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Casa de Habsburgo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Casa de Habsburgo (em alemão: Haus von Habsburg)


também conhecida por Casa da Áustria ou Casa d'Áustria,
é uma família nobre européia que foi uma das mais
importantes e influentes da história da Europa do século XIII
ao século XX.

Foi a dinastia soberana de vários Estados e territórios. Entre


os seus principais domínios estavam o Sacro Império
Romano Germânico (962-1806), onde imperou de 1273 até
Bandeira da monarquia de
seu desmembramento em 1806, como consequência das
Habsburgo; também usada durante o
Guerras Napoleônicas (1799-1815); e o Império Austro-
Húngaro, que governou desde a sua fundação em 1867 até Império Austro-Húngaro durante o
sua dissolução em 1918, pelo Tratado de Saint-Germain-en- Ausgleich de 1867.
Laye, como consequência da Primeira Guerra Mundial (1914
-1918).

Por ter sido elevada a realeza em 1273, é denominada a


família imperial do Sacro Império Romano Germânico
(962-1806); e por ter sido a soberana da Áustria desde 1278
até 1918, inclusive foi a única governante do Império Áustro-
Húngaro (1867-1918), já foi oficialmente e até hoje é
denominada como a família real austríaca.

Índice
Brasão de um imperador Habsburgo
■ 1 Origem mostrando a variedade de seus
■ 2 Eleição de Frederico III territórios.
■ 3 Uniões dinásticas
■ 4 Carlos V, o apogeu
■ 5 O combate ao Império Otomano
■ 6 A Guerra dos Trinta Anos
■ 7 Bastião católico
■ 8 Guerras de Sucessão
■ 9 O reinado de Maria Teresa
■ 9.1 A Guerra dos Sete Anos
■ 10 Sob José II
■ 11 Sob Francisco II
■ 12 Francisco José I
■ 13 O final da dinastia
■ 14 Cronologia da ascensão a realeza
■ 15 Ver também
■ 16 Referências
■ 17 Ligações externas

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Origem
A família teve origem no século XI e o nome deriva de
Habichtsburg, o castelo do açor, sua morada oficial,
construído em 1020, no atual cantão de Aargau, na
Suíça.[1]. O primeiro Habsburgo a ocupar o trono
imperial foi Rodolfo IV de Habsburgo, que reinou sobre
o Sacro Império Romano-Germânico de 1273 a 1291
como Rodolfo I. Em 1278, após a derrota e morte do rei
da Boêmia Otokar II na batalha de Dürnkrut (no
Marchfeld), o imperador obteve os ducados da Áustria e
da Estíria, que deu em feudo aos filhos.

Assim, Rodolfo I, rei dos romanos e conquistador da


Áustria e da Estíria, cujas terras doou para seus dois
filhos em 1282, é considerado o fundador da dinastia.
Morto Rodolfo I, os Habsburgos, poderosos e invejados,
não puderam manter-se na chefia do Sacro Império. O castelo do Falcão, em Aargau
Alberto, seu filho, pôde sucedê-lo em 1298 como
Alberto I, mas foi assassinado em 1308. Afastados pela
poderosa Casa de Luxemburgo, os Habsburgos foram excluídos dos assuntos do Império. Quando a
Bula de Ouro (constituição selada de ouro, dada pelo soberano do Sacro Império) fixou em 1356 os
sete príncipes eleitores do Imperador, os Habsburgos nem estavam na lista. Suas terras suíças
estavam ameaçadas pela nascente Confederação Helvética. Em troca, a aquisição da Carniola em
1335, do Tirol em 1363, de uma parte da Ístria em 1374 e de Trieste em 1382 consolidaram o ducado
da Áustria, base de seu poder.

Segundo o costume germânico, os territórios dos Habsburgos


foram repartidos entre os diversos membros da família. Em
1379 se separaram um ramo Albertino e um ramo
Leopoldino, o qual terminou recolhendo em 1490 a herança
completa. Tais divisões acarretaram conflitos, enfraqueceram
o poder dos príncipes e reforçaram o das Dietas locais que,
cada vez mais dominadas pela nobreza, começaram a
elaborar sua administração própria.

