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O teatro possui valorosa importância social na ação educativa e oferece

inúmeras situações de aprendizagem, interagindo com o cotidiano da


comunidade. Assim, funciona como elo entre cultura, sociedade e indivíduo.

Ajuda a entender os grandes dilemas sociais e individuais, pois exige do ator


e do público, participação ativa, instigando o olhar sobre diferentes
realidades; sua linguagem, ajuda no aprendizado sobre nós mesmos, nossas
relações, o cotidiano, a história do país.

Assim, a presente proposta pretende ampliar a vivência do teatro das pessoas


interessadas nesta forma de expressão, para formar assim, um público
sensível à linguagem teatral e capaz de utilizá-lo como instrumento para
fomentar discussões.

Nosso trabalho baseia-se fundamentalmente em Augusto Boal, que fala do


teatro como instrumento libertador de ações e visões. São utilizadas técnicas
latino- americanas de teatro, teatro fórum, entre outras técnicas adaptadas,
com o objetivo de trazer à cena “o ator e o não-ator com vontade de dizer
algo através do teatro” (BOAL, 1979). Afinal, ”o teatro não está dentro de
nada, mas se serve de todas as linguagens: gesto, sons, palavras, gritos,
encontra-se exatamente no ponto em que o espírito tem necessidade de uma
linguagem para produzir as suas manifestações” (STANISLAWSKI).

Teatro – Fórum

Espetáculo baseado em fatos reais, no qual personagens oprimidos e


opressores entram em conflito, de forma clara e objetiva, na defesa de seus
desejos e interesses.

Neste confronto, o oprimido fracassa e o público é convidado, pelo Curinga


(o facilitador do Teatro do Oprimido), a entrar em cena, substituir o
Protagonista (o oprimido) e buscar alternativas para o problema encenado.

No Teatro-Fórum o espectador é estimulado a entrar em cena, improvisar


como protagonista e buscar alternativas ao problema encenado

Objetivo

• Aguçar os sentidos: visão, audição, tato, olfato e o sentido poético, enfim,


despertar capacidades criadoras;
• Proporcionar uma experiência coletiva prazerosa, de modo que os
participantes sintam-se cativados pela prática teatral;

• Experimentar o teatro com o corpo. Vivenciar práticas de ator, tais como


aquecimento vocal e corporal, improvisação cênica e construção de
personagem

Justificativa

Os jogos teatrais são exercícios de sensibilização sensorial e motora e servem


para atrair e estimular um “elenco” de não atores a representar. Comumente,
é um recurso usado pelo diretor para deixar o ator pronto para o palco.

Há um sem número de jogos teatrais para atores e não-atores. Através deles


o participante é conduzido para si e para o outro, para a cena e para seu lugar
na sociedade, para o espaço real e imaginário, para a criatividade, a ação e a
experiência mágica do contato com a plateia que a vivência do teatro
proporciona.

Categoria: Alongamento

O alongamento é uma preparação do corpo para as aulas de teatro, sem ele


fica impossível a realização dos exercícios que virão na sequência. O
alongamento proporciona uma melhor flexibilidade do corpo e representação
do esquema corporal.

Alongamento

Prática do remo

Em duplas os participantes deverão simular que estão em um barco em meio


ao mar remando. Uma hora vai para o corpo para frente e leva o outro
consigo, hora outro vai com o corpo para trás levando o outro consigo e assim
sucessivamente.

O mediador poderá simular para os participantes um rio caudaloso, um mar


bravio, mar calmo...

Categoria: Jogos e exercícios de aquecimento físico


Os jogos servem como brincadeiras, proporcionam concentração, interação
e confiança.

Os alunos aprendem a se posicionar e locomover no espaço cênico,


(organização do espaço e do tempo), estimulando bases psicomotoras como
equilíbrio, coordenação e respiração, cujo conjunto conduz à percepção e ao
controle do corpo. Esses fatores formam a imagem corporal.

1) Reconhecimento do espaço

Andar pelo espaço o maior homem do mundo o menor homem do


mundo.

2) Roda de ritmo e movimento

Forma-se um círculo com os participantes; um deles vai ao centro e


executa um movimento qualquer, acompanhado de um som e dentro de um
ritmo que ele próprio inventa. Todos os (a) participantes o seguem, tentando
reproduzir exatamente os seus movimentos e sons, dentro de um ritmo.
Quem está no meio da roda desafia outro (a), que vai ao centro do círculo e
lentamente muda de movimentos, de ritmo e de som. Todos seguem este
segundo ator, que desafia um terceiro e assim sucessivamente.

