodo curto c) Eletrodo longo
Figura B.11 – Efeito da ionização do solo no comprimento do eletrodo

B.4.4.1. Conceito de comprimento efetivo e impedância de surto Z0

A resistência de aterramento vista por um surto atmosférico costuma ser


denominada de resistência de aterramento impulsiva, resistência dinâmica ou impedância
de surto. O termo “impedância” preserva a ideia de o fenômeno possuir aspectos indutivos
e capacitivos.
O comprimento efetivo de um eletrodo de aterramento é definido como o
comprimento a partir do qual a impedância de surto não decresce significativamente.
Pode-se achar Le no ponto em que a tangente da curva Z0 × L faz um ângulo de 5° com o
eixo horizontal. Ver Figura A.13.

Figura B.12 – Variação de Z0 com o comprimento do eletrodo e definição do comprimento


efetivo

B.4.4.2. Cálculo do diâmetro, comprimento efetivo e da impedância de surto


de eletrodos

O procedimento de cálculo para o diâmetro, comprimento efetivo e impedância de


surto de hastes verticais e de eletrodos horizontais é apresentado no Anexo I. As
formulações consideram o comportamento não linear de vários fatores, como a
resistividade, o tempo de crescimento da corrente de surto e seu valor máximo.

B.4.5 Limitações impostas aos aterramentos para adequado escoamento de


surtos atmosféricos

Os aterramentos dos dispositivos de proteção contra sobretensão objetivam


viabilizar o adequado escoamento de eventuais surtos, garantindo a manutenção da
confiabilidade do sistema e a segurança dos usuários de seus serviços.

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87
No que concerne à proteção específica do equipamento, o valor da resistência dos
aterramentos não tem maior influência. Desde que especificados os dispositivos de
proteção adequados e utilizado condutor de aterramento único, a limitação do
comprimento das interligações destes dispositivos com o tanque do equipamento é
suficiente à obtenção de adequado grau de proteção.
Entretanto, o valor de resistência oferecido pelo aterramento dos dispositivos de
proteção contra sobretensão é fundamental para a determinação da diferença de potencial
que deve se estabelecer entre os componentes do sistema elétrico e a terra, em função da
passagem da corrente de impulso nesta resistência.
A elevação de potencial até o ponto de conexão do condutor de aterramento com o
condutor neutro (afetada também pela queda de tensão no condutor de descida) é
transmitida para os pontos de utilização, enquanto que a diferença de potencial entre os
condutores-fase no topo da estrutura e a terra (afetada também pela tensão residual dos
dispositivos de proteção), deve se propagar ao longo do circuito primário.
Destes potenciais, os transmitidos pelo condutor neutro devem garantir condições
de segurança para os usuários; os transmitidos pelos condutores-fase da rede primária
devem ser inferiores ao valor da tensão suportável de impulso das estruturas, de forma a
evitar disrupção nos isoladores, que, não raro, são inclusive danificados pela corrente de
curto-circuito subsequente.

B.4.6. Metodologia para determinação do valor máximo da resistência de


aterramento

Para o cálculo das elevações de potenciais resultantes das descargas de surtos,


devem ser estimados valores de resistência de aterramento (R), de forma a permitir a
definição do seu valor-limite.
O valor máximo de RAT corresponde ao maior dos valores que vier a resultar em
tensões no condutor neutro e nos condutores fase, inferiores a limites previamente
estabelecidos, em função dos critérios adotados para proteção contra sobretensões.

B.4.6.1. Sistemas trifásicos a quatro fios, multiaterrados

A Figura B.13 apresenta um esquema simplificado da ligação de um equipamento


em um sistema trifásico a quatro fios, adotado como base para o desenvolvimento
apresentado a seguir:

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88
Figura B.13 – Ligação de um equipamento em um sistema trifásico a quatro fios

Legenda:
i valor de crista da corrente de descarga, expresso em quilo ampères (kA)
i1 valor de crista da parcela de i que escoa pelo aterramento no ponto considerado,
expresso em quilo ampères (kA)
i2 valor de crista da parcela de i que circula pelo condutor neutro do sistema, expresso em
quilo ampères (kA)

Considerando uma impedância ao surto para o condutor neutro, Zsn:

B.31

Para a condição-limite, tem-se:


a) Tensão máxima no neutro (VDF):

B.32

b) Tensão máxima nas fases primárias (VAF):

B.33

Onde:
VBC é a tensão residual do equipamento de proteção, expressa em quilovolts (kV);

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89
( ) B.34

L é a indutância do condutor = 1,214 mH/km;


di / dt é a taxa de crescimento da onda de corrente no tempo zero;
di / dt = 2,72 . i / t ;
t é o tempo real de crista, expresso em microssegundos (μs), e igual a 125 % do tempo de
crista da onda de surto considerada;

( ) B.35

B.36

As parcelas VAB, VCD e VDE, têm seus valores máximos somados algebricamente
por terem as correntes i e i1 o mesmo tempo de crista. Contudo, a acumulação desse
subtotal com os valores de VBC e VEF é feita a partir do preenchimento da Tabela B.2.

Legenda:
(A) Coluna a ser preenchida a partir do tempo real de crista da onda de corrente, em
microssegundos (μs), que corresponde a 1,00 pu. Para a forma de onda padronizada
(pulso de tensão de 1,2 × 50 μs), o tempo real de crista é: 125 % de 1,2 μs = 1,5 μs;
(B) Coluna a ser preenchida a partir do valor de pico da máxima corrente de descarga, em
quiloampéres (kA), que corresponde a 1,00 pu;
(C) Coluna a ser preenchida a partir do valor máximo da tensão residual do equipamento
de proteção contra sobretensão, equivalente à corrente de descarga de 5 kA, que
corresponde a 1,00 pu;

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90
(D) Valor máximo de VAB + VCD, em quilovolt (kV), que corresponde a 1,00 pu, obtido
segundo a Equação B.34;
(E) Valor máximo de VDE, em quilovolts (kV), que corresponde a 1,00 pu, obtido pela
Equação B.35:
(F) Coluna a ser preenchida com o produto da multiplicação dos valores de corrente da
coluna (B) pelo valor da resistência ôhmica do aterramento, RAT.
(G) Coluna a ser preenchida com o resultado da adição dos valores correspondentes às
colunas (C) (D) (E) e (F).
(H) Coluna a ser preenchida com o resultado da adição dos valores correspondentes às
colunas (E) e (F), somente nos casos do emprego de gap entre as carcaças e neutro e
secundários dos transformadores.

Nota:
Os tempos correspondentes aos valores máximos das colunas (G) podem não coincidir
nem com o tempo da máxima tensão residual do equipamento de proteção nem com o
tempo da máxima queda de tensão no condutor de aterramento nem com o tempo da
máxima queda de tensão na resistência de aterramento.

Após o preenchimento da Tabela B.2 para diversos valores de R AT, o seu limite
máximo corresponde ao maior dos valores que não implique a ultrapassagem do limite de
tensão previamente definido, para VAF (coluna G) e para VDF (coluna H), quando for o
caso.
A metodologia apresentada neste item é também aplicável a ramais monofásicos –
Fase × Neutro –, que são sempre derivados de troncos trifásicos a quatro fios.

B.6.5. Aterramento de redes de distribuição

Nesta subseção, são apresentadas metodologias adequadas à determinação das


condições mínimas a serem satisfeitas pelo projeto do aterramento de forma a atender,
simultaneamente, a todos os requisitos apresentados na Seção 4. Face às características
inerentes a cada tipo de sistema, a apresentação é feita em itens específicos, abordando:
a) Sistemas trifásicos a quatro fios, multiaterrados;
b) Sistemas trifásicos a três fios com neutro secundário contínuo;
c) Sistemas trifásicos a três fios com neutro secundário descontínuo;
d) Sistemas monofilares com retorno por terra.

Nos sistemas a quatro fios e três fios com neutro secundário contínuo, permanece
em estudo a padronização de uma sistemática para cálculo preciso das tensões passíveis
de serem transferidas pelo neutro para entradas consumidoras supridas em tensões
secundárias de distribuição, por ocasião de curtos-circuitos fase e neutro nas redes de

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91
média tensão associadas, valores estes a serem compatibilizados com os limites de
suportabilidade.

B.6.5.1. Sistemas trifásicos a quatro fios, multiaterrados

Neste tipo de sistema, os aterramentos do neutro efetivados ao longo da rede


(multiaterramento), além de propiciarem adequado escoamento dos surtos, devem
satisfazer os seguintes requisitos básicos:
a) Garantir a efetividade do aterramento do sistema; condição, na prática, satisfeita
quando a resistência do aterramento equivalente se situa na faixa de 0,1 Ω a 0,3 Ω;
b) Garantir a manutenção do neutro, em condições normais de operação, a um
potencial inferior a 10 V em relação à terra; condição que assegura não ser
alcançado o limite de 10 mA, quando de um eventual toque no condutor neutro;
c) Garantir a manutenção dos potenciais de passo dentro de limites toleráveis, em
condições de defeito; condição restrita aos potenciais de passo, por não ser sempre
viável a manutenção dos potenciais de toque e de transferência, em condições de
defeito, dentro dos limites toleráveis, tendo em vista os tempos de operação dos
dispositivos de proteção usuais. Proteção parcial para os potenciais de toque é
obtida, ou por meio da colocação do condutor de aterramento interno ao poste
(casos de instalações novas de postes de concreto), ou por proteção
eletromecânica (canaleta) até a altura de 3 m no solo quando o condutor de
aterramento for externo ao poste (caso de postes de madeira e postes de concreto
já instalados). Esta proteção é totalmente inviável nos casos de postes metálicos
onde a própria estrutura é utilizada como condutor de aterramento.
d) Todos os equipamentos devem ser conectados ao neutro e aterrados com
resistência igual ou inferior ao aterramento-padrão;
e) O neutro deve ser aterrado em todo fim de rede primária com o aterramento-padrão;
f) O neutro deve ser também aterrado em todo fim de rede secundária;
g) Nos casos de redes excessivamente curtas em que o dimensionamento do
aterramento pela metodologia indicada se torna inviável, mesmo que considerado o
comprimento total do neutro (rede primária e rede secundária), o projeto deve ser
desenvolvido conforme critérios recomendados para os sistemas a três fios com o
neutro secundário descontínuo (ver 6.5.3).

B.6.5.2. Sistemas trifásicos a três fios com neutro secundário contínuo

Nesta subseção, são válidos os comentários iniciais feitos em 6.5.1.


Cabe ressaltar que, neste caso, o neutro, em condições normais de operação, é
sempre mantido a um potencial inferior a 10 V em relação à terra, já que a circulação da
corrente de desequilíbrio (no caso de BT), restringe-se à zona de influência de cada

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92
transformador de distribuição, implicando no seu confinamento, quase que total, ao neutro
do circuito.

B.6.5.3 Sistemas trifásicos a três fios com neutro secundário descontínuo

Neste caso, devido ao fato de ser inviável a limitação das tensões passíveis de
serem transferidas pelo neutro para as entradas consumidoras supridas em baixa tensão a
valores adequados, resta como alternativa o provimento de aterramentos independentes
para os equipamentos de média tensão (inclusive transformadores) e para o neutro da
rede secundária.
Os aterramentos de equipamentos de Média-tensão devem ser projetados conforme
rotina apresentada em 6.6.4, para aterramentos de equipamentos. Quanto à rede de baixa
tensão, devem ser providos aterramentos compostos de hastes alinhadas:
a) Nos pontos de instalação de transformadores de distribuição (mínimo de três hastes
distribuídas em relação ao condutor de descida de aterramento), com afastamento
em relação ao aterramento de Média-tensão, que limite a valores adequados às
tensões nele induzíveis por curtos na rede primária;
b) A intervalos de até 150 m (três hastes distribuídas);
c) Em todo fim de rede secundária (mínimo uma haste).

B.6.5.4. Sistemas monofilares com retorno por terra (MRT)

B.6.5.4.1. Rede primária

Somente devem ser projetados aterramentos nos pontos de instalação das


subestações de isolamento e distribuição, salvo a necessidade de instalação de
dispositivos de proteção contra sobretensão em outros pontos da rede.
O condutor neutro deve ser contínuo entre o transformador e as instalações
consumidoras. Deve-se, entretanto, tomar o cuidado de não vinculá-lo ao aterramento do
poste do transformador, e sim ao do poste de medição.
Por questões de segurança, o poste de medição deve situar-se a uma distância
mínima de 30 m do aterramento do poste do transformador.

B.6.5.4.2 Confinamento de corrente

No sistema MRT, para confinar as correntes que retornam pelo solo, deve-se utilizar
um transformador de isolamento para evitar as possíveis interferências na proteção da
Rede supridora. Sua relação de transformação depende do planejamento elétrico da área,
podendo ser ainda ser utilizado o transformador de isolamento para adequar as tensões na
Rede supridora, bem como as derivações MRT, apresentando, para tanto, um enrolamento

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93
primário adequado às tensões de fase da Rede supridora e um enrolamento secundário ao
qual se liga o ramal MRT.

