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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


CURSO DE FISIOTERAPIA

Íris Iana Botelho Fernandes


Kaline Cajueiro de Vasconcelos
Leila Liani Lopes da Silva

ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA SEGUNDO O QUESTIONÁRIO SF-


36 NOS FUNCIONÁRIOS DA GERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA
NUTRICIONAL (GAN) DA FUNDAÇÃO SANTA CASA DE
MISERICÓRDIA DO PARA

BELÉM - PA
2009
2

Íris Iana Botelho Fernandes


Kaline Cajueiro de Vasconcelos
Leila Liani Lopes da Silva

ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA SEGUNDO O QUESTIONÁRIO SF-36 NOS


FUNCIONÁRIOS DA GERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL (GAN) DA
FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
da Universidade da Amazônia, como requisito
para obtenção do grau de Bacharel em
Fisioterapia sob orientação da Profª Msc.
Lucieny Pontes.

BELÉM - PA
2009
3

Íris Iana Botelho Fernandes


Kaline Cajueiro de Vasconcelos
Leila Liani Lopes da Silva

ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA SEGUNDO O QUESTIONÁRIO SF-36 NOS


FUNCIONÁRIOS DA GERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL (GAN) DA
FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
da Universidade da Amazônia, como requisito
para obtenção do grau de Bacharel em
Fisioterapia sob orientação da Profª Msc.
Lucieny Pontes.

Banca Examinadora

________________________________
Prof. Msc. Lucieny Pontes
Orientador - UNAMA

________________________________
Avaliador 2

________________________________
Avaliador 3

Apresentado em: ____ / ____ / 2009.

Conceito: _____________________

BELÉM - PA
2009
4

F363a Fernandes, Iris Iana Botelho

A análise da qualidade de vida segundo o questionário


SF-36 nos funcionários da gerência de assistência nutricional
(GAN) da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará / Iris
Iana Botelho Fernandes, Kaline Cajueiro de Vasconcelos,
Leila Liani Lopes da Silva – Belém , 2009.

76 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) –


Universidade da Amazônia, Centro de Ciências Biológicas e
da Saúde, Curso de Fisioterapia, 2009.

Orientador: Prof. Msc. Ft. Lucieny Pontes.


5

Aos meus pais, Ivaldo e Rose Mary Fernandes,


por todo o empenho e dedicação que tiveram
comigo por toda a minha vida até hoje,
contribuindo na realização desse sonho.

Íris Fernandes.

Aos meus pais com todo meu amor e carinho,


pela oportunidade, apoio e incentivo que me
foram passados.

Kaline Vasconcelos.

A Deus e aos meus pais, pela intensa luta para


me ofertar o melhor e por me apoiarem sempre
e serem, sobretudo, amigos para sempre.

Leila Lopes.
6

AGRADECIMENTOS

A Deus por estar sempre presente na minha vida, iluminando o meu caminho, me fazendo
uma pessoa abençoada.

Aos meus pais, Ivaldo e Rose Mary Fernandes, por todo o investimento e patrocínio, que
apesar de muito esforço e persistência me proporcionaram alcançar meu sonho, a minha
realização.

Ao meu irmão, Ian Fábio, que sempre se fez presente e disposto a segurar minha mão com
força e dignidade.

A minha Avó materna Haidê Vilhena, agradeço seu empenho e dedicação.

Aos meus tios Emanuel Jorge e Sandra Vilhena, que contribuíram para essa conquista.

As amigas e companheiras de todos os dias e horas, Kaline Vasconcelos e Leila Lopes, que
constituiu esse trio, cúmplice de todos os acontecimentos e hoje vencedoras na realização
desse sonho.

A todos os amigos que sempre torceram e oraram para o alcance desse sucesso.

A todos os professores que contribuíram para minha formação.

A nossa professora-orientadora Lucieny da Silva Pontes, por disponibilizar seu tempo e


dedicar-se de forma íntegra na orientação desse trabalho.

As Nutricionistas Ciléia e Terezinha Borges e a Psicóloga Vanderlúcia da Silva Ponte, por


nos conceber de maneira direta e indireta seus conhecimentos e experiências profissionais.

Aos Funcionários, que colaboraram para a execução dessa pesquisa.

A todos aqueles que colaboraram na realização dessa conquista, expresso os meus sinceros
agradecimentos.

Íris Fernandes
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A Deus que, em sua infinita grandeza e amor, guiou-me e proporcionou-me caminhos


maravilhosos, aprendizados necessários, deu-me força, saúde, coragem, vontade, fé e tudo que
preciso em minha vida.

Aos meus Pais, Nilceles Vasconcelos e Jailma Neves, minha fonte de amor, presentes, mesmo
estando distantes; um grande homem que me ensina a cada dia a lutar quando encontramos
grandes obstáculos sendo humilde, acima de tudo; e uma mulher maravilhosa que é meu
amparo, minha amada, minha alegria de viver. Obrigada por tanta dedicação e por estarem
sempre ao meu lado.

A minha querida irmã Kellen Vasconcelos, minha pretinha amada que está sempre ao meu
lado, minha companheira, amiga e fonte de estresse.

Aos meus familiares, àqueles que me apóiam, que torcem pela minha felicidade,
especialmente ao meu avô Raimundo de Nazaré, um homem sábio e muito amável.

Ao meu amor Enildo, que me compreende, me dá amor, força e carinho.

A todas as minhas amigas, que levantam meu astral, especialmente a dupla Leila Lopes e Íris
Fernandes, amadas e eternas companheiras.

A nossa Professora-orientadora Lucieny da Silva Pontes, pelo incentivo, simpatia, presteza,


no auxílio às atividades e discussões sobre o andamento e normatização deste trabalho.

Ao reitor Édson Franco, ao coordenador Wagner Muniz e a todos os professores que


contribuíram para minha formação.

A todos os colaboradores, funcionários da FSCMP que se dispuseram a nos ajudar em nossa


pesquisa, em especial as Nutricionistas Cileia e Terezinha Borges e a Psicóloga Vanderlúcia
da Silva Ponte, que se mostraram sempre dispostas e empenhadas em nos dar suporte.

Kaline Vasconcelos.
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A Deus fonte de luz e sabedoria, pela força e coragem concedidas a mim, estando comigo em
toda a trajetória, por todos os momentos de alegrias e tristezas, pelo crescimento pessoal que
estes quatro anos me proporcionaram e por realizar este sonho e por cumprir com sua
promessa. Realmente ele é Fiel!

Aos meus pais Carlos e Ivone Silva, por acreditarem e se sacrificarem tanto por mim, por
sempre estarem ao meu lado, nos altos e baixos da vida, que me apoiaram nos meus dias
difíceis, que me deram carinho, atenção e educação necessária para que me tornasse a pessoa
que sou hoje.

Aos meus avós Benedita, Catarina, Antonio e Milton, que tanto oraram e me apoiaram.

Aos meus irmãos Leonardo e Luciany, que sempre estiveram na torcida.

As minhas amigas, companheiras, confidentes e quase irmãs Iris e Kaline.

Aos amigos de perto ou de longe que de alguma forma torceram por mim. Agradeço também,
as pessoas especiais que entraram em minha vida, especialmente a Johab Quadros.

Aos pacientes que convivi durante esses quatro anos, pelo amor e carinho.

Ao reitor Édson Franco, ao coordenador Wagner Muniz.

Aos mestres um obrigado gigantesco pela dedicação, pelas palavras verdadeiras em especial
nossa professora-orientadora Lucieny da Silva Pontes.

Aos colabores da FSCMP especialmente as Nutricionistas Ciléia, Terezinha e a Psicóloga


Vanderlúcia da SilvaPonte.

Leila Lopes
9

A mente que se abre a uma nova idéia jamais


voltará ao seu tamanho original.

Albert Einstein
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RESUMO

Introdução: a preocupação com a qualidade de vida dos trabalhadores da saúde tem sido um
foco constante de atenção. Em particular, o setor da Gerência de Assistência Nutricional da
Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, que é um setor que lida com produção de
alimentos, divisões de nutrição e dietética vem sendo citado por seu alto índice de
absenteísmo e pedidos de relotações. Fatores relacionados à organização do trabalho como
ritmo e esforço de trabalho intenso, horários prolongados e sobrecarga de trabalho, pressão
em função dos horários, movimentos repetitivos, parecem interferir podendo repercutir
negativamente na saúde e na qualidade de vida desses trabalhadores. Objetivos: analisar a
qualidade de vida segundo o questionário SF-36 nos funcionários da gerência de assistência
nutricional da FSCMP. Materiais e Método: Este estudo caracteriza-se por ser do tipo
observacional e transversal. Realizado com 62 funcionários da Gerência de Assistência
Nutricional da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. Sendo o questionário SF-36 o
instrumento de avaliação, a pesquisa foi realizada no período de 02 a 20 de setembro de 2009.
Resultados: foram encontrados para o domínio estado geral de saúde a média de 58,2, dor
62,9, vitalidade 71,9, aspectos físicos 72,2, capacidade funcional 72,3, aspectos emocionais
74,7, aspectos sociais 77,6 e para saúde mental 81,0 pontos. Conclusões: Os funcionários da
gerência de assistência nutricional são adultos jovens, faixa etária prevalente entre 30-40
anos, sendo a maioria do sexo feminino e apresentam uma boa qualidade de vida segundo o
questionário SF-36.

Palavras-chave: qualidade de vida. saúde. gerência de assistência nutricional. questionário


genérico de avaliação SF-36.
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ABSTRACT

Introduction: the concern with the quality of life of health workers has been a constant focus
of attention. In particular, the section of the Department of Nutritional Assistance Foundation
of Santa Casa de Misericordia do Para, which is a sector that deals with food production,
division of nutrition and dietetics has been cited for its high rate of absenteeism and
applications relotações. Factors related to work organization and pace and effort of hard work,
long hours and heavy workload, pressure according to the schedules, repetitive movements,
may appear to interfere negatively impact the health and quality of life of these workers.
Objectives: To analyze the quality of life according to the SF-36 employees in management of
nutritional care FSCMP. Materials and Methods: This study characterizes for being an
observational and transversal. Conducted with 62 officials of Department of Nutritional
Assistance Foundation of Santa Casa de Misericordia do Para As the SF-36 assessment
instrument, the survey was conducted in the period of 02 to 20 September 2009. Results were
found in the area general health averaged 58.2, 62.9 pain, vitality 71.9, 72.2 physical,
functional capacity, 72.3, 74.7 emotional aspects, social aspects, 77, 6 and mental health 81.0
points. Conclusions: The staff management for nutritional care are young adults, prevalent
age group between 30-40 years, mostly female and have a good quality of life according to
SF-36.

Keywords: quality of life. health. Nutritional management assistance. generic questionnaire


SF-36 assessment.
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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores referentes ao sexo da amostra 43

Tabela 2 - Valores referentes à idade (em anos) da amostra 44

Tabela 3 - Valores referentes ao tempo de serviço (em anos) da amostra 44

Tabela 4 - Aspectos quantitativos da avaliação da qualidade de vida (SF-36), n=62 45

Tabela 5 - Mediana, Primeiro Quartil (1Q) e terceiro Quartil (3Q) dos domínios da 47
qualidade de vida (|SF-36), conforme o Sexo do funcionário: feminino (n=44),
masculino (n=18)

Tabela 6 - Mediana, Primeiro Quartil (1Q) e terceiro Quartil (3Q) dos domínios da 49
qualidade de vida (|SF-36), conforme as Faixas Etárias: Até 30 anos (n=10), Entre 30 e
40 anos (29) e Maior que 40 anos (n=23)

Tabela 7 - Mediana, Primeiro Quartil e Terceiro Quartil, dos domínios da qualidade de 51


vida (SF-36), conforme o Tempo de Serviço: Menos que 3 anos (n=28), Entre 3 e 6 anos
(n=14) e Mais que 6 anos (n=20)

Tabela 8 - Média e mediana dos domínios que compõem a qualidade de vida (SF-36) 53
conforme o nível educacional do profissional (Nutricionistas e Agente de artes práticas),
n=62.
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Mediana e desvio interquartílico (1º quartil ao 3º quartil) da avaliação da 46


qualidade de vida (SF-36), n=62

Figura 2: Mediana, Primeiro Quartil e Terceiro Quartil, dos domínios da qualidade de 48


vida (SF-36), conforme o Sexo: feminino (n=44) , masculino (n=18)

Figura 3: Mediana, primeiro Quartil e terceiro Quartil, dos domínios da qualidade de 50


vida (|SF-36), conforme as Faixas Etárias: Até 30 anos (n=10), Entre 30 e 40 anos (29) e
Maior que 40 anos (n=23)

Figura 4: Mediana, Primeiro Quartil e Terceiro Quartil, dos domínios da qualidade de 52


vida (SF-36), conforme o Tempo de Serviço: Menos que 3 anos (n=28), Entre 3 e 6 anos
(n=14) e Mais que 6 anos (n=20)
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AEPS Anuário Estatístico da Previdência Social


CID Código Internacional de Doenças
DORT Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho
FSCMP Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará
GAN Gerência de Assistência Nutricional
GST Gerência de Saúde do Trabalhador
LER Lesões por Esforço Repetitivo
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial de Saúde
QV Qualidade de Vida
QVRS Qualidade de Vida Relacionada à Saúde
QVT Qualidade de Vida no Trabalho
RGPS3 Regime Geral de Previdência Social
SEAD Secretária de Estado de Administração
SF-36 Questionário Medical Outcomes Study 36- Item short- Form Health Survey
SUS Sistema Único de Saúde
UAN Unidade de Assistência Nutricional
15

