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ESTADO E ESTRUTURAS DE PODER EM GUARAPUAVA – PARANÁ

Solange Cristina R. Fiuza1


Evaristo Emigdio Colmán Duarte2

RESUMO: O poder tradicional fundamenta-se na continuidade das estruturas de poder ao longo dos
processos de mudanças políticas. No Brasil, uma corrente de autores vem analisando esses processos e tem
revelado que o Estado é sempre o Estado da classe mais poderosa, da classe economicamente dominante e
assim, está a serviço dos interesses desta classe. A constituição do Estado brasileiro historicamente vem se
configurando como um espaço de reprodução de poder favorecendo os interesses dos donos do poder. No
município de Guarapuava-Pr as estruturas de poder político apresentam elementos concretos de poder
tradicional, nas últimas décadas, os ocupantes de cargos públicos eletivos, são filhos ou parentes dos antigos
governantes e oriundos de famílias que detém o poder econômico na região. No contexto atual do município,
três famílias ocupam lugar de destaque na reprodução do poder político, sendo elas: família Silvestri, família
Ribas Carli e família Mattos Leão. Destaca-se ainda, que nesse espaço, o conservadorismo é utilizado como
uma forma de proteção, em particular no que se refere à aceitação de novos grupos no cenário político.
Partindo da análise de Ricardo Costa de Oliveira, que afirma que estudar as estruturas de poder e suas
expressões na vida social é, primeiramente, compreender que elas são construídas historicamente, não se
constituem em uma abstração, mas se materializam em situações objetivas de posse e riqueza e se
reproduzem por meio de redes de parentesco, sociais e políticas, o texto, busca apresentar alguns elementos
constitutivos das estruturas de poder de Guarapuava, principalmente pela via das redes de parentesco. Tendo
como base que ações sociais e econômicas dessas estruturas de dominação tradicional estão fundamentadas
nos fluxos de informações e privilégios essenciais para a reprodução do poder político pelos mesmos grupos
dominantes.

Palavras-Chave: Estado, Poder Local, Guarapuava.

INTRODUÇÃO

Partimos do pressuposto de que estudar as estruturas de poder local e suas expressões na


vida social é, primeiramente, compreender que elas são construídas historicamente, não se
constituem em uma abstração, mas se materializam em situações objetivas de posse e riqueza e se
reproduzem por meio de redes de parentesco, sociais e políticas (OLIVEIRA, 2007).

Estudos têm revelado que em Guarapuava, o sistema de dominação política as estruturas de


poder têm apresenta elementos concretos de poder tradicional se materializando historicamente na
cidade através da perpetuação de grupos familiares poder no comando, sendo que mais

1
Pós-Graduanda do Doutorado em Serviço Social e Política Social da Universidade Estadual de Londrina – PR..
Docente do Departamento de Serviço Social da Universidade Estadual do Centro Oeste – PR.
2
Professor do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Política Social da Universidade Estadual de Londrina–
PR.
recentemente, isto ocorreu até mesmo pela passagem do poder político de pai para filho. Os
ocupantes de cargos públicos eletivos, nas últimas décadas, são filhos ou parentes dos “antigos”
governantes e oriundos de famílias que detém o poder econômico na região.

Esse fenômeno, que pode parecer natural, muitas vezes até concebido na lógica do que “é
porque sempre foi3”, é expressão da construção histórica da política local, cabendo, portanto,
desvelar os elementos que tornam o município de Guarapuava um terreno de reprodução de
estruturas de poder de tipo tradicional.

Este trabalho tem o objetivo de apresentar alguns elementos das estruturas de poder local,
principalmente pela via das redes de parentesco, e também, analisar as relações que estas estruturas
estabelecem com o Estado. Para isso, utilizamos de dados retirados das obras de Ricardo Costa de
Oliveira, de jornais locais e sites de instituições oficias. Estes dados foram analisados com base à
perspectiva teórica das obras “Os Donos do Poder” de Raymundo Faoro, “História Econômica do
Brasil” de Caio Prado Junior e “Formação Econômica do Brasil” de Celso Furtado.

Este texto está organizado em duas partes. A primeira apresenta reflexões acerca das
particularidades da constituição do Estado brasileiro e a segunda uma aproximação com as
estruturas de poder do Paraná e de Guarapuava.

1- As Particularidades da Constituição do Estado Brasileiro

No Brasil desde a Colônia, passando pelo Império e avançando o período republicano, a


classe dominante teve sua constituição determinada pelo atraso do desenvolvimento capitalista.

Celso Furtado em sua obra “Formação Econômica do Brasil, associa o atraso do Brasil ao
legado de subdesenvolvimento do período colonial e a sua continuidade à presença de classes
dominantes que procuram imitar os modelos de sociabilidade dos países centrais. Quanto a isso,
este autor ressalta que a ocupação das terras americanas se configurou em um evento de expansão
comercial da Europa. Seguindo este exemplo, a colonização do Brasil destinou-se apenas a
exploração de riquezas naturais pelo comércio europeu. Desde o período colonial a economia do
Brasil se constitui tendo como base os latifúndios, a monocultura, a mão de obra escrava, a
exportação e a dependência e a subordinação da economia externa (FURTADO, 1982).

