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Sumário
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26. O que é o programa TSP? Quem pode fazê-lo? .......................................................................... 10
27. Onde posso encontrar as normas de certificação e outros documentos institucionais? ........... 11
28. Quais são as regras de aplicação do selo?................................................................................... 11
29. Como saber se uma empresa é realmente certificada e/ou se seu certificado é válido?........... 11
30. Como obter uma lista / os contatos de empresas certificadas? ................................................. 12
31. Quais são as regras do FSC em relação ao uso de pesticidas em florestas certificadas?............ 12
32. Quais pesticidas podem ser usados em plantações certificadas?............................................... 13
33. Como entrar com um pedido de derrogação para uso de químicos? ......................................... 13
34. Iscas formicidas podem ser usadas em florestas certificadas FSC? ............................................ 13
35. Que tipos de florestas e produto podem ser certificados? ......................................................... 14
36. Como os empreendimentos certificados podem divulgar seus produtos e serviços? ................ 14
37. Como está o mercado de madeira certificada no Brasil?............................................................ 15
38. Quais são os principais gargalos enfrentados pelo setor de madeira certificada? ..................... 15
39. Todos os produtos de empresas certificadas são certificados? .................................................. 16
40. Como o FSC lida com denúncias de violação dos Princípios e Critérios do FSC? ........................ 16
41. Qualquer pessoa pode formalizar uma denúncia? ..................................................................... 16
42. O que é melhor: papel certificado ou papel reciclado? .............................................................. 17
43. ☺Pegadinha: É possível certificar revistas digitais? .................................................................... 17
ANEXOS........................................................................................................................................................ 17
Anexo I – Instruções para associação ao FSC .......................................................................................... 17
Pessoas Físicas ..................................................................................................................................... 18
Pessoas Jurídicas.................................................................................................................................. 18
Anexo II – Anuidades para associados ao FSC ......................................................................................... 20
Anexo III – Certificadoras acreditadas atuantes no Brasil ....................................................................... 21
Anexo V – Derrogações concedidas ao Brasil.......................................................................................... 23
Anexo VI – Artigo sobre o mercado de madeira no Brasil ...................................................................... 24
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1. O que é o FSC?
As discussões a respeito da criação do FSC Brasil iniciaram-se em 1996, porém a iniciativa nacional
formalizou-se em 2001 através do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal. Hoje, o escritório do FSC
Brasil localiza-se em São Paulo.
O selo FSC é a ferramenta de controle da produção florestal, que tem por objetivo orientar o consumidor
em suas decisões de compra. Em suma, ele oferece um link confiável entre a produção e o consumo
responsáveis de produtos florestais, permitindo que consumidores e empresas tomem decisões em prol
das pessoas e do ambiente.
De acordo com a definição do FSC, o manejo florestal responsável é aquele que segue os seguintes
princípios:
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Princípios e critérios (P&C) são universais, podendo ser aplicados a florestas de todo tipo. Cabe às
iniciativas nacionais do FSC criar seus próprios padrões, de acordo com a realidade local.
Sim. No Brasil, além do sistema FSC, a certificação florestal CERFLOR (Programa Brasileiro de Certificação
Florestal) também é bastante disseminada. Criado em agosto de 2002, o CERFLOR segue critérios e
indicadores nacionais prescritos nas normas elaboradas pela ABNT e integradas ao Sistema Brasileiro de
Avaliação da Conformidade e ao Inmetro.
Não. Ser certificado significa ter passado pelo processo de certificação e ter o direito de uso comercial da
logomarca FSC. Ser associado, por sua vez, é ser reconhecido como um membro integrante da
organização e ter voz política no sistema FSC (através e assembleias, votações, etc.).
Apenas uma pequena parcela do membros do FSC são brasileiros, o que limita a capacidade desses
atores de influenciar os rumos das políticas do FSC em assuntos extremamente relevantes para o país.
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• Aumento e fortalecimento de networking.
Pessoas físicas ou jurídicas interessadas em associar-se ao sistema FSC podem entrar em contato com o
FSC Brasil através do e-mail info@fsc.org.br ou por tel. e solicitar folder explicativo / lista de documentos
necessários (anexo I).
10. Quero me associar ao FSC Internacional e ao FSC Brasil. Preciso pagar duas
anuidades?
Não. A partir de 2011, graças a acordo celebrado entre o FSC Internacional e as iniciativas nacionais, o
processo de associação e o pagamento de anuidade correspondente tornaram-se únicos. Inclusive, a
associação a um pressupõe a associação ao outro - a não ser que expresso em contrário.
O valor das anuidades varia em função de uma série de fatores, como mostrado na tabela de anuidades
(anexo II).
