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Patologia

Clínica
Grupo 4B
Monielle Santos
Vinícius Huto
Vinícius Carvalho
Vítor Batista
Willian Mendes
Yonara Alves
Roteiro

01 Prevalência

02 Função hepática

03 Exame parasitológico de fezes


Prevalência
01
Prevalência
Prevalência refere-se ao número de casos (novos e velhos) encontrados em uma
população definida em um determinado ponto no tempo.

● A taxa de prevalência é uma medida útil para condições cujo início é insidioso,
gradual, como o diabetes ou artrite reumatoide.
Prevalência
Alguns fatores podem influenciar negativamente ou positivamente a prevalência, são
eles:
Prevalência X Incidência
Incidência indica o número de casos novos ocorridos em um certo período de tempo
em uma população específica.

A relação entre incidência e prevalência varia entre as doenças. Uma mesma doença
pode apresentar baixa incidência e alta prevalência – como no diabetes – ou alta
incidência e baixa prevalência – como no resfriado comum.
Função
Hepática
02
Função Hepática
Os testes utilizados para investigação das doenças hepáticas visam avaliar as
múltiplas funções exercidas pelo fígado

Podem ser agrupados de acordo com a disfunção hepática por eles detectada:
● Lesão hepatocelular
● Disfunção de síntese hepática
● Disfunção de excreção e desintoxicação do fígado
Testes para avaliação de lesão hepatocelular
Aminotransferases

● São enzimas que catalisam a transferência de grupo alfa-amino de um


aminoácido para alfa-cetoácido.
● Sua elevação sérica é um indicador sensível de necrose ou lesão do hepatócito.
● Não são exclusivas do fígado, podendo estar presentes no miocárdio,
musculatura estriada esquelética, rins, pâncreas, sistema nervoso central e
hemácias.
Testes para avaliação de lesão hepatocelular
Aspartato aminotransferase (AST = TGO)

● Nos hepatócitos, 70% da AST são originadas do citoplasma e 30% das


mitocôndrias.
● Está presente em outros tecidos, como músculos cardíacos e esqueléticos, rins,
pâncreas e hemácias.
● Meia-vida curta (17h)

● VR:
Criança: até 38 U/L
Masculino: até 38 U/L
Feminino: até 32 U/L
Testes para avaliação de lesão hepatocelular
Alanina aminotransferase (ALT = TGP)

● Mais específica para agressão hepática em relação ao AST


● Meia-vida mais longa (47h)
● Muito elevada nas hepatites agudas.
● Moderadamente elevada na colestase e em processos hepáticos crônicos.

● VR:
Criança: até 32 U/L
Masculino: até 42 U/L
Feminino: até 31 U/L
Testes para avaliação de lesão hepatocelular
Aminotransferases

● Causas de aumento: hemólise, exercício físico intenso antes da coleta, uso de


fármacos hepatotóxicos como Azitromicina e fluoroquinolonas.

● Causas de diminuição: uso de vitamina C, formaldeído, leucina, metronidazol,


entre outras.
Testes para avaliação de lesão hepatocelular
Razão de Ritis (AST/ALT)

● Em lesões agudas (hepatite viral, tóxica, medicamentosa), há aumento da


permeabilidade dos hepatócitos ou necrose celular, com predomínio de ALT
em relação ao AST.

● Em lesões crônicas (hepatite alcoólica, cirrose hepática) há lesão mitocondrial


e da membrana celular. Verifica-se predomínio de AST em relação ao ALT.
Testes para avaliação de lesão hepatocelular
Desidrogenase lática ou lactato desidrogenase (LDH ou LD)

● É uma enzima que participa da gliconeogênese e da síntese de glicogênio a


partir do lactato.
● Não é exclusiva do fígado.
● Praticamente todos os órgãos apresentam essa enzima.
● Seu valor total deriva da combinação de 5 isoenzimas: LD1, LD2, LD3, LD4,
LD5
Testes para avaliação de lesão hepatocelular
Desidrogenase lática ou lactato desidrogenase (LDH ou LD)
Testes para avaliação de lesão hepatocelular
Desidrogenase lática ou lactato desidrogenase (LDH ou LD)

● Causas de aumento: hemólise, exercício físico intenso antes da coleta,


linfomas, leucemias, hipóxia, doenças respiratórias, infarto agudo do
miocárdio, anemia hemolítica, etilismo, uso de amiodarona, esteróides,
anabolizantes, gentamicina, nitrofurantoína, metotrexato, ácido valpróico.

