Fabiana Scarpa 2018
Medicina Laboratorial 2018
AULA 1 – Enzimas de Importância para Diagnóstico
Clínico: Uso de Marcadores
Sabemos que as enzimas são proteínas - em sua
maioria - que participam de reações do nosso
organismo. Muitas delas são utilizadas como
importantes marcadores em exames para auxiliar o
diagnóstico de diversas síndromes.
Esses exames são pedidos junto aos exames de
sangue, preferindo-se utilizar o plasma para que o
anticoagulante não interfira.
Isoenzima  catalisam a mesma reação, mas com
afinidade diferente pelo substrato.
1) FOSFATASE ALCALINA
 Atua em substâncias com fosfato esterificado,
em ph básico.
 Localizada na face externa da membrana
citoplasma, logo, alterações no ph pode fazer
com que seja extraída.
 Tem como função a absorção de cálcio,
vitamina D e lipídeos. Também está
relacionada a regeneração do tecido ósseo
(esta presente em osteoblastos)
 Nas grávidas, é produzida pela placenta.
 Usada apenas como marcadora para doenças
hepáticas e ósseas APESAR de estar presente
em todos os tecidos SO QUE COM ATIVIDADE
PEQUENA.
Fosfatase alcalina no tecido ósseo
Doença de Paget  de etiologia desconhecida, ocorre
um desequilíbrio entre a atividade osteoclástica e
osteoblástica, que resulta em um osso de aparência
ondulada com um reparo que evidencia deformidade
óssea. Osteoblasto tem atividade maior
Vale lembrar que o osteoclasto
produz fosfatase ácida enquanto o osteoblasto
produz fosfatase alcalina. Sendo assim, nessa doença,
há um aumento muito grande da fosfatase alcalina
(cerca de 10 vezes ou mais).
Raquitismo e Osteomalácia  doenças relacionadas
à deficiência de vitamina D responsável pela
mineralização óssea. Sendo assim, a deficiência na
absorção de cálcio leva à liberação de PTH que age
no tecido ósseo estimulando os osteoclastos e nos
rins, estimulando a absorção de cálcio e excreção de
fosfato. Além disso, também estimula a hidroxilação
da vit D nos rins (1-a-hidroxilase) possibilitando sua
ligação ao cálcio.
É comum o desenvolvimento de
hiperparatireoidismo.
Ocorre um leve aumento na fosfatase alcalina
(cerca de 2 a 3 vezes) já que o cálcio faz o feedback
negativo; Logo, vai ter: fosfatase moderadamente
aumentada, cálcio dentro do valor e fosfato alto na
urina.
Osteoporose  leva à perda de tecido ósseo, mas a
fosfatase alcalina é pouco atingida porque se perde
cálcio.
Fratura: fosfatase alcalina alta. OBS: em uma criança o
valor e diferente de um adulto porque a criança esta
em crescimento.
OBS: mulher gravida no 3 trimestre aumenta fosfatase
alcalina: isoenzima – enzima que catalisa a mesma
reação mas tem km diferente. Existe fosfatase alcalina
placentária, como existe também a instestinal,
consegue-se separar pela técnica eletroforese.
Fosfatase alcalina e tecido hepático
Nos casos de refluxo ou estase de bile, a fosfatase
alcalina é retirada dos ductos biliares, o que a torna
mais concentrada na bile. A obstrução do ducto
colédoco pela cabeça do pâncreas (ex: câncer)
comprime não apenas esse como o ducto pancreático,
acarretando o refluxo que leva ao mesmo quadro
citado acima. A fosfatase alcalina vai estar aumentada
porque ela e drenada nessa região. No calculo a
fosfatase alcalina vai estar ainda mais aumentada.
Nas hepatomegalias, o fígado comprime os vasos,
causando estase da bile (colestase) e aumento da
fosfatase alcalina.
•Problemas extrahepáticos: aumento maior da
fosfatase alcalina, já que a enzima se localiza em
maior quantidade fora do órgão.
•Problemas intrahepáticos: aumento menor da
fosfatase alcalina, já que a enzima se localiza em
menor quantidade dentro do órgão.