B.6.5.4.3 Corrente nos aterramentos

Nos sistemas MRT, as correntes de carga dos transformadores de distribuição


passam necessária e continuamente pelos aterramentos destes. Desta forma, pela função
essencial que cumprem para o desempenho do sistema e para a segurança de pessoas e
animais, os aterramentos devem ser executados de forma criteriosa, envolvendo a
medição da resistividade do solo, o projeto, a construção e o acompanhamento periódico.
As características necessárias ao sistema de aterramento dos transformadores nas
redes MRT, sejam eles de distribuição ou de isolamento, são determinadas em função de
segurança, levando-se em consideração a corrente de carga e a máxima corrente de falta
prevista para o ponto.
Na Tabela B.3, encontram-se os valores de correntes de cargas que podem circular
entre o sistema de aterramento e o solo, para transformadores MRT de até 25 kVA
(consideradas suas correntes de carga nominais).
Tabela B.3 – Correntes de Cargas para Diversos
Transformadores de 5 a 25 kVA
Corrente (A)
Transformador
MRT (kVA) 11,4 / √3 13,8 / √3 22 / √3 34,5 / √3
kV kV kV kV

5 0,76 0,63 0,39 0,25


10 1,52 1,26 0,79 0,50
15 2,28 1,88 1,18 0,75
25 3,80 3,14 1,97 1,26

B.6.6. Aterramento de equipamentos

B.6.6.1. Objetivo

O objetivo do aterramento de equipamentos é assegurar a operação rápida e efetiva


dos dispositivos de proteção, na ocorrência de defeitos devido a rupturas no isolamento, e
limitar a valores não perigosos às tensões de toque, passo e transferência, durante a
passagem da corrente à terra.

B.6.6.2. Sistemas trifásicos a quatro fios, multiaterrados


Nesse tipo de sistema, face à filosofia de projeto para aterramento do condutor
neutro definida em 6.5.1 para garantir a sua manutenção a um potencial inferior a 10 V em

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94
condições normais de operação, bem como a efetividade do seu aterramento e a limitação
de potenciais a níveis toleráveis em condições de defeito, recomenda-se que:
a) O aterramento de todos os equipamentos seja projetado de forma idêntica aos
aterramentos do condutor neutro;
b) As carcaças e/ou ferragens de todos os equipamentos sejam sempre conectadas
ao neutro;
c) Em cada estrutura, a interligação à malha seja feita por meio de um único condutor
de aterramento.

B.6.6.3. Sistemas trifásicos a três fios com neutro secundário contínuo

Para o aterramento de equipamentos instalados neste tipo de sistema, são válidas


as mesmas recomendações contidas em 6.6.2, uma vez que as filosofias para projeto de
aterramento do neutro são idênticas, para os dois casos.

B.6.6.4. Sistemas monofilares com retorno por terra (MRT)

Para todas as instalações transformadoras no sistema MRT, deve ser elaborado o


projeto do sistema de aterramento.
Nas vizinhanças desses aterramentos, os gradientes de tensão no solo devem ser
mantidos suficientemente baixos, evitando-se colocar em risco a vida de pessoas e
animais.
Se, pelos métodos utilizados convencionalmente, o valor de projeto da resistência
de terra apresentar-se fora dos limites recomendados, deve-se necessariamente elaborar
projeto tendo em vista não só o valor da resistência desse aterramento, mas também, e
principalmente, a obtenção de valores seguros de gradientes de potencial na superfície do
solo, próximo ao transformador e à instalação consumidora.
Com relação às condições de segurança e sua implicação no valor da resistência
de aterramento, é possível a ocorrência de risco para gradientes de potencial na superfície
do solo superiores a 12 V/m nas vizinhanças dos sistemas de aterramento em regiões
pecuaristas ou que apresentem possibilidade de circulação de animais.
Para pessoas, na situação de regime, fixar corrente de 10 mA, como a máxima
permissível.
Para situações de defeito, devem ser considerados a corrente de curto-circuito e o
tempo de atuação do sistema de proteção.
Do exposto, verifica-se a importância do conhecimento das características do solo,
visto que, dependendo da resistividade superficial, os potenciais desenvolvidos pela
configuração de aterramento, vão aflorar à superfície com maior ou menor intensidade.
Em cada instalação transformadora, são executados dois aterramentos distintos. No
aterramento denominado “aterramento primário”, são interligados o terminal H2 do
enrolamento de média tensão do chamado transformador (se existir), sua respectiva

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95
carcaça e o para-raios nele instalado. O outro aterramento, denominado “aterramento
secundário” ou do padrão de entrada do consumidor, destina-se exclusivamente à
conexão do neutro do circuito de baixa tensão.
A filosofia adotada para os transformadores de distribuição MRT é de aterramentos
independentes, o que permite a manutenção das condições de segurança quando de um
eventual rompimento do condutor do aterramento primário, independentemente de
qualquer exigência complementar no que se refere aos valores de resistências dos demais
aterramentos secundários (redes e consumidores).
Basta que o aterramento secundário seja composto por uma única haste de
referência; independentemente de seu valor ôhmico, com a separação entre aterramentos
primário e secundário, estará minimizando se não evitando a transferência de potenciais
ao consumidor.
Mesmo na ocorrência de circulação de corrente de curto-circuito pelos dois
aterramentos, se o aterramento primário for projetado e construído corretamente (perfeita
dissipação de potenciais no solo) comparativamente ao aterramento secundário, a
circulação deve ocorrer preferencialmente pelo primário, minimizando os potenciais
indesejáveis na região do padrão do consumidor.
A perda da interligação entre transformador e aterramento primário deve implicar
sempre no desligamento da carga.
Registra-se que, por ocasião da descarga de surtos por meio dos para-raios,
existirá a possibilidade de aparecimento de sobretensões indesejáveis no enrolamento
secundário. Por esse fato, em função da configuração de aterramento adotada, deve ser
definido um afastamento mínimo a ser observado entre os aterramentos primário e
secundário, a fim de prevenir e minimizar a indução de potenciais neste último.

B.6.7. Dimensionamento do condutor de aterramento

A metodologia de cálculo apresentada nesta subseção deve ser utilizada, tanto para
o dimensionamento do condutor de aterramento, ou seja, do condutor de interligação entre
os componentes do sistema a serem aterrados e os eletrodos de aterramento, como para
a determinação da seção transversal adequada aos eletrodos horizontais, também
conhecidos como cabos de contrapeso, e ainda para aqueles destinados à interligação de
vários eletrodos (hastes), constituindo uma malha de aterramento. No desenvolvimento do
texto, é visto que o dimensionamento destes condutores é feito em função dos tipos de
sistemas a que se destinam.

B.6.7.1 Determinação da seção do condutor em função da corrente

Em qualquer tipo de sistema, os condutores de aterramento, bem como os de


interligação de eletrodos, devem ser dimensionados de forma a suportar as máximas
correntes de falta que podem ser impostas a estes e que podem circular para a terra.

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96
No caso de aterramento de sistemas de distribuição, face aos níveis de curto-
circuito usuais e aos respectivos tempos de operação da proteção, estes condutores
podem ser constituídos de um mesmo material, compatível com o especificado para os
demais componentes do aterramento e apresentar, preferencialmente, a mesma seção
transversal, calculada por:
Cálculo da corrente máxima de curto-circuito disponível para circulação nos
aterramentos:
( ) ( )
( )
[ ] B.37

Onde:
S é a seção do condutor, expressa em milímetros quadrados (mm2);
I é o máximo valor da parcela de Icc possível de ser conduzida à terra (ver 6.7.2), expresso
em ampères (A);
t é o tempo total de operação do dispositivo de proteção da SE, correspondente à corrente
de curto-circuito Icc, expresso em segundos (s);
ρ20 é a resistividade do condutor a 20 °C em cc., expressa em ohms milímetro quadrado
por metro (Ω mm2/m);
α é o coeficiente de variação da resistência, expresso pelo inverso do grau Celsius (°C-1);
Fr é o fator de relação entre as resistividades do condutor em corrente alternada e
contínua;
γ é a massa específica do condutor, expressa em gramas por centímetro cúbico (g/cm3);
C é o calor específico do condutor, expresso em calorias por grama-graus Celsius
(cal/g.°C);
θa é a temperatura ambiente, expressa em graus Celsius (°C).
Δθ = θm – θa
θm é a temperatura máxima admissível para as conexões utilizadas, expressa em graus
Celsius (°C).

Notas
Para condutores monometálicos, não ferrosos, Fr = 1.
Para condutores ferrosos ou com núcleo de aço, 1 ≤ Fr ≤ 1,2.

B.6.7.2. Determinação das correntes de curto-circuito a serem consideradas


no dimensionamento

Quando da elaboração dos cálculos para dimensionamento do condutor de


aterramento, devem ser consideradas as correntes de curto-circuito definidas em 6.7.2.1 a
6.7.2.3:

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


97
B.6.7.2.1 Sistemas trifásicos a quatro fios, multiaterrados

Supondo a pior condição, isto é, a falha coincidindo com um ponto de aterramento,


a condição em que a corrente circula pelo aterramento (I) é dada por:

B.38
√ √
Onde:


B39
( ) ( ) ]

[ ]
B.40
[ ] ( )
( )

[ ] ( ) B.41
( )

Onde:
R5 é o menor valor da resistência equivalente dos aterramentos das entradas
consumidoras supridas, por quilômetro dos alimentadores do sistema, expresso em ohms
(Ω);
R9 é o menor dos valores máximos de resistência dos aterramentos do sistema, expresso
em ohms (Ω);
RSE é o menor valor de resistência de aterramento das subestações, expresso em ohms
(Ω);
kV é a tensão entre fases do sistema, expressa em quilovolts (kV).

Nota
A mesma equação para cálculo de Icc pode ser apresentada como a seguir:

√ B.4
2
{[ [ ] ( ] [ [ ] (
( ) ( )

B.6.7.2.2. Sistemas trifásicos a três fios com neutro secundário contínuo

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


98
Não sendo o neutro conectado à malha de terra da subestação, considera-se como
pior condição a corrente de curto-circuito fase-terra disponível na SE. Desta forma, a
corrente que circula pelo aterramento (I) é dada por:


B.43
√ √

Sendo:


B.44
{[ ( ) ] ( ) }

Sendo:
RSE é o menor valor de resistência de aterramento das SE do sistema, expresso em ohms
(Ω);
x1T é a menor reatância de sequência positiva de transformador de SE do sistema,
expressa em ohms (Ω);
x0T a menor reatância de sequência zero do transformador de SE do sistema, expressa em
ohms (Ω);
Ri,xi a menor resistência ou reatância para limitação de Icc, se for o caso, expressa em
ohms (Ω).

B.6.7.3. Características dos condutores de aterramento

Como parte dos requisitos mínimos da especificação dos materiais a serem


utilizados nos projetos de aterramento, podem ser considerados: os diâmetros mínimos a
serem consideradas para hastes de aterramento, as seções mínimas a serem
consideradas para os condutores de aterramento e as espessuras mínimas a serem
consideradas para fitas ou chapas.
Os produtos a serem definidos devem atender às Normas Brasileiras (ABNT)
específicas. Critérios de aceitação, ensaios e especificação dos produtos estão descritos
nas normas pertinentes.
São apresentadas na Tabela B.4 as características técnicas dos condutores
normalmente utilizados nas descidas dos aterramentos, dados estes necessários ao seu
dimensionamento.

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


99
Tabela B.4 – Valores dos Parâmetros Para os Tipos de Condutores mais Utilizados em Malhas de Aterramento

Coeficiente Técmico de temperatura dde


Condutancia Resistividade TCAP
Resistividade Fusão (a)
Tipo de Condutor
ρr (20°C) em
% α0 (0°C) αr (20°C) °C [J/(cm3°C)]
(µΩ.cm)
Cobre (macio) 100,0 0,004 27 0,003 93 1.083 1,724 3,422

Cobre (duro) 97,0 0,004 13 0,003 81 1.084 1,777 3,422

Aço cobreado 53% 53,0 0,004 08 0,003 78 1.084 3,318 3,846

Aço cobreado 40% 40,0 0,004 08 0,003 78 1.084 4,397 3,846

Aço cobreado 30% 30,0 0,004 08 0,003 78 1.084 5,862 3,846

Aço cobreado 21% 21,0 0,004 08 0,003 78 1.084 8,374 3,846

Haste de aço cobreada (a) 20,0 0,004 08 0,003 78 1.084 8,621 3,846

Fio de aluminio 61,0 0,004 39 0,004 03 657 2,862 2,556

Liga de alumínio 5005 53,5 0,003 80 0,003 53 660 3,222 2,598

Liga de alumínio 6201 52,5 0,003 73 0,003 47 660 3,284 2,598

Aço-alumínio 20,3 0,003 88 0,003 60 660 8,480 2,670

Aço 1020 10,8 0,001 65 0,001 60 1.510 15,900 3,284


Haste de aço revestido
9,8 0,001 65 0,001 60 1.400 17,500 4,443
em aço inoxidável (b)

Aço-carbono zincado 8,5 0,003 41 0,003 20 419 20,100 3,931


Aço inoxidável COPAN T
2,4 0,001 34 0,001 30 1.400 72,000 4,032
30304

(a) Aço cobreado baseado em uma espessura de 254 μm de cobre.


(b) Baseado em barra de aço COPANT 1020 revestido em aço inoxidável COPANT 30304, camada 508 μm.

