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07/10/2021 SICC (R) 2021 | Sistema de Informação do Contabilista Certificado

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Setembro
Actualizado em: Quinta, 23 de Setembro, 2021

PT26495 - Abates

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PT26496 - IVA / Importações
Quarta, 01 de Setembro, 2021

IVA - Importações

Actualizado em: Quinta, 23 de Setembro, 2021

Em marco de 2021 foi feita uma compra de matéria-prima à Suíça no valor de 107 025,75 euros. No mesmo mês a fatura foi lançada
no sistema. Foi feito o apuramento do IVA mensal e gerado o ficheiro para enviar diretamente para AT.

No entanto, no momento do envio do ficheiro gerado, o campo 18 e 19 da Declaração apareceu a zero e os campos aparecem
bloqueados, ou seja, não deixa alterar manualmente os campos.

Verificou-se, entretanto, no site da AT que a fatura só aparece no mês de abril. Retirou-se a fatura do mês de março e foi associada ao
mês de abril.

Mas em abril o valor que está considerado na AT são 108 707,79 euros. Questionou-se o despachante sobre esta diferença e foi dito
que se refere a "despesas acessórias / optativas [alínea b), n.º 2, artigo 17.º do CIVA], que neste tipo de mercadoria a tabela da AT são
1,31 € por cada 100 kg de mercadoria."

Tem-se também uma fatura de uma companhia de navegação de prestação de serviços no valor de 1 707,19 euros, a qual lançou-se
em despesas de transporte de compra com a dedução do IVA a 23%.

Em que conta podem ser lançadas as despesas acessórias de forma aparecer corretamente nos campos 18 e 19 da declaração de
IVA? Deve ser uma 31 - compra de mercadoria? Se assim for, não se está a valorizar o stock?

Parecer Técnico
Na situação exposta a questão colocada refere-se ao enquadramento em sede de IVA das importações.

No caso em apreço a entidade adquire bens a países terceiros, tendo optado pela liquidação do IVA na declaração periódica. Em
concreto é questionado os valores que devem ser declarados na Declaração Periódica. Adicionalmente é questionado a classificação
das despesas relacionadas com o desalfandegamento.

Começamos por referir que, em termos fiscais, de acordo com o preceituado na alínea b) do n.º 1 do artigo 1.º do Código do IVA, o IVA
incide sobre as importações de bens.

Nos termos do artigo 5.º do Código do IVA (CIVA), considera-se uma importação a entrada em território nacional de:

- Bens originários ou procedentes de países terceiros e que não se encontrem em livre prática ou que tenham sido colocados em livre
prática no âmbito de acordos de união aduaneira;

- Bens procedentes de territórios terceiros e que se encontrem em livre prática.

Nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 1.º do CIVA, o IVA incide sobre as importações de bens.

Regra geral, o valor tributável dos bens importados é "... constituído pelo valor aduaneiro, determinado de harmonia com as
disposições comunitárias em vigor..." - n.º 1 do artigo 17.º do CIVA.

Por sua vez, estabelece o n.º 2 do artigo 17.º do CIVA que:

"... 2 - O valor tributável dos bens importados inclui, na medida em que nele não estejam compreendidos:

a) Os impostos, direitos aduaneiros, taxas e demais encargos devidos antes ou em virtude da própria importação, com exclusão do
imposto sobre o valor acrescentado;

b) As despesas acessórias, tais como despesas de comissões, embalagem, transportes e seguros, verificadas até ao primeiro lugar de
destino dos bens em território nacional, ou outro lugar de destino no território da Comunidade se este for conhecido no momento em
que ocorre o facto gerador na importação, com exclusão das despesas de transporte a que se refere a alínea t) do n.º 1 do artigo 14.º;

c) O valor das operações referidas na alínea p) do n.º 1 do artigo 14.º e nas alíneas b) a e) do n.º 1 do artigo 15.º."

Nas importações de bens de países terceiros, compete à Autoridade Tributária e Aduaneira proceder à respetiva liquidação do imposto
no momento determinada pelas disposições aplicáveis aos direitos aduaneiros (artigo 7.º do CIVA).

https://sicc.occ.pt/# 1/3
07/10/2021 SICC (R) 2021 | Sistema de Informação do Contabilista Certificado
A alfândega calculará o valor tributável da importação, tendo por base estes elementos e informação estatística que a mesma possui.

Ou seja, o imposto devido será pago aos serviços aduaneiros competentes no ato de desembaraço alfandegário, devendo ser pago na
alfândega o IVA correspondente a essa operação, cujo valor tributável, a determinar de acordo com o citado artigo 17.º do CIVA, será
apurado com base na fatura do fornecedor chinês.

Com as alterações introduzidas aos artigos 27.º e 28.º do Código do IVA, pela Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro, os sujeitos
passivos abrangidos pelo regime de periodicidade mensal podem optar pelo pagamento do IVA devido pelas importações de bens
através da declaração periódica a que se refere a alínea c) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA, desde que reunidas as condições
previstas nas alíneas a) a d) do n.º 8 do citado artigo 27.º do Código do IVA.

