O documento discute como grandes intelectuais da história frequentemente possuíam algum tipo de "inquietação mental" e como isso contribuiu para suas obras, mas também os levou a terem vidas pessoais turbulentas e serem vistos como "loucos" pela sociedade. Ele argumenta que a sociedade precisa ser mais tolerante com as diferenças e que a "loucura" pode ser uma fonte de grandes avanços culturais e sociais.
O documento discute como grandes intelectuais da história frequentemente possuíam algum tipo de "inquietação mental" e como isso contribuiu para suas obras, mas também os levou a terem vidas pessoais turbulentas e serem vistos como "loucos" pela sociedade. Ele argumenta que a sociedade precisa ser mais tolerante com as diferenças e que a "loucura" pode ser uma fonte de grandes avanços culturais e sociais.
O documento discute como grandes intelectuais da história frequentemente possuíam algum tipo de "inquietação mental" e como isso contribuiu para suas obras, mas também os levou a terem vidas pessoais turbulentas e serem vistos como "loucos" pela sociedade. Ele argumenta que a sociedade precisa ser mais tolerante com as diferenças e que a "loucura" pode ser uma fonte de grandes avanços culturais e sociais.
“Loucura mesmo, é insistir em levar uma vida normal.”
Uma mente livre, uma mente insana, uma mente produtiva.
[...um relato sobre a visão da sociedade acerca da loucura e dos indivíduos que não se ajustam às regras...]
Praticamente todos os grandes intelectos da nossa história possuíam certa
inquietação mental dominante e porque não dizer, avassaladora. Suas mentes extraordinárias produziram obras inexpugnáveis enquanto suas vidas pessoais, não raramente vertiam escândalos. Existe uma ambigüidade inerente ao gênio, ao artista, própria das mentes libertas. Esta mesma ambigüidade que assombra, é o “néctar dos deuses” de nossa sociedade, donde provêm as maiores revoluções culturais e sociais. E se por um lado a sociedade não aceita as diferenças, vivendo a arregalar seus olhos medíocres diante do novo, por outro passa a maior parte de seu tempo a empurrar podridões para debaixo do tapete duma letargia coletiva, que não deixa de ser insana. Existe uma necessidade da sociedade em manter uma pseudo-harmonia e esta, é mantida à custa da limitação do indivíduo por normas de conduta. Os indivíduos que se submetem, formam uma grande massa que passa despercebida enquanto que o indivíduo que não se submete, paga seu tributo. Pode-se fazer aqui uma lista de inconveniências, patológicas e éticas, que pesam como um grande fardo nas costas de personalidades da nossa história. Desfilam à nossa frente perversões, excentricidades, esquizofrenias num sem fim de exemplos. Oscar Wilde, considerado um dos maiores escritores do século XIX, produziu um número reduzido de obras, morreu jovem, com apenas quarenta e seis anos de idade e teve uma vida amorosa moralmente condenável para o seu tempo. Coisa que talvez hoje em dia pudesse ser vista sob outro prisma. Durante o período mais difícil de sua vida, assolado pela pobreza e por problemas com a justiça, ousava declarar publicamente suas opiniões sobre a visão unilateral da sociedade e pagou o preço por seu comportamento inadequado. Condenado e isolado, terminou seus dias em total solidão. Um homem que ousou afirmar: “A única diferença entre um simples capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura um pouco mais”. Albert Einstein, o filósofo, gênio da física e da matemática, pai da teoria da relatividade, começou a falar tardiamente, não se relacionava bem com as outras crianças, tinha rendimento escolar baixo e teve dois matrimônios um tanto tumultuados. Era tido como radical, tinha jeito de maluco e era visto como tal. E finalmente apresentando uma patologia diagnosticada, a esquizofrenia, pode-se citar John Nash, o matemático ganhador do Prêmio Nobel de 1994 e cuja biografia baseou o filme “Uma Mente Brilhante”. Após lutar solitariamente para vencer a esquizofrenia sem uso de medicamentos, este grande intelecto demonstra que até mesmo as diferenças mais gritantes entre os indivíduos tidos como normais e os insanos, podem ser vencidas. Que existe espaço para todos os seres “pensantes” neste mundo enorme, até mesmo para os que falam sozinhos uma boa parte do dia. Ele decreta a receita para vencer preconceitos e diferenças em seu discurso na cerimônia de entrega do Prêmio Nobel quando afirma: “Sempre acreditei em números, nas equações e na lógica. Mas após uma vida de demanda, pergunto: O que é, na verdade, lógico? Quem decide o que é racional? A minha busca conduziu-me do físico ao metafísico, ao delírio e ao regresso. E fiz a mais importante descoberta da minha carreira. A mais importante descoberta da minha vida. É apenas nas misteriosas equações do Amor que alguma lógica ou razão podem ser encontradas.” Portanto, que o louco possa ser respeitado. E assim como ele todos aqueles que são diferentes. Toda a sociedade necessita dos benefícios inerentes às diferenças e para isso, necessita estabelecer mais algumas regras indispensáveis à convivência. São elas, regras de complacência.