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Todo mundo sabe que natureza humana existe! É como a


história do sapo e do escorpião, quando ele pica o sapo no meio
do rio e os dois vão se afogar, e ele diz: “Eu não posso fazer
nada, é da minha natureza…”

Para os bichos, todo mundo reconhece que eles têm natureza,


que têm instintos. Nas universidades, fala-se em “tábula rasa”
para os seres humanos. Para eles, o ser humano nascia como
uma folha em branco, e ele seria o que a “cultura” (os
conhecimentos transmitidos) escrevesse nele. Ninguém explica
de onde vem a tal da cultura, mas ela era a origem de todas as
malvadezas do ser humano: ganância, a trapaça, a inveja, o
ciúme, a cobiça, a traição, a exploração de um pelo outro e, é
claro, as desigualdades e o capitalismo. Mas as bondades
também. Rousseau acreditava que os silvícolas, vivendo alheios a
civilização, seriam a personificação do homem ideal: não
contaminados pela praga urbana dos maus sentimentos.

O que é natureza humana, afinal? Pense em um computador.


Quando você o compra, ele já vem com um monte de programas
instalados. Somos nós, quando nascemos. E isso é a natureza
humana. Depois você acrescenta outros que te interessam, que
ele só absorve porque já tinha aqueles programas do
nascedouro.

É bem verdade que nossa natureza foi capaz de produzir nossa


cultura, e foi a cultura, através de seus pensadores e líderes
(como Hammurabi, Aristóteles, Platão, Cristo, Kant, John Stuart e
outros), que gerou a ética, as leis de convivência que nos regem.
Ela não poderia sair diretamente do selvagem, de nossa
natureza, que de bondosa tem poucas coisas em suas raízes.
Darwin nunca falou em sobrevivência do mais forte. Ele disse
que os mais adaptados sobreviveriam. Foi assim que os
pequenos mamíferos sobreviveram a catástrofe que dizimou
fortíssimos e enormes dinossauros, pois precisavam de muito
menos alimentos. É por isso que nós, descendentes daqueles
bichinhos fracos, estamos aqui.

O filósofo Schopenhauer disse uma bela verdade: você pode


fazer o que quer. Mas você pode escolher o que quer?

Há algo direcionando os nossos desejos…

A física quântica devolveu nosso livre arbítrio e nossa liberdade


de escolha, mesmo que tenhamos um grau máximo de hábitos e
condicionamentos. Mesmo assim, podemos dizer não aos
hábitos e condicionamentos.

Abraços fraternos!!

Milton Moura

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