3
Expressão ilustrativa para se referir à dominação tradicional, utilizada por Raymundo Faoro em sua obra Os Donos
do Poder: formação do patronato político brasileiro.
Nesta fase, a economia da colônia era orientada ao acúmulo da riqueza de forma imediata.
Nesta direção, a primeira tentativa foi a busca de metais preciosos. No entanto, foi com o cultivo da
cana-de-açúcar que se garantiu a inserção do Brasil no mercado europeu. A cultura da cana-de-
açúcar estava centralizada na faixa litorânea do nordeste brasileiro, em função de determinações
objetivas próprias deste tipo de cultura. Para o cultivo da cana-de-açúcar, segundo os critérios do
mercado, se fazia necessário uma organização produtiva assentada em latifúndios, onde a utilização
do trabalho escravo era regra geral. Cabe aqui ressaltar, que o comércio de escravos era tão
lucrativo quanto a produção do açúcar.

Assim,

A renda que se gerava na colônia estava fortemente concentrada em mãos da classe


de proprietários de engenho (...) Tudo indica, destarte, que pelo menos 90 por cento
da renda gerada pela economia açucareira dentro do país se concentrava nas mãos
da classe dos proprietários de engenho e de plantações de cana (...) A economia
açucareira do nordeste brasileiro, com efeito, resistiu mais de três séculos às mais
prolongadas depressões, logrando recuperar-se sempre que permitiam as condições
do mercado externo, sem sofrer nenhuma modificação estrutural significativa
(FURTADO, 1982, p. 44-45 e 53).

Ou seja, a inserção do país no sistema mundial como fornecedor de matéria prima e


subordinado à metrópole impediu a formação de um mercado interno dinâmico e forte. Esta
condição manteve-se inalterada até hoje, ou pior, aprofundou-se.

Caio Prado Junior em sua obra “História econômica do Brasil”, atribui o caráter tardio das
atividades econômicas brasileiras a falta de competitividade do Brasil frente aos demais países
americanos e europeus. O autor ressalta que o ponto essencial que distinguiu a colonização
brasileira das demais colônias americanas, foi a natureza do colono português e, sobretudo, o
regime político e administrativo que a metrópole impôs a sua colônia.

Para o autor, a fase do Brasil Colonial teve desdobramentos no Brasil Imperial, onde traços
estruturais permaneceram intocáveis. A vinda da Corte de Portugal para o Brasil refletiu em
mudanças no cotidiano, tendo com primeira medida a abertura dos portos brasileiros e o fim do
monopólio comercial com Portugal. Com isso, decorreu uma série de investimentos de infra-
estrutura, que ocasionaram despesas ao governo dificultando as finanças do Brasil. E com intuito de
garantir as despesas da Corte e a melhoria da infraestrutura o governo emitiu moedas e realizou
empréstimos junto a bancos estrangeiros, principalmente da Inglaterra. Assim, segundo Prado
Junior (2006), a primeira participação do capital financeiro na economia do Brasil foi pelos
empréstimos públicos.

Com o exaurimento da cultura do açúcar e a introdução da cultura do café, altera-se o


contexto, mas se reproduz o modelo social exercido no contexto do engenho. O poder econômico e
político continuavam com as oligarquias regionais de origem. Estas oligarquias, sempre na
perspectiva de garantia do poder, promoveram um processo de pressão junto à Coroa portuguesa, no
sentido de reverter alguns aspectos de organização local. A Coroa, por outro lado, tinha como
orientação a perpetuação dos interesses e das vantagens que o estatuto colonial lhe proporcionava.
Diante desse impasse, urgia a necessidade de uma mudança que revolucionasse aspectos da ordem
societária vigente e, ao mesmo tempo, preservasse a lógica de dominação.

Com a economia do café formou-se uma nova classe empresarial, formada inicialmente por
homens da região com experiência comercial, que segundo Furtado (1982, p.116), eram movidos
pela necessidade de “aquisição de terras, recrutamento de mão de obra, organização e direção da
produção, transporte interno, comercialização nos portos, contratos oficiais, interferência na política
financeira e econômica.”

A proximidade da capital favorecia os dirigentes da economia cafeeira, os quais procuravam


controlar o governo para alcançar os seus objetivos:

[…] desde cedo eles compreenderam a enorme importância que podia ter o
governo como instrumento de ação econômica. Essa tendência de subordinação do
instrumento político aos interesses de um grupo econômico alcançará sua plenitude
com a conquista da autonomia estadual, ao proclamar-se República[...]
(FURTADO, 1982, p.116).