A extinção da Casa de Luxemburgo permitiu aos Habsburgos


recuperar a coroa imperial. A eleição de Alberto II em 1438 e
a de Frederico III em 1440 marcaram o início de uma
presença duradoura na chefia do Sacro Império. Os eleitores
escolheram, desta época em diante, apenas Habsburgos, com
exceção de um curto período de 1740 a 1745.
Brasão de Armas dos condes de
Como as dinastias europeias eram por convenção Habsburgo até Rodolfo I.
determinadas pela via masculina, tecnicamente o ramo
reinante da Casa de Habsburgo extinguiu-se no século XVIII.
O ramo espanhol terminou com a morte de Carlos II em 1700 e foi substituído no poder pelo ramo
Anjou da Casa de Bourbon na pessoa de seu sobrinho-neto Filipe V. O ramo austríaco extinguiu-se
em 1780 com a morte da imperatriz Maria Teresa e foi substituída pelo ramo Vaudemont da Casa de
Lorena na pessoa de seu filho José II. A nova casa sucessora nomeou-se "Casa de Habsburgo-
Lorena" (em alemão: von Habsburg-Lothringen).

Eleição de Frederico III

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A eleição de Frederico III marcou o


início de uma ascensão formidável ao
poder universal, expressa na divisa
AEIOU: "Austriae est imperare orbi
universo" (em português, "À Áustria
cabe reinar sobre o universo"). Eleito
para defender os interesses da
cristandade e dos príncipes alemães na
Europa oriental, foi considerado
medíocre. O conflito com o rei da
Hungria, Matias Corvino e a definição
das lutas internas entre ramos da família
fortaleceram a presença dos Habsburgos
na Áustria.
Os domínios por volta de 1200:

Uniões dinásticas ██ Habsburgo

██ Saboia
Todo o processo das uniões dinásticas
lhes foi favorável. A fórmula que nasceu ██ Zähringer
diz: Bella gerant alii; tu, felix Austria, ██ Kyburg
nube ("que outros guerreiem (enquanto)
tu, feliz Áustria, concluis casamentos").
Conseguiram dominar a Europa como
resultado dessa astuta política. Maximiliano I (1459-1519) com o seu próprio casamento com Maria
da Borgonha passou a governar as possessões neerlandesas dos duques da Borgonha, ou seja, Países
Baixos, Luxemburgo e a Borgonha, além do Franco Condado. Ao casar-se com a infanta Joana de
Castela, seu filho Filipe o Belo tornou-se rei de Castela, Aragão, Nápoles e senhor das terras
espanholas do Novo Mundo. Pelo tratado de Viena, em 1515, Maximiliano I assegurou o casamento
de seus dois netos com as herdeiras de Ladislau II Jagellon, e os Habsburgos obtêm as coroas da
Boêmia e da Hungria em 1526.

Carlos V, o apogeu
Os Habsburgos governaram a Hungria e a
Boêmia de 1526 a 1918. Nápoles, Sicília e
Sardenha, o auge do poder sucedeu em 1519
com Carlos I, rei da Espanha e imperador (como
Carlos V). Reunia nele as heranças das casas de
Áustria, Borgonha, Aragão, Castela e as imensas
terras espanholas no Novo Mundo. Foi o rei mais
poderoso do seu tempo e desde 1552 confiou ao
irmão mais novo, Fernando I, suas possessões
austríacas, enquanto reservava para o ramo
espanhol da família os Países Baixos e a
Borgonha. Depois da renúncia de Carlos, seu
Mapa do domínio Habsburgo a seguir à Batalha de
irmão Fernando (1503-1564) recebeu a coroa
imperial e as posses no Danúbio que incluíam Mühlberg (1547) [2]; as terras dos Habsburgos se
Áustria, Boêmia e Hungria, e ao filho Filipe II destacam, sombreadas a verde; sem sombreado, as
(1527-1598) coube Espanha e Borgonha. terras do Sacro-Império Romano-Germânico,
presidido pelos Habsburgos, sem incluir as
possessões espanholas do Novo Mundo.

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A Fernando I deveu a organização progressiva do futuro Império Austro-Húngaro. Perdurou o


costume de divisões por sucessão, e em 1564 o novo imperador Maximiliano II concedeu a Estíria a
seu irmão Carlos, o Tirol e possessões no Reno ao outro irmão Fernando.