PS: Nos adolescentes, a fosfatase alcalina é muito
elevada, pois ela está presente no grande crescimento
do tecido ósseo. Já em adultos, os níveis são mais
baixos. Por isso, os índices de referência para cada
faixa etária variam.
2) FOSFATASE ÁCIDA

 Tem a mesma função da fosfatase alcalina,
porém atua em ph ácido.
 Fica localizada nos lisossomas diferentemente
da outra que esta presente na membrana
plasmática.
 Muito presente nos osteoclastos e eritrócitos.
Outra parte presente no tecido prostático.
Tem a fosfatase acida prostática (consegue-se
fracionar).
 A fosfatase ácida, primeiro marcador
utilizado em câncer de próstata, tem
utilidade limitada, pois mesmo após a
remoção cirúrgica da próstata, níveis séricos
do marcador podem ser detectados, e uma
série de neoplasias, além de doenças renais,
ósseas e esqueléticas, pode alterá-los.
 Valores anormais da PAP (fosfatase ácida
prostática) e valores na metade superior da
faixa normal sugerem acometimento ósseo
em mais de 80% dos casos; no entanto, níveis
normais não significam ausência de doença
extra-prostática.
3) PSA (antígeno prostático específico)
 É uma serinoprotease que age destruindo
coágulo na ejaculação, propiciando que o
espermatozóide atinja seu alvo.
 É utilizado como marcador para doenças de
próstata, por meio de exame de dosagem,
principalmente em homens acima dos 50
anos, já que com o tempo ocorre uma
hiperplasia prostática que acarreta o aumento
da probabilidade de neoplasias.
Dosar em homens > 50 anos sem historia familiar de
câncer e dosar em homens > 45 anos com história
familiar.
4 ng/ml – normal
4 – 10 ng/ml – fase cinzenta (incerta) faz biopsia
>10 ng/ml – alta possibilidade de neoplasia
 Relação PSA livre/PSA total > 15 indica HPB
Relação PSA livre/PSA total < 15 é indicada
biopsia pois há grande chance de ser
neoplasia.
Se tem PSA por 1,5 não há necessidade de
dosar livre: aumento falso positivo. So pede
PSA livre e total de 4 a 10.
 O acompanhamento da dosagem do PSA ao
longo de um ano também pode ser parâmetro
para avaliar a possibilidade de doença
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maligna. se cresce tem grande possibilidade.
Tem que esperar no mínimo 3 dias para fazer
exame sexo anal, andar de moto, usar
supositório, supositório: esperar 1 mês.
 A dosagem de PSA também é utilizada no
prognóstico do paciente. Após 8 semanas da
prostectomia radical, se o resultado for PSA >
1 ng/ml há grande chance de já ter ocorrido
metástase. A metástase vai para tecido ósseo.
Se fosfatase alcalina estiver elevada e PSA alto
significa metástase. Pode-se fazer uma
cintilografia para avaliar.
PS: Se fosfatase ácida E PSA estão aumentados, o
prognóstico é pior e a probabilidade de que as células
neoplásicas tenham migrado é maior (cerca de 60%).
Hoje fosfatase acida e importante principalmente em
fases mais avançadas. Isso em paciente que fez
biopsia.
Se não for indicado fazer prostectomia faz radiação do
inidividuo: nisso o PSA também e importante: se o
tumor e sensível ou não a radição para não ficar
irradiando sem responder. Quando esta fazendo
tratamento dosa PSA para ver se esta caindo.
4) TRANSAMINASES
 Atuam nas reações entre aminoácidos que
reagem com cetoácidos, produzindo novos
aminoácidos e cetoácidos, como em uma
troca.
4.1) ALT = TGP - alanina aminotransferase
 Citoplasmática
 Não exclusiva do fígado apesar de ser um
marcador de lesão hepática. Coração te, ALT
que veio do figado e insuficiência cardíaca a
TGP pode estar aumentada.
4.2) AST = TGO - aspartato aminotransferase;
 60% mitocondrial e 40% citoplasmática.
 É marcadora de lesão de músculo estriado
esquelético ou cardíaco, mas existe também
no tecido hepático. Se so houver AST
aumentada problema no musculo onde tem
mais e no coração, depois figado e depois ME
e por ultimo rins.
