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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA

CAMPUS GUAJAJARAS

USO ABUSIVO DE MEDICAMENTOS NO TRATAMENTO DE DOENÇAS


PSÍQUICAS COMO ANSIEDADE E DEPRESSÃO

DEVANIL NICOMEDES JÚNIOR

BELO HORIZONTE

2021

1
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA
CAMPUS GUAJAJARAS

USO ABUSIVO DE MEDICAMENTOS NO TRATAMENTO DE DOENÇAS


PSÍQUICAS COMO ANSIEDADE E DEPRESSÃO

DEVANIL NICOMEDES JÚNIOR

Monografia elaborada como


crédito necessário para conclusão do
curso de Biomedicina 2021

ORIENTADOR: Juliano Albergaria

BELO HORIZONTE

2021
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“O futuro não soa atraente, quando se tem um coração cansado e desgastado pela
ansiedade e depressão.”

BELO HORIZONTE

2021

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RESUMO

As doenças psíquicas ou transtornos mentais, vem sendo conhecidas como


doenças do século. As mesmas apresentam um crescimento exponencial na sociedade.
Embora aja teorias diversas sobre o tratamento dessas enfermidades, o uso abusivo de
medicamentos tem sido assunto discutido através de diversos pesquisadores sobre os
efeitos colaterais existentes. Esse tipo de uso abusivo apresenta resistência ao
medicamento, intolerância ao mesmo, efeito reverso causando piora em seu estado de
saúde e até interações medicamentosas de forma prejudicial ao organismo

De suma importância, é necessário estabelecer relações medicamentosas ou


interações que o uso abusivo ou automedicação causa no organismo. O presente
trabalho apresentou que o uso de tais medicações sem auxílio ou acompanhamento
clínico, causa efeito reverso ou piora em seu tratamento psíquico. Os efeitos podem
causar não apenas disfunção erétil, como também aumento da doença psíquica em si
como também resistência a alguns medicamentos que possuem interações
medicamentosas. O ideal além da procura médico-clínico, é a associação de grupos ou
suporte quando se há necessidades.

Palavras Chave: Depressão, Ansiedade, Transtornos Mentais, Automedicação

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ABSTRACT

Psychic illnesses or mental disorders have been known as the diseases of the
century. They present an exponential growth in society. Although there are different
theories about the treatment of these illnesses, the abusive use of medications (in the
expectation that the effects of the same will get better) has been a subject discussed by
several researchers about the existing side effects.

Abusive use presents drug resistance, drug intolerance, reverse effect causing
worsening of their health status and even drug interactions harmful to the body, of
paramount importance, it is necessary to establish drug relationships or interactions that
abusive use or self-medication causes in the body. The present work presented in a
simple but not impoverished way that the use of such medications without assistance or
clinical follow-up causes a reverse effect or worsens in their psychological treatment.

Keywords: Depression, anxiety, Mental Disorder, Self-medication.

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INTRODUÇÃO

As doenças psíquicas vêm sendo um sério desafio ao longo dos anos para mais
da metade da população mundial. Estima-se, que 8 a cada 10 pessoas possui ou possuía
algum tipo de transtorno psíquico. Sendo as mais comuns, depressão e ansiedade.

Depressão e ansiedade são distúrbios psíquicos, onde o sistema nervoso central


(SNC) não consegue produzir a níveis satisfatórios os hormônios da alegria: Dopamina,
Serotonina entre outros. São doenças que promovem excitação total dos hormônios, ou
inibição total dos mesmos.

Devido ao atual cenário pandêmico, é notável a grande procura por suporte e


ajuda a profissionais da saúde (responsáveis pelo correto diagnóstico), no tratamento
eficaz contra tais enfermidades. No entanto, muitos pacientes optam pela automedicação
com super dosagem ou em associação com outros medicamentos. Existe uma
probabilidade que a melhora instantânea possa de fato ocorrer, porém não se pode
acreditar na cura, uma vez que a farmacocinética e farmacodinâmica de tais
medicamentos, podem contribuir no efeito reverso ou até mesmo resistência ao
medicamento.

O presente trabalho, promove uma discussão sobre saúde mental em tempos


desafiadores, como a pandemia do COVID-19. Sabe-se que tais doenças obtém
diagnósticos exponenciais a alguns anos e nunca foi tão importante falarmos sobre
saúde mental. Assim sendo, procuraremos enfatizar as formas qualificadas e corretas no
tratamento das doenças psíquicas e os efeitos colaterais no uso abusivo de
medicamentos no tratamento das mesmas.