Com base nestas reflexões, conclui-se que no Brasil, o poder foi conduzido pelo Estado
patrimonial português, e que os proprietários dos latifúndios escravistas cumpriram um papel
essencial e determinante para a reprodução e manutenção das relações patrimonialistas.
A lógica patrimonialista foi introduzida, no Brasil, pelos colonizadores, através da
racionalidade mercantil, isto é, da exploração de riquezas do território brasileiro para serem
enviadas ao Estado Português. Em Portugal, já estava consolidado o ideário centralizador de um
Estado absolutista, governado por um estamento burocrático, que fazia questão de manter seu poder
e expandir o seu patrimônio. Portanto, para o Brasil colônia restava apenas cumprir as
determinações do Estado Português (FAORO, 1998).
O conceito de patrimonialismo no Brasil foi desenvolvido por Raymundo Faoro em sua obra
“Os Donos do Poder: formação do patronato político brasileiro”. Ele é usado para referir-se a
formas de dominação política, tendo como uma das características principais a ausência de distinção
entre as esferas pública e privada.

Para Faoro (1993, p. 17) o patrimonialismo é a chave histórica brasileira, a qual teve seu
começo em Portugal e ainda se apresenta em curso.

O patrimonialismo não se mede apenas pela extensão. Tem a profundidade


coincidente com a história brasileira, nesta incluída a sua origem ibérica. Ele vai
desde a monarquia patrimonial, que encontra na dinastia de Avis (século XIV), sua
vocação marítima, até os planos financeiros das décadas de 80 e 90 [...]

Segundo Faoro (1993), no Brasil os traços do Estado patrimonial foram reproduzidos desde
a colonização até os dias atuais. O autor ainda afirma que o fato relevante do patrimonialismo é sua
convivência com o liberalismo.

A dominação patrimonial é contrária à igualdade jurídica e às garantias instituídas por ela.


Assim, a sociedade fica na dependência do poder arbitrário de quem o exerce. As leis que ditam
esse poder são definidas por valores políticos, portanto, a ordem política é o foco central desse
sistema.

Na racionalidade de tipo material, imposta pelo sistema patrimonialista, é essencial e


fundamental a existência de um poder público que organize a sociedade e a economia. Esse poder
tem o papel de comandar tanto a sociedade quanto a economia. Assim, as relações de poder
tradicional inserem-se dentro da esfera do poder público, da administração pública, saindo da esfera
do poder privado das elites econômicas, que tornam-se elites políticas.

Com a passagem do Império para República os Estados passaram a ter uma expressiva
autonomia administrativa, financeira e política o que possibilitou uma integração maior dos grupos
que dominavam a economia com a máquina político administrativa, ou seja, uma predominância
dos interesses privados nas decisões políticas. Para Faoro (1998) o advento da República acentuou e
exacerbou a função eleitoral do coronel4. No coronelismo, as relações sociais giram em torno da
figura do coronel, que mantinha o poder sobre todas as coisas em seu território. Dessa forma, o

4
Termo “[...] que designava os mandatários locais oriundos da Guarda Nacional [...] os filhos das oligarquias
costumavam ocupar postos de oficial da Guarda Nacional - daí o posto de coronel tornar-se sinônimo de mandatário”.
(ÁVILA,1990, p. 2).
coronel estabeleceu com a comunidade uma relação de dominação tradicional. Nesse sentido, Faoro
(1998, p. 633) comenta que “trata-se de um poder de homem para homem, não racional, pré-
burocrático, de índole tradicional. O mecanismo estatal, na percepção dos homens do campo,
parece-lhes, na sua composição jurídica e impessoal, o longínquo mistério de sombras.”

O coronelismo e clientelismo no Brasil são expressão da estrutura de poder patrimonialista


que marcou o processo histórico de formação do Estado brasileiro. Assim, esse fenômeno
configurou-se como produto de origem histórica.

As práticas clientelistas e patrimonialistas estão pautadas em fundamentos personalistas do


poder tradicional, tendo na sua essência a ausência de distinção entre o público e o privado. Nesta
racionalidade, os interesses particulares e personalistas dos detentores do poder se distanciam dos
interesses públicos e coletivos da sociedade.

O processo de industrialização no Brasil altera a base produtiva do país. Com isso, alteram-
se as relações sociais de produção e a classe trabalhadora cresce em termos numérico e também
político. Cresce também, a fração da classe dominante urbano-industrial, a qual captura o Estado,
que até então, era controlado pela fração agrária.

Faoro (1993), ao analisar as relações patrimonialistas no sistema capitalista afirma que o


capitalismo quando conta com uma estrutura de poder ou Estado patrimonialista, torna-se um
“capitalismo politicamente orientado”, pois a política é o valor que ocupa o lugar de destaque no
modelo patrimonialista. Dessa forma, o patrimonialismo inverte as determinações inerentes ao
próprio capitalismo, quando “[...] faz da economia um apêndice do poder público”. (FAORO, 1993,
p. 17).

Mesmo com as mudanças provocadas pela alteração na orientação geral da economia desde
a década de 1930, o Estado que emergiu do golpe de outubro daquele ano manteve a natureza
essencialmente oligárquica que caracteriza o patrimonialismo.