Com relação ao condutor de cobre, que é o mais comumente empregado, as


temperaturas máximas recomendáveis são as especificadas na Tabela B.5.

Tabela B.5 – Tipos de Conexões e Seus Limites Máximos de


Temperatura
Coneão Tm (°C)

Mecânica (aparafusada ou por pressão) 250


Emenda tipo solda oxiacetilênica 450
Emenda com solda exotérmica 850 (a)
Emenda à compressão 850 (b)
(a) Solda exotérmica, conhecida como aluminotermia, cuja
conexão é feita por meio da fusão obtida pela ignição e
combustão de uma formulação em um molde.

(b) Obtida por meio de conectores à compressão.

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


100
Devido a requisitos mecânicos e de segurança, a seção transversal do condutor de
aterramento não pode ser inferior a 16 mm2. Em consequência, considerada a elevação
máxima de temperatura de 210 °C, compatível com a existência de conexões por pressão
(θmáx. = 250 °C), fica a corrente suportável limitada em 2 070 A, o que implica dizer que,
para correntes máximas de curto-circuito fase-terra de um sistema até esse valor, nenhum
cálculo necessita ser feito para o seu dimensionamento.
Raciocínio semelhante pode ser desenvolvido no caso do emprego de outros
materiais, desde que respeitada a condição de rigidez mecânica mínima compatível com a
seção transversal de 16 mm2.

B.6.8. Aterramento de consumidores

É de fundamental importância que todos os pontos de utilização de energia sejam


providos de um adequado e confiável aterramento, a fim de viabilizar o escoamento de
eventuais sobretensões, garantindo a segurança pessoal dos consumidores.
São apresentadas em 6.8.1 a 6.8.2 as recomendações pertinentes ao aterramento
dos diversos tipos de instalações consumidoras.

B.6.8.1. Consumidores atendidos em tensão secundária de distribuição (baixa


tensão)

Como regra geral, nos casos de sistemas primários a quatro fios e a três fios com
neutro secundário contínuo, desde que os aterramentos providos pela concessionária
tenham sido projetados de acordo com as recomendações contidas nesta Norma, os
consumidores devem ser orientados para executarem suas instalações internas em
consonância com as recomendações da ABNT NBR 5410, para esquema TN.
Apenas nos casos especiais em que o projeto de aterramento do sistema
distribuidor não viabilize a limitação dos potenciais passíveis de serem transferidos para os
consumidores de BT a valores adequados, é que a eles deve ser recomendada a
utilização do esquema previsto na ABNT NBR 5410.
Nos casos de sistemas a três fios com neutro secundário descontínuo, face à
possibilidade de eventuais contatos de condutores-fase do primário (partidos) com o
condutor neutro, aos consumidores deve ser sempre recomendada a adoção do esquema
TT em suas instalações internas.
Não sendo fisicamente possível esse tipo de contato (por exemplo, nos casos de
redes isoladas), aos consumidores pode ser recomendada a adoção do esquema TN.

B.6.8.1.1. Recomendações específicas para o esquema TN

Quando adotado pelos consumidores o esquema TN, além da recomendação de


interligação (sempre que possível) dos aterramentos às estruturas dos respectivos prédios,

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


101
devem ser por eles observadas as orientações específicas apresentadas desde 6.8.1.1.1 a
6.8.1.1.3.

B.6.8.1.1.1. Entradas individuais

Em cada edificação, na medição e na proteção do ramal de entrada, deve ser


executado aterramento, com no mínimo uma haste, independentemente do valor da
resistência de aterramento obtida. Esse aterramento deve ser confiável e estar de acordo
com o padrão de cada empresa, devendo ser exercida sobre ele uma efetiva fiscalização
por parte da concessionária, quando da ligação do consumidor ao sistema.

B.6.8.1.1.2. Entradas coletivas

 Com até seis consumidores - Em cada edificação, no centro de medição e da


proteção, deve ser providenciado aterramento único no ramal de entrada, com
número de hastes de terra correspondente no mínimo ao número de consumidores
ligados, independentemente do valor de resistência de aterramento obtida. Esse
aterramento deve ser confiável e estar de acordo com o padrão de cada empresa,
além de sofrer uma efetiva fiscalização por parte da concessionária, quando da
ligação dessa entrada coletiva ao sistema;
 Com mais de seis consumidores - Em cada edificação, no centro de medição e de
proteção, deve ser providenciado aterramento único no ramal de entrada, com no
mínimo seis hastes, contemplando os critérios estabelecidos, tanto pela Norma
Brasileira pertinente quanto pela concessionária.

B.6.8.1.1.3. Cargas localizadas em vias públicas

Em se tratando de pontos de utilização de energia localizados em vias públicas, é


comum a instalação de postes metálicos para sustentação de letreiros luminosos, placas
de identificação de ruas, relógios/termômetros etc.
Para esses casos, em adendo às recomendações contidas em 6.8.1.1.1, deve ser
prevista a instalação de anéis em torno dos postes conectados ao neutro e às respectivas
estruturas, com diâmetro em torno de 600 mm, à profundidade de 200 mm em relação à
superfície.

B.6.8.1.2. Recomendações específicas para o esquema TT

Considerando que a utilização do esquema TT só é recomendada quando possível


à transferência de potenciais perigosos pelo condutor neutro, além das recomendações
prescritas em 6.8.1.1.1 e 6.8.1.1.2 para aterramento do neutro, o segundo aterramento (do
condutor de proteção) deve ser projetado com afastamento suficiente em relação ao

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


102
primeiro, de forma a prevenir a possibilidade de induções de potencial superiores aos
limites toleráveis.

B.6.8.2. Consumidores atendidos em tensão primária de distribuição

B.6.8.2.1. Subestações simplificadas (transformadores em postes ou


plataformas)

Devem ser atendidas as mesmas recomendações feitas em 6.5.

B.6.8.2.2. Subestações convencionais

O projeto do aterramento deve prever autossuficiência, de modo a garantir as


condições operacionais e de segurança, independentemente da sua interligação ao
eventual condutor neutro do sistema supridor.
Por ocasião do pedido de ligação ou ampliação de uma destas subestações, o
consumidor interessado deve apresentar à concessionária, para conhecimento e eventual
análise, o projeto do sistema de aterramento, inclusive memorial de cálculo, contemplando
os critérios estabelecidos pela Norma Brasileira pertinente e pela concessionária.

B.6.9. Verificação e manutenção das características originais de projeto

B.6.9.1. Considerações gerais

O requisito básico que deve atender a um sistema de aterramento projetado


conforme metodologia descrita em 6.4 é o de proporcionar o adequado funcionamento dos
sistemas de energia elétrica e, sobretudo, garantir as condições de segurança, tanto
durante operação normal destes sistemas quanto nas situações de defeito. Para tanto, as
malhas de aterramento devem cumprir as exigências de desempenho elétrico e mecânico
previstas em projeto e enunciadas em 6.9.2.1 e 6.9.2.2.

B.6.9.2. Verificação das características de projeto

B.6.9.2.1. Desempenho elétrico

As malhas de aterramento devem:


a) Apresentar um valor de resistência de aterramento estável ao longo do tempo. Para
a obtenção desta característica, não se pode utilizar, na confecção da malha
materiais que possam ser lixiviados ou que tenham suas propriedades grandemente
alteradas dentro da vida útil prevista para a malha;
b) Apresentar capacidade de condução de corrente compatível com os valores aos
quais está submetido, o que implica em que o material especificado para a

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


103
confecção das malhas e também do cabo de descida apresentem curvas tempo x
corrente, compatíveis com os tempos de operação da proteção contra
sobrecorrentes associada;
c) Garantir um valor de resistência de aterramento compatível com os requisitos de
proteção de equipamentos e da rede limitando as sobretensões originárias de
surtos atmosféricos a valores suportáveis por equipamentos e estruturas;
d) Evitar flutuações de tensão do neutro, garantindo que o potencial deste condutor
seja sempre o mais próximo possível do potencial de terra.

A verificação do valor de resistência deve ser feita logo após a execução do projeto.
Para sistemas que dispõem do condutor neutro, o número de pontos de aterramentos a
serem inspecionados, escolhidos aleatoriamente, não pode ser inferior a 10 % em relação
ao universo projetado.

B.6.9.2.2. Desempenho mecânico

As malhas de aterramento devem:


a) Apresentar previsão de durabilidade compatível com a vida útil do equipamento ou
sistema ao qual se destinam, sendo resistentes à corrosão dentro das
características do solo no qual se encontram instaladas;
b) Apresentar resistência mecânica suficiente, de modo a evitar danos ao material
utilizado durante a confecção da malha, como rompimento do condutor de descida,
dobramento ou flambagem das hastes de aterramento e danificação das conexões
durante sua vida útil. A verificação destas características deve ser feita segundo
disposições estabelecidas em 6.9.3.

B.6.9.3. Acompanhamento das características de projeto

O fenômeno da corrosão que se verifica nos condutores de aterramento, hastes de


aterramento e conexões caracterizam-se como um dos principais fatores determinantes da
vida útil de um aterramento.
Desta forma, torna-se imperioso o acompanhamento do sistema de aterramento no
decorrer do tempo.
A frequência de verificação nunca pode ultrapassar o período de vida útil dos
elementos que compõem o sistema de aterramento. Assim, devem ser realizadas
medições sempre que surgirem indícios de que o sistema de aterramento distancia-se dos
objetivos para os quais foi projetado.

B.6.9.3.1. Manutenção dos aterramentos

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


104
Algumas das recomendações feitas nesta Subseção podem ser de difícil
observância para todas as regiões da área de concessão da empresa, tendo em vista a
existência de altas densidades de carga e/ou zonas densamente povoadas. No entanto,
estas recomendações devem ser obedecidas nas regiões onde se possam realizar as
medições necessárias ao acompanhamento do desempenho dos aterramentos, tendo em
vista a aquisição de dados e as informações que possibilitem:
a) Avaliar o desempenho do sistema de aterramento de forma geral;
b) Estimar, com maior margem de segurança, a vida útil dos diversos materiais
empregados;
c) Proceder a uma avaliação dos critérios de projeto e métodos construtivos.

A análise destes dados permite a alocação de recursos e definição de políticas


relativas aos materiais utilizados e à manutenção ou renovação de aterramentos em toda a
área de concessão da empresa.

B.6.9.3.2. Critérios para medição da resistência de aterramento

São os seguintes:
a) Periodicidade - Independentemente da constatação ou não de possíveis
irregularidades, a frequência de verificações por meio de medições da resistência
oferecida por um aterramento não pode ser superior a 1/3 da durabilidade prevista
para o sistema de aterramento. Entretanto, recomenda-se a realização de
medições, tendo em vista a verificação da constância dos valores de resistência em
períodos de aproximadamente cinco anos;
b) Amostragem - O número de pontos de aterramentos a ser inspecionado deve ser
dimensionado de acordo com métodos estatísticos apropriados às condições da
região e aos tipos de solo em que se encontram dispostos. Entretanto, o número
mínimo a ser considerado para inspeção deve ser de 10 % do universo em estudo.
Esta amostra, inicialmente escolhida aleatoriamente, deve ser mantida nas
observações seguintes;
c) Época da execução - Como a resistividade do solo varia diretamente com a
quantidade de água contida no solo e com a resistividade desta água, as medições
devem ser executadas em período seco, de forma a não se obter resultados
distorcidos. Em casos excepcionais, deve-se aguardar pelo menos três dias
consecutivos sem chuva para a realização das medições. O primeiro valor medido
para acompanhamento é denominado “valor de referência”.

B.6.9.3.3. Critérios para manutenção dos aterramentos

São os seguintes:

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


105
a) Redes - Para um universo de até 100 aterramentos, efetuar sempre dez medições,
e, para universos de mais de 100 aterramentos, tomar no mínimo 10 % do total.
Destas medições, verificar o seguinte:
 Caso 60 % ou mais das medidas apresentem valores superiores a 150 % dos
valores de referência, efetuar medições em cada aterramento do universo
considerado e renovar os que se apresentarem com valores superiores ao limite
fixado;
 Caso 21 % a 59 % das medidas apresentem valores superiores a 150 % dos
valores de referência, proceder a nova amostragem aleatória. Caso persista em
mais de 30 % das novas medições um valor superior ao exigido, executar medições
em todos os outros pontos, procedendo à necessária renovação;
 Caso 20 % ou menos das medidas apresentem valores superiores a 150 % do
requerido, nenhuma providência é necessária

b) Equipamentos - Para equipamentos especiais, como religadores, seccionalizadores,


reguladores, chaves a óleo e semelhantes, deve ser efetuada no mínimo uma
medição de seu sistema de aterramento toda vez que o equipamento passar pela
oficina para manutenção. Recomenda-se que o intervalo entre verificações não seja
maior que cinco anos;
c) Consumidores - O acompanhamento do desempenho dos aterramentos de
unidades consumidoras atendidas em tensão primária deve ser realizado de forma
idêntica ao estabelecido para redes. Em caso de necessidade, deve-se renovar o
aterramento. Recomenda-se, para os aterramentos das unidades consumidoras
atendidas em tensão secundária, sua manutenção e eventual renovação, sempre
que comprovadamente for constatada a sua não efetividade.