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METODOLOGIA

O presente trabalho configura como uma revisão literária. O mesmo foi


desenvolvido baseado em pesquisas de artigos científicos cujo teor seja relevante ao
assunto proposto. O acesso dos artigos cujo assunto seja similar ao do trabalho, foram
extraídos de sites científicos como Crônicos do Dia a Dia (COD), onde o mesmo
apresentou os efeitos colaterais que a automedicação causou em diversos pacientes. Foi
utilizado também a plataforma científica da SCIELO, cujo o amplo acervo científico
apresenta uma maior variedade de artigos, onde fossem realizadas breves revisões
literárias. Neste trabalho também, contém pesquisas de campo desenvolvidas por tais
escritores que publicaram nestas plataformas, estão citadas ao decorrer do presente
trabalho.

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SUMÁRIO

RESUMO..........................................................................................................................4
INTRODUÇÃO................................................................................................................6
METODOLOGIA.............................................................................................................7
A DEPRESSÃO E O USO DE ANTIDEPRESSIVOS .................................................. 9
ANSIEDADE .................................................................................................................11
SISTEMA NEUROENDÓCRINO.................................................................................13
DOENÇAS PSÍQUICAS E A COVID-19......................................................................14
AUTO MEDICAÇÃO....................................................................................................16
SETEMBRO AMARELO..............................................................................................20
CONCLUSÃO ...............................................................................................................22
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................23

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A DEPRESSÃO E O USO DE ANTIDEPRESSIVOS

A depressão é uma doença que tem como mecanismo patológico, a baixa


produção ou inibição dos hormônios responsáveis pela sensação de prazer, alegria e
euforia. Os hormônios serotonina, endorfina, ocitocina e dopamina podem estar em
níveis desregulados ou com baixíssima produção. É uma doença psiquiátrica crônica
que tem como sintomas tristeza profunda, perda de interesse, ausência de ânimo e
oscilações de humor. Muitas vezes é confundida com ansiedade e pode levar a
pensamentos suicidas. É essencial diagnosticar a doença e iniciar acompanhamento
médico.

Na sociedade moderna ainda há alguns mitos a respeito dos mecanismos de ação


da depressão. Embora boa parte da população ainda sofra ou sofria por depressão antes
da COVID-19, tal doença em si é caracterizada como: sofrimento interno em graus,
apatia, cansaço, desânimo excessivo, sentimentos suicidas, medo de perdas de entes
queridos, extrema sonolência e outros mais que se acentuaram com a pandemia.

A descoberta no final da década de 50 de drogas antidepressivas e sua utilização


na prática clínica trouxe um avanço importante no tratamento e no entendimento de
possíveis mecanismos subjacentes aos transtornos depressivos.Tornou a depressão um
problema médico passível de tratamento, semelhante a outras doenças como o diabetes e
a hipertensão arterial. Até os anos 80 havia duas classes de antidepressivos (ADT’s) e
os inibidores de monoaminooxidase (IMAO). Embora muito eficazes, apresentavam
efeitos colaterais indesejáveis causados pela inespecificidade de sua ação
farmacológica e eram potencialmente letais em casos de superdosagem. Nas últimas
duas décadas surgiram novas classes de antidepressivos a partir da pesquisa de
moléculas desprovi das dos efeitos colaterais de algumas subtâncias. Eles diferem dos
clássicos ADTs e IMAOs, irreversíveis pela seletividade farmacológica, modificando e
atenuando os efeitos colaterais.

“Medicamentos antidepressivos produzem aumento na concentração


de neurotransmissores na fenda sináptica através da inibição do metabolismo,
bloqueio de recaptura neuronal ou atuação em autoreceptores pré- sinápticos”