O sistema de certificação FSC provê normas de garantia da marca e serviços de acreditação para
empresas, organizações e comunidades interessadas no manejo florestal responsável. Ou seja, qualquer
empreendimento ligado a operações de manejo florestal e/ou produtos florestais pode ser certificado,
na modalidade de certificação cabível (vide questão 14).
Para obter o direito de uso da logomarca FSC, é necessário passar pelo processo de certificação.
Este processo envolve, num primeiro momento, a adoção de uma série de procedimentos e regras de
conduta por parte do empreendimento que busca ser certificado; e, num segundo momento, uma
auditoria a ser realizada por certificadora credenciada (que atesta o cumprimento dos P&C do FSC).
Considerando que o FSC apenas habilita / acredita certificadoras especializadas - porém não realiza o
processo da certificação em si –, é preciso que empreendimentos interessados na certificação entre em
contato com as mesmas diretamente.
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13. Quais são as etapas da certificação?
Uma lista com o nome, telefone e endereço das que hoje atuam no Brasil pode ser obtida em:
http://www.fsc.org.br/index.cfm?fuseaction=conteudo&IDsecao=165.
O FSC Internacional estabelece regras para o credenciamento (ou a acreditação) das certificadoras no
sistema FSC em conjunto com a ASI - Accreditation Services International.
A ASI é um organismo de acreditação independente que oferece credenciamento e outros serviços para
diferentes sistemas de certificação em todo o mundo (o FSC é um deles).
No Brasil, existem hoje 15 certificadoras acreditadas FSC (das quais 7 já constam no site do FSC Brasil).
Estas certificadoras estão igualmente habilitadas a prestar serviços de certificação FSC, incluindo a
avaliação de operações de manejo e operações industriais, emissão do certificado e liberação do uso da
logomarca do FSC. Como os preços são diferenciados, fica a cargo do empreendimento interessado na
certificação a escolha de qual certificadora contratar.
• Manejo Florestal (FM) - Atesta que empresas manejam a floresta de maneira responsável, de
acordo com os princípios e critérios da certificação FSC.
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• Cadeia de Custódia (CoC) - Atesta a rastreabilidade da matéria-prima que sai da floresta (ou seja,
os produtos que levam o selo de cadeia de custódia foram de fato produzidos a partir de
matérias-primas florestais certificadas pela modalidade "manejo florestal").
• Informações básicas podem ser obtidas no site do FSC Brasil (mas é preciso ressaltar que o
mesmo está sendo reformulado).
• A melhor fonte de materiais explicativos, incluindo dados atualizados sobre a certificação FSC
(modalidades CoC e FM), podem ser obtidos em inglês e espanhol no site do FSC
Internacional: www.fsc.org.
• Para informações sobre práticas de manejo propriamente ditas (independentemente do sistema
FSC), vale a pena consultar outros sites - IFT, SFB-MMA, CIFOR são alguns deles.
• A publicação do Imazon chamada "Fatos Florestais" (lançada recentemente com dados sobre
florestas e certificação) também traz um panorama das florestas, áreas certificadas, concessões
etc. e está disponível online.
• O guia Imaflora sobre Cadeia de Custódia (“Produto Certificado FSC – Conheça as Normas para
Produzir e Comercializar”, 2009) será relançado em breve, mas ainda é bastante útil p/ CoC.
• Certificadoras acreditadas FSC também disponibilizam informações sobre a certificação em seus
respectivos sites.
1. Floresta certificada: A madeira é retirada da floresta de acordo com técnicas de manejo florestal
responsável, respeitando critérios sociais ambientais e econômicos;
2. Indústria certificada: Transportada até a fábrica, a madeira passa por diversas etapas de
processamento até ser transformada em polpa de celulose e, posteriormente, papel, papel-
cartão, papelão, etc.
3. Gráfica certificada: As etapas na indústria gráfica incluem impressão, corte e acabamento. Para
garantir que matéria-prima certificada não será misturada à matéria-prima não certificada, é
preciso rastrear a matéria-prima durante todo o processo produtivo através de documentação e
separação física de estoques, por exemplo;
4. O papel certificado se transforma em livros, revistas, folhetos, embalagens e outros materiais
(também certificados).
Embora alguns empreendimentos aleguem apenas revender produtos certificados, eles devem ser
auditados / controlados para que se garanta que produtos certificados não serão misturados a produtos
não certificados.
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• Primário (colheita e pré-processamento) e, no caso de materiais recuperados, os pontos de
recuperação;
• Secundário (manufatura primária e secundária);
• Terciário (comercialização, atacado, varejo e indústrias gráficas).
Um certificado CoC não é exigido para empreendimentos que não apresentem posse legal de insumos ou
produtos certificados, realizando apenas ações de agenciamento e transporte de produtos.
