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DIREITO CIVIL

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro


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LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO

HISTÓRICO

• A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro entra no ordenamento


jurídico brasileiro por meio do Decreto-Lei n. 4.657/1942, o qual trata da
disposição das normas introdutórias – 30 artigos. O decreto tinha um nome
específico: Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), a qual possuía 19 arti-
gos até abril de 2018.
• Traz importantes informações não só para o Direito Civil, mas para todo o
ordenamento jurídico.
• É um decreto, mas tem status de lei ordinária.
• As regras desse decreto são aplicadas no Direito Administrativo, Previden-
ciário, Tributário, Penal, Processo Penal, Processo Civil, evidentemente,
ao que couber.

Exemplo: A regra básica de analogia está na Lei de Introdução, mas ela é


vista de forma diferente no Direito Civil e no Direito Penal.

 Obs.: Costuma-se mencionar que é a lei das leis, norma das normas ou uma
expressão, que é muito utilizada em provas, chamada de normas de
sobredireito.

• A Lei n. 12.376/2010 mudou o nome dessa norma para Lei de Introdução


às Normas do Direito Brasileiro.

 Obs.: Somente mudou o nome, não mexeu no conteúdo da LINDB. Promoveu


uma mera adequação formal.

• Em abril, a Lei n. 13.655/2018 incluiu os artigos 20 até o 30. Os artigos


que foram acrescentados entraram no ordenamento jurídico para serem
aplicados no campo específico do direito público (basicamente no campo
do direito administrativo). O restante, do artigo 1º ao 19, é aplicado a todo
ordenamento jurídico.
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• Origem no direito francês na época do Código Napoleônico em 1804.


Indagação: como pode uma lei de 1942 chamar-se Lei de Introdução ao
Código Civil se o próprio CC revogado é de 1916?
Nunca foi uma Lei de Introdução ao Código Civil, sempre foi uma Lei de Intro-
dução às Normas do Direito Brasileiro. Essa ideia não começou no Brasil no ano
de 1942, havia notas introdutórias em outros diplomas civilistas.
Como:
• Projeto de Teixeira de Freitas em 1858, com a consolidação das leis civis e
um título preliminar.
• Projeto de Código Civil de Coelho Rodrigues em 1890, com a redação de
uma lei preliminar.
• Projeto ao Código Civil, de Clóvis Beviláqua, em 1916 e as disposições
gerais tornaram-se uma lei de introdução.

O Brasil é adepto à escola Civil Law, ou seja, tem origem romano-germânica


e a lei é fonte primária. Tudo é pautado nas normas e a Lei de Introdução é a lei
que trabalha essas normas.
O Código de Processo Civil de 2015 é o primeiro pensado, idealizado, redi-
gido e aprovado em total regime democrático. É um código preocupado com o
jurisdicionado. A redação do Código Civil de 2002 não é em regime democrático,
nunca foi de 2002, ela é da década de 70, em 1975.

 Obs.: Com isso, o Código Civil é um código que já nasceu velho, com alguns
institutos já ultrapassados.

O Código de Processo Civil de 2015 é um código que trouxe, no artigo 927,


um rol de precedentes judiciais obrigatórios, ou seja, decisões tida em repe-
titivo, decisões do próprio Tribunal acerca de determinado assunto, questão
relacionada à própria súmula vinculante, questão de incidente de resolução de
demanda repetitiva, Resp e RE repetitivo, entre outros. Precedente é decisão
tida em casos anteriores, algo que já foi discutido.
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• O Código de Processo Civil caminha para uma valorização de um sistema


common law, pautado nos precedentes. A própria LINDB vai se adequando
a essa nova vivência, porque a LINDB estabelece métodos de integração
da decisão judicial.

Pois quando não tem norma o juiz não pode deixar de julgar alegando que
não tem lei. Assim, o juiz tem que usar a analogia, os costumes, os princípios
gerais do direito, e os precedentes (costume jurisprudencial).

 Obs.: A LINDB é muito atual mesmo sendo de 1942. Com isso, tem a impor-
tância por cuidar de questões relacionadas à fonte primária brasileira do
sistema jurídico, que são as leis.