B.6.10. Aterramento de cercas


Cercas constituídas de material condutor (em geral, arame farpado), localizadas em
até 30 m de redes de distribuição, podem vir a ser energizadas tanto por contatos físicos
acidentais resultantes de eventuais rompimentos de condutores como por acoplamento
eletrostático e/ou eletromagnético nos casos de cercas paralelas à rede. Como solução,
estas cercas devem ser seccionadas e aterradas conforme rotinas descritas em 6.10.1 a
6.10.3.

B.6.10.1. Cercas transversais à rede de distribuição

Cercas que cruzam a faixa de passagem de redes estão sujeitas a ficarem em


contato direto com um condutor, quando este se rompe, ficando desta forma energizadas.
A zona de influência do problema deve ser limitada pelo seccionamento da cerca em
limites tais que, quando do rompimento de um condutor, mesmo com seu “chicoteamento”,

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106
este não toque nas partes de cerca fora do trecho seccionado. O seccionamento da cerca
deve ser feito com seccionadores adequados ou moirões adicionais (ver Figura B.15).
Na parte da cerca dentro da faixa estabelecida, devem ser executados
aterramentos com apenas uma haste em ambas as extremidades. A fim de equalizar os
potenciais, essas hastes devem ser interligadas por um condutor enterrado de material e
bitola adequados. Este conjunto não pode ser conectado com o sistema de aterramento da
rede de distribuição.

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107
Figura B.14 – Seccionamento e aterramento de cercas transversais à rede de distribuição

B.6.10.2. Cercas paralelas à rede de distribuição

No caso de cercas paralelas a redes de distribuição, tensões podem ser induzidas


eletromagneticamente, notadamente, durante a ocorrência de faltas no sistema, quando
existe corrente de retorno pela terra. A tensão não depende somente do valor da corrente
de falta, mas também do comprimento de cerca exposto ao paralelismo, da posição
relativa entre a cerca e a Rede, da resistividade do solo e da existência ou não do neutro
multiaterrado na rede de Distribuição. Tensões induzidas eletrostaticamente raramente são
de valor apreciável e também dependem de diversos fatores.
A influência dos campos eletrostáticos e eletromagnéticos em cercas situadas a
uma distância superior a 30 m do eixo da rede de distribuição é considerada desprezível e,
portanto, não exige qualquer providência específica.
A mais efetiva medida para limitar estas tensões induzidas é separar eletricamente
a cerca em um determinado número de seções.
Caso haja possibilidade de queda de um condutor-fase sobre a cerca, esta deve ser
aterrada em ambos os lados de cada ponto de seccionamento com pelo menos uma
haste, devendo estes dois aterramentos serem eletricamente independentes (ver Figura
B.16). Tal procedimento, apesar de não propiciar condições totais de segurança, aumenta
a probabilidade de operação da proteção do alimentador por ocasião de contatos fase x
cerca.
Como o número de fatores envolvidos no cálculo das tensões induzidas é muito
grande, cada paralelismo deve ser considerado um caso individualizado, para fins de
cálculo da distância máxima entre seccionamentos.
Em estudos de aterramentos e seccionamentos de cercas, para locais onde seja
evidente a presença de animais, sugere-se a consideração de valores mais críticos para
limites de tensões de toque permissíveis.

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108
Figura B.15 – Aterramento e seccionamento de cercas paralelas à rede

B.6.10.3. Cercas próximas a aterramentos do sistema primário

Adicionalmente, cuidados especiais devem ser tomados com relação a cercas


localizadas dentro das zonas de influência de aterramentos do sistema primário
(religadores, postos de transformação, reguladores, aterramentos de neutro etc.), tendo
em vista prevenir:
a) Que elevações de potencial no solo ao redor do aterramento primário sejam
transferidas para pontos remotos por meio dos aterramentos das cercas;

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


109
b) Que pessoas localizadas dentro das referidas zonas de influência (também sujeitas
a eventuais elevações de potencial) possam ser submetidas a diferenças de
potencial elevadas pelo contato com trechos de cercas remotamente aterrados.

Não sendo viável a execução de estudos específicos para cada caso, a observância
das diretrizes descritas em 6.10.3.1 e 6.10.3.2 minimizam a probabilidade de condições
inseguras.

B.6.10.3.1. Cercas paralelas à configuração do aterramento

Seccionar o trecho de comprimento correspondente ao dobro da dimensão do


aterramento (simetricamente à sua configuração). Não havendo possibilidade de contato
acidental dos condutores-fase com o trecho de cerca resultante deste seccionamento, este
deve ser mantido isolado da terra. Caso contrário, este trecho de cerca deve ser provido
de um aterramento composto de uma haste, em seu ponto central.

B.6.10.3.2. Cercas transversais à configuração do aterramento

Seccionar o trecho de comprimento correspondente ao quádruplo da maior


dimensão do aterramento simetricamente à sua configuração. Não havendo possibilidade
de contato acidental dos condutores-fase com o trecho de cerca resultante deste
seccionamento, este deve ser mantido isolado da terra, caso contrário, este trecho de
cerca seccionado deve ser aterrado:
a) Em ambas as suas extremidades, se o aterramento do primário cruzá-lo;
b) Apenas em seu ponto central, caso não haja este cruzamento.

B.6.11. Aterramento de estais

O problema representado pelo estai consiste na possibilidade de contato


simultâneo, por uma pessoa ou animal, no estai e no terra adjacente, quando da
ocorrência de um contato acidental de um condutor energizado com este. O resultado
deste contato pode ser minimizado se o estai estiver efetivamente aterrado por sua própria
âncora ou de outra forma semelhante. Pode também ser minimizado caso a parte do estai
sujeita a contatos acidentais com condutores-fase seja isolada.

B.6.11.1. Sistemas trifásicos a quatro fios ou sistemas a três fios com neutro
secundário contínuo

Independentemente do tipo de poste (concreto ou madeira), a interligação do estai


ao neutro multiaterrado proporciona uma boa segurança quando do contato acidental entre
condutor energizado e o estai.

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110
B.6.11.2. Sistemas trifásicos a três fios com neutro secundário descontínuo

Nestes casos, o estai pode ser efetivamente aterrado ou isolado.

B.6.11.2.1. Aterramento do estai

Quando se aterra o estai, este deve ser considerado um aterramento de rede. O


cálculo é feito utilizando-se a rotina prevista em 6.4. A manutenção deve ser feita de
acordo com 6.9. Cabe observar que a obtenção e a manutenção de aterramentos efetivos
em estais podem apresentar muitas dificuldades, principalmente no caso de redes rurais
em que o número destes é muito grande.

B.6.11.2.2. Isolação do estai

O isolador a ser utilizado deve:


a) Ter suficiente isolamento para a tensão de Rede;
b) Ser colocado a uma altura que represente um compromisso entre o eventual
contato da fase com o estai e o contato de pessoa ou animal com a porção aterrada
do estai;
c) No caso de postes de madeira, é recomendável a utilização de isoladores com alta
resistência à descarga disruptiva para se evitar a anulação dos efeitos de isolação
proporcionados pelo poste.

Cabe observar que os isoladores de estai introduzem um elemento mecanicamente


fraco na construção da Rede, e a manutenção de suas características elétricas por longos
períodos de tempo é dificultada pela simples razão de que os defeitos não se tornam
aparentes como no caso dos isoladores de Rede.

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111
23. APÊNDICE C

ANÁLISE E APROVAÇÃO DO PROJETO

C.1. Análise e Aprovação do Projeto

A análise e aprovação do projeto são feitas pela Energisa.


Os projetos elétricos das Redes de Distribuição Rural devem ser apresentados para
aprovação, em 02 (duas) vias de igual teor e/ou em arquivo digital conforme orientação da
concessionaria, contendo no mínimo os documentos relacionados no item C.4.
Após o recebimento do projeto, a Energisa tem os seguintes prazos:
i. Em tensão secundária de distribuição e em tensão primária de distribuição inferior a
69 kV: 30 (trinta dias)
ii. : 30 (trinta dias)

No ato da aprovação do projeto, são devolvidas ao interessado, por carta e/ou por
correio eletrônico, 01 (uma) via do projeto, carimbadas e assinadas;
São informados, na oportunidade, ao responsável pela execução da obra:
a) O número patrimonial do transformador no equipamento;
b) O numero patrimonial das chaves de manobras e/ou proteção;

Não devem ser analisados projetos que não contenham: numeração cadastral ou
coordenadas geográficas do ponto de derivação ou de partida, planta de situação com
posicionamento de Redes, nome de propriedades com transformadores e logradouro
próximos do ponto de partida ou de derivação.
Não devem ser aprovados os projetos que contemplem a instalação de
transformador (es) na Rede Tronco Rural. Todo posto de transformação deve ser instalado
em um ramal derivando da Rede Tronco, devendo o mesmo conter proteção.
Caso o projeto não seja aprovado, o solicitante é informado, por carta e/ou correio
eletrônico, ,o motivo da reprovação. A aprovação dos projetos tem a validade de 24 (vinte
e quatro) meses para execução. Caso não tenha sido iniciado dentro desse prazo, deve
ser submetido novamente a Energisa para ratificação. Neste caso o projeto deve se
adequar às normas vigentes.
Nos projetos contratados diretamente pela Energisa, devem ser encaminhadas 02
(duas) cópias impressas e/ou em meio digital, conforme concessionária, para análise e
aprovação. A Energisa analisa o projeto, devolvendo uma das cópias aprovadas ou com
ressalvas e anotações, se for o caso. Feitas as correções indicadas, se houver, o projetista
encaminha os originais acompanhados de 03 (três) cópias de cada documento, para
aprovação em definitivo.

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


112
O Memorial Técnico deve ser encaminhado em caráter preliminar, juntamente com
a primeira remessa de documentos do projeto. No encerramento do mesmo, deve ser
enviado o Memorial Técnico em 03 (três) vias, com a relação definitiva de material e dos
documentos que o compõem.

C.2. Documentação do Projeto

 Memorial Técnico Descritivo


Deve apresentar a justificativa técnica do projeto, dos desenhos especiais contendo
as seguintes informações:
 Finalidade da RDR, com descrição sucinta de seu caminhamento e localização
geográfica;
 Características técnicas da RDR, tais como: extensão, tensão de operação,
número de circuitos, tipo de condutor, número de fases (monofásico, bifásico ou
trifásico), tipo de postes de concreto;
 Memória de Cálculo quando forem necessárias soluções não previstas nesta
Norma.

C.3. Desenhos

Os desenhos devem ser apresentados em formato padronizado, conforme Anexo


06, e devem ser compostos de:
a) Desenho de planta e perfil com a locação das estruturas e indicação dos pontos de
derivação das estações transformadores e posição dos equipamentos de proteção.
b) Planta de situação do Projeto em coordenadas “UTM” obtidas pelo rastreador GPS no
DATUM SIRGAS-2000, e com detalhes da Rede existente, obrigatoriamente.
c) Desenhos de travessias, devidamente aprovados pelos órgãos competentes. Nos
projetos contratados pela Energisa, os processos de aprovação das travessias junto
aos órgãos competentes, devem ser providenciados pela mesma.
d) Desenhos especiais, quando for o caso.
e) Tabela de Locação (ANEXO 5 - Item 2).
f) Quando houver alteração no projeto durante a construção, o mesmo deve ser refeito e
reapresentado para nova análise.

C.4. Documentos

Devem ser apresentados os seguintes documentos:


a) Caderneta de campo (para Redes com extensão superior a 500 metros);
b) Autorização de passagem em terrenos de terceiros com Firma Reconhecida (Anexo 1);

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


113
c) Autorização para tomada de energia, quando esta for feita em Rede particular, com
Firma Reconhecida (Anexo 20);
d) Termo de manutenção de Rede (Anexo 22);
e) Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do projeto elétrico, topográfico e
execução, do Responsável Técnico pela obra;
f) Certificado de Registro Cadastral no CREA;
g) Relação de cargas com assinatura do proprietário com firma reconhecida, relação de
materiais (Anexo 23) e cálculo de queda de tensão;
h) Autorização de Licença Ambiental expedida pelo Órgão Estadual Competente, quando
se fizer necessário.
i) Protocolo de envio de detalhes de travessia sobre rios navegáveis, ferrovias, rodovias,
aos órgãos competentes.
j) Planta de localização juntamente com a planta de situação do projeto.

Observações:
 Quando comprovada a falsificação de documentos pela Empreiteira, a mesma
deve ser Notificada ao CREA responsável, e processada criminalmente.
 Ao solicitar a fiscalização junto aos escritórios (Anexo 24), depois da aprovação
do projeto, deve ser encaminhado em anexo, diagrama de ligação e ensaio dos
transformadores com as anotações do número patrimonial, fornecido por ocasião
da aprovação do projeto, juntamente com o nome do proprietário e da
propriedade, se for o caso.
 Não pode haver rasuras, borrões, entre redes nos documentos acima
relacionados, bem como no desenho. A data de toda documentação deve
coincidir com a do projeto.

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


114
APÊNDICE D

PROCESSO DE CÁLCULO DE QUEDA DE TENSÃO

D.1. Diagrama Equivalente

O cálculo de queda de tensão é feito baseado no circuito equivalente da Rede. Para


efeito de cálculo da Rede o seu tronco deve ser dividido em trechos, tendo como limite o
seguinte critério na determinação dos pontos divisórios dos trechos:
 Saída de ramais com carga apreciável;
 Ligações de cargas individuais pesadas;
 Pontos de mudança de seção dos condutores;
 No caso de vários ramais de pequenos consumidores adjacentes, o ponto de
derivação equivalente do trecho, para as cargas ligadas.