● Causas de diminuição: uso de anticonvulsivantes e oxalatos.


Testes para avaliação da disfunção de síntese hepática
Dosagem de proteínas séricas

● Os hepatócitos são os principais produtores de proteínas no organismo,


principalmente da albumina.

● Dessa forma, os valores de proteína sérica total e suas frações (albumina e


globulinas) podem ser usados para avaliar a disfunção da síntese hepática.

● Proteína total do soro = albumina + globulinas


Valor de referência: 6,1-7,9 mg/dL
Testes para avaliação da disfunção de síntese hepática
Dosagem de proteínas séricas

● Albumina

● É a proteína sanguínea mais abundante, correspondendo a 2/3 das proteínas


totais.
● Alterações em seus valores estão relacionadas às disfunções de síntese dos
hepatócitos.
● É pouco sensível para doenças agudas, mas a hipoalbuminemia é
frequentemente associada às doenças crônicas do fígado.

Valor de referência: 3,5-4,8 g/dL


Testes para avaliação da disfunção de síntese hepática
Dosagem de proteínas séricas

● Albumina

● Principais causas de aumento: desidratação, iatrogenia (reposição EV


exagerada de albumina)
● Principais causas de diminuição: diminuição da produção (hepatopatias
crônicas, etilismo, uso de fármacos hepatotóxicos); aumento da perda
(síndrome nefrótica, doenças gastrointestinais); hemólise, uremia e gravidez
Testes para avaliação da disfunção de síntese hepática
Dosagem de proteínas séricas

● Globulinas

● Correspondem à soma das proteínas séricas: gamaglobulinas, globulinas alfa e


beta
● As gamaglobulinas (imunoglobulinas) são sintetizadas pelos linfócitos B, e as
globulinas alfa e beta pelo hepatócito.
● Estão aumentadas em várias hepatopatias como resposta ao processo reacional
inflamatório ou à disfunção de produção hepática.
● As causas de diminuição são as mesmas que levam à hipoalbuminemia
Testes para avaliação da disfunção de síntese hepática

Dosagem de proteínas séricas

Fatores de coagulação – tempo de protrombina (TP)

● O tempo de protrombina depende dos fatores I, II, V, VII e X, que são


sintetizados no fígado.
● É um dos parâmetros utilizados para investigação das hepatopatias com
disfunção de síntese do hepatócito
● A síntese dos fatores de coagulação (exceto o I – fibrinogênio) depende da
viabilidade do hepatócito e da disponibilidade da vitamina K, por isso são
chamados de “fatores dependentes da vitamina K”.
Testes para avaliação da disfunção de síntese hepática
Dosagem de proteínas séricas

Fatores de coagulação – tempo de protrombina (TP)

● A vitamina K é lipossolúvel. Normalmente é absorvida por ação da bile.


● A redução de seus níveis pode alargar o tempo de protrombina.

● Para diferenciar se o alargamento do TP é de causa biliar ou por lesão


hepatocelular, administra-se a vitamina K injetável e repete-se o TP após 24 e
48 horas. Se o TP permanecer aumentado, suspeita-se de disfunção do
hepatócito.
Testes para avaliação da disfunção da excreção hepática
Dosagem das bilirrubinas séricas - total e frações

● Interrupção do fluxo da bile nas vias biliares, intra ou extrahepática, gera


aumento sérico da bilirrubina conjugada.
● Lesão do hepatócito dificulta ou impede a captação e a conjugação da
bilirrubina não conjugada
Testes para avaliação da disfunção da excreção hepática
Dosagem das bilirrubinas séricas

