Você está na página 1de 4

O Silêncio conforme regras litúrgicas

No silêncio Deus se manifesta

Missal romano – instrução geral


cap 2 item 2 nº 45

O silêncio

45. Também se deve guardar, nos momentos próprios, o silêncio sagrado, como parte da
celebração [55]. A natureza deste silêncio depende do momento em que ele é observado no
decurso da celebração. Assim, no acto penitencial e a seguir ao convite à oração, o silêncio
destina-se ao recolhimento interior; a seguir às leituras ou à homilia, é para uma breve
meditação sobre o que se ouviu; depois da Comunhão, favorece a oração interior de louvor e
acção de graças.
Antes da própria celebração é louvável observar o silêncio na igreja, na sacristia e nos
lugares que lhes ficam mais próximos, para que todos se preparem para celebrar devota e
dignamente os ritos sagrados.

Acto penitencial
51. Em seguida, o sacerdote convida ao acto penitencial, o qual, após uma breve pausa de
silêncio, é feito por toda a comunidade com uma fórmula de confissão geral e termina com a
absolvição do sacerdote; esta absolvição, porém, carece da eficácia do sacramento da
penitência.

Oração colecta
54. Em seguida, o sacerdote convida o povo à oração; e todos, juntamente com ele, se
recolhem uns momentos em silêncio, a fim de tomarem consciência de que se encontram na
presença de Deus e poderem formular interiormente as suas intenções. Então o sacerdote diz a
oração que se chama «colecta», pela qual se exprime o carácter da celebração. Segundo a
tradição antiga da Igreja, a oração dirige-se habitualmente a Deus Pai, por Cristo, no Espírito
Santo

Silêncio
56. A liturgia da palavra deve ser celebrada de modo a favorecer a meditação. Deve, por
isso, evitar-se completamente qualquer forma de pressa que impeça o recolhimento. Haja nela
também breves momentos de silêncio, adaptados à assembleia reunida, nos quais, com a ajuda
do Espírito Santo, a Palavra de Deus possa ser interiorizada e se prepare a resposta pela oração.
Pode ser oportuno observar estes momentos de silêncio depois da primeira e da segunda leitura
e, por fim, após a homilia.

Comunhão
84. O sacerdote prepara-se para receber frutuosamente o Corpo e Sangue de Cristo rezando
uma oração em silêncio. Os fiéis fazem o mesmo orando em silêncio.

88. Terminada a distribuição da Comunhão, o sacerdote e os fiéis, conforme a oportunidade,


oram alguns momentos em silêncio. Se se quiser, também pode ser cantado por toda a
assembleia um salmo ou outro cântico de louvor ou um hino.
Liturgia da palavra
128. Terminada a oração colecta, todos se sentam. O sacerdote pode, com brevíssimas
palavras, introduzir os fiéis na liturgia da palavra. Entretanto, o leitor vai ao ambão e, a partir do
leccionário aí colocado antes da Missa, proclama a primeira leitura, que todos escutam. No fim,
o leitor profere a aclamação: Palavra do Senhor (Verbum Domini); e todos respondem: Graças
a Deus (Deo Gratias).
Pode então observar-se, se for oportuno, um breve espaço de silêncio, para que todos
meditem brevemente no que ouviram.
129. Depois, o salmista ou o próprio leitor recita o versículo do salmo, ao qual o povo
responde habitualmente com o refrão.
130. Se há segunda leitura antes do Evangelho, o leitor proclama-a do ambão. Todos
escutam em silêncio e no fim respondem com a aclamação, como acima se disse (n. 128). A
seguir, se for oportuno, pode observar-se um breve espaço de silêncio.
131. Depois todos se levantam e canta-se o Aleluia ou outro cântico, conforme o tempo
litúrgico (cf. nn. 62-64).
132. Enquanto se canta o Aleluia ou o outro cântico, o sacerdote impõe e benze o incenso,
quando se usa. De seguida, profundamente inclinado diante do altar, de mãos juntas, diz em
silêncio: Purificai o meu coração (Munda cor meum).
147. Então o sacerdote começa a Oração eucarística. Segundo as rubricas, escolhe uma das
que se encontram no Missal Romano, ou que a Santa Sé tenha aprovado. Por sua natureza, a
Oração eucarística exige que seja só o sacerdote, em virtude da ordenação, a dizê-la. O povo,
porém, associe-se ao sacerdote, na fé e em silêncio, e também com as intervenções previstas na
Oração eucarística, isto é: as respostas ao diálogo do Prefácio, o Sanctus, a aclamação depois da
consagração e a aclamação Amen depois da doxologia final, e ainda com outras aclamações
aprovadas pela Conferência Episcopal e confirmadas pela Santa Sé.
164. Depois o sacerdote pode voltar para a cadeira. Entretanto, podem guardar-se uns
momentos de silêncio sagrado, ou cantar ou recitar um salmo ou outro cântico de louvor ou um
hino (cf. n. 88).