A partir dos elementos constitutivos da formação do Estado brasileiro aqui apresentados, é


possível perceber as continuidades das estruturas de poder ao longo de mudança políticas do país.
Na seqüência, trataremos das estruturas de poder no Paraná e em Guarapuava.

2- Os Donos do Poder: Estado e estruturas do poder no Paraná e no município de


Guarapuava
Também no Paraná a estrutura econômico-política sofre as mesmas determinações das
outras regiões. Também aqui os elementos de patrimonialismo estão presentes e tem vigência até os
dias de hoje.

Ricardo de Oliveira em sua obra “O silêncio dos vencedores. Genealogia, classe dominante
e Estado do Paraná”, apresenta uma cartografia do poder identificando as famílias e poder. Em sua
análise, Oliveira (2007), afirma que a riqueza relacionada ao poder no Brasil, existe em função da
conciliação de interesses dominantes em termos de processos políticos de longa duração. E isso tem
motivado uma corrente de autores a analisar as continuidades de estruturas de poder no processo de
mudanças políticas no Brasil. O autor também afirma que “no Brasil, ação social e econômica dos
poderosos fundamenta-se em torno do fluxo de informações, capitais e privilégios essenciais para a
reprodução ampliada da classe dominante”. (OLIVEIRA, 2007, p.150). Assim,

Redes familiares controlam partidos políticos, controlam o centro do poder


executivo e formam redes atravessando o poder legislativo com parlamentares
hereditários, sempre se renovando pelas gerações. O poder judiciário também sente
as redes de cumplicidade e reproduções de algumas famílias e seus protegidos. O
Tribunal de Contas em boa parte é um tribunal de parentes também. Ainda hoje os
cartórios representam antigas redes familiares. A mídia, a intelectualidade, os
jornalistas também já formaram grandes redes de parentesco e domínio familiar,
agora em processo de modernização e profissionalização. (OLIVEIRA, 2012, p.13)

Para rastrear esta situação no Paraná, elencamos a seguir algumas das famílias que
integram as redes políticas no Estado do Paraná e no município de Guarapuava. Em relação ao
Estado do Paraná, identificamos aqui apenas a família Richa, por ser a que está atualmente
ocupando o executivo, mas outros políticos como Roberto Requião e Rafael Greca também
pertencem a antigas famílias ocupantes do poder no Estado. Já em relação ao município de
Guarapuava identificamos três famílias, as quais ocupam lugar de destaque no contexto atual, sendo
elas: família “Silvestri”, família “Ribas Carli” e família “Mattos Leão”.

2.1- Estado do Paraná

O Estado do Paraná está localizado na região Sul do Brasil, possui um território de 199.880
Km² de extensão. É composto por 399 municípios, sendo a cidade de Curitiba sua capital. De
acordo com o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – IPARDES, o estado,
possuiu uma população total de 10.444.526 habitantes. Ainda segunda a mesma fonte, o Paraná é o
maior produtor nacional de grãos, apresentado uma pauta agrícola diversificada. Já na pecuária,
destaca-se a avicultura, com 26,3% do total de abates do país. Nos segmentos de bovinos e suínos, a
participação do Paraná atinge 4,3% e 19,7%, respectivamente. Em relação a indústria, no estado,
predominam os segmentos de veículos automotores, alimentos e refino de petróleo, responsáveis
por aproximadamente 58% do valor da transformação da indústria estadual. No tocante ao setor de
serviços, o Paraná totalizou R$ 120 bilhões em 2010, destacando a participação dos ramos do
comércio, administração pública e atividades imobiliárias.
Quanto ao campo político, no Estado do Paraná, ainda se reproduz a lógica do poder
tradicional. Oliveira (2012, p.18) acrescenta afirmando que no Paraná o poder político “[...] vem se
tornando negócio de família e negócio de ricos (...) só querem o extrativismo estatal; isto é, só
querem ganhar muito, ganhar mais rápido dentro do aparelho estatal.”
Nesta perspectiva, a seguir apresentamos as famílias que segundo Oliveira (2012), compõem
as redes políticas no Paraná e em Guarapuava.

Família Richa5

Carlos Alberto Richa conhecido como Beto Richa, natural de Londrina– PR, atualmente
governador do Estado do Paraná. Filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB. Foi eleito
deputado estadual em 1994 e reeleito em 1998. Eleito vice-prefeito de Curitiba em 2000, sendo secretário de
Obras Públicas de Curitiba de janeiro a outubro de 2001. Em 2003 foi candidato derrotado ao governo do
Estado do Paraná, mas eleito prefeito de Curitiba em 2004 e reeleito em 2008. Beto Richa é filho do ex-
governador e ex-senador José Richa. É casado com Fernanda Bernardi Vieira Richa que na atual gestão
no governo do Estado responde pela secretaria da Família e Desenvolvimento Social. Fernanda foi
também, presidente da Fundação de Ação Social – FAS de Curitiba no período em que Beto Richa
foi prefeito. Com isso, enquanto “primeira dama” 6 ela vem cuidando da área da assistência social,
fazendo desta gestão um valioso elemento da demagogia eleitoral do casal e da família.

