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Curso/Disciplina: Direito Civil - Parte Geral

Aula: Introdução e Vigência.


Professor (a): Rafael da Mota
Monitor (a): Lívia Cardoso Leite

Aula 01

LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO

DL nº 4657/42 - Sua ementa era “Lei de Introdução ao CC”. A atual ementa, LINDB, dá um tom
mais amplo.

Lei nº 13655/18 - Inseriu na LINDB institutos que falam de segurança jurídica e eficiência na
criação e na aplicação do Direito Público.

O DL nº 4657/42 deixou de ser Lei de Introdução ao CC e virou Lei de Introdução às Normas do


Direito Brasileiro. A lei ganhou 11 artigos.

1. Introdução

Conceito de LINDB: conjunto de regras e princípios que visam a regular aspectos referentes à
interpretação, à aplicação, à vigência e à revogação de normas, bem como aspectos referentes a direito
intertemporal e aplicação do Direito no espaço.

A LINDB sempre foi dividida da seguinte forma:


- Arts. 1º a 6º - Lei de Introdução propriamente dita. Disciplinam-se aspectos de interpretação,
aplicação, vigência, revogação e direito transitório;
- Arts. 7º a 19 - Normas de aplicação do Direito no espaço - Direito Internacional Privado.

Agora há também, dos arts. 20 a 30, aspectos que envolvem segurança jurídica e eficiência na
criação e na aplicação do Direito Público.

A LINDB traz aspectos introdutórios para interpretação e aplicação do Direito. Muitas vezes fala
de questões estruturais da própria norma, que nem sempre estão disciplinadas só nela, mas também em
outras legislações.
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Ex: LC nº 95/98. Esta disciplina a estrutura normativa, como uma norma tem de ser, como é
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publicada, como conta o período de vacatio etc.

CF, art. 59 - O processo legislativo compreende a elaboração de:

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I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das
leis.

2. Vigência

Vigência é diferente de vigor.

Vigência: conotação temporal. Período que se dá entre a publicação e a revogação da norma.


Vigor: não tem conotação temporal. Tem relação com a eficácia da norma, sua produção de
efeitos, seu caráter imperativo, sua atuação no caso concreto.

Nem sempre o período de vigência se confunde com o vigor. Nada impede que a norma tenha
vigor, produza efeitos, desde o momento em que é publicada, em que tem vigência. Nada impede também
que a norma seja publicada, tendo vigência, sem ter vigor. O vigor pode ter início apenas em momento
posterior.
O período entre a publicação da norma e o início do vigor chama-se vacatio legis. Desde a
publicação terá vigência, mas não necessariamente vigor.

A própria norma publicada poderá dizer se terá ou não período de vacatio legis ou lei determina
isso?
A própria norma publicada. Poderá até dizer que não haverá período de vacatio legis, dizendo
que a norma terá vigor desde a data da publicação. Assim, vigor e vigência coincidirão.
A própria norma publicada pode estabelecer período de vacatio legis, dizendo, por exemplo,
que ela entrará em vigor em 1 ano.

Quando a norma publicada for silente acerca do período de vacatio legis, entra em campo a
LINDB.

LINDB, art. 1º - Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias
depois de oficialmente publicada.
§1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses
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depois de oficialmente publicada.


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§2º (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009).


§3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o
prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.

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§4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

Contagem do período de vacatio legis:

LC nº 95/98, art. 8º - A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo
razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua
publicação" para as leis de pequena repercussão.
§1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á
com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua
consumação integral.
§2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor
após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’.

Regra: período de vacatio legis em dias. E se for dado em meses ou anos? STJ bate cabeça para
estabelecer um critério.
STJ: por analogia já usou a mesma forma de contagem do art. 132, §3º, do CC.

CC, art. 132 - §3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no
imediato, se faltar exata correspondência.
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