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Documento Científico
Departamento Científico de Hepatologia
Tabela 1. Valores de referência para a 7 meses de idade. No fígado, está ligada à membrana sinu-
fosfa- soidal canalicular dos hepatócitos. Sua
tase alcalina. Um aumento gradual ocorre nas meni-
atividade é paralela a da FA, o que é
nas até os 10 anos e nos meninos du-
Idade Sexo U/L provavelmente um reflexo de sua locali-
rante a adolescência (Tabela 2).
Masculino e zação semelhante no hepatócito.
0 - 14 dias 63-251
feminino Níveis elevados de GGT sérica foram
Masculino e
Tal como a GGT, seu valor clínico está
15 dias - < 1 ano 102-464 relatados em uma ampla variedade de
feminino em sua capacidade de determinar a
condições clínicas, incluindo doença
Masculino e origem da FA sérica elevada.
1 - 9 anos 121-334 pancreática, infarto do miocárdio,
feminino
insufi- ciência renal, doença pulmonar
10 - 12 anos
Masculino e
108-414 obstruti- va crônica, diabetes mellitus e Desidrogenase láctica
feminino
alcoolis- mo. Valores elevados de GGT A desidrogenase láctica (LDH) é uma
Masculino 109-449
13 - 14 anos sérico também são encontrados em enzima citoplasmática presente nos
Feminino 52-243 pacientes que tomam medicamentos tecidos de todo o corpo. Cinco formas
Masculino 77-317 como fenitoí- na e barbitúricos, e nos isoenzimáticas de LDH estão presentes
15 - 16 anos
Feminino 46-110 que recebem nutrição parenteral. no soro e podem ser incluídas por vá-
Masculino 50-142 rias técnicas eletroforéticas. A banda de
17 - 19 anos É particularmente útil em crianças para
Feminino 41-82 estabelecer a probabilidade de doença migração mais lenta predomina no fíga-
Fonte: Estey MP et al.5
biliar, já que a FA não é um indicador do.
confiável. Elevações muito acentuadas Este teste não é tão sensível quanto as
O método mais preciso para determinar de GGT podem ser encontradas em aminotransferases séricas na doença
a fonte de FA é fracionar as isoenzimas doenças obstrutivas do trato biliar, co- hepática e tem baixa especificidade di-
por eletroforese; entretanto, isso não é mo na atresia de vias biliares, no cisto agnóstica. É mais útil como marcador de
amplamente disponível na maioria dos de colédoco, na colestase intra-hepática hemólise. Encontra-se elevada em casos
laboratórios. Na prática, uma fonte he- (síndrome de Alagille), na deficiência de hepatite isquêmica e, quando acom-
pática geralmente é confirmada pela de alfa-1-antitripsina e colangite panhada de elevação de FA, sugere
elevação simultânea de outras medidas esclero- sante. infil- tração maligna do fígado.
de colestase como, por exemplo, GGT. Tabela 2. Valores de referência para ga-
maglutamiltransferase TESTES DE METABOLISMO HEPÁTICO
O principal valor da FA sérica no diag-
nóstico de doenças hepáticas está no Idade Sexo U/L
Aumentos da BI podem ser decorrentes plasmática, sendo responsável por 80% dor sensível nas doenças hepáticas crô-
do aumento de sua produção, diminui- da pressão osmótica do plasma. Devido nicas, pois mesmo em casos de cirrose
ção da sua captação e/ou conjugação a sua meia-vida longa, de cerca de 21 severa, os níveis podem ser normais ou
pelo hepatócito, enquanto que aumentos dias, seus níveis podem não ser afeta- discretamente alargados.
da BD são geralmente devido a disfun- dos nas doenças agudas hepáticas, co-
A deficiência de vitamina K também
ção hepatocelular ou biliar. mo hepatite viral ou insuficiência
cau- sa prolongamento no TP, podendo
hepáti- ca de qualquer etiologia. Na
No período neonatal, pode haver aumen- ser decorrente de desnutrição, má
cirrose ou doença hepática crônica, a
to fisiológico da BI. Entretanto, absorção e colestase grave com
albumina sérica baixa pode ser um sinal
recomen- da-se dosar as bilirrubinas incapacidade de absorver vitaminas
de doen- ça hepática avançada.
totais e fra- ções em todas as crianças lipossolúveis. A ad- ministração de
que perma- necem ictéricas após a No entanto, a albumina sérica baixa não vitamina K pode ajudar a distinguir a
segunda semana de vida. é específica para doença hepática e po- deficiência de vitamina K da disfunção
de ocorrer em outras condições, como dos hepatócitos, pois a repo- sição
De modo diferente da hiperbilirrubine- desnutrição, infecções, síndrome nefró- resulta na correção do PT no caso da
mia indireta, que pode ser fisiológica, a tica ou enteropatia perdedora de proteí- deficiência de vitamina K, mas não na
elevação da BD correlaciona-se sempre na. disfunção hepática.
com estados patológicos e traduz a di-
minuição da secreção biliar por doença As concentrações séricas normais de Os valores normais do PT estão entre
hepatocelular ou biliar, ou seja, coles- albumina encontram-se entre 3,5 g/dL e 11,1 e 13,2 segundos e são comparados
tase. 5,0 g/dL. a plasma controle, analisando-se o tem-
po de atraso em relação ao controle ou
Todo recém-nascido ou lactente que
Tempo de protrombina através do RNI, que normalmente en-
apresente BD > 1,0 mg/d Lmerece in-
contra-se entre 0,9 e 1,1.
vestigação diagnóstica. Este é um qua- O PT e o RNI (relação normatizada
dro que representa uma urgência e deve inter- nacional) medem a atividade dos
ser identificado precocemente pelo pedi- fatores de coagulação I, II, V, VII e X,
atra. que são todos sintetizados no fígado e
depen- dentes da vitamina K para
A concentração normal de bilirrubina
síntese. Os fatores de coagulação tem
sérica total é menor que 1 mg/dL. A
meia-vida muito mais curta do que a
fração direta corresponde até 30% do
albumina. Por isso, o PT/RNI é a melhor
total, ou, 0,3 mg/dL.
medida da função sintética do fígado em
quadros agudos. Prolongamento do TP
TESTES DE FUNÇÃO SINTÉTICA
de mais de 5 segundos acima do valor
DO FÍ- GADO
de con- trole (RNI > 1,5) é sinal de mau
prog- nóstico da doença hepática e um
Albumina fator importante para definir prioridade
A albumina é a mais abundante proteína do transplante hepático. Não é um
indica-
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