Os antidepressivos não influenciam de forma acentuada o organismo normal em

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seu estado basal, apenas corrigem condições anômalas . Em indivíduos normais não
provocam efeitos estimulantes ou euforizantes como as anfetaminas. Os
antidepressivos podem ser classificados de acordo com a estrutura química ou as
propriedades farmacológicas. Atualmente os antidepressivos, preferencialmente, são
classificados em função da ação farmacológica, mais útil na prática clínica porque os
antidepressivos de nova geração não compartilham estruturas comuns. Atualmente
podemos dividi-los de acordo com o mecanismo de ação proposto, aumentando a
eficiência sináptica da transmissão monoaminérgica.
Apesar dos avanços na pesquisa não tem de uma explicação completa e adequada
do funcionamento dos antidepressivos, e assim servimo-nos de possibilidades para
entender seu mecanismo de ação. Antidepressivos com estruturas químicas diferentes
possuem em comum a capacidade de aumentar agudamente a dispo-nibilidade sináptica
de um ou mais neurotransmissores, através da ação em diversos receptores e enzimas
específicos. Apesar de es sencial, este efeito não explica a demora para se obter
resposta clínica (de 2 a 4 semanas em média), sugerindo que a
resolução dos sintomas da depressão requeira mudanças adaptativas na
neurotransmissão. A principal teoria aceita para explicar tal de- mora é a da
subsensibilização dos receptores pós-sinápticos.
Inicialmente, as bases biológicas dos transtornos depressivos são explicadas por
meio da teoria monoaminérgica da depressão. Propõe-se que a depressão seja
consequência de uma menor disponibilidade de aminas biogênicas cerebrais,
particularmente de serotonina, noradrenalina e / ou dopamina. Tal hipótese foi
reforçada pelo conhecimento do mecanismo de ação dos antidepressivos, os quais
promovem o aumento da disponibilidade desses neurotransmissores na fenda
sináptica, seja pela inibição do processo de receptação, ou através da inibição da
enzima responsável pela degradação da monoamino oxidase (MAO). No entanto, a
eficácia desses medicamentos não atinge 100% dos indivíduos que possuem depressão
e também não são eficazes agudamente, o que sugere que apenas a deficiência na
sinalização de monoaminas não seja suficiente para explicar as causas da depressão.
Assim, além da suposição monoaminérgica de depressão e de outros desdobramentos,
estão sendo atualmente argumentadas, outras teorias; entre estas, recebe ênfase aquela
que destaca a participação dos sistemas endócrino e imune. Especificamente a
hipótese imunológica propõe que a elevação na produção de citocinas pró-
inflamatórias resultaria nos sintomas relacionados a depressão. Nesse sentido, as

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citocinas pró-inflamatórias atuariam como neuromoduladores, intervindo nos aspectos
neuroquímicos, neuroendócrinos e com- 8 portamentais dos transtornos depressivos.
O estímulo introdutivo para o estudo das relações entre o sistema imune e o sistema
nervoso central (SNC) deriva de trabalhos clínicos que demostraram que estados
físicos e psicológicos de humanos, tais como temporada que antecedem as provas,
problemas em família, luto e desemprego, estão minuciosamente relacionados à
atividade de neutrófilos e macrófagos, e, entre outros, à redução na atividade de
células natural killer (NK) e na resposta de linfócitos a mitógenos. O suporte
neuroendócrino estudado na depressão é o hipotálamo-hipófise-adrenais e sua
conexão com estruturas do sistema límbico, como o hipocampo. Evidências sugerem
um perfil imunológico diferente de acordo com o tipo de depressão. A compreensão
dos aspectos neuroimunes de depressão pode contribuir para uma melhor
compreensão das bases biológicas desta desordem e, portanto, a uma nova perspectiva
na busca por uma terapia mais eficaz.
Os antidepressivos podem ser classificados de acordo com a estrutura química
ou com propriedades farmacológicas. A estrutura cíclica (anéis benzênicos)
caracteriza os antidepressivos heterocíclicos (tricíclicos e tetracíclicos). Os
antidepressivos tricíclicos (ADTs) se dividem em dois grandes grupos: as aminas
terciárias (imipramina, amitriptilina, trimipramina e doxepina) e as ami- 12 nas
secundárias (desmetilimipramina, nortriptilina e protriptilina). Maprotilina e
amoxapina são antidepressivos tetracíclicos.

ANSIEDADE

Em algumas literaturas a ansiedade é caracterizada como excesso de futuro,


preocupação exorbitante, que transcende o conceito de “esperança”. Assim sendo,
torna-se terror e sofrimento antecipado. Os principais sintomas são: preocupação, mente
acelerada, falta de descanso mental, exaustão e reações do corpo humano devido a
situação estressante. Ainda que tal termo seja uma loucura para os que pensam que é um
sentimento ou estado comum, ela transcende no quesito de patologia e fisiopatologia da
mesma. Seu mecanismo de ação difere de outras doenças psíquicas, talvez pela extrema
excitação neuronal ou hormonal, causando estímulo exponencial do sistema nervoso
central (SNC).

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Os transtornos de ansiedade são condições graves e de prejuízo social e
econômico. Pode fazer o indivíduo viver com tal estado boa parte de sua vida, tendo
como seu protótipo a ansiedade idiopática aliada a sintomas psicológicos e somáticos de
curso crônico. Apresentam baixas taxas de remissão a curto e médio prazo.
Compartilham características de medo e ansiedade excessivos. A ansiedade é um
sintoma comum de acompanhamento a vários outros transtornos psiquiátricos, mas nos
transtornos de ansiedade primários não há déficits neuro-cognitivos, sintomas
depressivos ou maníacos ou psicose.