● Causas de aumento: jejum prolongado, tempo prolongado de garroteamento


(aumento de BT), hemólise, exercício físico intenso antes da coleta, anemias
hemolíticas, transfusões sanguíneas, hematomas, cirurgias prévias (hemólise),
uso de medicamentos (alopurinol, esteroides anabolizantes, vitaminas A e C,
colinérgicos, codeína, morfina, diuréticos, epinefrina, metotrexate, metildopa,
rifampicina e salicilatos).
● Causas de diminuição: armazenamento inadequado por exposição à luz solar
ou artificial (foto-oxidação da bilirrubina).
Enzimas indicadoras de colestase
Fosfatase alcalina (FA)

● Na colestase sua produção é aumentada em decorrência da elevação da pressão


intracanalicular, bem como por regurgitamento para o sangue
● Encontra-se muito elevada nos tumores hepáticos, nas metástases hepáticas,
granulomas, nódulos e cistos hepáticos.
● Valores de referência: Em crianças, a atividade sérica da FA é 2 a 3X maior
do que em adultos, sendo também elevada na puberdade (contribuição da
fração óssea).
● Após a puberdade, a FA sérica é, em sua maioria, de origem hepática.
Enzimas indicadoras de colestase
Fosfatase alcalina (FA)
Enzimas indicadoras de colestase

Fosfatase alcalina (FA)

● Causas de aumento: amostra estocada inadequadamente sob temperatura


ambiente, drogas hepatotóxicas, estirão de crescimento, doenças ósseas,
terceiro trimestre da gravidez

● Causas de diminuição: hipotireoidismo, escorbuto, deficiência de vit. B12,


deficiência nutricional, uso de estrógeno, anticoncepcional oral.
Enzimas indicadoras de colestase
Gamaglutamil transferase (GGT)

● Além do fígado, também pode se originar em outros órgãos do trato


gastrintestinal, nos rins e no tecido prostático.
● Assim como a FA, é utilizada como indicador de colestase, mas não se altera
em doenças ósseas e na gravidez.

● FA elevada + GGT normal = causa extra-hepática do aumento da FA

● Colestases intra ou extra-hepática → GGT aumenta 5 a 30X o limite superior


do VR.

● O álcool induz aumento da síntese de GGT no fígado, por isso é utilizada no


monitoramento de pacientes com abuso de ingestão de álcool.
Enzimas indicadoras de colestase
Gamaglutamil transferase (GGT)
Os testes permitem a identificação do padrão predominante da lesão hepática.

Padrão hepatocelular:

● Hepatites virais, hepatite alcoólica, hepatite autoimune, hepatites tóxicas,


hepatite crônica e cirrose
● Mais sensíveis: AST e ALT
● Lesões agudas: predomínio da ALT
● Lesões crônicas: predomínio da AST

Padrão colestático:

● Elevação expressiva de FA e GGT


● Elevação moderada de AST e ALT (2-4x)
● Elevação da bilirrubina total com predomínio da BD
Padrão misto:

● Ocorrência simultânea de lesão hepatocelular e colestase


● Elevação de FA, GGT e bilirrubinas
● Hepatites virais com padrão colestático e hepatite por drogas
03
EXAME
PARASITOLÓGICO
DE FEZES (EPF)
Objetivo
Encontrar vermes que são eliminados junto às fezes, para diagnosticar uma parasitose
intestinal.

O exame MACROSCÓPICO consegue perceber a consistência das fezes, o odor das fezes, a
presença de elementos anormais, como sangue, muco e vermes.

O exame MICROSCÓPICO consegue visualizar ovos e larvas de helmintos, e cistos,


trofozoítos ou oocistos de protozoários.

O microscópico é dividido em quantitativo e qualitativo.


QUANTITATIVO
Consegue avaliar a quantidade de larvas, ovos, cistos ou trofozoítas, conseguindo
definir a carga parasitária do paciente. Os métodos mais usados são Stoll-Hausheer
e Kato-Katz, sendo o último o mais utilizado.

*Nas mesmas condições de turbidez,


diluentes de índices de refração mais
elevados aumentam a densidade de
amostra analisável por esfregaço.
QUALITATIVO
Consegue demonstrar a presença de formas parasitárias, sem quantificá-las.

Sedimentação espontânea: método de Hoffman, Pons e Janer (HPJ), também conhecido de


método de Lutz. Permite o encontro de ovos e larvas de helmintos e de cistos de protozoários.