Não é preciso ser proprietário de florestas certificadas para obter a certificação CoC, e sim consumir
insumos provenientes de áreas florestais certificadas.
É importante ressaltar que um empreendimento pode ter apenas parte de seus produtos certificados.
Em resumo: o critério que define a necessidade de uma empresa ser ou não certificada FSC, sendo esta
empresa apenas um elo intermediário da cadeia de produção - entre produtor e consumidor final - é a
declaração de tal produto em sua nota fiscal. Assim, se a sua empresa emite notas em que declara
revender produtos certificados, é preciso que essa empresa passe pelo processo de certificação para
adquirir autorização de uso da logomarca FSC.
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Para informações sobre custos da certificação, bem como o procedimento e prazos envolvidos, é preciso
entrar em contato com as próprias certificadoras acreditadas (fica a critério de cada uma delas definir o
preço cobrado pelas auditorias ao longo da certificação).
A certificação pode ser viável para pequenas propriedades sim, mas isso depende muito das
características da operação e da propriedade (e.g. espécie que será plantada, da escala, complexidade da
operação, tipo de manejo a ser empregado, número de sites etc.). Para uma avaliação mais precisa da
viabilidade do projeto, o melhor seria falar diretamente com as certificadoras acreditadas.
Sim. O FSC reconhece que a certificação ainda é bastante concentrada em grandes propriedades e tem
empreendido esforços crescentes para mudar esta realidade – incluindo a adoção de medidas baseadas
nas seguintes estratégias:
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o Uma nova regra de etiquetagem para pequenos produtores e produtos comunitários
deve ficar pronta ainda este ano (iniciativa do FSC Internacional, com apoio das INs);
o Algumas moções aprovadas na última Assembleia Geral (Kota Kinabalu, 2011) procuram
facilitar o acesso a mercados para produtos comunitários. Para tabela de moções, vide
informe lançado pelo FSC Brasil sobre AG 2011.
Observação: Esta pergunta foi incluída neste guia por curiosidade. Perguntas desse tipo (em relação às
estratégias do FSC / FSC Brasil), encaminhar para fabiola@fsc.org.br.
Consultorias ambientais não são certificadas, nem habilitadas, tampouco reconhecidas pelo FSC Brasil -
elas são totalmente independentes e o FSC Brasil nem poderia dar indicações de qualquer delas, por
razões éticas.
Deve-se ressaltar que o certificador não realiza consultoria e que custos de consultoria não têm qualquer
relação com o orçamento apresentado pela certificadora.
Infelizmente o FSC Brasil não tem cursos de capacitação no momento (provavelmente daremos início a
estas atividades em 2012). De qualquer forma, sugerimos entrar em contato com as certificadoras
acreditadas que costumam oferecer treinamentos sobre a certificação: Bureau Veritas, Imaflora e
Control Union. Os contatos de cada uma delas podem ser encontrados no nosso site (www.fsc.org.br >
CERTIFICAÇÃO > CERTIFICADORAS).
O programa TSP (Trademark Service Provider), lançado no início de 2010 pelo FSC Internacional, é
voltado à cobrança pelo uso da logomarca FSC por organismos não certificáveis. Nesta categoria,
incluem-se distribuidores, varejistas, organizações acadêmicas e de pesquisa, mídia e demais entidades
interessadas em promover, recomendar ou especificar produtos FSC posicionados no final da cadeia de
custódia (ou seja, interessados em fazer uso promocional da marca).
O intuito deste programa é aprimorar o controle sobre a utilização da imagem e do selo FSC, garantir
maior consistência do sistema de certificação e padronizar os procedimentos adotados pelos países
quanto ao controle do uso da logomarca.
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Cada país que aderir ao programa TSP poderá criar seu próprio sistema de cobrança, com valores
adequados à realidade local. A partir do estabelecimento do TSP no Brasil, empreendimentos
interessados em fazer (ou continuar fazendo) uso promocional da marca FSC deverão ser registrados
junto ao FSC Brasil, além de pagar uma taxa de registro correspondente ao número de pedidos de
aprovação da aplicação da logomarca. Segundo as categorias de cobrança criadas pelo FSC Brasil,
organizações sem fins lucrativos serão isentos de pagamento.
A norma FSC-STD-50-002 regulamenta o uso promocional da logomarca FSC por parte de organismos não
certificados.
Todas as normas de certificação - incluindo padrões, procedimentos, diretivas, etc. – assim como
documentos estatutários, normas que estão sob consulta, deliberações de Assembleias, padrões
nacionais e formulários de associação podem ser acessados a partir do site do FSC Internacional:
www.fsc.org (página Inicial) Resources Documents
Uma das razões pelas quais gráficas devem ser certificadas para poderem imprimir materiais impressos
com a logomarca é que, ao se certificarem, elas passam a respeitar as normas de aplicação correta do
logo. Especificações de resolução, local de aplicação, cor, tamanho etc. estão contidas nessas normas e
devem ser rigorosamente cumpridas.
