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- CAPA: Elefante
1) A criança no começo tem uma única palavra para designar todo o contexto relacional,
emocional, intersubjetivo e intrassubjetivo que ela experimenta (=holófrase)
2) Depois vem a formação de um primeiro binário, uma primeira oposição (ex: cachorro
auau, gato miau)
3) Dimensão do significante se coloca quando a criança consegue perceber que mais
além da oposição existe a contradição – faz hipóteses, inverte, subverte o uso das
palavras : aparece a possibilidade de negar os objetos, o que representamos sobre
eles, produzindo uma dupla negação = contradição
Exemplo do elefante e da girafa : porque que o elefante chama elefante e não girafa? Devido à
relação entre o significante e o significado ser arbitrária – não existe nexo natural, causal entre
a palavra e o conceito elefante
O valor do significante com o significado nas trocas entre os signos é que surge a significação e
que entramos não somente em um sistema de linguagem composto por signos divididos entre
significantes e significados, mas também na possibilidade da criação da significação e da
criação da verdade e da mentira no contexto da linguagem e das relações inter-humanas
- Resumo
- A resistência é uma propriedade do discurso e tem a ver com aquele a quem o discurso se
endereça (analista)
- PAGINA 209
- Existe um ponto no passado (eu ideal, imaginário : sua majestade o bebê, representante do
desejo materno) e um ponto no futuro ( ideal do eu, metas, escolhas).Esta mudança acontece
a partir da inscrição do sujeito na fala (fort da).
- Lacan: O futuro determina o passado, o acontecimento pode ressignificar algo que ocorreu
em um determinado momento.
Imagem real: Produzida pelo espelho côncavo. Imagem real que podemos ver fora do espelho
Imagem virtual: Produzida pelo espelho liso. A imagem está dentro do espelho
- “Ao passo que as partes da imagem real que nunca serão vistas, os lugares em que o
aparelho emperra, em que se bloqueia - não temos mais nenhuma razão para não empurrar
um pouco mais adiante a metáfora -, isso, é o inconsciente.”
O ICS para Lacan é o próprio discurso do Sujeito – coisas que não são vistas não são
significadas, são inconscientes.
(Para o Freud, o ICS está sempre no fundo, para Lacan o ICS está no discurso, para ele o ICS
não é um outro lugar, é sempre o mesmo lugar, o que muda é se ele consegue significar ou se
não consegue significar)
- O ICS não tem um locus, é o próprio discurso, o ICS é pulsante, ele pulsa, não está ali o tempo
todo, assim como o Sujeito que também pulsa, que é fruto de um acontecimento de linguagem
- PAG 211
- Linguística:
- “O analista se encontra no lugar da imagem virtual”: o analista na posição simbólica não deve
ter materialidade, ele não deve ser o outro semelhante ao eu, ele fala de um lugar simbólico. O
analista deve tentar metaforizar o campo de sofrimento do paciente à partir do lugar do
simbólico. O analista responde enquanto virtual, responde metaforicamente.
- “Eu me referi implicitamente ao ensino que lhes é dado, nos controles, segundo o qual a
análise é a análise das resistências, dos sistemas de defesa do eu” : Controles = Supervisão
(não existe em francês a terminologia supervisão)
- Confusão de línguas : Fereczi = relação do adulto com a criança, a língua da criança não é a
mesma do adulto e pode ser algo traumático para ela, o adulto traumatiza a criança ao trazer a
sua sexualidade em um momento em que a criança não tem ainda aparelho para isso
- Hartmann, Loewenstein e Kris: Psicanalistas importantes da época, Kris foi inclusive o analista
de Lacan. Houve um desentendimento de Lacan com eles quando eles foram para os EUA e
seguiram mais uma linha Behaviorista
- Psicanalise : mostrar para o Sujeito que o desejo é aparência de onipotência que o eu assume
- Mãe e bebê eram fusionados (idéia de completude), com a castração tanto o sujeito quanto o
grande Outro são castrados, resta algo então a ser preenchido: nasce então o ideal do Eu.
- “O narcisismo não é a relação do indivíduo biológico com seu objeto natural, que seria
enriquecida e diversamente complicada. Há um investimento especial narcísico. É um
investimento libidinal no que pode ser concebido de uma outra forma que não uma imagem
do ego.”
- O semelhante não é uno, o semelhante são todos aqueles que compõe meu universo, se no
instinto tudo isso está pronto, na pulsão tudo vem do outro. A pulsão vem do outro, a pulsão
não nasce em mim. Em Freud a pulsão é um conceito que tem a sua base estrutural no
orgânico e sua representação no psíquico. Para Lacan vem do outro (dos outros todos que
estão no campo humano).
- Confusão Eu / Outro
- Ilusão de completude
- O imaginário é caracterizado por uma relação dual : para que eu exista o outro não pode
existir