Fernanda Richa é neta de Avelino Antonio Vieira, fundador do Banco Bamerindus.


Avelino Vieira foi prefeito de Tomazina e, deputado estadual de 1947 a 1950. José Eduardo
Andrade Vieira, banqueiro, tio de Fernanda Richa; foi senador pelo Paraná entre 1991 a 1999,
diretor superintendente do jornal Folha de Londrina, presidente do Banco Bamerindus. Também
foi ministro da Indústria, do Comércio e do Turismo em1993 e cumulou a pasta de ministro da
Agricultura. O Banco Bamerindus, na época, foi o 3º maior banco privado do país, mas decretou
falência em 1996.
5
Dados retirando da obra “Na teia do Nepotismo: sociologia política das relações de parentesco e de poder político no
Paraná e no Brasil”, de Ricardo Costa de Oliveira e, da obra “Resistência Democrática: a repressão no Paraná”, de
Milton Ivan Heller. Site http://www.cidadao.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=222
6
O primeiro-damismo tem se configurado como uma forma de garantir a governabilidade do seu esposo via
assistência. Assim, “trata-se, na verdade, de um mecanismo de poder que utiliza recursos públicos e a pessoa da
primeira-dama para buscar a legitimidade do governo[...]” (TORRES, 2002, p. 98-99).
José Richa Filho, irmão de Beto Richa, atualmente secretário de Infraestrutura e Logística
do Paraná. Foi diretor administrativo financeiro do Departamento de Estadas e Rodagem do Paraná
– DER e diretor administrativo da Agência de Fomento do Paraná S.A. Foi Secretário Municipal da
Administração da Prefeitura de Curitiba. Ele é casado com Morgana Richa, juíza do Trabalho do
Estado do Paraná, que foi membro do Conselho Nacional de Justiça.

Adriano Richa, outro irmão de Beto Richa, é titular do Cartório de Registro de Imóveis na
Comarca de Campina Grande do Sul – Paraná.

Marcello Bernadi Vieira Richa, filho de Beto Richa, atua desde 2002 nas ações da
Juventude do PSDB de Curitiba. Atualmente é coordenador da juventude tucana do Paraná. É
casado com Fernanda Ressetti Santos, que atualmente é servidora comissionada no Tribunal de
Contas do Estado do Paraná – TCE-PR, atuando na 5ª inspetoria de controle externo 7. Cabe
ressaltar, que uma das atuações desta inspetoria, é a apreciação de das contas do governador do
Estado8.

Luiz Abi Antoun, primo de Beto Richa, considerado uma das principais eminências do
governo Richa. Abi trabalhou com Beto Richa quando este foi deputado estadual e depois,
continuou trabalhando na Assembleia, cedido, na época ao deputado estadual Hermas Brandão. Abi
é extremamente ativo no meio empresarial. Ele é casado com a jornalista Eloísa Fernandes Pinheiro
Antoun, a qual foi vice-presidente da Sercomtel9.

Marcos Elias Traad da Silva, primo de Beto Richa, é diretor geral do DETRAN/PR. O
também primo do governador, Gustavo Rich deve candidatar-se à Assembleia Legislativa Estadual
nas próximas eleições10.

Esses dados evidenciam que a família Richa hoje ocupa lugar de destaque no poder político
do Paraná, porém, cabe ressaltar que foi no decorrer de sua trajetória política que essa família foi
adquirindo capitais sociais que a configura na atualidade como classe dominante tradicional.

A trajetória política da família Richa teve início com José Richa11, o qual adentrou na
política pelas mãos de Ney Braga12. Nascido no Rio de Janeiro, porém, muito jovem mudou-se para
7
Disponível no sitehttp://www1.tce.pr.gov.br/conteudo/relacao-de-servidores-comissionados/87
8
Disponível no site http://www1.tce.pr.gov.br/conteudo/controle-externo/235503/area/245
9
A Sercomtel é a operadora de telecomunicações com sede em Londrina, Paraná. Atua nas áreas de telefonia fixa
convencional, telefonia celular GSM e 3G.
10
Disponível em http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?tl=1&id=1447698&tit=Politicos
paranaenses-preparam-herdeiros-para-lancar-nas-eleicoessite
11
Disponível no http://www.seeg.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=85
12
Ney Braga, com formação militar, ingressa na política em 1952, convidado pelo governador Bento Munhoz (seu ex-
o norte do Paraná. Formou-se em odontologia pela Universidade Federal do Paraná – UPPR,
ocasião em que exerceu liderança estudantil como secretário e depois presidente da União
Paranaense dos Estudantes. Presidiu o Diretório Nacional da Juventude Democrática Cristã – JDC e
vice- presidente do Comitê Mundial da JDC. Após, foi oficial do Governador do Paraná e chefe do
Gabinete do Governador do Paraná em 1961. Chefe de Gabinete da Secretaria do Interior de Justiça
em 1962. Em 1962 foi eleito deputado estadual e reeleito em 1966. Eleito prefeito de Londrina em
1972 e a senador pelo Estado do Paraná em 1978. Em 1982 foi eleito governador do Paraná e
novamente a senador em 1986, ficando no senado até 1995.

