Você está na página 1de 2

Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo

Departamento de Direito Civil


Teoria Geral das Obrigações
Professor Associado Francisco Paulo De Crescenzo Marino
Monitora Manuela Moreira

Artur Guerra Souza dos Santos, NUSP 11764174.


(i)
Na presente hipótese, a relação obrigacional é identificada pelo contrato de locação firmado
entre Pedro Paulo e o locador do imóvel. Com relação a este, vale dizer que o contrato
possibilita que ele assuma uma variedade de posições jurídicas distintas, sendo uma delas a que
o autoriza a cobrar aluguéis de Pedro, configurando um direito de crédito ao locador. Por outro
lado, dentre as possíveis posições jurídicas de Pedro, destaca-se a de débito pela qual ele se
obriga a pagar os aluguéis acordados ao locador. Entretanto, estas posições jurídicas podem
ensejar a formação de outras sub-relações, que surgirão para assegurar o cumprimento das
prestações acordadas através da afetação patrimonial do devedor; são elas: a responsabilidade,
que acompanha a sub-relação de débito, e a tutela jurídica do crédito, que diz respeito ao direito
de crédito.

(ii)

Regulado no Art. 818 do CC/2002, o contrato de fiança configura uma relação obrigacional
peculiar, uma vez que o indivíduo submetido à responsabilidade não se confunde com o
tomador do débito. Assim, caso Pedro Paulo, gerador do débito, falhe em cumprir as prestações
devidas, a responsabilidade será atribuída a Erick Jacques, fiador, situação essa a que a doutrina
atribui a alcunha de responsabilidade sem débito próprio.

(iii)

Na relação obrigacional em questão, é interessante ressaltar que Pedro Paulo assume a


responsabilidade por débitos contraídos pelo proprietário da loja de colchões, com a ressalva
de que essa responsabilidade será limitada a 100 mil reais, caracterizando uma dissociação
quantitativa.

(iv)
Tendo em conta que a aposta realizada não se enquadra entre os casos previstos na legislação
pátria como permitidos, a aposta entre Erick e Pedro não pode ser descrita como uma relação
obrigacional do ponto de vista formal, sendo mera obrigação natural. Nessa toada, por mais
que se tenha criado um débito, o Art. 814 não permite que a prestação assumida seja tutelada
pelo direito, não havendo qualquer responsabilidade para o devedor.

Você também pode gostar