O combate ao Império Otomano


A Reforma Protestante e a invasão turca da Europa Oriental obrigaram os dois ramos dos
Habsburgos a juntar forças para preservar o catolicismo europeu durante toda a Contra-Reforma e a
guerra dos Trinta Anos (1618-1648).

O combate aos turcos marcaria por dois séculos o destino da dinastia. O Império Otomano, desde a
tomada de Constantinopla em 1453, ameaçava a Europa oriental. Após o desastre de Mohács (1526),
a maior parte da Hungria caiu sob domínio turco. Em 1529, os Turcos sitiaram Viena, mas
quebrantaram seu ânimo contra a resistência da cidade. Os otomanos guardaram porém, quando do
Tratado de Andrinopla (1568), o essencial de suas conquistas. Depois de 1682, uma mudança
decisiva na guerra. Em 1683, os turcos sitiam Viena e a cidade só se salva porque intervem o rei da
Polônia. A reação imperial vai obter um recuo decisivo dos turcos. Em 1699, o Tratado de Karlowitz
(entre o Império Otomano, a Áustria, a Polônia, a Rússia e Veneza) colocou sob autoridade dos
Habsburgos a Hungria e a Transilvânia. Em 1718, o Tratado de Passarowitz reafirmou a vitória sobre
os otomanos e confirmou sua expansão territorial na Valáquia e na Sérvia. As possessões dos
Habsburgos não formaram porém um conjunto unido, apesar de que Fernando I tenha criado um
governo central comum a todos os territórios, com um conselho áulico, um conselho secreto e um
conselho de guerra. Querelas de família enfraqueceram a estrutura e as dietas locais recuperam
poder.

A Guerra dos Trinta Anos


Sob Maximiliano II, a Reforma Católica desenvolveu-se em suas terras. A ação dos jesuítas
contribuiu para seu êxito, mas principalmente sob Fernando II. A oposição dos príncipes
protestantes, sustentados pela França, provocou a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). De início
religiosa, desenvolveu-se em conflito com a França. Os territórios alsacianos foram perdidos para a
França. O Tratado de Vestfália de 1648 consagrou o enfraquecimento do poder imperial na
Alemanha. Os Habsburgos, ali rejeitados, voltaram-se definitivamente para leste, embora a
preeminência dos Habsburgos lhes conferisse ainda muita influência, sobretudo na parte meridional
da Alemanha. Mas a Paz de Vestfália, ponto final da guerra, fixou os limites do poder imperial. O
Império viu-se cada vez mais dominado por príncipes territoriais e os esforços dos Habsburgos para
o transformar em uma monarquia estruturada estavam fadados ao fracasso.

Bastião católico
Fernando II conseguiu, pela força, reduzir a diversidade religiosa de seus territórios. Primeiro na
Estíria, depois noutros territórios, efetua uma política de "recatolicização". A Boêmia, que obtivera
liberdade religiosa em 1609, a partir de 1620 após a Batalha da Montanha Branca viu-se submetida a
repressão religiosa e política. Em 1627, a Coroa da Boêmia tornou-se hereditária em benefício dos
Habsburgos, e numerosas terras foram distribuídas aos nobres que permaneceram católicos e fiéis à
Casa de Áustria.

A nobreza protestante teve que escolher entre exílio ou conversão. A Hungria, por sua vez, onde no
final do século XVI a maior parte da população era protestante, resistiu melhor. O acordo de 1681 ali
manteve o pluralismo religioso. O país conseguiu afirmar sua autonomia graças a numerosas
revoltas, sobretudo a guerra conduzida por Francisco II Rákóczi, que tomou a chefia da insurreição

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contra os Habsburgos de 1702 a 1711. A Hungria conseguiu conservar a liberdade religiosa, a


autonomia administrativa e a imunidade fiscal da nobreza, apesar de que a coroa da Hungria se tenha
tornado hereditária em 1687, na Dieta de Presburgo.

No final do século XVII, todos os territórios do império dos Habsburgos de Áustria têm sua dieta e
seus privilégios. Há cinco línguas oficiais. O imperador Leopoldo I reforçou o aparelho estatal e o
exército permanente criado no início de seu reinado contava com 100 mil homens. Mas, com o
fracasso da restauração do poder imperial no Sacro Império e a conquista aos turcos de vastos
territórios, a dinastia se orientava para a formação de uma grande monarquia no vale do Danúbio.