Para ordenação, esses pontos devem ser consecutivamente numerados a partir do


ponto de tomada ou da subestação, e neles registradas as cargas em estudo.
É apresentada no Anexo 11 a folha de cálculo de queda de tensão, onde podem
ser lançados o diagrama equivalente e os dados. No diagrama devem ser registradas
separadamente, as capacidades instaladas em transformadores de distribuição e em
estações consumidoras de Média tensão.
A letra “E” identifica a potência instalada em estações consumidora de AT.

D.2. Método de Cálculo

Uma vez montado o diagrama equivalente, a queda de tensão em cada trecho deve
ser calculada.
A queda de tensão no fim de cada trecho é a queda acumulada até este ponto. Para
circuitos equilibrados, a queda de tensão pode ser simplificada para cada trecho na
relação seguinte:

Onde:
V = Queda de tensão no trecho;
N = Carga em MVA que circula no trecho;
L = Comprimento do circuito em km;
K = Constante característica do circuito que depende do fator de potência da carga, do
condutor, sua disposição e tensão nominal da Rede.
Na verdade, K representa a queda de tensão para cada condutor, disposição e fator
de potência da carga de um circuito com uma dada tensão nominal, que tem 1km de
comprimento e 1MVA de carga.

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


115
Desta maneira pode-se calcular os valores de K para as várias tensões.
As Tabelas 02 da NDU-007 e o Anexo 12 apresentam os valores para as
condições empregadas. Na falta de outros dados, adotar o fator de potência 0,8 para carga
diurna e 1,0 para carga noturna.
 Folhas para Cálculo de Queda de Tensão
A folha para cálculo de queda de tensão (Anexo 11) é composta das colunas
seguintes:
a) Trecho
Nesta coluna deve ser colocada a denominação do trecho, sendo usado, para tanto, o
diagrama simplificado existente na parte superior da folha.

b) Capacidade Instalada no Ponto Extremo do Trecho


As colunas (1) - transformadores de distribuição e (2) estações consumidoras devem ser
preenchidas com as indicações do diagrama simplificado.

c) Carga Avaliada
O cálculo da carga avaliada - colunas (3) e (4) - deve ser feito através do produto da
potência
instaladas nas colunas (1) e (2) pelo coeficiente F, calculado em cada um dos casos
abaixo:

d) Cálculo do Funcionamento Diurno e Noturno


 Carga menor que a potência total em transformadores de distribuição
Neste caso, o cálculo só considera os transformadores de distribuição, sendo o coeficiente
F encontrado pela relação C / Z, sendo C a carga (em MVA) e Z a potência instalada em
transformadores de distribuição;

 Carga maior do que a potência instalada em transformadores de distribuição


O cálculo leva em conta a potência total dos transformadores de distribuição, acrescida de
uma fração da potência total das estações consumidoras que representam a contribuição
das mesmas cargas. O coeficiente F para as estações consumidoras deve ser (C-Z)/A, em
que C representa a carga, Z a potência total instalada em transformadores de distribuição
e A a potência total instalada em estações consumidoras. Neste caso o coeficiente F, para
as estações transformadores usual, é igual a 1. Em qualquer dos casos acima a carga
avaliada total da coluna (5) deve ser sempre a soma das colunas (3) e (4).

e) Carga que circula no Trecho


A coluna (6) deve ser preenchida subtraindo, sucessivamente da carga total da Rede C
(diurna ou noturna, conforme o cálculo), que é a carga que circula no 1º trecho, os valores

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


116
da carga derivada total no trecho anterior. Os valores da coluna (6) de um dado trecho
são, portanto, a diferença entre as colunas (6) e (5) do trecho anterior.

 Comprimento do Trecho
O comprimento (em km) do trecho considerado deve ser medido no diagrama
correspondente à Rede em estudo e registrado no diagrama simplificado.

 MVA x km
A coluna (8) é o produto das colunas anteriores (6) e (7), em cada trecho.

 Secção do Condutor
A coluna (9) é preenchida pelas indicações do diagrama correspondente à Rede em
estudo.

 Constante K %
A coluna (10) é obtida dos valores da Tabela 07 do Anexo 11.

 Queda de Tensão no Trecho


A queda de tensão no trecho - coluna (11) deve ser obtida do produto das colunas (8) e
(10) enquanto a queda de tensão acumulada - coluna (12) - deve ser, para cada ponto
extremo de um trecho, a soma da queda nesse trecho - coluna (11) - com a queda
acumulada até o trecho anterior.

 Tensão ao Fim de cada Trecho (%)


A coluna (13) é formada subtraindo da tensão entre fases na barra da subestação (100%)
os valores da queda de tensão acumulada, até cada um dos trechos da coluna (12). A
tensão da barra a ser utilizada deve ser, para o cálculo do funcionamento noturno, a
tensão medida entre 19:00 e 20:00h e para o cálculo do funcionamento diurno a tensão
medida entre 14:00 e 15:00h.

 Regulação de Tensão
Ao fim do cálculo, deve ser determinada a regulação da tensão do consumidor pela
fórmula:

Onde:
V = Queda de tensão entre fases, acumulada no ponto extremo do tronco da Rede (volts);
Vr = Tensão entre fases no ponto de consumo (volts); diurna ou noturna conforme o caso.

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117
24. ANEXO 01 - INSTRUMENTO PARTICULAR DE CONSTITUIÇÃO DE
SERVIDÃO (PJ) E (PF)

INSTRUMENTO PARTICULAR DE CONSTITUIÇÃO DE SERVIDÃO (PJ)

Por este Instrumento Particular de Constituição de Servidão Gratuita entre a ENERGISA


MINAS GERAIS S.A., neste ato representado por seu bastante procurador e o
Sr.:______________________________________________________, estado civil:
________________, CPF:_____________________,
RG:___________________________, e seu
cônjuge:___________________________________________,
CPF:_______________________, RG:_______________________, residentes e
domiciliados: ______________________________
_________________________________________________, proprietários do imóvel
denominado ___________________________________ situado no município de
______________________, fica constituída, no referido imóvel a favor da citada empresa,
uma servidão administrativa numa faixa de terreno com
__________________________metros de comprimento por 15 (quinze) metros de
largura, perfazendo uma área de ________________ metros quadrados, confrontando em
uma extremidade com terrenos de
_______________________________________________ e na outra com terrenos de
_______________________________________________________ e nas laterais com
terrenos remanescentes do OUTORGANTE, destinada à faixa de Segurança para
passagem de Rede de Distribuição Rural de Energia Elétrica, para atendimento ao Sr.
____________________________________________________________.

Esta faixa continuará sendo utilizada pelo proprietário, vedada, porém dentro dela a
implantação de construções e/ou benfeitorias, bem como a plantação de árvores que
possam atingir ou comprometer as instalações elétricas, inclusive cana-de-açúcar.

O(s) outorgante(s) e seus sucessores autorizam, desde já, o acesso permanente à área
acima descrita das equipes de manutenção da ENERGISA ou de terceiros por ela
credenciados para construção, supressão de vegetação e limpeza da faixa de segurança.
A ENERGISA, por sua vez, se responsabiliza pela obtenção, junto aos órgãos
ambientais, das autorizações necessárias à supressão de vegetação, limpeza e
manutenção da faixa de segurança, bem como pelo ressarcimento de eventuais danos
causados à propriedade do(s) outorgante(s), diretamente por seus funcionários ou por
terceiros por ela credenciados.
Por estarem justas e contratadas, assinam o presente instrumento na presença das
testemunhas abaixo:
Cataguases – MG., _____de_______ de 20_____.

ENERGISA Matrícula:

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118
Nome:

Procuração lavrada no livro ___ folha _____ do cartório do Xº Ofício de Notas de


Cataguases.

Nome do proprietário Nome do cônjuge

Testemunhas:

Nome Testemunha 1 Nome Testemunha 1


CPF.: CPF.:
RG.: RG.:

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119
INSTRUMENTO PARTICULAR DE CONSTITUIÇÃO DE SERVIDÃO GRATUITA (PF)

Por este instrumento particular de constituição de servidão gratuito como outorgante, Sr.
(a): ______________________________________________________, profissão:
________________, estado civil: _______, CPF: ___.___.___-__, CI:
________________, e seu cônjuge: ____________________, profissão: ____________,
CPF: ___.____.____-__, CI: ______________, residente(s) e domiciliado(s) __________
______________________________, e como outorgada, ENERGISA MINAS GERAIS
S.A., concessionária de serviço público federal de energia elétrica, com sede na Praça
Rui Barbosa, nº 80, Cataguases, Minas Gerais, CNPJ n° XX.XXX.XXX/XXXX-XX,
doravante chamada ENERGISA MINAS GERAIS, neste ato devidamente representada
por seus bastantes procuradores, todos com poderes especiais para, agindo em conjunto
ou separadamente, conforme procuração lavrada no Serviço Notarial do Xº Ofício de
Cataguases – MG., no livro XXXX, fls. XXX e XXX, ficam justo e contratado:

Cláusula Primeira: Que o (s) outorgante (s) é (são) proprietário (s) e legítimo (s)
possuidor (es), sem ônus algum, do imóvel rural denominado
____________________________________________, situado na área rural
________________ do município de ________________ Comarca ________________.
Cadastrado no INCRA sob o nº________________.

Cláusula Segunda: Que, foi solicitado pela outorgada para que lhe permitisse utilizar
parte do referido imóvel, constituída em servidão, para efeito de construção e manutenção
da rede de distribuição de energia elétrica do Sistema ENERGISA, de ____ kV, ou outras
interligações do mesmo Sistema, com o que o(s) outorgante(s) concorda(m) e ora
contrata(m).

Cláusula Terceira: Que a servidão ora constituída será exercida sobre o aludido imóvel
em uma faixa de terreno com início na coordenada UTM (________________________) e
término na coordenada UTM (________________________), conforme traçado do
desenho na planta do projeto nº________________, com ____________ (_____POR
EXTENSO_______) metros de comprimento por ____________ (_______POR
EXTENSO__________) metros de largura, perfazendo uma área de ____________
(_______POR EXTENSO_______) metros quadrados.

Cláusula Quarta: Que, assim, pelo presente e na melhor forma de direito, fica
estabelecida e constituída, dentro da área acima determinada, em favor da outorgada,

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


120
uma servidão administrativa para efeito de poder a outorgada, de hoje em diante e para
sempre, não só construir e passar a rede de distribuição de energia elétrica mencionada,
bem como adentrar na propriedade para fazer as devidas manutenções, reforma,
ampliação e melhoramentos nesta rede.

Cláusula Quinta: Que a presente servidão é feita gratuitamente.

Cláusula Sexta: Que, a servidão ora constituída será permanente e irremovível,


passando ativa e passivamente para os sucessores do(s) contratante(s) nos imóveis
serviente e dominante, obrigando-se o(s) outorgante(s) a utilizar (em) a área acima de
modo adequado, de forma a não turbar de modo algum a servidão ora constituída,
devendo, ainda, abster-se de efetuar plantio de cana e de vegetação de elevado porte na
faixa serviente, bem como edificações de quaisquer espécies.

Cláusula Sétima: O(s) outorgante(s) e seus sucessores autorizam, desde já, o acesso
permanente à área acima descrita das equipes de manutenção da ENERGISA ou de
terceiros por ela credenciados para construção, supressão de vegetação e limpeza da
faixa de segurança.

Cláusula Oitava: A ENERGISA, por sua vez, se responsabiliza pela obtenção, junto aos
órgãos ambientais, das autorizações necessárias à supressão de vegetação, limpeza e
manutenção da faixa de segurança, bem como pelo ressarcimento de eventuais danos
causados à propriedade do(s) outorgante(s), diretamente por seus empregados ou por
terceiros por ela credenciados.

Cláusula Nona: Fica desde já a outorgada imitida na posse da servidão, transmitindo-lhe,


o(s) outorgante (s), toda posse, uso, direito e ação sobre a área acima descrita. Estando
assim, outorgante (s) e outorgada, justos e contratados, assinam este instrumento
juntamente com as testemunhas abaixo, depois de lido e verificado estar de acordo com o
que combinaram e estipularam.