Face ao exposto, os sujeitos passivos abrangidos pelo regime de periodicidade mensal podem optar pelo pagamento do IVA devido
pelas importações de bens através da declaração periódica a que se refere a alínea c) do n.º 1 do artigo 29.º do Código do IVA, desde
que reunidas as condições previstas nas alíneas a) a d) do n.º 8 do citado artigo 27.º. Opção que foi exercida no caso em concreto.

Considerando que a importação de bens está sujeita ao cumprimento das formalidades previstas na regulamentação da União para o
regime aduaneiro de introdução em livre prática, o sistema declarativo aduaneiro continua a dispor dos elementos que integram o
valor tributável do IVA devido pela importação de bens, a constituir nos termos do artigo 17.º do Código do IVA.

Ou seja, mesmo optando pela liquidação do IVA das importações na declaração periódica, o valor tributável da importação continua a
ser determinado pela alfândega, sendo este o valor a inscrever na declaração periódica de IVA.

Assim sendo, optando-se pela liquidação do IVA na declaração periódica, no seu preenchimento deverá ser preenchido o campo 18,
com o valor total da dívida constituída pela aceitação das declarações aduaneiras de introdução em livre prática realizadas no mês a
que respeita a declaração periódica do IVA e, no campo 19, com o valor total do imposto a favor do Estado. O imposto dedutível será
inscrito nos campos previstos para o efeito, conforme a taxa e a natureza da operação.

Assiste ao sujeito passivo, entidade adquirente dos bens, exercer o direito à dedução, nos termos gerais, do imposto liquidado pela
Alfândega, conforme previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 19.º do CIVA.

O direito à dedução só poderá ocorrer, conforme refere a alínea b) do n.º 2 do artigo 19.º do CIVA, ou seja, "só confere direito a
dedução o imposto mencionado nos seguintes documentos, em nome e na posse do sujeito passivo:

(...)

b) No recibo de pagamento do IVA que faz parte das declarações de importação, bem como em documentos emitidos por via
eletrónica pela Autoridade Tributária e Aduaneira, nos quais constem o número e a data do movimento de caixa."

O imposto assim liquidado será deduzido, na medida do direito à dedução da empresa (artigo 19.º e artigo 20.º do CIVA), através da
sua inscrição num dos campos 21 a 23 do quadro 06, da declaração periódica do IVA, de acordo com a natureza dos bens em causa.

Face ao exposto, no caso em concreto a entidade deverá aceitar os montantes pré-preenchidos, uma vez que foram estes os
montantes considerados pelos serviços aduaneiros. Regra geral esses montantes não são coincidentes com os montantes
disponíveis nas faturas emitidas pelo fornecedor de bens e despachante. Esta diferença deve-se ao facto da alfândega utilizar em
muitas ocasiões um valor estatístico e também devido a eventuais diferenças cambiais. Assim, sugerimos a elaboração de um
documento interno para regularizar a diferença entre os montantes considerados nas faturas originais e os montantes considerados
nos campos 18 e 19 da DP.

Em termos contabilísticos, de notar que os inventários têm o seu tratamento previsto na Norma Contabilística e de Relato Financeiro
(NCRF) n.º 18 - "Inventários".

São considerados como inventários, todos os ativos adquiridos ou produzidos destinados a venda ou a inclusão na produção (ou na
execução de prestação de serviços), no âmbito da atividade ordinária da entidade.

De acordo com o parágrafo 9 da NCRF 18, os inventários são mensurados pelo custo (de aquisição ou de produção) ou pelo valor
realizável líquido, dos dois o mais baixo.

Os parágrafos 10 a 22 referem como se determina o custo dos inventários, mencionando que este deve incluir os custos de compra,
custos de conversão e outros custos incorridos para colocar os inventários no seu local e condições atuais.

Sobre os custos de compra, o parágrafo 11 indica que estes incluem o preço de compra, direitos de importação e outros impostos
(que não sejam os subsequentemente recuperáveis das entidades fiscais pela entidade) e custos de transporte, manuseamento e
outros custos diretamente atribuíveis à aquisição de bens acabados, de materiais e de serviços. Devem deduzir-se ao custo de
compra descontos de natureza comercial e abatimentos.

Assim, todas as despesas relacionadas com a importações, devem ser contabilizadas na conta 31 - "Compras". Quanto ao IVA, se a
entidade tem direito à dedução, o valor do imposto deve ser classificado numa conta 2432X - IVA dedutível (se aplicável).

PT26498 - IRC / Ativos intangíveis

PT26500 - IRC / Dedução de prejuízos fiscais

PT26501 - Constituição de sociedade

PT26502 - IVA / Associações

https://sicc.occ.pt/# 2/3
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PT26503 - Factoring

PT26504 - Quotas / Ações próprias

PT26505 - IRC / Benefícios fiscais

PT26506 - Propriedades de investimento

PT26507 - IRC / Pagamentos por conta

PT26508 - IVA / Localização das prestações de serviços / IRC / Rendimentos obtidos por não residentes

PT26509 - Fusão

PT26510 - Prestações suplementares

PT26511 - Indemnização

PT26512 - IRC / Benefícios fiscais

PT26513 - IVA / Faturação

PT26514 - IRC / Gastos fiscais

PT26515 - Imposto do Selo

PT26516 - IRC / Transparência fiscal

https://sicc.occ.pt/# 3/3

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