Dessa forma, gráficas certificadas têm plena condição de orientá-la a respeito da impressão do selo FSC:
na verdade, elas têm a obrigação de fazê-lo e já estão bastante familiarizadas com isso.
É possível discutir detalhes da arte com as gráficas, porém, como mencionado anteriormente, é
importante seguir as especificações expressas nas normas.
29. Como saber se uma empresa é realmente certificada e/ou se seu certificado é
válido?
O site www.info.fsc.org é uma base de dados confiável para verificação online da validade de certificados
FSC. Mantida e atualizada pelo FSC Internacional, ela também é usada por escritórios nacionais do FSC
(inclusive pelo FSC Brasil) quando se quer checar se algum empreendimento é certificado.
Para usar essa base de dados, não é necessário preencher todos os campos. Na maioria das vezes, basta
colocar o nome da empresa (razão social ou nome fantasia). Se nenhum resultado aparecer, o ideal é
fazer a busca através do código de licença de uso da logomarca. O código pode estar impresso num
produto, ou então pode ser solicitado pelo interessado na verificação do certificado ao empreendimento
em questão.
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Quando os resultados aparecem, é possível verificar mais informações a respeito de cada
empreendimento (data de expedição e expiração do certificado, escopo da certificação, tipo de produto
certificado etc.).
Além do site www.info.fsc.org, podemos indicar o guia “Páginas Verdes”. Em breve, também teremos o
FSC Marketplace (base de dados online onde é possível obter o contato de fornecedores de produtos
certificados).
Em relação ao guia “Páginas Verdes”, é bom explicar que é uma publicação de 2008 (portanto algumas
coisas podem estar desatualizadas, mas é certamente um ponto de partida para a busca de fornecedores
de produtos certificados).
É possível fazer download do “Paginas Verdes” no site do FSC Brasil: www.fsc.org.br certificação
operações certificadas. Os itens que podem ser encontrados nesta publicação incluem:
• Indústria moveleira – p. 40
• Construção civil – p. 43
• Embalagens – p. 42
• Materiais de escritório e brindes corporativos – p. 62
O uso de químicos em florestas certificadas é permitido desde que suas substâncias não constem na lista
de químicos altamente perigosos do FSC IC (tal lista encontra-se no Anexo 2 a, página 17, da diretiva FSC-
GUI-30-001 v. 2.0).
Empresas que costumam utilizar os químicos banidos - e que provam ser inviável substitui-los por outros
produtos e/ou técnicas de manejo - podem entrar com um pedido de derrogação da decisão de
proibição (o que equivale, em outras palavras, a uma permissão temporária).
Vale enfatizar que o FSC-IC espera que as certificadoras entendam a derrogação como o ‘primeiro passo’
em direção a uma estratégia mais ampla de Manejo Integrado de Pragas. É um período em que a
empresa deve dar demonstrações claras do seu comprometimento com a redução desses químicos e
depois com a sua eliminação completa. Em outras palavras, as condicionantes contidas na decisão do
FSC-IC sobre a derrogação não são o fim último da derrogação; elas são apenas salvaguardas temporárias
e recomendações às empresas com vistas à eliminação dos químicos.
Cabe às certificadoras avaliar, a cada ano, se a empresa tem um plano/ uma estratégia interna nesse
sentido (incluindo medidas de mitigação de riscos relacionados ao uso dos pesticidas, como aplicações
sazonais; medidas alternativas; e pesquisa). É claro que nem todas as recomendações terão gerado
resultados concretos já no primeiro ano (pesquisas levam tempo), mas esse plano teria que estar pronto
já pra primeira auditoria.
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32. Quais pesticidas podem ser usados em plantações certificadas?
De acordo com o princípio 1 do FSC, leis nacionais devem ser observadas por quem deseja ser
certificado. Nesse sentido, se um determinado pesticida não é registrado para uso florestal nas
autoridades brasileiras competentes, ele é automaticamente incompatível com a certificação FSC.
Porém, em geral, as regras próprias do FSC costumam ir além do que a legislação preconiza (ou seja, são
ainda mais rigorosas).
A lista dos químicos proibidos (considerados "altamente perigosos') pela norma FSC encontra-se no
Anexo 2 a, página 17, da diretiva FSC-GUI-30-001 v. 2.0).