2.2- Município de Guarapuava

O município de Guarapuava completou 194 anos em 09 de dezembro de 2013, está


localizado na região centro sul do Paraná e alcança o século XXI com um território de 3.053,83
km2 de extensão, e, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2010),
possui uma população total de 167.328 mil habitantes. Destes, 152.993 residem em área urbana e
14.335 na área rural. Ainda segundo esta mesma fonte, registra-se um crescimento populacional de
11.034 mil pessoas em relação a 2010.
A economia do município foi se desenvolvendo através da agricultura, pecuária e indústria
de madeira e desde 1950 o município vem se destacando como grande produtor de grãos. Entre os
produtos industrializados destacam-se, papel, papelão, pasta mecânica, madeira serrada e
beneficiada, chapa de madeira compensada, móveis, carvão ativado, erva mate e malte. Guarapuava
possui poucas indústrias e também pouco investimento na área do emprego e desenvolvimento
social. Neste contexto, evidencia-se o monopólio de algumas empresas na cidade, principalmente
no setor de serviços.
De acordo com o estudo do IPARDES (2000), Guarapuava possuía 71.307 mil pessoas em
idade economicamente ativa, sendo que destas, 60.112 estavam ocupadas. Segundo o Ministério do
Trabalho e Emprego (2010), destes, 36.385 estavam ocupados no emprego formal, ou seja, 11.195
pessoas economicamente ativas desempregadas. Segundo IPARDES (2003), Guarapuava contava
com um total de 44.676 famílias, das quais, 11.104 são famílias com renda mensal per capta até ½
salário mínimo, significando uma taxa de pobreza de 24,85%.
No campo político, Guarapuava não sofreu alterações significativas, o poder político está

cunhado). Sua trajetória política foi marcada por ter sido membro integrante do Conselho Regional de Desportos do
Paraná, chefe do Gabinete Militar do presidente João Goulart, presidente da Petrobrás, chefe de polícia do estado do
Paraná, 1º prefeito eleito de Curitiba, deputado federal, senador, governador do Paraná por duas vezes, ministro da
agricultura no governo Castelo Branco e ministro da educação no governo Geisel, o qual posteriormente o indicou
governador indireto do Paraná. Foi também, presidente da Itaipu Binacional.
concentrado em poucos grupos de tradição local que detêm o poder econômico e que se sustentam
na permanência do poder. “Nesse universo, o conservadorismo é utilizado como uma forma de
proteção, em particular no que se refere à aceitação de outros no grupo ou na inserção em novos
contextos sociais” (SILVA, 2005, p. 103).
Diante deste cenário e com base nos elementos apontados por Oliveira (2007) no que se
refere a materialização das estruturas de poder, elenca-se aqui, os atuais e principais atores políticos
da cidade de Guarapuava.

Família Silvestre13

Cesar Augusto Carollo Silvestri Filho, prefeito de Guarapuava, filiado no Partido


Popular Socialista– PPS. Ao assumir a prefeitura de Guarapuava deixou a cadeira de deputado
estadual. Ele é filho de Cesar Augusto Carollo Silvestri e neto do ex- deputado federal, estadual e
prefeito de Guarapuava, Moacir Júlio Silvestri.

Cezar Augusto Carollo Silvestre é o atual Secretário de Estado do Governo do Paraná,


tendo sido anteriormente Secretário de Estadual de Desenvolvimento Urbano no também governo
Beto Richa. Em 1988 foi eleito vice-prefeito na cidade de Guarapuava-Pr pela chapa encabeçada
por Fernando Ribas Carli, hoje seu adversário político. Cezar Silvestri foi eleito deputado estadual
em duas legislaturas, 1990 e 1994. Em 2003 assumiu como deputado federal reelegendo-se em
2007. Ele é filho de do ex- deputado federal, estadual e prefeito de Guarapuava, Moacir Júlio
Silvestri. Cezar Silvestri é casado com Isabel Cristina Rauen Silvestri, atual Secretária de
Assistência Social do município de Guarapuava. Nesse contexto, talvez não se concretize o
fenômeno do primeiro-damismo, em função de Cesar Filho ser solteiro.

Família Ribas Carli14

Luiz Fernando Ribas Carli, ex-prefeito de Guarapuava por duas vezes, foi deputado
estadual e Chefe da Casa Civil no governo Jaime Lerner. Ele é casado com Ana Rita Slavieiro
Guimarães Carli, filha do falecido ex-senador do Paraná, Flávio Miró Guimarães e irmã do atual
vice-presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Plauto Miró Guimarães.