O medo e ansiedade fazem parte do sistema evolucionário. Porém, nos


transtornos de ansiedade existe prejuízo social ao paciente, observando-se como um
guia geral o critério temporal com certa flexibilidade. Em crianças a duração pode ser
mais curta, como em casos de transtorno de ansiedade de separação ou mutismo
seletivo. Alguns fatores de risco são comuns a todos os transtornos de ansiedade: sexo
feminino; baixa escolaridade; história familiar de depressão; raça branca; abuso sexual
na infância; número de experiências traumáticas até os 21 anos; ambiente familiar
conturbado e baixa autoestima.

A fisiopatologia dos transtornos de ansiedade tem como base a resposta ao


sistema “luta e fuga” com ativação do sistema nervoso simpático, mas também,
respostas autonômicas, ligadas ao sistema nervoso e endócrino, cognitivas e motoras. O
núcleo central da tonsila capta a entrada glutamatérgica excitatória de várias áreas
corticais e do tálamo e em resposta a tonsila projeta para muitas regiões do cérebro dos
sistemas mono-aminérgicos que desencadeiam manifestações clínicas comuns de
ansiedade. A ansiedade permeia diversos aspectos da vida do indivíduo e gera prejuízo a
ele, com limitações a atividades diárias.

“O sistema glutamatérgico envolve uma série de receptores que são


ativados pelo aminoácido glutamato. O glutamato é considerado o maior
neurotransmissor excitatório do SNC. O sistema glutamatérgico inclui
receptores ionotrópicos e receptores metabotrópicos.”

O tratamento de quadros ansiosos está ligado a terapias psicológicas e


tratamento com medicamentos. O tratamento continua por pelo menos 6 a 24 meses
após a remissão dos sintomas. Não há diferença significativa entre a terapia
medicamentosa e a não medicamentosa, apesar de resultados mais duradouros serem

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obtidos quando o tratamento escolhido é a psicoterapia. No entanto, a escolha ideal para
tal tratamento é o uso de combinação das duas modalidades. A terapia permeia e
possibilita (com estudos avançados quando bem estudada) com a junção de
medicamentos, melhores resultados nos transtornos de ansiedade é a terapia cognitivo
comportamental.

SISTEMA NEUROENDÓCRINO

Nos últimos 30 anos, a neuroquímica é a área que vem recebendo maior


destaque nas pesquisas sobre a fisiopatologia da depressão. Isto teve início a partir do
descobrimento do mecanismo de ação dos antidepressivos. Este mecanismo foi
estudado inicialmente em relação às alterações agudas sobre os níveis sinápticos dos
neurotransmissores na tentativa de estabelecer hipóteses sobre a fisiopatologia dos
transtornos do humor. A partir da observação de que essas hipóteses eram muitos
limitadas na sua capacidade de explicar a fisiopatologia, foram propostas hipóteses mais
complexas, focalizando as alterações em múltiplos sistemas de neurotransmissão e as
adaptações celulares e moleculares aos medicamentos antidepressivos.

De conhecimento amplo e bem estudado, é notável que o sistema nervoso central


(SNC) e o sistema endócrino, são responsáveis por regulação, produção e inibição
quando são necessários. Quando se há presença ou inibição de hormônios responsáveis
pelo “prazer” ou alegria, ativamente tais sistemas entram em colapso na tentativa de
recaptação ou produção forçada, para suprir ausência de tais hormônios. Embora, seu
mecanismo fisiopatológico de combate ainda permanece em estudo, o uso de
medicamentos de amplo espectro permite que tais sistemas (quando uso de
medicamentos), façam tais reposições necessárias, como também fortalece o cérebro
para produção dos mesmos. Tais hormônios, quando desregulados podem promover
surtos de leve a extrema intensidade clínica, causando situações que são chamados de
surtos psicóticos.

O desequilíbrio dos hormônios certamente deverá ser considerado como um potencial


indício da condição. Há uma série de hormônios que, quando bem alterados, podem
desencadear a tristeza sem fim. É o caso da corticotrofina, do cortisol, do estrogênio, da
progesterona e do T4. Alguns dificultam a comunicação cerebral. Outros interferem na

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ação da serotonina, neurotransmissor relacionado à sensação de bem-estar. A falta
crônica dele abre alas para a depressão.”