Por fim, cabe lembrar que mesmo os químicos proibidos podem ser objeto de derrogação, desde que
não descumpridas as leis nacionais. Em 2010, um grupo de empresas brasileiras solicitou coletivamente
que 5 pesticidas pudessem ser usados até que uma alternativa viável fosse encontrada. Após consultas
ao seu comitê técnico, o FSC-IC resolveu aceitar que a proibição de 4 pesticidas fosse derrogada por um
período de 5 anos (abril 2010 – abril 2015), mediante o atendimento de certas condicionantes que
mostrassem que as empresas estariam se esforçando para eliminar o uso desses químicos gradualmente
(a lista de derrogações concedidas também encontra-se no anexo V).
Vale mencionar que as regras da certificação FSC vêm se tornando cada vez mais rigorosas em relação a
químicos; a ideia é que o uso dessas substâncias seja evitado ao máximo e substituído por soluções
alternativas no futuro, com menor impacto ambiental.
O pedido de derrogação deve ser feito formalmente, de acordo com as normas de derrogação do FSC,
através do envio de documentação específica que comprovava que o uso daquele produto era essencial.
Empresas certificadas que tenham dúvidas em relação a quais produtos podem utilizar e/ou busquem
maiores informações a respeito de pedidos de derrogação devem entrar em contato com a própria
certificadora ou com o FSC Internacional (Unidade de Políticas e Padrões), através do endereço
policystandards@fsc.org.
O uso de iscas formicidas é comum em plantações florestais. Dependendo de seu princípio ativo,
algumas são proibidas.
Dentre as marcas mais conhecidas, estão o Citromax e Blitz (ambos à base de fipronil) e Mirex-S (à base
de sulfuramida). Estes dois princípios ativos são tidos como químicos 'altamente perigoso' segundo a
classificação do FSC Internacional, portanto não podem ser usados em áreas certificadas a não ser
mediante derrogação.
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Como mencionado na questão 30, um grupo de empresas brasileiras tiveram seu pedido de derrogação
aceito pelo FSC IC e, portanto, puderam continuar usando o produto.
Todos os insumos de origem florestal utilizados na composição dos produtos precisam ser analisados e
considerados no cálculo da composição dos produtos FSC. Os insumos que podem ser utilizados em
produtos certificados são chamados ‘insumos elegíveis’ e incluem:
• Materiais certificados
o Material certificado FSC puro
o Material certificado FSC Misto (insumos certificados e não certificados)
o Material certificado FSC Reciclado
A possibilidade de um produto receber uma declaração FSC (ex.: “FSC puro”, “FSC misto 70%” etc.)
dependendo da composição desse produto e da porcentagem dos materiais que o compõem. Cada casos
dentre os listados acima é regulado por uma norma da série FSC-STD-40, especificamente sobre CoC.
Além das formas de divulgação regulares, empreendimentos que se certificam automaticamente passam
a constar na base de dados www.info.fsc.org (já que este é um instrumento online de verificação de
certificados). O guia “Páginas Verdes” também contem alguns fornecedores de produtos certificados.
Porém agora o FSC conta com uma ferramenta online de divulgação de produtos, a ser lançada ainda em
2011: a plataforma “FSC Marketplace”, disponível em Português. Interessados em divulgar seus produtos
podem acessar a página de login, criar uma conta e imputar seus próprios dados através do endereço
http://marketplace.fsc.org/portal/login/.
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37. Como está o mercado de madeira certificada no Brasil?
O mercado de madeira certificada no Brasil vem crescendo, porém ainda está muito aquém de suas
potencialidades considerando o crescimento recente da construção civil e de construções sustentáveis
(certificadas pelo sistema LEED).
O artigo a seguir, disponível na seção “artigos” do site Ambiente Brasil e acessado pela última vez em
23/08/2011, traz informações interessantes a esse respeito (para versão integral, vide anexo VI):
"E madeira certificada é um bom negócio. Quem quer exportar madeira vê-se quase obrigado a trabalhar
com certificação, já que vários países estão proibindo a importação das não-certificadas, como a
Holanda. Além disso, as empresas revendedoras de madeira preferem este tipo de mercadoria para não
correrem o risco de eventuais processos por exportação ilegal. Alguns governos concedem incentivos
fiscais para construções “verdes”, que levem em consideração economia de energia, origem dos
materiais e preocupação ambiental. É o caso dos Estados Unidos.
Chama atenção o fato da maioria destas empresas não repassar o custo das madeiras certificadas, cuja
obtenção é cerca de 30% mais cara, para o preço final. Isso porque ainda são poucos os consumidores
que estão dispostos a pagar a mais por conta da certificação.