13
Dados retirando da obra “Na teia do Nepotismo: sociologia política das relações de parentesco e de poder político no
Paraná e no Brasil”, de Ricardo Costa de Oliveira. E do Jornal local impresso “Diário de Guarapuava, n. 3378 de 26
de junho de 2012 e n. 3382 de 1 de julho de 2012. E pelos sites www2.camara.gov.br.acesso em 02 de julho de 2012 e
http://www.cidadao.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=206

14
Dados retirando da obra “Na teia do Nepotismo: sociologia política das relações de parentesco e de poder político no
Paraná e no Brasil”, de Ricardo Costa de Oliveira.
Fernando e Ana Rita são pais de Luiz Fernando Ribas Carli Filho, ex-deputado estadual
que renunciou o seu mandato em 2009 após o episódio do seu envolvimento em um acidente
automobilístico que causou a morte de dois jovens. Levantamento do DETRAN revela que
Fernando Carli Filho estava com a carteira suspensa. Ele, também é acusado por estar dirigindo
embriagado. Após a repercussão deste caso, foi expulso de seu partido. Cabe ressaltar, que desde o
acidente ocorrido em 07 de maio de 2009, está em trâmite na Justiça o processo que o acusa pela
morte de dois jovens. Após quase cinco anos, em 20 de fevereiro de 2014, a 1ª Câmara Criminal do
Tribunal de Justiça do Paraná, decidiu que o caso vai a júri popular15. A decisão é passível de
recurso, e a defesa do ex-deputado falou que pretende ir ao Tribunal de Justiça para reverter o
resultado.

Bernardo Ribas Carli, o outro filho do casal Ribas Carli, é atualmente deputado estadual e
mantém-se no cargo por meio de liminar 16, pois o deputado foi condenado à cassação do seu
diploma de parlamentar em função de denúncia de “caixa 2” nas eleições de 2010.

Com exceção de Fernando Ribas Carli, todos acima citados, são descendentes de Manoel
Antonio Guimarães, o Visconde de Nacar. Visconde de Nacar nasceu em Paranaguá em 15 de
fevereiro de 1813. Foi um dos maiores comerciantes exportadores de erva-mate do Paraná e
proprietário da maior casa importadora do estado. Também possuía fazendas no litoral e, inúmeros
imóveis em Paranaguá. Entre 1850 e 1889 foi líder do Partido Conservador e em 1851, deputado na
Assembléia Provincial de São Paulo e, após a emancipação, na Assembléia Provincial do Paraná.
Além disso, foi deputado geral em Paranaguá (1886 e 1889), presidente da Câmara Municipal,
delegado de Polícia e comandante superior da Guarda Nacional. Em 21 de julho de 1876 foi
agraciado com o título de Barão e em 1880, com o de Visconde, isso tudo após já ter recebido o
Hábito de Cristo e ter sido comendador e dignatário da Ordem da Rosa e cavaleiro imperial da
Ordem do Cruzeiro17.

Fábio Ribas primo em segundo grau de Fernando Ribas Carli, foi candidato a prefeito de
Guarapuava nas eleições de 2012. Ele foi assessor na Casa Civil do governo do Estado, chefe do
gabinete quando Fernando Carli foi chefe da Casa Civil, no governo Jaime Lerner e atuou como
procurador geral do município entre 2005 e 2008. (TSUBAUCHI, 2012).

15
Disponível no site http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1448903&tit=Por-
unanimidade-TJ-decide-que-Carli-Filho-ira-a-juri-popular
16
Disponível no site http://www.redesuldenoticias.com.br/ acesso em 30/01/2014.
17
Disponível em http://www.uepg.br/dicion/verbetes/n-z/visconde.htm
Salienta-se aqui, que no discurso proferido na convenção do Partido Progressista, ele
reconhece a existência da estrutura de poder tradicional, arriscando-se até realizar uma crítica ao
seu “padrinho” político, pois ao tratar do seu parentesco com o atual prefeito, ele diz: “tenho um
parentesco distante, mas minha vida é muito diferente da do Fernando”. Momento em que afirma
que um dos seus objetivos é romper com as rixas familiares existentes no cenário local e acrescenta
“isso faz parte da velha política, daqueles que estão no poder há 50 anos e que passa do avô para
o pai e para o filho [...] dessa política eu não participo.” (TSUBAUCHI, 2012, p. 3.).

Família Mattos Leão18

Artagão de Mattos Leão é o atual presidente do Tribunal de Contas do Paraná. Foi


deputado estadual por três legislaturas. Ocupou a chefia da Secretaria de Estado do Interior e Justiça
em 1982. Em 1986 foi eleito conselheiro do Tribunal de Contas pelo então governador Roberto
Requião. No mesmo período atuou como corregedor-geral do Tribunal de Contas Eleitoral. Ele é
pai de Artagão de Mattos Leão Junior, que é deputado estadual desde 2001 e de Leonardo
Mattos Leão, que foi candidato a prefeito de Guarapuava nas eleições de 2008.

Artagão de Mattos Leão, sobrinho de João de Mattos Leão, que foi vereador em
Guarapuava, deputado estadual e senador. Foi também, diretor Agrícola da Sexta Região do Banco
do Brasil, Secretário do Interior e Justiça. João Mattos Leão, falecido em 2008, foi ex-compadre do
ex-presidente da República José Sarney, com quem tinha empreendimentos no Maranhão.