A boa notícia é que alguns dos hormônios responsáveis pelo desequilíbrio,


podem ser medidos e controlados com relativa facilidade. É o caso do T4, composto
produzido pela tireoide que tem a missão de ditar o ritmo de funcionamento do
organismo. Quando se é diagnosticado que o mesmo está em falta, é possível realizar a
reposição por meio de medicamentos. No entanto, a utilização de tais medicamentos
devem ser prescritos apenas em casos de surtos ou suspeitas do quadro clínico, ou seja,
quando possui um diagnóstico correto elaborado por profissionais qualificados
(psiquiatra).
Os hormônios mais citados em estudo tanto na depressão quanto na ansiedade,
são dopamina, serotonina, T3,T4, endorfina e ocitocina. Embora, os mecanismos de
funcionamentos sejam extremamente diferenciados, cada um deles em sua peculiaridade
quando juntos, podem causar dano ou reparo ao sistema nervoso central. Não se sabe,
no presente momento, o diagnóstico preciso de alguns destes, no entanto, existem
medicamentos que apresentam um bom resultado, em alguns casos, pode ser necessário
a associação de outros medicamentos para uma melhora execução no tratamento.

É de responsabilidade do profissional qualificado no tratamento e mediação do


equilíbrio, realizar dosagem de forma coesa e eficaz, ou seja, evitar interações
medicamentosas com relação a qualquer outro sintoma e doença que o paciente tiver.

DOENÇAS PSÍQUICAS E A COVID-19

As doenças psíquicas ou transtornos mentais são um conjunto de alterações com


nicho intelectual, emocional e comportamental. Tal nicho pode dificultar a interação do
indivíduo em que o mesmo se desenvolve como ser humano. Embora sejam bastante
comuns, tais medidas de ação e seriedade no combate contra as tais, ainda são escassos
no quesito informações, viabilidade, segurança e também na questão de valores morais
(empatia, atenção e outros mais).
A doença mental atinge mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades no
mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a estimativa é que
5,8% da população seja afetada pela doença.

No século XXI, o índice de pessoas com tais transtornos, vem apresentando um


crescimento alarmante, onde não se obtém respaldo e até mesmo suporte necessário,

14
para com seus co-iguais (seres humanos). Augusto Cury, considerado como um dos
maiores revolucionários da psicologia, ressalta que o ser humano nos dias de hoje sofre
da Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA), ou seja, não sabe ainda a definição de
equilíbrio hormonal, que é:

“é causado pela falta de serotonina ou outra substância qualquer, causando um


desequilíbrio. A regulação de produção de neurotransmissores e receptores é
feita tanto pela genética do indivíduo, quanto pelo ambiente. Se uma pessoa
reside em um ambiente altamente estressante, terá altos níveis de
noradrenalina. (VITTUDE, 2015.)”

Existem diversos transtornos psíquicos ou mentais, que são classificados em


diversas formas, mas os mais comuns são: ansiedade e depressão. No entanto, o índice
das mesmas aumentou devido a descoberta do novo COVID-19, em dezembro de 2019.
Foi considerada um estado de emergência de saúde pública de interesse internacional, (a
classificando como pandemia) com alto risco de se espalhar para outros países ao redor
do mundo.
A doença do coronavírus (COVID-19) é uma doença infecciosa causada por
um coronavírus recém-descoberto. A maioria das pessoas que adoece em
decorrência da COVID-19 apresentará sintomas leves a moderados e se
recuperará sem tratamento especial.

A agenda de saúde frente à pandemia engloba uma gama enorme de áreas que
devem ser cobertas, mas é preciso chamar a atenção da comunidade médica e, também,
da população para o risco de uma epidemia similar, que já dá indícios preocupantes: o
aumento do sofrimento psicológico, dos sintomas psíquicos e dos transtornos mentais.
Embora o impacto da disseminação do coronavírus para as doenças psíquicas ainda
esteja sendo mensurado, as implicações para a saúde mental em situações como a que
está ocorrendo já foram relatadas.

É possível dividir as consequências da pandemia em vários níveis, estando em


último nível, mas não menos importante, o aumento de transtornos mentais e do trauma
psicológico provocados diretamente pela infecção ou pelas privações secundárias, isto é,
o isolamento e distanciamento social, que segundo a OMS:

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“O distanciamento social é uma das medidas mais importantes e eficazes para
reduzir o avanço da pandemia da covid-19. A doença é causada pelo vírus
SARS-CoV-2, mais conhecido como o novo coronavírus. (OMS. 2019)”

As pessoas reagem de maneira biforme a situações estressantes. Como cada um


responde à pandemia pode depender de sua formação, da sua história de vida, das suas
características particulares e da comunidade em que vive.
O aumento dos sintomas e dos transtornos mentais durante a pandemia pode
ocorrer por diversas causas. Dentre elas, pode-se destacar o mecanismo de ação direta
do vírus da Covid-19 no sistema nervoso central, as experiências traumáticas associadas
à infeção ou à morte de pessoas próximas, o estresse induzido pela mudança na rotina
devido às medidas de distanciamento social ou pelas consequências econômicas, na
rotina de trabalho ou nas relações afetivas. Por fim, a interrupção de tratamento por
dificuldades de acesso também é algo prejudicial no tratamento.