Guerras de Sucessão
A longa luta enfraqueceu a família, apesar do apoio de Portugal à pretensão frustrada dos Habsburgo
à coroa espanhola durante a Guerra da Sucessão Espanhola.[3] Em 1700, a linha espanhola extinguiu-
se e a herança espanhola passou aos Bourbons. A Guerra da Sucessão Espanhola (1701-1714) não
permitiu aos Habsburgos austríacos recuperar a herança espanhola, mas confirmou seu papel de
potência europeia, dando-lhes os Países Baixos do Sul, hoje Bélgica, e terras na Península Itálica, a
saber o Reino de Nápoles, o Reino da Sardenha, e o Ducado de Milão.

Já a Guerra da Sucessão Austríaca ameaçou a monarquia. A Sanção Pragmática de 1713, dada por
Carlos VI, estabelecia a indivisibilidade do patrimônio dos Habsburgos e regulamentava a sucessão
ao trono por ordem de primogenitura. Em 1740, o imperador Carlos VI morreu sem filho varão, e os
direitos de sua filha, a arquiduquesa Maria Teresa, foram contestados pelas potências, especialmente
o Reino da Prússia, que desconsiderou a Sanção: teve início a Guerra da Sucessão (1740-1748). Por
um curto intervalo, a dinastia dos Habsburgo perdeu a coroa imperial e, sobretudo, a província da
Silésia, no norte da Boêmia, em benefício do rei da Prússia, Frederico II.

O reinado de Maria Teresa


A dinastia floresceu novamente sob o comando de Maria Teresa (1717-1780) e seu filho José II
(1741-1790). O século de Carlos VI, de Maria Teresa e de José II foi a época de apogeu da
monarquia austríaca. Seus reinados corresponderam ao florescimento da cultura da Europa central, à
qual se mesclavam contribuições italianas, eslavas e magiares. A unidade do Império se via
assegurada pela língua alemã e pela centralização do poder.

O casamento da arquiduquesa Maria Teresa com Francisco de Lorena originou a nova dinastia
Habsburgo-Lorena. Maria Teresa fez eleger seu marido imperador do Sacro Império em 1745, como
Francisco I. Seu reinado foi dos mais brilhantes. Reforçou a administração central, confiando a
gestão das finanças a um diretório central. Criou um Conselho de Estado, departamentos ministeriais
e uma chancelaria unificada para a Áustria e a Boêmia (reforma do príncipe de Kaunitz-Rietberg em
1761-1762, partidário de política centralizadora de Maria Teresa). O número de funcionários
quadruplica, aumenta para 20 mil pessoas. A instrução recebe atenção majoritária. Mas se mantivera
os quadros sociais anteriores, conservaram-se as dietas, e as reformas não foram aplicadas na
Hungria que guardou seus privilégios.

A Guerra dos Sete Anos


O chanceler Kaunitz dirigiu a política exterior de 1753 a 1792. Em 1756, a Austria se reconciliou
com seu inimigo hereditário, a França, para combater o poder da Prússia e recuperar a Silésia. A
aliança marca o começo da Guerra dos Sete Anos (1756-1763). Kaunitz estabeleceu uma coalizão
entre Áustria, França, Polônia, Suécia e Rússia contra a Prússia, mas as vitórias do rei Frederico II e
a defecção dos russos obrigariam Maria Teresa a assinar a Paz de Hubertsburgo em 1763. Maria
Teresa já estava do lado de Frederico II quando da partilha da Polônia em 1772, anexando a Galícia.

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Sob José II
Imperador titular desde 1765, José II só exerceria o poder em 1780, por morte da mãe, Maria Teresa.
Suas reformas lhe valeram o apelido de "déspota esclarecido": centralização da administração dos
Estados muito mais forte, abolição da servidão e da tortura. Suas convicções religiosas, que são
chamadas "josefismo", subordinaram a Igreja ao Estado. Estabeleceu a liberdade religiosa por um
édito em 1781) e o casamento civil. Mas tais reformas se chocaram com as tradições locais e as
sensibilidades religiosas, sobretudo na Hungria, onde o imperador se viu obrigado a renunciar à
emancipação dos camponeses. O final de seu reinado assistiu a rebeliões nos Países Baixos do Sul e
ameaças na Hungria. Seu irmão e sucessor, Leopoldo II, só acalmou a situação ao abolir parte das
reformas.