No Brasil só existe uma empresa que revende exclusivamente madeira certificada pela FSC. A EcoLeo,
com sede em São Paulo, faz parte da rede Leo Madeiras, que tem 30 lojas espalhadas por Rio, São Paulo,
Curitiba e Salvador. A gerente Karla Aharonian diz que o mercado de madeiras certificadas no Brasil está
crescendo, e que os clientes são principalmente empresas que têm uma consciência ambiental forte e
designers ou marcenarias que precisam exportar seus produtos. Ela está convicta de que em pouco
tempo sua loja, que ainda não alcançou o retorno do investimento em madeira certificada, passará a ser
um bom negócio. Tanto que planeja abrir outra loja no Rio de Janeiro.
A Leo Madeiras pode estar certa. Embora a passos lentos, há boas perspectivas para o mercado de
madeira certificada. O “Grupo de Compradores de Produtos Florestais Certificados”, iniciativa da ONG
Amigos da Terra, reúne empresas e órgãos públicos que se comprometem a somente comprar produtos
com o selo da FSC. Integram o grupo de compradores do bem os Governos Estaduais do Acre e do Amapá
e empresas como Tramontina, Tok & Stok, Faber Castell e ABN-Amro Bank.
Já o Greenpeace tem investido no projeto Cidade Amiga da Amazônia, que tenta estimular, através dos
conhecidos métodos da organização, as administrações municipais a criarem uma legislação que impeça
a compra, pelas Prefeituras, de madeira ilegal. Oito municípios do interior paulista já aderiram ao
projeto: Bauru, Botucatu, Campinas, Jundiaí, Piracicaba, São José dos Campos, Sorocaba e Ubatuba.
Hoje o Brasil detém a maior área florestal certificada na América Latina, segundo a WWF, com 2.300.874
hectares, colocação assumida no último dia 30. Muito pouco, considerando que isso corresponde a
aproximadamente 0,3% dos 850 milhões de hectares de florestas brasileiras."
38. Quais são os principais gargalos enfrentados pelo setor de madeira certificada?
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• Falta de sinergia entre oferta e demanda no mercado nacional (as construtoras normalmente
não planejam a sua aquisição de matéria-prima com antecedência suficiente que permita às
produtores de madeira certificada se preparem para atender a demanda; isso pode representar
inclusive um fator de aumento de preço);
• Alto custo final da madeira certificada (a madeira FSC não representa uma alternativa econômica
para a maioria dos pequenos produtores e isso restringe seu uso em algumas cadeias);
• Falta de conhecimento do setor a respeito da madeira certificada e também por parte do
consumidor final, que não costuma exigir o uso de materiais certificados.
Não. Uma empresa certificada pode produzir itens certificados e itens não certificados. Na realidade,
embora uma empresa detenha o certificado Cadeia de Custódia, a certificação refere-se ao processo
produtivo.
Como mencionado na questão 14, esta modalidade de certificação garante a rastreabilidade do produto,
ou seja, não atesta que todos os produtos da empresa serão certificados e sim que aqueles que levarem
o selo FSC de fato terão sido produzidos de maneira responsável (e tenham apenas matérias-primas
certificadas em sua composição).
O mesmo raciocínio vale para uma empresa que detenha o certificado Manejo Florestal, pois nem todas
têm 100% de sua área certificada.
40. Como o FSC lida com denúncias de violação dos Princípios e Critérios do FSC?
O FSC lida com denúncias de acordo com as regras expressas em seu recém-aprovado “Termo de
Referência para Mediação, Conciliação e Resolução de Conflitos” (TdR). Esse documento contém
procedimentos diferenciados para mau uso da logomarca, violação de P&C e violação de padrões
nacionais, além de reclamações em relação ao desempenho de certificadoras. Em suma o FSC Brasil atua
nos campos de:
• Mediação e promoção de conciliação nos casos que envolvem a possível violação de princípios e
critérios por parte de empreendimentos certificados;
• Mediação, promoção de conciliação e resolução de conflitos nos casos relacionados a padrões
nacionais de certificação;
• Mediação, promoção de conciliação e resolução de conflitos nos casos de mau uso da marca, em
parceria com o departamento de trademark e com o departamento jurídico do FSC IC.
Sim. Porém, vale ressaltar que apenas as denúncias formalmente apresentadas serão apuradas.
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Fica a critério do denunciante ter seu nome divulgado ou mantido em sigilo.
Do ponto de vista ambiental, tanto o papel certificado quanto o reciclado são melhores do que o papel
virgem não certificado. O primeiro tipo tem garantia de origem e o segundo reduz o desperdício de
matéria-prima.
Além disso, o papel certificado é produzido de maneira responsável, de acordo com critérios ambientais,
sociais e econômicos. O papel reciclado não o é, necessariamente. E o reciclado leva cerca de 60% de
fibras virgens em sua composição (ou seja, papel novo é utilizado de qualquer maneira para fazer papel
reciclado).