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 16

2 OBJETIVOS 20

2.1 OBJETIVO GERAL 20

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO 20

3 REFERENCIAL TEÓRICO 21

3.1 SAÚDE DO TRABALHADOR 21

3.2 TRABALHADORES DA SAÚDE 27

3.3 UNIDADE DE ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL (UAN) NO AMBIENTE 29


HOSPITALAR

3.4 QUALIDADE DE VIDA 34

4 MATERIAIS E MÉTODOS 37

5 RESULTADOS 43

6 DISCUSSÃO 54

7 CONCLUSÕES 59

REFERÊNCIAS 60

APÊNDICE A - Aceite do Orientador 67

APÊNDICE B - Aceite do Co-orientador 68

APÊNDICE C - Carta de aceite 69

APÊNDICE D - Carta do CEP 70

ANEXO A - Termo de consentimento livre e esclarecimento 71

ANEXO B - Ficha de identificação 72

ANEXO C - Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida SF-36 73

ANEXO D – População alvo do estudo 77


16

1 INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde é definida como “estado de


completo bem-estar físico, mental e social e não somente pela ausência de doença ou
enfermidade”. Atualmente, o conceito tornou-se mais abrangente e passou a ser denominado
qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) (POMPEU; MENESES, 2008).
A QVRS refere-se à percepção que o indivíduo possui em relação à sua doença e seus
efeitos na própria vida, incluindo a satisfação pessoal associada ao seu bem estar físico,
funcional, emocional e social (LANA et al, 2007).
O conceito de qualidade de vida (QV) é bastante complexo e, em geral, saúde é aceita
como parte essencial desta, que engloba um conceito multidimensional que reflete a avaliação
subjetiva de satisfação pessoal em relação ao bem-estar físico, funcional, emocional e social
(POMPEU; MENESES, 2008).
A qualidade de vida (QV) é definida por Goulart e Sampaio (2004), como “a maneira
pela qual o indivíduo interage (com sua individualidade e subjetividade) com o mundo
externo; portanto, a maneira como o sujeito é influenciado e como influencia o meio”. Desta
afirmativa, tem-se a qualidade de vida como o equilíbrio entre as forças internas e externas.
Vários autores fazem distinção entre a qualidade de vida dentro e fora do trabalho.
Enquanto a qualidade de vida diz respeito a assuntos relacionados à saúde, educação,
moradia, entre outros, que não são de responsabilidade imediata da empresa, a qualidade de
vida no trabalho diz respeito a assuntos relacionados diretamente com o ambiente de trabalho.
Mendes e Leite (2004), defendem que a qualidade de vida no trabalho é aquela
relacionada somente ao trabalho, sendo que a satisfação no trabalho mantém relação direta
com a qualidade de vida fora e dentro do trabalho. Assim, é que os funcionários que tem uma
vida familiar insatisfatória e satisfatória no trabalho são mais receptivos e menos exigentes em
seus critérios para receber a satisfação.
Segundo Sucesso (2002), qualidade de vida no trabalho diz respeito à renda capaz de
satisfazer as expectativas pessoais e sociais; ao orgulho pelo trabalho realizado; à vida
emocional satisfatória; à auto-estima; à imagem da empresa/instituição junto à opinião
pública; ao equilíbrio entre trabalho e lazer; aos horários e condições sensatos de trabalho; às
oportunidades e perspectivas de carreira; à possibilidade de uso do potencial; ao respeito aos
direitos; e à justiça nas recompensas.
17

Nas últimas décadas, desfechos como a qualidade de vida relacionada à saúde,


capacidade funcional, escalas de dor, e satisfação têm sido enfatizados por possibilitarem a
análise da situação de saúde e as manifestações da doença na vida do indivíduo em sua
própria perspectiva (subjetividade), completando os dados clínicos e objetivos (LOPES;
CICONELLI; REIS, 2007).
Para Damas (2004), a qualidade de vida do profissional da saúde sofre interferências
importantes devido à organização no processo de trabalho, ambiência e relações inter e
intrapessoais. Diariamente, são expostos a dor, doença e morte para quem essas experiências
não são mais conceitos abstratos, mas sim, realidades comuns.
O trabalho em saúde impõe aos profissionais da área uma rotina carregada de alto grau
de tensão que envolve toda a equipe. Inúmeras pessoas transitando e conversando, sons
agudos, intermitentes e variados, queixas constantes, ansiedade, tristeza, dor, morte e longas
jornadas de trabalho constituem o cotidiano da maioria desses profissionais (REMEN, 1993).
Como conseqüência, foram desenvolvidos e publicados uma variedade de
instrumentos, questionários e escalas que abordam esse tipo de variável, já que o exame
objetivo é um indicador escasso para avaliação dos aspectos funcionais, sociais e emocionais
(LOPES; CICONELLI; REIS, 2007).
Os instrumentos classificados como genéricos quantificam a percepção do indivíduo
sobre seu estado geral de saúde. Sua desvantagem é o fato de que podem não detectar
mudanças em aspectos específicos. Apesar disso, eles são suficientemente precisos para as
análises de grupos sobre aspectos geral da saúde. A maioria deles tem mais de um domínio e
discrimina funções físicas, emocionais e sociais (LOPES; CICONELLI; REIS, 2007).
O questionário Medical Outcomes Study 36- Item short- Form Health Survey (SF-36),
é um instrumento genérico, utilizado para avaliar de forma ampla e completa o termo
qualidade de vida.
A avaliação de qualidade de vida é feita basicamente pela administração de
instrumentos ou questionários que, em sua grande maioria, foram formulados na língua
inglesa, direcionados para a utilização na população que fala esse idioma. Portanto, para que
possa ser utilizado em outro idioma devem seguir-se normas pré-estabelecidas na literatura
para sua tradução e, posteriormente, suas propriedades de medida devem ser demonstradas
num contexto cultural específico (MATHIAS; FIFER; PATRICK, 1994), (GUILLEMIN,
1995).
A escolha desse instrumento fundamentou- se na necessidade de termos uma cópia
traduzida para língua portuguesa, um questionário de avaliação genérica de saúde, bem
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desenhado, cujas propriedades de medida, como reprodutibilidade, validade e suscetibilidade


a alterações, já tivessem sido demonstradas em outros trabalhos.
Durante a construção do processo de trabalho é importante compreender a
operacionalidade desse processo e o quão satisfeito está o trabalhador com as relações de
trabalho, com a sua participação nesse processo e quão realizada está dentro desse contexto.
Partindo desse principio, talvez se encontre respostas para o alto índice de absenteísmo e
solicitações de relotações em alguns setores da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará
(FSCMP).
Na área específica de Gerência e Assistência Nutricional (GAN) da FSCMP tem como
característica a prestação diária, ininterrupta e contínua de serviços, sob rigorosos padrões de
qualidade, independente do número de funcionários presentes no dia.
Assim, a falta de um elemento da equipe gera atrasos e sobrecarregam os
trabalhadores presentes, a situação torna-se crítica se houver várias ausências no dia e/ou se
essas ausências não forem momentâneas. A questão do absenteísmo nesses serviços é um dos
principais problemas que afeta não só a eficácia, mas principalmente o atendimento prestado
aos pacientes.
De acordo com os dados estatísticos da Gerência de Saúde do Trabalhador (GST),
dentre os funcionários da Santa Casa de Misericórdia do Pará na GAN foram constatados
22% dos pedidos de relotação e 40% do índice de absenteísmo.
Por se tratar de um setor que lida com produção de alimentos, as divisões de nutrição e
dietética dos hospitais oferecem muitos riscos à saúde e condições inadequadas de trabalho
aos funcionários, ocasionando problemas principalmente relacionados com o desconforto
ambiental dos setores e os riscos de acidente, pelos mesmos lidarem com equipamentos
elétricos, utensílios e instrumentos cortantes, condições estas que reduzem a qualidade do
trabalho e diminuem a produtividade (SANT’ANA et al., 1994).
Silva (2008), afirma que na cozinha hospitalar o conforto e a estética deverão ser
observados, visando despertar no funcionário orgulho pelo local de trabalho, estímulo e
satisfação. A ambiência do trabalho é considerada como o “conjunto de elementos
envolventes que condicionam as atividades administrativas operacionais e determinam, em
grande parte, a qualidade e a quantidade de trabalho produzido”, e existem vários fatores que
interferem diretamente na produção como: iluminação, ventilação, temperatura, umidade,
sonorização, cor, configuração geométrica e piso.
Tendo em vista o alto índice de relotação e de absenteísmo da GAN, se faz necessário
investigar quais os fatores que geram esse quadro, com a finalidade de identificar os nós
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críticos nesse setor e investigar como se encontra a qualidade de vida desses trabalhadores
segundo o questionário SF-36.
Baseando-se na política de Humanização do SUS que focaliza a atenção ao servidor e
usuários, terá inicio essa pesquisa que faz parte de um projeto maior denominado Projeto
Ciranda: cuidar de quem cuida, direcionado a atender as demandas do servidor da FSCMP.
Desse modo, será investigada a qualidade de vida dos funcionários da GAN.
20

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar a qualidade de vida segundo o questionário SF-36 nos funcionários da


gerência de assistência nutricional da FSCMP.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

• verificar as diferenças entre sexo e idade;


• identificar a qualidade de vida de acordo com a profissão e tempo de serviço;
• analisar a vitalidade e o estado de saúde em que o trabalhador se encontra;
• verificar as limitações por aspectos físicos da dor;
• identificar aspectos da saúde mental;
• identificar aspectos sociais;
• formar um banco de dados na área de prevenção e tratamento das doenças do
trabalhador.
21

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 SAÚDE DO TRABALHADOR

A saúde do trabalhador constitui uma área da Saúde Pública que tem como objeto de
estudo e intervenção as relações entre o trabalho e a saúde. Tem como objetivo a promoção e
a proteção da saúde do trabalhador, por meio do desenvolvimento de ações de vigilância dos
riscos presentes nos ambientes e condições de trabalho, dos agravos à saúde do trabalhador e
a organização e prestação da assistência aos trabalhadores, compreendendo procedimentos de
diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada, no Sistema Único de Saúde (SUS)
(BRASIL, 2001).
Entre os determinantes da saúde do trabalhador estão compreendidos os
condicionantes sociais, econômicos, tecnológicos e organizacionais responsáveis pelas
condições de vida e os fatores de risco ocupacionais – físicos, químicos, biológicos,
mecânicos e aqueles decorrentes da organização laboral – presentes nos processos de trabalho.
Assim, as ações de saúde do trabalhador têm como foco as mudanças nos processos de
trabalho que contemplem as relações saúde-trabalho em toda a sua complexidade, por meio de
uma atuação multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial (BRASIL, 2001).
As condições de trabalho implicam não só nas condições ambientais e nos riscos
específicos no trabalho dos grupos de trabalhadores. Daí a necessidade da introdução da
subjetividade dos mesmos refletindo a representação de seu modo específico de trabalhar,
desgastar-se, incluindo neste contexto a saúde mental e o estresse.
A saúde do trabalhador é, portanto, a área de conhecimento, de aplicação técnica e
política na saúde que dá conta das relações entre trabalho e saúde.
Araújo et al. (2003), afirmam que a teoria do estresse fundamenta-se na avaliação de
como o organismo responde às demandas do ambiente externo, sendo o estresse produzido em
situações em que as demandas excedem as capacidades individuais de responder a esses
estímulos.
Heloani e Capitão (2003), afirmam que atualmente, existe uma pressão constante
contra a grande massa de trabalhadores existente em quase todo o mundo, uma ameaça com
objetivo certeiro no qual faz com que milhares de pessoas sintam-se sobressaltadas, pois a
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única ferramenta de que dispõe, sua força de trabalho, esse princípio de realidade adentra e
fere o psiquismo humano e atinge a saúde mental de várias pessoas.
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001) as relações entre trabalho e saúde do
trabalhador conformam um mosaico, coexistindo múltiplas situações de trabalho
caracterizadas por diferentes estágios de incorporação tecnológica, diferentes formas de
organização e gestão, relações e formas de contrato de trabalho, que se refletem sobre o viver,
o adoecer e o morrer dos trabalhadores. A adoção de novas tecnologias e métodos gerenciais
facilitam a intensificação do trabalho que, aliada à instabilidade no emprego, modificam o
perfil de adoecimento e sofrimento dos trabalhadores, expressando-se, entre outros, pelo
aumento da prevalência de doenças relacionadas ao trabalho, como as lesões por esforços
repetitivos (LER), também denominadas de distúrbios osteomusculares relacionados ao
trabalho (DORT). Assim, caracterizam o surgimento de novas formas de adoecimento, como
o estresse e a fadiga física e mental e outras manifestações de sofrimento relacionadas ao
trabalho. Configuram, portanto, situações que exigem mais pesquisas e conhecimento para
que se possam traçar propostas coerentes e efetivas de intervenção.
De modo esquemático, pode-se dizer que o perfil de morbimortalidade dos
trabalhadores caracteriza-se pela coexistência de agravos que têm relação direta com
condições de trabalho específicas, como os acidentes de trabalho típicos e as doenças
profissionais; as doenças relacionadas ao trabalho, que têm sua freqüência, surgimento e/ou
gravidade modificadas pelo trabalho e doenças comuns ao conjunto da população, que não
guardam relação etiológica com o trabalho.
Os trabalhadores compartilham os perfis de adoecimento e morte da população em
geral, em função de sua idade, gênero, grupo social ou inserção em um grupo específico de
risco. Além disso, os trabalhadores podem adoecer ou morrer por causas relacionadas ao
trabalho, como conseqüência da profissão que exercem ou exerceram, ou pelas condições
adversas em que seu trabalho é ou foi realizado. Assim, o perfil de adoecimento e morte dos
trabalhadores resultará da amalgamação desses fatores, que podem ser sintetizados em quatro
grupos de causas (MENDES; DIAS, 1999):
• doenças comuns, aparentemente sem qualquer relação com o trabalho;
• doenças comuns (crônico-degenerativas, infecciosas, neoplásicas, traumáticas, dentre
outros). Eventualmente modificadas no aumento da freqüência de sua ocorrência ou na
precocidade de seu surgimento em trabalhadores, sob determinadas condições de trabalho. A
hipertensão arterial em motoristas de ônibus urbanos, nas grandes cidades, exemplifica esta
possibilidade;
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• doenças comuns que têm o espectro de sua etiologia ampliado ou tornado mais
complexo pelo trabalho. A asma brônquica, a dermatite de contato alérgica, a perda auditiva
induzida pelo ruído (ocupacional), doenças músculo-esqueléticas e alguns transtornos mentais
exemplificam esta possibilidade, na qual, em decorrência do trabalho, somam-se (efeito
aditivo) ou multiplicam-se (efeito sinérgico) as condições provocadoras ou desencadeadoras
destes quadros nosológicos;
• agravos à saúde específicos, tipificados pelos acidentes do trabalho e pelas doenças
profissionais.
As condições ergonômicas do ambiente de trabalho em que muitas vezes os
trabalhadores são submetidos levam a um alto índice de acidente de trabalho.
O acidente de trabalho pode ser definido como o evento súbito ocorrido no exercício
de atividade laboral, independentemente da situação empregatícia e previdenciária do
trabalhador acidentado, e que acarreta dano à saúde, potencial ou imediato, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que causa direta ou indiretamente a morte, a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (BRASIL, 2001).
Segundo o Ministério da Previdência Social (BRASIL, 1999), o acidente de trabalho
ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado,
trabalhador avulso, médico residente, bem como com o segurado especial, no exercício de
suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional causando a morte, a
perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho.
Atualmente existe uma preocupação com os dados divulgados sobre acidentes de
trabalho ocorridos no Brasil. De acordo com dados disponíveis no Anuário Estatístico da
Previdência Social - AEPS, no ano de 2004 foram registrados 458.956 acidentes de trabalho
no Brasil, quantidade que representa cerca de 1,9% do total de trabalhadores do setor privado
inscritos no Regime Geral de Previdência Social – RGPS3. Em outras palavras, de cada 1.000
trabalhadores brasileiros, cerca de 18,9 sofreram algum tipo de acidente de trabalho
(BRASIL, 2006).
Entretanto, vale chamar atenção para a evolução pouco previsível das taxas de
crescimento do número de acidentes de trabalho entre os anos estudados. Este fenômeno
possivelmente está atrelado à subnotificação de registros, que pode provocar distorções na
percepção quanto à evolução dos registros de acidentes de trabalho (BRASIL, 2006).
Em relação à idade, observa-se claramente uma concentração de casos entre os
trabalhadores mais jovens – com idade entre 20 e 29 anos. Esta situação pode estar
relacionado, em alguma medida, à pouca experiência profissional e/ou à insuficiência de
24