Cataguases – MG., __ de _________ de 20____

Nome do proprietário

Nome do cônjuge

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121
ENERGISA MINAS GERAIS

Testemunhas:

Nome Testemunha 1 Nome Testemunha 1


CPF.: CPF.:
RG.: RG.:

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122
25. ANEXO 02 - FICHA DE LEVANTAMENTO CADASTRAL RURAL

FICHA DE LEVANTAMENTO CADASTRAL RURAL

Municipio: Bairro:
Nome do Proprietário:
Nome da Propriedade:
Endereço: (Rua, n°, cidade, fone)

Carga Instalada P - Prevista E - Existente


Tensão e n° de Watt Total
Descrição Horario de
Item N° Fases Watt Unit. Noturno Diurno e
Aparelhos Diurno (1) Funcionamento
Fase Tensão (2) Noturno
1 Lampadas
2 Ferro Elétrico
3 Chuveiro Elétrico
4 Televisor
5 Rádio
6 Máq. Lavar Roupa
7 Ventilador
8 Liquidificador
9 Bomba d'água
10 Triturador de Grãos
11 Picadeira de Cana
12 Lâmpadas fluorecentes
13 serra Circular
14 Misturador de ração
15 motor irrigação
16 motor esmeril
17 motor pulverização
18
19
20
TOTAL

* Apenas para motores superiores a 10 HP e aparelhos que causam oscilação

Área em alqueires da Propriedades Renda bruta anual R$

Número de casas habitadas Proprietário Interessado

Principais: Proprietário Não Interessado

Proprietário Não Interessado

Observação: Trafo KVA

/ /
Visto do Cadastrador Data

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123
INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO (CONT. ANEXO 2)

a) Na numeração das fichas deve constar o número de ordem e o número da


propriedade que consta na carta geográfica do IBGE. Caso a propriedade não
conste da referida carta, a numeração deve ser feita da seguinte maneira:

Nº 2 - Propriedade existente; Nº 2A - Propriedade incluída;

b) No espaço reservado ao nome do município, deve ser colocado o nome ao qual


pertence à região do Programa de Eletrificação Rural;

c) O nome do proprietário a ser anotado deve ser o constante de documento legal


(RG, CPF, Escritura, etc.). No caso do proprietário não residir normalmente na
propriedade, deve ser anotado se possível, o seu endereço completo, ou seja, rua,
número, localidade, estado, telefone e caixa postal;

d) O nome da propriedade deve ser o constante da escritura atual da mesma;

e) Na coluna “potência unitária” anotar apenas as potências individuais de cada


aparelho;

f) Na coluna “potência total” anotar a soma das potências por aparelho;

g) Na coluna “demanda” anotar as demandas das potências dos aparelhos;

h) Na coluna “observações” anotar as características das cargas especiais e toda


informação que possa interessar ao dimensionamento elétrico da instalação,
inclusive sobre fontes não convencionais de energia, como: biodigestores, cata-
ventos, energia solar, etc.; deve também ser anotado se o “termo de autorização de
passagem” foi assinado ou não;

i) Para motores maiores ou iguais às 10H.P anotar o horário de funcionamento mais


provável;

j) Se houver geração própria devem ser levantadas todas as características da


unidade geradora e da distribuição existente. (Usar folha suplementar se
necessário);

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124
26. ANEXO 03 - DADOS DA PROPRIEDADE

Dados da Propriedade

Área Total:

Área Irrigável:

Área Cultivada Área Não Cultivada


Algodão Frutas Brejo
Amendoim Mandioca Cerrado
Arroz Milho Mata
Café Soja Pasto
Cana Trigo Várzea
Feijão Verdura
Total Total

N° de Casas Habitadas:
N° de Pessoas Res. na Prop.:
Renda do Proprietário:
Quantidade de Cabeças / Criação:

Bovino
Suino
Ovino
Equino
Aves

Veículos e Equipamentos Agrícolas Utilizados na Propriedade


Trator Colhedeira
Arado Pulverizador
Utilitário Grade

Total Total
Quantidade de Combustível Gasto Mensalmente
Óleo Diesel Gás
Gazolina Álcool
Querosene
Total Total
Valor da Propriedade R$

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125
27. ANEXO 04 - Plano Básico De Zona De Proteção De Aeródromo

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


126
PLANO BÁSICO DE ZONA DE PROTEÇÃO AERÓDROMO

Comprimento Largura Área de


Área de Cota Nula Área de Transição Área Horizontal
Classe da Pista da Pista Aproximação
Aeródromo
E (m) L (m) d (m) a (m) α RAMPA I β RAMPA II Altitude = 60m
A ≥ 2.100 45 700 150 25° 1 : 50 65° 1:7 II (R = 20.000)
B 1.500 a 2.099 45 60 120 25° 1 : 50 65° 1:7 II (R = 20.000)
C 900 a 1.499 30 60 100 25° 1 : 50 65° 1:7 II (R = 20.000)
D 750 a 899 23 60 50 10° 1 : 40 80° 1:7 I (R = 5.000)
E 600 a 749 18 60 50 10° 1 : 40 80° 1:7 I (R = 5.000)

Legenda:
1) Plano horizontal que limita o aproveitamento, em altura, na área horizontal I e II.
2) Rampa que limita o aproveitamento, em altura, na área de aproximação;
3) Mesmo nível da cabeceira da pista;
4) Rampa que limita o aproveitamento, em altura, na área de transição.

Nota:
1) As dimensões “b” e “c” variam em função do desnível da pista do aeródromo;
2) A altitude do plano horizontal deve ser 60 metros acima da elevação do aeródromo
(altitude do ponto mais elevado da pista de pouso).
3) As rampas I referem-se às respectivas cotas das cabeceiras da pista.

OBS: Dimensões cotadas em metros

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127
NDU-007
PROJETO: TOPOGRAFO: FOLHA:

DESCRIÇÃO: EQUIPAMENTO: NADIR ZENITAL

ÂNGULO HORIZONTAL ÂNGULO VERTICAL DISTÂNCIA MÉDIA ACUMULADA


AI ESTAÇÃO MIRA FI FM FS OBSERV.
GRAUS MIN. SEG. GRAUS MIN. SEG. HORIZ. VERT. HORIZ. VERT. COTA PROGR.

128
VERSÃO 4.0
28. ANEXO 05 - CADERNETA DE CAMPO

ASS.: DATA:

FEVEREIRO/2017
NDU-007
ESTRUTURA Vãos (m) Estaca de Referência
Estai Quant. p/
N° Ângulo de Deflexão Distância Fundação Tipo Observação
Tipo Progressiva Adjacentes Médio Nº Estrut.
Oper. Projeto + -

129
VERSÃO 4.0
TABELA DE LOCAÇÃO

Energisa Minas Gerais

Nº TABELA DE LOCAÇÃO FL.


LDR

FEVEREIRO/2017
29. ANEXO 06 – SIMBOLOGIA

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


130
NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017
131
30. ANEXO 07 - FORMATOS PADRONIZADOS

Medidas
(cm)
A B C D E F G H
Formato
A1 2,5 80,5 1,0 1,0 57,4 1,0 17,5 5,0
A2 2,5 55,9 1,0 1,0 40,0 1,0 17,5 5,0
A3 2,5 38,5 1,0 1,0 27,7 1,0 17,5 5,0

Formato Linha de Corte (cm)


A1 59,4 x 84,1
A2 42,0 x 39,4
A3 29,7 x 42,0

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


132
FORMATOS PADRONIZADOS DIMENSÕES DO PAPEL PARA
DESENHO DO PROJETO DE REDES DE DISTRIBUIÇÃO NORMAL

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


133
N4 - DT 11/1000 N3/N3 - DT 13/1800
C A B C
A B

NDU-007
BASE CONC RETADA
BASE CONC RETADA

02 - N3 / N 3 - DT 13 / 1000
03 - N4 - DT 11 / 800
Vão = 98,00 m

H
H

HP
HP

HL
HL
fmáx à 50°C = 2,5m

11,10
9,30

7,85

7,65
397,000

396,000
395,000

394,000

HF
HF
HF
HF
393,000
CAIXA DE
392,000 EMPRÉSTIMO

391,000 30,00 13,00 31,00 24,00

44,00 VISTA FRONTAL VISTA LATERAL VISTA FRONTAL VISTA LATERAL

98,00
S/ ESCALA S/ ESCALA S/ ESCALA S/ ESCALA

N° ESTRUTUTRA TIPO A B C H HF HL HP OBS

02 N3 / N3 0,10 1,05 1,05 13,00 1,9 12,8 11,1 D = 0,8 m

03 N/4 1,45 0,65 1,05 11,00 1,7 9,1 9,3

134
CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS

FAIXA DE DOMÍNIO

VERSÃO 4.0
TENSÃO NOMINAL (kV) 34,5 MATERIAL CAA

CAM
N° DE CIRCUITOS TRIFÁSICOS 1 BITOLA ( AWG ) 4/0

P
O
N° DE CONDUTORES POR FASE 1 CÓDIGO PENGUIN

GR
NATUREZA DA CORRENTE AC FORMAÇÃO ( FIOS ) 6/1

AN
DE
FREQUÊNCIA (HZ) 60 SEÇÃO mm² 125,08
PLANTA PLANTA
DIÂMETRO mm 14,31

S/ ESCALA S/ ESCALA PESO kgf/m 0,4332


CARACTERÍSTICAS DAS ESTRUTURAS -6
ESTRUTURA N3-N3 COEF. DILATAÇÃO LINEAR FINAL -1 19,1X10
ESTRUTURA N4 α

MATERIAL Concreto MÓDULO DE ELAST. FINAL kgf/mm² 8.000


ESTACA km 06 + 230,00 m ESTACA FAIXA DE DOMÍNIO
TIPO DE FONTE DT CARGA DE RUPTURA kgf 3786
MV - 1 3Ó
MV - 2 6P
56°34'00'' LINHA POR RDR 34,5kV A1 CARGA MÁXIMA DE TRABALHO kgf 488,60
R COEF. P/ CARGA NOMINAL 1,0
31. ANEXO 08 - DADOS TÉCNICOS DE TRAVESSIA

20°00'00''E BR
AA COEF. P/ CARGA EXCEPCIONAL 1,4 COEF. DE SEGURANÇA 7,75
C

EIX
O
COEF. P/ CARGA DE RUPTURA 2,0

DA
BR
-4
63
APROVAÇÃO

-M
S
PO
NTA
PO

OS
AD
UR
DO
ESCALAS V = 1:200
H = 1:1000

DESENHOS DE REFERÊNCIA NOTAS PROJETO


1 - Folha 01/08 do projeto executivo da RDR 34,5 kV - Dourados / Porto Souza PROJETO / / P. NETO
1 - Dimensões em metros, exceto onde indicado de outra forma
2 - A carga máxima de trabalho do condutor foi considerada na condição final a 10°C, DESENHO / / ITAMAR P.
MUNICÍPIO
VERIFIC. / /
com vento de 122 km/h, Pv = 52,00 kgf/m² ( α=0,8) TRAVESSIA DE RDR 34,5 kV SOBRE DOURADOS
3 - A condição normal de trabalho é de 6,5% da carga de ruptura a 22°C sem vento final 4 - O vão APROV. / / FOLHA
equivalente adotado para cálculo é de 98,00 m A BR 463 NO km 06 + 230m
ESC:

FEVEREIRO/2017
01 / 02
INDICADA
CREA VISTO
32. ANEXO 10 - CÁLCULOS ELÉTRICOS

REF.
R X
Es

XI
Ec

Carga
Saída
X
O  Es Ec
RI
Ic

neutro

Es = Ec + (R + j.X) I (cos - j.sen) = [Ec + (R.I.cos + X.I.sen)] + j(X.I.cos - R.I.sen) = E’ + j.E’’

Disposição dos Condutores no Suporte ______________________________________________ cm


Espaçamento entre Condutores ____________________________________________________ cm
Espaçamento equivalente _________________________________________________________ cm
Cabo # ___________________ Comprimento ________________________________________ km
Circuito __________________ f ___________________ Hz

r = __________________________________ ohms / km / fase


Constantes Primárias x = WL = ____________________________ ohms / km / fase
R = _________________________________ ohms total
X = _________________________________ ohms total

Características Elétricas Cálculo Valor


Potência na chegada (Pc) kW
Fator de potência na chegada
Tensão na chegada entre fases (Ec) kW
Tensão ao neutro (En) kV
Intensidade da corrente A
R I cos V
X I sen V
R I sen V
E’ = Ec + R I cos + X I senj V
E’’ = X I cos - R I senj V
Es = E’ + E’’ V
Es  E '2  E ' '2 V
Tensão na saída entre fases: V
Queda de tensão do neutro: IEsI - IEcI V
Queda de tensão entre fases: V
Es  Ec
Regulação:  100
Ec %
Perda de potência P = K RI 2 W
Potência na saída Ps = Pc + P kW
Perda de potência na chegada
Percentual p% P
 100
Pc %
Pc
Rendimento  100 %
Ps

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


135
33. ANEXO 11 - CÁLCULOS DE QUEDA DE TENSÃO

Trecho Carga Queda de Tensão

Acum. no Condutores
Distrib. no
Designação Comp. Fim do Total Unitária no Trecho Total
Trecho
Trecho

A B C D (C/2 + D)B = E F G Ex G= H I

Primário Km MVA MVA MVA x km N° AWG % % %

Queda de Tensão Verificada no Ponto de Origem da Nova LDR


SE – 1 5,0 - 0,120 0,600 3 # 4 CAA 0,1336 0,0800 0,0800
1–2 6,0 - 0,105 0,630 3 # 4 CAA 0,1336 0,0840 0,1640
2–3 5,5 - 0,075 0,413 3 # 4 CAA 0,1336 0,0550 0,2190
1-4 4,0 - 0,015 0,060 3 # 6 CAA 0,1928 0,0120 0,0920
2–5 0,8 - 0,030 0,024 3 # 6 CAA 0,1928 0,0050 0,1690
1-3 11,5 0,030 0,075 1,035 3 # 4 CAA 0,1336 0,1390 0,2190