De qualquer forma, o volume de papel certificado reciclado (o que seria o melhor dos mundos!) ainda
está muito longe de suprir a demanda atual por papel.
Quanto à inclusão do selo FSC em revistas digitais, é importante entender o que exatamente você está
querendo saber. Se a dúvida for "uma revista digital em si pode ser certificada?" a resposta é não, pois a
certificação FSC é aplicável a produtos florestais unicamente (como papel, por exemplo). Revistas de
papel, feitas a partir de papel certificado, podem ter o selo. Porém, como revistas eletrônicas não são um
produto florestal (são virtuais), não faz sentido que elas sejam certificadas!
ANEXOS
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Pessoas Físicas
• Duas cartas de apoio (Letter of Support) assinadas por outras organizações que já sejam
associadas ao FSC;
O FSC Brasil irá verificar se a documentação está completa e se há necessidade de alguma correção para
então encaminhar tudo ao FSC IC. A cobrança da anuidade será feita por e-mail, de acordo com os
valores apresentados no informe de lançamento da campanha de associação. A descrição das formas de
pagamento, bem como os dados bancários para transferência, serão informados pelo FSC IC.
Pessoas Jurídicas
• Duas cartas de apoio (Letter of Support) assinadas por outras organizações que já sejam
associadas ao FSC;
• Cópias dos estatutos da organização e de contratos com sócios (para organizações de capital
aberto);
• Lista contendo os nomes dos diretores da organização e, quando aplicável, sua filiação;
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• Descrição sucinta das principais informações a respeito das operações florestais da organização
(quando aplicável);
• Cópia de relatórios, brochuras, histórico, newsletter (ou qualquer outro material informativo)
que apresentem a visão, a missão e/ou os objetivos da organização.
• Observe que sua assinatura aplica-se também à menção sobre tornar-se certificado
(“Commitment to get FSC-certified”), contida na carta de requerimento de afiliação (Aplication
for Membership in the FSC). Fica a seu critério manter ou excluir tal menção, dependendo da
pretensão da organização de tornar-se certificada.
• Enviar, além dos documentos relacionados acima, um breve texto com informações comercias
(atividades realizadas, parcerias etc.) e indicação de nome/end. da matriz e das filiais, quando
houver.
3. Envie os documentos em formato eletrônico (PdF) para o e-mail info@fsc.org.br com o assunto
“Documentos de associação”.
O FSC Brasil irá verificar se a documentação está completa e se há necessidade de alguma correção para
então encaminhar tudo ao FSC IC. A cobrança da anuidade será feita por e-mail, de acordo com os
valores apresentados no informe de lançamento da campanha de associação. A descrição das formas de
pagamento, bem como os dados bancários para transferência, serão informados pelo FSC IC.
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Anexo II – Anuidades para associados ao FSC
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Anexo III – Certificadoras acreditadas atuantes no Brasil
21
SGS ICS Certificadora Ltda.
Avenida das Nações Unidas, nº. 11.633, Térreo - São Paulo - SP – 04578-000
Tel. +55 11 5501 4811 - Fax. +55 11 5501 4830
paula.azambuja@sgs.com - www.br.sgs.com
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Anexo V – Derrogações concedidas ao Brasil
Status of
Chemical Derogation
derogation
Deltamethrin (dust formulation KOthrine), for control of
28-April-2010 to
Deltamethrin leaf-cutting ants (Atta and cromyrmex species) in nurseries
28-April-2015
and forest plantations in Brazil
for control of leaf-cutting ants (Attaand Acromyrmex 28-April-2010 to
Fenitrothion
species) in nurseries and forest plantations in Brazil 28-April-2015
for control of leaf-cutting ants (Attaand Acromyrmex
species) in nurseries and forest plantations in Brazil
for treating the roots of seedlings preventively against
termites (Cornitermes bequaerti and Syntermes molestus) 28-April-2010 to
Fipronil
prior to planting 28-April-2015
operations in forest plantations in Brazil
for control of leaf-cutting ants (Atta and Acromyrmex
species) in nurseries and forest plantations in Brazil
for control of leaf-cutting ants (Atta and Acromyrmex 28-April-2010 to
Strychnine
species) in nurseries and forest plantations in Brazil 28-April-2015
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Anexo VI – Artigo sobre o mercado de madeira no Brasil
Recente prova disso foi o caso dos deques da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro: apesar de
certificada pelo Ibama, a madeira era ilegal.
Em 2001, o Ibama autorizou o corte de 5.342 hectares na Amazônia, mas fotos de satélite comprovam
que foram desmatados 523.700 hectares. Só na Terra do Meio, a área mais florestada do Pará, já foram
descobertos mais de 23 mil quilômetros no meio da selva. São trilhas de madeireiras. Mas por elas
trafegam caminhões.