qualificação adequada para o exercício das atividades. Vale mencionar que, de acordo com os
dados do AEPS 2004, os pés, as mãos e a cabeça concentram os locais do corpo mais
atingidos pelos acidentes de trabalho registrados. Os ferimentos - segundo os códigos da
Classificação Internacional de Doenças – CID - mais freqüentes são, em ordem decrescente,
ferimento do punho e da mão, fratura do punho e da mão e trauma superficial do punho e da
mão (BRASIL, 2006).
Do total de acidentes registrados em 2004, a exemplo do que ocorreu em todos os
demais anos da série histórica analisada, a maior parte – cerca de 81,0% do total ou 371.482 –
corresponde a acidentes típicos, ou seja, a eventos ocorridos durante o exercício da atividade
profissional. Em relação à localização geográfica, a Região Norte ficou com a quantidade de
17.778 acidentes de trabalho (3,9%) (BRASIL, 2006).
Com relação à aposentadoria que é um benefício concedido aos trabalhadores que, por
doença ou acidente, forem considerados pela perícia médica da previdência social
incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o
sustento. Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem, ao se filiar à previdência social,
já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade. A
aposentadoria por idade é um direito aos trabalhadores urbanos do sexo masculino a partir dos
65 anos e do sexo feminino a partir dos 60 anos de idade (BRASIL, 2009).
Quanto à aposentadoria por tempo de contribuição pode ser integral ou proporcional.
Para ter direito à aposentadoria integral, o trabalhador homem deve comprovar pelo menos 35
anos de contribuição e a trabalhadora mulher, 30 anos. Para requerer a aposentadoria
proporcional, o trabalhador tem que combinar dois requisitos: tempo de contribuição e idade
mínima. Os homens podem requerer aposentadoria proporcional aos 53 anos de idade e 30
anos de contribuição, mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16 de
dezembro de 1998 para completar 30 anos de contribuição. As mulheres têm direito à
proporcional aos 48 anos de idade e 25 de contribuição, mais um adicional de 40% sobre o
tempo que faltava em 16 de dezembro de 1998 para completar 25 anos de contribuição
(BRASIL, 2009).
Existem variadas maneiras de atuar sobre estas realidades no sentido de prevenir e
identificar sua ocorrência, e reparar seus resultados, por isso hoje existe uma preocupação do
Sistema Único de Saúde (SUS) em formular políticas que assistam o trabalhador da saúde, em
decorrência disto, foi instituída pelo Ministério da Saúde em 2003, a Política Nacional de
Humanização da Atenção e Gestão do SUS (HumanizaSUS) foi formulada a partir da
sistematização de experiências do chamado “SUS que dá certo”. Ela reconhece que Estados,
25

Municípios e serviços de saúde estão implantando práticas de humanização nas ações de


atenção e gestão com bons resultados, contribuindo para a legitimação do SUS como política
pública.
A Lei n° 8.080 de 19 de Setembro de 1990, dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências. Esta Lei regula, em todo o território nacional, as
ações e serviços de saúde, executados, isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou
eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito público ou privado. Sobre o
funcionamento dos serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por
iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas e de
direito privado na promoção, proteção e recuperação da saúde. Portanto, a saúde é um direito
de todos e cabe ao estado o dever de promover, prevenir e restaurar condições de
adoecimento.
Segundo Brasil (2002), o HumanizaSUS tem o objetivo de efetivar os princípios do
Sistema Único de Saúde no cotidiano das práticas de atenção e de gestão, assim como
estimular trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários para a produção de saúde e
a produção de sujeitos. Busca-se um SUS humanizado, comprometido com a defesa da vida e
fortalecido em seu processo de pactuação democrática e coletiva.
A Humanização vista não como programa, mas como política que atravessa as
diferentes ações e instâncias gestoras do SUS, implica na valorização do servidor, fomento da
autonomia e do protagonismo, aumento do grau de co-responsabilidade na produção de saúde
e de sujeitos, estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de
gestão, identificação das necessidades sociais de saúde, mudança nos modelos de atenção e
gestão dos processos de trabalho tendo como foco as necessidades dos cidadãos e a produção
de saúde, compromisso com a ambiência, melhoria das condições de trabalho e de
atendimento.
A Política Nacional de Humanização, grosso modo, se apresenta como uma oferta
metodológica. Ela é um modo de fazer mudanças na saúde cuja premissa é à inclusão.
Considera que as mudanças no processo de produção de saúde são tarefas para os homens e
mulheres que estão em relação no cotidiano das práticas. Busca incluir o outro, incorporando
a diferença e a perturbação que esta inclusão dos sujeitos produz na gestão e nas formas do
cuidado. Incluir para co-produzir novos modos de gerir e novos modos de cuidar. Incluir para
produzir mais e melhor saúde (BRASIL, 2001).
26

A humanização é entendida como valor, na medida em que resgata o respeito à vida


humana. Abrange circunstâncias sociais, éticas, educacionais e psíquicas presente em todo
relacionamento humano. Esse valor é definido em função de seu caráter complementar aos
aspectos técnico – científicos que privilegiam a objetividade, a generalidade, a casualidade e a
especialização do saber. A humanização em saúde, portanto, esta relacionada ao resgate do
respeito à vida humana, levando-se em conta as circunstâncias sociais, éticas, educacionais e
psíquicas presentes em todo relacionamento humano (BRASIL, 2001).
Na Gerência de Assistência Nutricional (GAN), existem as rodas de conversa para
apaziguar os conflitos internos e o elevado índice de absenteísmo e os pedidos de relotações.
O SF-36 não tem uma abrangência para analisar os conflitos interpessoais. Sendo esse
um dos principais motivos de reclamação no setor, segundo dados cedidos pela Gerência de
Saúde do Trabalhador (GST).
O ponto-chave do trabalho de humanização está em fortalecer este comportamento
ético de articular o cuidado técnico- científico, já construído, conhecido e dominado, com o
cuidado que incorpora a necessidade de explorar e acolher o imprevisível, o incontrolável, o
diferente e singular. Trata-se de um agir inspirado em uma disposição de acolher e de
respeitar o outro como um ser autônomo e digno. É necessário repensar as práticas das
instituições de saúde, buscando opções de diferentes formas de atendimento e de trabalho que
preservem este posicionamento ético no contato pessoal e no desenvolvimento de
competências relacionais (BRASIL, 2001).
O Projeto Ciranda: cuidar de quem cuida, o qual este trabalho está inserido tem como
proposta a prevenção, promoção e reabilitação fundamentado sobre a política de humanização
do SUS. O projeto em questão tem como principal objetivo à implantação de um programa de
ensino, extensão e pesquisa na área de saúde e ambiente. Propõe-se o desenvolvimento de
ações no campo da promoção e prevenção da saúde, com maior ênfase na identificação de
riscos ambientais, distúrbios funcionais, reabilitação física e adequação funcional para os
trabalhadores da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP).
O projeto se divide em três eixos: a) extensão – humanização, promoção, prevenção e
reabilitação da saúde; b) ensino – educação permanente; c) pesquisa em saúde e ambiente.
O presente projeto está no eixo da pesquisa, cujo componente em destaque é avaliar a
qualidade de vida dos trabalhadores dos grupos de risco, sendo a GAN escolhida devido o alto
índice de absenteísmo, pedidos de relotação, e conflitos interpessoais apresentados no ano de
2008.
27

Por meio dos resultados deste estudo e de outros trabalhos inclusos no eixo da
pesquisa, serão implementados pelo Projeto Ciranda o programa em que os sujeitos
participantes se beneficiem com a prática regular e sistemática de ações terapêuticas e
exercícios físicos, valorizem o autocuidado em saúde, melhorem as relações interpessoais,
desenvolva a participação e co-gestão no trabalho, visando fazer do processo de trabalho um
espaço de aprendizagem e produção de saber, tendo em vista a produção de sujeitos e
cidadania.

3.2 TRABALHADORES DA SAÚDE

Os estudos de saúde ocupacional em funcionários de hospitais abordam


prioritariamente as profissões e áreas que cuidam diretamente da saúde do paciente, por ser
esta sua atividade fim. Os setores de produção de alimentos, embora importantes, são menos
abordados (GLINA et al., 2008).
Faleiro e Vendruscolo (2006), destacam que os hospitais têm sido espaços de
concentração de trabalhadores de diversas áreas, desde médicos, enfermeiros, auxiliares de
enfermagem, operadores de máquinas, entre muitos outros, que se inter-relacionam com os
usuários dos serviços, num ambiente permeado de dor e sofrimento.
Os trabalhadores da saúde atuantes em unidades hospitalares estão expostos a muitos
riscos ocupacionais culminando em acidentes de trabalho de variadas naturezas, destacando-
se que estes são ambientes complexos, e assim, apresentam elevado número de riscos
ocupacionais para os seus profissionais, tanto da área de atendimento aos pacientes como de
todas aquelas de apoio destes serviços de atenção à saúde (ALMEIDA; PAGLIUCA; LEITE,
2005).
Os riscos nas unidades hospitalares são decorrentes, de maneira especial, da
assistência direta prestada pelos profissionais de saúde à pacientes em diversos graus de
gravidade, assistência esta que implica no manuseio de equipamentos pesados e materiais
perfurantes e/ou cortantes muitas vezes contaminados por sangue e outros fluidos e
quimioterápicos, no descarte de materiais contaminados no lixo hospitalar, nas relações
interpessoais de trabalho e produção, no trabalho em turnos, no trabalho predominantemente
feminino, nos baixos salários, na tensão emocional advinda do convívio com a dor, o
28

sofrimento e, muitas vezes, da perda da vida, entre outros (FALEIRO; VENDRUSCOLO,


2006).
O alto índice de absenteísmo em muitas unidades hospitalares é uma característica que
faz parte do perfil dos funcionários, a Fundação Européia (1997), define absenteísmo como a
incapacidade temporária, prolongada ou permanente para trabalhar em resultado de doença ou
de enfermidade.
Para Primo (2008), a ausência do trabalho por motivos de doença causa um reflexo na
saúde pública, essa falta tem um impacto econômico, porque vai refletir na produção
aumentando o custo operacional e reduzindo a eficácia do trabalho, além de, sobrecarregar as
pessoas que permanecem no trabalho no qual vão executar tarefas dos colegas ausentes
causando uma sobrecarga nos mesmos e levando ao aparecimento de novos problemas de
saúde e possível afastamento no futuro.
O absenteísmo causa um efeito negativo para a economia nacional, pois ocorre perda
de produção devido à redução da força de trabalho disponível e aumento dos custos com
tratamentos médicos e segurança social. A doença é a principal razão do absenteísmo,
contudo há vários motivos que justificam ou não a falta como certas disposições do sistema
de segurança social (FUNDAÇÃO EUROPÉIA, 1997).
Silva (2006), afirma que as causas que levam a falta no trabalho nem sempre estão
ligadas ao trabalhador, mas sim nas empresas que possuem organização e supervisão
deficientes, tarefas repetitivas, desmotivação e desestímulos, ambiente desfavorável, precária
integração entre os empregados, impactos psicológicos de uma direção deficiente que não visa
a qualidade de vida do trabalhador.
A diferença no absenteísmo entre homens e mulheres, segundo Mastekaasa e Olsen
(1998), não decorre das condições de trabalho nem da maior responsabilidade imposta às
mulheres pelo cuidado a filhos, mas sim, das condições gerais de saúde e das diferenças de
personalidade. Os efeitos das diferentes fontes de estresse na vida e no trabalho sobre o bem
estar físico e emocional são diferentes para homens e mulheres.
Segundo Hendrix; Spencer; Gibson (1994), a variável sexo modera o efeito dessas
fontes de estresse, as mulheres sofrem níveis mais elevados de estresse no trabalho e de
absenteísmo e baixos estados emocionais de bem estar.
Para Giatti e Barreto (2002), nas últimas décadas, o Brasil vem passando por intensas
transformações econômicas, demográficas e culturais. Um aspecto importante dessas
transformações é a crescente participação feminina no mercado de trabalho.
29