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


136
NDU-007
FOLHA PARA CÁLCULO DE QUEDA DE TENSÃO

Linha: kV Estações de AT: A- MVA Calculo Diurno:

Estação: Transformadores de Distribuição: Z- MVA Calculo Diurno:

Regulado: % Carga de Linha: C= x kv 10³ = MVA


(AMP)

Diagrama Simplificado:

COEFICIENTES PARA CÁLCULO DE CARGA AVALIADA: DIURNA OU NOTURNA

C>Z F= C-Z C<Z F= C


A Z

137
VERSÃO 4.0
CARGA
Carga Ligada no ponto Extremo do Trecho QUEDA DE TENSÃO
QUE TENSÃO
COMPRIME SEÇÃO DO
CIRCULA UNITÁRIA NO FIM DE
Carga Instalada (MVA) Carga Avaliada (MVA) NTO DO MVA x KM CONDUTO NO
NO CONSTANTE ACUMULA CADA
Trecho TRECHO (6) * (7) R TRECHO
TRANSFORMAD TRANSFOR TRECHO K% DA TRECHO
EST. CONS. EST. CONS. (KM) (MM²) %
ORES DE MADORES TOTAL C DV% / MVA * % %
E E (8) * (10)
DISTRIBUIÇÃO DE (MVA) km
(1) (2) (3)=(1)*(F) (4)=(2)*(F) (5)=(3)+(4) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13)
Est - 1 0,250 0,150 0,250 0,027 0,277 1,823 0,500 0,900 62,47 0,4560 0,410 0,410 99,59
1- 2 - 0,250 - 0,045 0,450 1,546 0,600 0,928 62,47 0,4560 0,423 0,833 99,16
2- 3 - 0,400 - 0,072 0,072 1,501 0,800 1,200 62,47 0,4560 0,547 1,380 98,62
3- 4 - 0,275 - 0,050 0,050 1,429 0,900 1,286 62,47 0,4560 0,586 1,966 98,03
4- 5 0,350 - 0,350 - 0,350 1,379 1,000 1,379 62,47 0,4560 0,629 2,595 97,40
5- 6 - 0,275 - 0,050 0,050 1,029 0,800 0,823 39,25 0,6085 0,500 3,095 96,90
6- 7 - 0,500 - 0,090 0,090 0,979 0,500 0,490 39,25 0,6085 0,298 3,393 96,60
7- 8 0,825 0,250 0,825 0,045 0,870 0,889 0,300 0,267 39,25 0,6085 0,163 3,556 96,44

FEVEREIRO/2017
34. ANEXO 12 - COEFICIENTES DE QUEDA DE TENSÃO UNITÁRIO
CONDUTORES DE ALUMÍNIO CAA

Valores em % para I MVA x km (k)


Bitola
Cos f = 1,00 Cos f = 0,80
(AWG)
Circuito Trifásico VN = 11,4 e 13,8 kV
ee = 1.322 mm ee = 1.456 mm ee = 1.322 mm ee = 1.456 mm
4 0,8387 0,8349 0,8372
2 0,5515 0,6062 0,6085
1/0 0,3655 0,4560 0,4583
4/0 0,1932 0,3037 0,3060
336,4 0,1569 0,1536 0,3090

Valores em % para I MVA x km (k)


Bitola
Cos f = 1,00 Cos f = 0,80
(AWG)
Circuito Trifásico VN = 22 e 34,5 kV
ee = 1.322 mm ee = 1.456 mm ee = 1.471 mm ee = 1.322 mm ee = 1.456 mm ee = 1.471 mm
4 0,1342 0,1336 0,1339 0,1340
2 0,0882 0,0970 0,0974 0,0974
1/0 0,0585 0,0730 0,0733 0,0734
4/0 0,0309 0,0486 0,0489 0,0490
336,4 0,0420 0,4103 0,0426 0,0413

Valores em % para I MVA x km (k)


Bitola SISTEMA MONOFÁSICO
(AWG) V = 6,58 e 7,9 kV - e . e. = 0,8 m
CONDUTOR CAA
COS Ø = 1 COS Ø = 0,8
4 5,394 5,299
2 3,547 3,828

Valores em % para I MVA x km (k)


SISTEMA MONOFÁSICO
Bitola
V = 12,7 e 19,9 kV - e . e. = 0,8 m
(AWG)
CONDUTOR CAA
COS Ø = 1 COS Ø = 0,8
4 2,122 2,057
2 1,759 1,767

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


138
35. ANEXO 13 - DISTÂNCIA EQUIVALENTE

Distância
ARRANJO TIPO
Equivalente

N1 e N2 1.322

N3 e N4
1.322
T3 e T4
Trifásico /
Bifásico
Pino 15 kV 1.456
T1 e T2
Pino 34,5 kV 1.471

Monofásico U1, U2, U3 e U4 800

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


139
36. ANEXO 14 - ÁBACOS DE UTILIZAÇÃO DE ESTRUTURAS

Para os gráficos foram consideradas as seguintes condições:

1- O cálculo tanto para dimensionamento mecânico, como para dimensionamento


elétrico, partiu da condição de EDS = 18% a 22º C;

2- A condição de plotação da estrutura deve atender tanto o gráfico de aplicação,


como a tabela de vãos admissíveis;

3- As estruturas N1, N2 e N4 podem ser substituídas por T1, T2 e T4 e vice-versa;

4- A estrutura HT pode ser substituída por HTE;

5- O gráfico pode ser aplicado para postes de concreto DT, madeira e concreto
circular;

6- O limite de vão equivalente para o cabo condutor apresentado pode ser ampliado,
desde que atenda a condição de flecha máxima a 50º C e tração máxima a 0º C,
com vento (redução da EDS);

7- As limitações dos vãos admissíveis entre estruturas foram determinadas por um dos
seguintes parâmetros: distância elétrica entre condutores, resistência mecânica do
poste ou esforço de cisalhamento do pino para isolador.

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


140
37. ANEXO 15 - GABARITOS PARA VÃOS CONTÍNUOS E ANCORADOS

GABARITO PARA VÃOS CONTÍNUOS - C.A.A.

Linha do Condutor: 50°C

Linha do Solo: 50°C

Linha da Estrutura: 50°C

Gabarito: 0°C

2
3
ESCALAS: 1
Vertical: 1:500
Horizontal: 1:5000

GABARITO: 0°C
NOTAS:
1- Estrutura sob esforço de arrancamento
2- Estrutura sem esforço de arrancamento
devido a maior altura do poste
3- Estrutura sem esforço de arrancamento
devido ao deslocamento do pé da mesma

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


141
GABARITOS PARA
GABARITOS PARAVÃOS
VÃOSCONTÍNUOS
CONTÍNUOS EEANCORADOS
ANCORADOS

12 12 12 12
11 11 11 11
CORTE

CORTE

CORTE

CORTE
10 10 10 10
9 9 9 9

N1 GABARITO PARAN4VÃOS CONTÍNUOS


2N3
- C.A.A. NS
N2

°C
-0
Linha do Condutor: 50°C

OR
UT
ND
CO
Linha do Solo: 50°C

DO
HA
LI N
Linha da Estrutura: 50°C

0° C

7,00
6,00

2,50
2,00

CORTE NA FOLHA DE CELULOSE


Gabarito: 0°C
C
50°
R-
UTO
ND

2
CO
LO
DO

STE

3
SO

ESCALAS:
HA

1
PO
DO
LI N

DO
HA

Vertical: 1:500
LIN

HA

Horizontal: 1:5000
LIN

GABARITO: 0°C
NOTAS:
1- Estrutura sob esforço de arrancamento 50° C
2- Estrutura sem esforço de arrancamento
devido a maior altura do poste
3- Estrutura sem esforço de arrancamento
devido ao deslocamento do pé da mesma

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


142
GABARITOS PARA VÃOS CONTÍNUOS E ANCORADOS - CABO CAA - CURVA PARA 50°C
GABARITOS PARA VÃOS CONTÍNUOS E ANCORADOS – CABO CAA
CURVA PARA 50°C

CORTE
11
9

HS
12
10

2,00

CORTE
11
9

2N3
12
10

2,50

CORTE NA FOLHA DE CELULOSE


6,00

CORTE
11
9

N4
12
10

7,00

CORTE
11
9

N1
N2
12
10

C

-5
OR
UT
ND
CO
DO LO
HA SO
L IN DO E
HA ST
L IN PO
DO
HA
L IN

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


143
EXEMPLO DE UTILIZAÇÃO DOS GABARITOS

1. Determinação de uma série de estruturas U1 e U2 em postes de 10 metros.


O condutor afastado 6 metros do solo.
a) Utilizando-se o gabarito para vãos contínuos na última estrutura projetada fazer
coincidir a Rede do condutor a 50º C no ponto de apoio do condutor “A” e a Rede do pé
do poste no ponto “B”.

b) Deslizando o gabarito sempre na vertical, mantendo os pontos “A” e “B” nas


respectivas curvas, tangenciar a Rede do solo com o perfil do terreno em “C”. A
interseção da Rede do pé do poste com o perfil do terreno, ponto “D”, mostra a
localização da estrutura seguinte U1 ou U2 em poste de 10 metros.

2. Determinação de outros tipos de estruturas e outras alturas de postes.


a) Serão usadas as escalas de estruturas, a direita do gabarito, a Rede do condutor e a
Rede do solo.
b) O gabarito na vertical, fazer coincidir a Rede do condutor em “A” e a Rede do solo em
“C”. Traçar a Rede do condutor a 50ºC. Com a escala das estruturas, determinar qual a
estrutura e altura do poste que convém em “D - E”.

3. Verificação de Arrancamento

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


144
a) Para se verificar o esforço de arrancamento, coloque a curva de 5ºC, com o gabarito
sempre na vertical, nos pontos de apoio dos condutores de duas estruturas de vãos
subsequentes “A” e “B”.
b) Caso a curva de arrancamento passar acima do ponto de apoio do condutor “C”,
existirá esforço de arrancamento nesta estrutura. Neste caso, adotar uma das
alternativas:
No sentido longitudinal da rede, deslocar a estrutura a ré ou avante;
 Aumentar a altura do poste;
 Utilizar uma estrutura de ancoragem.

c) Se a curva de arrancamento passar abaixo ou tangenciar o ponto de apoio dos


condutores “C”, não existirá esforço de arrancamento nesta estrutura.

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


145
38. ANEXO 16 - MEMORIAL TÉCNICO DESCRITIVO

RDR: ___________ kV ____________________________________ (nome)

1. Finalidade

O presente projeto tem como finalidade (construir, reformar, ampliar) a Rede de


Distribuição ________, na localidade denominada
__________________________________ , no Município de __________________ Estado
de ______________________, com suprimento de energia proveniente da (subestação,
Rede de distribuição, rede de distribuição rural), de propriedade
____________________________ .

2. Características Gerais da RDR

A Rede será aérea, em tensão primária de _______ kV, (trifásica, bifásica), com
condutores (tipo, nome, código, bitola), com postes de concreto duplo T e terá a extensão
aproximada de ____________ km, sendo km de rede tronco com cabo (indicar) e
__________ km de ramais (trifásico, bifásico) com condutor tipo _______________.
A potência instalada inicial será de ______ kVA, com previsão de aumento de carga
para _____ kVA, (se for o caso).

3. Normas Adotadas

Na elaboração do projeto, foram adotadas as Normas NDU 004, 005, 006 e 007 e
demais Normas da Energisa, onde aplicável.

4. Relação de Material

Relação detalhada de material da rede (postes, condutor, ferragens e acessórios),


com as respectivas especificações técnicas (tipo, características básicas, carga de
ruptura). Relação detalhada de material do posto de transformação (poste,
transformadores, equipamentos de proteção, medição e demais materiais).
Relação de documentos que compõe o projeto, conforme Apêndice C desta
Norma. Tabela de tensionamento do condutor (quando se tratar de vãos com condição de
tensionamento diferente daquela estabelecida nesta Norma).

5. Outros

Proprietário: (nome, CPF, RG e nome da propriedade, se houver).


Projetista: (nome, CPF, CGC, CREA).

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


146
Construtora: (nome, CGC).
Data de início e término da obra.

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


147
39. ANEXO 17 - PROJETO COM LOCAÇÃO DIRETA

NORTE MAG.
0

0 Km 0,50 Km

PROPRIETÁRIOS

0,50 Km 1,00 Km

PROPRIETÁRIOS

1,00 Km 1,50 Km

PROPRIETÁRIOS

1,50 Km 2,00 Km

PROPRIETÁRIOS

ESC PROJ.
PROJETO COM LOCAÇÃO DIRETA DE
N° DES.
REDE DE DISTRIBUIÇÃO RURAL
APROV.

