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Portugal foi o pioneiro no arranque dos Descobrimentos e partiu para a expansão com o
objectivo principal da exploração comercial e construiu um império disperso mas
abrangente a quase todas as áreas do planeta. Fazia negociações pacíficas com as
populações nativas para obter os produtos pretendidos.
Para assegurar o negócio, a Coroa tomou algumas medidas preventivas, tais como a exigência
de um quinto do lucro obtido com o trato dos produtos, o exclusivo da concessão de licenças de
exploração e comércio, especialmente durante o reinado de D. João II, que introduziu uma
maior intervenção do Estado na exploração comercial dos territórios.
No reinado de D. Manuel II, Portugal chegou à Índia e ao Brasil, “ligando” assim as economias e
povos de todos os continentes, dando início ao processo da globalização.
Os principais produtos trazidos da costa ocidental africana eram o ouro, os escravos, o marfim e
a malagueta, e a rota utilizada era a da Guiné a da Mina. A partir de 1500, uma nova rota ganha
grande importância para Portugal – a do Brasil, de onde era trazido pau-brasil e mais tarde,
açúcar e para onde eram levados os escravos de África, originando o “comércio triangular”.
Comércio triangular
Depois dos primeiros contactos com os povos nativos em África, os Portugueses dividiram a
exploração comercial daquele território em dois tipos de empreendimento:
As feitorias mais importantes dos Portugueses na costa ocidental de África foram as de Arguim e
da Mina.
A descoberta do caminho marítimo para a Índia, por Vasco da Gama, teve um papel crucial para
os Portugueses na época. Com a Rota do Cabo, foi possível expandirem o seu domínio e
comércio para o Oriente. Mais tarde, os Holandeses, Ingleses e Franceses viriam também a
utilizar essa mesma rota.
O interesse português em alcançar a Índia prendia-se com a obtenção das especiarias, produtos
extremamente valiosos e raros no Ocidente, até aí apenas comercializados pelos venezianos e
genoveses que através do Mar Vermelho chegavam aos portos muçulmanos no Mediterrâneo e
os traziam para a Europa.
O monopólio régio
Simples feitorias, sujeitando-se aos costumes nativos e pagando impostos aos soberanos
locais.
A Casa da Índia situava-se em Lisboa, e era o centro do comércio do Império. Tratava de todos
os assuntos burocráticos do Ultramar português e registava todos os produtos que chegavam
das colónias, redistribuía-os pelos interessados e para a feitoria na Antuérpia. O controlo desta
empresa comercial pertencia ao Estado, que detinha a exclusividade da exploração dos
territórios ultramarinos.
D. Manuel fez ordenações para punir e desmotivar o comércio clandestino, pois através deste
não receberia os impostos respectivos às transacções comerciais.
O comércio em Portugal era feito pelos filhos segundos dos nobres, que não inovavam, nem
reinvestiam o lucro obtido, gastando-o em luxos e bens supérfluos. Assim, o país praticamente
não produzia, importando quase todos os bens necessários da Flandres e praticando apenas
“comércio de passagem”. O monopólio régio impedia também o desenvolvimento da burguesia
e do país em si, e os lucros obtidos com os produtos das colónias eram gastos para satisfazer as
necessidades excessivas da nobreza e do clero. O país continuava a ser fundamentalmente
agrícola, apesar de os seus solos serem pobres. O território de Portugal continental começava a
despovoar-se, com a partida de homens em busca da riqueza imediata nas colónias.
No norte da Europa, o comércio era feito por uma burguesia dinâmica e que investia os seus
lucros, porque a actividade mercantil não era considerada honrosa pela nobreza.
Portugal era um país pequeno, pobre em recursos financeiros e também humanos, dado que a
população espalhada por todo o Império não atingia 2 milhões de habitantes. Apesar de o
Estado deter a exclusividade do comércio com as colónias, a certa altura sentiu necessidade de
o abrir aos particulares, para não comportar com todos os gastos. Deste modo, deu-se um
aumento da emigração para os territórios ultramarinos e registou-se uma diáspora do povo
português. Quanto aos recursos financeiros, a Coroa comprava os produtos de troca a crédito,
pagando esse crédito com produtos provenientes das colónias.
As minas de ouro e principalmente, de prata, foram a principal motivação dos Espanhóis para as
conquistas territoriais que fizeram na América Central e do Sul. O ouro foi obtido pelo saque das
civilizações nativas e pela exploração das minas locais, que provocou a morte de muitos
escravos africanos e índios. O mesmo sucedeu com a prata mas em quantidades muito maiores.
A administração do Império Colonial Espanhol
Tal como Portugal criou a Casa da Índia, Espanha tinha a Casa da Contratação para administrar e
fiscalizar todos os assuntos que dissessem respeito às colónias.
O arquipélago das Filipinas produzia bastantes especiarias, mas não era esse o principal
atractivo que despertava o interessa dos Portugueses e dos Espanhóis para o território. A sua
principal riqueza era a sua localização geográfica, que fazia das ilhas um porto de escala
privilegiado das rotas chinesas e malaias que traziam pérolas, especiarias, porcelanas, sedas e
outros produtos de luxo do Oriente. Existia uma carreira anual que passava pelas Filipinas com
navios vindos da metrópole carregados com produtos de troca para obter os produtos orientais.
Após Portugal ter iniciado a expansão marítima, seguido de Espanha, estes dois países
dominavam os mares e o comércio ultramarino. Contudo, mais tarde, este negócio despertou
também o interesse de outras nações como a Holanda, a Inglaterra e França. Em 1480, foi
assinado entre Portugal e Espanha, o Tratado de Alcáçovas, que dividia o globo em duas partes:
uma portuguesa e uma espanhola. Mais tarde, o Tratado de Tordesilhas satisfez totalmente os
interesses dos dois países e estava em vigor a politica do mare clausum – monopólio ibérico.
Apesar disso, a partir de meados do século XVI, os Holandeses, Franceses e Ingleses recorreram
a ataques piratas e destruíram o monopólio que era detido pelos países ibéricos. O direito de
descoberta foi substituído pelo direito de conquista e foi imposta a doutrina do mare liberum.