A GST comprovou, que de um total de 2.469 trabalhadores da Fundação Santa Casa


de Misericórdia, no período de janeiro a dezembro de 2008 registrou-se 5.594 dias não
trabalhados, ou seja, o número absoluto de dias ausentes do trabalho do total de dias de todos
os trabalhadores que solicitaram licença, inclusive as licenças maternidade. Dessa somatória
de licenças - entrega de atestados - o tempo médio de afastamento sugere licenças de 1 a 3
dias.
De acordo com os dados estatísticos de 2008, a GST observou um índice de
absenteísmo em maior escala na GAN, com 40%, considerando-se a incidência e prevalência
de doenças relacionadas ao trabalho, merece destaque o número de dias de licenças, pois se
percebe que os atestados de licenças, na sua grande maioria não são superiores a 3 (três) dias.
Tal número de dias de licença se justifica pelo fato do setor homologar os atestados sem
precisar encaminhar os trabalhadores para a perícia da Secretária de Estado de Administração
(SEAD) sendo, portanto, em menor proporção as licenças superiores a 3 (três) dias. As
doenças que ocorrem com maior freqüência, são a diarréia e gastroenterite de origem
infecciosa presumível (CID A09), pessoa em boa saúde acompanhando pessoa doente (CID Z
76.3) e hipertensão essencial (primária) (CID I10).
Os setores em que mais se originam os pedidos de relotação decorrem da GAN, com
22%. É importante destacar que a GAN apresenta o maior quantitativo de Agente de Artes
Práticas, razão pela qual, talvez incida sobre essa categoria também, o maior número de
processos de relotação.
O alto índice de pedidos de relotação e absenteísmo dentro da GAN talvez se
justifiquem também pelas relações interpessoais que não foram avaliadas no questionário SF-
36, mas foram ouvidos relatos durante a pesquisa sobre conflitos internos e problemas devido
à submissão hierárquica entre outros, os fatos talvez prejudiquem o bem estar destes
trabalhadores.

3.3 UNIDADE DE ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL (UAN) NO AMBIENTE


HOSPITALAR

As Unidades de Assistência Nutricional (UAN) são unidades que pertencem ao setor


de alimentação coletiva, cuja finalidade é administrar a produção de refeições
nutricionalmente equilibradas com bom padrão higiênico-sanitário para consumo fora do lar,
30

dessa forma contribuindo para manter ou recuperar a saúde de coletividades, e ainda,


auxiliando no desenvolvimento de hábitos alimentares. Atendem clientela definida –
comunidade de direito ou de fato – e podem estar situadas em empresas, escolas,
universidades, hospitais, asilos, orfanatos, dentre outras instituições (COLARES; FREITAS,
2007).
Apesar dos avanços tecnológicos que vêm sendo incorporados a essas unidades, em
relação à matéria-prima, aos métodos de trabalho e aos equipamentos, os locais destinados ao
preparo das refeições apresentam, em geral, condições físicas inadequadas como: ruído
excessivo, temperatura elevada, iluminação deficiente, arranjo físico e instalações precárias
(COLARES; FREITAS, 2007).
Aliado a isso, outros fatores relacionados à organização do trabalho como ritmo e
esforço de trabalho intenso, horários prolongados e sobrecarga de trabalho, pressão em função
dos horários, exigência de postura inadequada, movimentos repetitivos na execução das
tarefas, número insuficiente de trabalhadores em função do custo, normas e práticas exigidas
nem sempre bem explicitadas e falta de prescrição clara das pausas de recuperação,
influenciam tanto na produtividade como na saúde dos operadores (COLARES; FREITAS,
2007).
A rotina nas unidades de assistência nutricional é caracterizada por movimentos
repetitivos, levantamento de peso excessivo e permanência por períodos prolongados na
postura em pé, além de tentar ajustar-se aos horários de distribuição das refeições,
condicionando e/ou modificando constantemente o modo operatório dos operadores, a fim de
atender a demanda (MONTEIRO; SANTANA; DUARTE, 1997).
Neste sentido, surge a preocupação com a saúde dos colaboradores das unidades de
assistência nutricional, na medida da conscientização de que as condições de trabalho e de
saúde estão diretamente relacionadas com o desempenho e produtividade (MATOS, 2000;
PROENÇA, 1993). Sendo assim, torna-se necessário criar condições adequadas para que as
pessoas possam desenvolver a sua criatividade e evitar aquelas que possa gerar uma má
qualidade de vida e estresse no trabalho. E isso passa pelas contribuições da ergonomia.
Observa-se que nos estudos conduzidos em UAN que tratam de inovações em termos
organizacionais ou tecnológicos, ainda é incipiente a discussão sobre a repercussão destas
sobre a saúde física e psíquica dos trabalhadores, visto que dão ênfase mais à produtividade e
qualidade do produto final (LOURENÇO; MENEZES, 2008).
A GAN é responsável pelo fornecimento de refeições a pacientes internados,
acompanhantes e funcionários para garantir qualidade e segurança na assistência nutricional
31

prestada aos internos. Além de organizar, padronizar e orientar os funcionários do setor, todos
os procedimentos e rotinas realizados, zelando desta forma com a qualidade prestada.
A GAN abrange a produção de refeições hospitalares desenvolvidas na cozinha geral e
dietética, a produção de mamadeiras no lactário, bem como a produção de refeições para
funcionários e acompanhantes de pacientes. Sendo que todos os recursos financeiros são
provenientes de fontes públicas. São preparadas em média 70.012 refeições diárias, sendo
27.771 para os funcionários e 42.241 para pacientes e acompanhantes (recebem apenas
desjejum, almoço e jantar), são oferecidas por meio de dois sistemas de distribuição: refeitório
para os funcionários e diretamente nas enfermarias para os pacientes e acompanhantes. As
refeições oferecidas são dividas em seis: desjejum; lanche da manhã; almoço; lanche da tarde;
jantar e ceia.
Atualmente, a GAN possui um total de 111 funcionários - varia de acordo com as
relotações e vencimento de contrato - sendo estes: 22 nutricionistas, 74 agentes de artes
práticas (cozinheiros, copeiros, auxiliar de lactário e dietas enterais, despenseiros, pré-preparo
de carne, pré-preparo de hortifruti, higienização de utensílios e merenda especial) e 1
assistente administrativo. O serviço oferece treinamentos sobre as atividades que estão ligadas
à manipulação dos alimentos, confecção das dietas e lavagem das mãos, além da parceria com
a saúde do trabalhador.
A GAN é um serviço que funciona 24 horas por dia, durante todos os dias da semana.
Assim, seus 111 funcionários cumprem horários diferentes, determinados na escala de
trabalho pela chefia de acordo com a necessidade de cada período.
A FSCMP está a cada dia inovando suas ferramentas para melhor atender os
funcionários e os pacientes, entretanto apesar do esforço e colaboração da GAN existem
falhas e problemas inerentes ao posto dos servidores na cozinha dietética capazes de lhes
causar danos à saúde e/ou ao seu bem-estar são estes:
• O ambiente térmico: em uma UAN merece atenção especial, devido à presença
de um grande número de equipamentos geradores de calor e umidade (fogões, fornos,
fritadeiras, panelões a vapor, máquina de lavar bandeja), os quais funcionando ao mesmo
tempo em ambientes interligados dificultam a manutenção de uma temperatura agradável
(SANTANA, 1999). O equilíbrio térmico é influenciado pela atividade física, tipo de
resistência térmica da vestimenta, bem como parâmetros ambientais: temperatura do ar,
temperatura média radiante, velocidade do ar e umidade relativa. Na nossa região Norte o
clima é bastante elevado, com médias mensais que variam de 25ºC a 27ºC. Pode ser
32

considerada a região mais chuvosa do Brasil (em especial no período de dezembro a maio).
Em decorrência das altas temperaturas o ambiente térmico tem que ser amplo e ventilado.
O ambiente térmico da FSCMP apresenta grande número de equipamentos geradores
de calor e umidade composto de 3 fogões industriais, 2 caldeirões a gás de 100 litros, 5
sistemas de exaustor com coifas, 1 geladeira, 13 freezers, entre outros, que poderiam causar
um desconforto e prejuízo a saúde do trabalhador. Foi observado que a GAN está dentro do
padrão de qualidade térmica possuindo equipamentos como os exaustores, aventais térmicos,
janelas de ventilação, o que possibilita ao colaborador trabalhar confortavelmente, sem contar
no restaurante, que todos os dias oferece um cardápio diversificado e nutritivo.
• A Iluminação: deve ser suficiente para garantir uma boa visibilidade. Para
Lemos (1999), a iluminação de uma UAN deve permitir a maior quantidade de luz natural
possível, pois, além de fazer com que os alimentos pareçam mais atrativos, reduzem as
despesas operacionais. Assim, a iluminação deve ser distribuída uniformemente pelo
ambiente da UAN, evitando ofuscamentos, sombras, reflexos fortes ou contrastes excessivos.
A iluminação artificial, quando necessária deve ser de natureza tal que não altere as
características sensoriais dos alimentos. De acordo com a observância do setor a FSCMP não
oferece uma iluminação adequada em sua cozinha, pois as janelas mesmo sendo grandes e
largas, possuem telas que impedem a passagem adequada de luz natural, além do arvoredo
que rodeia o ambiente. Ainda, possuem paredes escuras e com infiltrações aparentando
aspecto anti-higiênico e fechado.
• A Sonorização: para Souza (1990), uma UAN produz ruído constante devido
às máquinas, à água, ao vapor, ao choque de utensílios e ressonância de superfícies metálicas,
ao sistema de exaustão e, também, devido ao diálogo entre os operadores que coincide com a
sonorização observada na GAN da FSCMP, em que o ambiente sonoro apresenta ruídos,
devido, algumas máquinas barulhentas que são ativadas temporariamente a depender da
atividade. O ambiente se torna barulhento devido à extensão da área, a movimentação das
pessoas no desenvolver de suas atividades, as quais exigem movimentação de carrinhos,
panelas, equipamentos elétricos, que quando ligados geram barulhos.
• Piso: a cozinha da FSCMP apresenta piso do tipo korodur®, com cimento
portland® e granilite na cor preta e branca, polido a fim de se obter uma superfície lisa e
perfeitamente nivelada, é lavável, impermeável, antiderrapante e possui alta resistência.
• Exigências emocionais: encontram-se fatores emocionais como ansiedade
gerada pela pressão do tempo. Além disso, a busca pela qualidade do alimento, ou seja, a
33

preocupação em apresentar um alimento dentro de um aspecto higiênico sanitário, um


alimento bem apresentável e saboroso e a preocupação de como o consumidor vai receber
esse produto é motivo de angustia por parte de algumas trabalhadoras (LUNARDI et al.,
2002). Os funcionários da GAN são cobrados pela chefia, que exige qualidade e quantidade
de alimentos, além do cumprimento de horários. A atenção tem que ser redobrada, pois a
alimentação por eles preparadas serão distribuídas entre os funcionários e os pacientes, e
sabemos que a dieta é uma complementação para o tratamento. Apesar das exigências e
cobranças, há uma boa relação entre agente de artes práticas e as chefes da nutricão, existindo
co- participação na gestão, reflexo das rodas de conversa. Existe também um sistema de
rodízio de funções e é respeitada a aptidão profissional de cada indivíduo de acordo com as
tarefas que cada funcionário tem mais afinidade. Observamos queixas e problemas com a
diretoria da FSCMP, com os colegas de trabalho e com os profissionais de outros setores,
onde os funcionários relatam não receber atenção ou reconhecimento.
Araújo et al. (2003), afirma que a teoria do estresse fundamenta-se na avaliação de
como o organismo responde às demandas do ambiente externo, sendo o estresse produzido em
situações em que as demandas excedem as capacidades individuais de responder a esses
estímulos.
Heloani e Capitão (2003), afirmam que atualmente, existe uma pressão constante
contra a grande massa de trabalhadores existente em quase todo o mundo, uma ameaça com
objetivo certeiro no qual faz com que milhares de pessoas sintam-se sobressaltadas, pois a
única ferramenta de que dispõe, sua força de trabalho, esse princípio de realidade adentra e
fere o psiquismo humano e atinge a saúde mental de várias pessoas.
Quanto às exigências fisiológicas (dinâmicas e estáticas), ressalta-se que a maioria das
tarefas executadas em serviço de alimentação é na posição de pé, sendo que isto pode ocorrer
tanto na posição parada, como na posição em movimento. As mudanças que estão
acontecendo no mundo do trabalho, como conseqüências das inovações tecnológicas e dos
novos métodos gerenciais, segundo Ferreira Júnior (2000), tem sido responsável pela
intensificação do trabalho decorrente do aumento de ritmo, responsabilidade e complexidade
das tarefas que se traduzem em manifestações de envelhecimento prematuro, aumento do
adoecimento e morte por doenças cardiovasculares e outras doenças crônico - degenerativas
como DORT’S e outros sintomas na esfera psíquica como a síndrome da fadiga crônica e dor
articular.
34