A Floresta Amazônica, maior reserva de madeira tropical do planeta, abastece 90% do mercado brasileiro
de madeiras, que emprega mais de 2 milhões de pessoas e é responsável por 4% do PIB. Quase toda
esta madeira, cerca de 86%, é consumida no Brasil mesmo, sobretudo por São Paulo, que fica com 1,2
milhões de toras anualmente (cerca de 20% do total).
A assessoria do Ibama assume que não pode fiscalizar todo o comércio de madeira, mas está
desenvolvendo sua própria certificação ambiental. O engenheiro florestal Gustavo Pinho, funcionário do
órgão, diz que existem estudos sendo desenvolvidos, como o projeto piloto de manejo sustentável na
Floresta Nacional dos Tapajós. Seus resultados serão conhecidos dentro de poucas semanas, mas ele
adianta que foram excelentes. Com base no projeto, o Ibama deve elaborar um novo marco regulatório
para ser aplicado em todo o Brasil.
Segundo o FERN (Forests and the European Union Resource Network, a Rede de Florestas e Recursos da
União Européia), hoje só existe uma entidade capaz de certificar madeira de forma absolutamente isenta:
a FSC (Forest Stewardship Council, ou Conselho de Manejo Florestal). É uma ONG, com sede no México
mas presente em 34 países, cujos membros são representantes de empresas, governos e sociedade civil.
Funciona da seguinte maneira: a empresa procura uma organização certificadora da FSC, que vai até a
área de extração e certifica a área, não a empresa. A cada dez meses, no máximo, fazem uma inspeção
para verificar o manejo sustentável, cuja orientação varia de acordo com a região a ser inspecionada,
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como áreas de Mata Atlântica ou de terra firme na Amazônia. A diferença entre a FSC e outras
organizações é que sua inspeção é a mais rigorosa e seus padrões foram pensados para garantir não só a
conservação ambiental, mas para promover a inclusão social das populações locais e garantir a viabilidade
econômica do empreendimento.
E madeira certificada é um bom negócio. Quem quer exportar madeira vê-se quase obrigado a trabalhar
com certificação, já que vários países estão proibindo a importação das não-certificadas, como a Holanda.
Além disso, as empresas revendedoras de madeira preferem este tipo de mercadoria para não correrem o
risco de eventuais processos por exportação ilegal. Alguns governos concedem incentivos fiscais para
construções “verdes”, que levem em consideração economia de energia, origem dos materiais e
preocupação ambiental. É o caso dos Estados Unidos.
Chama atenção o fato da maioria destas empresas não repassar o custo das madeiras certificadas, cuja
obtenção é cerca de 30% mais cara, para o preço final. Isso porque ainda são poucos os consumidores
que estão dispostos a pagar a mais por conta da certificação.
No Brasil só existe uma empresa que revende exclusivamente madeira certificada pela FSC. A EcoLeo,
com sede em São Paulo, faz parte da rede Leo Madeiras, que tem 30 lojas espalhadas por Rio, São Paulo,
Curitiba e Salvador. A gerente Karla Aharonian diz que o mercado de madeiras certificadas no Brasil está
crescendo, e que os clientes são principalmente empresas que têm uma consciência ambiental forte e
designers ou marcenarias que precisam exportar seus produtos. Ela está convicta de que em pouco
tempo sua loja, que ainda não alcançou o retorno do investimento em madeira certificada, passará a ser
um bom negócio. Tanto que planeja abrir outra loja no Rio de Janeiro.
A Leo Madeiras pode estar certa. Embora a passos lentos, há boas perspectivas para o mercado de
madeira certificada. O “Grupo de Compradores de Produtos Florestais Certificados”, iniciativa da ONG
Amigos da Terra, reúne empresas e órgãos públicos que se comprometem a somente comprar produtos
com o selo da FSC. Integram o grupo de compradores do bem os Governos Estaduais do Acre e do
Amapá e empresas como Tramontina, Tok & Stok, Faber Castell e ABN-Amro Bank.
Já o Greenpeace tem investido no projeto Cidade Amiga da Amazônia, que tenta estimular, através dos
conhecidos métodos da organização, as administrações municipais a criarem uma legislação que impeça a
compra, pelas Prefeituras, de madeira ilegal. Oito municípios do interior paulista já aderiram ao projeto:
Bauru, Botucatu, Campinas, Jundiaí, Piracicaba, São José dos Campos, Sorocaba e Ubatuba.
Hoje o Brasil detém a maior área florestal certificada na América Latina, segundo a WWF, com 2.300.874
hectares, colocação assumida no último dia 30. Muito pouco, considerando que isso corresponde a
aproximadamente 0,3% dos 850 milhões de hectares de florestas brasileiras.
www.oeco.com.br
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