3) Hipnotismo

Um participante põe a mão a poucos centímetros da cara de outro e


este fica como que hipnotizado, devendo manter a cara sempre à mesma
distância da mão do hipnotizador. Este inicia uma série de movimentos com
a mão, para cima e para baixo, fazendo com que o companheiro faça com o
corpo todas as contorções possíveis a fim de manter a mesma distância. A
mão hipnotizadora pode mudar, para fazer, por exemplo, com que o ator
hipnotizado seja forçado a passar por entre as pernas do hipnotizador.

4) Fila de Cegos

Duas filas. Faz-se uma fila de pessoas com os olhos fechados, esta
procura sentir, com as mãos, o rosto e as mãos das pessoas da outra fila (que
estarão de olhos abertos) cada qual os do ator que está na sua frente. Depois
os atores separam- se e os cegos tentarão descobrir, tocando nos rosto e as
mãos de todos, qual o ator que estava na sua frente.

5) Futebol imaginário
Duas equipes sem utilizar bola, disputam uma partida como se a
tivesse jogando.
O facilitador (a)-juiz (a) da partida deve observar se o movimento imaginário
da bola coincide com os movimentos reais das pessoas participantes ,
eliminando as que cometem erros. Qualquer outro desporte coletivo pode ser
praticado neste tipo de exercício.

6) Ritmo em uníssono

O grupo inicia junto um ritmo (cada um o seu ritmo), com a voz, as


mãos e as pernas, após alguns minutos mudam lentamente, até que um ritmo
novo se impõe e assim sucessivamente durante vários minutos. Variante:
Todos (as) começam a um sinal dado, a fazer um ritmo próprio, e também
um movimento que acompanha esse ritmo.

Depois de alguns minutos tentam aproximarem-se uns dos outros


segundo as afinidades rítmicas. Os participantes com maiores afinidades vão
homogeneizando os seus ritmos até que todos (as) estejam praticando o
mesmo ritmo e o mesmo movimento... Pode ser que isso não aconteça. Nesse
caso, não é importante, desde que os grupos formados tenham seus ritmos e
movimentos bem definidos.

7) Imagem do grupo – escultura

Em dupla. Cada um, utilizando a outra pessoa, faz uma escultura que
pretende refletir a sua opinião acerca das relações do grupo. Aquilo que
permanecer constante em todas as esculturas será uma espécie de super-
objetividade. Pode-se escolher, cada vez que se faça o exercício uma pessoa
para ficar em evidência, à volta do qual ficará o restante do grupo. A pessoa
em evidência sentir-se-á na posição de cada um de seus companheiros,
assumindo a posição deles em cada escultura.

Categoria: Jogo Teatral

Objetivos: Estimular a relação com o outro, a criatividade, a expressividade


do corpo, a desenvoltura e a concentração.

8) Inter-relação de personagens /Atividades complementares

Este exercício pode ou não ser mudo. Um participante inicia uma ação.
Um segundo aproxima-se e, através de ações físicas visíveis, relaciona-se
com o primeiro de acordo com o papel que escolhe: irmão, pai, tio, filho, etc.
O primeiro deve procurar descobrir qual o papel e estabelecer a inter-relação.

Seguidamente, entra um terceiro ator que se relaciona com os dois


primeiros, depois um quarto e assim sucessivamente.

9) Amor, ódio, amor

Dividir o grupo em duplas. A dupla deverá esboçar sentimentos de


amor recíproco. O sentimento dever ser expresso falando números 12, 33,
44. O sentimento vai aumentando, até que o mediador (a) da atividade
indicará que este deve se transformar aos poucos em ódio, sendo expresso
através de números também.

Ao se atingir o grau máximo do sentimento, retornar a demonstração


de amor pelo (a) companheiro (a). Após fazer um bate papo para trocar as
experiências.
10) Mímica

O grupo será dividido em dois. Um dos grupos deverá se reunir e


escolher um tema. Escolhido o tema, o grupo deverá selecionar um membro
do outro grupo para encenar o tema, seu grupo deverá ser adivinhar o tema
encenado.