3.4 QUALIDADE DE VIDA

Para Seidl e Zannon (2004), o conceito da qualidade de vida é um termo no qual se


divide em duas vertentes: a) a primeira é na linguagem cotidiana, usada pela população em
geral e profissionais de várias áreas, mas principalmente aqueles ligados às políticas públicas,
b) a segunda é do universo da pesquisa científica em diferentes campos do saber.
Minayo; Hartz e Buss (2000, p. 8), afirmam que a “qualidade de vida é uma noção
eminentemente humana que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida
familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial.”
Para Biff (2006), a criação de políticas de saúde, a formação de profissionais e a
criação de instrumentos de avaliação de saúde buscam contribuir papa a preservação e
promoção da saúde dos trabalhadores.
Vários estudos no Brasil e no mundo discutem o conceito de qualidade de vida. Dessa
forma existem vários instrumentos que analisam, dentre eles está o The Medical Outcomes
Study 36- item Short Form Health Survey (Sf-36) que foi desenvolvido pelos estudiosos Ware
e Sherbourne em 1992, tendo sido traduzido e validado para a língua portuguesa por
Ciconelli, em 1999, seguindo todos os passos exigidos pelo comitê de especialistas.
(CICONELLI, et al, 1999).
O SF-36, foi criado com a finalidade de ser um questionário genérico de avaliação de
saúde de fácil administração e compreensão, porém sem ser tão extenso (WARE, 1992). É
composto de 36 itens de auto-resposta (destinam-se a avaliar conceitos de saúde que
representam valores humanos básicos relevantes à funcionalidade e ao bem-estar de cada um),
subdivididos em oito dimensões, cada um com a sua própria característica (ABRUNHEIRO,
2005).
A validade do SF-36 também é confirmada e demonstrada por meio do uso em
pesquisas de diversas nacionalidades e distintas patologias, permitindo assim comparações de
um grupo com um modelo populacional ou entre diferentes enfermidades (LOPES;
CICONELLI; REIS, 2007).
A criação deste instrumento foi baseada em uma revisão de vários existentes na
literatura e derivado de um questionário de avaliação de saúde formado por 149 artigos,
desenvolvido e testado em mais de 22.000 pacientes, como parte de um estudo de avaliação
de saúde. Com o intuito de formular um questionário não tão extenso, foi elaborado um
questionário de 18 artigos que avaliaram a capacidade funcional inicialmente limitando
35

devida doença, saúde mental e percepção da saúde. Mais tarde, foram somados dois artigos a
este questionário para a avaliação dos aspectos sociais e dor, então, foi criado o SF-20 (Forma
20 Pequena). O SF-36 foi constituído para satisfazer o padrão psicométrico, para a
comparação entre grupos que envolvem conceitos genéricos de saúde, não sendo específico
para determinada idade, doença ou tratamento. Ele representa definições múltiplas da saúde,
inclusive função e deficiência orgânica, desconforto e bem estar, relatórios objetivos e
reclamações subjetivas, de solenidade-avaliação favorável e desfavorável da condição de
saúde (CICONELLI et al., 1999).
O atual SF-36 é um questionário multidimensional formado por 36 itens, englobados
em oito escalas: capacidade funcional (dez itens), aspectos físicos (dois itens), aspectos
emocionais (três itens), dor (dois itens), estado geral de saúde (cinco itens), vitalidade (quatro
itens), aspectos sociais (dois itens), saúde mental (cinco itens) e mais uma questão de
avaliação comparativa entre as condições de saúde atual e à de um ano atrás, que é de extrema
importância para o conhecimento da doença do paciente. Esse instrumento avalia tanto
aspectos negativos (doença) como os aspectos positivos (bem-estar).
A escala relacionada com os aspectos sociais propõe analisar a integração do individuo
em atividades sociais, avaliando se sua participação nas mesmas foi afetada devido a seus
problemas de saúde. Os dois itens de avaliação do componente de aspectos sociais do SF- 36
definem diferentes níveis de atividade social e, por isso, alcançam um maior nível de precisão.
(MCHORNEY, 1994).
Diante dessa realidade, a qualidade de vida no trabalho vem despertando o interesse de
estudiosos e dirigentes, nos últimos anos, como suporte para o binômio satisfação da pessoa e
produtividade, sendo que a essência dos novos modelos de gestão é a satisfação do
consumidor dos produtos e serviços, a partir da satisfação do trabalhador (MAGRI;
KLUTHCOVSKY, 2007).
Assim, sendo qualidade de vida uma construção eminentemente interdisciplinar, a
contribuição de diferentes áreas do conhecimento pode ser de fato valiosa e mesmo
indispensável seu desenvolvimento poderá resultar em mudanças nas práticas assistenciais e
na consolidação de novos paradigmas do processo saúde-doença, o que pode ser de grande
validada para a superação de modelos de atendimento eminentemente biomédicos, que
negligenciam aspectos socioeconômicos, psicológicos e culturais importantes nas ações de
promoção, prevenção, tratamento e reabilitação em saúde (SEIDL; ZANNON, 2004).
O SF- 36 possui um item de avaliação das alterações de saúde ocorridas no período de
um ano. Esse item, embora não seja usado para pontuar nenhuma das oito dimensões citadas,
36

anteriormente, tem grande importância para o conhecimento e avaliação da evolução da


doença. Considerando todas as características desse instrumento e ao crescente interesse de
sua aplicação em ensaios clínicos, e também, por ser considerada referência para outros
estudos, optou-se por utilizar o instrumento SF-36 no presente estudo.
No estudo de Talhaferro; Barboza e Domingos (2006) foram realizadas a aplicação do
questionário SF-36. Observa-se ainda que, em todos os domínios, pelo menos um sujeito
apresenta prejuízo da saúde, justificado, em todos, pelo valor mínimo menor que 50%. O
domínio mais afetado foi a dor, seguido pela vitalidade, aspectos físicos e aspectos
emocionais. Observou-se que, pela percepção, os trabalhadores de enfermagem estudados, o
estado de saúde e sua qualidade de vida não sofrem impacto do trabalho, reafirmando que a
qualidade de vida é a percepção que o indivíduo tem de si mesmo em um momento da sua
vida, estando quase sempre relacionada com a saúde, ou seja, estar saudável, não levando em
consideração a influência da relação existente de qualidade de vida e condições de trabalho.
Teixeira; Fonseca e Maximo (2002) aplicaram o questionário nos alunos do Curso de
Psicologia do Centro Universitário Salesiano Unisal de Lorena em São Paulo e observaram
Considerando os 8 fatores avaliados através do SF36, observa-se na Capacidade Funcional,
Aspecto Físico, Estado Geral de Saúde,Vitalidade, Saúde Mental, Dor e Aspectos Sociais.
Com uma pontuação inferior apenas no Estado Emocional.
Na pesquisa de Bettarello e Saut (2006), foi feita a aplicação do questionário SF-36
nos funcionários do setor de editoração do Centro Universitário Claretiano de Batatais
observan-se que seus funcionários ficaram com a média acima de 50,0% em todos os
domínios, exceto no domínio de vitalidade.
No estudo de Almeida e Quaresma (2005), a população entrevistada foi em
trabalhadoras de enfermagem com lombalgia e observaram na análise de seus resultados as
maiores pontuações nos domínios: Estado Geral de Saúde, Vitalidade, Saúde Mental,
Aspectos Sociais e Capacidade Funcional. E a menor pontuação nos seguintes domínios:
Aspecto Emocional, Aspecto Físico e Dor. Mostrando uma diminuição da qualidade de vida
desses profissionais.
Assim, esse estudo se propôs analisar a qualidade de vida nos funcionários da GAN da
FSCMP através do questionário SF-36. Sendo esse setor considerado crítico pela instituição.
37

4 MATERIAIS E MÉTODOS

a) Aspectos Éticos
A pesquisa foi iniciada após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade da Amazônia (UNAMA) e após o aceite do orientador (APÊNDICE A), co-
orientador (APÊNDICE B) e da instituição envolvida (APÊNDICE C). Os sujeitos assinaram
um termo de consentimento livre e esclarecido redigido para este fim, concordando em
participar da pesquisa (ANEXO A) e foram identificados por meio de uma ficha de
identificação (ANEXO B).

b) Local
O presente projeto foi desenvolvido na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará,
na Gerência de Saúde do Trabalhador, situada a Rua Oliveira Belo 395, CEP: 66050-380,
Umarizal, Belém, Pará.

c) Tipo de estudo
Este estudo caracteriza-se por ser do tipo observacional e transversal.

d) População alvo
A população alvo deste estudo foram 111 funcionários da Gerência de Assistência
Nutricional (GAN) da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP) (ANEXO D).

e) Critérios de inclusão
• trabalhadores da FSCMP da GAN;
• ambos os sexos;
• todas as faixas etárias;
• previamente matriculados na GST da FSCMP.

f) Critérios de exclusão
• trabalhadores de outros setores;
• indivíduos que não desejam aderir ao programa;
• indivíduos que estejam de licença ou de férias.
38

g) Protocolo de avaliação
A avaliação foi feita por meio de uma ficha de identificação com nome, idade, sexo,
estado civil, data de nascimento, telefone, endereço, tempo de serviço, turno, função, setor,
escolaridade, renda familiar e doença (ANEXO B), em seguida os participantes foram
orientados a responder o questionário de qualidade de vida SF-36 (ANEXO C) que foi
idealizado a partir de uma revisão de outros instrumentos relacionados à qualidade vida já
existente na literatura nos últimos 20 anos, tendo sido traduzido e validado para o português
por Ciconelli em 1999. O SF-36 é um questionário genérico de avaliação de saúde, composto
por 36 itens englobados em oito escalas, na qual investiga aspectos distintos:
1. Capacidade funcional (dez itens): avalia a presença e a extensão das limitações
impostas à capacidade física;
2. Aspectos físicos (dois itens);
3. Aspectos emocionais (três itens);
4. Dor (dois itens): baseados numa questão do questionário SF-20 sobre a
intensidade da dor, acrescido da interferência da dor nas atividades de vida diária;
5. Estado Geral de Saúde (cinco itens): derivados do questionário General Health
Rating Index;
6. Vitalidade (quatro itens): considera o nível de energia, com a fadiga sendo
derivado do questionário Mental Health Inventory (MHI);
7. Aspectos sociais (dois itens): analisam a integração do indivíduo em atividades
sociais.
8. Saúde mental (cinco itens): investigam as dimensões de ansiedade, depressão,
alteração do comportamento ou descontrole emocional e bem-estar psicológico. Resumem os
38 itens do questionário de avaliação de Saúde Mental (MHI-38).
Cada escala recebe um escore que varia de zero a cem, que corresponde do pior ao
melhor estado de saúde (MARTINEZ; PARAGUAY; LATORRE, 2004).
O cálculo do SF-36 foi feito transformando as questões em domínios, sendo que para
cada domínio existe um cálculo diferente que varia de zero a cem. O resultado é chamado de
Raw Scale porque o valor final não apresenta nenhuma unidade em medida.
Cada escala recebe um escore que varia de zero a cem, que corresponde do pior ao
melhor estado de saúde (MARTINEZ; PARAGUAY; LATORRE, 2004).
39

O cálculo do SF-36 será feito transformando as questões em domínios, sendo que para
cada domínio existe um cálculo diferente que varia de zero a cem. O resultado é chamado de
Raw Scale porque o valor final não apresenta nenhuma unidade em medida.
A 2º questão não faz parte do cálculo de nenhum domínio, sendo utilizada, somente
para avaliar o estado geral e o quanto o indivíduo está melhor ou pior comparado a 1 ano
atrás.
O primeiro domínio a ser calculado é o da capacidade funcional, que corresponde a 3º
questão onde é feita a soma dos valores obtidos em todos os itens, subtraindo-se pelo limite
inferior (10), multiplicando-se por cem e dividindo-se pela variação (20). O valor para a
capacidade funcional é 55, em uma escala que varia de zero a cem, onde zero é o pior estado e
cem é o melhor.
A pontuação da limitação por aspectos físicos que corresponde a 4º questão é feita
somando-se os valores obtidos em todos itens, subtraindo pelo limite inferior (4),
multiplicando por cem e dividindo pela variação (4).
A pontuação para o domínio dor que corresponde as questões 7 e 8 serão somadas e
aplicadas na fórmula, onde o valor obtido nestas questões será subtraído pelo limite inferior
(2), multiplicado por cem e dividido pela variação (10). Sendo que a 7º questão é pontuada de
acordo com a resposta equivalente ao valor preestabelecido na tabela de ponderação de dados,
a seguir:

• Se a resposta for (1), a pontuação será (6,0)


• Se a resposta for (2), a pontuação será (5,4)
• Se a resposta for (3), a pontuação será (4,2)
• Se a resposta for (4), a pontuação será (3,1)
• Se a resposta for (5), a pontuação será (2,0)
• Se a resposta for (6), a pontuação será (1,0)

A resposta da questão 8 depende da nota da questão 7:


• Se 7 = 1 e se
• Se 7 = 2 à 6 e se
• Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 2, o valor da questão é (4)
• Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (3)
• Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 4, o valor da questão é (2)
40

• Se 7 = 2 à 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (1)

Se a questão 7 não for respondida, o escorre da questão 8 passa a ser o seguinte:


• Se a resposta for (1), a pontuação será (6)
• Se a resposta for (2), a pontuação será (4,75)
• Se a resposta for (3), a pontuação será (3,5)
• Se a resposta for (4), a pontuação será (2,25)
• Se a resposta for (5), a pontuação será (1,0)

O valor obtido para este domínio é 74, numa escala que varia de zero a cem, onde zero
é o pior estado e cem é o melhor.
A pontuação para o domínio do estado geral de saúde que corresponde as questões 1 e
11 do questionário, onde os valores obtidos nessas questões serão somados entre si em
seguida serão subtraídos pelo limite inferior (5), multiplicado por cem e dividido pela
variação (20). Sendo que na questão 1:

• Se a resposta for (1), a pontuação será (5,0)


• Se a resposta for (2), a pontuação será (4,4)
• Se a resposta for (3), a pontuação será (3,4)
• Se a resposta for (4), a pontuação será (2,0)
• Se a resposta for (5), a pontuação será (1,0)

Na questão 11, os itens deveram ser somados, porém os itens B e D deveram seguir
a seguinte pontuação:
• Se a resposta for (1), o valor será (5)
• Se a resposta for (2), o valor será (4)
• Se a resposta for (3), o valor será (3)
• Se a resposta for (4), o valor será (2)
• Se a resposta for (5), o valor será (1)

A pontuação para o domínio da vitalidade correspondente a questão 9 (itens A, E,G, I),


onde a pontuação para os itens A e E deverá seguir a seguinte orientação:
• Se a resposta for (1), o valor será (6)
41

• Se a resposta for (2), o valor será (5)


• Se a resposta for (3), o valor será (4)
• Se a resposta for (4), o valor será (3)
• Se a resposta for (5), o valor será (2)
• Se a resposta for (6), o valor será (1)

Para os itens G e I o valor será mantido o mesmo. A finalização do cálculo deste


domínio, será feita somando os valores obtidos em cada item, subtraindo pelo limite inferior
(4), multiplicando por cem e dividindo pela variação (20).
A pontuação para o domínio dos aspectos sociais correspondente as questões 6 e 10,
que serão somadas e subtraídas pelo limite inferior (2), multiplicada por cem e dividida pela
variação (8). Sendo que para a questão 10 considera-se o mesmo valor da resposta obtida e
para 6:

• Se a resposta for (1), a pontuação será (5)


• Se a resposta for (2), a pontuação será (4)
• Se a resposta for (3), a pontuação será (3)
• Se a resposta for (4), a pontuação será (2)
• Se a resposta for (5), a pontuação será (1)

A pontuação para o domínio da limitação por aspectos emocionais se dá pela soma dos
valores da questão 5, que vai ser subtraído pelo limite inferior (3), multiplicado por cem e
dividido pela variação (3).