Sob Francisco II
O reinado de Francisco II foi marcado pela luta contra a França revolucionária, napoleônica. A
guerra declarada pela França em 1792 continua até 1815. Em 1797, o tratado de Campoformio foi
assinado entre a França e a Áustria, que perdeu os Países Baixos do Sul (actual Bélgica), a
Lombardia e suas últimas posses no Reno. Depois da derrota em Austerlitz (1805), o tratado de
Presburgo obrigou a Áustria a ceder à França o Vêneto, a Ístria e a Dalmácia. O imperador se viu
obrigado a tratar com Napoleão Bonaparte e a aceitar seu casamento com sua filha Maria Luísa. A
criação da Confederação do Reno, por iniciativa da França, obrigou Francisco II a renunciar ao título
de imperador do Sacro Império em 1806. Mas Francisco II permaneceu imperador, pois havia
tomado o título de Imperador da Áustria em 1804.

Em 1814-1815, a o Império Austríaco estava entre os vitoriosos. O congresso de paz se reuniu em


Viena, regido pelo príncipe Metternich, que dirigia sua diplomacia desde 1809. Matternich tentou
efetivar um equilíbrio europeu durável e evitar o retorno das idéias revolucionárias: a Santa Aliança
de 1815 entre a Áustria, a Rússia e a Prússia estava disso encarregada. O tratado de Viena
restabeleceu o poder da Áustria na Alemanha e na península Itálica, onde criou-se o Reino
Lombardo-Vêneto, confiado aos Habsburgos. O Sacro Império não foi restabelecido, mas criou-se
uma Confederação Germânica que reunia os Estados alemães sob presidência austríaca.

Depois da revolução de 1848, a Áustria teve que enfrentar levantes na Itália e na Hungria. Outorgou-
se uma constituição em abril de 1848 aos países hereditários e um regime parlamentar foi instalado
na Hungria. Os direitos senhoriais e a servidão foram abolidos pela assembleia austríaca, que
também elaborou um projeto de constituição que dava os mesmos direitos a todas as nacionalidades.

A monarquia viu-se ameaçada. Em Frankfurt, o parlamento falava em unificar os países de língua


alemã, incluindo-se a Áustria, e a Hungria parecia caminhar rumo à independência. Mas a
radicalização da revolução de Viena a partir de maio dividiu os partidários das mudanças. Em
outubro, o exército restaurou a ordem antiga pela força mas o imperador, já Fernando I, viu-se
obrigado a abdicar em favor do sobrinho Francisco José I. Na Itália, o marechal Radetzky
restabeleceu o domínio austríaco. O marechal Windischgrätz atacou a Boêmia, entrou em Viena em
outubro de 1848 e depois, ajudado pela Rússia, submeteu a Hungria a uma feroz repressão e ali
instalou um regime de ocupação militar até 1852.

Francisco José I
Francisco José abrogou a constituição de 1851, mantendo entretanto algumas reformas de 1848
como a supressão dos direitos senhoriais, sobretudo porque reduz os poderes de uma nobreza -
sobretudo húngara - sempre dissidente. Mas todas as novidades políticas foram suprimidas. Sob a

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direção do primeiro-ministro, Felix Schwarzenberg, e do ministro do interior Alexander Bach, o


Império Austríaco tornou-se um Estado verdadeiramente centralizado. A mudança notou-se mais na
Reino da Hungria, onde a burocracia tomou o lugar da nobreza no exercício do poder local.

O imperador impôs a língua alemã na administração de todos os territórios e apoiou-se fortemente


sobre o exército e a Igreja Católica, que recuperou certa liberdade. Mas os fracassos da Áustria em
política externa acarretaram uma reorientação do regime. Os Habsburgos foram expulsos de duas
regiões onde sua presença era antiga: a Itália e a Alemanha. Isolada diplomaticamente, a Áustria foi
vencida pelo rei da Sardenha-Piemonte em 1859. A derrota marcou a unidade italiana e acarretou
para o império a perda da Lombardia. Na Alemanha, a unidade não realizada em 1848-1849
desenhou-se de novo, mas sob direção prussiana. Em 1850, na conferência de Olmültz, a Áustria
obrigou o rei da Prússia Frederico Guilherme IV a manter o status quo, ou seja, renunciar a suas
pretensões hegemônicas na Alemanha.