11) Dito popular

Serão escritos em papeizinhos ditos populares. Estes papéis serão


distribuídos a cada participante. Um participante de cada vez será
interrogado sobre o conteúdo do papel, este deverá responder as perguntas
acrescentando a cada resposta uma palavra do seu dito popular, até que o
grupo descubra qual o dito popular.

12) Profissões

Serão distribuídos pedaços de papel pra que cada integrante do grupo


escreva nele uma profissão, os papeis serão dobrados e sorteados por cada
pessoa. Todos um de cá vez deverá representar através da mímica a sua
“profissão” para que o grupo adivinhe.

13) Troca de máscaras

O grupo será divido em duplas. Uma pessoa da dupla deverá


representar o papel de patrão a outra o empregado que vai pedir aumento,
este se comportará como tal, podendo perguntar como vai a família, a saúde,
o preço da cesta básica subiu... Depois de exercerem um papel trocar os
papéis. Após, bate-papo sobre a dinâmica.

14) Ilustrar uma história

O grupo será divido em duplas. Em cada uma das duplas uma pessoa
ficará responsável por contar uma história que lhe aconteceu e outra encenar
esta história. Depois da encenação, a pessoa que teve a sua história encenada
deve compartilhar com o grupo qual a diferença entre a forma que a pessoa
encenou a história e como foi o desenvolvimento da história real.

15) Muitos objetos num só objeto

Baseia-se na frase de Bertolt Brecht de que há muitos objetos num só


objeto. Ficará a disposição dos participantes objetos. Uma pessoa por vez
deverá entrar na roda e mostrar um uso que se pode ser dado aquele objeto

Material: objetos, a quantidade varia conforme o tamanho do grupo.

16) Contar a através da mímica a história feita por outra pessoa

Cinco pessoas no grupo voluntariamente se candidatam a escolher e


encenar um tema. O restante do grupo deverá adivinhar o tema escolhido.

17) Gravidade

As pessoas participantes deverão caminhar pelo espaço aleatoriamente


sentindo o seu peso, cada movimento que faz com o corpo, como se sente
hoje, como está cada um de seus membros: suas pernas, seu braços, pescoço,
sentido sua respiração, como está sua coluna, se sente algum lugar
incomodando, imaginar todas as potencialidades do seu corpo, e como se
aproveita dele cotidianamente.

O (a) facilitador (a) deverá simular uma situação em que pede para
pessoa imaginar que ela está num lugar muito alto em que o ar é rarefeito,
falta-lhe ar e vai ficando pesado o corpo, difícil de andar... Depois propor
que pessoa imagine que ela está numa nave espacial sobre a ação da
gravidade, seu corpo está leve e ela flutua no ar, vendo a terra lá de cima.
18) Completar o espaço

O grupo será dividido em duplas. Uma pessoa da dupla deve fazer um


gesto, a outra deve fazer um gesto que complete o gesto da outra. Após sinal
do (a) mediador (a) da atividade as posições devem ser trocadas, que
completou propõe e quem propôs completa.

19) Jogo do assassino

Serão distribuídos pequenos papéis a cada uma das pessoas


participantes com a personagem que este deverá representar no jogo. Sendo
os seguintes personagens: o assassino, a polícia a paisana e as vítimas. O
assassino deverá tentar assassinar as vítimas, e a polícia deverá descobrir
quem é o assassino intimando-o a ir preso. O grupo deverá escolher um sinal
que o assassino execute para exterminar a vítima. Situação: as vítimas não
querem ser mortas, mas não devem deixar transparecer que são as vítimas.
O assassino quer realizar um crime perfeito, não quer ser descoberto. O
policial a paisana quer prender o assassino, para isso precisa descobrir quem
é este sem que ele o perceba, se não, conseguirá executar os crimes fora da
mira do policial.

20) Quebra da Repressão (teatro fórum)

Uma pessoa do grupo contará uma história na qual tenha passado por
uma situação de opressão. Esta história deverá ser representada por
voluntários do grupo.

Num primeiro momento a encenação será da forma com que a história


foi contada. No segundo momento pelo mesmo grupo de voluntários ou
outros a história deverá ser encenada com o personagem da história não
aceitando a opressão, reagindo a situação.

Materiais necessários
30 canetas
Papéis de rascunho.

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