A pontuação para o domínio da saúde mental correspondente a questão 9 (itens B, C,


D, F e H), serão somados entre si, subtraídos pelo limite inferior (5), multiplicados por cem e
divididos pela variação (25). Sendo que nesta questão, a pontuação para os itens D e H deverá
seguir a seguinte orientação:

• Se a resposta for (1), o valor será (6)


• Se a resposta for (2), o valor será (5)
• Se a resposta for (3), o valor será (4)
• Se a resposta for (4), o valor será (3)
42

• Se a resposta for (5), o valor será (2)


• Se a resposta for (6), o valor será (1)
Para os demais itens (B, C, F), o valor será mantido o mesmo.

e) Método estatístico
Para avaliar a qualidade de vida, conforme o questionário SF-36, de uma amostra
(n=62) de funcionários do GAN/FSCMPA, foram aplicados métodos estatísticos descritivos e
inferenciais. A estatística descritiva foi utilizada para determinar as medidas de tendência
central e variação, tais como, média, mediana, primeiro quartil, terceiro quartil, desvio padrão
e erro padrão. A estatística inferencial foi aplicada para realizar comparações dos níveis de
qualidade de vida em relação às variáveis: Sexo, Idade e Tempo de Serviço. Visto que os
valores referentes aos domínios do SF-36 não apresentaram distribuição normal, então foram
aplicados testes de hipóteses baseados em métodos não-paramétricos, foram aplicados os
testes de Mann-Whitney e o teste de Kruskal-Wallis. Foi previamente fixado o nível alfa =
0.05 para rejeição da hipótese de nulidade. Todo o processamento estatístico foi suportado
pelo software BioEstat versão 5.
43

5 RESULTADOS

A GAN possui um quantitativo de 111 funcionários, sendo este número variável de


acordo com os pedidos de relotações e vencimento de contratos de trabalhos, pois existem
funcionários temporários no setor. Nessa amostra participaram 62 funcionários, sendo que no
período da aplicação do questionário, 8 se encontravam de férias, 1 de licença gravidez, 3 de
licença maternidade, 1 de atestado médico e 34 não aceitaram participar da pesquisa.
A distribuição da amostra foi feita com relação ao sexo [feminino (F) e masculino
(M)], idade (anos), tempo de serviço (anos) e profissão [agentes de artes práticas (AAP),
nutricionistas (Nut)].
De acordo com a tabela 1, a distribuição com relação ao sexo foi de 18 indivíduos do
sexo masculino com 29,0% e 44 do sexo feminino, com 71%.

Tabela 1 - Valores referentes ao sexo da amostra.

SEXO Freqüência %

Masculino 18 29,0%

Feminino 44 71,0%
TOTAL 62 100%
Fonte: protocolo da pesquisa.
44

Conforme a tabela 2 a idade foi distribuída da seguinte forma: < = 30, de 31 a 40 anos,
de 41 a 50 anos e > 50. Prevaleceu a idade entre 31 a 40 com 48,4% e 16,1% foi maior que
50anos e menor que 30 anos. Apresentando significância estatística com p=0,0004.

Tabela 2 - Valores referentes à idade (em anos) da amostra.

IDADE (em anos) Freqüência %

< = 30 10 16,1%

31 a 40 30 48,4%

41 a 50 12 19,4%

> 50 10 16,1%
TOTAL 62 100%
Fonte: Dados da pesquisa.
p = 0.0004* (qui-Quadrado)

De acordo com a tabela 3, o tempo de serviço dos funcionários foi dividido em: < 01
ano, 01 a 03 anos, 04 a 06 anos e >10 anos. 45,2% dos funcionários obtiveram tempo de
serviço de 01 a 03 anos, 25,8% dos funcionários ficaram com 04 a 06 anos. Abaixo de 01
obteve 6,5% e 22,6% obteve 10 ou mais.

Tabela 3 - Valores referentes ao tempo de serviço (em anos) da amostra.

TP DE SERVIÇO (em anos) Freqüência %

< 01 4 6,5%

01 a 03 28 45,2%

04 a 06 16 25,8%

10 ou mais 14 22,6%
TOTAL 62 100%
Fonte: Dados da pesquisa.
p = 0.0003* (qui-Quadrado)

A capacidade funcional obteve média de 72.3, sendo que a pontuação máxima foi 100
e a mínima 15.0. Os aspectos físicos 72.2, a máxima 100.0 e mínima 0. No domínio dor, a
pontuação máxima foi 62.9, com mínimo de 10.0 e máxima de 100.0. O estado geral de saúde
obteve média de 58.2, com mínimo de 15.0 e máxima de 95.0. O domínio vitalidade
apresentou a média de 71.9, mínima de 20,0 e máxima de 100,0. Nos aspectos sociais a média
foi de 77.6, a mínima 12.5 e máxima 100,0. O domínio aspectos emocionais ficou com média
45

de 74.7, mínima de 0 e máxima de100,0. Na saúde mental obteve-se a pontuação média de


81.0, mínima de 24,0 e máxima de 100.

Tabela 4: Aspectos quantitativos da avaliação da qualidade de vida (SF-36), n=62.

Capacidade Aspectos Estrado Aspectos Aspectos Saúde


Dor Vitalidade
Funcional Físicos Geral Sociais Emocionais Mental

Mínimo 15.0 0.0 10.0 15.0 20.0 12.5 0.0 24.0


Primeiro
Quartil 56.3 50.0 41.0 52.0 61.3 62.5 66.7 73.0
Mediana 80.0 100.0 62.0 62.0 75.0 87.5 100.0 84.0
Terceiro
Quartil 90.0 100.0 84.0 71.5 85.0 100.0 100.0 92.0
Máximo 100.0 100.0 100.0 95.0 100.0 100.0 100.0 100.0
Média
Aritmética 72.3 72.2 62.9 58.2 71.9 77.6 74.7 81.0
Desvio
Padrão 23.5 34.2 25.1 18.1 20.0 24.6 36.1 15.5
Erro
Padrão 3.0 4.3 3.2 2.3 2.5 3.1 4.6 2.0
Coeficiente
de
Variação 32.6% 47.4% 40.0% 31.1% 27.8% 31.7% 48.3% 19.1%

Fonte: Protocolo da pesquisa

*p-valor <0.05, Teste de Kruskal-Wallis com post hoc de Dunn,


46

Figura 1: Mediana e desvio interquartílico (1º quartil ao 3º quartil) da avaliação da qualidade de vida (SF-36),
n=62.

100
SF-36 (raw scale)

80

60

40

20

0
C FUNC A FSICOS DOR E GERAL VITALID A SOC A EMOC S MENTAL

Legenda: C FUNC: Capacidade Funcional; A FISICOS: Aspectos Físicos; E GERAL: Estado Geral de Saúde;
VITALID: Vitalidade; A SOC: Aspectos Sociais; A EMOC: Aspectos Emocionais; S MENTAL: Saúde Mental.
47

A avaliação da associação entre o sexo do funcionário e a qualidade de vida (sf-36)


mostrou que nenhum dos oito domínios sofreu significativa variação (p-valor >0.05) em
função da faixa etária, portanto, as três faixas etárias apresentam níveis idênticos de qualidade
de vida.

Tabela 5: Mediana, primeiro quartil (1q) e terceiro quartil (3q) dos domínios da qualidade de vida (|sf-36),
conforme o sexo do funcionário: feminino (n=44), masculino (n=18).

Sexo
Feminino Masculino p-valor
Capacidade Funcional Mediana 72.5 87.5 0.0595
1Q 50.0 75.0
3Q 90.0 90.0
Aspectos Físicos Mediana 100.0 87.5 0.7683
1Q 50.0 50.0
3Q 100.0 100.0
Dor Mediana 62.0 62.0 0.8829
1Q 47.8 41.0
3Q 74.0 96.0
Estado Geral Mediana 62.0 62.0 0.7564
1Q 52.0 40.8
3Q 72.0 69.3
Vitalidade Mediana 75.0 80.0 0.4853
1Q 58.8 71.3
3Q 85.0 85.0
Aspectos Sociais Mediana 81.3 87.5 0.495
1Q 59.4 78.1
3Q 100.0 100.0
Aspectos Emocionais Mediana 100.0 100.0 0.7982
1Q 66.7 41.7
3Q 100.0 100.0
Saúde Mental Mediana 84.0 86.0 0.3684
1Q 72.0 77.0
3Q 92.0 96.0

Fonte: protocolo da pesquisa

Teste de Mann-Whitney
48

Figura 2: Mediana, primeiro quartil e terceiro quartil, dos domínios da qualidade de vida (sf-36), conforme o
sexo: feminino (n=44) , masculino (n=18).

100
SF-36 (raw scale)

75

50

25

0
F M F M F M F M F M F M F M F M

C FUNC A FSICOS DOR E GERAL VITALID A SOC A EMOC S MENTAL

Legenda: F: feminino; M: masculino.


49

A avaliação da associação entre a faixa etária do funcionário e a qualidade de vida


mostrou que nenhum dos oito domínios (SF-36) sofreu significativa variação (p-valor >0.05)
em função da faixa etária, portanto, as três faixas etárias apresentam níveis idênticos de
qualidade de vida.

Tabela 6: Mediana, primeiro quartil (1q) e terceiro quartil (3q) dos domínios da qualidade de vida (|sf-36),
conforme as faixas etárias: até 30 anos (n=10), entre 30 e 40 anos (29) e maior que 40 anos (n=23).

Faixa Etária (anos)


< 30 30 a 40 > 40 p-valor
Capacidade Funcional Mediana 90.0 85.0 75.0 0.0962
1Q 61.3 70.0 45.0
3Q 97.5 90.0 85.0
Aspectos Físicos Mediana 62.5 100.0 100.0 0.4862
1Q 50.0 50.0 50.0
3Q 93.8 100.0 100.0
Dor Mediana 56.5 62.0 61.0 0.7332
1Q 41.0 41.0 50.5
3Q 84.0 84.0 73.0
Estado Geral Mediana 63.5 60.0 62.0 0.9570
1Q 50.8 52.0 54.5
3Q 70.8 72.0 67.0
Vitalidade Mediana 67.5 75.0 80.0 0.3289
1Q 60.0 55.0 72.5
3Q 77.5 85.0 85.0
Aspectos Sociais Mediana 62.5 87.5 87.5 0.1178
1Q 50.0 50.0 75.0
3Q 84.4 100.0 100.0
Aspectos Emocionais Mediana 100.0 100.0 100.0 0.3553
1Q 16.7 33.3 66.7
3Q 100.0 100.0 100.0
Saúde Mental Mediana 82.0 84.0 84.0 0.7949
1Q 65.0 72.0 76.0
3Q 90.0 92.0 90.0

Fonte: protocolo da pesquisa

Teste de Kruskal-Wallis
50

Figura 3: Mediana, primeiro quartil e terceiro quartil, dos domínios da qualidade de vida (|sf-36), conforme as
faixas etárias: até 30 anos (n=10), entre 30 e 40 anos (29) e maior que 40 anos (n=23).

100
SF-36 (raw scale)

80

60

40

20

0
<30 30-40 >40 <30 30-40 >40 <30 30-40 >40 <30 30-40 >40 <30 30-40 >40 <30 30-40 >40 <30 30-40 >40 <30 30-40 >40

C FUNC A FSICOS DOR E GERAL VITALID A SOC A EMOC S MENTAL

Legenda: C FUNC: Capacidade Funcional; A FISICOS: Aspectos Físicos; E GERAL: Estado Geral de Saúde;
VITALID: Vitalidade; A SOC: Aspectos Sociais; A EMOC: Aspectos Emocionais; S MENTAL: Saúde Mental.
51

A avaliação da qualidade de vida (SF-36) em função do tempo de serviço obteve


diferença estatisticamente significante (p-valor = 0.0488*) apenas no domínio estado geral de
saúde, no qual os funcionários com tempo de serviço maior que 6 anos (mediana 66)
obtiveram significativa vantagem sobre os funcionários com tempo de serviço Entre 3 e 6
anos (mediana 52).