Liturgia das horas – instrução geral


Cap 2 .2
48. Após a leitura ou a homilia, se for oportuno, pode-se guardar um
momento de silêncio.

Cap 2.6
86. A seguir, é louvável que se faça o exame de consciência. Na
celebração comunitária, este é feito ou em silêncio ou inserido num
ato penitencial, segundo os formulários do Missal Romano.

Cap 3.2
112. As coletas salmódicas ajudam a quem recita os salmos os
entendê-los num sentido predominantemente cristão. Estas coletas
vêm no Suplemento ao livro da Liturgia das Horas, uma para cada
salmo. Podem-se utilizar livremente, de acordo com a antiga
tradição, da seguinte maneira: terminado o salmo, após uns
momentos de silêncio, reza-se a coleta, como que a resumir os afetos
de quem salmodia e a concluir a oração.
Cap 3.11
XII. SILÊNCIO SAGRADO
201. Geralmente, em todas as celebrações litúrgicas se há de
procurar «guardar, nos momentos próprios, um silêncio sagrado»18.
Consequentemente, na celebração da Liturgia das Horas, facultar-seá
também a possibilidade de uns momentos de silêncio.
202. E assim, conforme as conveniências e a prudência
aconselharem, seguindo o costume dos nossos maiores, poder-se-á
introduzir uma pausa de silêncio após cada salmo, depois de repetida
a antífona, mormente quando, a seguir ao salmo, se disser uma
coleta salmódica (cf. n. 112); ou ainda após as leituras, breves ou
longas, antes ou depois do responsório. Este momento de silêncio
visa obter a plena ressonância da voz do Espírito Santo nos corações
e
unir mais estreitamente a oração pessoal à palavra de Deus e à
oração oficial da Igreja.
Cuidar-se-á, porém, que o silêncio não venha alterar a
estrutura do Ofício ou causar aos que nele participam mal-estar ou
enfado.
203. Na recitação individual, é deixada mais ampla liberdade quanto
a estas pausas, com o fim de meditar alguma fórmula susceptível de
estimular afetos espirituais, sem que por isso o Ofício perca o seu
caráter de oração pública.

Código de direito canônico

Cân. 603 § 1. Além dos institutos de vida consagrada, a Igreja


reconhece a vida eremítica ou anacorética, com a qual os
fiéis, por uma separação mais rígida do mundo, pelo silêncio
da solidão, pela assídua oração e penitência, consagram a
vida ao louvor de Deus e à salvação do mundo.

Cân. 1145 § 1. A interpelação se faça regularmente por


autoridade do Ordinário local da parte convertida, devendo
esse Ordinário conceder ao outro cônjuge, se este o pedir, um
prazo para responder, mas avisando-o que, transcorrido
inutilmente esse prazo, seu silêncio será interpretado como
resposta negativa.

Instrução sacramento da redenção

[39.] Para promover e manifestar uma participação ativa, a recente renovação dos livros
litúrgicos, de acordo com o espírito do Concílio, tem favorecido as aclamações do povo, as
respostas, salmos, antífonas, cânticos, assim como ações, gestos e posturas corporais, e o
sagrado silêncio que cuidadosamente se deve observar em alguns momentos, como prevêem as
rubricas, também de parte dos fiéis. Além disso, se tem dado um amplo espaço a uma adequada
liberdade de adaptação, fundamentada sobre o princípio de que toda celebração responda à
necessidade, à capacidade, à mentalidade e à índole dos participantes, conforme às faculdades
estabelecidas nas normas litúrgicas. Na escolha dos cantos, melodias, orações e leituras bíblicas;
na realização da homilia; na preparação da oração dos fiéis; nas intenções que as vezes se
pronunciam; e ao decorar (enfeitar) a igreja nos diversos tempos; existe uma ampla
possibilidade de que em toda celebração se possa introduzir, comodamente, uma certa variedade
para que apareça com maior clareza a riqueza da tradição litúrgica e, atendendo às necessidades
pastorais, se comunique diligentemente o sentido peculiar da celebração, de modo que se
favoreça a participação interior. Também se deve recordar que a força da ação litúrgica não está
na mudança freqüente dos ritos, mas sim, verdadeiramente, em aprofundar na palavra de Deus e
no mistério que se celebra.

[54.] Sem dúvida, o povo participa sempre ativamente e nunca de forma puramente passiva: «se
associa ao sacerdote na fé e com o silêncio, também com as intervenções indicadas no curso da
Oração Eucarística, que são: as respostas no diálogo do Prefácio, o Santo, a aclamação depois
da consagração e a aclamação «Amém», depois da doxologia final, assim como outras
aclamações aprovadas pela Conferência de Bispos e confirmadas pela santa Sé».

Cerimonial dos bispos


138. Em seguida, o leitor desce. Todos, em silêncio, meditam brevemente no que ouviram.
Depois, o salmista ou cantor, ou o próprio leitor, canta ou recita o salmo numa das formas
previstas12.

Você também pode gostar