O irmão de Artagão de Mattos Leão, Aragão de Mattos Leão, falecido em 1999, foi
deputado estadual.

Diante deste cenário, pode-se constatar em Guarapuava tem se concretizado a lógica do


poder de longa duração e que os cargos eletivos públicos estão sendo repassados de pai para filho.
No entanto, o fato é que, apesar das críticas comuns aos governos e governantes da cidade,
historicamente em Guarapuava o poder vem sendo exercido pelos mesmos poucos grupos. Assim,

As redes mudam e transformam-se conforme as alterações da conjuntura e dos governantes.


Apresentam múltiplos e diferentes esquemas para distintos governos e atores. No entanto,
seguem certa continuidade e revezamento de longa duração, muitas vezes em algumas
poucas famílias políticas, e incorporam sempre novos participantes a cada conjuntura, de
modo que cada governo e cada legislatura têm novas e velhas conexões em constante
formação e transformação. Uma rede política pode ser bastante simples e efetiva.
(OLIVEIRA, 2007, p.151)

18
Dados retirando da obra “Na teia do Nepotismo: sociologia política das relações de parentesco e de poder político no
Paraná e no Brasil”, de Ricardo Costa de Oliveira.
A breve amostra aqui apresentada destaca que as estruturas de poder local não são
abstrações, elas se materializam em situações concretas e se reproduzindo graças a redes políticas,
sociais e de parentesco.

Considerações Finais

Estudar as estruturas de poder e suas expressões na vida social é primeiramente entender que
elas são construídas historicamente. As estruturas de poder não são uma abstração, mas elas se
materializam em situações objetivas de posse e riqueza e se reproduzem por meio de redes políticas,
sociais de parentesco.
As aproximações, ainda que iniciais, às estruturas de poder local no Paraná e no município
Guarapuava- PR, nos permitem dizer que lá se reproduzem relações de poder de tipo tradicional, ou
seja, dos donos do poder como se refere Faoro (1998) e que há indícios de existência de uma rede
política aos moldes do conceito abordado por Oliveira (2007).

A ocupação do comando do governo, por sua vez, dá legitimidade e reforça politicamente as


famílias, justificando a dominação, e o atendimento dos interesses particulares da classe dominante.
Desta forma se comprova o seu caráter de classe, ou seja, instrumento de dominação e de repressão
de uma classe sobre a outra. O Estado é sempre da classe mais poderosa, da classe economicamente
dominante.

Os dados aqui explicitados, apesar de serem expressivos, na medida em que revelam a


existência das redes econômica, política e de parentesco no Paraná e em Guarapuava, não esgotam
as análises acerca do nosso estudo, pois, as conexões de interesse da classe dominante envolvendo
ações política e financeira no Aparelho do Estado, se renovam e estão em pleno movimento.

Diante deste entendimento, permanece o instigante desafio de prosseguir estudando e


desvelando outros elementos que nos possibilitem a compreensão da interferência do poder local na
implementação das políticas sociais no município de Guarapuava, com a perspectiva de situar o
município na totalidade social, resgatando o significado das particularidades da construção da
política social como parte da política local.

REFERÊNCIAS

FAORO, R. A Aventura liberal numa ordem patrimonialista. Revista USP. São Paulo, n.17, p.14-
29, mar./mai.1993.
______. Os Donos do Poder: formação do patronato político brasileiro. 13. ed. São Paulo: Globo,
1998. v.1 - v.2.
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 18 ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1982.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Sinopse dos Resultados do Censo 2010.

IPARDES – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social. Famílias Pobres no


Estado do Paraná. Curitiba: IPARDES, 2003.

______. Perfil do Município de Guarapuava 2011.


OLIVEIRA, R. C. O. O silêncio dos vencedores: genealogia, classe dominante e Estado no Paraná.
Curitiba: Moinho do Verbo, 2001.
______.Famílias, poder e riqueza: redes políticas no Paraná em 2007. In: Revista Sociologias, Porto
Alegre, ano 9, nº 18, jun/dez 2007, p. 159-169.
______. Na teia do nepotismo: sociologia política das relações de parentesco e poder político no
Paraná e no Brasil. Curitiba: Insight, 2012.

PRADO JUNIOR, C. História Econômica do Brasil. 47ª reimp. da 1ª ed. São Paulo: Brasiliense,
2006.
SILVA, M. Territórios Conservadores de Poder no Centro-Sul do Paraná. 2005. 263p. Tese
(Doutorado) em Geografia. Universidade Estadual Paulista. São Paulo, 2005.
TORRES, I. C. As primeiras damas e a assistência social: relações de gênero e poder. São Paulo:
Cortez, 2002.

Jornal
TSUBAUCHI, C. Fábio Ribas oficializa candidatura e diz que priorioridade será saúde pública.
Diário de Guarapuava, Guarapuava, n. 3382, 30 de junho e 1 de julho de 2012.

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