Tabela 7: Mediana, primeiro quartil e terceiro quartil, dos domínios da qualidade de vida (sf-36), conforme o
tempo de serviço: menos que 3 anos (n=28), entre 3 e 6 anos (n=14) e mais que 6 anos (n=20).

Tempo de Serviço (anos)


<3 3a6 >6 p-valor
Capacidade Funcional Mediana 75.0 85.0 82.5 0.6879
1Q 50.0 66.3 63.8
3Q 90.0 90.0 90.0
Aspectos Físicos Mediana 100.0 75.0 87.5 0.7478
1Q 50.0 50.0 50.0
3Q 100.0 100.0 100.0
Dor Mediana 61.5 61.0 72.0 0.2878
1Q 41.0 43.5 51.0
3Q 76.5 71.0 100.0
Estado Geral Mediana 62.0 52.0 66.0 0.0488*
1Q 45.8 30.5 62.0
3Q 67.8 65.8 72.0
Vitalidade Mediana 70.0 75.0 82.5 0.0568
1Q 45.0 61.3 75.0
3Q 85.0 83.8 86.3
Aspectos Sociais Mediana 75.0 87.5 93.8 0.0540
1Q 50.0 53.1 84.4
3Q 100.0 100.0 100.0
Aspectos Emocionais Mediana 100.0 100.0 100.0 0.5227
1Q 33.3 75.0 66.7
3Q 100.0 100.0 100.0
Saúde Mental Mediana 80.0 84.0 88.0 0.2009
1Q 70.0 77.0 79.0
3Q 89.0 92.0 93.0

Fonte: protocolo da pesquisa

*Teste de Kruskal-Wallis, com post hoc de Dunn


52

Figura 4: Mediana, primeiro quartil e terceiro quartil, dos domínios da qualidade de vida (sf-36), conforme o
tempo de serviço: menos que 3 anos (n=28), entre 3 e 6 anos (n=14) e mais que 6 anos (n=20)

100
SF-36 (raw scale)

75 *

50

25

0
<3 3-6 >6 <3 3-6 >6 <3 3-6 >6 <3 3-6 >6 <3 3-6 >6 <3 3-6 >6 <3 3-6 >6 <3 3-6 >6

C FUNC A FSICOS DOR E GERAL VITALID A SOC A EMOC S MENTAL

Legenda: C FUNC: Capacidade Funcional; A FISICOS: Aspectos Físicos; E GERAL: Estado Geral de Saúde;
VITALID: Vitalidade; A SOC: Aspectos Sociais; A EMOC: Aspectos Emocionais; S MENTAL: Saúde Mental.
53

A avaliação da qualidade de vida conforme a profissão (Tabela 8), apontou diferença


estatisticamente significante em três aspectos da qualidade de vida: estado geral da saúde (p-
valor=0.0347*), dor (p-valor=0.0357*) e aspectos sociais (p-valor=0.0357*).

Tabela 8: Média e mediana dos domínios que compõem a qualidade de vida (SF-36) conforme o nível
educacional do profissional (Nutricionistas e Agente de artes práticas), n=62
Nutricionistas Artes Práticas
DOMÍNIOS
Média Mediana Média Mediana p-valor
Estado geral de saúde 70.3% 70.0% 56.7% 62.0% 0.0347*
Dor 80.1% 84.0% 60.7% 61.0% 0.0357*
Vitalidade 80.7% 85.0% 70.7% 75.0% 0.0778
Aspectos físicos 96.4% 100.0% 69.1% 75.0% 0.0534
Capacidade funcional 86.4% 90.0% 70.5% 75.0% 0.2233
Aspectos emocionais 100.0% 100.0% 71.5% 100.0% 0.1129
Aspectos sociais 91.1% 100.0% 75.9% 87.5% 0.0357*
Saúde mental 88.0% 88.0% 80.1% 84.0% 0.2881
Fonte: protocolo da pesquisa
* Teste U de Mann-Whitney

Para análise da qualidade de vida dos indivíduos pesquisados, dividiu-se os 8


domínios do questionário SF-36 em dois grupos principais: componente físico e componente
mental, com quatro domínios cada um. O questionário em questão apresenta apenas um
escore final de 0 a 100, no qual 0 corresponde o pior estado geral de saúde e 100 o melhor. O
cálculo de cada domínio é um teste estatístico, não sendo necessária aplicação de outro teste.
54

6 DISCUSSÃO

Na visão de Rosa e Pilatti (2006), o conceito de qualidade de vida no trabalho está


estreitamente relacionado com a satisfação dos funcionários quanto à sua capacidade
produtiva em ambiente de trabalho seguro, de respeito mútuo, com oportunidades de
treinamento e aprendizagem e equipamento e facilidades adequadas para o desempenho de
suas funções.
Silva, Souza e Minetti (2002), afirmam que a qualidade de vida no trabalho reflete
diretamente na vida social e no relacionamento familiar do trabalhador, que pode ser
severamente afetado. A qualidade dos produtos fabricados e/ou dos serviços prestados
também é afetada pelas más condições de trabalho, devido ao estresse, ao cansaço e à fadiga
provocados por inadequado ambiente de trabalho.
Diante dessa realidade, a qualidade de vida no trabalho vem despertando o interesse de
estudiosos e dirigentes, nos últimos anos, como suporte para o binômio satisfação da pessoa e
produtividade, sendo que a essência dos novos modelos de gestão é a satisfação do
consumidor dos produtos e serviços, a partir da satisfação do trabalhador (MAGRI;
KLUTHCOVSKY, 2007).
Assim, sendo a qualidade de vida uma construção eminentemente interdisciplinar, a
contribuição de diferentes áreas do conhecimento pode ser de fato valiosa e mesmo
indispensável, seu desenvolvimento poderá resultar em mudanças nas práticas assistenciais e
na consolidação de novos paradigmas do processo saúde-doença, o que pode ser de grande
validada para a superação de modelos de atendimento eminentemente biomédicos, que
negligenciam aspectos socioeconômicos, psicológicos e culturais importantes nas ações de
promoção, prevenção, tratamento e reabilitação em saúde (SEIDL; ZANNON, 2004).
Analisados os 62 funcionários da GAN da FSCMP pelo questionário SF-36 pode-se
observar que em todos os domínios analisados se alcançou uma média acima de 50,0 pontos,
considerada adequada para a qualidade de vida.
Para Giatti e Barreto (2002), nas últimas décadas, o Brasil vem passando por intensas
transformações econômicas, demográficas e culturais. Um aspecto importante dessas
transformações é a crescente participação feminina no mercado de trabalho. Segundo
Mastekaasa e Olsen (1998), existem várias diferenças no absenteísmo entre homens e
mulheres, que não decorrem somente das condições de trabalho, nem da maior
responsabilidade imposta às mulheres pelo cuidado a filhos, mas sim, das condições gerais de
55

saúde e das diferenças de personalidade. Os efeitos das diferentes fontes de estresse na vida e
no trabalho sobre o bem estar físico e emocional são diferentes para homens e mulheres. No
presente estudo vemos uma predominância da amostra do sexo feminino com 71% (Tabela 1).
Teixeira, Fonseca e Máximo (2002), também observaram na amostra de seu estudo uma
predominância do sexo feminino de 91%.
De acordo com esse estudo a associação entre a qualidade de vida e o sexo dos
funcionários mostrou que nenhum dos oito domínios sofreu significativa variação (p-valor
>0.05).
No Brasil, ocorrem várias transformações e mudanças na economia que começam a
repercutir no crescimento da população adulta do país, as preocupações em relação à inserção
e/ou à reinserção do trabalhador adulto com mais idade nos últimos anos. Essas alterações se
refletem no aumento da participação relativa da população adulta conseqüentemente, uma
diminuição relativa dos grupos mais jovens (KRELING, 2004). Em relação à faixa etária dos
entrevistados, 48,4% dos funcionários tinham idade entre 30 e 40 anos como mostra a tabela
2. A idade variou entre 19 e 62 anos, se igualando ao estudo de Talhaferro; Barboza e
Domingos (2006), onde 72,7% dos trabalhadores pertenciam à faixa etária de 20 a 40 anos.
A associação entre a faixa etária dos funcionários e a qualidade de vida mostrou que
nenhum dos oito domínios (SF-36) sofreu significativa variação (p-valor >0.05) em função da
faixa etária, portanto, as três faixas etárias apresentam níveis idênticos de qualidade de vida.
De acordo com a tabela 2 à idade foi distribuída da seguinte forma: < = 30, de 31 a 40 anos,
de 41 a 50 anos e > 50. Prevaleceu a idade entre 31 a 40 com 48,4% e 16,1% foi maior que 50
anos e menor que 30 anos. Apresentando significância estatística com p=0,0004.
De acordo com a tabela 3, o tempo de serviço dos funcionários foi dividido em: < 01
ano, 01 a 03 anos, 04 a 06 anos e >10 anos. 45,2% dos funcionários obtiveram tempo de
serviço de 01 a 03 anos, 25,8% dos funcionários ficaram com 04 a 06 anos. Abaixo de 01
obteve 6,5% e 22,6% obteve 10 ou mais. O tempo de serviço dos funcionários da GAN em
sua maioria com 45,2% possuem de 1 a 3 anos. Para Talhaferro; Barboza e Domingos (2006),
o tempo de serviço encontrado em sua pesquisa foi de 2 a 6 anos em 41,3% dos entrevistados.
A avaliação da qualidade de vida (SF-36) em função do tempo de serviço (tabela 7)
obteve diferença estatisticamente significante (p-valor = 0.0488) apenas no domínio estado
geral de saúde, no qual os funcionários com tempo de serviço maior que 6 anos (mediana 66)
obtiveram significativa vantagem sobre os funcionários com tempo de serviço entre 3 e 6 anos
(mediana 52).
56

A avaliação da qualidade de vida conforme a profissão (Tabela 8), foi realizada


dividindo-se em duas categorias: (a) Nutricionistas e (B) Agentes de artes práticas. As
pontuações das duas categorias de profissionais foram avaliadas pelo teste de Mann-Whitney,
o qual apontou diferença estatisticamente significante em três aspectos da qualidade de vida:
estado geral da saúde (p-valor=0.0347*), dor (p-valor=0.0357*) e aspectos sociais (p-
valor=0.0357*).
No domínio estado geral de saúde (Tabela 4), a média apresentada foi de 58,2 pontos,
o que mostra um índice adequado. Concordando com o trabalho de Texeira; Fonseca e
Maximo (2002), o estado geral de saúde, mostra-se com uma pontuação de 44,8 considerando
uma classificação adequada.
Nesta pesquisa a média no domínio para a dor (Tabela 4) teve o valor de 62,9 pontos,
apresentando o menor nível qualitativo, com 25% dos funcionários apresentando pontuação
entre 41 (primeiro quartil) e a mediana (62), portanto eles apresentavam níveis moderados de
dor e que influenciava moderadamente no trabalho e em casa. Neste domínio os funcionários
apresentaram níveis de qualitativos significativamente inferiores (p-valor < 0.05) em relação
aos domínios: aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Na pesquisa de
Bettarello e Saut (2006), as respostas dos funcionários chegaram a um resultado de 57,37
pontos.
De acordo com alguns estudos, o estresse e a dor são conseqüência de uma redução da
QVT, o que pode ser provocado pela insegurança sobre o futuro no emprego, em função de
jornadas de trabalho pesadas, por esforço para balancear profissão e família (NARDOCCI,
2008).
Verificou-se que os funcionários da GAN possuem uma vitalidade (Tabela 4) dentro
da média (71,9 pontos). Apresentando um intervalo entre 61.3 (primeiro quartil) e a máximo
(100) indica que 75% dos funcionários entrevistados apresentam uma boa parte do tempo, ou
todo o tempo sensação de vigor e energia. A pesquisa de Bettarello e Saut (2006), mostra que
os entrevistados também apresentaram uma boa vitalidade com 78,0 pontos. Para Martinez;
Paraguaya e Latorre (2004), a satisfação no trabalho é um fenômeno complexo e de difícil
definição, por se tratar de um estado subjetivo, podendo variar de pessoa para pessoa, de
circunstância para circunstância e ao longo do tempo para a mesma pessoa segundo análise do
questionário SF-36
Os funcionários da GAN, ao fazer uma auto-avaliação de seu aspecto físico (Tabela 4)
nos mostraram, no geral, que estão dentro da média com 72,2 pontos, não havendo variação
entre a mediana (100) o terceiro quartil (100), indicando que 50% dos funcionários não
57

apresentam qualquer problema no trabalho como conseqüência de sua saúde física. É