O distanciamento social alterou os padrões de comportamento da sociedade, com


o fechamento de escolas, a mudança dos métodos e da logística de trabalho e de
diversão, minando o contato próximo entre as pessoas, algo tão importante para a saúde
mental, ou seja, em busca do equilíbrio hormonal e social.

O convívio prolongado dentro de casa aumentou o risco de desajustes na


dinâmica familiar. Somam-se a isso as reduções de renda e o desemprego, que pioram
ainda mais a tensão sobre as famílias. E, ainda, as mortes de pessoa próximas em um
curto período de tempo, juntando à dificuldade para realizar tais despedidas (fúnebre),
dificultando a experiência de luto e impedindo a aceitação das perdas, aumentando a
dor.

AUTO MEDICAÇÃO

Mesmo que seja recente e até mesmo visível, o impacto que a COVID-19 deixou
“congelado” em nós, é mais amplo que o normal. A mesma não só reflete a atuação do
vírus, como também causa diversos desafios psíquicos, fazendo com que no desespero
de melhora rápida e “eficaz” a auto medicação se torno algo corriqueiro e de fácil ação.
Mesmo que cada um tenha diversas formas de lidar com seus traumas e desafios, não é
correto ou ético a auto medicação uma vez que para haver medicação o paciente precisa

16
de ter qualificação médica e também conhecimento amplo e complexo na ação
farmacológica dos medicamentos, que não é o caso de boa parte da população.

Consideramos os medicamentos antidepressivos seguros, porque eles têm menos


potencial de abuso. Apesar disso, algumas pessoas abusam de medicamentos
antidepressivos. A literatura sobre o uso indevido de antidepressivos consiste em grande
parte em relatos de casos. A motivação mais comumente relatada para o abuso é
conseguir um efeito psicoestimulante.

Os antidepressivos não causam os efeitos de euforia que outras drogas. Algumas


pessoas pensam que, como os antidepressivos melhoram o humor, altas doses devem
induzir euforia, mas não é assim que as drogas funcionam. Os antidepressivos
funcionam com o tempo, com efeito cumulativo sobre as estruturas cerebrais. Eles não
produzem efeitos imediatos. Pode demorar mais de um mês até que um antidepressivo
comece a funcionar. A maioria dos casos de abuso de antidepressivos normalmente é
caracterizada pelo aumento na dose prescrita, ao sentir que a substância não está
funcionando rápido o suficiente ou o paciente não consegue encontrar o alívio de que
precisa. Mas o seu médico é capaz de identificar se a dose utilizada está sendo eficaz ou
se é necessário aumentar a dose.

O fácil acesso à informação viabiliza nos dias de hoje, como uma das principais
consequências, a “opção” de descobrir tratamentos, seus efeitos e suas ações. Foi realiza
uma entrevista externa, pela Associação para Defesa dos Direitos do Consumidor sobre
automedicação, que 79% dos entrevistados buscam ou buscaram informações online
sobre os seus sintomas, antes de se consultar com um médico, ou seja, fazendo com que
além de não ter total certeza do que está ocorrendo com seu organismo e sua mente, faz
com que o próprio elabore um próprio mecanismo de tratamento para si mesmo.

Uma análise do jornal americano The New York Times mostrou que o uso a
longo prazo de antidepressivos está aumentando nos Estados Unidos. Aproximadamente
15,5 milhões de americanos estão tomando os medicamentos há pelo menos cinco anos,
que é o dobro do que acontecia em 2010 e o triplo desde 2000. Uma média de 25
milhões de adultos usam antidepressivos há pelo menos dois anos, um aumento de 60%
desde 2010. O uso dessas drogas são um marco no tratamento psiquiátrico e ajudaram

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milhões de pessoas a aliviar a depressão e a ansiedade, sendo que a maioria para de
tomar os medicamentos sem problemas significativos. O problema é que o uso
prolongado tem trazido sintomas de abstinência para quem tenta parar. Alguns cientistas
chamam isso de “Síndrome de Descontinuação”. Outra grande questão é que os
pacientes não foram alertados desse possível efeito colateral – os rótulos das drogas, nos
quais os médicos e muitos pacientes confiam, fornecem muito pouca orientação sobre
esses sintomas. Inclusive, esse nunca foi um foco de fabricantes de medicamentos ou
reguladores do governo, que acreditavam que os antidepressivos não podiam ser
viciantes e faziam muito mais bem do que mal. E até hoje existem poucos estudos sobre
o efeito deles a longos prazo: não existe nenhuma diretriz respaldada cientificamente e
nenhuma forma de se estabelecer um grupo de risco a esses efeitos.  Na Grã-Bretanha, a
prescrição para tais medicamentos duplicaram nos últimos dez anos. Autoridades
começaram em 2018 uma grande revisão sobre os antidepressivos e seus efeitos. Já
na Nova Zelândia, onde a prescrição deles é muito alta, três quartos dos entrevistados
em uma pesquisa com usuários de antidepressivos a longo prazo relatou que a
abstinência é o maior problema.

