SOBRE A FUNÇÃO DO COMENTARISTA

1. O que diz a Instrução Geral do Missal Romano (IGMR) sobre comentários na Santa Missa?
Quem é o comentarista? “105b. O comentarista que dirige oportunamente aos fiéis breves
explicações e exortações, a fim de introduzi-los na celebração e dispô-los para entendê-la
melhor. Convém que as exortações do comentarista sejam cuidadosamente preparadas,
sóbrias e claras. Ao desempenhar sua função, o comentarista fica em pé em lugar adequado
voltado para os fiéis, não, porém, no ambão”.
Exortação inicial: “50. Executado o canto de entrada, o sacerdote, de pé, junto à cadeira, faz
o sinal da cruz com toda a assembleia; a seguir, pela saudação, expressa à comunidade
reunida a presença do Senhor. Essa saudação e a resposta do povo exprimem o ministério da
Igreja reunida. Feita a saudação ao povo, o sacerdote, o diácono ou outro ministro, pode com
brevíssimas palavras introduzir os fiéis na Missa do dia”.
Antes da Liturgia da Palavra: "128. Terminada a oração coleta, todos se assentam.
O sacerdote pode, com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na Liturgia da Palavra. O
leitor, por sua vez, dirige-se ao ambão e, do Lecionário já aí colocado antes da Missa,
proclama a primeira leitura que todos escutam. No fim, o leitor profere a aclamação Palavra
do Senhor, respondendo todos Graças a Deus".
Entre as leituras: Não há esta referência. "128. Se for oportuno, pode-se, então, observar um
breve espaço de silêncio, para que todos meditem o que ouviram". Antes do Evangelho
também não há espaço: "131. Depois (da leitura) todos se põem de pé e canta-se o Aleluia
ou outro canto, conforme as exigências do tempo litúrgico (cf. n.62-64)".
Antes das preces: "138. Terminado o Símbolo (Creio), o sacerdote, de pé junto da cadeira e
de mãos unidas, com breve exortação, convida os fiéis à oração universal. A seguir, o cantor,
o leitor ou outra pessoa, do ambão ou de outro lugar apropriado e voltado para o povo
propõe as intenções, às quais o povo, por sua vez, responde suplicante. Por fim, o sacerdote,
de mãos estendidas, conclui a prece com uma oração".
Antes da Liturgia Eucarística: Não há espaço. "139. Terminada a oração universal, todos se
assentam e tem início o canto do ofertório".
Antes do Pai-nosso: "152. Concluída a Oração Eucarística, o sacerdote, de mãos unidas, diz
a exortação que precede a Oração do Senhor e, a seguir, de mãos estendidas, proclama-a
juntamente com o povo".
Antes da Comunhão: Não há comentário, sequer espaço de silêncio. "159. Enquanto o
sacerdote comunga o Sacramento, entoa-se o canto da Comunhão (cf. n. 86)".
2. Qual é a função do comentarista?
- Rezar com a comunidade o Angelus às 18h (de segunda à sábado).
- Ser pontual, o que significa não começar antes nem depois do horário em respeito às
pessoas que chegam para participar da missa em horário adequado.
- Brevíssima acolhida: “Caros irmãos e irmãs, bom dia... sejamos bem-vindos à esta
celebração.”
- Leitura das intenções particulares no início da Missa. Limite-se à leitura das intenções, sem
acréscimos como “rezemos também por todas as nossas intenções particulares...”. Esta
função é do sacerdote e é feita através da oração coleta.
- Breves comentários, se oportuno, sobretudo em grandes celebrações, com ritos que
acontecem uma vez ao ano (tríduo pascal, por exemplo), ou em celebrações de sacramentos
como Crisma ou Ordenações, que contém partes próprias que podem ser explicadas
brevemente à assembleia, se oportuno.
- Preces da assembleia (Oração Universal), que pode ser feita do ambão ou em lugar
adequado, voltado para os fiéis.
- Avisos e convites, se for oportuno, ou se o presidente da celebração não o fizer.

3. Não cabe ao comentarista...

- Chamar atenção mais para si do que para o mistério celebrado. Comentarista não é
animador de palco.
- Dizer: vamos ficar todos de pé para receber o presidente da celebração, Pe. Fulano de tal. É
melhor dizer: “Iniciemos nossa santa Missa, cantando”.
- Dizer citações bíblicas ou ficar dizendo: primeira leitura, segunda leitura, evangelho...
- Saudar a assembleia com aclamações devocionais do tipo: "Louvado seja nosso Jesus
Cristo...", “Salve Maria”, entre outros.
- Falar baixo ou alto demais.
- Ler biografias de quem quer que seja.
- Comentar tudo como se fosse um locutor de rádio.
- Responder à Missa ou rezar o Pai-Nosso com o microfone. Caso a Oração Eucarística não
seja familiar à assembleia e ela não possua folheto em mãos, é oportuno que de forma
discreta o comentarista ajude aos fiéis com as respostas.
- Na hora da comunhão, dizer que os que estiverem preparados entrem na fila, ou então para
dizer que os que não estiverem preparados fazer a comunhão espiritual.

4. Características de um bom comentarista

- Ser discreto, objetivo, sereno e acolhedor.
- Preparar bem o que vai dizer: estar atento à liturgia do dia, aos fatos que acontecem ao
redor da comunidade e mesmo na comunidade, etc.
- Estar sempre na estante na hora dos comentários para evitar quebrar o ritmo celebrativo.
- Fazer o comentário de forma comunicativa e simpática. Lembrando que ele é o primeiro
contato oficial que a assembleia terá com a celebração.