FOLHA DATA / /

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


148
40. ANEXO 18 - TABELA 10 - ELOS FUSÍVEIS DOS TRANSFORMADORES

TRANSFORMADORES
Monofásicos Fase-Fase
Elos Fusíveis
Potência
(kVA)
11,4 √3 13,8 √3 22 √3 34,5 √3

5 0,5 H 1H 0,5 H 1H
10 1H 1H 1H 1H
15 2H 2H 1H 1H
25 3H 3H 2H 2H
37,5 - 5H - 2H

TRANSFORMADORES
Trifásicos
Elos Fusíveis
Potência
(kVA)
11,4 13,8 22 34,5

15 0,5 H 1H 0,5 H 1H
30 1H 2H 1H 1H
45 2H 3H 1H 2H
75 3H 5H 2H 2H
112,5 5H 6K 2H 3H
150 8K 6K 3H 5H
225 12 K 10 K 5H 6K
300 15 K 15K 8K 10 K
500 - 20K - -

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


149
41. ANEXO 19 - AUTORIZAÇÃO PARA TOMADA DE ENERGIA

Eu (Nós), ________________________________________________________ abaixo


assinado,
possuidor de uma Rede de Média Tensão classe ________ kV no Município de
_____________________________ no Estado de _____________________________
que atende minha propriedade denominada
______________________________________________.

Autorizo o (s) Sr. (s)


________________________________________________________ ou seus
sucessores a efetuar(em) uma Tomada de Energia para alimentação de uma Rede de
Distribuição Rural (RDR) que irá atender sua(s) propriedade(s) no Município de
_________________________________________.

Outrossim, fica ciente que a manutenção da rede que atende sua propriedade será de
inteira responsabilidade do Sr.(s)
_________________________________________________________
________________________________________________________________________
______
________________________________________________________________________
______.

________________________, _________ de ____________________ de 20_____

Observação:

01- Só pode ser assinado pelo proprietário e quando for por procuração, a mesma deve
ser específica.

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


150
42. ANEXO 20 - TERMO DE DOAÇÃO

Pelo presente instrumento particular de DOAÇÃO, por esta e na melhor forma de direito
natural ____________________________________, ______(nacionalidade)
______________________, ______(estado civil)_____, RG n.º (CPF - Pessoa Física)
ou (CNPJ - Pessoa Jurídica) ___, residente à rua
________________________________________________, n.º ___________, bairro
________________________, no município de ______________________________ no
Estado de ____________________ a seguir denominada simplesmente DOADOR(A).
Neste ato representado (a) por seu (s) Proprietário(s) (Diretores) e a Energisa Minas
Gerais S.A. - Energisa, concessionária de serviço público de energia elétrica, inscrita no
CNPJ sob o N.º XX.XXX.XXX/XXXX-XX, com sede no município de Cataguases, no
Estado de Minas Gerais, representada por seu procurador a seguir denominada
DONATÁRIA, perante as testemunhas ao final assinadas, convencionaram entre si o
seguinte:

1. O DOADOR(A) é legítimo(a) possuidor(a), livre e desembaraçado de qualquer ônus,


dos bens descritos e caracterizados no projeto completo "como construído" e
documentação relativa ao custo do investimento necessário ao tombamento físico /
contábil, em anexo, que, rubricados pelas partes, fazem parte integrante deste, sendo
que esses bens compõem a rede de distribuição de energia elétrica do imóvel
denominado ________________________ no Município de
_________________________________ Estado de
_____________________________, e que passam a integrar este TERMO DE
DOAÇÃO, com exceção do POSTO DE TRANSFORMAÇÃO.

2. Pelo presente, o DOADOR (A) doa, como de fato doado tem, em caráter irrevogável e
irretratável, à DONATÁRIA os bens referidos na Cláusula anterior, podendo esta, usar,
gozar e livremente dispor dos mesmos, como seus que ficam sendo, na forma que
melhor lhe convier, a partir da data da expressa aceitação desta doação.

3. O DOADOR(A), a partir desta data, autoriza a DONATÁRIA sem qualquer ônus, a


passagem de Redes através de sua propriedade, inclusive ligar novos consumidores,
bem como o livre trânsito de funcionários da Energisa quando no exercício de suas
funções, fazendo valer o presente perante seus herdeiros ou sucessores.

4. Os bens mencionados na Cláusula primeira permanecem sob inteira única e exclusiva


responsabilidade do(a) doador(a) inclusive os encargos de conservação e manutenção
assumindo igualmente, quaisquer responsabilidade por danos ou acidentes que eles

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


151
venham a causar, até que aceita a doação pela forma da Cláusula Segunda, quando
passarão à responsabilidade da DONATÁRIA.

5. A DONATÁRIA, independente da efetivação da doação no todo ou em parte, poderá


inspecionar, quando julgar conveniente, todos os equipamentos que lhe pertençam,
ficando garantida ainda as condições de acesso aos locais em que estejam instalados
os referidos aparelhos, em qualquer época do ano.

6. A aceitação de doação só se efetivará mediante aprovação da DONATÁRIA.

7. A aceitação desta DOAÇÃO pela DONATÁRIA será comunicada por carta dirigida ao
doador(a).

8. Dá-se ao presente, para fins de direito, o valor R$ -


__________________________________
(____________________________________________________________________
______).

9. Elegem o Foro de Cataguases - Comarca do município de Cataguases do Estado de


Minas Gerais, como o competente para dirimir quaisquer dúvidas ou questões
oriundas do presente, com exclusão de qualquer outro, por mais privilegiado que seja.

E por acharem justas e contratadas, firmam o presente em 02 (duas) vias, perante as


testemunhas abaixo para todos os fins de direito.

__________________________(___)_, ______ de ___________________ de 20____.

Nome do proprietário Nome do cônjuge

Testemunhas:

Nome Testemunha 1 Nome Testemunha 1


CPF.: CPF.:
RG.: RG.:

OBS.:

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


152
1- A expressão do contido no item 1 "exceto o posto de transformação" não deve existir
quando a rede for urbana e o transformador for instalado na rede de propriedade da
Energisa.

2- Apenas o proprietário pode assinar o presente termo, quando for por procuração a
mesma deve ser pública e específica.

3- A assinatura do proprietário deve ter a firma reconhecida.

NDU-007 VERSÃO 4.0 FEVEREIRO/2017


153
43. ANEXO 21 - TERMO DE MANUTENÇÃO DE REDE

Eu (Nós), ________________________________________, tendo construído uma Rede


de Média Tensão da classe _______ kV, de acordo com o projeto aprovado por essa
companhia, Energisa - XXXXXXXXXXXXXX, para o fim de receber energia elétrica
destinada às instalações existentes em minha (nossa) propriedade, denominada
_________________________ situada no Município de
____________________________, no Estado de _______________________,
solicito(amos), a necessária ligação para o fornecimento de energia elétrica, pela presente
declarando:

1. Que comprometo (emos) a responsabilizar-me(nos) pela conservação da Rede de


Média Tensão de minha(nossa) propriedade, bem como pelos acidentes e danos que
a mesma der causa;

2. Que comprometo (emos) a manter desmatada uma faixa de 20 metros de largura ao


longo da Rede, bem como não executar qualquer construção sob a mesma, não
fazendo ou permitindo igualmente que nenhuma cultura venha a perturbar as
finalidades relacionadas com a função da mesma e sua manutenção;

3. Que comprometo (emos) a atender com presteza, as observações que essa


companhia venha a fazer com respeito ao estado da Rede, e a necessidade de sua
reparação;

4. Que comprometo (emos) a fazer valer o presente termo perante meus herdeiros ou
sucessores;

5. Que fico (amos) ciente(s) que o não cumprimento do presente termo implicará na
suspensão do fornecimento de energia elétrica determinada pela Energisa na forma de
Legislação Federal em vigor, pela qual reconhece a indenização;

6. Que comprometo (emos) manter sempre transitável em qualquer época do ano o


acesso às medições de energia dessa Companhia;

7. Que comprometo (emos) seccionar e aterrar as cercas que vierem a ser construída
sob a rede.

___________________________ , ______ de ____________________ de 20____.

Nome do proprietário Nome do cônjuge

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Testemunhas:

Nome Testemunha 1 Nome Testemunha 1


CPF.: CPF.:
RG.: RG.:

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155
NDU-007
QUANTIDADE Custo Custo
Unitário Total
MATERIAIS N1 N2 N3 N4 T1 T2 T3 T4 U1 U2 U3 U4 VB1 VB2 VB3 VB4 TE HT HTE
R$ R$

Cabos
Unidade
C.Espec.
C M C M C M C M C M C M C M C M C M C M C M C M C M C M C M C M C M C M C M

156
VERSÃO 4.0
44. ANEXO 22 - PLANILHA DE MATERIAIS

C: concreto M: madeira C. Espec.: casos especiais

FEVEREIRO/2017
45. ANEXO 23 - SOLICITAÇÃO DE FISCALIZAÇÃO DE OBRA

________________________________ , _____ de ___________________ de 20___.

À
Energisa Minas Gerais S.A.,

Regional __________________________________________________
Setor Técnico

Ref. : Pedido de Fiscalização

Prezados Senhores,

Vimos pela presente solicitar de V.Sa., a fiscalização da Rede de Distribuição Rural em


______ kV, que atenderá a(s) fazenda(s) situada(s) na localidade de
_____________________________, Município de ______________________________
no Estado de _________________________.

Outrossim, informamos que segue(m) em anexo o(s) diagrama(s) de ligação, ensaio do(s)
transformador (es) e Fatura de Diversos (FD).

Sem mais para o momento, subscrevemo-nos.

Atenciosamente,

___________________________
(Nome legível)

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46. ANEXO 24 - MEDIÇÃO DA RESISTIVIDADE DO SOLO

1. CONCEITOS BÁSICOS

1.1. Resistividade do Solo (ρ)

Parâmetro que traduz as características do solo quanto à sua resistência elétrica. É


influenciada por diversos fatores tais como, tipo de solo, composição química dos sais
dissolvidos, teor de umidade, temperatura, compactação, etc.

2. PROCEDIMENTOS GERAIS

2.1. Método Utilizado

É utilizado o método de Wenner, o qual consiste na utilização do aparelho Megger


de terra de 4 (quatro) terminais, sendo 2 (dois) de corrente e 2 (dois) de potencial.

2.2. Esquema de Ligação

2.2. Materiais Utilizados

Os materiais a serem utilizados são:


a) Megger de terra;
b) 04 hastes de 500 mm, com diâmetro entre 10 e 15 mm, para os eletrodos de corrente;
c) Potencial;
d) Trena;
e) Marreta de 2 kg;
f) Cabos para as interligações, de comprimentos adequados;

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g) Luvas de couro e de borracha.

2.4. Procedimentos para Atuação no Campo

Os eletrodos deverão ser de hastes metálicas, isentas de óxidos e gorduras, não


sujeitas à corrosão, e ter resistência mecânica suficiente para resistir aos impactos de
cravação na terra.
Os eletrodos deverão ser cravados a uma profundidade de 200 mm no solo,
alinhados e espaçados igualmente entre si.
Os cabos para interligação deverão ter seção de 1,5 mm2 ou 2,5 mm2, isolados
para a tensão do Megger.
Com os materiais indicados, devem-se fazer as ligações, conforme o esquema
apresentado, variando-se o espaçamento (a) entre os eletrodos, conforme a série 0,5; 1; 2;
4; 8 e 16 metros.
Para cada valor de espaçamento (a) deverá ser feita uma medida de R
(resistência), a qual aplicada na equação abaixo determinará um valor de resistividade (ρ)
correspondente a uma profundidade igual ao espaçamento (a):

( )

Se durante as medições o ponteiro do galvanômetro oscilar, significa que existe


alguma interferência. Neste caso deverá ser deslocado o ponto de medição, até que esta
interferência seja minimizada. Caso o Megger possua filtro de eliminação de interferência,
não haverá oscilação no galvanômetro.

2.5. Número de Pontos a Serem Medidos

O número de pontos a serem medidos é determinado por 2 fatores:


a) Dimensão e importância do local;
b) Variação dos valores encontrados nas medições.
Para equipamentos especiais tais como, reguladores de tensão, religadores,
seccionalizadores, etc., é suficiente fazer apenas uma medida de resistividade no ponto de
instalação.
Para Redes de distribuição, no caso de um projeto de aterramento, é necessário que
se faça uma medição a cada 500 metros ao longo do traçado da mesma.
Em caso de localidades, recomenda-se efetuar pelo menos 5 medições, em pontos
distintos, para cada 4 km2 de área. Os pontos devem ser escolhidos de modo a abranger
toda a área, de preferência na sua periferia, a fim de evitar possíveis interferências.
Admite-se um desvio de 50% em relação à média aritmética dos valores medidos
para cada afastamento, nos diversos pontos. Os valores abaixo ou acima desta média
deverão ser excluídos e encarados como uma área que necessita de um projeto especial.

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Sempre que necessário o departamento de engenharia da Energisa, poderá ser
consultado a respeito da definição de um projeto padrão e análise dos valores
encontrados.

2.6. Cuidados a Serem Tomados Durante as Medições

Durante as medições devem-se ter os seguintes cuidados:


a) Utilizar calçados e luvas de isolação para efetuar as medições;
b) Evitar a realização de medidas sob condições atmosféricas adversas, tendo-se em
vista a possibilidade de ocorrência de descargas atmosféricas;
c) Não tocar nos eletrodos durante as medições e evitar que pessoas estranhas ou
animais se aproximem dos mesmos;
d) O local escolhido para as medições deverá ser distanciado, no mínimo, 12 metros de
torres metálicas de transmissão, pontos de aterramento do sistema com neutro
aterrado, torres de telecomunicações, solos com condutores ou canalizações
metálicas, cercas aterradas, etc.

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