No início, os antidepressivos faziam parte de um tratamento de curto prazo: de


seis a nove meses, o suficiente para tratar crises esporádicas. Em seguida, estudos
sugeriram que a “terapia de manutenção” – uso a longo prazo com o término em aberto
– poderia prevenir o retorno da depressão em alguns pacientes. Esses estudos não
duravam mais que dois anos, mas a falta de dados dos efeitos a longo prazo não foi
impedimento para que os médicos prescrevessem antidepressivos para milhões de
americanos indefinidamente.

Os mais propensos a tomar essa medicação são adultos com mais de 45 anos,
mulheres e brancos. Mas o uso está aumentando em adultos mais velhos também.
As mulheres brancas com mais de 45 anos – que são aproximadamente um quinto da
população adulta norte-americana – correspondem a 41% dos usuários de
antidepressivos, em comparação os 30% em 2000, segundo a análise.

Os médicos afirmam que existem grupos de pessoas que se beneficia do uso


continuo de antidepressivos, mas não há concordância sobre quem seria esse grupo e

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qual o seu tamanho exato. O que se sabe é que, como qualquer outro medicamento, o
uso de antidepressivos vem com um preço: podem causar entorpecimento emocional,
problemas sexuais (falta de libido ou disfunção erétil) e ganho de peso. Em
uma pesquisa recente com 250 usuários de longo prazo de drogas psiquiátricas – mais
comumente antidepressivos – quase metade dos que encerraram suas prescrições
classificaram a retirada como grave. Em outro estudo com 180 usuários de
antidepressivos de longa data, ao menos 130 reclamaram de sintomas de abstinência e
metade deles afirmaram estar viciados nos antidepressivos. Os poucos estudos de
abstinência sugerem que antidepressivos com uma meia-vida curta, como Effexor e
Paxil, parecem causar mais sintomas de abstinência mais rapidamente do as que ficam
no corpo por mais tempo, como o Prozac. Metade dos participantes reduziu bastante a
dose, tomando uma cápsula por dia que, durante um período de um mês ou mais,
continha quantidades progressivamente menores do fármaco ativo. A outra metade
acreditava que estavam diminuindo a medicação, mas recebiam cápsulas com sua
dosagem regular. Eles acompanharam os dois grupos por um ano e meio e os resultados
ainda estão sendo estudados.

Os pesquisadores afirmam que algumas pessoas tinham sintomas tão graves que
não suportavam parar de tomar o remédio, mesmo no caso de uma redução lenta de uma
droga com uma meia-vida relativamente longa. Essas pessoas que não
conseguiram parar estão recorrendo ao microtapering: um método que faz reduções
pequenas por um longo período de tempo, nove meses, um ano, dois anos – o que for
preciso.

A pesquisa apresenta que todos os brasileiros que responderam que se


automedicam, 68% usam como principal fonte a Internet. Contudo, é importante que o
consumidor tenha em mente que a automedicação está longe de ser uma prática
completamente segura, já que o remédio pode acabar virando veneno. Portanto, mesmo
que a vida ande corrida e até falte tempo para ter uma consulta ou enfrentar filas na
emergência, é necessário saber os riscos que se corre com a automedicação.

Vale ressaltar, que a ênfase atual no bem-estar e na prevenção de doenças, como


também o aumento do acesso a informações, vêm possibilitando que os consumidores

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assumam um papel mais ativo na sua saúde. Dessa maneira, diversos benefícios têm
sido associados à automedicação responsável, como maior alcance a tratamentos.
Por isso, nos últimos anos, essa conduta responsável tem sido identificada como um
elemento importante na política de saúde a longo prazo e até encorajada pela
Organização Mundial da Saúde. Porém, em relação às práticas de automedicação, é
essencial fazer uma distinção entre os tratamentos. As substâncias mais automedicadas
são, justamente, as vendidas sem receita médica, que devem ser usadas, de forma
responsável, para tratar problemas de saúde comuns em casa. Não é à toa que o presente
estudo mostrou que a farmácia doméstica do brasileiro é composta, principalmente, por
analgésicos e antidepressivos.

