1) A parte autora recorre da decisão judicial que julgou improcedente sua ação por não ter realizado prova pericial, elemento essencial para o caso.
2) A sentença deve ser anulada por cerceamento de defesa, já que a parte havia solicitado prova pericial na inicial, mas não foi ouvida.
3) Pede-se que os autos retornem à primeira instância para realização da prova pericial requerida originalmente.
1) A parte autora recorre da decisão judicial que julgou improcedente sua ação por não ter realizado prova pericial, elemento essencial para o caso.
2) A sentença deve ser anulada por cerceamento de defesa, já que a parte havia solicitado prova pericial na inicial, mas não foi ouvida.
3) Pede-se que os autos retornem à primeira instância para realização da prova pericial requerida originalmente.
1) A parte autora recorre da decisão judicial que julgou improcedente sua ação por não ter realizado prova pericial, elemento essencial para o caso.
2) A sentença deve ser anulada por cerceamento de defesa, já que a parte havia solicitado prova pericial na inicial, mas não foi ouvida.
3) Pede-se que os autos retornem à primeira instância para realização da prova pericial requerida originalmente.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL
DA COMARCA DE IGUATU CE
A PARTE AUTORA, devidamente qualificada nos presentes autos,
através de seu advogado infra-assinado, diante do conteúdo da decisão retro, vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 1.009 e seguintes do Novo Código Processo Civil, interpor tempestivamente RECURSO DE APELAÇÃO, requerendo desde já sejam remetidas as razões recursais anexas para o Tribunal de Justiça. De início, dirigindo-se ao juízo de primeiro grau, a parte exequente, ora apelante, vem demonstrar o total interesse no prosseguimento do feito, atendendo assim, ao ato ordinatório praticado nos autos de origem. Informa que deixa de juntar a guia de custas de preparo do recurso, uma vez que beneficiária da justiça gratuita.
Termos em que, Pede deferimento.
Fortaleza/CE, terça-feira, 11 de maio de 2021.
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Emérito(a) Desembargador(a) Relator(a),
Douto(a) Desembargador(a) Relator(a),
DO PREPARO
Informa que, deixa de recolher as custas de preparo de interposição do
presente Recurso, por ser beneficiária da justiça gratuita.
DA TEMPESTIVIDADE
Inicialmente, cumpre ressaltar a tempestividade do presente recurso,
sendo que o prazo é de 15 (quinze cinco) dias. Portanto, é tempestivo o presente Recurso apresentado nesta data.
DA SÍNTESE PROCESSUAL
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO
A sentença recorrida não pode prosperar, eis que totalmente incorreta
e destoante do Direito e da Justiça. A parte Apelante é moradora de imóvel da COHAB e sua casa está totalmente comprometida por causa da má construção e defeitos. Ademais, sempre pagou as prestações dos imóveis onde está embutido o valor mensal do prêmio do seguro. A respeitável sentença exaurida pelo Juízo a quo, julgou improcedente a ação, com base no art. 487,inciso I, do CPC por não ter sido realizada prova pericial, elemento indispensável para o presente caso. Na verdade, precipitou-se, transbordando os limites da sua capacidade decisória, ferindo a lei processual civil sem que a parte fosse intimada pessoalmente da possibilidade de dar prosseguimento ao feito, determinando a extinção do feito. Na espécie, o processo foi extinto prematuramente, sem que houvesse a exigida intimação pessoal da ora parte AUTORA para dar prosseguimento ao feito. Assim, socorre-se a ora PARTE AUTORA do presente recurso, a fim de modificar o entendimento a quo, por ser medida de inteira Justiça e melhor Direito. No ajuizamento da ação, mais especificamente na petição inicial, pedidos letra F, a parte apelante/autora requereu fosse procedido à produção de prova pericial:
Sendo assim, a produção de prova pericial o instrumento hábil para