Sedimentação por centrifugação: método de Blagg (MIFC), método de Ritchie, Coprostest.


Usados para pesquisar ovos e larvas de helmintos e cistos e alguns oocistos de protozoários.

Flutuação espontânea: método de Willis. Indicado para pesquisa de ovos leves (principalmente
ancilostomídeos).

Centrífugo-flutuação: Método de Faust. Usados para pesquisar cistos e alguns oocistos de


protozoários, permitindo, também, o encontro de ovos leves.

Concentração de larvas de helmintos por migração ativa, devido ao hidrotropismo


e termotropismo positivos: método de Baermann-Moraes e método de Rugai. Indicado para
pesquisa de larvas de Strongyloides stercoralis.
Escolha dos
métodos Um método será usado na rotina do EPF
quando, além de permitir o diagnóstico
Alguns métodos são mais gerais, de vários parasitas intestinais, é também
conseguindo perceber vários tipos de fácil execução e pouco dispendioso.
de parasitas intestinais e outros são
mais específicos.
Os métodos mais gerais, são:
Hoffman, Pons e Janer e os Para obter mais qualidade do EPF é preciso entender
métodos de centrifugação que:
1) algumas espécies de parasitos só são evidenciados
por técnicas específicas;
2) um exame isolado onde o resultado é negativo, não
deve ser conclusivo, sendo recomendável repetir com
outra amostra;
3) a produção de cistos, ovos ou larvas não é uniforme
ao longo do dia ou do ciclo parasitário.
Coleta e conservação das fezes ● Quando não há possibilidade de
remeter as fezes frescas ao
● A coleta, armazenamento e conservação das laboratório ou então examiná-las
fezes são de fundamental importância para a logo que cheguem, deve-se manter
qualidade do EPF. as fezes em temperaturas baixas
● A identificação deve ter nome, idade, data e, se (5-10ºC)
possível, horário em que foi colhido. ● Por outro lado, as fezes poderão,
● O ideal para o EPF solicitado pela clínica também, ser mantidos em
médica é que seja feita a coleta de amostras conservadores, permitindo que o
múltiplas. O mais recomendado é a coleta de 3 exame seja realizado até semanas
amostras em dias alternados. após a coleta. O ideal é que as fezes
sejam colocadas no conservador logo
após a coleta.
Qualquer que seja o conservador, ele deve ser usado na proporção 3 parte
destes para 1 parte de fezes. Os mais empregados são:
● Formol 10%
● MIF: é a sigla cujas iniciais significam Mertiolato (ou Mercurocromo),
Iodo e Formol.
● SAF
COLORAÇÕES
Após a execução do método de concentração, algumas formas parasitárias
precisam ser coradas → melhor exame da morfologia.
Referências
1. Erichsen ES, Viana LG, Faria RMD, Santos SME. Medicina Laboratorial para o Clínico. 1. ed. COOPMED, 2009.
2. Laboratório Hermes Pardini. Como interpretar exames laboratoriais, 2020.
3. Neves DP. Parasitologia Humana. 11ª ed, São Paulo, Atheneu, 2005
4. Milton de Arruda Martins, et al. Clínica Médica. Vol. 4 – USP. 2 ed. Barueri: Manole, 2016.
5. Ricardo M. Xavier. Laboratório na prática clínica. 2 ed, 2011
6. R. Bonita. Epidemiologia básica - 2.ed, 2010
7. Elainne Christine Gomes. Conceitos e ferramentas da epidemiologia Ed. Universitária da UFPE, 2015.
8. Neves DP. Parasitologia Humana. 11ª ed, São Paulo, Atheneu, 2005
9. Friedman LS. Approach to the patient with abnormal liver biochemical and function tests. 2020
10. Hall JE. Tratado de Fisiologia Médica.
11. Stevens T, Conwell DL. Exocrine pancreatic insufficiency. 2020
12. Vege SS. Clinical manifestations and diagnosis of acute pancreatitis. 2019
13. Testes da capacidade biossintética do fígado - UpToDate, 2022
Obrigado!
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