importante notar que houve um funcionário que apresentou escore 0 (zero) neste item do SF-
36. Neste domínio os funcionários apresentaram níveis de qualitativos significativamente
superiores ao domínio dor (p-valor < 0.05). Discordando da pesquisa de Almeida e Quaresma
(2005), onde obtiveram um resultado de 46,2 pontos. Seidl e Zannon (2004), alertam que os
termos qualidade de vida e estado de saúde aparecem na literatura muitas vezes como
sinônimos, isso se dá pelo fato de que a saúde – que depende do aspecto físico, está muito
relacionada com a qualidade de vida.
A capacidade funcional demonstrada na tabela 4 aborda algumas tarefas leves e
moderadas do cotidiano, os entrevistados apresentaram a média de 72,3 pontos, a mediana
(80) deve ser interpretada dentro da variação compreendida entre o primeiro quartil (56) e o
terceiro quartil (90), indicando que 75% dos funcionários entrevistados apresentam pouca ou
nenhuma dificuldade em realizar atividades da vida diária. Entretanto, há 25% dos
funcionários da GAN que apresentam muita dificuldade para realizar atividades cotidianas.
Neste domínio os funcionários avaliados apresentaram níveis de qualitativos
significativamente superiores ao domínio estado geral da saúde (p-valor < 0.05).
Concordando com o estudo de Talhaferro; Barboza e Domingos (2006), que obtiveram em
seus resultados a pontuação de 81,5 pontos nesse domínio. Para Biff (2006), o conceito de
capacidade para o trabalho vem ganhando atenção crescente em pesquisas cientifica na área
da saúde ocupacional. A criação de políticas de saúde, a formação de profissionais e a criação
de instrumentos de avaliação de saúde buscam contribuir papa a preservação e promoção da
saúde dos trabalhadores.
Quanto ao aspecto emocional na tabela 4, verificou-se que os resultados apresentados
encontram-se dentro de um limite adequado, pois o mínimo se encontra com a pontuação de 0
e o máximo com 100. Na média o valor é de 74,7 pontos. Discordando da pesquisa de
Texeira; Fonseca e Maximo (2002), que obtiveram em sua amostra um valor inferior a 50,0
pontos. Araújo et al. (2003), afirmam que a teoria do estresse emocional fundamenta-se na
avaliação de como o organismo responde às demandas do ambiente externo, sendo o estresse
produzido em situações em que as demandas excedem as capacidades individuais de
responder a esses estímulos.
O fator aspecto social na tabela 4, analisa a integração do indivíduo em atividades
sociais mostrando que o intervalo entre 62.5 (primeiro quartil) e a máximo (100) indica que
75% dos funcionários entrevistados relataram apresentar pouca ou nenhuma interferência de
problemas de saúde. No resultado geral, a média dos funcionários alcançou 77,6 pontos,
58

considerado adequado. E estar de acordo com o trabalho de Almeida e Quaresma (2005), que
atingiram 60,8 pontos. Na FSCMP já existe uma iniciativa de melhorar o aspecto social
através das relações interpessoais, apaziguar os conflitos e inserir o trabalhador no processo
de gestão por meio de rodas de conversa, oficinas de humanização, organização de rodízios e
regime de plantão em co-participação entre gestores e funcionários.
O domínio saúde mental apresentado na tabela 4, investiga a ansiedade, depressão,
alterações do comportamento e bem estar psicológico. Apresentou 81,0 pontos com valores
entre 73 (primeiro quartil) e 100 (máximo), logo, indicando tranqüilidade, e por outro lado,
apresentavam ausência de nervosismo, intranqüilidade e desânimo. Talhaferro; Barboza e
Domingos (2006), concordam em sua amostra onde obtiveram uma média de 72,7 pontos.
Heloani e Capitão (2003), afirmam que atualmente, existe uma pressão constante contra a
grande massa de trabalhadores existente em quase todo o mundo, uma ameaça com objetivo
certeiro no qual faz com que milhares de pessoas sintam-se sobressaltadas, pois a única
ferramenta de que dispõe, sua força de trabalho, esse princípio de realidade adentra e fere o
psiquismo humano e atinge a saúde mental de várias pessoas.
Segundo a GST, a GAN apresentou em 2008 um alto índice de absenteísmo, onde
ficou responsável por 40% do índice total de faltas de todos os funcionários da FSMP e 22%
de pedidos de mudança de setor, são valores considerados altos, já que se comprovou neste
trabalho que os mesmos apresentam uma boa qualidade de vida - abrangente dentro e fora do
trabalho- portanto este resultado não apresenta relação com o absenteísmo. É importante
enfatizar que a GAN apresenta o maior quantitativo de agente de artes práticas, razão pela
qual, talvez incida a essa categoria também, o maior número de processos de relotações. O
SF- 36 não analisa situações como, relações interpessoais no setor, curto tempo de serviço e a
iniciativa da GST em apaziguar os conflitos através das rodas de conversa. Todos estes fatores
podem justificar os altos índices de absenteísmo e pedidos de mudanças de setor, mesmo
tendo demonstrado uma boa qualidade de vida.
59

7 CONCLUSÕES

Quanto à qualidade de vida, através do questionário SF-36 concluiu-se que os escores


médios calculados apresentam a média com valores acima ao escore 50. Entre eles, a menor
pontuação foi no domínio estado geral de saúde com 58,2 pontos e dor com 62,9 pontos. O
escore de 50 para cada domínio é ponto de corte e todos os domínios atingiram valor maior
que 50, concluindo-se que os funcionários da GAN apresentam uma boa qualidade de vida.
Os funcionários da GAN, são em sua maioria mulheres, com faixa etária e tempo de
serviço prevalente entre 30-40 anos e 1-3 anos respectivamente.
O trabalho realizado na cozinha é dinâmico, porém cansativo devido, entre outros
fatores, à sobrecarga de trabalho gerada pelo grande número de atestados, que faz com que os
funcionários tenham que realizar o seu trabalho e também o de seu colega afastado. Pode ser
que o grande número de atestados deva-se aos conflitos interpessoais, sendo esse um dos
principais motivos de reclamação no setor, segundo dados da GST.
Talvez esses resultados tenham se mostrado com bom percentual por conta de já
existirem iniciativas de humanização do setor, por meio das rodas de conversa e oficinas de
humanização.
60

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67

APÊNDICE A
68

APÊNDICE B
69

APÊNDICE C
70

APÊNDICE D
CARTA DO CEP
71

ANEXO A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA SEGUNDO O QUESTIONÁRIO SF-36
NOS FUNCIONÁRIOS DA GERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL (GAN)
DA FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ.
Você está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O
documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos
fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a
qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. As informações conseguidas
neste estudo serão analisadas em conjunto com as de outros funcionários, não sendo
divulgada qualquer informação que possa levar a sua identificação. O objetivo desta pesquisa
é avaliar a qualidade de vida segundo o questionário SF-36 nos funcionários da gerência de
assistência nutricional da FSCMP. Gostaríamos de deixar claro que a participação nesta
pesquisa não acarretará qualquer gasto financeiro com relação aos procedimentos. É garantido
aos funcionários, a liberdade de retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de
participar do estudo, sem necessidade de qualquer explicação. Você tem o direito de se
manter informado a respeito dos resultados parciais da pesquisa. As avaliações periódicas far-
se-ão necessárias sem algum desconforto. É importante afirmar que não haverá despesas
pessoais para o participante em qualquer fase do estudo. Esta pesquisa será realizada com
recursos próprios dos autores. Os resultados deste estudo serão mantidos em sigilo e serão
utilizados somente para esta pesquisa sendo divulgado em publicações científicas com a sua
autorização, assegurando o caráter confidencial dos dados e identificação dos participantes.
Caso você desejar, poderá tomar conhecimento dos resultados ao final desta pesquisa. Em
caso de dúvida, o senhor (a) poderá entrar em contato com as pesquisadoras, Íris Iana Botelho
Fernandes, Kaline Cajueiro de Vasconcelos e Leila Liani Lopes da Silva, pelos telefones:
81616727/ 88212168/ 81845866.
Consentimento Livre e Esclarecido
Declaro que li as informações acima sobre a pesquisa, que me sinto perfeitamente
esclarecido(a) sobre o conteúdo da mesma e concordo de livre e espontânea vontade em
participar como voluntário(a) do estudo “Análise da qualidade de vida segundo o questionário
SF-36 nos funcionários da Gerência de Assistência Nutricional (GAN) da Fundação Santa
Casa de Misericórdia do Para”.
Belém, ___/___/_____________________________________________
Assinatura do sujeito da pesquisa.
72

ANEXO B
Ficha de Identificação

NOME:___________________________________________________________________
IDADE:___________ SEXO: M( ) F( ) ESTADO CIVIL:________________
DATA DE NASCIMENTO____________________
TELEFONE:________________
ENDEREÇO:_____________________________________________________________
TEMPO DE SERVIÇO: _______________________ TURNO:__________________
FUNÇÃO:____________________________________ SETOR:___________________
ESCOLARIDADE:_____________________RENDA FAMILIAR:____________________
DOENÇA:_______________________________________________________________
73

ANEXO C

Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida SF-36


1 - Em geral você diria que sua saúde é:
Excelente Muito Boa Boa Ruim Muito Ruim
1 2 3 4 5

2 - Comparada há um ano atrás, como você se classificaria sua idade em geral, agora?
Muito Melhor Um Pouco Melhor Quase a Mesma Um Pouco Pior Muito Pior
1 2 3 4 5

3 - Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia
comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas atividades? Neste caso,
quando?
Não, não
Sim, dificulta Sim, dificulta
Atividades dificulta de
muito um pouco
modo algum
a) Atividades Rigorosas, que exigem
muito esforço, tais como correr,
1 2 3
levantar objetos pesados, participar em
esportes árduos.
b) Atividades moderadas, tais como
mover uma mesa, passar aspirador de 1 2 3
pó, jogar bola, varrer a casa.
c) Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3
d) Subir vários lances de escada 1 2 3
e) Subir um lance de escada 1 2 3
f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3
g) Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3
h) Andar vários quarteirões 1 2 3
i) Andar um quarteirão 1 2 3
j) Tomar banho ou vestir-se 1 2 3
74

4 - Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho
ou com alguma atividade regular, como conseqüência de sua saúde física?
Sim Não
a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu 1 2
trabalho ou a outras atividades?
b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2
c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras atividades. 1 2
d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex. 1 2
necessitou de um esforço extra).

5 - Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho
ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum problema emocional (como se
sentir deprimido ou ansioso)?
Sim Não
a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu 1 2
trabalho ou a outras atividades?
b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2
c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto cuidado 1 2
como geralmente faz.

6 - Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais
interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, amigos ou em grupo?

De forma nenhuma Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente


1 2 3 4 5

7 - Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?

Nenhuma Muito leve Leve Moderada Grave Muito grave


1 2 3 4 5 6
75

8 - Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho normal (incluindo
o trabalho dentro de casa)?

De maneira alguma Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente


1 2 3 4 5

9 - Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você
durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma resposta que mais se
aproxime de maneira como você se sente, em relação às últimas 4 semanas.

Uma
A maior Uma boa Alguma
Todo pequena
parte do parte do parte do Nunca
Tempo parte do
tempo tempo tempo
tempo
a) Quanto tempo você
tem se sentindo cheio de
1 2 3 4 5 6
vigor, de vontade, de
força?
b) Quanto tempo você
tem se sentido uma 1 2 3 4 5 6
pessoa muito nervosa?
c) Quanto tempo você
tem se sentido tão
1 2 3 4 5 6
deprimido que nada pode
anima-lo?
d) Quanto tempo você
tem se sentido calmo ou 1 2 3 4 5 6
tranqüilo?
e) Quanto tempo você
tem se sentido com 1 2 3 4 5 6
muita energia?
f) Quanto tempo você
1 2 3 4 5 6
tem se sentido
76

desanimado ou abatido?
g) Quanto tempo você
1 2 3 4 5 6
tem se sentido esgotado?
h) Quanto tempo você
tem se sentido uma 1 2 3 4 5 6
pessoa feliz?
i) Quanto tempo você
1 2 3 4 5 6
tem se sentido cansado?

10 - Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou problemas
emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc)?

Todo A maior parte do Alguma parte do Uma pequena Nenhuma parte


Tempo tempo tempo parte do tempo do tempo
1 2 3 4 5

11 - O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?


A maioria A maioria
Definitivament Definitiva-
das vezes Não sei das vezes
e verdadeiro mente falso
verdadeiro falso
a) Eu costumo obedecer
um pouco mais
1 2 3 4 5
facilmente que as outras
pessoas
b) Eu sou tão saudável
quanto qualquer pessoa 1 2 3 4 5
que eu conheço
c) Eu acho que a minha
1 2 3 4 5
saúde vai piorar
d) Minha saúde é
1 2 3 4 5
excelente
77

ANEXO D
População alvo do estudo

Nº IDADE SEXO TP Serviço PROFISSÃO


Questionário
1 29 F 3anos AAP
2 33 M 4anos AAP
3 34 M 1anos/1mes AAP
4 39 F 3anos AAP
5 34 F 4anos AAP
6 65 F 25anos AAP
7 39 F 4anos AAP
8 52 F 22anos AAP
9 41 M 5anos AAP
10 37 F 1ano/6meses AAP
11 25 F 1ano/6meses AAP
12 32 M 1ano/6meses AAP
13 29 M 1ano/6meses AAP
14 44 F 21anos AAP
15 26 F 4anos/6meses AAP
16 33 F 6anos AAP
17 51 F 27anos AAP
18 47 F 22anos AAP
19 29 M 4anos AAP
20 45 F 1ano/6meses AAP
21 34 M 1 ano AAP
22 43 F 4anos AAP
23 23 F 4meses AAP
24 33 M 4meses AAP
25 39 F 1ano AAP
26 62 F 21 anos AAP
27 43 M 23anos AAP
78

28 F NT
29 39 F 1ano/6meses AAP
30 30 F 1ano/5meses AAP
31 47 M 4meses AAP
32 19 M 4meses AAP
33 33 F 1ano/6meses AAP
34 39 F 1ano/5meses AAP
35 56 F 22anos AAP
36 F AAP
37 37 M 4anos/5meses AAP
38 39 F 1ano/8meses AAP
39 25 M 1ano/5meses AAP
40 35 M 2ano/8meses NT
41 34 F 30anos/8meses AAP
42 50 F 2ano/8meses AAP
43 68 F 19anos AAP
44 33 F 3anos/2meses NT
45 37 F 1ano/10meses AAP
46 36 M 4anos AAP
47 33 F 1anos/6meses AAP
48 30 F 4anos/6meses NT
49 35 F 1anos/8meses NT
50 39 M 4anos/5meses AAP
51 50 F 5anos AAP
52 53 F 1anos/6meses AAP
53 F NT
54 NT
55 31 F 1anos/6meses AAP
56 62 F 31anos AAP
57 31 F 2anos/9meses AAP
58 44 F 5anos AAP
59 42 F 1ano/4meses AAP
60 40 F 3anos AAP
79

61 40 M 4anos/6meses AAP
62 38 M 17anos AAP

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