 Em caso de lesão hepática, os aumentos das
ALT e AST ocorrem ANTES do aparecimento
até mesmo da icterícia, e se comportam de
forma diferente de acordo com as fases
aguda e crônica. A GRANDE MAIORIA DAS
VIRAIS NÃO DA ICTERICIA

Fase aguda TGP > TGO – ALT>AST
Fase crônica TGO > TGP AST>ALT – fase crônica das
hepatites, cirrose, neoplasia...
AST não e mais utilizado para infarto.
O aumento de TGP prolongado por mais de 6 meses
indica cronificação da hepatite (B,C,D).
 No caso de cirrose, TGO > TGP
 Hepatite por droga aumenta as
transaminases em cerca de 85x o valor
normal. Já as virais aumentam entra 10 e 50
vezes. Tylenol muito importante.
 O decréscimo repentino no valor das
transaminases com piora do quadro é
indicativo de hepatite fulminante.
5) GAMA-GT
 Encontra-se na membrana externa da
membrana citoplasmática de células
hepáticas, renais (TCP) e intestinos. Onde tem
mais: túbulo contorcido proximal.
 Tem por função reabsorver proteínas
pequenas e aminoácido
 Não é utilizada para marcadora de lesão
renal, mas sim, nas coletase. Elevada tanto
na intra quanto na extrahepática (mais
elevada).
 Sua vantagem em relação à fosfatase alcalina
é que não dá pra confundir com outros
tecidos, como ação em tecido ósseo.
 É induzida pelo álcool. Usada para fazer
distinção entre os alcoólatras com maior e
menor possibilidade de fazer cirrose. Se a
gama GT do alcoólatra permanecer alta
mesmo depois de semanas de abstinência, há
alto risco de fazer cirrose
 É altamente induzida por fármacos (fenotoína
e fenobarbitol) e podendo ser usada para
saber se é viável aumentar a dose de certo
medicamento (ex: fenobarbital para epilepsia)
e para avaliar se esta ocorrendo intoxicação
por tais fármacos.
 Há anticoncepcionais que induzem gamagt.
 Neoplasias hepáticas primarias da gamagt
muito elevada.
6) COLINESTERASE
 Relacionada a intoxicação hepática, por
exemplo, por organosfosforados.
 Seu nível baixo indica disfunção hepática na
produção proteica, podendo haver
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hemorragia uma vez que as proteínas de
coagulação estão baixas.
 Tem o mesmo sentido do TAP em relação à
síntese proteica.
7) ALDOLASE
 Um de seus tipos participa da glicólise
 Seus níveis alterados indicam lesão muscular
estriada esquelética
8) CPK – creatina fosfoquinase
 Participa da reação entre creatina e ATP
 Também relacionada à lesão muscular e IAM.
9) LDH – Lactato desidrogenase
Glicolise em via anaeróbia tem grande
quantidade de LDH. L1 e L2 aumentam
problemas cardíacos, hemácia e rins. L3
problema de pulmão. L4 e L5: musculo
esquelético e figado.
 Relacionado ao IAM
 Também utilizado no acompanhamento de
pacientes com anemia já que estão presentes
em grande quantidade dentro das hemácias,
logo, quando estas hemolisam, liberam LDH.
 Também utilizado em neoplasias como
leucemia e doença de Hodgkin. O LDH 5
(aumentada nas neoplasias) está presente nas
células tronco indiferenciadas. Quando a
célula já é designada a um tipo, seu padrão
metabólico muda e passa a produzir mais LDH
1. Relação a pacientes com neoplasias
germinativa e de medula.
10) AMILASE e LIPASE
 Dosadas em pacientes no pronto socorro com
dor abdominal em barra.
 Se for pancreatite, ambas aumentam logo no
início da dor abdominal, porém, a amilase
permanece menos tempo no organismo. Ela
tem um pico em 2/3hrs mas em 3 dias volta
ao normal. O pico da lipase é igual, porém
demora 10-14 dias para voltar. Logo, é
possível ser pancreatite sem alteração da
amilase. Então, se somente a amilase está
alterada, mas a lipase não, não se pensa em
pancreatite.
 Amilase também pode estar aumentada na
gravidez ectópica e úlcera péptica.