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Silvia Fernandes
Teatro Performativo
Josette Féral
Por Aura Cunha
mestranda em
novembro de 2008
Para apresentar as bases que irão orientar seu olhar sobre este teatro
performativo, Féral irá transitar entre o conceito de performance concebido
como forma artística (performance arte) e ainda a performance tida com um
conceito operacional, instrumento teórico para a conceituação do fenômeno
teatral. Tentará, assim, identificar os conceitos que operam ao lado da
performance e os principais sentidos que recobrem esta noção e, após este
mapeamento, tentará estabelecer algumas características da Performatividade.
Outro pensamento que Féral expõe para dar conta de pensar a Performance
fora do âmbito da cultura é aquele do crítico Andreas Huyssen. Sua reflexão
aborda a questão da performance no campo propriamente estético, em que
defende que foi o modernismo – e não as vanguardas históricas, o responsável
pela ruptura entre a visão elitista da arte e aquela da cultura popular e que
ainda, foi o modernismo responsável pelo afastamento da arte dos aspectos
políticos e sociais. Em seu aspecto puramente artístico, foi a performance arte,
da década de 70/80, que modificou definitivamente nossa visão de arte. Estes
aspectos levantados por Féral, nos contextualizam os domínios da
performance e as suas realizações.
Estes dois autores, Schechner e Huyssen, irão contribuir para a sua reflexão
sobre teatro performativo, na medida em que lhes dão alguns princípios e leis
que emergem destas duas visões de performance – a herança da vanguardas
e da performance artística (Huyssen) e a outra de uma visão antropológica e
intercultural (Schechner) e são a partir destes dois vértices que a autora irá
pensar o teatro hoje.
*Verbos
Talvez, esta tríade, pode ser pensada de modo que o "ser" estaria ligado à
presença do performer e a implicação de sua subjetividade na cena, o "fazer"
diria respeito à ação, à corporeidade, ao gesto e o "mostrar o feito" ligado à
noção de evento, a "a-presentação", o deixar-se ver em.
*O centro nevrálgico
2. Há uma linha divisória entre as duas visões de teatro, uma que rompeu com
a tradição e se na inspira na performance, e outra que mantém uma visão mais
tradicional do teatro. A primeiro é mais livre e inventa os parâmetros que nos
permite pensá-la e a segunda mantém-se dependente do texto e da fala,
mesmo que estes não constituem necessariamente seu motor de ação.
Acredito que estes pontos seriam dois extremos de uma escala para criação,
onde podem operar ao mesmo tempo, ou mesmo de forma autônoma, a pulsão
– própria da performance, e a máscara – própria ao teatro.