Há uma valorização dos costumes jurisprudenciais, então não se tem um


exagerado legalismo de aplicação somente da lei.

DEFINIÇÃO

• É um conjunto de regras e princípios que visam regular aspectos referentes


a interpretação, aplicação, vigência, revogação, direito transitório e direito
internacional privado. E também questões relacionadas à segurança jurí-
dica.
• Segundo Carlos Roberto Gonçalves, trata-se de legislação anexa ao Código
Civil, mas autônoma, dele não fazendo parte. Embora se destine a facilitar
a sua aplicação, tem caráter universal, aplicando-se a todos os ramos do
direito.
• Segundo Wilson de Souza Campos Batalha, “trata-se de um conjunto de
normas sobre normas.
• Norma de sobredireito; normas de apoio; lex legum.
• Um código de normas autônomo.

 Obs.: A LINDB trabalha as outras leis.


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Exemplo de incidência da LINDB no processo civil: a LINDB trabalha regra de


leis novas, quando a lei nova entra no ordenamento jurídico, como é aplicada,
como funciona isso. Ela menciona que a lei nova entra no ordenamento jurídico
tendo aplicabilidade imediata e geral. Por isso, o Código de Processo Civil de
2015, quando passou a ter vigência em 2016, chegou sendo aplicado a todos os
processos que estavam em andamento, por causa da regra da LINDB.

Direto do concurso
1. (CESPE) A LINDB é considerada uma lex legum, ou seja, uma norma de so-
bredireito.

Comentário
A LINDB é a lei das leis.

A LINDB trata dos seguintes assuntos:

• Vigência das leis sob o aspecto temporal (início e tempo de obrigatorie-


dade)
–– Vigência é o início da lei. Toda lei nasce, vive e morre. O momento de
vida da lei é a chamada vigência.
• Vigência das leis sob o aspecto espacial (territorialidade)
–– Onde a lei é aplicada.
Exemplo: o CPC é aplicado a todo o território nacional.
• Garantia da eficácia da ordem jurídica (não se admite a ignorância de lei
vigente)
• Critérios de interpretação das normas (hermenêutica)

 Obs.: Juiz não pode deixar de julgar alegando que não tem norma; mas, se
houver norma, deve ser interpretada.
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• Fontes e integração das normas (quando houver lacunas na lei)


• Direito intertemporal
–– Quando sai uma lei e entra outra.
• Direito internacional (competência judiciária brasileira, prova de fatos ocor-
ridos no estrangeiro, eficácia de tratados e convenções assinadas pelo
Brasil, execução de sentença proferida no exterior, atos praticados pelas
autoridades consulares brasileiras no exterior etc.).
Exemplo: direito de personalidade, de família.
• Segurança jurídica (2018)
–– É trabalhado do artigo 20 ao 30.

 Obs.: O estudo do decreto deve ser feito conjuntamente com a Lei Complemen-
tar n. 95/1998. A LC estabelece regras referentes ao processo legislativo.

 Obs.: A LINDB é direcionada a todos os ramos do direito, salvo naquilo que for
regulado de forma diferente na legislação específica.

Exemplo: a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito aos casos


omissos (art. 4º) aplicam-se a todo o ordenamento jurídico, exceto ao direito
penal e ao direito tributário, que contêm normas específicas a esse respeito. No
direito penal, admite a analogia somente in bonam partem.
O Código Tributário Nacional admite a analogia como critério de hermenêu-
tica, com a ressalva de que não poderá resultar na exigência de tributo não pre-
visto em lei (art. 108, § 1º).

VIGÊNCIA

• Momento em que a lei está tendo aplicabilidade.

Segundo Caio Mário da Silva Pereira, as leis também têm um ciclo vital:
nascem, aplicam-se e permanecem em vigor até serem revogadas. Esses
momentos correspondem à determinação do início de sua vigência, à continui-
dade de sua vigência e à cessação de sua vigência.
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GABARITO

1. C

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pela professora Roberta Queiroz.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.
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