Em relação ao consumo por conta própria de medicamentos que necessitam de


receita para a compra, o uso excessivo e indevido e a falta de adesão ao tratamento são
os principais riscos. Conforme o tipo de automedicação, há a possibilidade de surgirem
consequências graves, como resistência a bactérias (antibióticos), dependência
(calmantes) e até morte. Quando questionados sobre os tipos de medicamentos
comprados sem receita no último ano, os entrevistados citaram como principais os anti-
inflamatórios (56%) e antibióticos (35%). Além disso, entre os que compraram um
antibiótico sem receita médica, 49% argumentaram que foi para tratar sintomas de
gripe; 7%, cistite ou infecção urinária; e 7%, dor de dente. E ainda, entre os que têm
sobras de antibióticos em casa – 46% do total de respondentes –, 38% tomaram o
medicamento pelo menos uma vez nos últimos 12 meses, sem informar nenhum
profissional da saúde. Mesmo que seja de amplo conhecimento, o desespero e ação de
demais sintomas “normais” de doenças psíquicas, fazem com que todos os
medicamentos tornam-se uma válvula de escape, ou seja, o caminho mais fácil e eficaz
para eliminar tais sintomas.

SETEMBRO AMARELO

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com


o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo.
O dia 10 de Setembro, oficialmente é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a
campanha acontece durante todo o ano. São registrados cerca de 12 mil suicídios todos
os anos no Brasil e mais de 01 milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que
registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos

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de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a
depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

As razões podem ser bem diferentes, porém muito mais gente do que se imagina
já pensou em suicídio. Segundo estudo realizado pela Unicamp, 17% dos brasileiros, em
algum momento, pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e, desses, 4,8%
chegaram a elaborar um plano para isso. Em muitos casos, é possível evitar que esses
pensamentos suicidas se tornem realidade.

O CVV é uma das ONGs mais antigas do país. Fundado em São Paulo em 1962,
atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio pelo telefone 188, e também por
chat, e-mail e pessoalmente. Mesmo que seja relutante o desejo de procurar ajuda, tal
instituição é altamente capaz e eficaz no suporte psicológico e emocional para amenizar
a dor.

Com o objetivo de prevenir e reduzir estes números a campanha Setembro


Amarelo cresceu e hoje conquistou o Brasil inteiro. Para isso, o apoio das federadas,
núcleos, associados e de toda a sociedade é fundamental. Como resultado de muito
esforço, em 2016, foi garantido espaços inéditos na imprensa e firmou-se muitas
parcerias. Conseguiu também iluminar monumentos históricos, pontos turísticos, pela
primeira vez o Cristo Redentor, espaços públicos e privados no Brasil inteiro. Centenas
de pessoas participaram de caminhadas e ações para a conscientização sobre este
importante tema.

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CONCLUSÃO

Pode se concluir que além de ser altamente prejudicial o uso indevido de


medicamentos sem prescrição médica e suporte adequado, tais medicamentos podem
apresentar efeito reverso e causar reação colateral. Não há de forma literal ou objetiva o
prazo estimado na obtenção da erradicação total dos sintomas, o que se sabe através de
meios acadêmicos é que o organismo reage de formas diferentes quando se há distinção
de gênero, raça e idade. Os efeitos podem causar não apenas disfunção erétil, como
também aumento da doença psíquica em si como também resistência a alguns
medicamentos que possuem interações medicamentosas. O ideal além da procura
médico-clínico, é a associação de grupos ou suporte quando se há necessidades.

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

ALBERTI, S.; FIGUEIREDO, A. C. (Orgs.). Psicanálise e saúde mental: uma aposta.


Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2006.

ALVES, A. Na cadência do samba. In: . Eu, Ataulfo Alves. Polydor, 2003. 1 CD.

AMARAL, J. G. P. D. Os destinos da tristeza na contemporaneidade: uma discussão


sobre depressão e melancolia. Dissertação (mestrado em Psicologia) – Pontifícia
Universidade Católica, Rio de Janeiro, 2006.

AMARANTE, P. Saúde mental e atenção psicossocial. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007.

ANTUNES, A. Nome. In: . Nome. Rio de Janeiro: BMG, 1993. 1 CD. . O nome disso.
In: . Ninguém. Rio de Janeiro: BMG, 1995. 1 CD. . Socorro. In: . Um som. Ariola,
1998. 1 CD.

AULAGNIER, P. Os destinos do prazer: alienação, amor, paixão. Rio de Janeiro:


Imago, 1985

https://www.scielo.br/j/rbp/a/XxBdP5vFDFbwBGDxrYPLCgC/?lang=pt&format=pdf

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