provar o estado recente que se encontra o imóvel. Além disso, por toda a explanação nos autos, bem como os documentos juntados, e por todos os casos semelhantes já ocorridos em situações como essa, é possível constatar que os vícios no imóvel decorrem de falha de construção, relativas à sua execução. E nesse sentido, observa-se a responsabilidade da parte Apelada, que, além de cometer falhas na construção da obra, omitiu-se, mesmo que, parcialmente, na reparação dos vícios, atuando com desídia. E para que fique constata toda essa irregularidade no imóvel em questão, é necessária a realização da prova pericial. Ora, dentre os direitos básicos do consumidor, destaca-se a proteção contra práticas abusivas e a efetiva reparação de seus prejuízos decorrentes das relações de consumo, conforme se vê pelo teor do art. 6º do CDC. Compreendida nessa acepção, resta, sem dúvida, abusiva a prática de colocar no mercado produtos inadequados aos fins a que se destinam. E a inadequação, exteriorizada pelos vícios construtivos já demonstrados (retirados da ação civil pública principal), impedem a fruição a contento das unidades, que não dispõem de condições aceitáveis de solidez, higiene, qualidade e habitabilidade. De qualquer modo, ainda que tenha sido juntada petição que solicitou o julgamento antecipado da lide, era obrigação do M.M. Juiz verificar os pedidos constantes na inicial, uma vez que se faz necessário averiguar a qualidade das construções porque a ela foi dado alocar recursos públicos na construção de residências para a população de baixa renda, a qual, desnecessário frisar, tem o direito à moradia constitucionalmente assegurado. No entanto, também é sabido que a correta aplicação do direito ao caso concreto, atividade fim do Estado juiz, passa necessariamente por uma correta contextualização destes fatos sobpena de, ao contrário, o magistrado, ao partir de uma premissa ainda que minimamente deturpada, o que dirá falsa, ser levado a erro e, assim, formar a sua convicção equivocadamente, ainda que, na pior das hipóteses, a desconhecimento seu. Diante disso, com base no artigo 370 do CPC/2015, o juiz deveria ter determinada a produção de prova pericial, já requerida na inicial, vejamos: Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. Ou seja, o juiz é o destinatário da prova, e a ele compete convenientes sobre a necessidade ou não de sua realização, determinando aquelas provas que achar convenientes. Por esta razão, o M.M. Juiz deveria ter determinada a prova pericial sem a necessidade de intimação da parte sobre novas provas, uma vez que o pedido de prova pericial já havia sido requerido na inicial. De plano, percebe-se nitidamente cerceamento de defesa, por ter sido julgado o mérito da ação antes mesmo da realização da prova técnica. Além disso, o contrato de seguro é um contrato de adesão, que deve ser interpretado de maneira mais favorável ao consumidor. O que até o presente momento não vem ocorrendo. O STJ (1.837.372 ) já decidiu que impedir prova pericial em ação securitária por vício de construção é cercear defesa: Nancy Andrighi entende que os vícios estruturais provocam, por si mesmos, a atuação de forças anormais sobre a edificação, pois, "se é fragilizado o seu alicerce, qualquer esforço sobre ele é potencializado". Os danos para os segurados, segundo Nancy Andrighi, "não são verificados exclusivamente em razão do decurso do tempo e da utilização normal da coisa, mas resultam de vícios estruturais de construção a que não deram causa". E mais: "Em consequência ao equívoco da premissa em que se basearam as instâncias inferiores para admitir o julgamento antecipado da lide, sem a realização da prova pericial, impõe-se sejam anulados o acórdão e a sentença, a fim de que, considerado o entendimento acima esposado acerca do tema, seja retomada a fase de instrução, permitindo à recorrente comprovar que os danos descritos por ela na petição inicial configuram vícios de construção, acobertados pelo seguro habitacional obrigatório", concluiu a relatora. Firme nessas premissas, requer-se o acolhimento da preliminar de nulidade de sentença por cerceamento de defesa, determinando-se que o os autos retornem à instância a quo para a realização da prova pericial requerida na inicial.
PEDIDOS
Ex positis, a parte Apelante requer seja cassada a v. sentença,
acolhendo-se a preliminar de nulidade de sentença por cerceamento de defesa determinando-se que o os autos retornem à instância a quo para a realização da prova pericial e o prosseguimento do processo.