O final da dinastia
Em 1866, irrompeu a guerra entre a Prússia e a Império Austríaco, cuja derrota provocaria o fim da
Confederação Germânica e abriu o caminho para a formação de uma "pequena Alemanha" dominada
pela Prússia de Bismarck. O Reino de Itália, aliado oportunamente à Prússia, obteve o Vêneto.
Francisco José I não hesita entre duas políticas opostas, a centralização e o federalismo. O "Diploma
de 1860", promulgado pelo governo, foi favorável ao federalismo, mas a "Patente de fevereiro de
1861", iniciativa dos liberais alemães, reforçou a centralização ao retirar o poder das dietas
provinciais, e transformando o parlamento em duas câmaras: a Câmara dos Senhores e a Câmara dos
Deputados. As minorias, é claro, sobretudo os húngaros, recusaram a aplicação da patente. O
ministro Schmerling reagiu com violência e dissolveu a dieta húngara, mas foi forçado a se retirar
em 1865. Francisco José I começou negociações com os húngaros, que resultam no compromisso de
1867, que levou à instauração de uma monarquia dualista que agrupava dois Estados, a Cisleitânia
ou "Império Austríaco" e a Transleitânia ou reino da Hungria, sob a direção única de Francisco José
I, no chamado Império Austro-Húngaro. Os Habsburgos continuaram a governar a Áustria até 1918.

Abalada pelas lutas de nacionalidades que uma política deliberadamente federalista não conseguiu
evitar, a Casa dos Habsburgos perdeu esplendor e influência. Em matéria de política externa, sua
decisão de se alinhar à política germânica foi determinante para o futuro do império, pelo apoio dado
pela Alemanha no momento da ocupação da Bósnia e da Herzegovina em 1878. A ambiciosa política
balcânica da Áustria-Hungria fez crescer o antagonismo do Império Russo e da Sérvia, e depois, pelo
jogo das alianças, desembocar na Primeira Guerra Mundial. Com a morte de Francisco José I em
1916, Carlos I assumiu o poder em um Estado sem forças, perto da dissolução. A pressão checa e
iugoslava e as ambições territoriais dos aliados não permitiram ao jovem imperador qualquer
esperança. As derrotas militares de 1918 e a fuga para o estrangeiro de Carlos I, que renunciou a
participar dos assuntos do Estado, marcaram a derrubada da dinastia e o fim da monarquia na
Áustria.

Cronologia da ascensão a realeza


Começaram como Duques da Áustria em 1278, mas posteriormente foram também:

■ Imperadores do Sacro Império Romano Germânico(1453-1806)


■ Duques (1282-1453), Arquiduques (1453-1804) e Imperadores da Áustria (1804-1918),
■ Reis da Hungria (1437-1918),
■ Reis de Espanha (1516-1700),
■ Reis de Portugal (1580-1640)
■ Reis da Boémia (1526-1618 e 1621-1918).

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A casa de Habsburgo também tem ramos brasileiros, os filhos de Dom Pedro I com a Imperatriz
Leopoldina, Arquiduquesa da Áustria.

Ver também
■ Maria Teresa de Habsburgo
■ Maria Luísa de Habsburgo

Referências
1. ↑ Kanton Aargau (2008). Habsburger Gedenkjahr 2008
(http://www.ag.ch/staatsarchiv/de/pub/fokus/habsburger_gedenkjahr.php) (em alemão).
http://www.ag.ch.+Página visitada em 9 de janeiro de 2010.
2. ↑ The Cambridge Modern History Atlas (1912)
3. ↑ Serrão, Joel (1971). "Cronologia Geral da História de Portugal". Dicionário de História de Portugal
IV. Lisboa: Iniciativas Editoriais. 718. ISBN 9726611601. “1706-O Marquês das Minas entra em Madrid,
onde faz aclamar o arquiduque Carlos de Áustria, com o título de Carlos III”

Ligações externas
■ Genealogical tree of the house of Habsburg (till Maria Theresia)
(http://www.chh.de.free.fr/archiv/Sonstiges/habsburg.php)
■ The Hapsburg Monarchy (Wickham Steed, 1913)
(http://www.literature.at/elib/www/wiki/index.php/The_Hapsburg_Monarchy_%
28Henry_Wickham_Steed%29) ) eLibrary Austria Project (english ebook)

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